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Preço do milho sobe e Brandalizze vê fôlego para mais altas

A quarta-feira (24) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando novas movimentações positivas na B3. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 61,68 e R$ 70,97.

O vencimento setembro/24 foi cotado à R$ 61,68 com elevação de 1,30%, o novembro/24 valeu R$ 65,15 com ganho de 0,65%, o janeiro/25 foi negociado por R$ 68,40 com estabilidade e o março/25 teve valor de R$ 70,97 com recuo de 0,06%.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve desempenho positivo neste meio de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização somente em Brasília/DF. Já as valorizações apareceram nas praças de Londrina/PR, Castro/PR, Sorriso/MT, Rio Verde/GO, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Cândido Mota/SP.

De acordo com a análise da Agrinvest, o milho setembro/24 operou com alta de mais de 1% nesta tarde na B3, ganhando suporte da valorização do dólar e futuros positivos em Chicago.

“A redução na oferta de milho ucraniano, associada à competitividade do milho brasileiro e melhora na demanda externa continuam trazendo ímpeto de alta para o cereal, não só na B3, mas no mercado físico”, diz a consultoria.

Na visão do Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado brasileiro de milho tem fôlego para buscar patamares mais altos de cotações, mas neste momento está “subindo de escada”.

“O março/25 já está R$ 71,00 depois de trabalhar em alguns momentos em R$ 69,00. O janeiro/25 já tem fôlego para ir aos R$ 70,00, o setembro/24 que é o spot já se afastou bem dos R$ 60,00, mais próximos dos R$ 62,00. O ambiente do milho é um ambiente de alta, então o fôlego é positivo”, diz.

Brandalizze acrescenta que os preços devem seguir melhorando conforme nos aproximamos do final do ano. “Temos pouco milho. Basicamente hoje quem sabe que temos menos milho do que vai precisar para a demanda interna de etanol, de ração e exportação, é o produtor. Na hora que o mercado todo sentir isso, depois da colheita, ele tem que valorizar o milho porque o milho está muito barato”.

Mercado Externo

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro também encerraram o pregão desta quarta-feira contabilizando movimentações no campo positivo, mesmo após terem começado o dia no negativo.

O vencimento setembro/24 foi cotado à US$ 4,03 com valorização de 1,25 pontos, o dezembro/24 valeu US$ 4,18 com ganho de 0,75 pontos, o março/25 foi negociado por US$ 4,32 com alta de 1,00 ponto e o maio/25 teve valor de US$ 4,42 com elevação de 1,00 ponto.

Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última terça-feira (23), de 0,31% para o setembro/24, de 0,18% para o dezembro/24, de 0,23% para o março/25 e de 0,23% para o maio/25.

Segundo informações da Agrinvest, vai voltar a ficar mais quente e seco em boa parte do Cinturão do Milho dos Estados Unidos, já que os mapas climáticos rodados pela NOAA nesta manhã mostraram temperaturas acima dos 36 °C e podendo chegar aos 40 °C nos próximos sete dias.

“Esse cenário, associado ao calor e seca na Ucrânia, causando aumento dos preços do milho na exportação e redução da oferta no Leste Europeu, acabam contribuindo para mais uma sessão de alta para o grão”, dizem os analistas da Agrinvest.

Fonte e Foto: Notícias Agrícolas/Guilherme Dorigatti

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O segredo para uma boa eficiência no manejo de pragas e doenças no trigo

O trigo tem sido apontado como uma das principais fontes de alimento da população humana e dos cereais cultivados, ocupa a terceira posição, atrás do milho e do arroz. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) a área nacional destinada ao cultivo de trigo no ano 2024 está estimada a 3,26 milhões de hectares, uma redução de 6% em relação ao ano anterior.

Mesmo assim, a perspectiva de produtividade é 9,587 milhões de toneladas, com um possível aumento de 26% em relação à safra anterior. Dentre os vários fatores para produção, atenção deve ser dada também ao manejo das principais pragas e doenças da cultura, dado que, uma boa produtividade depende do bom manejo fitossanitário.

Principais pragas na cultura do trigo

Pulgões

São insetos sugadores e causam grandes danos de formas diretas, sugando a seiva, reduzindo significativamente o número de grãos por espiga, o tamanho e o peso dos grãos. De forma indireta o dano mais comum e que pode ser causado pelos pulgões é a transmissão do BYDV causador do nanismo-amarelo em cereais de inverno.

As principais espécies danosas de pulgão são: Pulgão-verde-dos- cereais Schizaphis graminum, entre as espécies de afídeos de inverno é a de maior prolificidade. Pulgão-do-colmo-do-trigo Rhopalosiphum padi,é uma das espécies mais importantes como praga do trigo. Pulgão-da-espiga-do-trigo Sitobion avenae é a espécie mais abundante na fase de espigamento do trigo e pode causar danos diretos quantitativos e qualitativos quando em altas populações, durante o enchimento de grãos.

Para essa praga, a estratégia de controle baseia-se inicialmente no tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos. O monitoramento da lavoura é de grande importância durante o período de estabelecimento. O controle químico é recomendado com 10% de plantas infestadas a partir da emergência até o emborrachamento. Durante o período de espigamento o nível de controle é de 10 pulgões por espiga.

Percevejos

As principais espécies na cultura do trigo são: percevejos barriga-verde Diceraeus furcatus e Diceraeus melacanthus, percevejo-verde Nezara viridula, percevejo-do-trigo Thyanta perditor e o percevejo-raspador Collaria scenica.

Podem causar grandes problemas no período de emborrachamento do trigo como desenvolvimento atrofiado, redução da altura da planta e má formação das espigas, deixando-as sem grãos ou com formação parcial, comprometendo a produtividade e acarretando em impactos econômicos.

Para percevejos-barriga-verde, a aplicação de inseticidas em pulverização da parte aérea do trigo deve ser tomada quando encontrar quatro exemplares por m² na fase vegetativa e dois exemplares por m² na fase reprodutiva.

Para o percevejo-verde, em densidades populacionais superiores a quatro insetos por m², esta espécie é capaz de gerar quedas no rendimento e na germinação de sementes. Para o percevejo-do- trigo uma população acima de dois percevejos por espigas pode causar redução na produtividade, bem como na qualidade das sementes de trigo. O percevejo-raspador tem capacidade de reduzir a produtividade apenas quando ocorre em altas densidades populacionais.

Corós

Corós são larvas de solo tipicamente rizófagas, que atacam a cultura do trigo, são conhecidos pelo nome comum de bicho-bolo ou pão-de-galinha. Na região Sul do Brasil, as espécies coró-do-trigo (Phyllophaga triticophaga) e coró-das-pastagens (Diloboderus abderus) são as mais comuns. Segundo a EMBRAPA, as perdas ocasionadas por corós podem chegar a 100% em certos pontos da lavoura infestada.

As espécies de corós se alimentam de sementes e de raízes, As plantas atacadas apresentam-se murchas, em casos de destruição de todas as raízes morrem.O monitoramento e manejo dos corós necessita de cuidado por serem espécies de ciclo longo, polífagas, de difícil visualização e alcance devido aos hábitos subterrâneos, que ocorrem em reboleiras e possuem elevado potencial de dano.

As decisões sobre controle são adotadas já por ocasião do plantio através do tratamento de sementes, com produtos registrados para este fim.

Principais doenças que acometem a cultura do trigo

Giberela é uma doença de espiga causada pelo fungo Fusarium graminearum, manifesta-se em condições de intensa precipitação e causa prejuízos significativos para a cultura. As espigas infectadas pela doença apresentam coloração esbranquiçada e aristas arrepiadas, fatores que minimizam a produtividade e a qualidade dos grãos.

Para um manejo de alta eficiência é necessário escolher cultivares moderadamente resistentes, escalonar a época de semeadura para que os cereais não coincidam com as condições ambientais favoráveis ao patógeno e realizar controle químico preventivo, o recomendado é ser realizado pelo menos duas aplicações, uma no florescimento e a outra 15 dias após a primeira aplicação.

Brusone é uma doença de difícil controle causada pelo fungo Pyricularia grisea, em condições de clima frio. Seu maior dano ocorre principalmente na base da espiga, o indício mais comum é o branqueamento parcial da espiga, chegando a reduzir completamente a produção de grãos, no mais, o fungo pode infectar todos os órgãos aéreos.

É uma doença de difícil controle visto que permanece em restos culturais e em sementes de trigo. O manejo eficaz acontece com uso de cultivares moderadamente resistentes, rotação de culturas, escalonamento de época de semeadura e aplicação de fungicidas.

Mancha amarela, causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis, é a principal doença foliar que ataca a cultura do trigo na região sul do Brasil, perdura nos restos vegetais, podendo se intensificar em lavouras com monocultura de trigo e em cultivares suscetíveis quando encontra dias consecutivos de chuva e temperatura adequada.

O fungo acomete as folhas, causando lesões que virão a restringir a área fotossintética e, por consequência, a presença dessa doença na lavoura pode reduzir em mais de 50% a produtividade de grãos. O manejo eficiente compreende rotação de culturas em conjunto com sementes sadias e/ou tratamento de sementes com fungicidas específicos. Para potencializar o manejo é recomendado o uso de cultivares moderadamente resistentes e aplicação de fungicida nos órgãos aéreos por meio do monitoramento.

Por: Eduarda Gheller e Omega Saul acadêmicos do curso de Agronomia da UFSM, campus Frederico Westphalen, membros do Programa de Educação Tutorial – PET Ciências Agrárias, sob acompanhamento do tutor, professor Dr. Claudir José Basso.

Fonte: Mais Soja Foto: Flávio Martins/Embrapa Soja

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Portaria que alinha datas de plantio da soja é publicada

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou nesta sexta-feira (19.07) a publicação da Portaria nº 303, que define as datas de plantio do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja na safra 2024/2025. A medida abrange os estados do Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Acre, Pará, Rondônia, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Distrito Federal.

De acordo com informações do Mapa, a portaria visa alinhar os períodos indicados no Zarc com os períodos de vazio sanitário e o calendário de semeadura da soja em âmbito nacional, conforme estabelecido pela Portaria SDA/Mapa nº 1.111, de 13 de maio de 2024.

O calendário de semeadura, que leva em conta parâmetros fitossanitários, faz parte da estratégia de manejo da Ferrugem Asiática da Soja. O Zarc, por sua vez, indica as melhores épocas de plantio, visando reduzir os riscos de perdas devido a adversidades climáticas.

Os produtores rurais que participam do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) devem seguir as datas de semeadura estabelecidas pela SDA, conforme o estado, e pelo Zarc, conforme o município, para garantir a inclusão nos programas de gestão de riscos.

Fonte: Agrolink/Seane Lennon Foto: Sheila Flores

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Ibrafe: Semana começa com queda de preços do feijão nas fontes

A semana começou com um cenário de incerteza para os produtores de Feijão, que se mostraram assustados com as ofertas dos compradores. A estratégia dos compradores é clara: oferecer o menor preço possível para evitar prejuízos ao pagar acima do valor de mercado, afinal a disputa na gôndola não perdoa erros de compra.

Nesta segunda-feira (22), em Minas Gerais e nas proximidades de Brasília, produtores receberam ofertas de até R$ 200 por saca de 60 quilos para Feijão nota 9 ou superior. No entanto, não houve negócios fechados nesse valor. Dependendo das condições locais e do número de compradores na região, os preços oscilaram entre R$ 210 e R$ 230 para o Feijão de escurecimento lento, especialmente nas regiões de Goiás, Minas Gerais e já começam a surgir relatos de colheita na Bahia.

Fonte e Foto: Ibrafe

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Exportações de Milho do Brasil caem 47% em relação a 2023

Nesta segunda-feira (22), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou que o volume de milho não moído (exceto milho doce) exportado alcançou 1.582.486,9 toneladas. Esse total representa apenas 37,4% do volume exportado em julho do ano passado, que foi de 4.230.622,7 toneladas.

Nos primeiros 15 dias de julho de 2024, a média diária de embarques foi de 105.499,1 toneladas, uma queda de 47,6% em comparação à média diária de julho de 2023, que foi de 201.458,2 toneladas.

Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, prevê que o programa de exportação brasileiro de milho em 2024 será menor que o de 2023. “A oferta é menor, os Estados Unidos estão com boa produção e podem atrair parte da demanda no final do semestre, e a Argentina também teve uma boa produção este ano. Estamos em um cenário muito competitivo, com preços menores e mais facilidade para os compradores encontrarem fornecedores”, explica.

Apesar dessa queda, Nogueira espera um aumento nos embarques de milho brasileiro nos próximos meses. “Nas últimas semanas, o programa de exportação mostrou algum progresso. As nomeações de navios para agosto, setembro e outubro aumentaram, indicando uma demanda menor do que no ano passado, mas ainda firme para as exportações brasileiras”, observa o analista.

Em termos de receita, o Brasil arrecadou até agora um total de US$ 313,855 milhões, comparado a US$ 1,035 bilhão em todo o mês de julho de 2023. Isso representa uma queda de 57,6% na média diária, com US$ 20,923 milhões por dia útil em julho deste ano contra US$ 49,319 milhões no mesmo período do ano passado.

O preço médio da tonelada de milho brasileiro também recuou 19%, de US$ 244,80 em julho de 2023 para US$ 198,30 na segunda semana de julho de 2024.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio

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Agricultura de baixo carbono

Apontada como uma alternativa eficaz para diminuição de impactos nas mudanças climáticas, reduzir gases de efeito estufa na atmosfera e trazer benefícios financeiros e econômicos a agricultores e à cadeia produtiva, a agricultura de baixo carbono ainda não traz resultados práticos que beneficiem os produtores.

A agricultora Sueli Linhares é do sudoeste do Paraná e, há três anos, tem destinado parte da propriedade ao cultivo de aveia com técnicas de emissão de baixo carbono. Ela se prepara para plantar a soja na mesma modalidade, mas está insatisfeita com o que vê. “Seguimos tudo de forma muito criteriosa, rigorosa, com acompanhamento técnico, fazemos a entrega do produto à indústria, não recebemos mais por isso e a indústria comercializa nossa aveia com valor agregado e indicação de agricultura de baixo carbono”, destacou.

Para a produtora rural, é essencial que haja um regramento que possa, de fato, beneficiar quem cultiva no campo e está responsável por todos os tratos e manejo. “O que vemos hoje é apenas parte da cadeia se beneficiando e quem planta não tem os resultados esperados, apenas a dedicação”, ponderou. Quem atua com pesquisa espera que esse cenário possa mudar em breve.

Em dois anos, deve vigorar um selo que vem sendo estruturado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e outros órgãos ligados ao segmento para uma das áreas em que o Brasil é referência mundial em produção: a soja.

Quem se dedica ao plantio da soja poderá alcançar o registro de produção de agricultura de baixo carbono com a promessa de, a partir dos regramentos, acessar benefícios à cadeia produtiva. A iniciativa é voluntária e vem sendo operada em forma de teste em 60 regiões produtoras da oleaginosa no Brasil.

A promessa é que seja um diferencial para o país em relação aos centros mundiais consumidores num aspecto que cresce como exigência de mercado. “A gente espera que isso de fato possa chegar aos produtores e em efeito cascata, para a soja e outros grãos, que possamos dizer que estamos contribuindo ainda mais com o meio ambiente, mas que tenhamos uma compensação por isso”, completou a agricultora.

Boas práticas do agro precisam ser propagadas no exterior

No campo, a conscientização vem sendo potencializada, afirma o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele acredita na metodologia da produção, mas avalia que boas práticas ambientais seguidas pelo agro brasileiro precisam ser anunciadas e defendidas pelas autoridades no exterior.

Localizada na região oeste do Paraná, a cooperativa é a realizadora do Show Rural, evento do agronegócio brasileiro que reúne mais centenas de milhares de visitantes. A feira figura como uma importante vitrine nas Américas para inovações e tecnologias do agro. Nos dois últimos anos, os destaques foram o setor de pesquisa e a presença de indústrias que se voltam à colocação no mercado de bioinssumos.

“O mercado de bioinssumos está crescendo muito com o uso mais intenso de bactérias para o fortalecimento das plantas e combate aos invasores e depredadores. Temos aumentado nossa produção de forma sustentável, com foco na elevação da produtividade, sem novas áreas de cultivo. Somos um agro que cuida, que adota boas práticas e está preocupada com o meio ambiente”, afirma Grolli.

De acordo com Grolli, aliado às boas práticas de cultivo, o produtor está atento a manter e melhorar condições sustentáveis. “Estamos falando em tirar produtos químicos e pondo bioinssumos nas nossas propriedades, além de ferramentas que acelerem processos de produtividade, melhoria de controle e preservação, mas isso precisa ser visto e valorizado. Estamos preocupados com isso”, diz.

O selo aguardado para 2026 é bem visto pelo setor produtivo, com a ressalva sobre a necessidade de vircom a conscientização de que o agronegócio brasileiro está ancorado na preservação, pontua Grolli. “Nos últimos 30 anos nossa produção aumentou 440% e as novas áreas incorporadas somaram cerca de 100%. Toda diferença de crescimento foi com produtividade, inovações, novas tecnologias – e tudo isso com preservação. Hoje não se explora novas áreas e estamos crescendo em produção graças às melhorias genéticas e tecnológicas, conciliadas à preservação ambiental”, completa.

O presidente da Coopavel lembra que 60% do território nacional estão preservados e que se utiliza cerca de 8% do território brasileiro – algo em torno de 80 milhões de hectares – para produzir alimentos a aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo. “Nós alimentamos com boas práticas quase cinco vezes o tamanho do Brasil e o produtor brasileiro está fazendo isso há décadas. Doamos de 20% a 80% da nossa propriedade para o meio ambiente e, mais uma vez, o mundo precisa valorizar isso”.

Para Grolli, a conta é simples. Se existem 850 milhões de hectares em solo brasileiro, 60% estão preservados, existem no Brasil cerca de 515 milhões de hectares intocados. “Temos que ter orgulho e coragem de não concordar com o que o mundo fala sem conhecer o Brasil. Estamos preservando, mas precisamos reverter a imagem do Brasil lá fora e mostrar que tem um ecossistema preservado”.

Além dos fatores de preservação adotados, o setor produtivo espera pela identificação da soja baixo carbono. “Isso precisa trazer resultados ao nosso produtor e à indústria”, completa ele.

Segundo a pesquisadora Roberta Carnevalli, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, a empresa está focada em apresentar alternativas de diversificação de culturas e orientar sobre o impacto da adoção do sistema de plantio direto na melhoria da qualidade do solo e, consequentemente, na produtividade de um dos principais ativos brasileiros.

E a estratégia passa pelo cultivo da soja de baixo carbono. O Brasil é o maior produtor mundial do grão, com mais de 150 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2022/2023, além de maior exportador do cereal: foram quase 23 milhões de toneladas no último ano.

A metodologia para soja baixo carbono não envolve produção de orgânicos, e sim a adoção de medidas no campo que retrairão emissões dos chamados gases nocivos. “As gramíneas, a exemplo das braquiárias, produzem raízes robustas e mais profundas do que as leguminosas [soja, crotalária e guandu] e, por isso, incentivamos sua introdução nos sistemas mais sustentáveis”, orienta a chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja.

Entre as tecnologias que vêm sendo recomendadas à agricultura e soja baixo carbono está a coinoculação, que corresponde à adição em mais de um microrganismo que beneficia as plantas para potencializar a contribuição com as bactérias fixadoras de nitrogênio (bradirizóbio) e as promotoras de crescimento (azospirillum). A metodologia também consiste em manejo racional de fertilizantes, manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, além de um sistema no qual o Paraná é pioneiro e considerado modelo: o plantio direto.

A primeira versão do documento “Diretrizes técnicas para certificação da soja baixo carbono” foi publicada neste ano. Segundo a Embrapa, o documento contém as premissas para atestar a diminuição [que podem chegar a 30%] das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em sistemas de produção agrícola candidatos do Brasil.

As diretrizes estão sendo usadas para subsidiar a coleta de dados em cinco macrorregiões produtoras de soja no Brasil. Segundo a Embrapa, a publicação das diretrizes é o primeiro passo para validação da metodologia que está sendo desenvolvida e vai culminar com o selo, do qual se espera reconhecimento e compensação do mercado.

“Ao adotar as boas práticas agrícolas e seguir os requisitos preconizados pelo PSBC [Programa Soja Baixo Carbono], o produtor rural submeterá seu sistema de produção à aferição da certificadora credenciada. Se obtido, o selo SBC acompanhará a comercialização da soja, um diferencial competitivo valorizado no mercado”, diz a Embrapa.

Entre as práticas obrigatórias estão:

Plantio direto

Boas recomendações de coinoculação, adubação e correção do solo

Uso de defensivos agrícolas tecnicamente prescritos

Obedecer ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc)

Manejo integrado de Pragas (MIP)

Manejo Integrado de Doenças (MID)

Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD)

Práticas conservacionistas de manejo do solo e do sistema, complementares ao SPD

Uso de sementes certificadas;

Integração lavoura-pecuária-floresta

Adoção de ferramentas digitais e georreferenciadas para o manejo sítio-específico

Realização de análise físicas e biológicas para monitorar a qualidade do solo.

Após estabelecer e validar o protocolo de certificação, as diretrizes indicam o que medir e avaliar, enquanto o protocolo detalha como fazer. “O processo de validação envolve a discussão do protocolo com o setor produtivo, com organismos internacionais e com representantes do mercado do grão, para que a metodologia proposta reflita a realidade do produtor brasileiro e, ao mesmo tempo, seja aceita e respeitada internacionalmente”, completa a pesquisadora da Embrapa.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Gilson Abreu

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Portos paranaenses alcançam novo recorde de movimentação

Os portos de Paranaguá e Antonina alcançaram uma nova marca histórica de movimentação. Em junho deste ano, 6.582.670 toneladas foram movimentadas, representando um aumento de 3% em relação ao recorde anterior, alcançado em dezembro do ano passado. Foi o melhor desempenho mensal da história dos portos paranaenses, segundo a Portos do Paraná, que faz a gestão dos dois terminais.

Na exportação, os destaques vão para açúcar a granel, com 669.380 toneladas, e soja, com 1.676.369 toneladas. Na importação, fertilizantes apresentam maiores volumes, com 4.777.376 toneladas. Os portos paranaenses seguem sendo a principal porta de entrada para os fertilizantes no País, com crescimento de 20% em comparação a junho de 2023 (727.282 toneladas).

Também foi destaque a importação de contêineres – foram 63.600 TEUs (medida para 20 pés de comprimento de contêiner). Os contêineres apresentaram crescimento expressivo de 45% se comparado a junho do ano anterior (394.557 toneladas).

Fonte: CBN/Joyce Carvalho, com informações da AEN Foto: Claudio Neves

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Inscrições abertas para o Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados

Estão abertas as inscrições para a 3ª edição do Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados, que será realizado durante a Semana Internacional do Café, de 20 a 22 de novembro, em Belo Horizonte (MG).

O Cupping é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). O projeto também tem como parceiros a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Sebrae, por meio do ‘Juntos pelo Agro’, e a empresa da especialista em cafés especiais Helga Andrade.

Produtores rurais interessados podem se inscrever a partir desta segunda (15) até o dia 1º de outubro, por meio do link: cnabrasil.org.br/cuppingcafe24 . Já os compradores têm até o dia 15 de novembro para preencher a ficha de manifestação de interesse.

Após preencher o formulário, os produtores devem enviar as amostras para o endereço que consta no Regulamento, com previsão de chegada até o dia 25 de outubro. Os cafés serão selecionados quando atenderem as características técnicas e sensoriais.

Cafés diferenciados

São considerados cafés diferenciados os frutos das espécies arábica e canéfora em grão beneficiado cru, colhidos durante a safra 2024/25 e que possuam comprovados diferenciais de agregação de valor.

SIC

A Semana Internacional do Café, onde ocorrerá o Cupping, é a maior feira do setor na América Latina e a quinta maior do mundo, com um espaço dedicado à inovação, tendências de mercado e, sobretudo, de conexões de histórias e negócios.

A inscrição para o Cupping é gratuita. Acesse o Regulamento no link cnabrasil.org.br/cuppingcafe24 e saiba como participar.

Esclarecimentos e informações a poderão ser obtidos pelo e-mail c.agricola@cna.org.br

Fonte: CNA

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Economia brasileira cresceu 0,25% em maio

A economia brasileira cresceu 0,25% em maio, segundo dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta segunda-feira (15). O IBC-Br é um dos principais sinalizadores do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Com isso, o índice observado em maio ficou em 148,86 pontos. Dessazonalizado, o índice sobe para 149,60 pontos. Em abril, o índice dessazonalizado estava em 149,23.

Na comparação com maio de 2023, quando o índice observado estava em 146,95 pontos (dessazonalizado em 145,93 pontos), a alta chega a 1,3%. No acumulado do ano (janeiro a maio), a alta é de 2,01% e, no dos últimos 12 meses, chega a 1,66%.

Além de indicar a expansão da economia, o IBC-Br é também uma das referências adotadas pelo BC para a definição da taxa básica de juros (Selic), que está atualmente em 10,5% ao ano.

Fonte: Agência Brasil Foto: Rodolfo Buhrer