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Soja deve manter produtividade média apesar de risco de La Niña

Com o plantio da safra 2025/26 em andamento, a soja brasileira deve manter produtividade próxima à média histórica, mesmo sob o risco de uma La Niña de baixa intensidade. A estimativa da Céleres é de 60,7 sacas por hectare, sustentando a produção nacional diante de desafios climáticos e econômicos.

A possível configuração de uma La Niña, ainda que branda, tende a não causar grandes desvios nas chuvas durante o ciclo de setembro a fevereiro. Isso favorece um cenário mais estável para o desenvolvimento da oleaginosa, especialmente nas principais regiões produtoras como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.

A produtividade estável se torna ainda mais relevante no contexto de estoques globais elevados. A manutenção do rendimento por hectare pode ser fator decisivo para reduzir inadimplência no setor, que enfrenta margens de lucro comprimidas e custos de financiamento elevados.

O relatório também alerta para o impacto da taxa de câmbio e dos preços internacionais, que seguem pressionados. Com a comercialização ainda lenta, os produtores devem priorizar o manejo eficiente e monitoramento climático como estratégias para proteger a rentabilidade.

Apesar do cenário relativamente neutro no clima, a recomendação é de cautela. Oscilações locais nas precipitações podem influenciar o resultado final da colheita, exigindo atenção redobrada nas decisões agronômicas ao longo da safra.

Para os produtores, a estratégia é garantir produtividade média pode ser suficiente para equilibrar as contas diante de um mercado externo desfavorável. A soja, mais uma vez, depende da eficiência no campo para manter sua competitividade global.

Fonte e Foto: Agrolink

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Safra de Trigo no Brasil em 2025 deve cair para 7,3 milhões de toneladas

A safra brasileira de trigo em 2025 está estimada em 7,3 milhões de toneladas, volume inferior ao registrado no ano anterior. A informação foi apresentada pelo analista e consultor da Safras & Mercado, Élcio Bento, durante painel realizado no 10º Safras Agri Week.

Com uma produção interna mais enxuta, o Brasil deve intensificar as importações de trigo neste ano. Segundo Bento, o país deve trazer do exterior cerca de 7 milhões de toneladas do cereal para atender à demanda doméstica.

Oferta Global Pressiona os Preços

Embora a menor safra brasileira pudesse indicar alta nos preços ao produtor, o analista ressalta que a safra global recorde deve neutralizar esse movimento. A expectativa é de forte oferta vinda de países vizinhos da América do Sul, especialmente da Argentina, que deve colher mais de 20 milhões de toneladas de trigo pelo segundo ano consecutivo.

Andamento da Colheita no Brasil

No mercado interno, a colheita no Cerrado está praticamente finalizada, com boa parte da produção já comercializada. No Paraná, mais de 50% da safra já foi colhida, e os preços começam a se estabilizar.

No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, os trabalhos de campo devem ganhar ritmo em outubro. Entretanto, Élcio Bento destaca que, diante de uma safra menos expressiva no Sul, o saldo exportável de trigo gaúcho será menor em 2025.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio

Plantação de milho. espiga. Foto:Jaelson Lucas / AEN

De acordo com a Conab, na última semana a semeadura da 1ª safra 25/26 de milho no Brasil alcançou 20,80% da área estimada

Na semana encerrada em 26/09, o indicador de diferencial de base do preço do milho entre MT e a CME-Group recuou 3,81% ante a semana anterior, fechando a média em R$ -8,76/sc. A queda foi influenciada pela valorização no preço do milho no estado, que aumentou 0,52% em relação à semana anterior, alcançando R$ 44,50/sc, sustentado pelo mercado interno, onde a demanda das indústrias permanece aquecida.

Em Chicago, por sua vez, as cotações permaneceram relativamente estáveis no período de 22/09 a 26/09, registrando queda de 0,28%, encerrando na média de R$ 53,26/sc. O movimento reflete a cautela do mercado diante da projeção da produção, em meio à possibilidade de corte de produtividade com o decorrer da colheita, aliado a queda nas condições das lavouras.

Por fim, para as próximas semanas, o mercado deve manter o foco nos dados do USDA, acompanhando o progresso das lavouras nos EUA, fatores que podem direcionar o comportamento das cotações.

REDUÇÃO: a cotação do milho na B3 contrato corrente apresentou desvalorização de 1,33% na última semana, acompanhando as perdas do mercado internacional.

QUEDA: a paridade de exportação para jul/26 caiu 0,63% no comparativo semanal, motivada pela retração do milho na CME-Group.

DIMINUIÇÃO: em Campinas/SP, o preço do milho encerrou a semana cotado a R$ 64,42/sc, registrando baixa de 1,28% ante a semana anterior.

De acordo com a Conab, na última semana a semeadura da 1ª safra 25/26 de milho no Brasil alcançou 20,80% da área estimada.

Com isso, a semeadura apresentou avanço semanal de 6,10 p.p, enquanto ao mesmo período da safra 24/25, os trabalhos estão 4,60 p.p à frente e 2,60 p.p. acima da média das últimas cinco safras. O maior ritmo foi impulsionado pelo progresso na semeadura no Sul do país, com destaque para o Paraná (+20,00 p.p.), Santa Catarina (+20,00 p.p.) e Rio Grande do Sul (+13,00 p.p.). Até 20/09, a semeadura atingiu 44,00% no PR, 35,00% em SC e 66,00% no RS.

O desempenho mais acelerado decorre das condições climáticas favoráveis nessas regiões, onde as chuvas recentes garantiram boa umidade no solo para o início das operações. Apesar do adiantamento, apenas esses três estados iniciaram os trabalhos, que juntos representam 36,18% da área nacional projetada para a 1ª safra.

Por fim, nas próximas semanas, o NOAA prevê precipitações entre 35 e 75 mm na região Sul, o que tende a favorecer o desenvolvimento das áreas.

Confira o Boletim Semanal do Milho n° 867 completo, clicando aqui.

Fonte: Mais Soja via Imea Foto: Divulgação

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Trigo/Cepea: Valor médio no PR em setembro é o mais baixo desde abril/24

Os preços do trigo seguem em queda no Brasil, indicam pesquisas do Cepea. No Paraná, especificamente, o valor médio do cereal em setembro é o menor desde abril de 2024, em termos reais. No Rio Grande do Sul, os atuais valores são os mais baixos desde janeiro deste ano. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão vem da intensificação da colheita nacional, da desvalorização do dólar frente ao Real em setembro e da queda nos preços externos. Além disso, a suspensão temporária das retenciones (taxas de exportação) na Argentina levou compradores a reduzir ainda mais suas ofertas, forçando vendedores a aceitar valores menores.

De acordo com dados do Cepea, em setembro (até o dia 26), a média do trigo no Rio Grande do Sul está em R$ 1.262,67/tonelada, baixas de 2,2% frente à de agosto/25 e de 9,2% sobre a de setembro/24, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI), sendo também a menor desde janeiro/25. No Paraná, a média está em R$ 1.354,35/t, recuo mensal de 5,5% e queda anual 10,3%, e registrando o patamar mais baixo, em termos reais, desde abril/24.

Fonte: Cepea Foto: Divulgação

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Mercado de trigo segue pressionado no Sul

O mercado de trigo apresentou oscilações regionais nesta semana, com destaque para a estabilidade dos preços no Rio Grande do Sul e quedas mais acentuadas em Santa Catarina e Paraná. Segundo a TF Agroeconômica, a oferta segue elevada, mas a demanda está retraída, em meio à chegada de trigo argentino e à pressão de preços internacionais.

No Rio Grande do Sul, o mercado disponível segue parado, com moinhos cobertos e preços estáveis, mesmo diante de muitos lotes de safra nova ofertados a R$ 1.100. Os preços de exportação para dezembro recuaram para R$ 1.180,00, com possibilidade de deságio de até 20% para trigo de ração. Além disso, a chegada de 30 mil toneladas de trigo argentino ao porto de Rio Grande deve ampliar a pressão sobre os preços locais, que já registram queda no preço da pedra em Panambi, a R$ 68,00/saca.

Em Santa Catarina, os preços pagos aos produtores recuaram entre R$ 1,00 e R$ 9,00/saca em diferentes praças, com destaque para Canoinhas (R$ 69,33/saca) e São Miguel do Oeste (R$ 67,00/saca). O mercado segue parado, sem ofertas significativas de trigo local, e compradores recorrem a lotes de São Paulo e do Cerrado. Já no Paraná, a queda de 0,78% em três dias úteis tornou o trigo importado mais atrativo frente ao gaúcho. O cereal paraguaio foi ofertado entre US$ 230 e US$ 245 posto Oeste do PR, enquanto o argentino nacionalizado chegou a US$ 269 no Porto.

Os preços pagos aos produtores paranaenses recuaram 3,56% na semana, para R$ 68,00/saca, abaixo do custo de produção estimado pelo Deral em R$ 74,63/saca. Isso reforça o prejuízo atual, ainda que no mercado futuro já tenham ocorrido oportunidades de rentabilidade de até 32,1%, evidenciando a importância da estratégia de venda antecipada para mitigar perdas.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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IDR-PR abre processo seletivo para profissionais no Paraná

Um processo seletivo foi aberto pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), para a contratação de 173 profissionais. As vagas abrangem as áreas de administração, agronomia, medicina veterinária, engenharia florestal, serviço social, zootecnia e engenharia de alimentos, além de técnicos em agrícola ou agropecuária e pesquisadores com doutorado.

Os contratos têm duração de um ano, que podem ser prorrogados por outros doze meses. Os salários variam de R$ 4 mil a R$ 9 mil. De acordo com o IDR-PR, após o processo seletivo, vai ser possível reabrir todas as unidades municipais de extensão rural do Estado, além de reforçar a pesquisa.

O candidato deve ser brasileiro nato ou naturalizado, ter 18 anos, no mínimo; possuir Carteira Nacional de Habilitação regular, em categoria no mínimo “B”; ter registro profissional no órgão de classe, de acordo com a profissão exigida e cumprir as determinações do edital.

O candidato deverá selecionar a vaga e indicar o Polo de Pesquisa, Escritório Regional ou Sede ao qual deseja concorrer. O processo seletivo consistirá em prova de títulos referente à formação acadêmica, aperfeiçoamento e capacitação profissional ou produção acadêmica, bem como experiência profissional, de caráter classificatório, sob a responsabilidade da autarquia.

As inscrições serão realizadas do dia 04 a 14 de outubro, pelo site www.eprotocolo.pr.gov.br. Não há custo para o candidato.

Fonte e Foto: Band News

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Fatores externos mexem na soja

A retirada das retenciones na Argentina, segundo a TF Agroeconômica, pressiona o mercado da soja no Rio Grande do Sul, segundo informações da TF Agroeconômica. “Nas cotações reportadas para pagamento em meados de outubro, com entrega entre setembro e outubro, o preço no porto ficou em torno de 134,50 (-4,6%), enquanto no interior os valores caíram em diferentes praças, como Cruz Alta, Passo Fundo e Santa Rosa/São Luiz, todas próximas de 130,00 (-2,99%). Em Panambi, os preços de pedra caíram menos que os lotes, recuando de 122,00 para 119,00 no mesmo período”, comenta.

Santa Catarina mantém estabilidade no mercado de soja em período de entressafra. “O mercado de soja também tomou uma dura queda em especial no porto onde as cotações recuaram na base de 3,3%, perdendo o território de R$ 140,00. No porto de São Francisco, a saca de soja é cotada a R$ 135,57 (-3,36%)”, completa.

O Paraná acelera o plantio e mantém cautela na comercialização da soja. “Em Paranaguá, o preço chegou R$ 137,39 (-3,40%). Em Cascavel, o preço foi 126,56 (-0,53%). Em Maringá, o preço foi de R$ 126,97 (-0,90%). Em Ponta Grossa o preço foi a R$ 127,99 (-0,94%) por saca FOB, Pato Branco o preço foi R$ 137,57 (-1,17%). No balcão, os preços em Ponta Grossa ficaram em R$ 120,00”, indica.

Mato Grosso do Sul reforça resiliência com a soja e segue em lenta comercialização. “O protagonismo do grão consolida o estado como um dos polos estratégicos do agronegócio, sustentando o fluxo de divisas e reforçando sua importância no mercado internacional. Em Dourados, o spot da soja ficou em R$ 122,64 (-1,51%), Campo Grande em R$ 122,64 (-0,75%), Maracaju em R$ 122,64 (-2,25%), Chapadão do Sul a R$ 122,64 (+1,71%), Sidrolândia a em R$ 122,64 (-1,51%)”, informa.

Já o Mato Grosso enfrenta desafios climáticos no início do plantio. “No campo da comercialização, a estratégia predominante continua sendo a venda antecipada, medida adotada para reduzir riscos diante da volatilidade dos preços internos e externos. Campo Verde: R$ 122,26 (-0,67%). Lucas do Rio Verde: R$ 117,19 (-1,75%), Nova Mutum: R$

117,19 (-1,75%). Primavera do Leste: R$ 122,26 (-0,43%). Rondonópolis: R$ 122,26 (-0,43%). Sorriso: R$ 117,19 (-2,56%)”, conclui.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Alabama Extension

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Avanços no melhoramento genético impulsionam a soja brasileira e preparam novos caminhos de produção

A ciência e a tecnologia têm desempenhado papel fundamental no avanço da agricultura brasileira, especialmente na produção de soja. Mas, esse desenvolvimento produtivo não ocorreu de forma repentina, mas sim por meio de uma sequência de inovações e pelo melhoramento genético, que foi essencial para desenvolver cultivares mais adaptadas às condições climáticas, pragas e doenças, em diferentes regiões do Brasil.

Práticas como calagem, gessagem, melhorias na adubação e o plantio direto abriram caminho para um grande salto no plantio de soja, e o melhoramento genético foi decisivo para encurtar ciclos.

Ao falar sobre o melhoramento genético, vale destacar a ampla adoção das biotecnologias, já presentes em até 90% das lavouras brasileiras, que conferem resistência a nematóides e doenças, fortalecem o plantio direto, pois proporcionam mudanças no hábito de crescimento das plantas, que estão se tornando cada vez mais tolerantes.

Com o propósito de elevar a produtividade da soja com eficiência e agilidade, impulsionando o desenvolvimento de sementes mais vigorosas e adaptadas às demandas do futuro, a Latitude Genética trabalha com o desenvolvimento de novos cultivares a partir da observação constante das necessidades dos próprios produtores rurais. “O programa de melhoramento genético da Latitude leva em conta o ciclo, a biotecnologia, o porte das plantas, a resistência a nematóides e a adaptação às diferentes regiões do Brasil. O processo, que leva anos, é baseado em cruzamentos, ciclos de seleção e testes em várias localidades para garantir sempre materiais de alto potencial produtivo”, explicou o gerente de melhoramento da Latitude Genética, Ciro Humberto Almeida Alvares.

Investimos sempre em pesquisa e tecnologia, a Latitude conta com cerca de 3 mil combinações anuais e um crescente número de progênies testadas, e 7 cultivares de soja com melhor rendimento. Entre os destaques mais atuais da empresa estão os cultivares Tupi (grupo de maturação 6,8), com alta produtividade e resistência moderada ao nematoide de galha, e o Insana (grupo de maturação 7,6) com ampla adaptação do Goiás ao Oeste da Bahia irrigado, que tem apresentado ótimos resultados.

Ciro destaca que a semente não é apenas um insumo, mas sim um pacote tecnológico que carrega anos de pesquisa, e cada região tem problemas específicos, por isso a necessidade de entregar materiais cada vez mais produtivos, resistentes e adaptados.

Atualmente, o Brasil é líder mundial em produção e exportação de soja, já que possui vantagens únicas em expansão de área e aumento de produtividade. “Olhando para o futuro, as inovações devem estar ligadas ao aumento produtivo e ao desenvolvimento de cultivares de ciclo mais curto. Tecnologias que trazem resistência a novos herbicidas, como glufosinato de amônia, dicamba e mesotriona, devem chegar ao mercado nos próximos anos. A previsão é que, até 2028 ou 2029, também estejam disponíveis sojas com resistência a nematóides de cisto e pratylenchus, além de cultivares tolerantes à seca. Investir em genética, tecnologia e pesquisa de campo é essencial para garantir maior produtividade e sustentabilidade na lavoura”, completou o gerente de melhoramento da Latitude.

Entre em contato com a Latitude Genética

Presente nas regiões estratégicas dos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e Pará, e expandindo ainda mais sua atuação em Mato Grosso e Goiás, a Latitude Genética é uma empresa inovadora no campo da genética de sementes, especializada em cultivares adaptadas ao cerrado. Com o objetivo de impulsionar o crescimento e a produtividade agrícola, sempre investindo em pesquisa e tecnologia para desenvolver soluções que potencializam o desempenho das culturas, tornando-as mais vigorosas, produtivas e resistentes a desafios climáticos e fitossanitários.

Quer saber mais sobre os cultivares da Latitude? Clique aqui.

Fonte: Latitude Foto: Divulgação

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Exportações de milho em setembro avançam, mas ainda não reduzem estoques brasileiros

As exportações brasileiras de milho registram crescimento em setembro de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado, mas permanecem abaixo do necessário para reduzir o excedente de estoque no país. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até agora foram embarcadas 4.730.645,5 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), o que representa 73,66% do total exportado em setembro de 2024, quando o volume somou 6.421.949,9 toneladas.

A média diária de embarques nos 15 primeiros dias úteis do mês atingiu 315.376,4 toneladas, ligeiramente acima da média registrada em setembro do ano passado (305.807,1 toneladas/dia útil).

Preços baixos limitam ritmo das exportações

Para o analista Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, o avanço das exportações ainda é lento devido aos preços pouco competitivos pagos nos portos, que desestimulam produtores e mantêm o mercado interno mais lateralizado.

“Hoje a exportação ocorre em torno de R$ 65,00 a R$ 66,00 por saca no porto. Algumas empresas já não estão comprando para outubro, apenas para novembro. O Brasil perde atratividade frente à Argentina e aos Estados Unidos, que avançam nas exportações e ocupam espaço que poderia ser do milho nacional”, explica Rafael.

Ele alerta que, diante desse cenário, o país deve exportar cerca de 40 milhões de toneladas em 2025, enquanto o necessário para reduzir o excedente é algo próximo de 55 milhões de toneladas.

Receita das exportações cresce, preço médio sobe

No faturamento, o país acumulou US$ 937,143 milhões em setembro até o momento, abaixo dos US$ 1,249 bilhão registrados no mês completo de 2024. A média diária de receita avançou 5%, passando de US$ 59,507 milhões para US$ 62,476 milhões por dia útil.

O preço médio por tonelada também apresentou alta de 1,8%, saindo de US$ 194,60 em setembro de 2024 para US$ 198,10 neste mês.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: APPA – Paranaguá

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Desembolso rural do primeiro bimestre do Plano Safra 2025/2026

O desempenho do crédito rural em julho, excluindo o Pronaf, registrou queda de 8% em relação ao mesmo período da safra anterior. Foram contratados e concedidos R$ 39,5 bilhões, contra R$ 42,8 bilhões no mesmo mês do ciclo passado. No entanto, ao se considerar também os valores já contratados, mas ainda não liberados, o total alcança R$ 49,58 bilhões, o que representa um crescimento de 15,76%. Como os valores são registrados não no momento da contratação, mas quando são concedidos, ou seja, liberados, e existe um prazo de até 360 dias para que a liberação ocorra, a comparação com a safra anterior se torna mais realista, pois ela já contabiliza a totalidade dos recursos contratados.

É importante explicar a estrutura de alocação dos recursos no Plano Safra, em especial a distinção entre fontes controladas e livres, sendo estas últimas exemplificadas pelas Cédulas de Produto Rural (CPR).

Do total de R$ 516 bilhões anunciados para o Plano Safra 2025/2026, R$ 174,6* bilhões (34%) são recursos controlados, com taxas de juros fixas e pré-definidas. Eles incluem: os Recursos Obrigatórios oriundos de depósitos à vista (MCR 6-2), os Fundos Constitucionais de Financiamento (FCO, FNO e FNE), o Funcafé e os recursos equalizados. Estes últimos têm como origem a poupança rural, as LCAs, o FAT, recursos ordinários do BNDES e os próprios das instituições financeiras.

A programação de recursos equalizados para médios e grandes produtores é de R$ 113,8 bilhões, sendo R$ 64,25 bilhões destinados ao custeio e R$ 49,53 bilhões ao investimento. Como a equalização consiste no pagamento, pelo Tesouro Nacional, da diferença entre o custo da fonte e a taxa de juros final ao mutuário, esse volume é viabilizado por R$ 3,9 bilhões previstos em subvenção.

Os recursos livres, por sua vez, dividem-se em duas categorias: direcionados e sem direcionamento. Os direcionados correspondem a valores que, por norma, devem ser aplicados no crédito rural, mas com taxas livres. É o caso da poupança rural (70% da captação) e das LCAs (60% das emissões), que podem ser aplicadas em operações de custeio, investimento, comercialização e industrialização, ou na aquisição de CPRs emitidas por produtores. Já os recursos livres, sem direcionamento, possuem encargos financeiros mais próximos dos praticado pelo mercado de crédito tradicional.

Na composição do Plano Safra 2025/2026, os recursos livres direcionados somam R$ 300 bilhões, enquanto os sem direcionamento chegam a R$ 27 bilhões, o que corresponde a apenas 8% do total de recursos livres. Ressalte-se que os direcionados, possuem OBRIGAÇÃO NORMATIVA de aplicação, sob pena de cobrança de custo financeiro por Deficiência no Cumprimento das Exigibilidades (vide Manual de Crédito Rural, capítulo 6, seção 5) e, portanto, costumam apresentar encargos financeiros mais baixos em relação aos livres sem vinculação.

O planejamento para financiamentos via CPR no ciclo atual totaliza R$ 188,53 bilhões. Desse montante, R$ 179,43 bilhões correspondem à aquisição, por instituições financeiras, de CPRs contabilizadas para cumprimento das exigibilidades das LCAs, enquanto R$ 9,1 bilhões são destinados ao cumprimento das exigibilidades da poupança rural.

O desempenho do primeiro mês da safra, por si só, não define a trajetória do crédito rural ao longo do período. Condições conjunturais, como preços de produtos e insumos ou fatores climáticos, podem influenciar a procura por crédito e o tempo de decisão do produtor.

No acumulado provisório de julho e agosto de 2025, foram concedidos R$ 81,11 bilhões: R$ 33,72 bilhões em custeio, R$ 4,48 bilhões em investimento, R$ 4,36 bilhões em comercialização, R$ 5,36 bilhões em industrialização e R$ 33,19 bilhões em emissões de CPR. Ao considerar também os valores contratados e ainda não liberados, o total pode alcançar R$ 99,08 bilhões, praticamente em linha com os R$ 100,81 bilhões do mesmo período de 2024/2025, o que representa uma redução de apenas 1,75%.

Atualmente, 25 instituições financeiras operam recursos equalizáveis, incluindo o BNDES, que atua com todas elas e com aquelas que não possuem linhas próprias de equalização. Isso garante maior pulverização dos financiamentos e amplia a chance de contratação em programas com forte demanda, como o Moderfrota, o Proirriga, o Renovagro, o Inovagro e o PCA, mesmo quando há escassez em algum banco específico.

Fonte: MAPA Foto: Divulgação