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Safra 2025/26: milho e soja devem ter produção elevada

A produção brasileira de soja na safra 2025/26 foi estimada em 178,2 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pela StoneX, empresa global de serviços financeiros. O volume representa um crescimento de 5,6% em relação ao ciclo anterior, impulsionado pelo aumento da área plantada e pela expectativa de recuperação da produtividade média nacional, especialmente no Rio Grande do Sul.

A área cultivada com soja no país deve crescer 2% em relação ao ano anterior. “Por outro lado, outros estados estão apostando em um rendimento dentro da tendência histórica, mas abaixo do registrado no ciclo 2024/25, pelo menos por enquanto”, afirmou Ana Luiza Lodi, especialista de Inteligência de Mercado da StoneX.

No cenário de oferta e demanda, a projeção para os embarques externos é de 112 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno pode alcançar 63,5 milhões de toneladas. Lodi destaca que o cenário pode sofrer alterações com base em fatores internacionais: “As questões geopolíticas e tarifárias podem beneficiar a soja brasileira, especialmente pelas possibilidades de atritos entre EUA e China”.

Em relação ao milho, a primeira safra de 2025/26 foi estimada em 25,6 milhões de toneladas, uma alta de 0,5% na comparação com o ciclo anterior. A área plantada deve crescer 2%, mas a produtividade parte de um patamar inferior ao registrado anteriormente, segundo Raphael Bulascoschi, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

No Paraná, a produtividade está estimada em quase 11 toneladas por hectare, mas ainda abaixo da registrada no ciclo passado. Para o Rio Grande do Sul, a expectativa é de recuperação parcial da área perdida, estimulada pelos preços praticados no início de 2025.

A segunda safra de milho, referente ao ciclo 2024/25, também apresentou avanço. A estimativa aponta crescimento de 3,2% em relação ao mês anterior, com produção de 111,7 milhões de toneladas. Considerando também a produção da terceira safra, que superou 2 milhões de toneladas, a produção total de milho no país deve alcançar 139,36 milhões de toneladas, frente às 136,1 milhões divulgadas em julho.

Houve ainda uma revisão na demanda doméstica, que passou de 89,5 para 90,5 milhões de toneladas. De acordo com Bulascoschi, as perspectivas de uso do cereal para produção de etanol seguem aquecidas. “As atenções devem estar cada vez mais voltadas para as exportações, com os embarques já ganhando mais ritmo nas últimas semanas. De qualquer forma, não se espera que as exportações brasileiras de milho sejam recordes, como o registrado no ciclo 2022/23, diante de um cenário de oferta global confortável”, afirmou o analista.

A expectativa de uma safra recorde nos Estados Unidos pode aumentar a disponibilidade global do cereal a partir de setembro, com o avanço da colheita naquele país.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Para especialista, biogás e biometano podem ampliar competitividade do agro brasileiro

O biogás e o biometano podem ampliar a competitividade do agronegócio brasileiro, avalia o diretor de estratégias de mercado da CIBiogás, Felipe Marques.

O diretor será um dos palestrantes do seminário Agroenergia: Transição Energética – Edição Biogás e Biometano que será realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, no dia 26 de agosto.

O evento é uma parceria entre CNA, Fundação Getúlio Vargas Bioeconomia e Embrapa Agroenergia para discutir desafios, oportunidades e aspectos gerais relacionados às cadeias produtivas que fornecem matéria-prima para os combustíveis renováveis.

Segundo Marques, o agro demanda bastante energia e, ao mesmo tempo, possui uma rica diversidade de substratos para a produção desses biocombustíveis. “Ao estabelecer um olhar de circularidade, o impacto na competitividade do setor é bastante relevante”, afirma.

Felipe Marques, diretor de estratégias de mercado da CIBiogás, destaca importância dos biocombustíveis para competitividade do agro.Felipe Marques, diretor de estratégias de mercado da CIBiogás, destaca importância dos biocombustíveis para competitividade do agro.

Apesar do potencial, o avanço dessas tecnologias no campo ainda enfrenta entraves, ressalta o especialista. O principal deles, explica Felipe Marques, é a assimetria de informação.

“São muitas as tecnologias e os modelos de negócios disponíveis, o que dificulta a tomada de decisão. Conhecer os substratos e a demanda energética local é essencial para acertar na escolha.”

Para o diretor da CIBiogás, o Brasil se destaca por ter organizações dedicadas exclusivamente ao biogás e biometano, e conectar-se a essas organizações é uma estratégia importante para avançar de forma positiva na transição energética do país.

Felipe Marques acredita que para dar escala à inovação e gerar resultados concretos, o caminho passa por estratégias regionais.

“O biogás é um energético regional, com impactos positivos a partir dos substratos e da demanda energética específicos de cada território. Investir no desenvolvimento e na tropicalização de tecnologias, além de criar modelos de negócios adaptados à realidade brasileira, são passos fundamentais para o crescimento do setor”, conclui.

Clique aqui para ver a programação completa e fazer a inscrição no seminário.

Fonte: CNA Brasil Foto: Divulgação

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8ª edição do Café Moageiro será realizada na Sociedade Rural do Paraná

Luana Moreno é palestrante confirmada para participar da 8ª edição do Café Moageiro, que será realizada na Sociedade Rural do Paraná, com o painel Trader Coamo Agroindustrial Cooperativa.

O encontro, promovido pelo Sinditrigo, acontece no dia 19 de agosto. A Sociedade Rural fica na Avenida Tiradentes, 6275 – Parque Governador Ney Braga, em Londrina.

Inscrições aqui no link

Fonte: Sinditrigo

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Benefícios fiscais para insumos agrícolas são renovados até dezembro de 2027

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogou, por meio do Convênio ICMS 79/2025, os benefícios fiscais de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) previstos à cadeia de insumos agropecuários até 31 de dezembro de 2027. A renovação do Convênio ICMS 100/97 foi publicada no dia 7 de julho é fundamental para a competitividade e sustentabilidade do setor.

A medida autoriza os estados a concederem redução de base de cálculo do ICMS nas operações internas e interestaduais com insumos do setor, como defensivos, sementes, entre outros. Como resultado da diminuição da carga tributária destaca-se a redução dos custos para a produção agrícola, o que garante maior competitividade em um mercado onde os preços dos insumos impactam diretamente a rentabilidade do agricultor e o preço dos alimentos para o consumidor.

“O Convênio 100 desempenha papel fundamental na redução do custo de produção agrícola, estimulando a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário global. Ao longo dos anos, sua renovação se mostrou essencial para garantir a continuidade de um ambiente tributário que reforce a competitividade do setor, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e para a segurança alimentar no país”, pontuou o gerente-executivo da CropLife Brasil, Renato Gomides.

A importância desse convênio se sustenta em três pilares principais:

Competitividade e Segurança Alimentar: a redução tributária assegurada pelo Convênio 100/97 contribui para a diminuição dos custos de produção agropecuária, permitindo que o Brasil mantenha sua competitividade nos mercados interno e externo. Essa medida é especialmente relevante para garantir preços mais acessíveis aos consumidores e a manutenção da segurança alimentar no país.

Estabilidade Econômica e Controle da Inflação: o setor agropecuário desempenha um papel estratégico no equilíbrio econômico brasileiro. O aumento de custos via elevação de tributos sobre insumos teria efeitos em cascata sobre a cadeia produtiva, pressionando a inflação e afetando diretamente o preço dos alimentos. O convênio funciona, assim, como um importante mecanismo de amortecimento econômico.

Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade: a agropecuária é uma das principais atividades econômicas em diversas regiões do Brasil, especialmente no interior. O Convênio 100/97 favorece o desenvolvimento regional ao reduzir custos de produção e fomentar a modernização tecnológica no campo. Além disso, a redução tributária aplicada aos insumos permite o uso de tecnologias mais eficientes e sustentáveis, como sementes com maior tecnologia e defensivos de menor impacto ambiental.

Fonte: CropLife Brasil Foto: Divulgação

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Tarifa de 50% dos EUA ameaça R$ 1,5 bilhão em exportações do agronegócio do Paraná

A entrada em vigor, a partir de 1º de agosto, da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre todos os produtos brasileiros acende o alerta no agronegócio do Paraná. Segundo o Sistema FAEP, diversos segmentos importantes da pauta de exportações do estado — como produtos florestais, café, piscicultura e suco de laranja — devem sofrer impactos significativos com a nova taxação.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os EUA foram o segundo maior destino das exportações paranaenses em 2024, com vendas que totalizaram US$ 1,587 bilhão. No primeiro bimestre de 2025, os Estados Unidos ficaram na terceira posição, somando US$ 214 milhões em exportações do estado. Este cenário evidencia a importância estratégica do mercado norte-americano para a economia paranaense.

Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP, destacou a preocupação com a falta de diálogo do governo federal:

“Estamos a poucos dias do início do tarifaço, mas não houve qualquer tentativa de negociação para preservar os acordos comerciais e minimizar os impactos para quem produz no campo. Isso é preocupante.”

Setor florestal enfrenta cancelamentos e paralisações

O setor florestal, altamente dependente do mercado dos EUA, já sente os efeitos da medida. Segundo a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), empresas enfrentam cancelamentos de contratos, embarques suspensos e contêineres retidos nos portos. Como consequência, algumas indústrias iniciaram férias coletivas e demissões. O segmento emprega cerca de 400 mil pessoas no Paraná e, em 2024, exportou mais de US$ 681 milhões em produtos florestais para os Estados Unidos — sendo US$ 627 milhões somente em madeira, o que representa 60% do total nacional.

Café: maior consumidor global pode reduzir demanda pelo Paraná

O café, produto essencial para os Estados Unidos — que respondem por 34% das importações globais da commodity — também está na mira dos impactos. O Paraná tem ganhado espaço nesse mercado, principalmente com o café solúvel, que possui maior valor agregado, o que pode ser prejudicado pela nova tarifa.

Piscicultura e suco de laranja: outros segmentos sob pressão

A piscicultura paranaense, destaque nacional, liderou as exportações brasileiras de tilápia em 2024, com vendas de US$ 35,7 milhões, equivalendo a 64% do total nacional. Os Estados Unidos absorveram 89% dessas exportações, gerando receita de US$ 52,3 milhões. A tarifa pode dificultar o acesso a esse mercado.

Já o suco de laranja, outra importante commodity, preocupa pelo elevado volume destinado aos EUA. Dados da CitrusBR indicam que 41,7% do suco exportado pelo Brasil nos últimos 12 meses teve como destino o mercado norte-americano. No Paraná, as exportações desse produto cresceram 345% no primeiro semestre de 2025, somando US$ 4,76 milhões. Conforme alerta do Sistema FAEP, o suco brasileiro já enfrenta uma taxa de US$ 415 por tonelada, equivalente a 15% a 20% do preço final. Com a nova tarifa, os tributos podem chegar a 70% do valor da exportação, ameaçando a competitividade do produto.

Risco de perdas de até R$ 1,5 bilhão para o agronegócio paranaense

O conjunto dessas tarifas coloca em risco cerca de R$ 1,5 bilhão em exportações agropecuárias do Paraná, afetando diretamente a economia regional, empregos e a estabilidade do setor produtivo. Produtores e entidades do agronegócio acompanham com apreensão os desdobramentos e esperam medidas que minimizem os efeitos negativos da taxação americana.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Pixaby

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Trump confirma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que eleva para 50% as tarifas sobre uma série de produtos brasileiros. A medida representa um aumento de 40 pontos percentuais nas taxas anteriores e entra em vigor já na próxima sexta-feira, 1º de agosto, conforme anunciado pelo próprio republicano em sua rede social, a Truth Social.

De acordo com a Casa Branca, o tarifaço foi uma resposta direta a ações recentes do governo brasileiro, classificadas pelos norte-americanos como uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. O decreto formaliza o percentual que havia sido antecipado em carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início deste mês.

Apesar do endurecimento das taxas, alguns setores estratégicos ficaram de fora da medida, como aeronaves civis (de interesse direto da Embraer), suco e derivados de laranja, minério de ferro, aço e combustíveis. Até o momento, não há confirmação se produtos como carne bovina e café — duas das principais exportações do agronegócio brasileiro — também serão isentos.

Trump enfatizou que não haverá qualquer prorrogação do prazo para a entrada em vigor das tarifas. “O prazo de 1º de agosto é o prazo de 1º de agosto. Ele continua firme e não será prorrogado. Um grande dia para a América!”, publicou o presidente norte-americano.

Fonte e Foto: Agrolink/Aline Merladete

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Chuvas intensas em áreas do Sul podem atrasar plantio de culturas de inverno

O mês de agosto começa com um cenário climático diversificado em diferentes regiões do país, conforme projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A previsão aponta chuvas próximas à média na maior parte do Brasil, mas há tendência de acumulados acima do normal em áreas do Sul, Nordeste e parte do Centro-Oeste. Já em relação às temperaturas, a tendência é de calor acima da média em praticamente todo o território nacional.  

Segundo informações divulgadas pelo INMET, a Região Norte deve ter volumes próximos à climatologia histórica, mas com destaque para o noroeste do Amazonas, nordeste do Pará e Roraima, onde a chuva pode superar a média em até 50 mm. Já no centro-sul de Roraima e parte central do Pará, os volumes tendem a ficar abaixo da média, o que pode aumentar o risco de déficit hídrico e afetar pastagens e culturas permanentes.  

No Nordeste, a expectativa é de precipitações dentro da normalidade na maioria dos estados, com exceção das faixas litorâneas da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, onde os acumulados podem ultrapassar os 80 mm. Isso deve beneficiar lavouras em fase final de desenvolvimento, como o feijão e o milho da terceira safra.

Contudo, na região do MATOPIBA, a previsão é de tempo mais seco, exigindo atenção para possíveis impactos em áreas não irrigadas.   As regiões Sudeste e Centro-Oeste devem enfrentar um cenário de chuvas dentro da média, o que favorece a colheita de culturas como milho segunda safra, algodão, café e cana-de-açúcar. No entanto, as altas temperaturas previstas — acima de 2 °C em áreas do Mato Grosso e sudeste do Pará — elevam a evapotranspiração, o que pode afetar o desenvolvimento de plantas em fases críticas e demandar maior atenção à conservação do solo.

No Sul, os acumulados de chuva tendem a se concentrar no oeste do Paraná e noroeste do Rio Grande do Sul, com até 50 mm acima da média. Essas condições podem dificultar o plantio das culturas de inverno, como trigo, cevada e aveia, sobretudo em solos com baixa drenagem. As baixas temperaturas típicas do mês também trazem risco de geadas, principalmente nas áreas serranas, afetando hortaliças e frutas sensíveis ao frio. 

O cenário térmico para agosto também reforça a tendência de temperaturas acima da média em praticamente todo o país. Regiões como Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o MATOPIBA devem registrar máximas entre 27 °C e 30 °C. No Sul, os termômetros devem permanecer acima da média, mas com possibilidade de mínimas inferiores a 15 °C em regiões serranas, o que exige atenção dos produtores.

Fonte: Agrolink Foto: GettyImages Alex Rodrigues Brondani

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Frísia será anfitriã do Encontro Estadual no dia 28 de novembro

A Frísia Cooperativa Agroindustrial, que completa 100 anos de história em 2025, será a anfitriã do Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, tradicional evento promovido pelo Sistema Ocepar para celebrar as conquistas do setor ao longo do ano. Será dia 28 de novembro, no Parque Histórico de Carambeí, na região dos Campos Gerais.

Programação

Mais informações sobre a programação serão divulgadas em breve. Aguarde.

Fonte: Canal Rural

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Exportações de milho avançam na semana, mas seguem 48% abaixo do volume registrado em julho de 2024

As exportações brasileiras de milho seguem em ritmo inferior ao observado em julho de 2024. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 19 primeiros dias úteis de julho de 2025, o Brasil embarcou 1.522.714,7 toneladas de milho não moído (exceto milho doce). O volume representa apenas 42,8% do total exportado no mesmo mês do ano passado, quando foram registradas 3.553.865,8 toneladas.

A média diária de embarques ficou em 80.142,9 toneladas neste mês, uma retração de 48,1% na comparação com as 154.515,9 toneladas diárias contabilizadas em julho de 2024.

Semana marca avanço nos embarques

Apesar do desempenho anual mais fraco, os embarques vêm ganhando ritmo nas últimas semanas. A média diária, que na semana anterior era de 64.297,6 toneladas, cresceu mais de 24% nos últimos cinco dias úteis, indicando uma retomada gradual nas exportações.

Entrada da safrinha deve impulsionar exportações

Segundo Raphael Bulascoschi, analista de inteligência de mercado de milho da StoneX, o início do segundo semestre traz perspectiva de melhora nas exportações, especialmente com a entrada da safrinha.

“O começo do ano tende a ser mais fraco por questões sazonais. Além disso, havia escassez de milho no mercado doméstico, o que limitava os embarques. Com a colheita da safrinha, devemos ver um repique nas exportações”, avalia.

Oferta cresce, mas demanda internacional segue baixa

Embora o aumento da oferta possa favorecer os embarques, Bulascoschi alerta que a demanda externa segue limitada. Segundo ele, a atratividade dos prêmios brasileiros com a chegada da nova safra pode melhorar a competitividade do milho nacional no mercado internacional, mas o volume de negócios ainda é baixo.

“A paridade de exportação será determinante. O Brasil terá uma oferta robusta neste ano, mas a demanda internacional ainda não reagiu. Isso será um ponto de atenção nos próximos meses”, afirma o analista.

Receita com exportações também recua

No acumulado de julho até agora, o Brasil arrecadou US$ 321,190 milhões com as exportações de milho, valor bem inferior aos US$ 700,644 milhões obtidos ao longo de todo o mês de julho de 2024.

A média diária de receita caiu 44,5%, passando de US$ 30,4 milhões para US$ 16,904 milhões por dia útil.

Preço por tonelada tem alta de 7%

Apesar da queda no volume e no faturamento total, o preço médio pago por tonelada exportada aumentou 7% em relação ao ano anterior. O valor subiu de US$ 197,20 em julho de 2024 para US$ 210,90 até o momento em julho de 2025.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: APPA/Paranaguá

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Agricultores celebram produtividade e menor custo com adubo gratuito da Sanepar

O Programa de Destinação de Lodo de Esgoto para agricultura, da Sanepar, comemorou nesta segunda-feira (28), o Dia do Agricultor, mais de duas décadas proporcionando aumento de produtividade e beneficiando pequenos produtores das mais diversas culturas agrícolas do Estado. Só no ano passado, 132 agricultores participaram do programa que disponibiliza gratuitamente o produto, também chamado de biossólido, um excelente adubo para a agricultura.

O diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, ressalta que, como empresa pública, a companhia está presente na vida dos paranaenses. “Somos uma empresa comprometida com a qualidade de vida e por meio do incentivo à economia circular e aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, mantemos programas que atendem às diversas necessidades das pessoas. Desde a promoção da saúde, com água tratada e coleta e tratamento de esgoto até desenvolvimento socioeconômico, com impulso na geração de renda e produtividade agrícola”, diz.

Em mais de duas décadas, o programa já destinou cerca de 500 mil toneladas de fertilizantes para a agricultura, beneficiando mais de mil agricultores. Somente em 2024, foram atendidos 59 municípios do Paraná, totalizando 3.350 hectares. Rico em matéria orgânica e nutrientes (principalmente nitrogênio, fósforo e enxofre), o lodo auxilia na correção do pH do solo e fornece cálcio e magnésio por receber aplicação de cal no processo de higienização.

A Sanepar mantém 60 Unidades de Gerenciamento de Lodo (UGLs) espalhadas pelo Estado. No local, o material é devidamente higienizado para atender a legislação. Até a aplicação no solo, todo o processo é acompanhado e monitorado para o uso seguro.

Responsável técnico pelo Programa da Sanepar no Noroeste, a agrônoma Sandra Regina da Silveira diz que é possível conhecer mais sobre a iniciativa no site da Sanepar. “Na aba Sustentabilidade existem questionários com perguntas e respostas, o processo completo, folder de divulgação, além do pré-cadastro para quem deseja saber mais e participar do Programa”, afirma.

Ela lembra que a Sanepar fornece o lodo de forma gratuita para agricultores cadastrados, com áreas agrícolas aptas e culturas permitidas. Isto, conforme a disponibilidade do lodo em cada região do Paraná. “O agricultor não paga nada pelo material, nem pelo transporte, e ainda recebe acompanhamento técnico para a aplicação”, ressalta.

Benefícios

O biossólido pode ser aplicado em culturas frutíferas, de cobertura, como aveia, café, cana-de açúcar, milho, soja e trigo. Não é recomendado o uso em pastagens, áreas de integração lavoura-pecuária-floresta, hortas, tubérculos, raízes, culturas inundadas e cuja parte comestível entre em contato com o solo.

Dirceu Vitorino é um dos agricultores que destaca os benefícios do Programa. Ele tem cultura de abacate na região Norte do Paraná, e há quatro anos é um dos parceiros da Sanepar. Dono de uma pequena propriedade, ele lembra que de início ficou um pouco desconfiado, mas com as explicações dos técnicos da Sanepar resolveu aderir.

“Depois que passei a usar, a lavoura ficou mais uniforme, os frutos mais lisos, sem manchas e aumentou a produtividade. Na primeira vez, depois de seis meses, já vi diferença na lavoura. Outro benefício que percebi foi em relação à compactação da terra. Depois que usei o biossólido, a terra ficou naturalmente mais fofa, o que é muito bom pra lavoura”, afirma Dirceu, que também diz que já ajudou a divulgar o programa e convenceu agricultores vizinhos a fazerem a inscrição para receber o produto.

Para o engenheiro agrônomo Julio Augusto, que trabalha com 236 famílias de um assentamento rural em Mariluz, no Noroeste do Estado, além dos benefícios para a terra, com melhora do solo, o lodo distribuído pela Sanepar também contribui para o aumento da produtividade e, consequentemente, para o aumento de renda.

“Tem o caso de uma das famílias que plantam milho para silagem. Eles estavam com baixa produtividade e não tinham recursos financeiros para comprar fertilizantes. Com o Programa da Sanepar, eles conseguiram aplicar e já têm resultados positivos. O aumento na produtividade na primeira aplicação foi de 10%. E, provavelmente, no próximo ano também haverá maior produtividade, aumentando a renda da família”, diz.

O agrônomo também ressalta que os pequenos agricultores muitas vezes não têm como investir em fertilizantes industriais. “Muitas vezes, eles não conseguem ter recursos para investir e com o lodo podem, além melhorar o solo, economizar até em aplicação de calcário, por exemplo, reduzindo o custo de produção”, comenta.

História

O programa de uso do lodo de esgoto existe na Sanepar desde 2000. Os primeiros agricultores a utilizarem o biossólido foram os da Região Metropolitana de Curitiba. No Interior, a primeira cidade a participar do Programa foi Foz do Iguaçu, no Oeste, onde a distribuição para os agricultores começou em 2002.

O Programa de Lodo Agrícola da Sanepar já foi premiado e reconhecido nacional e internacionalmente. Uma das premiações foi pelo Instituto Trata Brasil na categoria Inovação e Tecnologia. Além disso, a Sanepar também foi reconhecida pelo Pacto Global da ONU na COP28 por seu programa, que inclui o uso do lodo em áreas agrícolas.

Os agricultores que tenham interesse em participar do programa podem fazer seu cadastramento/inscrição no site da Companhia, na aba Sustentabilidade.

Fonte: AEN Foto: Sanepar/Willimar Souza Dias