Abre inoculantes

Inoculantes, as vantagens e desafios de um mercado em expansão

Revista Apasem – edição 2024 – A cada safra, o Brasil registra maior adesão e aumento no consumo de inoculantes. Este é um bioinsumo composto por uma grande quantidade de bactérias que agem de maneira benéfica no campo. A aplicação desse tipo de produto favorece, por exemplo, o processo de fixação biológica de nitrogênio e traz uma série de vantagens para o próprio cultivo e para o produtor, com mais sustentabilidade e redução no custo de fertilizantes de origem sintética.

Apesar da tecnologia estabelecida e dos resultados positivos, quais são os desafios que o país enfrenta na adesão aos inoculantes e o impacto da sua utilização?A Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII) estima um crescimento de 17% do setor de bioinsumos no ano de 2024, a partir da maior busca por soluções sustentáveis para a agricultura, conforme argumento apresentado pela entidade. Mesmo que essa preocupação com a sustentabilidade afete produtores de diferentes culturas e integrantes de toda essa cadeia – incluindo a produção de sementes e mudas –, ainda há uso do bioinsumo expressivamente no plantio da soja.
Dados da instituição apontam que, anualmente, mais de 140 milhões de doses de inoculantes são usados nas lavouras de todo o país. Uma pesquisa realizada por Cristiano Limberger, da Kynetec – BioSummit, de 2024, e reproduzida pela ANPII, mostra que 36% das áreas cultivadas no Brasil contam com aplicação de insumos biológicos. O volume representa 84 milhões de hectares.
Outro levantamento, da própria ANPII, foi citado em abril de 2024 para mostrar o avanço do setor. Na safra de soja 2022/2023, os inoculantes com bactérias Bradyrhizobium foram usados em 85% da área cultivada com soja em todo o país. Já o uso conjunto de Bradyrhizobium e Azospirillum apareceu em cerca de 35% da área da cultura no país.
A redução de custos também é um argumento que sustenta esse movimento em prol dos inoculantes. Dados da Embrapa apontam que essa diminuição pode chegar a 95% na comparação com o uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos. Estima-se que sejam mais de 25 bilhões de dólares economizados anualmente pelo uso de inoculantes com bactérias fixadoras de nitrogênio, somente no cultivo de soja. Paralelamente, o uso de insumos biológicos favorece a produtividade.

A expansão e o potencial deste mercado também impulsionam a própria produção de bioinsumos e isso acontece, atualmente, de diferentes formas. Há, inclusive, esse tipo de frente dentro das propriedades rurais. Ou seja, existe uma diversidade na elaboração desse tipo de produção, o que chamou a atenção de pesquisadores para trabalhar em um manual específico para os inoculantes, favorecendo um controle de qualidade nesse segmento. A iniciativa é da Embrapa Soja. A publicação, lançada em 2024, traz informações e imagens sobre a tecnologia para auxiliar a avaliação de inoculantes.
A pesquisadora Mariangela Hungria, que atua no Laboratório de Biotecnologia do Solo da Embrapa Soja, explica que a demanda para o manual surgiu a partir do Plano Nacional de Bioinsumos, que entrou em vigor por meio de um decreto em 2020. “A partir disso ocorreu uma explosão no interesse pelos inoculantes. O mercado está em franca expansão, tanto na compra quanto na produção. O número de indústrias, nos últimos três anos, cresceu mais de 100%. As pessoas estavam muito acostumadas com os químicos, sejam eles agrotóxicos para o controle de doenças ou os fertilizantes químicos. Esse interesse existe, mas a formação dos recursos humanos necessários para o desenvolvimento e o controle de qualidade dos bioinsumos é totalmente diferente”, salienta.
A avalanche de pedidos de informação técnica sobre o setor motivou ainda mais a formatação do manual, que é ilustrado e considerado inovador pela pesquisadora. Mariangela revela que esse nivelamento por qualidade é importante no país, ainda mais com a produção na modalidade chamada on farm, ou seja, dentro da própria propriedade. Sem um controle mais preciso, existem riscos desses insumos carregarem patógenos, além de possuírem baixa qualidade. “A agricultura brasileira merece insumos de qualidade, não importa se são importados, nacionais ou pelo on farm”, opina. “É preciso entender que existe uma necessidade de capacidade técnica para atuar neste segmento, e isso não acontece em curto prazo”, completa.
O controle se torna ainda mais importante diante de outra movimentação de mercado: os inoculantes podem substituir parte da demanda nacional por fertilizantes químicos. A crise gerada pelo conflito envolvendo Rússia e Ucrânia impactou diretamente as vendas desse tipo de produto, que é essencialmente importado. Além disso, o Brasil tem um vasto histórico e tradição na pesquisa e desenvolvimento de insumos biológicos, o que ajuda a embasar ainda mais essa adoção.

Como o mercado está se movimentando?
Os lançamentos e as pesquisas de inoculantes ganham velocidade, diante da demanda do próprio mercado pelo bioinsumo.
. A Embrapa, em parceria com a empresa Innova Agrotecnologia, divulgou o Bioinsumo Combio durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel, em fevereiro de 2024. Segundo informações divulgadas pela Embrapa, o Combio auxilia no crescimento da lavoura e ainda gera outros efeitos no cultivo de soja. “Trata-se de uma combinação de três estirpes bacterianas que atuam na fixação biológica de nitrogênio e na promoção de crescimento de plantas. O Combio é uma formulação com as estirpes bacterianas BR 29 (Bradyrhizobium elkanii), BR 10788 (Bacillus subtilis) e BR 10141 (Paraburkholderia nodosa). O diferencial desse inoculante é que alia os benefícios do tradicional inoculante de Bradyrhizobium com bactérias que desempenham vários mecanismos estimuladores e protetores de plântulas, proporcionando maior qualidade e uniformidade”, trazia a divulgação da época.
Ainda de acordo com a Embrapa, o bioinsumo é um inoculante líquido, que pode ser aplicado via tratamento de sementes ou no sulco de plantio. É considerado um insumo biológico multifuncional para a cultura da soja, atendendo às expectativas do mercado de aliar soluções tecnológicas sustentáveis, controle de pragas e doenças e aumento de produtividade. Nessa pesquisa, houve o levantamento de centenas de bactérias que poderiam ser microrganismos antagônicos a fungos que impactam a germinação e a emergência de plântulas, evitando ataques de fungos em fases importantes. Caso não seja aplicado um bioinsumo, a alternativa é partir para fungicidas químicos.
Testes em campo feitos com o Combio mostraram aumento de 10% no rendimento de grãos. Uma das observações aconteceu no Paraná. De acordo com a Embrapa, a área onde foi aplicado o Combio gerou 66 sacas por hectare, enquanto o rendimento foi de 61 sacas em uma área sem inoculante e de 63 sacas com a coinoculação tradicional.

Biofábricas
Também estão em pleno andamento iniciativas de empresas de sementes e de insumos para a agricultura, com a formatação de unidades próprias para o desenvolvimento, pesquisa e monitoramento de inoculantes para aplicação em áreas específicas, especialmente aquelas dedicadas aos próprios cultivos.
Este é o caso da Bom Futuro, com sede em Cuiabá (Mato Grosso), que investiu em uma biofábrica para atender às demandas internas. O gerente técnico, Cid Reis, explica que a empresa sempre teve o incolulante Bradyrhizobium como essencial. “Ouvimos os pesquisadores dessa área de microbiologia e decidimos renovar as estirpes. São áreas bastante antigas de soja. Nunca deixamos de fazer inoculação, trazendo depois cepas novas, renovando os microrganismos com cepas mais eficientes na fixação biológica”, comenta. Em áreas novas, a dose de inoculantes é elevada, mas em regiões já estabelecidas é seguido um padrão de aplicação, seja nos sulcos ou via sementes.
Mais recentemente, a Bom Futuro apostou em novos inoculantes, dentro dessa fábrica específica para a produção desses bioinsumos, inicialmente com Azospirillum. “Essa é uma bactéria de vida livre. Não faz nódulos, mas atua na absorção de nitrogênio do ar, fornecendo isso para as plantas. Utilizamos tanto na soja quanto no milho. Também estamos com outro inoculante, que é o Bacillus subtitles, que não é para absorção de nitrogênio, mas é um promotor de crescimento de raiz. É considerado um inoculante, assim como o Amyloliquefaciens, que também tem uma ação nematicida”, esclarece Reis.
Ele ainda conta que a biofábrica tem foco especialmente nesses dois últimos inoculantes, e o Bradyrhizobium é adquirido no mercado em função do custo de produção. Além disso, a unidade tem dedicação para outros produtos biológicos, especialmente para o controle de pragas.

Por Joyce Carvalho

Deral

Confira os destaques do novo  boletim agropecuário do Deral

O preço do café no varejo continuará em patamares altos pelo menos até que a próxima safra esteja colhida e disponível no mercado – ela se fortalece entre junho e julho. De outro lado, os produtores também estão recebendo mais pelo produto, o que possibilita que se compense, em parte, os prejuízos que vinham acumulando nos últimos ciclos.

Esse é um dos temas apresentados com mais detalhes no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 10 a 16 de janeiro. O documento é preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

A pesquisa de varejo feita periodicamente pelo Deral mostra que em 2024 o preço do café no mercado paranaense teve aumento de 50%. Em dezembro de 2023 a média por quilo ficou em R$ 13,59. Um ano depois estava em R$ 20,33.

Os primeiros levantamentos de 2025 indicam que o movimento de alta não cessou. Dez pacotes estão custando R$ 230,22 no atacado. Mesmo que seja repassado ao consumidor sem lucro, já supera em 10% os valores praticados no varejo no final do ano passado.

A produção paranaense sozinha não é capaz de reverter essa situação, pois oferece menos de 2% do volume brasileiro. Mas a previsão é que as boas floradas e o bom desenvolvimento observados levem a uma produção de 42,7 mil toneladas nos 25,5 mil hectares, o que seria 6% superior às 40,4 mil toneladas de 2024

Para o produtor, a recuperação do preço é um alento. A saca de 60 quilos de café beneficiado está cotada a R$ 2.190,00. Esse valor é 11% superior à média paga em dezembro (R$ 1.975,26) e 153% maior que os R$ 866,15 pagos em janeiro do ano passado.

“Apesar do bom momento vivenciado pelos produtores, é importante lembrar que estes têm vivido anos complicados antes deste, em grande parte responsáveis pelo recuo de 44% da área nos últimos dez anos, passando de 45,6 mil hectares para os 25,5 mil atuais”, ponderou Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral,

SOJA – O boletim retrata também o início da colheita da soja que atingiu 2% dos cerca de 5,8 milhões de hectares cultivados neste ciclo no Paraná. As condições climáticas têm sido desfavoráveis para o desenvolvimento das lavouras em importantes regiões produtoras, como o Oeste e Sudoeste.

Pelo menos até a próxima estimativa de safra, a ser divulgada pelo Deral no final deste mês, a previsão é de 22,2 milhões de toneladas. Atualmente 83% da área está com bom desenvolvimento, 15% se encontram em condições medianas e o restante é considerado ruim.

FEIJÃO – A colheita do feijão evolui bem, com retirada do produto de pelo menos 74% da área de 169 mil hectares. A extensão é 57% superior aos 107,8 mil hectares da primeira safra do ano passado. Algumas regiões têm apresentado produtividades acima da média, prometendo ser esta uma safra de recuperação.

A estimativa é que sejam colhidas mais de 300 mil toneladas, ou quase o dobro das 160,4 mil toneladas do verão de 2024. A perspectiva de grande produção tem pressionado os preços, que estão 48% menores que em janeiro de 2024, passando de R$ 329,53 para R$ 170,82 a saca do feijão preto, que predomina no Estado.

FRUTAS – O documento do Deral analisa ainda a exportação e importação de algumas frutas brasileiras. Dos mais de US$ 1,3 bilhão em receita e quase 1,1 milhão de toneladas exportadas em frutas em 2024, as mangas, limões, limas, melões, uvas, nozes e castanhas lideraram, representando 68,9% das quantidades e 70,6% em capital. Elas foram adquiridas por 138 países.

De outra parte, o Brasil importou 748,8 mil toneladas de frutas ao custo de pouco mais de US$ 1,1 bilhão. Maçãs, peras, nozes, castanhas, kiwis e uvas representaram 66,1% em valores e 68,4% em volumes entre as 30 espécies diferentes que chegaram ao País, trazidas de 66 fornecedores.

BOVINO – O boletim destaca também a exportação brasileira de 2,87 milhões de toneladas de carne bovina, totalizando US$ 12,8 bilhões em 2024. O alto volume de abate ocorreu principalmente na primeira metade do ano, quando os produtores entregaram maior número de animais para minimizar perdas, visto que as pastagens estavam comprometidas devido às condições climáticas.

Texto e foto – Agencia Estadual de Notícias do Paraná

Soja 02

Associados da Apasem promovem Dias de Campo neste início de 2025

Diferentes Associados da Apasem promovem neste início de ano novo os tradicionais dias de Campo que leva muito conhecimento e atualizações sobre as novidades do agronegócio.

O Sistema Ocepar, que é parceiro da Apasem divulgou material sobre com a programação de algumas das cooperativas que estão realizando eventos ao longo deste mês, abaixo, confira matéria na íntegra:

O ciclo de visitas começou feito realizado por profissionais do Sistema Ocepar iniciou  na terça-feira (14), no Dia de Campo da C.Vale, em Palotina. A equipe, que também conta com a analista de Desenvolvimento Técnico Bruna Mayer, acompanhou uma palestra sobre Agricultura de Precisão, conversou com dirigentes e cooperados e visitou o espaço destinado às técnicas de manejo do solo.

Na Lar, em Medianeira, o grupo assistiu à palestra Profissionalização do Negócio através das Mulheres e esteve nos stands. Tecnologia de Aplicação e Sustentabilidade são alguns temas de destaque. “Agradeço essa participação importante da Ocepar prestigiando nosso evento”, disse na cerimônia de abertura o diretor-presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues.

O Dia de Campo da Copacol, no Centro de Pesquisa Agrícola, em Cafelândia, recebe a equipe na quarta-feira (15). Já na quinta-feira (16) a visita será à Unidade de Difusão Técnológica Floresta da Cocamar. 

Atualização e inovação – A cada safra, os Dias de Campo apresentam experimentações agrícolas e pecuárias desenvolvidas pelos pesquisadores e assistência técnica nas fazendas e estações experimentais das cooperativas.

 São mais de 3.500 engenheiros agrônomos, florestais, agrícolas, de pesca, médicos veterinários, zootecnistas, entre outros profissionais das Ciências Agrárias que trabalham nas cooperativas agropecuárias, juntamente com as empresas de pesquisa, desenvolvimento e extensão, que levam soluções aos 215 mil cooperados das 62 cooperativas desse ramo no Paraná. (Comunicação Sistema Ocepar. Fotos: Gisele Barão).

Confira abaixo a agenda completa de Dias de Campo das cooperativas:

Copagril

8 a 10 de jan       

Estação Experimental Copagril – Marechal Cândido Rondon (PR), saída para Nova Santa Rosa

Coasul

13 a 17 de jan         

Estação Experimental Coasul – R. Gen. Osório, 1150, São João (PR)

Copacol

14 a 16 de jan           

Centro de Pesquisa Agrícola – PR-180, Cafelândia (PR)

C.Vale

14 a 16 de jan           

Prolongamento da Av. Ariosvaldo Bitencourt, Fazenda Santa Fé – Complexo Agroindustrial C.Vale, Palotina (PR)

Lar

14 a 16 de jan           

Unidade Tecnológica Lar, Av. 24 de Outubro, 59 – Área Industrial, Medianeira (PR)

Cocamar

16 a 18 de jan           

UDT da Cocamar – PR-317, 1800, Floresta (PR)

Coagru

17 de jan           

Unidade Experimental da Coagru – BR 369, Km 447, Ubiratã (PR)

Integrada

22 e 23 de jan          

UDT Integrada, PR-323, KM58, Londrina (PR)

Coamo

27 a 31 de jan           

Fazenda Experimental Coamo – Rod. BR487 – KM 197, Campo Mourão (PR)

Cocari

4 a 6 de fev           

Centro Tecnológico Cocari – Rua Lord Lovat, 420, Jardim Esplanada, Mandaguari (PR)

Agrária/Fapa

5 a 6 de fev          

Fapa – Rod. PR-540, Km 09 – Entre Rios – Colônia Vitória, Guarapuava (PR)

Coopavel

10 a 14 de fev           

Show Rural Coopavel – Rodovia BR-277, KM 577, Cascavel (PR)

Cooperativa Tradição

19 e 20 de fev          

Centro de Tecnologia e Inovação Coopertradição – Cidade Industrial, Pato Branco (PR)

Fundação ABC

19 e 20 de fev           

Rodovia PR-151 KM 318, Ponta Grossa (PR)

Cooperante

21de fev           

R. Andre Valenga, 338-440, Campo do Tenente (PR)

Bom Jesus

26 a 28 de fev          

Local: Campo Experimental da Lapa – Rodovia Xisto – BR 476, Km 197, Lapa (PR)

Codepa

26 e 27 de fev          

Campo Experimental – Rodovia PR 459- KM 03- S/N- Zona Rural, Mangueirinha (PR)

Congresso de Soja 2025

X Congresso Brasileiro de Soja 2025

O Congresso Brasileiro de Soja 2025 acontece entre os dias 21 e 24 de julho e  celebra os 50 anos da Embrapa Soja com um evento comemorativo. Em sua décima edição, o CBSoja irá debater os principais pilares da cadeia produtiva da soja, com foco na agregação de valor e no desenvolvimento de uma agricultura sustentável, com base tecnológica e inovação digital.


O Congresso Brasileiro de Soja é um evento promovido pela Embrapa Soja, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. É considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, reunindo renomados especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja, uma das maiores cadeias produtivas do agro brasileiro. Reúne mais de 2.000 congressistas, entre pesquisadores, profissionais do agronegócio, produtores e acadêmicos. Veja mais.

Fonte: Embrapa Soja

Simepar

Simepar apresenta soluções tecnológicas para o agronegócio do Paraná

Dirigentes do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável, deram início nesta a semana a uma série de expedições pelo Interior do Estado para detalhar ações e projetos criados pelo órgão voltados exclusivamente para o agronegócio. O destaque é a prevenção de prejuízos na produção e nas propriedades rurais por meio do monitoramento da previsão do tempo.

Além de visitas a cooperativas, o cronograma prevê passagens por feiras, como a 35ª edição do Safratec, em Floresta, na região Noroeste. O evento, promovido pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, começa nesta quinta-feira (16) e segue até domingo (18). A entrada é gratuita.

Atualmente o Simepar já fornece dados meteorológicos para diversas empresas do setor agropecuário, de todo o País. Além disso, o Departamento de Inovação do órgão iniciou o desenvolvimento de produtos, soluções e serviços específicos para monitoramento agrícola.

“As novas tecnologias trarão ainda mais precisão ao monitoramento do impacto das chuvas, ventos, raios e temperatura nas proximidades da propriedade de cada cliente. Com isso o produtor ganha tempo e dinheiro, pois pode prevenir prejuízos e até mesmo incrementar a produção”, explica o diretor-presidente do Simepar, Paulo de Tarso.

Pesquisador do Simepar, Bernardo Lipski destaca, entre outros serviços, o Alerta Geada, que tem como objetivo alertar os produtores rurais, especialmente os cafeicultores, sobre possíveis ondas de frio que possam prejudicar a agricultura. Foram emitidos em 2024, entre maio e setembro, 120 boletins diários com previsões de temperatura e risco de geada durante o período de operação.

Criado em 1995, o Alerta Geada busca orientar cafeicultores na proteção de lavouras novas, e hoje também serve a outros segmentos da agropecuária e economia, como turismo, comércio e construção civil.

Durante a operação, pesquisadores publicam boletins diários sobre as condições meteorológicas e massas polares. Caso haja risco de geada, um alerta é emitido com 48 horas de antecedência e, se as condições persistirem, um novo aviso é dado até 24 horas antes. O serviço é uma parceria do IDR-Paraná, Simepar e a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Ele cita também o VFogo, sistema para vigilância de incêndios, focos de calor e estado da vegetação, com uso no monitoramento de linhas de transmissão de energia. Com uma interface webgeo, essa ferramenta permite que incêndios sejam identificados em tempo quase real em grandes extensões territoriais. É possível, portanto, saber quando e onde um incêndio começa, sua evolução, propagação e extinção.

“Nossos produtos são únicos no mercado. A expectativa é que todos conheçam a marca do Simepar não apenas no serviço meteorológico, mas também na atuação voltada para o agronegócio”, afirma Bernardo Lipski.

MAIS FEIRAS – Além da Safratec, os dirigentes do Simepar participaram também do Dia de Campo da cooperativa C.Vale, em Palotina, na terça-feira (14) e Dia de Campo da cooperativa Copacol, em Cafelândia, nesta quarta-feira (15).

Texto e foto – Agência Estadual de Notícias

Norberto

Um filho do agro na Fazenda

A reportagem da última edição da Revista Apasem conversou com o novo secretário de Estado da Fazenda do Paraná – Norberto Anacleto Ortigara, ou simplesmente “Secretário Ortigara”, como é conhecido no meio sementeiro, pois por mais de quatro décadas atuou fortemente no agronegócio em diferentes posições, entre elas como secretário de Estado da Agricultura. A pasta está sendo comandada por ele desde o último mês de maio. “É preciso continuar desenvolvendo um ambiente que propicie atração de investimentos, o que trará maior oferta de empregos e oportunidades para o cidadão”, disse o secretário durante a entrevista. Ortigara é natural de Seberi (RS). É formado em Agropecuária pelo Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, ligado à Universidade Federal de Santa Maria. Aprovado em concurso público na paranaense ACARPA, hoje EMATER-PR, optou por cursar Economia na Universidade Federal do Paraná, onde ingressou em 1974, graduando-se em 1977, com pós-graduações em Economia Rural e Gestão Pública em Segurança Alimentar. Entrou na Secretaria da Agricultura do Paraná em março de 1978, onde ocupou diversos postos, como analista do mercado agrícola, chefe da Divisão de Conjuntura Agropecuária, diretor do Departamento de Economia Rural (DERAL) em duas ocasiões, de 1989 a 1994 e de 1995 a 1998, e diretor-geral da Secretaria da Agricultura, de 1999 a 2002. A seguir, confira os principais trechos deste bate-papo.

Revista APASEM: Como recebeu a notícia de que a partir de maio de 2024 seria o homem forte das finanças estaduais?

Norberto Ortigara: Triste, feliz e lisonjeado. Foi uma mistura de sentimentos. Triste porque deixo, após quatro décadas, uma área  dedique à qual minha vida e tive muitos sabores e dissabores. Feliz porque sei que terei um novo desafio em mãos e que a minha experiência pode contribuir para o Estado e lisonjeado por saber que o governador Ratinho Junior confia em meu trabalho e deposita suas fichas em bons resultados junto a toda a equipe que compõe a pasta. Reforço o que eu disse durante a posse: “Quem me conhece sabe que eu me dedico há mais de 45 anos ao Estado. Por isso, vou seguir cuidando das contas estaduais, algo que é primordial para garantir o bom funcionamento dos serviços essenciais, como saúde, educação e segurança”. Esse é um dos meus compromissos frente a esse novo desafio.

RA: Como a sua experiência frente ao agronegócio do Estado lhe dá subsídios para também atuar na Secretaria da Fazenda?

NO: Creio que essa experiência me credencia ao cargo. Eu vim de cargos base na agricultura, ocupei funções técnicas, depois gestão da economia rural, fui diretor-geral e depois secretário de Estado. Participei da gestão de conselhos, estâncias decisórias. Tudo isso moldou o Ortigara de hoje. Sou um apaixonado e eterno estudioso da economia. Agora a gente leva esse legado para a Secretaria da Fazenda. E com humildade vou trabalhar com uma equipe altamente qualificada, que já colocou nosso Paraná com nota A no sistema de contabilidade brasileiro, que sabe executar e promover o orçamento. Então podemos afirmar que estamos prontos sim para dar todo o suporte que o Estado precisa para manter equilibradas suas finanças, não esquecendo a importância de fomentar investimentos.

RA: Ao assumir o cargo, o senhor elencou o aumento da participação dos investimentos no Orçamento do Estado e a qualificação do gasto público como principais metas e prioridades à frente da Fazenda. O que fazer para que isso ocorra e como cuidar da solidez, criando ambiente saudável à atração de investimentos?

NO: Reafirmo que esse é mais um dos compromissos assumidos. Devemos começar por entender que o Estado é um prestador de serviços e, como todo prestador, consome recursos, seja por pessoal para execução das atividades ou por meios físicos. Também é preciso compreender os anseios dos cidadãos. É natural, muitas vezes, as pessoas ficarem insatisfeitas com uma ou outra área. Por isso, é necessário deixar muito claro para onde são destinados os recursos. O Estado precisa devolver mais para a sociedade, buscando alternativas para atrair mais investimentos, sem ferir aquilo que já é comprometido com o bom andar das contas. É simples? Certamente que não, mas estamos aqui para isso, para não deixar a despesa crescer na mesma velocidade do crescimento da receita, mas sempre com um olhar da necessidade de investir, pois só assim cresceremos com solidez. Feito isso, é preciso uma postura coerente, sendo duro onde é preciso, evitando gastos desnecessários, refinando os custos, promovendo a infraestrutura e o meio ambiente, por exemplo. O que não se pode fazer é usar de recursos como royalties ou vendas de ativos para cobrir custos. Ativos negociados precisam ser destinados para outro ativo bom.

RA: Cuidar das contas estaduais é crucial para garantir o bom funcionamento dos serviços essenciais, como saúde, educação e segurança. Como manter essa balança equilibrada?

NO: Uma boa gestão estadual começa por cuidar das contas públicas. Como regime obrigatório, o Estado é obrigado a investir 12% das receitas tributárias somados ao Fundo de Participação na saúde. Outros 30%, em educação. A parcela de 2% também precisa ser destinada ao pagamento de precatórios e, por fim, 2% para financiar a ciência e tecnologia. Bom, sobra pouco para investimento. Por isso, os gestores devem agir de forma eficiente para não frustrar as expectativas dos contribuintes, para que se criem acessos a novos serviços, mais eficazes e modernos. Por isso, é preciso trabalhar o que sobra com muita inteligência, com dados nas mãos. Outra forma é se preparar para atrair investimentos, fomentando empresas internas para que se tenha um crescimento constante e consistente. Somos um Estado bom neste quesito. Quando nos comparamos com outros Estados brasileiros, ganhamos destaque e, para consolidar isso, estamos buscando também conquistar a nota A junto ao Tesouro Nacional, o que certamente daria maior vitrine no mercado e ajudaria a atrair investimentos.

RA: Como vê a reformulação do sistema tributário brasileiro, cuja implementação vai ocorrer nos próximos anos? Como isso deve impactar o Estado e o que precisa ser feito hoje? O senhor vê essas propostas da reforma tributária como algo que pode afetar a produção agro no Paraná? De que forma?

NO: O ICMS era um bom tributo quando criado nos anos 1960, mas acabou se desvirtuando, tornando-se complexo nos dias atuais. São milhares de normas, um tributo de difícil administração, sendo que as empresas precisam contratar grandes escritórios só para geri-lo. A reforma tem essa proposta de simplificar tudo isso. O cuidado que se deve ter é para não abrir demasiadamente concessões, senão a reforma não terá sentido de ser. Se a reforma não trouxer redução de imposto, será um grande ganho se ela já sintetizar todo esse processo, facilitando a vida das empresas e das pessoas. Nossas equipes internas estão acompanhando todo esse processo e contribuindo quando necessário. Em relação ao agro, teve-se o cuidado para não impor ônus no início da cadeia. Foi estabelecido um teto próximo de R$ 3,6 milhões não tributáveis. É um valor considerável e que traz uma certa proteção para não se ter grandes custos. Mas isso são exceções, o ideal é evitar abrir muitas concessões.

R.A: O senhor é um profundo conhecedor do setor sementeiro paranaense. Nas últimas décadas, como vê a evolução deste segmento primordial do agronegócio e como vê saída para desafios como o da pirataria de sementes, por exemplo?

NO: Houve um tempo em que o Paraná tinha o padrão para sementes certificadas. Era um modelo que funcionava. Mas a biotecnologia evoluiu e “perdemos” espaço para o capital. Vejo como um movimento sem volta e claro que isso ajudou a desenvolver o campo. Mas com ele também vem a necessidade por pagar por essa tecnologia, o royalty da semente. Afinal, alguém colocou dinheiro para que a semente pudesse ter seu potencial genético explorado. Vejo que nesta balança o preço justo é algo que seria saudável para os negócios. Mesmo com esse contexto, nada justifica a pirataria. Ela é prejudicial financeiramente e coloca em risco lavouras. O caminho não é esse e por isso precisa ser combatida. 

Por Everson Mizga

Copacol

Dia de Campo de Verão 2025 Copacol inicia com palestras

Começa nesta terça-feira (14) e segue até quinta-feira (16) o Dia de Campo2025 da Copacol. Na programação que acontece no  CPA (Centro de Pesquisa Agrícola) da cooperativa Copacol, de Cafelândia muitas palestras  já são programadas para o dia de hoje.  Em entrevista a Rede Alê de Rádio Junior Somavilla, fala sobre a programação.  Ouça clicando aqui.

Acesse: www.copacol.com.br e siga nas redes sociais: @copacolcooperativa


Imagem: Copacol

Foto Lar

Dia de Campo da Lar Cooperativa será em  Medianeira

Dia de Campo da Lar Cooperativa será em  Medianeira

Em entrevista ao “Rádio Lar”, o Superintendente de Negócios Agrícolas da  Lar Cooperativa, Vandeir José Dick Conrad, reforçou o convite para que os profissionais da áreas visitem o espaço. O evento começa nesta  terça (14/01) em Medianeira.  Durante três dias, a Unidade Tecnológica Lar do Oeste do Paraná, será palco de muito conhecimento, inovação e oportunidades.  Ouça aqui a entrevista

Acesse: www.lar.ind.br e siga nas redes sociais: @larcooperativa

Foto Show Rural

Coopavel intensifica segurança nos preparativos do Show Rural

A organização do Show Rural Coopavel é aclamada e admirada por vários fatores, mas principalmente pelo nível de segurança implementado nas mais diferentes etapas de estruturação do evento, que neste ano será realizado em sua 37ª edição de 10 a 14 de fevereiro, em Cascavel, no Oeste do Paraná.

Um dos trabalhos mais importantes é coordenado pela equipe de Segurança do Trabalho, sob a liderança do engenheiro Itamar Cassol. “Fazemos integração das empresas terceiras e acompanhamos atentamente a realização dos trabalhos para que sejam executados com o máximo de cuidado. Também estamos à disposição das equipes que trabalham no parque para esclarecer os mais diferentes questionamentos”, conforme Itamar.

O segmento também faz o acompanhamento das montagens e de outras atividades sempre com o envolvimento de pessoal do Bombeiro Civil e de técnico e segurança de trabalho, destaca Itamar. “Também damos suporte com à questão dos sistemas de prevenção em incêndio e outras tarefas que envolvem a segurança do trabalho em todas as etapas de preparação do Show Rural”.

Itamar informa que nesta 37ª edição a novidade é o Momento Segurança, com a elaboração e o envio de boletim semanal, digital, com inúmeras dicas de cuidados e prevenção. Esse método é desenvolvido internamente na Coopavel, mas agora, com o Show Rural, decidiu-se por ampliar a ação e alcançar também a todos que trabalham nas mais diferentes fases de preparação do evento. “Na verdade, customizamos um momento de segurança específico ao Show Rural. Temos lá um volume grande de pessoas e precisamos fortalecer continuamente a comunicação das informações de saúde, segurança e trabalho”, acentua o engenheiro responsável pelo setor de Segurança do Trabalho da Coopavel.

O evento

O 37º Show Rural Coopavel terá 600 expositores, empresas nacionais e estrangeiras que apresentarão o melhor em novidades para setores ligados à cadeia do agronegócio. No dia 9 de fevereiro, às 11h, será celebrada missa, uma das tradições do evento. A missa será presidida pelo arcebispo emérito de Cascavel, dom Adelar Baruffi.

A abertura dos portões, para visitação técnica, será na segunda-feira, 10. De segunda a sexta-feira, a visitação será das 8h às 18h. O acesso ao parque e o uso de vagas do estacionamento são gratuitos.

Faep

Após dois anos, governo federal revoga resolução que impedia financiamento em áreas embargadas

Desde o dia 19 de dezembro, os produtores rurais do Paraná e do Brasil com áreas embarcadas podem retomar a tomada de financiamentos para a produção agropecuária juntos as entidades financeiras. Isso somente é possível em razão da publicação da Resolução BCB 5.193/2024, revogando a Resolução BCB 5.081/2023, que restringia o crédito rural a projetos de financiamento envolvendo imóveis que têm áreas embargadas parcialmente. A medida também trata das condições em que será possível o financiamento em áreas com sobreposição com Unidades de Conservação.

Antes, o impedimento criava restrições independentemente do tamanho da área embargada, prejudicando o financiamento e o desenvolvimento da atividade rural em todo imóvel.

Agora, a restrição está limitada à área embargada, mas condicionada ao cumprimento de alguns requisitos por parte dos produtores, que podem realizado o financiamento, possibilitando o plantio.

 A entidade encaminhou ofícios ao Banco Central, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério da Fazenda, BNDES, Ministério do Planejamento e Orçamento e à Frente Parlamentar da Agricultura (FPA).

Além disso, técnicos do Sistema FAEP participaram de reuniões com a CNA, o IPA (Instituto Pensar Agro) e demais entidades do setor agropecuário nacional, e até mesmo uma visita ao Banco Central, destacando os impactos das restrições à produção nacional, em especial a produção do Paraná, segundo maior produtor de grãos do país.

Fonte: Texto e Foto Sistema Faep