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Nota de pesar

A APASEM recebe com pesar a notícia do falecimento de Wilson Thiesen, liderança de referência no agronegócio, em especial no setor de sementes onde atuou na defesa das demandas dos produtores. Na Associação, chegou a ocupar o cargo de presidente em 1979. Porém, Thiesen foi um defensor do setor produtivo como um todo. Ocupou cargos de destaque em entidades como presidente do Sistema Ocepar, da OCB e foi vice-presidente do Sistema Fiep, além de ter sido delegado federal do Mapa no Paraná e coordenador substituto do Incra.

“Um homem que contribuiu de forma ímpar para o setor de sementes, para o agronegócio do Estado e sem dúvida, deixa um legado extenso para todo o Paraná”, diz o presidente da APASEM, Josef Pfann Filho. Aos familiares e amigos, a APASEM expressa seu profundo pesar.

Cooperativismo - News

Dia Internacional do Cooperativismo

No último sábado (5/7), foi celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo. O Paraná é um dos Estados brasileiros referência em associações desta natureza. Muitos dos associados da APASEM são cooperativas e nos orgulhamos em tê-los como nossos parceiros. Juntos podemos promover os valores do cooperativismo que é pautado pela solidariedade, democracia, ajuda mútua e desenvolvimento sustentável.

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Circular Técnica: Teste de envelhecimento acelerado para avaliar o vigor em sementes de soja

Dentre os testes de vigor mais difundidos, o teste de envelhecimento acelerado se destaca, devido à sua precisão e sensibilidade em detectar diferenças de qualidade entre lotes de sementes com germinação semelhante (Pereira et al., 2015), além de, ser capaz de proporcionar informações sobre a qualidade fisiológica das sementes com alto grau de precisão (Hampton; TeKrony, 1995). Esse teste foi desenvolvido por Delouche (1965), que estudou o efeito fisiológico na semente armazenada sob condições elevadas de temperatura e umidade relativa durante um curto período de tempo.

As bases fisiológicas desse teste advêm dos estudos de Crocker e Groves (1915), que observaram que a morte das sementes durante o armazenamento era causada pela coagulação de proteínas e que esse processo era acelerado pelo aquecimento da massa de sementes. Com base nisso, sugeriram que testes de germinação conduzidos após a exposição relativamente rápida de sementes a temperaturas elevadas (50 oC a 100 oC), poderiam ser úteis para estimar o seu potencial de armazenamento.

O primeiro estudo relacionado à submissão da semente ao estresse da alta temperatura associado com alta umidade relativa foi efetuado por Helmer et al. (1962) que avaliaram o desempenho fisiológico de sementes de trevo após a exposição a condições ambientais de temperaturas entre 35 oC e 40 oC e 100% de umidade relativa. Sementes de oito lotes com porcentagem de germinação semelhantes foram submetidas ao envelhecimento artificial e armazenados durante cinco meses a 20 oC e 75% de umidade relativa do ar.

Confira Circular Técnica na íntegra no link repositório Infoteca/Embrapa.

Fonte:  Embrapa

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6ª Reunião Técnica do Comitê de Análise de Sementes

A Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES) realizará sua 6ª Reunião Técnica do Comitê de Análise de Sementes no próximo dia 16 de julho, das 15h30 às 17h. O tema abordado será “Patologia de Sementes: Desafio na identificação e as experiências nas últimas safras de soja”. Para participar, é necessário ser associado à ABRATES e fazer parte do grupo do Comitê.

A reunião será online, com foco na identificação e experiências nas últimas safras de soja. A ABRATES oferece diferentes categorias de associação, com valores anuais para profissionais, empresas e estudantes.

Mais informações e inscrições: abrates.org.br.

Fonte: Abrates

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X Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2025

Entre os próximos dias 21 a 24 de julho de 2025 será promovida a 10ª edição do Congresso Brasileiro de Soja 2025, que neste ano celebra os 50 anos da Embrapa Soja. O encontro será realizado no Centro Convenções Expo Dom Pedro, em Campinas (SP).

O CBSoja é o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva e irá reunir renomados especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja.

Faça sua inscrição antecipada: www.cbsoja.combr

Fonte: CBSoja

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Nova gestão do Copasem: foco no fortalecimento da sanidade de sementes no Brasil

A nova gestão do Comitê de Patologia de Sementes (Copasem), vinculado à Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), inicia seus trabalhos com uma missão clara: fortalecer a sanidade das sementes produzidas no Brasil. Diante de desafios técnicos, estruturais e regulatórios, o comitê aposta na capacitação profissional, na padronização de metodologias e na integração dos diferentes elos do setor.

À frente do comitê estão a coordenadora Norimar D´Ávila Denardin, sócia-diretora e pesquisadora do Centro de Biotecnologia na Agricultura (Cebtecagro), e a vice-coordenadora Carla Corrêa, CEO da CLC AgroCapacitação. Com foco em inovação e articulação técnica, elas conduzirão ações estratégicas que visam à produção de sementes mais sadias e seguras, essenciais para conceder caráter de sustentabilidade à agricultura nacional.

“Precisamos garantir qualidade desde o laboratório até o campo”, afirma Norimar Denardin. Segundo ela, uma das prioridades da nova gestão é criar uma rede de padronização e validação de análises fitopatológicas, envolvendo universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas.

Entre os principais gargalos do setor estão a escassez de profissionais especializados, a limitação de recursos em infraestrutura e a falta de metodologias diagnósticas padronizadas. Norimar ressalta ainda que há um grande déficit de laboratórios bem equipados e de pessoal capacitado para operar tecnologias modernas e interpretar resultados complexos, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros.

Ela destaca que técnicas avançadas – como as baseadas em biologia molecular, a exemplo da PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), eletroforese, sequenciamento de DNA, hibridização, técnicas isotérmicas, como o Lamp (Loop-mediated isothermal amplification) e Elisa – demandam investimentos significativos em equipamentos, reagentes e infraestrutura, o que dificulta sua adoção em larga escala nacional.

Além disso, há escassez de técnicos aptos a operar essas tecnologias e interpretar os resultados com precisão. Esse déficit limita a realização de análises complexas e compromete a resposta à diversidade de patógenos, presente no País. “A diversidade de patógenos exige metodologias sensíveis, rápidas e precisas. No entanto, sua implementação tem enfrentado barreiras técnicas e financeiras, além de capacitação contínua das equipes ativas”, enfatiza.

A vice-coordenadora Carla Corrêa também ressalta a importância de superar resistências à adoção de novas metodologias: “Vamos atuar em parceria com agências de fomento e instituições públicas e privadas para garantir acesso à tecnologia, formação profissional e difusão do conhecimento”, afirma.

No campo prático, o Copasem pretende apoiar estratégias integradas de controle de patógenos, promovendo o uso adequado de tratamentos químicos, biológicos e físicos, além de incentivar o desenvolvimento de agentes de biocontrole mais eficazes e seguros. Segundo as coordenadoras, essas soluções exigem maior investimento em pesquisa e capacitação técnica por parte dos usuários finais.

Atualmente, o Brasil conta com laboratórios oficiais, como os do Lanagro, do Ministério da Agricultura e Pecuária, e do Instituto Biológico de São Paulo, além de aproximadamente 190 laboratórios credenciados pelo MAPA até setembro de 2023. “No entanto, nem todos estão ativos ou habilitados para o diagnóstico fitossanitário. Há também laboratórios vinculados a universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas, mas o número total ainda é impreciso”, observa Carla.

“A situação evidencia a urgência de incentivos para manutenção e expansão desses serviços essenciais”, reforça Norimar Denardin.

O comitê pretende intensificar o diálogo com órgãos reguladores e entidades representativas, como a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) e as associações estaduais. A estratégia contempla ainda a ampliação da oferta de cursos, workshops e simpósios, além de incentivar a publicação de artigos científicos em periódicos como o Journal of Seed Science e o Informativo Abrates. “Nosso objetivo é atualizar e disseminar o conhecimento técnico-científico em patologia de sementes, além de conectar o Brasil a experiências internacionais que possam nos fortalecer”, afirma Carla.

A grande meta da nova gestão é consolidar o Copasem como referência nacional e internacional em sanidade de sementes.

“Superar esses desafios exige um esforço colaborativo entre instituições de pesquisa, órgãos governamentais, setor produtivo e os laboratórios, com investimentos em pesquisa, infraestrutura, capacitação e políticas públicas voltadas à área. O impacto será direto na produtividade agrícola, na segurança alimentar e na competitividade do Brasil no mercado global”, conclui Norimar Denardin.

Fonte e Foto: Abrates

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Novo bioinsumo desenvolvido pela Embrapa promete revolucionar o manejo de pastagens no Brasil

Parceria público-privada impulsiona inovação no campo

Um novo bioinsumo com potencial para transformar o manejo de pastagens no Brasil está sendo desenvolvido por meio de uma parceria entre a Embrapa Agrobiologia (RJ) e a empresa Agrocete. Com lançamento comercial previsto para 2026, o produto é baseado na combinação de três estirpes bacterianas promotoras de crescimento, com capacidade de atuar em diferentes sistemas produtivos e tipos de pastagens — incluindo gramíneas e áreas degradadas.

Potencial para diferentes sistemas produtivos

A nova tecnologia se destaca por sua aplicação ampla. Segundo o pesquisador Bruno Alves, o bioinsumo poderá ser utilizado tanto por produtores tradicionais quanto por aqueles que adotam práticas sustentáveis como Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou consórcios com leguminosas. Já o pesquisador Jerri Zilli ressalta que os testes em estufa indicaram aumento de mais de 30% na biomassa das leguminosas, o que motivou o avanço para ensaios de campo e a busca pelo registro comercial do produto.

Eficiente mesmo em pastagens puras de gramíneas

Mesmo em áreas sem leguminosas, o bioinsumo mostra-se eficaz ao estimular o crescimento das gramíneas, promovendo redução do uso de fertilizantes nitrogenados, como no caso de pastagens com braquiária. “Isso representa um ganho real para o produtor”, explica Zilli.

Impacto ambiental e econômico

De acordo com a diretora da Agrocete, Andrea Giroldo, a formulação multiforrageira é um diferencial estratégico para o mercado, garantindo praticidade e economia. Ela destaca que, atualmente, mais de 70 milhões de hectares de pastagens no Brasil apresentam baixa produtividade ou degradação. O novo bioinsumo chega como uma alternativa sustentável para aumentar a produção bovina sem elevar os custos e com menor impacto ambiental.

Expectativa de lançamento para 2026

Até o lançamento comercial, previsto para 2026, a Embrapa e a Agrocete seguem com estudos agronômicos para validar a eficácia e a segurança do produto no campo. O bioinsumo pode beneficiar diretamente uma área de 159 milhões de hectares de pastagens no Brasil, das quais cerca de 100 milhões enfrentam graus variados de degradação.

Leguminosas: aliadas da produtividade e da sustentabilidade

A incorporação de leguminosas nas pastagens é uma prática com grande potencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e melhorar a qualidade do solo. As pesquisas da Embrapa mostram que, por meio da fixação biológica de nitrogênio, essas plantas podem diminuir em até 30% as emissões de GEE, além de reduzir a necessidade de fertilizantes sintéticos.

Além disso, as leguminosas ajudam a reduzir a emissão de metano entérico pelo gado, graças à presença de compostos como taninos condensados, que modificam a fermentação ruminal. Também contribuem para o sequestro de carbono no solo, podendo armazenar até 4,4 toneladas de carbono por hectare ao ano.

Apoio de políticas públicas e incentivo à pecuária regenerativa

As práticas sustentáveis envolvendo leguminosas estão contempladas no Plano ABC+, do governo federal, que incentiva ações de baixa emissão de carbono na agricultura. “O consórcio com leguminosas melhora a fertilidade, promove a circularidade dos nutrientes e reduz as emissões de GEE”, reforça o pesquisador Bruno Alves.

Conheça as bactérias que compõem o bioinsumo

Bradyrhizobium: amplamente usado na cultura da soja, promove a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a necessidade de adubação.

Azospirillum: atua no desenvolvimento das raízes e no crescimento das plantas, sendo comum em gramíneas como milho, trigo e arroz.

Nitrospirillum: bactéria fixadora de nitrogênio isolada na Amazônia, com resultados promissores em culturas como cana-de-açúcar e cereais, além de estimular o desenvolvimento radicular.

O novo bioinsumo reforça a busca por soluções sustentáveis e eficientes na pecuária brasileira, aliando produtividade, economia e preservação ambiental. A expectativa é que, a partir de 2026, os produtores tenham em mãos uma ferramenta capaz de recuperar áreas degradadas, reduzir o uso de fertilizantes químicos e melhorar a qualidade das pastagens em diversas regiões do país.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Jerri Zilli

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Sobra de trigo pressiona mercado

O mercado de trigo no Sul do Brasil segue pressionado pela grande oferta da safra passada e pela cautela dos produtores quanto à nova safra. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul, o plantio da safra 2024 está estagnado em 40% da área estimada de 950 mil hectares, abaixo de 1 milhão de hectares, como já vinha sendo previsto pelo setor. As chuvas dificultaram os trabalhos de campo, embora tenham sido parcialmente retomados nesta quarta-feira.

No mercado da safra velha, junho terminou com preços estáveis e pouca movimentação. Os moinhos gaúchos têm julho e parte de agosto cobertos, o que reduz o ritmo de compras. Negócios pontuais ocorreram a R\$ 1.300,00 para trigo de boa qualidade e localização média, com embarque em julho e pagamento em agosto. Já lotes premium do norte do estado chegaram a R\$ 1.320,00 para moinhos catarinenses. A disponibilidade ainda é elevada: estima-se que havia 360 mil toneladas no estado até 30 de junho, com expectativa de 130 mil toneladas remanescentes até o fim de outubro.

Em Santa Catarina, os moinhos priorizam a compra de trigo gaúcho de melhor qualidade, mas muitos ainda estão escoando estoques. Preços da safra velha variaram entre R\$ 1.330,00 e R\$ 1.500,00 FOB, dependendo do tipo e origem. Houve redução estimada de 20% nas vendas de sementes e a Conab prevê queda de 6,3% na produção, mesmo com aumento de área plantada, devido à menor produtividade.

No Paraná, os negócios estão praticamente parados, com produtores pedindo R\$ 1.500 FOB, enquanto compradores oferecem até esse valor CIF. A grande oferta de trigo importado — cotado entre R\$ 1.425,00 e R\$ 1.507,00 conforme a origem e localidade — deve sustentar o abastecimento até a chegada da nova safra. O preço médio na pedra recuou 0,89%, para R\$ 77,68/saca, pressionando a margem de lucro dos produtores, agora em 5,64%.

Fonte e Foto: Agrolink

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Foto Gilson Abreu/AEN

Adesão obrigatória à nota fiscal eletrônica do produtor rural é adiada para 2026

Os produtores rurais do Paraná terão mais tempo para se adequar à Nota Fiscal do Produtor Eletrônica (NFP-e). A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e a Receita Estadual prorrogaram o prazo para que agricultores e pequenos pecuaristas adotem o documento digital. Com o novo adiamento, os produtores terão até o dia 5 de janeiro de 2026 para se adequar às novas regras.

A nova data foi estabelecida pela Norma de Procedimento Fiscal nº 32/2025 publicada no Diário Oficial do Estado de terça-feira (01). Com isso, os produtores ganham quase seis meses para se adequar ao novo formato.

A NFP-e é um documento exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, destinado a registrar transações que envolvam a circulação de mercadorias para fins fiscais. Ao substituir o documento em papel, a NFP-e (modelo 55) possui as mesmas atribuições e validade jurídica que a Nota Fiscal de Produtor (modelo 4), que será gradualmente substituída pelo ambiente eletrônico.

Mais eficiência

Desde 1º de janeiro de 2021, os produtores rurais com faturamento anual superior a R$ 200 mil já estavam obrigados a utilizar a NFP-e em operações interestaduais. A partir de 2026, porém, essa obrigatoriedade se estenderá para todas as operações, tanto internas quanto interestaduais, independente do valor em questão.

A principal vantagem da NFP-e é a praticidade. Além de reduzir os erros de escrituração, a nota eletrônica também representa um significativo ganho de tempo para o produtor. Com ela, o documento fiscal pode ser emitido de qualquer lugar pela internet, evitando a necessidade de ir às prefeituras para buscar ou entregar as notas fiscais.

Ela também garante mais agilidade e eficiência por parte da Receita Estadual, já que a nota eletrônica é gerada e autorizada imediatamente. A medida também reduz o consumo de papel e diminui os gastos públicos.

Como emitir

A NFP-e pode ser emitida de três formas: pelo Portal Receita PR, pelo Nota Fiscal Fácil (NFF) ou mesmo por um software adquirido de terceiros que seja cadastrado para este fim.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu

Colheita de milho - 2021. Foto: Gilson Abreu/AEN

Secretaria da Agricultura orienta produtores do Paraná sobre mudanças no Plano Safra

O governo federal anunciou nesta semana o Plano Safra 2025/26. São R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial, destinados a médios e grandes produtores, volume 1,5% superior aos R$ 508,6 bilhões liberados no ciclo passado, e R$ 89 bilhões para a agricultura familiar.

Em termos de disponibilidade de recursos, o custeio foi privilegiado com oferecimento de R$ 414,7 bilhões (no exercício anterior tinha sido R$ 401,3 bilhões). Para investimento houve corte, com o montante passando de R$ 107,3 bilhões para R$ 101,5 bilhões.

Em período de alta na taxa Selic, que está em 15%, os juros oferecidos aos agricultores subirão até 2 pontos porcentuais. Os médios produtores terão os custeios balizados em 10%, enquanto os demais têm taxa de 14%. Os investimentos variam entre 8,5% e 13,5%.

O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, destacou que, diante desse cenário, o Paraná tem se colocado à frente na boa oferta de crédito aos agricultores do Estado. Em 2020, por exemplo, foi lançado o Banco do Agricultor Paranaense. O governo concede subvenção econômica a produtores rurais, cooperativas e associações de produtores com vistas a fortalecer as cadeias produtivas do Estado.

As subvenções de juros variam de 5% até 100% dependendo da categoria do produtor e da finalidade da operação de investimento. “Os benefícios oferecidos pelo Banco do Agricultor Paranaense visam ajudar na tomada de decisão para investimentos que agreguem valor aos produtos e mais ganho aos produtores”, reforçou Marcio Nunes.

Desde sua criação, o Banco do Agricultor Paranaense já possibilitou investimentos superiores a R$ 1,092 bilhão em 8.404 projetos. O Estado equalizou cerca de R$ 311,2 milhões.

Nunes destacou, ainda, que o Paraná também criou, em abril deste ano, o Fundo de Investimento Agrícola do Paraná (FIDC Agro Paraná), primeiro instrumento nesses moldes no Brasil. O objetivo é alavancar até R$ 2 bilhões para o financiamento de projetos estruturantes no campo.

A proposta é impulsionar o agronegócio com apoio direto ao cooperativismo, à modernização tecnológica e ao fortalecimento da renda em regiões produtoras. O Fundo já recebeu o primeiro aporte, no valor de R$ 261 milhões. A operação foi formalizada pela Fomento Paraná, instituição estadual responsável pela estruturação do fundo, em parceria com a cooperativa C.Vale e o Sicredi.

Os juros oferecidos são equivalentes aos do Plano Safra e os prazos se estendem até dez anos para pagamento, possibilitando que pequenos e médios produtores possam investir em tecnologia, infraestrutura e na geração de renda. Os recursos da primeira operação destinam-se à construção de 96 aviários, tanques de piscicultura e matrizeiros para a criação de aves reprodutoras.

Agricultura familiar

No Paraná, a agricultura familiar representa cerca de 80% dos 371.051 estabelecimentos agropecuários, levantados no Censo Agro 2017 pelo IBGE. Pelo anúncio do governo federal, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) receberá R$ 78,2 bilhões. Se somar outros programas, como garantia-safra, assistência técnica, Proagro Mais, compras públicas e SocioBio Mais, o valor chega a R$ 89 bilhões.

Ele terá juros entre 0,5% e 8% ao ano. Algumas linhas, no entanto, mantiveram as taxas do ciclo anterior, como a de produção de alimentos da cesta básica, que ficou em 3%. O governo federal aposta também na oferta de R$ 6,5 bilhões em linhas equalizadas para os agricultores que produzirem arroz, feijão, mandioca, leite, ovos, trigo e tomate.

Foi criada faixa de custeio para produtores de milho, café, uva e frutas de inverno, com juros de 6,5% ao ano. A oferta é de R$ 4,9 bilhões em linhas de equalização. A produção orgânica, agroecológica e de produtos da sociobiodiversidade seguirá com 2% ao ano para o Pronaf e disponibilidade de R$ 150 milhões. Todas as linhas de custeio têm teto de R$ 250 mil por beneficiário.

Quando se trata de investimento para compra de máquinas de pequeno porte, a taxa de juro permanece em 2,5%. Mas o limite saiu de R$ 50 mil para R$ 100 mil destinado a família com renda anual de até R$ 150 mil. O governo colocou R$ 500 milhões nessa linha. Colheitadeiras, tratores e implementos de até R$ 250 mil poderão ser comprados com juros de 5% ao ano.

Agricultura empresarial

Como no ano passado, o governo decidiu incorporar ao Plano Safra R$ 185 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para emissão de Cédulas de Produto Rural (CPR). Essa modalidade foi criada em 1994 e passou a integrar o Plano Safra a partir do ciclo 2024/25.

Dentro da agricultura empresarial, destinada a médios e grandes produtores, o total de recursos de crédito, no ciclo 2025/26, é de R$ 516,2 bilhões. Para os custeios de lavouras estão previstos R$ 414,7 bilhões, enquanto os investimentos ficam em R$ 101,5 bilhões.

Em relação aos beneficiários, a previsão é que os produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) tenham R$ 69,1 bilhões, com taxa de juros de 10%. Houve ampliação do limite de renda para enquadramento, de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano. Já os demais produtores e cooperativas devem receber R$ 447 bilhões.

O governo decidiu unificar o Moderagro, considerado fundamental pelas entidades do agro paranaense, visto apoiar e fomentar a produção, beneficiamento, industrialização e armazenamento de produtos rurais, e o Inovagro, que tem proposta de incentivar a inovação tecnológica.

Com a unificação, espera-se simplificar o acesso ao crédito. Dessa forma houve aumento no limite disponível para investimentos em granjas, possibilitando que essas estruturas se mantenham sempre atualizadas em relação à sanidade animal. O volume de recursos é de R$ 6,8 bilhões, com taxa de juro de 12,5% ao ano. Já o programa de modernização da frota de tratores contará com R$ 9,5 bilhões e taxa de juros em 13,5%.

O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) também foi ampliado. O limite de capacidade por projeto passou de 6 mil para 12 mil toneladas. Para essa modalidade estão destinados R$ 3,7 bilhões, com juros de 8,5%. O subprograma RenovAgro Ambiental passa a contemplar ações de prevenção e combate a incêndios, além de recuperação de áreas protegidas.

Zarc

A partir deste ano o crédito rural de custeio agrícola passa a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Anteriormente restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares do Pronaf com enquadramento obrigatório no Proagro, a exigência se estende agora a financiamentos acima desse valor e a contratos em que o Proagro não é exigido.

O objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, contribuindo para maior segurança e sustentabilidade na produção. A exceção ocorre somente nos casos em que não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura financiada.

Também será permitido financiamento de insumos e tratos culturais voltados ao cultivo de plantas de cobertura e proteção do solo no período de entressafra.

O acesso ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) passa igualmente a ser facilitado. Os beneficiários do Pronaf e do Pronamp poderão acessar o fundo mesmo que tenham contratos ativos pelo Plano Safra, aumentando as opções de crédito e fortalecendo a capacidade de investimento e produção no setor cafeeiro.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu