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Primeiro levantamento da Conab aponta para uma colheita de 354,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26

O primeiro levantamento para a safra de grãos 2025/26 indica mais um ciclo de crescimento na agricultura brasileira. De acordo com a pesquisa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a primeira estimativa indica uma produção total de 354,7 milhões de toneladas de grãos para a nova safra, volume 0,8% superior ao obtido em 2024/25, e um crescimento na área a ser semeada de 3,3% em relação ao ciclo anterior, sendo estimada em 84,4 milhões de hectares na temporada 2025/26. Os dados estão no 1º Levantamento de safra do novo ano agrícola, divulgado nesta terça-feira (14) pela estatal.

Neste novo ciclo, há uma expectativa de crescimento de 3,6% na área semeada para soja se comparada com 2024/25, estimada em 49,1 milhões de hectares. Com isso, a Conab estima uma colheita de 177,6 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente à colheita de 171,5 milhões de toneladas da temporada anterior. As precipitações ocorridas em setembro nos estados do Centro-Sul do país permitiram o início do plantio com 11,1% da área já semeada, índice ligeiramente superior ao ocorrido até o mesmo momento do ciclo passado, Nos maiores estados produtores de soja do país, Mato Grosso e Paraná, nos primeiros 10 dias de outubro, registravam 18,9% e 31%, respectivamente, da área semeada.

Assim como a soja, é esperada uma maior área plantada para o milho em 2025/26, podendo chegar a 22,7 milhões de hectares, com uma expectativa de produção de 138,6 milhões de toneladas somadas as 3 safras do grão. Apenas na primeira safra do cereal, a Companhia prevê um incremento na área semeada em torno de 6,1%, com estimativa de colher 25,6 milhões de toneladas, crescimento de 2,8% em relação à safra passada. No Rio Grande do Sul, onde a semeadura tem início a partir do final de agosto, em 11 de outubro, já havia 83% da área semeada, 84% no Paraná e 72% em Santa Catarina. Já no Centro-Oeste e nos demais estados, o plantio ainda não foi iniciado.

Já para o arroz, a primeira estimativa para o ciclo 2025/26 indica uma redução de 5,6% na área a ser semeada, projetada em 1,66 milhão de hectares, sendo que na área irrigada a queda está prevista em 3,7% e na de sequeiro a diminuição pode chegar a 12,5%. Com a menor área destinada à cultura, a produção de arroz pode chegar a 11,5 milhões de toneladas. Na região Sul, principal produtora do grão, os produtores intensificam os trabalhos de preparo do solo e do plantio.

No caso do feijão, por ser uma cultura de ciclo curto, a tendência é que a safra 2025/26 mantenha-se próxima da estabilidade. Somada as três safras da leguminosa, a produção está estimada em 3 milhões de toneladas. A área da primeira safra do grão deverá ter redução de 7,5% em comparação com o primeiro ciclo da temporada 2024/25, totalizando uma previsão de plantio em 840,4 mil hectares. A semeadura foi iniciada na região Sudeste do país, com 100% da área semeada em São Paulo, e em andamento nos demais estados da região. Na Bahia, terceiro maior produtor da leguminosa, e nos demais estados, o plantio ainda não foi iniciado.

Culturas de inverno

Com cerca de 40% das lavouras de trigo colhidas, a previsão aponta para uma produção em 2025 de 7,7 milhões de toneladas, 2,4% abaixo da safra 2024. Principal produto dentre as culturas de inverno, a redução prevista para a colheita decorre, principalmente, da retração de 19,9% na área cultivada, motivada por condições menos favoráveis ao cultivo no momento de decisão da implantação da atual safra.

Mercado

As primeiras projeções da Conab para a safra 2025/26 apontam um incremento nas exportações de milho. Enquanto os embarques do grão do ciclo 2024/25 estão estimados em 40 milhões de toneladas, para a nova temporada a Conab prevê uma comercialização de 46,5 milhões de toneladas. Também é esperado um incremento no consumo interno, que passa de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pela maior demanda de milho para produção de etanol. Ainda assim, a estimativa é que os estoques de passagem ao final da safra 2025/26 permaneçam próximos da estabilidade.

Para a soja, a previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos e o aumento da procura global, aliados à expansão da produção brasileira, permitem prever um crescimento nas exportações brasileiras. Assim, o país deve manter-se, mais uma vez, como o maior exportador mundial da oleaginosa, podendo ultrapassar as 112,11 milhões de toneladas exportadas. Além disso, a previsão de aumento na mistura de biodiesel ao diesel e a crescente procura por proteína vegetal indicam que o volume de esmagamento de soja poderá atingir 59,56 milhões de toneladas em 2026.

No caso do arroz, mesmo com a redução na área semeada, há expectativa de manutenção de boa oferta do grão no mercado interno. Diante deste cenário, o país deverá ampliar o volume exportado do grão, alcançando 2,1 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente a uma estimativa de embarque de 1,6 milhão de toneladas na safra 2024/25. Já as importações e o consumo no mercado doméstico deverão permanecer estáveis, em torno de 1,4 milhão de toneladas e 11 milhões de toneladas respectivamente. Com isso, para a safra 2025/26, a expectativa é de leve redução de 11,4% nos estoques de passagem, estimados em 1,82 milhão de toneladas em fevereiro de 2027, embora ainda em patamar elevado.

As informações completas sobre o 1° Levantamento da Safra de Grãos 2025/26 e as condições de mercado destes produtos podem ser conferidas no Portal da Conab.

Fonte: Conab

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Robô usa luz para diagnóstico precoce de doença em algodão e soja

Um sistema robótico independente, que opera à noite, batizado de LumiBot, é capaz de gerar dados que permitem a construção de modelos para fazer o diagnóstico precoce de nematóides em plantas de algodão e soja antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio ( Comdeagro ), de Mato Grosso, o LumiBot emite luz ultravioleta-visível sobre as plantas e analisa a fluorescência capturada nas imagens das folhas, com câmeras científicas.

A cotonicultura e a sojicultura têm enorme relevância econômica para o País, com previsão de recorde de safra no período 2025/26, com 4,09 milhões de toneladas de pluma e 177,67 milhões de toneladas de grãos de soja, segunda estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ). No entanto, as duas culturas enfrentam a ameaça da parasita microscópica de 0,3 a 3 milímetros de comprimento.

Taxas de acerto acima de 80%

O robô é um protótipo, mas já registra resultados promissores no diagnóstico de infecção por nematoides em experimentos realizados em casa de vegetação, com cerca de sete mil imagens coletadas em três anos de pesquisa.

“Conseguimos gerar dados e modelos com taxas de acerto acima de 80%, além de diferenciar as doenças do estresse hídrico”, conta a pesquisadora Débora Milori , coordenadora do estudo e do Laboratório Nacional de Agrofotônica ( Lanaf ).

A próxima etapa do estudo será o desenvolvimento de um equipamento para operação em campo, como, por exemplo, adaptar o aparelho óptico em um veículo agrícola do tipo pulverização gafanhoto ou veículo rover.

Apresentação do robô durante o Siagro

O LumiBot será apresentado no Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária ( Siagro ), que será realizado de 14 a 16 de outubro, no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão ( Lanapre ), localizado no Campo Experimental em Automação Agropecuária, da  Embrapa Instrumentação , em São Carlos (SP).

Menos químicos na lavoura

De acordo com a pesquisadora, o método convencional de controle de nematoides baseia-se na aplicação de nenematicidas aplicados no solo ou nas sementes, antes do plantio. Esses produtos estão diminuindo a população de nematóides próximos às raízes. Entretanto, essa aplicação tem custo elevado, pode causar impacto ambiental e eficácia variável dependendo das condições do solo. Outras estratégias de controle são através do controle biológico, rotação de culturas e desenvolvimento de cultivares resistentes.

“Uma alternativa mais eficiente e econômica seria o monitoramento da área plantada, com a aplicação de estratégias de controle apenas nas regiões eventualmente infestadas. No entanto, ainda não existem equipamentos comerciais capazes de detectar precocemente a presença da doença nas plantas. Nesse contexto, o uso de técnicas fotônicas surge como uma solução promissora”, declara o coordenador do estudo.

Para o consultor da Comdeagro, Sérgio Dutra, o diagnóstico precoce de doenças é fundamental para que os agricultores possam agir rapidamente e de forma localizada. “Com isso, evita-se o uso excessivo de produtos químicos defensivos e a redução do impacto ambiental, um avanço importante para a agricultura de precisão no Brasil. É possível ainda melhorar a qualidade da fibra e garantir maior rentabilidade para o produtor”, garante o especialista.

Como funciona a tecnologia para detecção de doenças

O LumiBot leva embarcado a técnica fotônica de Imagem de Fluorescência Induzida por LED (diodo emissor de luz). A LIFI, na sigla em inglês, é uma técnica não destrutiva que permite uma aquisição rápida de dados de processos fisiológicos da planta por meio de uma imagem. “A imagem obtida resultado da condução das folhas com luz ultravioleta-visível, que induz compostos moleculares, como a clorofila e alguns metabólitos secundários, a emitirem luz por meio do processo de fluorescência”, explica Milori.

O robô coleta os dados, que são processados ​​por algoritmos treinados para verificação de padrões em imagens, a partir dos quais são construídos modelos associados a doenças específicas.

A captura das imagens, realizada em apenas sete segundos e de forma simultânea à iluminação, ocorre em ambiente escuro para evitar a atividade fotossintética da planta e eliminar interferências de outras fontes de luz no sinal de fluorescência registrado pelas câmeras.

O robô se desloca por meio de trilhos presos no piso entre as fileiras dos pés de algodão, avaliando as folhas com um feixe de luz de alta intensidade. De acordo com Débora Milori, a técnica indica diferentes tipos de estresse biótico (fungos, bactérias e vírus) ou abióticos, como deficiências nutricionais e falta de água, por exemplo.

“As imagens captadas pela câmera em cada posição da amostra são gravadas em um dispositivo externo (SSD) portátil, onde ficam armazenadas e disponíveis para análise. Cada amostra recebe uma identificação única, explicada o pós-doutorando Tiago Santiago.

Ele é responsável pela análise de dados, das imagens e pelo treinamento de modelos de aprendizado de máquina. A equipe é composta por estudantes de diferentes áreas do conhecimento e por atuações distintas dentro do projeto.

Vinícius Rufino é graduando em engenharia física e atua na instrumentação e análise de dados, Julieth Onofre, doutora em Física, cuida da área da instrumentação óptica, Gabriel Lupetti, graduando em biotecnologia e responsável pelo acompanhamento do desenvolvimento dos nematoides, a inoculação e processamento das espécies vegetais, Kaique Pereira, biólogo responsável pela manutenção das plantas, a inoculação e concentração de nematoides.

Prova de conceito

O LumiBot tem o suporte da Embrapii Itech-Agro (Integração de Tecnologias Habilitadoras no Agronegócio) da Embrapa Instrumentação, que busca desenvolver o protótipo do equipamento para minimizar custos e alavancar a cadeia produtiva da soja e do algodão. A Embrapii é uma organização social que conecta empresas e instituições de pesquisa para desenvolver inovações, como o LumiBot.

O projeto envolve o desenvolvimento de uma prova de conceito para diagnóstico precoce de doenças com técnicas fotônicas em sistemas produtivos de algodão, em parceria com a Comdeagro.

O projeto físico e de automação foi desenhado em parceria entre a Embrapa Instrumentação e a empresa Equitron Automação, de São Carlos (SP), sob medida para o funcionamento na casa de vegetação.

A fotônica é um ramo da física que estuda aplicações de luz, sua geração, manipulação e detecção. As técnicas são largamente aplicadas em várias áreas pela sua sensibilidade, precisão e alto potencial de portabilidade.

Os nematoides

Nematoides são vermes microscópicos abundantes no solo, água doce e salgada e muitas vezes são parasitas de animais, insetos e também de plantas, segundo a Embrapa. Eles atacam as raízes, trazendo a absorção de água e nutrientes, o que resulta em redução do crescimento da planta e perdas de produtividade.

O experimento para diagnóstico da praga está sendo prolongado com 400 plantas em vasos em casa de vegetação, separados em quatro grupos de 100 – controle, estresse hídrico, inoculadas com o nematoide Aphelenchoides besseyi, e inoculadas com o nematóide Rotylenchulus reniformis, espécies mais comuns encontradas nas lavouras.

Segundo Kaique Pereira, o nematoide  Rotylenchulus reniformis  causa o comprometimento das plantas, reduzindo os rendimentos da plantação, sendo frequente em regiões tropicais e subtropicais do país, enquanto o Aphelenchoides besseyi é responsável pelos sintomas de pressa verde, retenção foliar e deformações de tecidos da planta, comuns em ambientes quentes e úmidos, fatores essenciais para seu desenvolvimento.

“Os nematóides são um problema muito sério no cultivo do algodão e resultam em muitas perdas para os agricultores, principalmente para o Estado do Mato Grosso”, diz Sérgio Dutra, consultor da Comdeagro.

O pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Rafael Galbieri, diz que não se sabe ao certo quanto a produtividade está sendo perdida na função dos nematóides em Mato Grosso.

“O fato é que existem localidades onde há perdas expressivas e outras onde o problema é menor. Há relatos de perdas de 50% a 60% em casos extremos, com média de até 10% a 12% em determinadas regiões. Estima-se uma perda anual superior a 4 bilhões de reais na cultura do algodoeiro em função de problemas relacionados a nematoides. Existem vários exemplos de áreas de produção que são inviáveis ​​pela infestação dessas parasitas”, relata o doutor em agricultura tropical.

Com a soja não é diferente. O prejuízo é de R$ 27,7 bilhões, de acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), Syngenta e consultoria Agroconsult.

“Geralmente, as perdas mais expressivas associadas aos nematóides são observadas em culturas como soja e algodão. No entanto, já é possível constatar que esses patógenos afetaram a produtividade de praticamente todas as culturas agrícolas do País, muitas vezes de forma ainda mais acentuada do que nas grandes culturas”, afirma a presidente da SBN, Andressa Cristina Zamboni Machado.

Segundo ela, o Brasil abriga diversas espécies de nematóides altamente prejudiciais, disseminadas amplamente por todas as regiões agrícolas e responsáveis ​​por extensas perdas econômicas no agronegócio. “Entretanto, esses organismos nem sempre são corretamente revelados ou gerenciados, o que agrava ainda mais seus efeitos sobre a produção”, conta.

Fonte: Embrapa Soja Foto: Wilson Aiello

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Trigo começa semana de forma lenta

O mercado brasileiro de trigo começou a semana em ritmo lento e com preços pressionados, especialmente no Rio Grande do Sul e Paraná, segundo informações da TF Agroeconômica. As recentes chuvas e a desvalorização do dólar contribuíram para a retração dos negócios, enquanto os moinhos seguem cautelosos e parte das regiões inicia a retomada da colheita.

No Rio Grande do Sul, o cenário é de “ressaca” após as precipitações do fim de semana, que variaram entre 3 mm e 60 mm, sem grandes impactos sobre as lavouras. O domingo e a segunda-feira foram marcados por sol e ventos, permitindo que a colheita fosse retomada em algumas áreas. No entanto, o mercado ficou praticamente parado devido à queda do dólar. As indicações de exportação estão em R$ 1.180,00 por tonelada para entrega em novembro, enquanto os vendedores pedem R$ 1.200,00 com pagamento antecipado. Os moinhos seguem fora do mercado, e os volumes destinados à exportação e moagem no estado somam cerca de 220 mil toneladas, bem abaixo das 330 mil registradas no ano anterior. Nos preços internos, as cotações seguem em leve baixa, com R$ 60,00 a saca nas Missões e R$ 62,00 em Panambi.

Em Santa Catarina, a colheita avança lentamente nas lavouras mais precoces, mas ainda sem movimento significativo de vendas. Alguns produtores pedem R$ 1.250,00 FOB pelo trigo novo, valor semelhante ao que moinhos estão dispostos a pagar CIF, o que tem travado os negócios. O último registro foi um pequeno lote de trigo branqueador do Cerrado, a R$ 1.600 CIF. Os preços da saca recuaram para R$ 64,00 em Canoinhas e Xanxerê, mantiveram-se em R$ 62,00 em Chapecó e caíram para R$ 70,50 em Joaçaba.

No Paraná, o avanço da colheita vem melhorando o abastecimento dos moinhos, que encontram trigo novo a preços mais competitivos. As ofertas giram entre R$ 1.220 e R$ 1.280 por tonelada, dependendo da região. Já o trigo importado, especialmente o paraguaio e o argentino, mantém preços firmes entre US$ 230 e US$ 269 por tonelada, mas a recente valorização do real (+2,38%) encareceu as importações. Os preços pagos aos produtores paranaenses recuaram 2,52% na semana, para uma média de R$ 64,94 por saca, ampliando o prejuízo para quase 13%, dado o custo de produção estimado pelo Deral em R$ 74,63.

Fonte: Agrolink Foto: Pixabay

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Trigo: Média do cereal importado é a menor desde nov/20

Dados da Secex analisados pelo Cepea mostram que, em setembro, o preço do trigo importado pelo Brasil foi o menor desde novembro de 2020. A média foi de US$ 230,09/tonelada, o equivalente a R$ 1.235,12/t, considerando-se o câmbio de R$ 5,368 no mês. No mesmo período, a média do cereal no Rio Grande do Sul, segundo levantamento do Centro de Pesquisas, foi de R$ 1.259,39/t, o que indica maior competitividade do produto importado em relação ao brasileiro.

O Brasil importou 568,98 mil toneladas de trigo em setembro, acumulando 5,249 milhões de toneladas na parcial do ano, o maior volume para o período desde 2007, ainda conforme números da Secex analisados pelo Cepea. Diante de um mercado internacional cada vez mais competitivo, pesquisadores apontam que as negociações envolvendo o trigo nacional estão lentas e os valores, pressionados.

Fonte: Cepea Foto: Divulgação

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Iniciativa conecta tecnologia e crédito para agricultores

Uma nova iniciativa chega para apoiar pequenos produtores rurais com foco em gestão, crédito e sustentabilidade. A Serasa Experian, em parceria com o Sebrae, lança o Impulsiona Agro, programa piloto voltado ao Oeste de Santa Catarina, região estratégica para o agronegócio. Com investimento de R$ 1 milhão, a iniciativa oferece diagnóstico individual, plano de ação e consultorias especializadas para acelerar a profissionalização e a adoção de práticas ESG.

O programa propõe um acompanhamento completo, incluindo organização financeira, otimização de custos, acesso a crédito, práticas ambientais e sociais, além de workshops de marketing e vendas. Cada produtor passa por um raio-x do negócio, garantindo que o plano de ação seja personalizado e efetivo para suas necessidades.

Além das consultorias, os participantes terão acesso a feiras regionais e à orientação de especialistas em agronegócio da Serasa Experian. O objetivo é fortalecer a competitividade, melhorar a reputação dos negócios e ampliar oportunidades de mercado, integrando tecnologia, dados e inovação ao dia a dia do campo.

De acordo com a entidade, o Impulsiona Agro reforça o compromisso da datatech em gerar impacto social escalável, estimulando o empreendedorismo rural, promovendo renda, empregos e sustentabilidade no setor. A expectativa é que o programa sirva de modelo para futuras ações voltadas ao desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

“O Impulsiona Agro é um passo fundamental na nossa agenda de impacto social. Ao direcionar nossos esforços também para transformação no campo, com maior profissionalização de pequenos produtores e o embarque de práticas sustentáveis, estamos contribuindo para o aumento de renda, da geração de empregos e por um futuro melhor nesta cadeia produtiva que é uma das maiores e mais essenciais para nosso país”, comenta Paulo Gustavo Gomes, head de sustentabilidade da Serasa Experian.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Pixabay

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Exportação de soja do Brasil bate recorde anual já em outubro com demanda chinesa, diz Anec

A exportação de soja do Brasil deverá somar 102,2 milhões de toneladas de janeiro a outubro, superando os volumes registrados ao longo do ano completo de 2024 e 2023, quando o país marcou seu recorde anual, em meio a elevadas compras da China, apontou nesta quarta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Em todo o ano passado, quando a safra de soja quebrou por problemas climáticos, as exportações brasileiras atingiram 97,3 milhões de toneladas. O recorde anterior de embarques da oleaginosa do Brasil, maior produtor e exportador global, havia sido registrado em 2023, com 101,3 milhões de toneladas, segundo a Anec.

Além de ter colhido uma safra recorde de soja este ano, acima de 170 milhões de toneladas, o Brasil contou com uma demanda adicional da China, que não tem negociado com os Estados Unidos por conta da “guerra” tarifária. Os EUA são rivais dos brasileiros no mercado da oleaginosa.

“A China continua sendo o principal destino e impulsiona os embarques brasileiros: em setembro, importou 6,5 milhões de toneladas, o que representa 93% do total, mantendo uma participação historicamente elevada…”, disse a Anec.

Fiando-se principalmente no Brasil para garantir a oferta, na média de 2025 a China registrou uma participação de 79,9% nas exportações totais de soja do Brasil, ante uma média de 2021 a 2024 de 74%, segundo dados da Anec. Em 2024, a fatia chinesa foi de 76%.

As projeções para o ano foram divulgadas no primeiro relatório mensal de embarques para outubro. Neste mês, a Anec projeta embarques de 7,12 milhões de toneladas, quase 2,7 milhões de toneladas acima do registrado em igual mês do ano passado.

Para o ano, a Anec projeta 110 milhões de toneladas exportadas de soja, segundo relatório.

“Entre novembro e dezembro, outras 8 milhões de toneladas devem ser exportadas, confirmando a estimativa anual de 110 milhões de toneladas”, disse a associação.

Já os embarques de milho foram vistos em 6,0 milhões de toneladas neste mês, cerca de 380 mil toneladas superior ao volume registrado um ano antes. No ano até outubro, as exportações estão estimadas em 30 milhões de toneladas –o Brasil tem figurado como o segundo exportador global do cereal, atrás dos EUA.

Para o farelo de soja, as exportações brasileiras foram estimadas pela Anec em 1,92 milhão de toneladas, abaixo das 2,46 milhões de toneladas de outubro do ano passado. No ano, os embarques até o final deste mês deverão superar 19 milhões de toneladas, segundo a Anec.

Fonte: Reuters/Roberto Samora Foto: Divulgação

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Algodão inicia outubro em queda com pressão da exportação e recuo nas bolsas internacionais

Os preços do algodão em pluma começaram outubro em forte queda, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo o instituto, a paridade de exportação atingiu o menor valor nominal desde dezembro de 2020, o que exerceu pressão direta sobre as cotações no mercado doméstico.

No dia 3 de outubro, a cotação interna do algodão registrou o menor nível em mais de dois anos, reflexo de um cenário global de estoques elevados e de uma desvalorização do dólar, que chegou ao menor patamar desde meados de 2024. Esse movimento reduziu a competitividade das exportações brasileiras, impactando os preços internos.

Além disso, a entrada gradativa da colheita recorde no mercado spot aumentou a oferta disponível. Parte dos vendedores tem optado por reduzir os preços para garantir liquidez, seja para gerar caixa ou para liquidar estoques específicos. No entanto, a demanda permanece retraída, o que mantém o mercado sob pressão, segundo os analistas do Cepea.

Bolsas internacionais também registram desvalorização

No cenário externo, o mercado futuro do algodão na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) encerrou a terça-feira com baixas generalizadas. A valorização do dólar frente a outras moedas contribuiu para a queda das cotações da pluma no mercado internacional.

O comportamento instável do petróleo também dificultou a recuperação dos preços, já que parte da cadeia têxtil utiliza derivados do óleo. Além disso, baixas em mercados agrícolas vizinhos, como café, açúcar, suco de laranja e cacau, ampliaram o pessimismo dos investidores.

Os contratos de dezembro de 2025 fecharam cotados a 64,46 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,0%. Já os contratos de março de 2026 encerraram o dia a 66,38 centavos, também com recuo de 1,0%.

Expectativas para o mercado

Analistas apontam que, nas próximas semanas, o comportamento do dólar e o ritmo das exportações brasileiras devem ser determinantes para o direcionamento das cotações. Caso a moeda americana volte a subir, pode haver recuperação gradual dos preços internos, especialmente se a demanda externa reagir.

Enquanto isso, o mercado doméstico segue atento à liquidez reduzida e à pressão dos estoques, fatores que devem continuar influenciando as negociações no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Melhoramento genético eleva produtividade do milho

A produção de grãos no Brasil deve alcançar 333,3 milhões de toneladas em 2025, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, com crescimento de 13,9% em relação a 2024. O milho se destaca nesse cenário, liderando tanto em volume quanto em produtividade, especialmente na segunda safra, e consolidando-se como protagonista do agro nacional. A genética avançada tem papel decisivo nesse desempenho, garantindo estabilidade e eficiência nas lavouras.

Por trás de cada híbrido existe um processo complexo que vai dos laboratórios de pesquisa genética até os campos de ensaio. Pesquisadores analisam o genoma do milho em busca de características como produtividade, resistência a doenças e tolerância a seca e calor. Linhagens complementares são cruzadas e avaliadas em diferentes solos e climas do país, até que se obtenha um híbrido confiável, adaptado e produtivo.

“A base de tudo está no DNA da planta e na interação do genótipo com o ambiente. Pesquisadores analisam o genoma do milho em busca de características como produtividade, resistência a doenças, tolerância à seca e ao calor. Com um dos bancos genéticos mais robustos do setor, nós exploramos a diversidade presente em milhares de linhagens para desenvolver híbridos superiores, adaptados às mais diversas condições do campo brasileiro”, explica Cristian Rafael Brzezinski, Global Corn Research Manager da GDM, empresa líder global no melhoramento genético de sementes.

A biotecnologia adiciona novas camadas a esse processo, com eventos transgênicos, como o gene Bt para proteção contra pragas, e técnicas de edição gênica como CRISPR-Cas9, que permitem ajustes precisos no DNA da própria planta, acelerando o desenvolvimento de híbridos mais resistentes sem inserir genes externos. Cada semente passa por testes rigorosos de Valor de Cultivo e Uso (VCU) para comprovar sanidade, estabilidade e produtividade antes de chegar ao agricultor.

“Antes de chegar ao mercado, cada novo híbrido desenvolvido pela GDM passa por grande rede de testes em condições de manejo semelhantes ao dos agricultores e ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU), exigidos pelo Ministério da Agricultura, que atestam produtividade, sanidade e estabilidade em todas as regiões edafoclimáticas recomendadas. Somente após essa validação científica e regulatória é que a produção comercial começa garantindo ao agricultor uma semente de alta performance, pronta para entregar resultado”, conta Andre Gradowski de Figueiredo, Development Corn Manager da GDM.

Fonte e Foto: Agrolink/Leonardo Gottems

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Trigo no Sul do Brasil: Mercado lento

O mercado de trigo segue em ritmo lento no Sul do Brasil, com negócios limitados e preços em ligeira queda. Segundo a TF Agroeconômica, as lavouras do Rio Grande do Sul se desenvolvem bem, com chuvas recentes entre 15mm e 70mm, embora haja relatos de acamamento em algumas regiões devido ao vento. Cerca de 12% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 38% em floração, 35% em enchimento de grãos e 10% em maturação, com poucas áreas colhidas, ainda abaixo de 1% do total. O perfilhamento foi considerado excelente, com expectativa de produção superior a 3.200.000 toneladas e produtividade acima de 3.000 kg/hectare.

No estado, o trigo disponível permanece parado, com moinhos cobertos e acompanhando as oscilações de preços e câmbio. Indicações recentes apontam R$ 1.100,00 no interior para retirada em outubro e pagamento em novembro, enquanto o mercado futuro opera de lado, com pequenos negócios a R$ 1.150,00 posto moinho, ainda sem fechamento significativo. Para exportação, preços de dezembro giram em torno de R$ 1.150,00, com deságio de 20% para trigo de ração, refletindo menor volume vendido a termo: cerca de 130.000 toneladas, contra 300.000 em 2024.

Em Santa Catarina, vendedores pedem preços FOB próximos ao que os moinhos estão dispostos a pagar CIF, mas negócios concretos são raros. Últimos valores pagos aos produtores variam de R$ 62,00 a R$ 72,25/saca, com recuos recentes em várias praças. No Paraná, a pressão da oferta mantém os preços em queda, com moinhos comprando trigo de qualidade pão/melhorador a R$ 1.240 FOB e trigo gaúcho PH>78, FN>280 a R$ 1.040 FOB para outubro/novembro.

O trigo importado permanece sem negociação significativa, travado por notícias da Argentina, com valores paraguaio e argentino nacionalizado entre US$ 230 e US$ 269,00 dependendo do porto e do prazo. A média de preços pagos aos produtores caiu 2,04% na semana, para R$ 66,62, ampliando o prejuízo em relação ao custo de produção atualizado de R$ 74,63/hectare.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Divulgação

Composição Grãos de Feijão - Catálogo 2012

Brasil consolida posição de destaque nas exportações de Feijão e Gergelim em 2025

O Brasil vive um momento histórico no comércio internacional de grãos especiais. Dados consolidados até setembro de 2025 mostram que o país atingiu 361.864 toneladas de Feijão exportadas — o maior volume já registrado — e 349.674 toneladas de Gergelim embarcadas para o exterior, também um recorde absoluto.

No caso do Feijão, o destaque vai para o avanço da diversificação de cultivares e mercados. O grande protagonista deste ano é o Feijão-Mungo-Preto, lançado oficialmente pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 2024. A variedade, que até pouco tempo não era cultivada no país, já alcançou 171 mil toneladas exportadas, posicionando o Brasil entre os principais fornecedores mundiais dessa leguminosa.

Outros tipos de Feijão também ganharam força. O Feijão-Preto, que até 2023 era importado em grande escala, atingiu 59 mil toneladas exportadas. Os Feijões Rajado, Vermelho e Branco somam 54 mil toneladas, e o Feijão-Caupi Branco, produzido especialmente no Mato Grosso, responde por mais 66 mil toneladas. Tudo isso sem afetar o abastecimento interno, ainda sustentado pelo Feijão-Carioca, que representa cerca de 65% da produção nacional e permanece voltado ao consumo doméstico.

Esse avanço é resultado direto da integração entre pesquisa, produtores e exportadores. Instituições como IAC, Embrapa e IDR-Paraná vêm desenvolvendo novas cultivares mais produtivas e adaptadas às condições brasileiras, enquanto produtores e exportadores assumem o protagonismo na adoção de tecnologia, financiamento e comercialização.

O projeto Brazil Super Foods, uma parceria entre APEXBrasil e IBRAFE (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses), tem sido fundamental nesse processo. Por meio de ações de marketing internacional e presença em feiras estratégicas, o projeto vem consolidando a imagem do Feijão e do Gergelim brasileiros como superalimentos de alto valor nutricional e sustentabilidade comprovada. Metade dos recursos investidos no projeto é aportada diretamente pelos exportadores, demonstrando o engajamento do setor privado.

Já o Gergelim vem confirmando seu potencial como uma das culturas mais promissoras do agronegócio nacional. Em setembro de 2025, o Brasil exportou 109 mil toneladas, um aumento de 60,3% em relação a agosto. Os principais destinos foram China (64 mil toneladas, 58% do total), Índia (23 mil toneladas), Vietnã (7 mil toneladas) e Turquia (6 mil toneladas). No acumulado do ano, o país totaliza 349.674 toneladas exportadas, consolidando-se entre os maiores exportadores mundiais da oleaginosa.

Para Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE, o desempenho reflete um novo ciclo de maturidade para o setor. “O Brasil está mostrando que é capaz de unir tecnologia, sustentabilidade e estratégia comercial. Feijão e Gergelim deixaram de ser culturas complementares e passaram a ser pilares da nova pauta exportadora do agro brasileiro, com alto valor agregado e reconhecimento mundial”, afirma

Com produtividade crescente e novos mercados se abrindo, o país consolida sua imagem como fornecedor confiável de alimentos de verdade, reforçando o papel do Feijão e do Gergelim brasileiros na segurança alimentar global.

Fonte: IBRAFE Foto: Divulgação