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Copom mantém Selic em 15%

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%, conforme anúncio do Banco Central. A decisão foi tomada após uma reunião de dois dias entre o presidente do BC e seus diretores, considerando o cenário macroeconômico, a inflação, as contas públicas, a atividade econômica e os riscos externos. Esta foi a sexta reunião do ano do comitê, e a taxa valerá pelos próximos 45 dias, até o encontro seguinte. As atas do Copom são publicadas em até quatro dias úteis, detalhando as análises que fundamentam as decisões.

Na reunião anterior, realizada nos dias 29 e 30 de julho, o Copom já havia mantido a Selic em 15%, citando um ambiente externo mais adverso, principalmente devido às políticas comerciais e fiscais adotadas pelos Estados Unidos. As decisões sobre a taxa levam em conta não apenas o contexto interno, mas também os impactos de variáveis externas sobre a economia brasileira.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para atingir a meta de inflação. Quando elevada, ajuda a conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. Por outro lado, a manutenção ou eventual redução da taxa tende a baratear o crédito, estimular a produção e o consumo, mas torna o controle da inflação mais desafiador.

Além da Selic, bancos consideram risco de inadimplência, despesas administrativas e margem de lucro para definir os juros cobrados dos consumidores. Assim, mudanças na taxa básica têm impacto direto sobre o custo do crédito e o ritmo da atividade econômica, influenciando decisões de empresas e famílias em todo o país.

Fonte: Agrolink Foto: Pixabay

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Fonte: Ibrahort

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Foto: Gilson Abreu/AEN

Plantio de soja 25/26 avança no PR, mas falta de chuva limita MT

A semeadura da safra 2025/26 de soja chegou na quinta-feira (11) a 0,12% da área estimada para o Brasil, contra 0,02% uma semana antes e 0,06% no mesmo período da safra passada, de acordo com levantamento da AgRural.

O ritmo é puxado pelo Paraná, mas também já há plantio em Mato Grosso e São Paulo. Embora ainda não se possa falar em atraso, o ritmo de Mato Grosso ainda é lento devido à baixa umidade.

Milho verão

O plantio da primeira safra de milho do ciclo 2025/26, o milho verão, chegou a 17% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil na quinta-feira (11), contra 12% uma semana antes e 19% no mesmo período do ano passado (safra 2024/25), de acordo com levantamento da AgRural. A semeadura segue concentrada nos três estados do Sul, onde os trabalhos avançam conforme a umidade permite.

Fonte: Agrural Foto: Divulgação

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Safra de grãos 2024/205 é estimada pela Conab em 350,2 milhões de toneladas e atinge novo recorde histórico

Os produtores brasileiros irão colher a maior safra de grãos no ciclo 2024/25 quando se compara com a série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com uma colheita estimada em 350,2 milhões de toneladas. Os dados estão no 12º e último Levantamento da Safra de Grãos do ciclo 2024/25, divulgado na manhã desta quinta-feira (11), no auditório da sede da Companhia, em Brasília (DF). O presidente da Conab, Edegar Pretto, reforçou que neste ciclo o bom resultado é reflexo dos novos recordes atingidos na produção de soja, milho e algodão, além da boa colheita para importantes produtos para os brasileiros como arroz e feijão.

“Além dessa grande safra, nós temos ainda três recordes: é a maior safra de soja, 171,47 milhões de toneladas; recorde na produção de milho, com 139,47 milhões de toneladas, maior safra de algodão em pluma, com 4,06 milhões de toneladas. Além desses três recordes, a boa notícia também vem dos pequenos e médios agricultores que estão colhendo uma grande safra de feijão e arroz. Essa super safra garante a nossa soberania alimentar, garante comida para a população do Brasil e para países que dependem da nossa produção, nos garante, também, a soberania energética e a sustentabilidade com os biocombustíveis”, reforçou o presidente da Companhia.

Além de Pretto, estiveram presentes no anúncio realizado na manhã desta quinta-feira (11), em Brasília, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e os ministros da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira. Também participaram do evento a diretora Administrativa, Financeira e de Fiscalização da Conab, Rosa Neide, e os diretores da estatal de Política Agrícola e Informações, Silvio Porto, de Operações e Abastecimento, Arnoldo de Campos, e de Desenvolvimento, Inovação e Gestão de Pessoas, Lenildo de Morais.

O vice-presidente e ministro do MDIC ressaltou que a produção agrícola é ainda maior que a safra anunciada pela Conab. “Aliás, são 350,2 milhões de toneladas só de grãos. Se contar tudo dará 1,2 trilhão de toneladas a safra agrícola brasileira. Então mostra que trabalho duro, competência, tecnologia e política pública correta trazem resultados”. Alckmin também destacou a importância da atuação do Conab na garantia da segurança alimentar. “Na agricultura você vive o clima todo dia, porque você depende permanentemente do clima. Então é óbvio que tem momentos que a safra é recorde e o preço cai. É hora de comprar e fazer estoque. Lá na frente, isso é cíclico, a safra desaba e o preço dispara. É hora de colocar produto para ter uma regularidade de preços e evitar que o povo, que o consumidor, fique nesse solavanco sempre perdendo. Então, por isso a importância da Conab como uma política essencial para a gente ter preços mais estáveis e garantir segurança alimentar”, ressaltou ele.

De acordo com o ministro do MDA, Paulo Teixeira, o resultado obtido nesta safra é reflexo do apoio do governo federal à agricultura. “Primeiro nós temos uma agricultura forte, de alta tecnologia, o financiamento é forte, as políticas públicas voltaram. A volta das políticas públicas de financiamento, de compras públicas, de estoque ajudam muito a estimular o produtor a produzir porque ele tem venda garantida”.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou que a safra recorde registrada na safra 2024/25 é resultado de um trabalho estratégico. “É a super safra da estratégia. A estratégia de reativar as políticas públicas pela Conab, de fazer os planos safras sucessivos recordes, do estímulo a produção, do apoio à comercialização, a estratégia do controle inflacionário pelo excedente da produção, a estratégia de estar atento às mudanças necessárias das políticas públicas, de abrir mercados para que a gente continue gerando oportunidades , crescimento econômico, a balança comercial superavitária, são 435 novos mercados abertos”, salientou.

De acordo com o boletim divulgado nesta quinta, o crescimento verificado na atual safra em relação ao ciclo 2023/24 é atribuído à expansão de 1,9 milhão de hectares na área cultivada, saindo de 79,9 milhões de hectares na temporada passada para 81,7 milhões de hectares em 2024/25, bem como às condições climáticas favoráveis, sobretudo no Centro-Oeste, com destaque para o Mato Grosso, o que influenciou a recuperação na produtividade média nacional das lavouras em 13,7%, sendo estimada em 4.284 quilos por hectare no atual ciclo, enquanto que em 2023/24 foi de 3.769 kg/ha.

Outras informações sobre o cultivo e as condições de mercado sobre as principais culturas cultivadas no país podem ser encontradas no 12º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, publicado no site da Conab.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

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IDR-PR apresenta caminhos para aumento da produção sustentável do milho

O milho é um dos pilares do agronegócio paranaense. Sua importância econômica e estratégica — tanto no fornecimento de ração para cadeias de proteína animal quanto no abastecimento de novas indústrias — coloca o cereal no centro de um desafio: é preciso aumentar a oferta. A questão foi amplamente debatida no 18º Seminário Nacional de Milho Safrinha, realizado na última semana, em Londrina.

Durante o evento, pesquisadores e extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater (IDR-Paraná) apresentaram diagnósticos, dados técnicos e caminhos possíveis para ampliar a produção de maneira sustentável.

Com cerca de 3 milhões de hectares cultivados e 20 milhões de toneladas colhidas na última safra, o milho responde, de forma direta ou indireta, por mais de 40% do valor gerado pelo agronegócio paranaense. “É o principal insumo para as cadeias de aves, suínos, leite, peixes e até ovos férteis. O que produzimos não é exportado, é consumido aqui mesmo, dentro do Estado”, explicou o engenheiro-agrônomo Edivan José Possamai, do IDR-Paraná.

O Paraná é o segundo maior produtor do País, atrás apenas de Mato Grosso, mas, ainda assim, precisa importar eventualmente. “Em determinadas épocas, temos de trazer milho do Paraguai para suprir a demanda. Isso evidencia que nossa produção ainda não atende plenamente o consumo interno”, destacou Possamai.

Dos mais de 300 mil estabelecimentos agropecuários do Estado, cerca de 95 mil trabalham com grãos, sendo 73% deles conduzidos por agricultores familiares. “O milho tem papel fundamental também na esfera social. Está inserido na pecuária, nos sistemas agroindustriais e na base de milhares de pequenas propriedades”, acrescentou.

A necessidade de aumentar a produção não é apenas conjuntural, mas também estrutural. “A cadeia produtiva do milho responde por aproximadamente 40% do valor econômico gerado pelo agronegócio paranaense”, observou a diretora de Pesquisa e Inovação do IDR-Paraná, Vania Moda Cirino.

Além de atender a cadeia de proteína animal, o cereal passou a ser demandado por novos segmentos industriais. “A produção de etanol de milho está crescendo. E será que teremos matéria-prima suficiente para suprir esses setores?”, questionou a diretora.

Ela citou o exemplo da futura instalação de uma planta de combustível sustentável para aviação (SAF) no Estado, com inauguração prevista para 2028. “Só essa empresa vai investir R$ 2,3 bilhões no Paraná. Precisamos garantir o fornecimento de milho para esse novo mercado”, alertou.

O cenário climático também impõe barreiras. Pablo Ricardo Nitsche, pesquisador em agrometeorologia do IDR-Paraná, apontou o aumento dos riscos nos últimos anos, com maior ocorrência de estiagens, veranicos e eventos extremos. “A média das temperaturas está subindo, e embora a quantidade de chuva anual permaneça similar, ela se concentra em menos dias. Isso significa chuvas mais intensas que aumentam os riscos de erosão e dificultam o manejo da água no solo”, explicou.

Diante desse contexto, a pesquisadora Graziela Moraes de Cesare Barbosa enfatizou a importância das práticas conservacionistas para manter a produtividade. “O terraceamento é indispensável para reter a água da chuva e preservar o solo. Mesmo com plantio direto e rotação de culturas, a ausência de terraços pode resultar na perda de até 40% da água por escoamento superficial, além de toneladas de solo por hectare em eventos extremos”, relatou.

Outro aspecto desafiador está relacionado à sanidade das lavouras, que enfrentam pressões de pragas e doenças (como o complexo do enfezamento) e também o controle de algumas plantas invasoras, como a buva e o capim-amargoso.

Napis

O enfrentamento ao complexo do enfezamento — causado por patógenos transmitidos principalmente pela cigarrinha-do-milho — e o manejo de solos motivaram a formação de ampla ação de pesquisa no âmbito dos NAPIs (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação).

Os NAPISs são redes colaborativas que integram centros de pesquisa, universidades e entidades privadas com o objetivo de solucionar gargalos estratégicos e gerar impactos sociais e econômicos relevantes para o Paraná. Os trabalhos são coordenados pela Fundação Araucária, vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

“Temos plena convicção de que com ciência, tecnologia e inovação, seremos capazes de superar esses desafios”, concluiu a diretora Vania Cirino.

Evento

O Seminário Nacional de Milho Safrinha é uma realização da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS), entidade de âmbito nacional voltada ao aprimoramento dessas culturas. A organização da 18ª edição coube ao IDR-Paraná, ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) e à Associação dos Engenheiros-Agrônomos de Londrina, com apoio da Fundação Araucária e empresas patrocinadoras.

Fonte: AEN Foto: Divulgação

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Oferta limitada eleva preço do feijão em setembro

A segunda semana de setembro foi marcada por valorizações no mercado de feijão. Segundo pesquisadores do Cepea, para o tipo carioca de melhor qualidade, a oferta bastante limitada nas principais regiões produtoras manteve os preços em alta.

Além disso, a combinação de clima adverso, de colheita finalizada em importantes regiões e de estratégias de armazenamento reforçaram o movimento de avanço dos preços deste feijão. Quanto ao grão preto, o mercado apresenta sinais de recuperação, ainda que os valores permaneçam abaixo das médias históricas. Pesquisadores do Cepea indicam que o suporte aos preços vem da retomada pontual da demanda.

No campo, dados divulgados pela Conab no dia 11 apontam que a safra 2024/25 nacional de feijão deve somar 3,07 milhões de toneladas, recuo de 3,9% em relação ao ciclo anterior. Esse é o resultado da queda de 5,6% na área cultivada e do ganho parcial de 1,8% na produtividade.

Fonte: Cepea/Esalq Foto: Divulgação

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Modelo prevê produtividade agrícola com uso de imagens de satélite

Um modelo em desenvolvimento pela Embrapa conseguiu estimar com boa assertividade a produtividade de cana-de-açúcar utilizando imagens de satélite coletadas durante a fase de crescimento do trabalho. O resultado foi obtido integrando as imagens com técnicas estatísticas e aprendizagem de máquina. A mesma metodologia também foi testada em soja e serviu como forma de validação do bioestimulante Hydratus que acaba de ser lançado.

A pesquisa utiliza uma série temporal de imagens do PlanetScope disponibilizadas por meio do Programa Brasil Mais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As imagens diárias permitem que os pesquisadores identifiquem os melhores momentos no desenvolvimento da planta para obter o índice de vegetação usado na previsão. As informações recolhidas nas imagens integradas a variações como cultivar, ciclo de produção e ocorrências acumuladas durante a fase de crescimento são utilizadas num modelo de predição.

No caso da cana-de-açúcar, um trabalho feito em parceria com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), e financiado pela Finep, monitorou duas safras durante três anos e obteve um coeficiente de determinação de 0,89. Isso significa que quando comparados as predições do modelo com a produtividade observada na laboração pelos métodos agronômicos tradicionais, houve 89% de precisão, índice considerado alto para análise.

O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital Geraldo Magela Cançado explica que o trabalho começou com um modelo mais simples, mas, conforme os trabalhos avançam, novas variáveis ​​serão inseridas, como temperatura, textura do solo e disponibilidade hídrica. Com essas variáveis ​​espera-se melhorar a eficiência da ferramenta.

A expectativa da equipe que trabalha na pesquisa é gerar um modelo de previsão que possa ser utilizado por produtores e indústrias com dados por talhão nas propriedades rurais. Isso possibilitaria o melhor planejamento estratégico, a antecipação de negociações, a programação de logística e a orientação para possíveis intervenções na mão de obra. Outro possível uso seria pelo poder público na previsão de safras.

“Essa metodologia permite um levantamento de safra mais objetivo. Queremos diminuir a subjetividade dessa previsão e ser mais abrangente. Considerada a imensidão deste País, só com o uso de imagens de satélites isso se torna possível”, afirma o pesquisador João Antunes.

Na cultura da soja

Após uma primeira experiência com a cana-de-açúcar, a mesma metodologia começou a ser utilizada na cultura da soja em uma pesquisa de validação do uso do bioestimulante Hydratus, que protege as plantas contra a seca e estimula o crescimento vegetal. O trabalho, financiado pela Finep, foi feito em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo e a empresa Bioma. Três áreas foram monitoradas. Em duas delas, a equipe da pesquisa utilizou imagens de satélite do PlanetScope e, na terceira, imagens feitas com uso de drone.

Enquanto na cana foi adotado o índice vegetativo por diferença normalizada verde (GNDVI) para previsão de produtividade, na soja foi usado o índice de vegetação realçado (EVI2). O primeiro utiliza bandas espectrais de infravermelho próximo (NIR) e a verde, possibilitando identificar diferenças no teor de clorofila. Já o segundo, a banda espectral vermelha, além do NIR, com sensibilidade à estrutura da planta e à biomassa.

Os resultados obtidos não só acusaram a diferença de produtividade entre os tratamentos com diferentes doses e testemunharam o bioestimulante Hydratus, como tiveram uma demonstração de 71% entre a produtividade predita e a observada. Embora menor que a assertividade da cana-de-açúcar, o índice de predição do modelo é considerado alto.

“Cada cultura tem um comportamento diferente e é normal essa variação entre elas. No geral, assumimos como aceitáveis ​​níveis de visualização acima de 0,6 (ou seja, o modelo é capaz de explicar acima de 60% da variação observada). No caso da cana, como a produção está muito ligada ao próprio dossel da planta (parte da planta sobre a superfície do solo, formada por folhas e colmos), eles obtêm-se resultados melhores, pois é quase uma relação direta entre biomassa e produtividade de colmo (caule típico). de gramíneas, como a cana). Já no caso da soja, como o produto é o grão, a relação dossel da soja e produtividade não é tão direta”, explica Geraldo Cançado.

Os bons resultados do modelo de predição trazem otimismo para o uso em pesquisas de campo, permitindo o monitoramento preciso e não destrutivo.

“Essa estrutura de avaliação dupla, combinando métricas agronômicas com sensoriamento remoto, fornece uma estratégia inovadora e econômica para avaliação do desempenho das culturas em tempo real”, afirma o pesquisador.

O trabalho vem utilizando de forma comparativa duas abordagens, uma com aprendizagem de máquina e outra com métodos estatísticos. De acordo com o analista da Embrapa Eduardo Speranza , devido ao volume ainda pequeno de amostras usadas para treinar o algoritmo, o modelo com cálculos estatísticos vem se mostrando mais preciso.

“Apesar de ter muitos experimentos, ganhei em uma publicação com 500-600 amostras para treinar um algoritmo. Essa quantidade para aprendizado de máquina é pequena. O método de aprendizagem de máquina tem potencial de ser melhor, mas necessita de milhares de amostras”, explica Speranza, lembrando que o aumento de amostras depende da validação in loco pelo método agronômico de monitoramento.

Fonte e Foto: Embrapa Agricultura Digital/Gabriel Faria

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Milho safrinha 2026: tecnologia deve ser mantida

O milho safrinha 2026 apresenta perspectivas positivas para manutenção dos investimentos em tecnologia, segundo Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado. Fatores como boas produtividades, preços atrativos do cereal e a redução nos preços de fertilizantes, especialmente a Ureia, abrem uma janela de oportunidades para os produtores brasileiros.

Ainda há mais de 50% do fertilizante e da semente em aberto, além de mais de 60% do defensivo disponível, permitindo que o agricultor invista de forma razoável na cultura e busque melhores resultados na produtividade.

No entanto, a crise de crédito no país pode limitar alguns investimentos, exigindo que cada produtor e sua equipe técnica avaliem o cenário antes de definir ajustes na tecnologia aplicada. “Obviamente, cabe também ponderar alguns fatores. O principal deles é que vemos uma crise de crédito grande no país. Isso pode ser um limitador, sem dúvida. Porém, olhando para uma média, existe a possibilidade de vermos o produtor mantendo a tecnologia, até mesmo buscando aumentar a produtividade para ter melhores lucratividades”, indica.

Além do milho, Souza participou recentemente de um evento técnico do girassol promovido pela Caramuru Alimentos S.A., em Itumbiara (GO), que reuniu mais de 400 pessoas. O analista destacou o crescimento da cultura na região e seu potencial para diversificação da produção agrícola em Goiás.

“A decisão final sempre é daquele que produz. Ele precisa ter um embasamento técnico para pensar em reduções, e não sou eu a pessoa que irá dizer se ele tem que reduzir ou não. A resposta precisa sair dele e de sua equipe técnica. Mas, enfim, o desafio que temos pela frente realmente é o crédito”, conclui.

Fonte: Agrolink Foto: Leonardo Gottems

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Mercado financeiro projeta PIB de 2,16% em 2025

O mercado financeiro prevê crescimento de 2,16% da economia brasileira para 2025, percentual abaixo dos 2,19% projetados há uma semana para o Produto Interno Bruto – PIB, a soma de todas riquezas produzidas no Brasil.

É o que indica o boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (08/09) pelo Banco Central (BC). Para os anos subsequentes, a previsão do mercado é que a economia cresça 1,85%, em 2026; e 1,88% em 2027.

O PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2025, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), resultado que atingiu “o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996”, apesar de representar desaceleração, se comparado ao crescimento de 1,3% observado no primeiro trimestre.

Inflação

Com relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país), o Boletim Focus interrompeu uma tendência de queda que vinha sendo observada há 14 semanas, mantendo a mesma previsão observada na semana passada, de 4,85%. Há quatro semanas, a expectativa de inflação para o ano estava em 5,05%.

Para 2026 e 2027, as estimativas de inflação estão menores do que as projetadas nas semanas anteriores: 4,3% no ano que vem; e 3,94% em 2027. Na semana anterior, as previsões estavam em 4,31% e 3,94%, respectivamente.

A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Em julho, pressionada pela conta de energia mais cara, a inflação oficial divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou em 0,26%, sendo o segundo mês seguido de queda nos preços dos alimentos, o que ajudou a segurar o índice. No acumulado em 12 meses, o IPCA alcançou 5,23%, acima do teto da meta de até 4,5%.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Este percentual é também o projetado pelo boletim há 11 semanas.

Para 2026 e 2027, a projeção do mercado para a Selic também se mantém estável, em 12,5% e 10,5%, respectivamente.

O recuo da inflação e o início da desaceleração da economia fizeram o colegiado interromper o ciclo de aumento de juros na última reunião, em julho, após sete altas seguidas na Selic.

Em comunicado, o Copom informou que a política comercial dos EUA aumentou as incertezas em relação aos preços. A autoridade monetária, então, informou que, por enquanto, pretende manter os juros básicos, mas não descartou a possibilidade de voltar a elevar a Selic caso seja necessário.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Os bancos consideram outros fatores além da Selic na hora de definir os juros a serem cobrados dos consumidores. Entre eles estão risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Dólar

Pela terceira semana seguida, o Boletim Focus reduz o valor projetado para o dólar ao final de 2025. A expectativa do mercado financeiro é de que a moeda norte-americana feche o ano cotada a R$ 5,55.

Há uma semana a projeção estava em R$ 5,56; e há quatro semanas estava em R$ 5,60 – o mesmo valor projetado para 2026 e 2027.

Fonte: Agência Brasil Foto: Divulgação

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A “arma secreta” que gigantes do agro escolheram testar no Brasil contra praga invisível

Referências no mundo do agro, a empresa alemã Basf e as norte-americanas Corteva Agriscience e M.S. Technologies anunciaram recentemente uma colaboração inédita para testar uma tecnologia de sementes no Brasil. A parceria estratégica vai impulsionar o lançamento de uma nova característica genética para combater nematoides, pragas microscópicas que causam bilhões em prejuízos anuais nas lavouras.

O acordo de licenciamento permite que o novo trait de soja da Basf, chamado de NRS (em inglês, nematode resistant soja), seja incorporado às sementes das plataformas de soja da Corteva e M.S. Technologies, conhecidas comercialmente como Enlist E3® e Conkesta E3®.

A escolha do Brasil como mercado inicial não é aleatória. O país é o maior produtor mundial de soja, com uma estimativa da safra 2024/2025 de 169,49 milhões de toneladas, plantadas em 47,61 milhões de hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Adolfo Ulbrich, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento para Sementes e Traits da Basf Soluções para Agricultura na América Latina, explica que a decisão faz parte da estratégia de ter uma presença mais forte no mercado brasileiro. “Esta parceria ocorre em nível global, e o Brasil será o primeiro país a receber essa tecnologia, uma vez que as variedades comerciais contendo o trait NRS serão uma novidade no mercado”, afirma.

Solução para um problema bilionário

Os nematoides são considerados uma das pragas mais difíceis de controlar. De acordo com um levantamento de 2022 da Syngenta em parceria com a consultoria Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia, as perdas causadas por nematoides em diversos cultivos no Brasil chegam a R$ 65 bilhões.

Apenas na cultura da soja, o prejuízo anual é de R$ 27,7 bilhões, o que equivale à perda de uma safra inteira a cada dez plantadas. Conforme a Basf, o trait NRS demonstrou um controle superior a 90% dos nematoides das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) em mais de 160 testes de campo realizados nos últimos sete anos. O produto também age sobre o nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines).

A tecnologia funciona de forma semelhante às proteínas usadas para o manejo de lagartas na soja. “O trait NRS confere à planta a capacidade de produzir uma proteína Cry, derivada da bactéria Bacillus thuringiensis, que é tóxica para o nematoide. Ao se alimentar nas raízes, o microrganismo adquire a proteína, que se acumula em seu intestino e interrompe a absorção de nutrientes, levando-o à morte”, detalha Ulbrich.

O executivo ressalta que o trait NRS não deve substituir, e sim complementar as ferramentas de manejo já existentes, como tratamentos de sementes e rotação de culturas. Ele reforça que a tecnologia será “disruptiva” para o controle dos nematoides das lesões radiculares, já que atualmente não há ferramentas eficientes no mercado brasileiro para esse fim.

Estimativa é lançar a nova soja até o início da próxima década

A união das três empresas é vista como um marco no setor. “Estamos contentes com a oportunidade de combinar nossa tecnologia de soja com o trait de resistência a nematoides da Basf, oferecendo aos produtores de todo o Brasil uma nova ferramenta para ajudar na proteção contra o Pratylenchus brachyurus e o nematoide do cisto da soja”, destaca Christian Pflug, diretor de Licenciamento da Corteva para o Brasil e Paraguai.

O presidente da M.S. Technologies, Joe Merschman, reforça a visão de que a parceria representa uma “mudança radical” na proteção das lavouras. “Desde o início, a M.S. Technologies tem se concentrado no desenvolvimento da genética de soja de mais alto desempenho do setor. Combinar a genética de nossas plataformas com esse novo trait NRS da Basf representa uma mudança radical na proteção de valor para os produtores de soja da América do Sul”, afirma o executivo.

As empresas preveem que as variedades comerciais, contendo a inovação tecnológica do trait NRS, estarão disponíveis para os agricultores no Brasil até o final desta década ou início da próxima. A chegada da tecnologia depende da conclusão dos testes de campo e das revisões regulatórias aplicáveis, tanto no Brasil quanto nos países que importam a produção brasileira de soja. Segundo Ulbrich, a Basf já tem a aprovação do trait NRS no Brasil e também nos Estados Unidos, Canadá, China e Argentina.

Fonte: Gazeta do Povo/ Erich Thomas Mafra  Foto: Divulgação/Basf