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Trigo segue travado no Sul

No Paraná, a safra apresenta 83% das lavouras em boas condições

O mercado de trigo no Sul do Brasil segue travado, refletindo o início difícil da safra 2025/26. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul a comercialização permanece lenta devido ao bom abastecimento dos moinhos e à baixa disponibilidade de cereal. As indicações de compra giram em torno de R$ 1.250,00 no interior, enquanto as vendas aparecem próximas a R$ 1.300,00. Há também trigo branqueador ofertado a R$ 1.650,00 FOB em Lagoa Vermelha. A expectativa é de que, em setembro, os estoques da safra velha se esgotem, ficando integralmente nas mãos da indústria.

Na safra nova, cerca de 90 mil toneladas já foram negociadas, sendo 60 mil destinadas à exportação e 30 mil aos moinhos, mas sem novos avanços recentes. O atraso do ciclo tem mantido o mercado sem tração, com compradores evitando apresentar preços e vendedores rejeitando ofertas consideradas baixas. No mercado externo, os preços para embarque em dezembro ficaram em R$ 1.250,00, com possibilidade de entrega de trigo de ração com deságio de 20%.

Em Santa Catarina, o cenário também é de lentidão. Não há negócios novos de safra, e os vendedores seguem apenas administrando contratos já firmados, diante de problemas de qualidade. A oferta abundante de trigo gaúcho tem impedido altas nos preços, que se mantêm entre R$ 1.300,00 e R$ 1.330,00 FOB. Os preços pagos aos produtores recuaram em algumas regiões, como Canoinhas e Xanxerê, mas se sustentaram em praças como Rio do Sul e São Miguel do Oeste.

No Paraná, a safra apresenta 83% das lavouras em boas condições, mas os vendedores continuam recusando os preços oferecidos pelos compradores. O mercado spot caiu levemente para R$ 1.400,00 CIF e, no futuro, para R$ 1.300,00 CIF moinho. Já o trigo importado segue competitivo, com ofertas do Paraguai e da Argentina em valores entre US$ 240 e US$ 270 por tonelada. Apesar disso, o preço médio pago ao produtor recuou 0,57% na semana, reduzindo a margem de lucro, que caiu de 4,09% para 3,5%.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Brasil mantém liderança global na exportação de algodão em 2024/25

O Brasil consolidou sua posição como maior exportador mundial de algodão na safra 2024/25, alcançando um novo recorde histórico. Entre agosto de 2024 e julho de 2025, foram embarcadas 2,83 milhões de toneladas de pluma, volume 6% superior às 2,68 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior.

O desempenho reafirma a efetividade do programa Cotton Brazil, criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).

Estratégia internacional fortalece presença do algodão brasileiro

O Cotton Brazil tem investido em missões técnicas, rodadas de negócios e intercâmbios com foco nos principais países compradores. Em 2024, foram realizadas nove missões internacionais: cinco na Ásia, três na Europa e uma no Brasil, a chamada Missão Compradores, que trouxe importadores para conhecer de perto a produção nacional.

Ao todo, a agenda percorreu 16 países, incluindo China, Índia, Vietnã, Turquia, Egito e Bangladesh. Além disso, a presença em feiras e encontros setoriais consolidou a relação com indústrias têxteis, varejistas e representantes governamentais.

“Crescemos em praticamente todos os países prioritários, o que mostra que a estratégia adotada vem gerando resultados concretos”, afirmou Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa.

Índia e Egito ampliam participação

Entre os países compradores, a Índia foi a nação que mais expandiu as importações de algodão brasileiro no ciclo 2024/25, com aumento de 1.777% em relação ao período anterior. O Egito, que começou a adquirir pluma do Brasil apenas em 2023, elevou suas compras em 332%, enquanto o Paquistão registrou alta de 200%.

A China, por outro lado, reduziu em 65% suas importações totais de algodão, incluindo do Brasil, reflexo da boa safra doméstica no país asiático.

Principais destinos e faturamento

O Vietnã liderou as importações, adquirindo 532,5 mil toneladas, equivalente a 19% do total exportado. Em seguida vieram o Paquistão (494,1 mil toneladas; 17%) e a China (458,9 mil toneladas; 16%).

No ano comercial, as exportações brasileiras movimentaram US$ 4,8 bilhões, valor 6% menor que em 2023/24, mas ainda acima do patamar histórico de US$ 4 bilhões.

“O resultado é expressivo, principalmente em um cenário de preços em queda no mercado global”, destacou Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa e coordenador do Cotton Brazil em Singapura.

Logística em destaque

Um dos marcos do período foi o volume exportado em janeiro de 2025, quando o Brasil embarcou 416 mil toneladas de algodão, mais que o dobro da média mensal de 200 mil toneladas.

“Esse resultado mostra a evolução do sistema logístico nacional e transmite maior segurança e confiabilidade aos importadores”, avaliou Duarte.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação

Cópia de CSM PR - POST 1° LOTE

Fórum Técnico CSM-PR 2025 abre inscrições com valores promocionais

O Fórum Técnico da Comissão de Sementes e Mudas do Paraná (CSM-PR) 2025 abriu lote promocional para as inscrições, nesta semana.

Fique atento, que este lote ficará aberto somente até o dia 26 de setembro.

Inscreva-se AQUI

Serão três dias intensos de troca de conhecimento técnico, intercâmbio de experiências e fortalecimento de conexões entre os diversos agentes do setor de sementes.

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Expansão da internet no campo gera aumento de R$ 2 bilhões no PIB do Paraná

A expansão da cobertura de internet em áreas rurais, promovida com apoio do programa Conectividade Rural, do Governo do Estado, já resulta em um acréscimo anual de R$ 2,08 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná, segundo um levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Um relatório publicado pela Anatel em abril deste ano mostrou que o Paraná registrou o maior avanço em cobertura de internet em áreas rurais no Brasil no último ano. Entre junho de 2023 e junho de 2024 – período com a atualização mais completa da Anatel –, o Estado saltou de 52,73% para 62,21% de área coberta, um crescimento de 9,48 pontos percentuais, o maior do País. Espírito Santo (8,7 pp no período), Minas Gerais (7,3 pp), Rio Grande do Norte (7 pp) e Santa Catarina (6,7 pp) completam o top 5 das evoluções.

O Paraná possui uma área territorial de 199 mil quilômetros quadrados, dos quais aproximadamente apenas 4 mil quilômetros quadrados correspondem a zonas urbanas, enquanto os demais 195 mil quilômetros quadrados compreendem áreas rurais. O estudo mostra que houve incorporação de 19.373 quilômetros quadrados de área rural à conexão no Estado, com base em dados da Anatel.

A partir de uma análise matemática sobre essa nova área coberta, além da injeção no PIB, houve a criação formal e informal de 41 mil novas ocupações e um aumento de R$ 63 milhões na arrecadação anual de ICMS. O estudo aponta que a produtividade agrícola em regiões com acesso à internet é, em média, 37% superior à das áreas com pouca ou nenhuma conexão.

A principal ação do programa Conectividade Rural é a parceria com as operadoras TIM e Claro para a instalação de um total de 541 novas torres de telefonia e internet, viabilizada através de um modelo inovador de uso de créditos de ICMS.

O plano de instalação avança em múltiplas frentes. As 116 torres da parceria inicial com a TIM foram concluídas em dezembro de 2024, e um novo projeto para a instalação de outras 43 torres na região da Usina de Santa Terezinha, no Noroeste, já está em processo de instalação. Do acordo com a Claro, que prevê um total de 382 novas torres, 83 já foram instaladas. A expansão continuará com a entrega de mais 144 torres até o fim do ano. As outras 155 torres restantes serão concluídas em 2026.

Essa primeira etapa de implantação já beneficiou diretamente 88 cidades. A distribuição geográfica das novas torres demonstra a capilaridade do programa, cobrindo o Estado de ponta a ponta.

Foram contempladas cidades do Litoral, como Guaraqueçaba, até o Oeste e Sudoeste, em municípios como Cascavel, Toledo, Palotina e Francisco Beltrão. Da mesma forma, cidades dos Campos Gerais (Ponta Grossa e Castro), Norte e Noroeste (Londrina, Maringá e Paranavaí), Centro-Oeste (Campo Mourão) e Centro-Sul (Guarapuava) também receberam as novas estruturas, garantindo que o avanço da conectividade chegue a todas as regiões produtoras do Estado.

Esses resultados são fruto de um plano estratégico coordenado pela Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA), em conjunto com a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, Secretaria da Fazenda e outros 17 órgãos. O objetivo é conectar 100% do campo paranaense até o final de 2026.

“Temos várias frentes de trabalho para ampliar ainda mais o acesso à internet em regiões que nunca tiveram conexão”, afirma o secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani. “Isso se traduz em mais qualidade de vida para quem mora no campo, mais rentabilidade para o setor do agronegócio e maior desenvolvimento para o Paraná”.

Além do impacto econômico, a conectividade é tratada como uma ferramenta estratégica para a segurança pública. Na região de fronteira com o Paraguai, a falta de sinal ao longo do Lago de Itaipu compromete o combate a crimes transfronteiriços. Para sanar o problema, 16 torres da Claro serão instaladas na área até dezembro de 2025. As Patrulhas Rurais da Polícia Militar do Paraná também estão ganhando mais ferramentas com esse apoio.

Fonte e Foto: AEN

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Produção de sementes da Coamo

A escolha de uma semente de qualidade é indispensável para uma boa safra no campo. Por isso, a Coamo conta com uma estrutura ampla e moderna para a produção de sementes, com o objetivo de proporcionar aos seus cooperados um insumo de qualidade, que trará mais segurança para o novo ciclo que está chegando.

A cooperativa conta com onze unidades de beneficiamento, laboratório de análises, equipamentos para o tratamento de sementes industrial, além de grandes espaços refrigerados de armazenamento, para garantir a qualidade do insumo em todas as suas etapas, desde o plantio e colheita no campo, até a distribuição do insumo para o quadro social.

Esse processo foi apresentado em detalhes na mais recente reportagem da Coamo TV, que relata como funciona cada etapa, além de destacar os investimentos que a cooperativa tem feito para aprimorar o seu processo de produção de sementes.

Clique aqui e assista à reportagem completa para conhecer todos os detalhes.

Fonte: Assessoria de Imprensa Coamo

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Área plantada de algodão deve recuar 3,5% no Brasil

A safra brasileira de algodão 2025/26 deve registrar redução na área cultivada. De acordo com levantamento da StoneX, a projeção é de 2,04 milhões de hectares, volume 3,5% menor em relação ao ciclo 2024/25.

O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Raphael Bulascoschi, destacou que em Mato Grosso a retração será mais expressiva. “Produtores mato-grossenses projetam uma redução mais acentuada, com área de 1,44 milhão de hectares — queda de 75 mil hectares. Considerando uma produtividade dentro da tendência, a produção deve alcançar 3,7 milhões de toneladas no ano que vem, representando um recuo de 4,3% frente à safra atual”, afirmou.

Sobre o ciclo em andamento, Bulascoschi ressaltou que a produção recorde deve ser confirmada. “O cenário é diferente ao olhar para a safra 2024/25, em que a produção recorde de 3,9 milhões de toneladas da pluma deve se confirmar. Ainda assim, o excesso de umidade registrado em agosto pode ter comprometido a qualidade da pluma remanescente em Mato Grosso, fator que seguirá no radar do mercado brasileiro de algodão nas próximas semanas”, observou.

O levantamento da StoneX também indicou que os embarques de algodão perderam ritmo nas últimas semanas. Apesar disso, a expectativa é de exportações em torno de 2,9 milhões de toneladas em 2025, com maior intensidade nos embarques prevista para o quarto quadrimestre.

No mercado interno, a consultoria revisou para baixo a estimativa de consumo. Para a safra 2025/26, a nova projeção é de 685 mil toneladas, uma redução de 35 mil toneladas. Segundo Bulascoschi, a revisão reflete o baixo dinamismo do setor têxtil brasileiro, influenciado pelo ambiente macroeconômico adverso. “Apesar disso, a redução na produção mais do que compensou o ajuste no consumo interno, resultando em estoques finais menos folgados para o próximo ciclo, projetados em 3,08 milhões de toneladas de pluma”, concluiu o analista.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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ANTT propõe criação do Selo ESG Cargas para reconhecer transportadores responsáveis

Uma nova etapa para o transporte rodoviário de cargas no Brasil começa a ganhar forma. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) colocou em debate público a proposta de criação do Selo ESG Cargas, um instrumento de reconhecimento aos transportadores que adotam práticas sustentáveis, sociais e de governança no dia a dia da atividade. A iniciativa começou a ser discutida na última quinta-feira (21) em sessão híbrida da Audiência Pública nº 005/2025, na sede da Agência, em Brasília.

O selo será concedido, de forma voluntária, a transportadores devidamente registrados no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) que comprovem aderência a critérios ambientais, sociais e de governança. A medida busca valorizar quem movimenta o Brasil com responsabilidade, promovendo segurança viária, redução de emissões de gases de efeito estufa, proteção da biodiversidade, dignidade no trabalho e incentivo à diversidade e inclusão no setor.

Além do selo integral – voltado a quem cumprir simultaneamente os três pilares ESG – também estão previstos selos parciais, como “Selo Cargas Ambiental” ou “Selo Cargas Governança e Social”, válidos em todo o território nacional. O diferencial não é financeiro, mas reputacional: trata-se de um selo de credibilidade e confiança, que poderá ser usado pelos transportadores em materiais institucionais e comerciais, reforçando sua imagem no mercado.

Para garantir transparência, a avaliação será feita com base em dados oficiais, como registros de operações de transporte (CIOT e MDF-e), idade da frota e certificações reconhecidas, como o Programa MelhorAR, do Ministério dos Transportes. Estar em conformidade é essencial: empresas com irregularidades no RNTRC ou condenações relacionadas a trabalho infantil ou análogo à escravidão não poderão participar.

“O Selo ESG Cargas é um incentivo positivo que coloca o Brasil em sintonia com as melhores práticas internacionais de sustentabilidade. É um reconhecimento público a quem escolhe inovar, reduzir impactos e fortalecer a responsabilidade social no transporte rodoviário de cargas”, afirmou o superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (Suroc/ANTT), José Aires Amaral Filho.

A proposta faz parte da Agenda Regulatória 2025-2026 da ANTT, no eixo de transporte rodoviário e multimodal de cargas, e se baseia no conceito de regulação responsiva – que busca, não se resumir apenas no aspecto punitivo, mas sim estimular o setor a alcançar padrões cada vez mais elevados.

A sociedade poderá enviar contribuições até 6 de setembro pelo Sistema ParticipANTT, e participar ativamente da construção dessa política inovadora. Para a Agência, ouvir transportadores, especialistas e representantes da sociedade é parte essencial de um processo moderno, transparente e colaborativo.

Com o Selo ESG Cargas, a ANTT reforça o compromisso de aliar eficiência econômica com responsabilidade ambiental e social, preparando o transporte brasileiro para os desafios da mobilidade e da sustentabilidade no século XXI.

Fonte e Foto: Assessoria de Comunicação ANTT

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Dia de celebração: APASEM 54 anos e Dia da Semente

Há 54 anos, a Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (APASEM) cultiva mais que sementes.

Multiplicamos e Semeamos Confiança no setor sementeiro do Paraná.

São mais de cinco décadas de dedicação, apoiando produtores, fortalecendo parcerias e levando conhecimento para todo o Estado.

Nossas equipes estão sempre em movimento — participando de treinamentos, eventos e encontros que mantêm a APASEM na vanguarda do setor.

A credibilidade que construímos é reforçada a cada dia, marcando presença em ações e decisões que moldam o futuro do setor no Paraná.

Neste Dia da Semente, renovamos nosso compromisso.

Porque sabemos que, juntos, seguimos cultivando inovação, sustentabilidade e prosperidade para o campo paranaense.

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Dia da Semente reforça importância da escolha do insumo e do manejo pré-plantio para a alta produtividade

Nesta quinta-feira (21), o Brasil celebra o Dia da Semente, insumo que carrega em si o potencial produtivo de toda a lavoura. A data tem grande relevância para o agronegócio, já que a semente é o ponto de partida de culturas estratégicas como soja, milho, algodão, arroz, tabaco, entre tantas outras. Por trás dela, existe um processo de pesquisa que pode levar até 10 anos de dedicação intensa, com altos investimentos em ciência e tecnologia, para que chegue ao campo uma variedade capaz de unir produtividade, resistência a pragas e adaptação às condições de cada região.

Apesar disso, ainda são poucos os que conhecem a complexidade envolvida nesse processo e o quanto a decisão do produtor na hora de escolher a semente pode impactar o resultado da safra. A utilização de sementes certificadas, com alto vigor germinativo e pureza genética, garante uniformidade na emergência, número adequado de plantas por hectare e maior segurança na colheita. Já a prática de utilizar sementes salvas representa riscos consideráveis, como desuniformidade, presença de patógenos e baixo vigor, o que compromete todo o ciclo produtivo.

Solo preparado é base para colheitas

No entanto, a qualidade da semente por si só não é suficiente. O desempenho da lavoura também depende da condição do solo, que deve estar pronto para receber o plantio. Antes mesmo de entrar com as máquinas, o produtor precisa avaliar a fertilidade, a textura, a compactação e a presença de resíduos. Correções químicas, como a aplicação de calcário e gesso agrícola, e intervenções mecânicas, como o uso de subsoladores e escarificadores, fazem parte desse processo de preparo.

Além disso, o manejo adequado das máquinas agrícolas é cada vez mais decisivo. Trânsito excessivo de implementos pesados pode causar compactação, um dos maiores vilões silenciosos da agricultura, que reduz a infiltração de água e dificulta o desenvolvimento radicular. Paralelamente, a adoção de técnicas de conservação, como curvas de nível, terraços e o plantio direto, ajuda a preservar a estrutura do solo, ampliando sua longevidade produtiva.

O combate antecipado às invasoras

Outro fator essencial nesta fase inicial é o controle de plantas daninhas. Espécies resistentes, como buva, capim-amargoso e caruru, têm desafiado os produtores em diferentes regiões do país. Elas competem por água, luz e nutrientes, reduzindo o potencial da cultura principal. Além disso, muitas servem de hospedeiras para pragas e doenças, aumentando os custos de manejo fitossanitário ao longo da safra.

O controle antecipado com herbicidas dessecantes reduz a pressão das invasoras e facilita a instalação da lavoura. Estudos de campo apontam que falhas nessa etapa podem comprometer até 30% da produtividade. Nesse cenário, ganha espaço o manejo integrado, que combina rotação de culturas, uso de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, manutenção de palhadas e tecnologias de aplicação de precisão, estratégias que reduzem a pressão de seleção de resistência e elevam a eficiência do controle.

Adubação de base: o alimento que a planta precisa antes de nascer

Com o solo corrigido e livre de plantas daninhas, chega o momento da adubação de base, prática fundamental no plantio. O fornecimento de nutrientes estratégicos, como fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes, garante o vigor inicial da cultura. O fósforo, por exemplo, é essencial para o enraizamento e deve ser aplicado próximo à semente, já que apresenta baixa mobilidade no solo.

A eficiência da adubação também depende do pH do solo. Em áreas ácidas, comuns no Cerrado brasileiro, a correção com calcário deve ser realizada meses antes para evitar perdas de eficiência. Tecnologias mais recentes, como fertilizantes de liberação controlada, organominerais e inoculantes biológicos, têm conquistado espaço ao melhorar o aproveitamento dos nutrientes e reduzir o desperdício. A agricultura de precisão, com o uso de mapas de aplicação, também contribui para um manejo mais ajustado, garantindo doses específicas de acordo com a necessidade de cada talhão.

O futuro da lavoura começa antes da semeadura

O Dia da Semente reforça uma mensagem central para o agronegócio: a produtividade não depende de uma única decisão isolada, mas de um conjunto de práticas integradas. Escolher sementes de qualidade, preparar o solo, controlar plantas daninhas antecipadamente e realizar uma adubação equilibrada formam a base de uma lavoura rentável e sustentável.

Cada escolha feita pelo produtor nesta fase pré-plantio determina a eficiência das tecnologias aplicadas ao longo da safra e define, em grande medida, o tamanho e a qualidade da colheita que chegará ao mercado meses depois.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Soja: ferrugem asiática exige controle constante

A ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) segue como um dos principais desafios fitossanitários da sojicultura brasileira. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a doença pode reduzir em até 90% a produtividade em casos severos, sobretudo em áreas com condições climáticas favoráveis à sua ocorrência.

Patrick Santos, consultor de desenvolvimento de produtos da Tropical Melhoramento & Genética (TMG), destacou que a região Sul concentra os maiores focos da ferrugem, principalmente no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Segundo ele, fatores como maior tempo de molhamento foliar, temperaturas entre 15°C e 25°C, alta umidade relativa e chuvas frequentes favorecem o avanço do fungo nessas localidades.

Os fatores ambientais influenciam o comportamento cíclico da ferrugem asiática, que apresenta variações de intensidade entre as safras, apontou a TMG. O consultor reforçou que, em anos de maior pressão, quando a umidade se prolonga e as temperaturas permanecem amenas, o avanço da doença é mais rápido e severo.

“Nesses períodos, o manejo da doença exige cuidados intensificados, e combinar o uso de cultivares resistentes, com um bom programa de fungicidas, aplicações criteriosas, seguido do monitoramento constante, contribuem para o controle do fungo, e reduz consideravelmente as perdas em produtividade”, afirmou Santos.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação