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Em fevereiro, IBGE prevê safra de 323,8 milhões de toneladas para 2025

Em fevereiro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2025 deve totalizar 323,8 milhões de toneladas, 10,6% maior que a obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas) com aumento de 31,1 milhões de toneladas; e 0,5% abaixo da informada em janeiro, com queda de 1,6 milhão de toneladas.

A área a ser colhida foi de 81,0 milhões de hectares, acréscimo de 2,4% frente à área colhida em 2024, com aumento de 1,9 milhão de hectares, e acréscimo de 28.921 hectares (0,0%) em relação a janeiro.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,9% da estimativa da produção e respondem por 87,5% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 3,2% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 7,1% na do arroz em casca; de 0,3% na do feijão; de 2,8% na da soja; de 2,2% na do milho (declínio de 1,4% no milho 1ª safra e crescimento de 3,2% no milho 2ª safra); e de 1,3% na do sorgo, ocorrendo declínio de 2,5% na do trigo.

Em relação à produção, houve acréscimos de 1,8% para o algodão herbáceo (em caroço); de 9,0% para o arroz; de 9,6% para o feijão; de 13,4% para a soja; de 8,8% para o milho (crescimento de 10,3% para o milho 1ª safra e de 8,4% para o milho 2ª safra); de 3,7% para o sorgo, bem como decréscimo de 3,8% para o trigo.

A estimativa de fevereiro para a soja foi de 164,4 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 124,8 milhões de toneladas (25,3 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 99,5 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 11,5 milhões de toneladas; a do trigo em 7,2 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 9,0 milhões de toneladas; e a do sorgo em 4,1 milhões de toneladas.

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para as Regiões Centro-Oeste (10,7%), Sul (11,7%), Sudeste (12,1%), Nordeste (10,2%) e Norte (3,5%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos na produção a Nordeste (0,3%), a Sudeste (1,2%) e a Centro-Oeste (0,6%), enquanto a Região Norte (-0,1%) e a Sul (-3,2%) apresentaram declínios.

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 29,8%, seguido pelo Paraná (13,6%), Goiás (11,5%), Rio Grande do Sul (11,4%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,8% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (49,4%), Sul (27,0%), Sudeste (9,0%), Nordeste (8,8%) e Norte (5,8%).

Em relação a janeiro, houve aumentos nas estimativas da produção do café canephora (1,5% ou 15 482 t), da aveia (1,2% ou 12 300 t), do arroz (0,7% ou 81 765 t), do milho 2ª safra (0,6% ou 579 011 t), da batata 2ª safra (0,3% ou 4 069 t) e do milho 1ª safra (0,2% ou 60 279 t), porém, declínios nas estimativas da produção da batata 1ª safra (-4,8% ou -100 154 t), do feijão 1ª safra (-1,9% ou 23 577 t), da uva (-1,7% ou -34 385 t), do sorgo (-1,6% ou -67 695 t), da soja (-1,3% ou -2 174 276 t), do feijão 2ª safra (-1,1% ou -15 292 t), do trigo (-0,6% ou -40 255 t), do feijão 3ª safra (-0,3% ou -2 090 t), da batata 3ª safra (-0,1% ou -735 t), do café arábica (-0,1% ou -1 426 t) e da cevada (-0,0% ou -100 t).

As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram em Goiás (940 856 t), em Minas Gerais (341 149 t), no Paraná (284 300 t), na Bahia (76 400 t), no Maranhão (15 655 t), no Tocantins (4 521 t), em Pernambuco (4 018 t), no Amapá (835 t) e no Piauí (253 t), enquanto as variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-3 214 922 t), em Rondônia (-26 497 t), em Alagoas (-771 t) e no Rio de Janeiro (-265 t).

Arroz (em casca) – A estimativa para a produção de arroz foi de 11,5 milhões de toneladas, crescimento de 0,7% em relação à estimativa do mês anterior e de 9,0% em relação à safra 2024, com aumento de 7,1% na área a ser colhida e de 1,8% na produtividade. Os preços e a rentabilidade da cultura encontravam-se atrativos para o produtor, incentivando o aumento da área na época do plantio. O aumento das áreas de arroz, é um fator importante para o País, pois há alguns anos, a cultura vem perdendo espaço para lavouras mais rentáveis como a soja e o milho.

Batata-Inglesa – A produção, considerando-se as três safras do produto, deve alcançar 4,3 milhões de toneladas, redução de 2,2% em relação ao mês de janeiro. Destaque negativo para São Paulo, que teve sua estimativa de produção reduzida em 16,8%, frente à estimativa de janeiro, devendo alcançar uma produção de 704,8 mil toneladas. A 1ª safra deve contribuir com 46,3% do total de batata a ser produzido no ano. A produção foi estimada em 2,0 milhões de toneladas, redução de 4,8% em relação ao levantamento de janeiro, resultado influenciado, principalmente, pelos números de São Paulo (-33,2%). O Paraná e o Rio Grande do Sul aumentaram a estimativa de produção em 6,2% e 1,7%, respectivamente.

A 2ª safra, que representa 33,4% da produção total, foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, crescimento de 0,3% em relação a janeiro, com a estimativa do rendimento médio aumentando em 0,5% e a área a ser colhida sendo reduzida em 0,2%. O Rio Grande do Sul com aumento de 11,0% e Goiás com 157,1% foram os destaques positivos no aumento da estimativa de produção em relação ao mês anterior.

Para a 3ª safra, a estimativa de produção foi 0,1% menor que a de janeiro, atingindo 883,5 mil toneladas. Apenas Goiás atualizou os números desse segundo levantamento, com sua estimativa de produção sendo reduzida em 0,3% em relação ao mês anterior.

Café (em grão) – A produção brasileira, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi estimada em 3,2 milhões de toneladas, ou 52,8

milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 0,4% em relação ao mês anterior, tendo o rendimento médio aumentado nesse mesmo valor.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,1 milhões de toneladas ou 34,9 milhões de sacas de 60 kg, declínios de 0,1% em relação ao mês anterior e de 12,8% em relação ao volume produzido em 2024. Para a safra de 2025, aguarda-se uma bienalidade negativa, ou seja, um declínio natural da produção em função das características fisiológicas da espécie, em que nos anos pares tende-se a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte, em decorrência de um maior exaurimento das plantas.

Para o café canephora, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas ou 17,9 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 1,5% em relação ao mês anterior e de 4,9% em relação ao volume produzido em 2024, com aumentos de 1,0% na área a ser colhida e de 3,9% no rendimento médio.
Cereais de inverno (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. Para o trigo (em grão), a produção estimada alcançou 7,2 milhões de toneladas, declínios de 0,6% em relação ao mês anterior e de 3,8% em relação a 2024. Nos últimos anos, o clima na Região Sul não vem beneficiando as lavouras de inverno. A Região Sul deve responder por 84,0% da produção tritícola nacional em 2025.

A produção da aveia (em grão) foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, crescimentos de 1,2% em relação ao mês anterior e de 0,9% em relação ao volume colhido em 2024. O rendimento médio apresentou crescimento de 0,5%, enquanto a área plantada e a área a ser colhida aumentaram 0,7%. Os maiores produtores do cereal são o Rio Grande do Sul, com 852,6 mil toneladas, crescimento de 5,4% em relação ao volume colhido em 2024, com aumentos de 2,6% na área a ser colhida e de 2,7% no rendimento médio; e Paraná, com 179,3 mil toneladas, aumento de 7,4% em relação a janeiro e de 7,7% em relação a 2024.

Para a cevada (em grão), a produção estimada foi de 418,7 mil toneladas, aumento de 0,6% em relação ao volume produzido em 2024. A área plantada apresenta um aumento de 1.6%, enquanto o rendimento médio declinou 1,0% nesse último comparativo. Os maiores produtores da cevada são o Paraná, com 296,1 mil toneladas, crescimento de 3,1% em relação a 2024, devendo participar com 70,7% na safra brasileira de 2025, e o Rio Grande do Sul, com uma produção de 102,9 mil toneladas, decréscimo de 5,7% em relação ao volume produzido em 2024. A produção gaúcha deve representar 24,6% do total da cevada produzida em 2025 pelo País.

Feijão (em grão) – A estimativa para a produção de feijão, considerando-se essas três safras, deve alcançar 3,4 milhões de toneladas, declínio de 1,2% em relação a janeiro e crescimento de 9,6% sobre a safra 2024. Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2025, não havendo necessidade da importação do produto.

A estimativa da produção da 1ª safra de feijão foi de 1,2 milhão de toneladas, representando 35,4% de participação nacional dentre as três safras, sendo 1,9% menor frente ao levantamento de janeiro. Neste comparativo, foi verificado redução de 0,3% na área plantada e de 2,0% no rendimento médio. Em relação às Regiões Geográficas, houve queda no mês da produção de feijão no Nordeste (-2,0%), Sudeste (-1,3%), Sul (-1,6%) e Centro-Oeste (-3,7%). Na Região Norte foi estimado aumento de 0,2% em sua de produção. No Nordeste, no Sudeste e no Centro-Oeste houve redução no rendimento médio de 2,5%, 2,7% e 3,7%, respectivamente.

A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, correspondendo a 41,1% de participação entre as três safras. No comparativo com o mês de janeiro, houve redução de 1,1% na estimativa de produção, justificados pela diminuição da área a ser colhida (-0,7%) e da previsão para o rendimento médio (-0,4%). Houve manutenção da estimativa de produção nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste.

Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção de fevereiro foi de 799,6 mil toneladas, redução de 0,3% em relação ao mês anterior. Dos nove estados produtores dessa safra, sete mantiveram os números de janeiro. Houve reduções na estimativa de produção em Goiás (-0,8%) e Paraná (-22,2%). Salienta-se que Goiás e Minas Gerais são aqueles que mais contribuem com essa safra de feijão, correspondendo a 30,3% de participação (242,0 mil toneladas) e 25,5% (203,8 mil toneladas), respectivamente.

Milho (em grão) – A estimativa da produção do milho foi de 124,8 milhões de toneladas, crescimentos de 0,5% em relação ao mês anterior e de 8,8% em relação ao volume produzido em 2024. A área a ser colhida apresenta aumento de 2,2%, assim como o rendimento médio, com crescimento de 6,5% nesse comparativo, devendo alcançar 5 720 kg/ha. Em 2024, a produção do cereal foi afetada por problemas climáticos em diversas Unidades da Federação produtoras, devendo recuperar-se em 2025.

O milho 1ª safra apresentou uma estimativa de produção de 25,3 milhões de toneladas, aumentos de 0,2% em relação a janeiro e de 10,3% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024. A área plantada, na safra corrente, deve cair 2,6%, enquanto o rendimento deve crescer 11,9%, em decorrência do clima que tem beneficiado as lavouras na maioria das Unidades da Federação produtoras.

A produção do milho 2ª safra apresentou crescimentos de 0,6% em relação ao mês anterior e de 8,4% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024. O Mato Grosso, Unidade da Federação com maior participação nacional na produção do milho 2ª safra, com 46,0% do total, estimou uma produção de 45,8 milhões de toneladas, declínio de 3,7% em relação ao volume produzido em 2024. Nesse comparativo, a área plantada cresceu 2,8%, havendo declínio de 6,4% no rendimento médio. O Estado vem recebendo bons volumes de chuvas, o que tem possibilitado o aumento do potencial produtivo inicialmente estimado. Em Minas Gerais, a estimativa está crescendo 5,4% em relação ao mês anterior, em decorrência do rendimento médio que aumentou 5,8%.

Soja (em grão) – Mesmo com a revisão mensal de 2,2 milhões toneladas a menos, reflexo, principalmente, das perdas registradas no Rio Grande do Sul, a produção nacional da oleaginosa deve alcançar novo recorde na série histórica, com 164,4 milhões de toneladas em 2025, um aumento de 13,4% em comparação à quantidade obtida no ano anterior.

Sorgo (em grão) – A estimativa de fevereiro para a produção do sorgo foi de 4,1 milhões de toneladas, representando queda de 1,6% em relação ao obtido em janeiro e aumento de 3,7% em relação à safra 2024. O rendimento médio nacional é estimado em 3 065 kg/ha, sendo menor 0,3% no comparativo mensal, embora seja 2,3% maior que o obtido em 2024. O sorgo deve ocupar 1,3 milhão de hectares, correspondendo a 1,7% das áreas destinadas a cereais, leguminosas e oleaginosas na safra 2025, participando com 1,3% nessa produção.

Fonte: Mais Soja/IBGE Foto: Jaelson Lucas/AEN

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Produção de grãos na safra 2024/25 é de 328,3 milhões de toneladas em nova estimativa da Conab

Com conclusão do plantio das culturas de 1ª safra e intensificação dos trabalhos de colheita destes produtos, a atual estimativa para a produção de grãos na safra 2024/25 foi atualizada e está em 328,3 milhões de toneladas, incremento de 10,3% se comparado com o volume obtido no ciclo anterior, o que representa um acréscimo de 30,6 milhões de toneladas a serem colhidas. O resultado reflete tanto um aumento na área plantada, estimada em 81,6 milhões de hectares, como em uma recuperação na produtividade média das lavouras, projetada em 4.023 quilos por hectare. Caso o panorama se confirme ao final do ciclo, este será um novo recorde para a produção na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As informações estão no 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela estatal nesta quinta-feira (13).

Principal produto cultivado na 1ª safra, a soja tem estimativa de produção de 167,4 milhões de toneladas, 13,3% superior à safra passada. Após o início de colheita mais lento, devido a atrasos no plantio e excesso de chuvas em janeiro, a redução das precipitações em fevereiro propiciou um grande avanço na área colhida. Nesta semana o índice de colheita se encontra em 60,9% da área, superior ao registrado no mesmo período na temporada anterior bem como na média dos últimos 5 anos, como indica o Progresso de Safra publicado pela Companhia. Os rendimentos obtidos até o momento têm superado positivamente as expectativas iniciais em importantes estados produtores, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Por outro lado, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, a irregularidade e a ausência de precipitações já afetou o potencial produtivo da cultura em quase todo o estado.

A colheita da soja dita o ritmo de avanço do plantio do milho 2ª safra, que já atinge 83,1% da área prevista. O índice está abaixo do registrado no último ciclo em período semelhante, porém mais alto do que a média dos últimos 5 anos. A expectativa da Conab é que haja um crescimento da área da 2ª safra do cereal em 1,9%, chegando a aproximadamente 16,75 milhões de hectares. As condições climáticas até o momento são favoráveis e se estima uma recuperação na produtividade média nas lavouras, estimada em 5.703 quilos por hectares. Com isso, a produção apenas na 2ª safra do grão está projetada em 95,5 milhões de toneladas, variação positiva de 5,8% em relação à 2023/24. Este bom desempenho influencia na estimativa esperada para a produção total de milho de 122,8 milhões de toneladas, crescimento de 6,1%.

Para o arroz também se verifica aumento na área plantada em 6,5%, chegando a 1,7 milhão de hectares. As boas condições climáticas vêm favorecendo as lavouras, permitindo uma recuperação de 7,3% na produtividade média das lavouras, estimada em 7.063 quilos por hectare. Mantendo-se as condições atuais, a estimativa para a produção neste levantamento passa para 12,1 milhões de toneladas. Os índices de colheita se apresentam superiores ao mesmo período da safra passada em quase todos os principais estados produtores, apenas Tocantins o ritmo de colheita se encontra em percentual um pouco abaixo do ciclo passado.

Outro importante produto para os brasileiros, o feijão deverá registrar um ligeiro aumento na produção total de 1,5% na safra 2024/25, estimada em 3,29 milhões de toneladas. O resultado é influenciado principalmente pela expectativa de uma leve melhora na produtividade média das lavouras, uma vez que a área destinada para a leguminosa se mantém praticamente estável.

No caso do algodão, a expectativa é que o aumento na área semeada, estimada em cerca de 2 milhões de hectares, reflita em incremento na produção. A expectativa é de uma boa produtividade média nas lavouras, podendo ser a terceira maior já registrada na série histórica perdendo apenas para os últimos dois ciclos. Nesse cenário, a estimativa é que se colha 3,82 milhões de toneladas da pluma, estabelecendo um novo recorde para o país.

Mercado

A entrada da safra de arroz no mercado mantém a tendência de baixa nos preços pagos aos produtores. Além disso, o aumento de produção estimado pela Companhia garante o abastecimento interno e possibilita uma recuperação nos estoques de passagem do produto mesmo com a expectativa de aumento nas exportações do grão. Estima-se que as vendas de arroz brasileiro ao mercado externo cheguem a 2 milhões de toneladas, e que o estoque de passagem ao final da safra 2024/25 apresente recuperação, com um volume estimado de 1,4 milhão de toneladas ao final de fevereiro de 2026.

As informações completas sobre o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, com as condições de mercados dos produtos, podem ser conferidas no boletim publicado no Portal da Conab.

Fonte: Mais Soja/Conab Foto: Mapa

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Mercado da soja tem movimentos com colheita

No mercado da soja do estado do Rio Grande do Sul, os preços giram no Porto a R$ 137,00. “Indicações no porto, para entrega em março, pagamento abril na casa de R$ 138,00. No interior, os preços nas fábricas seguem os valores de cada praça: R$ 133,00 em Cruz Alta (pagamento em 31/03), R$ 133,00 em Passo Fundo (pagamento no final de março), R$ 133,00 em Ijuí (pagamento em 31/03), R$ 133,00 em Santa Rosa/São Luiz (pagamento em meados de abril) Já os preços de pedra em Panambi mantiveram-se em R$ 125,00 por saca para o produtor”, comenta.

Santa Catarina registra crescimento na produção de soja, mas chuvas irregulares preocupam. “A soja de segunda safra, cultivada principalmente em regiões específicas do estado, também pode ser impactada pelo déficit hídrico nos primeiros meses do ano, afetando o desenvolvimento das plantações. No porto de São Francisco, os preços da soja apresentaram variações, com cotação de R$134,19 por saca em junho. Esse cenário reflete as incertezas climáticas e os impactos na produção”, completa.

No Paraná, o ritmo da colheita e as condições das lavouras indicam um bom desenvolvimento da safra no estado. “Em Paranaguá, o preço chegou a R$ 135,77. Em Ponta Grossa foi de R$ 127,11 por saca CIF, Cascavel, o preço foi 122,08. Em Maringá, o preço foi de R$ 123,50 em Ponta Grossa o preço foi a R$ 127,11 por saca FOB, sem negócios reportados. Os preços em Ponta Grossa ficaram em R$ 125,00”, indica.

Campo Grande lidera a produção agrícola no Brasil e projeta crescimento com mudanças tributárias. A colheita da soja 2024/2025 em Mato Grosso do Sul atingiu 50,5%, mas 47% da área enfrenta estresse hídrico, afetando lavouras no sudeste, centro e sul. A colheita segue acima da média, com pico entre 14 de fevereiro e 14 de março. O plantio do milho segunda safra avançou para 936 mil hectares, liderado pela região Sul (48,2%). Nos preços do dia, a soja spot foi negociada a 120,33 reais em várias cidades, exceto Chapadão do Sul, com 110,90 reais. O estado se mantém forte no agronegócio, apesar dos desafios climáticos.

A anomalia das vagens ameaça a safra de soja em Mato Grosso. “O preço da soja no estado recuou 1,13% em fevereiro, fechando o mês com uma média de R$ 107,99 por saca. Campo Verde: R$ 113,37, Lucas do Rio Verde: R$ 109,13. Nova Mutum: R$ 109,13. Primavera do Leste: R$ 113,59. Rondonópolis: R$ 113,37. Sorriso: R$ 109,13”, conclui.

Fonte: Agrolink/ Leonardo Gottems Foto: Nadia Borges

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Outono de 2025 terá clima seco e risco de geadas, alerta meteorologista

O Outono de 2025 se aproxima, tendo início no dia 20 de março. A estação deve trazer um cenário climático favorável para a colheita de grãos no Brasil, mas com desafios para o desenvolvimento das lavouras de inverno. Segundo o meteorologista Gabriel Luan Rodrigues, do Portal Agrolink, a redução das chuvas facilitará a entrada de máquinas nas lavouras, beneficiando as colheitas de soja e milho no Centro-Oeste, Sudeste e Sul. No entanto, a mesma condição pode impactar negativamente a implantação de culturas como trigo, aveia e cevada.

A menor umidade no Sul preocupa os produtores de grãos de inverno. “Na região Sul, onde se concentra grande parte da produção nacional de trigo, cevada e aveia, as chuvas abaixo da média são um ponto crítico, especialmente após um verão mais seco, que resultou em baixos estoques de água no solo”, explica Rodrigues.

Além disso, há risco de geadas precoces entre o fim de abril e meados de maio, o que pode comprometer as lavouras recém-implantadas.
O Sudeste enfrentará um outono com chuvas dentro da média, mas a pouca umidade acumulada no verão pode dificultar o crescimento das culturas de inverno. “O verão relativamente seco já deixou solos com menor disponibilidade hídrica, e com chuvas previstas dentro da média histórica no outono, pode faltar umidade suficiente para garantir um bom desenvolvimento inicial das culturas de inverno, como milho, feijão e hortaliças”, alerta Rodrigues.

Na região Centro-Oeste, o tempo seco favorecerá a colheita de soja e milho verão, proporcionando maior agilidade nas operações agrícolas. No entanto, Rodrigues destaca que “temperaturas acima da média histórica combinadas com chuvas dentro da média podem trazer um quadro de restrição para as culturas implantadas durante a safrinha, especialmente o milho e a safra de algodão”.

No Nordeste, onde muitas lavouras dependem de irrigação, o impacto climático será menor. “Áreas agrícolas não irrigadas ou com baixa capacidade de armazenamento de água, a redução da precipitação pode prejudicar o desenvolvimento das culturas anuais como milho, feijão e algodão, afetando negativamente os rendimentos finais”, pontua o meteorologista.

No Norte, a redução das chuvas pode impactar os níveis dos rios, prejudicando o transporte de produtos agrícolas. “Embora as temperaturas estejam previstas dentro da média histórica, a redução hídrica poderá exigir maior cautela dos agricultores, especialmente na escolha das culturas e no manejo do solo e dos recursos hídricos disponíveis durante a estação”, ressalta Rodrigues.

Fonte: Agrolink/Seane Lennon Foto: Pixabay

Colheita de trigo. Pitanga,11/10/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN

Paraná propõe ao governo federal Plano Safra 2025/2026 de R$ 597 bilhões

O Paraná enviou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) a Proposta para o Plano Safra 2025/2026 , com sugestão para serem liberados R$ 597,1 bilhões para cobrir as necessidades de crédito, investimentos e garantia aos produtores. Para a safra que se encerra em junho deste ano, o volume liberado pelo governo federal foi de R$ 475,5 bilhões.

A proposta paranaense, que já se tornou tradicional em todos os anos, é de que R$ 417 bilhões sejam destinados para créditos de custeio e comercialização e R$ 180,1 bilhões para investimentos.

Os agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) teriam acesso a R$ 90 bilhões, os do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) poderiam dispor de R$ 86 bilhões, e os restantes R$ 421 bilhões iriam para os demais agricultores.

O documento foi enviado na última sexta-feira (28) com a assinatura dos titulares dos órgãos representativos dos agropecuaristas estaduais que ajudaram na elaboração: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), Federação da Agricultura (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sistema Ocepar.

Preços estão mais animadores e produtores paranaenses podem ter bons ganhos nesta safra

“A proposta leva em conta os desafios que muitos produtores têm enfrentado especialmente diante de variações climáticas e volatilidade de preços observadas nas safras recentes”, afirmou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza. “Os valores apresentados e as sugestões de como aplicá-los visam dar mais tranquilidade para o produtor fazer o que sabe, que é produzir alimento. As sugestões estão dentro da realidade vivida no campo”.

O ofício caminhado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, com cópia para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar junto com as propostas, enfatizam os principais pontos a serem analisados no documento: “Destacam-se a necessidade de elevação do montante de recursos para custeio, comercialização e investimento, a necessidade de recomposição do orçamento para subvenção ao prêmio de seguro rural, promover o reequilíbrio do teto de renda bruta da agricultura familiar e um olhar especial sobre as taxas de juros, considerando o cenário econômico nacional”.

O documento ainda ressalta a importância desses pontos. “As medidas apresentadas pelas entidades paranaenses são de caráter estratégico e contributivas à economia nacional. Buscam, efetivamente, colaborar para manutenção do crescimento da produção brasileira de alimentos de origem vegetal e animal, fator determinante para composição da cesta de índices que compõe o cálculo da inflação e a manutenção da segurança alimentar do país”, destaca o texto do ofício.

Custeio e comercialização

O documento salienta que o financiamento de custeio possibilita a aquisição de insumos, como sementes, fertilizantes, defensivos e ração, garantindo que os produtores tenham os recursos necessários para cada safra. Já o crédito para comercialização viabiliza a estocagem e a venda da produção em momentos mais favoráveis do mercado, evitando a necessidade de negociações em períodos de preços baixos.

A proposta é de que sejam disponibilizados R$ 417 bilhões para essas duas atividades, sendo R$ 45 bilhões para Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 72 bilhões para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e R$ 300 bilhões para os demais produtores.

Os limites de contratação sugeridos são de R$ 400 mil para Pronaf, com taxa de 0,5% a 5,5% de juros ao ano. Para o Pronamp o limite seria de R$ 2 milhões, com juros de 7%, enquanto os demais produtores poderiam contratar até R$ 4 milhões, com 11% ao ano.

Também é proposta uma linha especial para os produtores de leite, com o objetivo de que eles possam reter as matrizes e adquirir alimentos para o plantel, “possibilitando que mantenham a capacidade produtiva mesmo em períodos de adversidade econômica”.

Investimento

A proposta contempla a aplicação de R$ 180,1 bilhões para essa finalidade. As prioridades apresentadas pelas entidades do agronegócio paranaense são o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que teria R$ 11,5 bilhões; o Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga), com R$ 3 bilhões; o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), com previsão de R$ 4,5 bilhões, e o Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro), com proposta de R$ 10 bilhões.

A sugestão é que esses programas listados como prioritários tenham taxas de juros pré-fixadas e juros menores, além de prazos para reembolso superiores aos demais programas de investimentos.

Gestão de risco rural

Com objetivo de ter uma válvula para mitigar os impactos de condições climáticas adversas, pragas recorrentes e oscilações frequentes do mercado, a proposta é que seja prevista a liberação de R$ 4 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), criado para reduzir o custo da contratação do seguro rural, a partir do subsídio, dado pelo Estado, de parte do valor.

As entidades propõem, entre outras ações, alterações no Programa de Seguro Rural com vistas à inclusão de produtos, ampliação do tempo de cobertura, implementação de subvenção diferenciada para culturas predominantes em cada região, além de incluir condições de seguro de qualidade para cultura de inverno.

A proposta também inclui o fortalecimento do Monitor do Seguro Rural, com capacitação de técnicos, corretores e peritos, além de pedir recursos para que a Embrapa realize levantamentos e estudos técnicos para aprimorar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).

Ainda em relação às consequências climáticas, o Estado sugere que os produtores rurais atingidos por adversidades sejam amparados com medidas emergenciais, como prorrogação de financiamentos de custeio por 12 meses, mantendo-se todas as condições acordadas, renegociação das operações de investimento que não puderem ser liquidadas, e acesso a novos créditos.

Agricultura familiar

Para os agricultores familiares enquadrados no Pronaf, o documento propõe aumento no volume de recursos destinados ao custeio e comercialização de R$ 41 bilhões para R$ 45 bilhões e para investimento de R$ 35 bilhões para R$ 45 bilhões.

A sugestão é de que eles possam financiar até R$ 400 mil, tendo prazo de dez anos para reembolso, com dois anos de carência. Também há proposta de aumento de R$ 500 mil para R$ 750 mil na renda bruta de enquadramento do agricultor familiar (portador do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar – CAF).

Para os pequenos produtores é sugerido também a simplificação nos procedimentos para acesso ao Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF), assegurando a compensação financeira quando os preços de mercado dos produtos agrícolas ficam abaixo dos valores de referência estabelecidos pelo governo. “O programa funciona como um mecanismo de proteção da renda dos agricultores familiares, reduzindo os riscos da atividade e incentivando a permanência no campo”, diz o documento.

Fonte: AEN Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN

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Expodireto Cotrijal 2025 debate impactos da estiagem

A abertura da Expodireto Cotrijal 2025, realizada nesta segunda-feira (10), foi marcada por discursos ressaltando a necessidade de soluções para os prejuízos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul. O evento reuniu autoridades regionais, estaduais e federais, além de lideranças do agronegócio.

O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, destacou o papel da feira ao longo de suas 25 edições como um espaço de inovação e defesa dos interesses do setor. “Foram vários anos consecutivos de frustração devido à falta de chuvas e em 2024 também por inundação. Precisamos de um novo projeto de securitização para dar condições aos produtores rurais de se manterem na atividade. Se o agro vai mal, há um efeito dominó negativo sobre toda a economia”, afirmou.

Manica também incentivou os agricultores a aproveitarem as oportunidades da Expodireto. “A Expodireto é o mundo do agronegócio, gera oportunidades de informação, negócios e conhecimento que vão auxiliar no trabalho das propriedades”, ressaltou.

A securitização das operações de crédito rural para produtores afetados por eventos climáticos extremos será debatida na Audiência Pública do Senado Federal na sexta-feira (14), no auditório central da feira.

O governador Eduardo Leite anunciou a liberação de R$ 46,7 milhões para municípios atingidos pela estiagem, além de novas ações dentro do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do Estado para minimizar os impactos climáticos.

Leite também ressaltou a importância da Expodireto Cotrijal como impulsionadora do agronegócio e confirmou a municipalização do trecho da rodovia que permitirá a expansão do parque da feira. “A municipalização do trecho da rodovia que vai possibilitar a ampliação do parque da Expodireto já está aprovada”, anunciou o governador.

A realocação da RS-142, que atualmente passa em frente ao parque, permitirá a ampliação da feira, abrindo espaço para mais expositores e novas oportunidades de negócios.

A Expodireto Cotrijal 2025 segue até sexta-feira (14), com programação completa e destaques disponíveis nas redes sociais do evento. O Portal Agrolink está presente para a cobertura completa do evento.

Educação

Cerca de 540 alunos e professores de cinco cidades do Rio Grande do Sul terão a oportunidade de conhecer de perto as modernas práticas do agronegócio gaúcho durante a Expodireto Cotrijal 2025, feira de destaque internacional, que acontece entre 10 e 14 de março, em Não-Me-Toque. Será mais uma edição do programa Vivenciando a Prática, da associação De Olho no Material Escolar.

As visitas das turmas aos estandes, com acompanhamento de monitores e técnicos, terão escolas das redes pública e privada de Não-Me-Toque, Victor Graeff, Passo Fundo, Sananduva e Ibiaçá, com turmas do fundamental II e Ensino Médio.

Além do Vivenciando a Prática, programa que já sensibilizou mais de 40 mil integrantes da comunidade escolar sobre o moderno agronegócio, desde 2021, em propriedades rurais, agroindústrias e eventos setoriais em todo o país, a programação também incluirá duas apresentações da peça teatral “Se Liga no Campo”.

Expodireto

Focada em tecnologia e negócios, a Expodireto Cotrijal tem como principal objetivo aproximar o produtor do conhecimento, das informações, da tecnologia consagrada e sacramentada nos órgãos de pesquisa ou nas empresas privadas e também de importantes debates ligados ao meio rural.

Para a De Olho no Material Escolar, é mais uma oportunidade para fazer a imersão dos estudantes na realidade do setor, aproximar teoria e prática, reconectar cidade e campo e mostrar as oportunidades pessoais e profissionais que o campo proporciona às novas gerações, com muita tecnologia e inovação.

Fonte e Foto: Agrolink – Seane Lennon/Expodireto Cotrijal

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Isenção do imposto de importação é ineficaz para reduzir preços dos alimentos

A isenção do imposto de importação sobre alimentos não deve reduzir o preço dos produtos para o consumidor final como espera o governo, avaliam analistas do mercado e representantes do setor produtivo. A medida foi anunciada na quinta-feira (6) pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) juntamente com outras ações, como um estímulo à produção de itens da cesta básica no Plano Safra e o fortalecimento de estoques reguladores.

Ao todo, nove produtos terão zerada a alíquota de importação: carne, café, milho, açúcar, massas, biscoitos, sardinha, óleo de girassol e azeite de oliva. Já a cota de importação isenta de óleo de palma, atualmente em 65 mil toneladas, subirá para 150 mil toneladas.
As mudanças entram em vigor nos próximos dias, após aprovação pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No Congresso Nacional, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) classificou as medidas apresentadas pelo governo federal como “ineficazes para efeito imediato”, em especial a isenção de impostos para produtos importados, que reduziriam a arrecadação “sem garantir o reforço ao apoio da produção brasileira”.

“O principal entrave para a redução dos preços dos alimentos não está na tarifa de importação, mas na própria cadeia produtiva nacional”, diz o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS).

Para ele, a iniciativa do governo deve beneficiar grandes importadores e distribuidores, mas não necessariamente o consumidor final. “A redução da tarifa não garante que os preços nas prateleiras dos supermercados cairão na mesma proporção, já que outros custos, como transporte, armazenagem e margem de lucro dos intermediários, continuarão pressionando os valores.”

O próprio governo não tem uma estimativa de impacto da medida nos preços. “É difícil você, matematicamente para cada item, explicitar”, disse Alckmin no anúncio da iniciativa.

Produtos que terão isenção têm excedente de produção no Brasil

Contraditoriamente, foram selecionados para o estímulo à importação alguns dos principais produtos da pauta de exportações brasileira.
O Brasil é o maior fornecedor global de carne bovina, por exemplo. Em 2024, vendeu para outros países cerca de 2,5 milhões de toneladas do produto fresco ou congelado, enquanto comprou apenas 40,6 mil toneladas.

Além disso, 95,1% do valor total importado de proteína bovina veio do Paraguai, Uruguai e Argentina, países que já não pagam imposto de importação, por pertencerem ao Mercosul.

As importações de café em 2024, por sua vez, somaram US$ 83,4 milhões, enquanto o país exportou o equivalente a US$ 11,4 bilhões do grão.
No caso do milho, foram US$ 8,2 bilhões em exportações no ano passado, e US$ 292,5 milhões em importações, das quais US$ 270,4 milhões vieram do Paraguai (92,4%) e US$ 10,3 milhões da Argentina (3,5%), que já são isentos da tarifa de importação.

Para Paulo Bortolini, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), a zeragem do imposto de importação sobre o cereal é “inócua”. “Não tem efeito prático algum no sentido de aumentar a oferta”, diz.

“O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho e o segundo maior exportador. Nós temos preços baixos, senão mais de 100 países ao redor do mundo não comprariam nosso milho”, afirma.

“Quando se fala em zerar impostos, a primeira pergunta é: vamos importar de onde?”, questiona. Ele ressalta que o Brasil tem excedente de produção da commodity. Ainda que fosse possível trazer mais milho do exterior, os custos envolvendo operações portuárias e a logística interna para levar o produto para consumo e industrialização no interior do país impediriam a queda nos preços.

“O governo parece estar perdido, atribuindo a causa dos preços dos alimentos aos produtores, quando na verdade a causa da inflação é a expansão monetária em função de gastos públicos exorbitantes”, diz.

Procuradas pela reportagem, entidades representativas de outros setores impactados diretamente, como as associações brasileiras de Proteína Animal (ABPA) e da Indústria de Café (Abic), preferiram não se manifestar sobre o assunto por enquanto.

Economistas veem impacto insignificante da isenção do imposto de importação na inflação

“Os produtos que o Brasil exporta majoritariamente, como é o caso de café e carnes, os impactos tendem a ser muito reduzidos na inflação”, diz Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.

“Primeiro porque os produtos importados compõem uma fração muito pequena do que é disponibilizado internamente, e, segundo, porque são produtos que são consumidos e adquiridos pelo topo da pirâmide social, e não pela base, em que a inflação de alimentos de fato corrói muito.”

Já os produtos que o Brasil mais importa, como é o caso da sardinha, do azeite de oliva e do óleo de girassol, têm pouco peso nos indicadores de variação de preços, como o IPCA.

Ela destaca ainda que historicamente, a partir de abril, os preços dos alimentos têm uma tendência sazonal de queda. “Esses efeitos se sobressaem à redução das alíquotas [do imposto de importação] e não podem ser confundidos ou atribuídos à redução do imposto desses alimentos”, afirma.

A economista Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, lembra que itens como carne e azeite, que mais poderiam impactar na inflação, têm problemas de oferta em escala global.

“Supondo que importássemos muito desses produtos, o câmbio depreciaria e comeria parte do ganho”, diz. “Além disso, há um impulso à demanda – num ambiente de demanda já forte, provavelmente parte do ganho fica com o dono do mercado.”

Para a economista, no entanto, pode haver um efeito positivo no longo prazo, com o aumento da competição no mercado brasileiro. Uma medida mais efetiva para ela seria a isenção do ICMS sobre a cesta básica por parte dos estados, conforme proposto pelo governo federal.

Fonte e Foto: Gazeta do Povo

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Brasil supera exportação de milho de março de 2024 em apenas três dias úteis

De acordo com dados divulgados na segunda-feira (10) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil já exportou 446.940,9 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até o momento, superando o total embarcado no mês de março de 2024, que foi de 427.307,9 toneladas. Esse volume representa um aumento de 4,5% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Nos três primeiros dias úteis do mês, a média diária de embarques foi de 148.980,3 toneladas, o que representa um crescimento impressionante de 597,3% em relação à média diária de março de 2024, que havia sido de apenas 21.365,4 toneladas.

No que se refere ao faturamento, o Brasil arrecadou US$ 105,730 milhões até agora em março, superando os US$ 100,879 milhões registrados ao longo de todo o mês de março de 2024. Isso reflete um aumento de 598,7% na receita diária, com a média diária atual de US$ 35,243 milhões, contra US$ 5,044 milhões no ano anterior.

Além disso, o preço médio da tonelada do milho brasileiro também apresentou um pequeno aumento de 0,2%, passando de US$ 236,10 em março de 2024 para US$ 236,60 em março de 2025.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação

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Sistema Ocepar e entidades encaminham propostas para o Plano Safra 2025/26 ao governo federal

O Sistema Ocepar e outras entidades representativas encaminharam aos Ministérios da Agricultura e Pecuária e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, no dia 28 de fevereiro, um documento com propostas para contribuir na construção do Plano Safra 2025/2026. O objetivo é apresentar as principais demandas do setor agropecuário para as linhas de custeio, investimento, comercialização e industrialização do Crédito Rural.

A proposta das entidades é que o governo federal disponibilize o total de R$ 597,1 bilhões para a safra 2025/2026, sendo R$ 417 bilhões para créditos de custeio e comercialização (desse total, R$ 45 bilhões para Pronaf, R$ 72 bilhões para Pronamp e R$ 300 bilhões para os demais produtores); e R$ 180,1 bilhões para investimentos.

O documento também apresenta sugestões para aprimorar as políticas de Gestão de Riscos, incluindo propostas voltadas ao Seguro Rural e ao Proagro, e sugestões para as taxas de juros. Além disso, foram compilados pontos específicos para fortalecer a Agricultura Familiar, reconhecendo sua relevância para a economia e para a segurança alimentar do país.

Além do Sistema Ocepar, assinam o documento a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná).

O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, explica que, nos últimos anos, tem havido um aumento significativo nas demandas de investimento por parte das cooperativas agropecuárias. Este cenário destaca a importância de investimentos contínuos e substanciais. “As cooperativas precisam de recursos para enfrentar os desafios impostos pela concorrência no mercado global, além de se adaptarem às mudanças climáticas e às novas exigências do consumidor”, completa.

Fonte: Ocepar Foto: Divulgação

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Monitoramento dos cultivos de verão analisa o impacto do clima registrado em fevereiro na safra 2024/25

No mês de fevereiro, os maiores volumes de chuva ocorreram no Centro-Norte do país, contribuindo para a manutenção da umidade no solo e, de forma geral, para o desenvolvimento dos cultivos. Apesar do excesso de precipitações interferirem na semeadura dos cultivos e na evolução da colheita, as chuvas beneficiaram o enchimento de grãos dos cultivos de primeira safra, além do início do desenvolvimento do milho segunda safra. É o que revela o Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O Boletim ainda mostra que em parte do Semiárido do Nordeste persistiu o deficit hídrico afetando as lavouras de feijão e milho. Já no Rio Grande do Sul as chuvas amenizaram a condição de restrição hídrica de parte das lavouras, mas as altas temperaturas intensificaram a perda de umidade do solo.
Os dados espectrais analisados pela Companhia indicam condições favoráveis de desenvolvimento das lavouras. No caso da soja, apesar do atraso na semeadura, o índice vegetativo da atual safra evoluiu acima da média e do ciclo passado durante a maior parte do período reprodutivo, devido às condições climáticas favoráveis e ao menor escalonamento do plantio. Contudo, no sudoeste de Mato Grosso do Sul e no noroeste do Rio Grande do Sul, houve uma desaceleração no crescimento do índice da safra atual em dezembro e janeiro, em razão da falta de chuvas e das altas temperaturas que afetaram parte das lavouras.

Já as lavouras de arroz estão, de maneira geral, em boas condições, devido à incidência solar e à disponibilidade hídrica para irrigação. Muitas áreas no estado gaúcho, principal produtor no país, estão em fase final de maturação, tendo sido iniciada a colheita. As últimas precipitações foram importantes no aporte hídrico dos mananciais. Em Santa Catarina, as áreas colhidas têm apresentado boa produtividade e qualidade do grão em função do clima favorável durante o ciclo da cultura.

O BMA é uma publicação mensal, resultado da colaboração entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam). O trabalho conta, ainda, com a colaboração de agentes que contribuem com dados pesquisados em campo.

Clique aqui e acesse a íntegra do Boletim.

Fonte: Conab Foto: Divulgação