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Trigo brasileiro tem menor pegada de carbono

Um estudo pioneiro da Empresa Brasileiro de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), publicado no Journal of Cleaner Production, revelou que o trigo produzido no Brasil possui uma pegada de carbono inferior à média mundial e apresenta grande potencial para redução adicional de emissões. A pesquisa, realizada no Sudeste do Paraná com 61 propriedades rurais e uma indústria moageira, apontou que a emissão média nacional foi de 0,50 kg de CO2 por quilo de trigo, abaixo da média global de 0,59 kg.

O levantamento é o primeiro na América do Sul a calcular a pegada de carbono do trigo desde o cultivo até a produção de farinha, abrangendo todas as etapas produtivas. O uso de fertilizantes nitrogenados foi identificado como o principal fator de emissão de gases de efeito estufa na triticultura, responsável por até 40% das emissões. A substituição da ureia, fertilizante mais comum e de menor custo, pelo nitrato de amônio com calcário (CAN) pode reduzir as emissões em até 4%, além de minimizar a acidificação do solo. Tecnologias como biofertilizantes, biopesticidas e fertilizantes de liberação lenta também foram apontadas como alternativas promissoras.

O estudo mostrou ainda que a adoção de cultivares mais produtivas pode reduzir em até 38% a pegada de carbono, ao elevar a eficiência no uso de insumos e diminuir a necessidade de área cultivada. Em comparação internacional, o Brasil se destaca frente a países como China, Itália e Índia, aproximando-se de referências em sustentabilidade como Austrália e Alemanha, que registram índices próximos a 0,35 kg de CO2 por quilo de trigo.

Outro destaque foi a avaliação da pegada de carbono da farinha de trigo, feita em parceria com a Moageira Irati, que variou de 0,67 a 0,80 kg de CO2 por quilo, resultados inferiores aos observados na Espanha e na Itália. O uso crescente de energia solar na indústria de moagem e a eficiência do cultivo de sequeiro reforçam a vantagem ambiental brasileira. Os resultados do estudo servirão de base para novos modelos de produção sustentável, não apenas no trigo, mas também em cadeias derivadas, como carnes e energia, consolidando o país como referência em agricultura de baixo carbono.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Produtores rurais e empresas do Paraná afetadas pelos temporais podem obter linha de crédito do BRDE

Após as chuvas que assolaram o estado no final de semana passado, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) abre linhas de crédito para auxiliar empresas afetadas. A iniciativa inclui o pacote de medidas anunciada ontem (3) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior.

A linha é destinada a empresas, cooperativas e produtores rurais e oferece juros reduzidos, além de prazo de pagamento de 10 anos e 2 anos de carência.

O BRDE vai atender a demanda dos empreendimentos localizados em cidades que decretaram situação de emergência ou calamidade pública e cada cliente pode tomar empréstimo de até R$ 10 milhões.

Até o início da tarde do último dia 4, 36 municípios registraram ocorrências no sistema da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, mas as tempestades, vendavais e chuvas de granizo atingiram pelo menos 40 cidades paranaenses. Foram registrados danos em residências, prédios públicos, estradas rurais, empresas e barracões industriais.

Para mitigar esses estragos, além da linha de crédito, o Governo do Estado vai destinar R$ 50 milhões do Tesouro Estadual ao Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap), para auxiliar os municípios nas ações de reconstrução e auxílio às famílias.

O Estado também vai enviar maquinários e recursos para a reconstrução de estradas e pontes, e a Defesa Civil está auxiliando diretamente as famílias afetadas com a entrega de telhas, cestas básicas e kits de higiene, limpeza e dormitório.

O que fazer

As empresas podem procurar os canais de atendimento do BRDE, pelo telefone (41) 3219-8000, Whatsapp (41) 99234-4575 ou e-mail brdepr@brde.com.br. A agência paranaense do banco fica em Curitiba, Av. João Gualberto, 570, e o horário de atendimento é das 9h30 às 18h30.

Fonte: Bem Paraná Foto: AEN

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Emissões de gases de efeito estufa registram a maior queda da história no Paraná

O Paraná conseguiu reduzir em mais de 10% as emissões brutas de gases de efeito estufa. É o que revela a 13ª Edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3 de novembro). Foi a menor redução já registrada pelo estado desde o início das medições em 1990, e o menor volume de emissões desde 2009.

Conforme o levantamento, entre 2023 e 2024 o Paraná reduziu em 10,03% as emissões de gazes do efeito estufa, que recuaram de 77,05 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e) para 69,32 GtCO2e. Anteriormente, anotou-se a queda mais expressiva em 2004 (-9,89%), quando as emissões recuaram de 79,71 milhões de toneladas para 71,83.

Além disso, o resultado do ano passado é também o melhor do estado nos últimos 15 anos. A última vez que as emissões de gases de efeito estufa atingiram um nível mais baixo no Paraná foi em 2009 (67,78 GtCO2e). Também houve resultados melhores, ao longo de toda a série histórica, nos anos de 2006 (68,49 milhões de toneladas) e de 2005 (68,64).

Paraná no meio da tabela e resultados por setor

Quando consideradas as emissões brutas por setor, do total de 69,32 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente em 2024, a agropecuária foi responsável por 46,34% (32,12 milhões de toneladas). Na sequência aparece o setor de energia (com 36,35%, ou 25,2 milhões de toneladas). Depois vem o de resíduos (7,76% ou 5,38 milhões de toneladas), processos industriais (4,87% ou 3,38 milhões de toneladas) e mudança de uso da terra (4,68% ou 3,24 milhões de toneladas).

Entre todas as 27 unidades da federação, o Paraná apresenta o 14º menor volume de emissões de gases de efeito estufa. Com isso, fica bem no meio da tabela. A liderança do ranking tem o Pará (278 milhões de toneladas). Na sequência aparecem Mato Grosso (231 milhões), Minas Gerais (190 milhões), São Paulo (145 milhões), Maranhão (129 milhões), Bahia (116 milhões), Rio Grande do Sul (108 milhões), Goiás (98 milhões), Amazonas (96 milhões), Rondônia (78 milhões), Tocantins (73 milhões), Rio de Janeiro (72 milhões) e Mato Grosso do Sul (71 milhões). Na outra ponta, Amapá (3 milhões), Distrito Federal (7 milhões) e Alagoas (10 milhões) são os estados com menores emissões.

No Brasil, emissões caíram quase 17%

No Brasil, as emissões brutas de gases do efeito estudada caíram 16,7% em 2024 na comparação com 2023. Só no último ano, o país emitiu 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), ante 2,576 GtCO2e no ano anterior. A queda em 2024 é a maior dos últimos 16 anos e a segunda mais significativa da série histórica iniciada em 1990, quando os dados revelaram uma diminuição de 17,2% na poluição climática.

De acordo com o Observatório do Clima, os dados mostram o impacto da retomada do controle de desmatamento pelo governo federal em seguida ao descontrole deliberado entre 2019 e 2022. As chamadas emissões líquidas, calculadas após o desconto de remoções de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas, tiveram uma queda ainda maior: 22%, perdendo apenas para 2009 em percentual de redução (24%). No ano passado, o Brasil emitiu 1,489 GtCO2e líquidas, contra 1,920 GtCO2e em 2023.

Entretanto, mesmo com a queda no desmatamento, as mudanças de uso da terra seguem sendo o fator que faz do Brasil o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta (sexto, se a União Europeia for considerada como bloco), segundo dados do Cait/WRI. O Brasil emite mais carbono bruto somente por desmatamento que toda a Arábia Saudita (793 MtCO2e) e todo o Canadá (760 MtCO2e), dois dos principais países petroleiros do mundo.

Mesmo com redução, país ainda não alcança meta do Acordo de Paris

Mesmo com a queda expressiva nas emissões, o Observatório aponta que ainda não é possível fazer projeções otimistas sobre o cumprimento da NDC. Para 2025, as estimativas indicam que o país ficará aquém da meta de limitar suas emissões em 1,32 bilhão de toneladas líquidas. A estimativa é que esse valor fique em 1,44 GtCO2e líquidas, número 9% maior que a meta estipulada pela NDC para o ano corrente.

“O desmatamento cai, mas todos os outros setores sobem”, afirma David Tsai, coordenador do SEEG. Segundo ele, até aqui toda a mitigação tem ficado nas costas do combate ao desmatamento, algo que precisa mudar. Apesar disso, a NDC de 2030, cuja meta é um teto de emissões de 1,2 bilhão de toneladas, ainda pode ser cumprida e excedida. Para isso, contudo, todos os outros setores terão de cortar.

“A capacidade do controle de desmatamento de entregar cortes de emissão está batendo no teto. Precisamos zerar a devastação até 2030, como prometeu o presidente Lula, e mantê-la zerada. Mas vamos precisar reduzir em energia e agropecuária também”, aponta o especialista.

Fonte: Bem Paraná/Rodolfo Luis Kowalski Foto: Freepik

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Cafés especiais do Paraná ganham vitrine internacional em evento em Belo Horizonte

Pela primeira vez o Paraná participa da Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG). Esta é uma das maiores feiras do mundo dedicadas ao setor, conectando toda a cadeia cafeeira – do produtor ao consumidor final – devendo movimentar R$ 150 milhões em negócios em três dias. O estado está presente com 15 produtores, servindo de vitrine em um evento por onde devem passar 25 mil pessoas.

O secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, participou da abertura nesta quarta-feira (05). “Pela primeira vez, os cafés especiais do Paraná, que têm uma das melhores qualidades do mundo, estão na SIC, em Belo Horizonte, podendo mostrar essa nossa produção e nossa cultura do café e comercializar para o mundo inteiro. Vamos continuar investindo nessa cadeia para atingir outro patamar”, afirmou.

O secretário destacou que a presença do Paraná na SIC reforça a imagem de um Estado que alia tradição e inovação na cafeicultura. “O Paraná, que já foi o maior produtor de café no Brasil, vem consolidando sua nova vocação, a produção de cafés especiais, com alto valor agregado. Essa participação é uma oportunidade de mostrar ao País e ao mundo o resultado de um trabalho integrado entre governo, pesquisa e produtores”, afirmou Nunes.

O secretário visitou o estande do Paraná na feira acompanhado do diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, da diretora-geral da Seab, Camila Aragão, do chefe de gabinete Rodrigo da Silva e do diretor de extensão rural do IDR-Paraná, Paulo Eduardo Sipoli Pereira. O espaço reúne 15 produtores de cafés paranaenses, promovendo os cafés de forma técnica e sensorial.

O estande foi estruturado com degustações para a avaliação profissional dos cafés paranaenses, destacando aroma, sabor e corpo da bebida. Para isso, um barista (profissional especializado em preparar e servir bebidas à base de café) torra e prepara cafés especiais durante todo o evento.

Pesquisas e Café das Mulheres

Outro destaque do evento é que um dos cuppings (degustações técnicas) programados tratará exclusivamente das cultivares desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético do IDR-Paraná e que vêm sendo adotadas por cafeicultores de todas as regiões produtoras do Brasil.

O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, enfatizou o papel da pesquisa pública no avanço da qualidade do café paranaense. “As cultivares desenvolvidas pelo IDR-Paraná vêm contribuindo para o aumento da produtividade e da qualidade em diversas regiões. Esse esforço coletivo tem garantido reconhecimento nacional aos nossos cafés e fortalecido a renda das famílias de cafeicultores”, destacou.

Dois dos produtos apresentados já têm Indicação Geográfica (IG): os Cafés Especiais Norte Pioneiro e de Mandaguari, que se destacam pela consistência e perfil sensorial diferenciado de sua produção.

O projeto Café das Mulheres, que surgiu em 2013 e hoje é acompanhado pelo IDR-Paraná, também é destaque. Ele está presente em 11 municípios do Norte Pioneiro, quatro da região do Vale do Ivaí e um da região Oeste. O IDR-Paraná dá assistência técnica exclusiva para as mulheres, numa metodologia participativa, construída junto com as cafeicultoras desde o início do projeto.

Desde 2015, as mulheres estão no pódio entre os três melhores cafés do Estado consecutivamente no concurso Café Qualidade do Paraná, o que deu muita visibilidade para a região e abriu caminho pra que elas conseguissem parcerias comerciais importantes com cafeterias e torrefações.

“Hoje, elas estão organizadas e formaram a Associação das Mulheres do Café do Norte Pioneiro (AMU Café) e uma marca própria, Café das Mulheres, uma marca coletiva que agrega lotes com atributos importantes da nossa região”, explicou Cíntia Mara Lopes de Souza, coordenadora do projeto.

Feira

A Semana Internacional do Café foi realizada pela primeira vez em 2013, em Belo Horizonte, (MG), para celebrar os 50 anos da Organização Internacional do Café (OIC) e hoje é um dos maiores eventos do mundo dedicados ao setor, reunindo 250 expositores. A SIC oferece palestras, workshops, competições, provas de café, pesquisas e degustações orientadas, reunindo os principais especialistas, gestores e empreendedores do mercado.

Fonte e Foto: AEN

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Foto: Gilson Abreu/AEN

Soja: Brasil lidera avanço produtivo no Mercosul

A safra de soja 2025/26 no Mercosul deve apresentar avanço na produção, mesmo diante de uma leve retração na área plantada. Segundo dados do informativo mensal da Céleres, divulgados em novembro, a projeção é de que o bloco produza 242,3 milhões de toneladas (MMt) da oleaginosa, um incremento sobre os 240,4 MMt da safra anterior.

A área total semeada na região deve recuar 0,4%, o equivalente a 300 mil hectares. Essa queda é puxada pela Argentina, que deve reduzir 1,3 milhão de hectares. Em contrapartida, o Brasil tende a ampliar em 1 milhão de hectares sua área de soja, sustentando a liderança do país no bloco.

O principal fator por trás do crescimento produtivo é a expectativa de condições climáticas mais favoráveis em relação aos ciclos anteriores. A produtividade média estimada é de 3,4 toneladas por hectare, podendo chegar a 3,7 t/ha no cenário mais otimista.

Com maior oferta e demanda aquecida, as exportações do bloco devem crescer cerca de 5 milhões de toneladas em relação à safra 2024/25. O Brasil permanece como protagonista absoluto, respondendo por 84% das exportações do Mercosul.

A relação estoque/consumo deve se manter estável, saindo de 8,5% para 8,7%, o que indica equilíbrio entre oferta e demanda, sem pressão significativa nos preços.

Apesar desse avanço, o mercado deve seguir pressionado por margens estreitas. A tendência de estabilidade nos preços não garante alívio para o produtor, especialmente no Brasil, onde a cotação está diretamente ligada à taxa de câmbio.

O dólar segue como principal variável de risco para a precificação da soja. Caso haja valorização da moeda local nos próximos meses, produtores podem enfrentar desafios financeiros e operacionais relevantes.

Mesmo assim, o setor projeta capacidade de geração de caixa suficiente para manter os investimentos e a continuidade da expansão operacional.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Avanço da colheita do trigo aponta para safra com recorde de produtividade no Paraná

A colheita do trigo segue em ritmo acelerado no Paraná e deve confirmar um recorde histórico de produtividade, mesmo diante das dificuldades impostas pelas chuvas durante o ciclo. A soja, com 5,77 milhões de hectares plantados, se consolida como a principal cultura do Estado, e o milho teve um ganho significativo de área de cerca de 20%. Esses são os destaques do Boletim de Safra do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) divulgado nesta quinta-feira (30). Os dados são da atualização de outubro da previsão da safra.  

Até o momento, 83% dos 819 mil hectares semeados com trigo em 2025 já foram colhidos, e os rendimentos médios ultrapassam 3.300 kg por hectare. Hugo Godinho, coordenador da Divisão de Conjunturado Deral, ressaltou que nas áreas ainda em fase final de colheita — concentradas principalmente no Sul do Estado — a expectativa é de resultados ainda melhores, o que deve consolidar a maior produtividade já registrada no Paraná, superando os 3.173 kg/ha alcançados em 2016.

O desempenho é considerado excepcional, sobretudo porque parte das lavouras enfrentou déficit hídrico, geadas e menor investimento em insumos. Mesmo assim, as condições climáticas favoráveis nas últimas semanas, com mais dias de sol, favoreceram a secagem dos grãos e impulsionaram a colheita.

Apesar do rendimento recorde, o volume total produzido será menor do que em outras safras, reflexo da redução de 25% na área plantada em relação ao ano anterior, que foi de 1,11 milhão de hectares. “A produção estimada é de 2,75 milhões de toneladas, cerca de 18% superior em relação a 2024 (2,32 milhões), mas ainda abaixo das 3,66 milhões de toneladas de 2023, quando o Paraná atingiu volume próximo à sua capacidade de moagem”, explica Godinho.

Portanto, mesmo com esse bom resultado, o volume colhido não será suficiente para atender à demanda da indústria paranaense, sendo necessário trazer trigo de outros estados e até mesmo de outros países para atender o setor moageiro. Com isso, o Paraná deve, novamente, colher menos trigo que o Rio Grande do Sul, que reassumiu a liderança nacional nos últimos anos.

Com relação aos preços de venda, o produtor está recebendo R$ 64,00 por saca, preço que fica abaixo do custo variável de produção que é de R$ 73,00. Vale destacar que, há um ano, a expectativa era de que a saca fosse vendida a R$ 76,00.

Soja

Com 5,77 milhões de hectares de área plantada, a soja se consolida como a principal cultura do Estado. De acordo com Edmar Gervásio, analista de mercado do Deral, os 71% de área plantada até agora estão dentro do calendário, com as chuvas dos últimos dias ajudando no desenvolvimento das plantas.

“O que falta plantar está concentrado nas áreas mais frias do Estado, com uma perspectiva de que o plantio seja finalizado na primeira quinzena do próximo mês, com previsão de clima favorável tanto para o plantio quanto para a colheita. Espera-se uma boa safra, próxima do recorde”, diz Gervásio. Com relação ao preço, não aconteceram grandes oscilações nos últimos três meses, permanecendo entre R$ 115,00 e R$ 122,00.

Conforme o técnico do Deral, no cenário nacional, a Conab divulgou neste mês de outubro sua primeira estimativa de produção. “Em condições climáticas normais, o Brasil deverá colher cerca de 177,64 milhões de toneladas de soja, volume 3,6% superior ao ciclo anterior”, explica.

Milho

Com expectativa de plantio em 337,8 mil hectares, o milho da 1ª safra teve um ganho significativo de área, de cerca de 20%, devido ao recuo de área plantada da cultura de feijão. A produção do milho pode chegar a 3,5 milhões de toneladas e até mesmo a quase 4 milhões de toneladas. Segundo Hugo Godinho, se o comportamento for parecido com o observado na safra passada, levando-se em conta que a Conab projetou uma boa safra nacional, deve acontecer um ganho significativo de área, que pode inclusive superar a área de soja.

O preço vem se mantendo estável pelos últimos três meses, apesar de estar num patamar 8% menor que o registrado no ciclo anterior, na casa dos R$ 52,00, cobrindo o custo variável que está abaixo dos R$ 40,00. “Em questão de preço, a cultura do milho vive um bom momento. Como o produtor está definindo agora o que vai plantar, a escolha óbvia, por causa do preço, é que ele faça a opção pelo plantio do milho”, finaliza Godinho.

Fonte: AEN Foto: Divulgação

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Agrária abre inscrições para 2ª Feira de Profissões

No dia 14 de novembro, acontece a 2ª edição da Feira de Profissões Agrária. O evento será realizado no Centro de Eventos da Cooperativa, no Distrito de Entre Rios (PR), e é destinado para alunos que estão nos ensinos médio, técnico e superior. As inscrições estão abertas até o dia cinco de novembro, de forma gratuita. Os estudantes podem optar por participar à tarde ou à noite.

Ano passado, a Feira de Profissões contou com a presença de aproximadamente 500 participantes. O projeto faz parte das atividades realizadas pela Agrária em seu pilar de relacionamento com a comunidade, instituído no ciclo estratégico Atitude 5C, que baliza as ações da cooperativa até 2028.

Hoje, o quadro de colaboradores da Agrária tem cerca de dois mil profissionais. Eles estão distribuídos nas áreas industriais e administrativas localizadas no distrito de Entre Rios, Guarapuava, Pinhão e Ponta Grossa, e nas entidades mantidas, como a Fundação Cultural Suábio-brasileira, a Fundação Semmelweis e o Colégio Imperatriz Dona Leopoldina.

A intenção da Feira de Profissões é apresentar aos estudantes as diferentes possibilidades de desenvolvimento de carreira dentro da estrutura da Cooperativa. “Esse evento é uma oportunidade de nos aproximarmos da comunidade estudantil, apresentando não apenas nossas áreas de atuação, mas também o propósito que nos move. Queremos inspirar os jovens a conhecerem o cooperativismo e nos enxergarem como um espaço de aprendizado, crescimento e realização. Fortalecer esse vínculo é essencial para construirmos, juntos, o futuro da nossa região”, enfatiza Adeline Milla, coordenadora do departamento de Gente da Cooperativa.

Na programação do evento estão previstas apresentações com os especialistas de diferentes áreas, para que os participantes entendam quais as funções de cada setor da Agrária. Haverá ainda uma conversa com a equipe do departamento de Gente, em que serão abordados os benefícios oferecidos pela Cooperativa aos seus colaboradores e as formas que os profissionais têm à sua disposição para o desenvolvimento de suas carreiras internamente.

De acordo com Eloise Sabrina Jukowski Batista, analista de recrutamento e seleção, a expectativa é que em 2025 a Feira das Profissões atraia um público maior que o registrado no ano anterior. “Os alunos poderão descobrir todas as possibilidades que temos nas áreas operacional, técnica e administrativa e ter contato direto com profissionais que já desenvolveram suas carreiras conosco. Queremos ser uma referência importante para esses futuros profissionais”, afirmou.  

As instituições de ensino interessadas em inscrever turmas para a Feira de Profissões da Agrária ou os estudantes que pretendem participar de forma individual devem acessar o site feiradeprofissoesagraria.abacusai.app

Fonte e Foto: Assessoria de Imprensa Agrária

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Safra 25/26: custos em alta, preços em queda e clima incerto elevam desafios do produtor

A safra de soja 2025/26 se desenha como uma das mais desafiadoras dos últimos anos. Custos de produção em alta, retração nos preços internacionais da commodity e previsões climáticas incertas pressionam a rentabilidade e exigem maior eficiência técnica no campo.

Projeções apontam que o desembolso médio por hectare deve subir cerca de 4% em relação ao último ciclo, podendo ultrapassar R$ 5,6 mil em regiões como Rio Verde (GO) e Sorriso (MT). O aumento é impulsionado principalmente pela valorização dos fertilizantes – com alta próxima de 10% – em meio a gargalos globais relacionados às tensões comerciais entre China e Estados Unidos, impactos da guerra no Leste Europeu e redução de oferta em grandes polos asiáticos. Parte dos defensivos agrícolas também acompanha esse movimento.

Com margens mais estreitas, a produtividade mínima necessária para cobrir os custos cresce. Em áreas do Mato Grosso, já ultrapassa 56 sacas por hectare; em Goiás, gira em torno de 51 sacas.

Segundo João Eduardo Brandão Boneti, especialista em desenvolvimento de negócio da Ourofino Agrociência, o cenário exige rigor na gestão e no posicionamento técnico: “Em um ciclo de margens comprimidas, eficiência não é opção: é condição de sobrevivência. Cada investimento precisa ser planejado e convertido em produtividade. O uso estratégico de tecnologias faz a diferença entre uma lavoura no azul ou no vermelho.”

A recomendação é integrar monitoramento constante, antecipação de manejos e aplicação de produtos no momento ideal — fatores que determinam o resultado econômico da safra. No pré-plantio, por exemplo, o controle antecipado de plantas daninhas resistentes é decisivo para reduzir a competição inicial. Como referência de tecnologia para essa fase, o especialista cita o herbicida Terrad’or, posicionado para dessecação rápida antes da semeadura e apoio à implantação com menor pressão de daninhas.

Entre os desafios adicionais, previsões climáticas indicam irregularidade nas chuvas no Centro-Oeste e Sul, podendo comprometer a janela de implantação das lavouras. Para o especialista da Ourofino Agrociência, o cenário reforça a necessidade de planejamento fino por talhão e cadência de monitoramento ao longo do ciclo.

Checklist – boas práticas para a safra

– Pré-plantio: análise de solo, correção de acidez, escolha de cultivares adaptadas e planejamento de rotação de culturas.

– Plantio e emergência (0-15 dias): atenção à umidade do solo, tratamento de sementes e monitoramento de pragas iniciais.

– Desenvolvimento vegetativo: manejo integrado de pragas e aplicação preventiva de fungicidas, como o Dotte.

– Florescimento e enchimento de grãos: monitoramento intensivo de percevejos e ferrugem-asiática, além de suporte fisiológico da planta.

– Pré e pós-colheita: dessecação planejada, calibração de máquinas e armazenamento adequado.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Alerta ligado para o milho

O fenômeno climático La Niña, ainda que de baixa intensidade, deve alterar o regime de chuvas no Brasil até o outono de 2026, segundo análises da Biond Agro. A prolongada duração do evento acende o alerta especialmente para o desenvolvimento da soja e a safrinha do milho, que podem enfrentar oscilações hídricas e térmicas nas principais regiões produtoras do país.

Modelos do CPC/NOAA indicam cerca de 55% de chance de retorno à neutralidade entre janeiro e março de 2026, o que reforça o risco de irregularidade climática entre dezembro e fevereiro, fase crítica para soja, milho e algodão. De acordo com Isabella Pliego, analista da Biond Agro, o resfriamento do Pacífico aliado ao aquecimento do Atlântico Sul deve intensificar contrastes: mais chuvas no Norte e Nordeste e períodos secos com calor elevado no Centro-Sul.

“Mesmo sendo de baixa intensidade, este La Niña tem potencial relevante em duração e impacto, justamente por coincidir com um momento de transição climática e alta sensibilidade na produção agrícola brasileira”, explica Isabella Pliego, analista de inteligência e estratégia da Biond Agro.

O Centro-Oeste, especialmente o Mato Grosso, avança no plantio com mais de 60% da área já semeada em outubro, favorecido por boas condições de umidade. Já o Sul, principalmente o Rio Grande do Sul e o oeste catarinense, deve enfrentar estiagens e risco de queda na produtividade. “O sucesso da safra dependerá do equilíbrio entre clima, manejo e gestão. Com informação e planejamento, o La Niña pode deixar de ser um risco e se transformar em oportunidade de eficiência e rentabilidade”, conclui a analista da Biond Agro.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Novembro terá temperaturas elevadas em quase todo o país

A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para novembro de 2025 indica contrastes nos padrões de chuva e temperatura em todas as regiões do Brasil. Enquanto parte do país deve enfrentar precipitações abaixo da média, outras áreas terão volumes acima do esperado. O calor, por sua vez, será predominante, com temperaturas superiores à média histórica em grande parte do território nacional.

Chuvas abaixo da média predominam no Centro-Sul

Segundo o Inmet, áreas do Sul, Nordeste e partes do Centro-Oeste e Sudeste devem registrar chuvas próximas ou abaixo da média histórica para o mês. Estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia estão entre os que podem sofrer com a menor reposição hídrica do solo, dificultando a germinação das lavouras de verão, especialmente nas áreas de sequeiro.

Por outro lado, volumes acima da média estão previstos para o norte da Região Norte e parte do Centro-Oeste, especialmente em Goiás, Distrito Federal e oeste do Mato Grosso, favorecendo a semeadura da soja e do milho primeira safra nessas áreas.

Temperaturas acima da média

O prognóstico indica que as temperaturas devem ficar acima da média em praticamente todas as regiões. Na Região Norte, por exemplo, os termômetros podem marcar até 1,5 °C acima do normal, com médias superiores a 28 °C. Situação semelhante é esperada no Nordeste, com destaque para o sul do Piauí e leste do Maranhão.

No Centro-Oeste, as temperaturas também devem superar os 26 °C, impactando o ciclo das culturas e a disponibilidade de água no solo. No Sudeste, embora algumas áreas de Minas Gerais e Espírito Santo apresentem temperaturas próximas da média, o oeste de São Paulo terá desvios positivos de até 0,8 °C. Já na Região Sul, o aumento térmico pode chegar a 1,0 °C em estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Impactos no campo: plantio, colheita e produtividade

O cenário de chuvas escassas e temperaturas elevadas exige atenção redobrada dos produtores. No MATOPIBA (região que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a baixa umidade do solo pode dificultar o avanço do plantio das culturas de sequeiro. Em contrapartida, no SEALBA (Sergipe, Alagoas e Bahia), a previsão de chuvas próximas à média favorece a colheita do milho da terceira safra.

No Centro-Oeste, o tempo mais seco beneficia a colheita do milho segunda safra e do algodão, enquanto a maior oferta hídrica no norte da região contribui para o desenvolvimento inicial das lavouras de verão. Já no Sudeste, o contraste entre regiões úmidas e secas influencia diretamente a viabilidade do plantio da soja e do milho, principalmente em São Paulo.

Região Sul: trigo em final de ciclo e plantio de verão em curso

Com a colheita do trigo avançando e previsão de chuvas próximas da média, os produtores da Região Sul devem se beneficiar para iniciar o cultivo da soja e do milho primeira safra. No entanto, áreas com déficit hídrico podem enfrentar dificuldades no estabelecimento das lavouras, exigindo planejamento estratégico no uso da água e no manejo das culturas.

Fonte: Agrolink Foto: Freepik