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Produção de grãos é estimada pela Conab em 354,8 milhões de toneladas na safra 2025/26

A segunda estimativa para a safra de grãos em 2025/26 indica um volume de produção de 354,8 milhões de toneladas. Com o avanço da semeadura das culturas de primeira safra, a Companhia Nacional Abastecimento (Conab) prevê uma área total de 84,4 milhões de hectares no atual ciclo, crescimento de 3,3% na área cultivada em relação à safra 2024/25, como mostra o 2º Levantamento de Grãos da Safra na atual temporada, divulgado nesta quinta-feira (13) pela Companhia. Já a produtividade média nacional, ainda resultante de análises de modelos estatísticos e previsões climáticas, está projetada em 4.203 quilos por hectare. Contudo, a Companhia segue atenta às condições de clima das regiões produtoras, acompanhando os eventos climáticos adversos como o ocorrido no Paraná, a irregularidade das chuvas em Mato Grosso e o atraso das precipitações em Goiás, a fim de qualificar as informações de desempenho das lavouras conforme o desenvolvimento das culturas.

Para a soja, o levantamento da Conab indica incremento de 3,6% na área a ser semeada em 2025/26, totalizando 49,1 milhões de hectares, com produção estimada em 177,6 milhões de toneladas. De acordo com o Progresso de Safra da estatal, publicado nesta semana, o plantio da oleaginosa no atual ciclo segue dentro da média dos últimos 5 anos, porém atrasado quando se compara com o percentual registrado em período semelhante da temporada anterior, com destaque para Goiás e Minas Gerais. Nestes dois estados, não foram registrados índices de chuvas satisfatórios para o avanço da semeadura. Em Mato Grosso, o plantio segue em ritmo semelhante ao registrado na última safra. Porém, com a instabilidade climática registrada em outubro, a implantação da cultura não foi feita nas condições consideradas ideais, onde algumas áreas semeadas no início de outubro sentiram os efeitos de déficit hídrico, comprometendo a população de plantas por hectare e o estabelecimento inicial da oleaginosa.

No caso do milho, a produção total em 2025/26, somando as três safras, está estimada em 138,8 milhões de toneladas, representando redução de 1,6% em relação ao ciclo anterior. Na primeira safra, a área cultivada deve crescer 7,1%, com produção prevista em 25,9 milhões de toneladas. O plantio do primeiro ciclo do cereal já atinge 47,7% da área, índice levemente superior à média dos últimos 5 anos. As baixas temperaturas ocorridas durante certos períodos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, retardaram a emergência e o desenvolvimento inicial da cultura, mas ainda sem interferir no potencial produtivo. Além disso, algumas lavouras tiveram impactos negativos em decorrência das intensas precipitações, fortes ventos e granizos ocorridos no início de novembro no Paraná, posteriores aos levantamentos realizados em campo. Os possíveis impactos decorrentes desses eventos meteorológicos ainda estão sendo avaliados pela Conab.

No caso do arroz, a estimativa da Conab é de uma produção de 11,3 milhões de toneladas na atual temporada, redução de 11,5% em relação à safra anterior influenciada pela menor área cultivada. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor do grão, a semeadura alcança mais de 78% do previsto, apesar de em algumas áreas ter ocorrido atraso na operação, devido aos volumes de chuva que impediam a entrada de maquinário no campo. Contudo, de uma forma geral, as lavouras têm se desenvolvido de forma satisfatória, ainda que, em algumas áreas, haja irregularidade das chuvas em volume e intensidade.

Para o feijão, é esperada uma colheita total, somadas as três safras, de 3,1 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido no ciclo passado. A primeira safra da leguminosa deve apresentar redução de 7,3% na área plantada, totalizando 841,9 mil hectares, com expectativa de produção de 977,9 mil toneladas, 8% inferior à safra passada. O plantio segue em andamento nos principais estados produtores, já concluído em São Paulo, Paraná com 91% e Minas Gerais com 44%.

Dentre as culturas de inverno, a safra 2025 ainda está em fase de colheita. A produção de trigo, principal produto semeado entre as culturas de inverno, está estimada em 7,7 milhões de toneladas. De modo geral, observa-se que, nas principais regiões produtoras, as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento da cultura. Entretanto, a redução dos investimentos em insumos, especialmente fertilizantes e defensivos, tornou as lavouras mais suscetíveis a doenças e limitou o pleno aproveitamento do potencial produtivo, resultando em espigas menores e com menor número de grãos. Vale destacar que no Paraná, as chuvas intensas, registradas no início de novembro, podem influenciar as lavouras que ainda permanecem em campo.

Mercado

Neste levantamento, a Conab prevê que cerca de 94,6 milhões de toneladas de milho deverão ser consumidos internamente na safra 2025/26, ou seja, um aumento de 4,5% comparativamente ao ciclo anterior, impulsionado principalmente pela maior demanda do cereal para produção de etanol. As exportações também devem avançar e podem chegar a 46,5 milhões de toneladas, apoiadas na manutenção do bom excedente produtivo. Mesmo com estes incrementos, a perspectiva é de que os estoques de passagem ao final da safra 2025/26 permaneçam próximos da estabilidade.

Quanto à soja em grãos, com a previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos, o aumento da demanda global e a expectativa de uma maior produção brasileira, estima-se um crescimento expressivo nas exportações do país, que podem atingir 112,1 milhões de toneladas na temporada 2025/26, um aumento de 5,11% em relação à safra anterior. Além disso, a expectativa de elevação na mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, adicionalmente com a crescente demanda por proteína vegetal, sugere que o volume de soja destinado ao esmagamento poderá atingir 59,37 milhões de toneladas em 2026. Esse volume representa um aumento de 1,37% em comparação ao ano anterior.

Clique aqui e acesse os arquivos com informações do 2º Levantamento da Safra de Grãos 2025/26, incluindo o panorama dos principais grãos semeados no país.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

Colheita de soja. Fotos:Jaelson Lucas / Arquivo AEN

Café e soja garantem as maiores margens do ano para produtores paranaenses, aponta Deral

Os custos de produção permanecem como a variável determinante para o desempenho das cadeias agropecuárias paranaenses, segundo aponta o Boletim Conjuntural elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgado nesta quinta-feira (04). Embora cada setor apresente dinâmicas próprias, o documento mostra que tanto grãos quanto proteínas animais vivem um período em que rentabilidade, preços e desafios logísticos dialogam com o comportamento dos custos.

Os destaques positivos vêm do café, com custos de produção cobertos com facilidade pelos preços registrados nas duas últimas safras, e da soja, cuja lucratividade segue elevada. Em contrapartida, o leite enfrenta retração nos preços pagos ao produtor, enquanto ovos e suínos passam por movimentos de ajuste diante do cenário internacional e das variações de mercado.

O setor do café tem um dos melhores desempenhos econômicos, impulsionado por uma safra 10% maior que a de 2024. A produção estimada é de 745 mil sacas beneficiadas, contra 679 mil sacas no ciclo anterior. O desempenho é atribuído a melhores condições climáticas, especialmente de disponibilidade hídrica.

Mais de 80% da safra já foi comercializada, com preços favoráveis. A maior parte das vendas registrou valores acima de R$ 2.000 por saca, com recuo apenas entre julho e agosto, auge da entrada da colheita. O Deral aponta que a média de preços deve se manter próxima desse patamar, que é cerca de 15% superior ao registrado em 2024, quando a saca beneficiada estava em R$ 1.668,60. O custo total de produção de uma saca beneficiada hoje é de R$ 1.137,00, garantindo ampla margem ao cafeicultor.

Soja

A soja mantém a estabilidade nos custos e forte potencial de lucratividade. O levantamento do Deral indica que o custo variável para produzir 55 sacas por hectare é de R$ 3.212,00 (equivalente a R$ 58,39 por saca). O valor representa alta de apenas 0,76% em relação ao mesmo período de 2024. Esse leve acréscimo veio pelo custo do transporte externo, sementes e fertilizantes – mas as despesas com agrotóxicos recuaram 7%, ajudando a conter a elevação geral. Com a saca negociada em torno de R$ 120,00, a lucratividade bruta estimada é de 106%.

O plantio da soja está praticamente concluído no Paraná, alcançando 99% dos 5,77 milhões de hectares previstos para a safra.

Fonte: AEN Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN

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Ciclone extratropical: Paraná em alerta máximo para ventos de até 100 km/h e chuva intensa

A formação de um ciclone extratropical no oceano, na altura do Rio Grande do Sul, coloca toda a região Sul em rota dos efeitos deste fenômeno meteorológico. O Paraná tem cinco alertas vigentes até o final desta noite, emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O mais grave, o alerta vermelho atinge parte do Paraná e, embora já tenha provocado chuvas nesta segunda, 8, deve se intensificar nesta terça, 9, segundo as previsões.

Por conta do risco para todo do Paraná, a Defesa Civil Nacional e todos os institutos de meteorologia emitiram alertas que preveem chuva superior a 60 mm/h ou maior que 100 mm/dia, com ventos que podem passar dos 100 km/h, e queda de granizo. No Paraná, o alerta vermelho atinge o Centro-Sul e Oeste do Estado.

Alerta laranja prevê chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h). O alerta abrange a região dos Campos Gerais, Norte, Nordeste e Noroeste do Paraná.

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que emitiu o alerta para todo do Paraná, afirma que a terça será com chuva em todas as regiões do Paraná, com tempestades fortes que se distribuirão de maneira irregular pelo estado, avançando de sudoeste para nordeste.

A baixa pressão evoluirá para um ciclone extratropical, que, apesar de afetar mais o Rio Grande do Sul, contribui para a formação de frente fria. É este sistema frontal que deixa o tempo muito instável ao longo do dia no Paraná.

Atenção para os acumulados de chuva e também para as rajadas de vento (em torno dos 70 km/h) que podem provocar alguns transtornos.

Fonte: Bem Paraná/Ana Ehlert Foto: Divulgação

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Recuperação moderada marca abertura dos grãos

Os mercados de grãos iniciam o dia com leves ajustes, refletindo o avanço das colheitas e a expectativa por novos dados internacionais. Segundo a TF Agroeconômica, o trigo mostra recuperação moderada em Chicago após quedas recentes, sustentado pela possibilidade de redução dos estoques finais dos Estados Unidos pelo USDA. O movimento, porém, encontra limites diante da chance de aumento das projeções de exportação de grandes fornecedores, como Canadá e Argentina. No Brasil, a Conab informou que a colheita nacional alcançou 98% da área cultivada, ritmo semelhante ao observado nos últimos cinco anos.

Na soja, os preços seguem estáveis em Chicago, influenciados pela espera pelo relatório WASDE e pela demanda chinesa enfraquecida. As incertezas políticas nos Estados Unidos continuam a pressionar o mercado, com possíveis tarifas sobre produtos agrícolas citadas pelo governo americano. A Casa Branca anunciou ainda a destinação de US$ 12 bilhões ao setor agrícola, enquanto a China planeja leiloar parte de suas reservas para equilibrar o consumo. Apesar do ambiente negativo, foram registradas novas vendas norte-americanas ao mercado chinês.

De acordo com a TF Agroeconômica, o milho também opera em alta, impulsionado pela expectativa de ajustes nos estoques finais dos EUA e pelo bom desempenho das exportações. A indústria de etanol pode contribuir para maior demanda. No Brasil, o plantio da primeira safra atingiu 71,3% da área prevista, avanço em relação à semana anterior e próximo da média histórica. As informações foram divulgadas nesta manhã de terça-feira.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: USDA

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Ciclone extratropical provoca estragos no Rio Grande do Sul e mantém alerta para o Sul e Sudeste

A formação de um novo ciclone extratropical nesta segunda-feira (8) causou estragos em diversas regiões do Rio Grande do Sul. O fenômeno, que já havia sido previsto e explicado pela meteorologista Desirée Brandt em entrevista ao Notícias Agrícolas, segue em deslocamento pelo Sul do país, e o alerta para novos prejuízos permanece válido tanto para os estados sulinos quanto para parte da região Sudeste.

Nas próximas 24 horas, os maiores volumes de chuva são esperados para a região central do Rio Grande do Sul, onde os acumulados podem chegar a 90 milímetros. A faixa de divisa entre Paraná e São Paulo também preocupa, com previsão de chuvas entre 60 mm e 90 mm. Além das precipitações intensas, há risco de ventos fortes, alagamentos pontuais e transtornos em áreas urbanas e rurais, exigindo atenção redobrada de produtores e moradores das regiões afetadas.

A Tempo OK divulgou mais detalhes sobre o fenômeno: As rajadas de vento podem ultrapassar 80 km/h em alguns locais, com risco de quedas de galhos, pequenos danos em estruturas mais frágeis e dificuldade no deslocamento, especialmente em áreas abertas. Também há possibilidade de trovoadas, o que pode tornar o tempo ainda mais instável.

Uma das cidades impactadas foi Flores da Cunha, localizada na Serra Gaúcha.

Devido às instabilidades previstas, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), publicou alertas para as seguintes localidades:

Região Sudeste: São Paulo

Considera-se MODERADA a possibilidade de ocorrências de enxurradas urbanas e extravasamento de córregos, com drenagem deficiente, nas Regiões Geográficas Intermediárias de São Paulo, Sorocaba e Campinas (SP) (em amarelo, na Figura 1), devido à previsão de pancadas de chuva isoladas, que podem ocorrer com intensidade moderada a forte.

Região Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

Considera-se MODERADA a possibilidade de ocorrências de inundações pontuais, extravasamento de córregos, alagamentos urbanos em áreas rebaixadas com drenagem deficiente, nas Regiões Geográficas Intermediárias de Santa Maria, Passo Fundo e Caxias do Sul (RS); Florianópolis, Joinville e Blumenau (SC) (em amarelo, na Figura 1), devido à previsão de chuva ao longo do dia, que podem ocorrer na forma de pancadas com intensidade moderada a forte, podendo atingir altos acumulados de precipitação. Considera-se ALTA a possibilidade de ocorrências de enxurradas urbanas e extravasamento de córregos, com drenagem deficiente, nas Regiões Geográficas Intermediárias de Pelotas, Santa Cruz do Sul, Porto Alegre (RS), além de Curitiba (PR) (em laranja, na Figura 1), devido à previsão de chuva ao longo do dia, que podem ocorrer na forma de pancadas com intensidade moderada a forte, podendo atingir altos acumulados de precipitação.

Fonte: Notícias Agrícolas

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Anvisa regulamenta avaliação de risco ocupacional e de exposição a agrotóxicos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou no último dia 25 de novembro texto que versa sobre a avaliação de risco ocupacional e de exposição a defensivos químicos no Brasil. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 998, de 21 de novembro de 2025, segue o que determina o Nova Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 14.785/2023) e define, de forma inédita, regras para avaliar o risco dos agroquímicos aos envolvidos no uso de defensivos químicos, como trabalhadores, operadores, residentes e transeuntes (pessoas que circulam em regiões de produção agrícola). A CropLife Brasil, associação que representa a pesquisa e desenvolvimento (P&D) em insumos agrícolas, celebra o marco que traz parâmetros técnicos e científicos claros à indústria e olhar atento a segurança humana. 

“É importante lembrar que esse tema sempre foi um pleito da indústria. Sempre reforçamos que fosse realizada avaliação de toda segurança, seja de perigo do produto, como também do perigo de exposição durante a utilização das tecnologias, pensando na segurança dos trabalhadores do campo. A nova lei veio para modernizar e obrigar a avaliação do sistema de segurança com um olhar mais amplo. Agora com essa publicação, a Anvisa traz maior transparência e previsibilidade para toda a sociedade, nos dizendo como serão avaliados cientificamente os cenários de uso, alinhados com as melhores práticas regulatórias e científicas internacionais. É um avanço inquestionável para a indústria e para a sociedade”, analisou o diretor de Defensivos Químicos da CropLife Brasil, Arthur Gomes.

“A Anvisa tem trabalhado o fortalecimento de seu papel como agência de saúde e reguladora do processo de rastreabilidade de agrotóxicos, sempre tendo como norte a missão institucional de proteção e de intervenção nos riscos. (…) A nova resolução estabelece critérios para avaliação do risco ocupacional. É uma norma que vem para revolucionar a segurança no campo”, declarou gerente de Monitoramento e Avaliação do Risco, Adriana Torres de Souza, sobre o tema.

A regulação brasileira tratava, até então – em maior detalhamento, do risco para consumidores, através da avaliação na dieta e a segurança dos alimentos. Com a nova resolução, os processos de segurança dos produtos químicos usados na lavoura são expandidos e passam a detalhar também a exposição a pessoas que atuam com as pulverizações ou estão em locais próximos do uso. “Importante reforçar que estes estudos e avaliações ocupacionais já eram realizados pelas empresas que pesquisam e desenvolvem estes produtos, só que agora há aprimoramento, maior clareza e profundidade técnica no processo de análise da exposição”, considerou o especialista em Assuntos Regulatórios de Defensivos Químicos da CLB, Rafael Cordioli.

A CropLife Brasil destaca ainda que, para além dos critérios à indústria e maior segurança aos trabalhadores rurais e comunidades, a nova resolução estimula o uso correto e seguro das tecnologias na lavoura e corrobora com as boas práticas agrícolas, tema de campanha permanente da CLB.

Mudanças previstas

Segundo a Anvisa, as novas diretrizes estabelecidas para que empresas e órgãos avaliem se o uso de agrotóxico é seguro, são:

Avaliação obrigatória do risco não-dietético, que considera trabalhadores, operadores, residentes e transeuntes, tanto para novos registros quanto para alterações em produtos já aprovados.

Definição de parâmetros técnicos unificados, como níveis aceitáveis de exposição e critérios para medir a absorção cutânea, o contato com folhas tratadas, a área aplicada e o tipo de aplicação.

Utilização do Daroc, um dossiê em que as empresas devem demonstrar, de forma transparente, que o uso proposto é seguro.

Uso obrigatório da calculadora nacional avaliAR, ferramenta que padroniza cálculos de exposição com base em dados brasileiros e internacionais.

Medidas de redução dos riscos mais realistas, como equipamentos de proteção individual (EPIs) e controles de segurança ajustados à necessidade real, evitando exigências excessivas ou insuficientes.

Transição escalonada garantindo adaptação gradual dos produtos registrados e para novos registros.

A RDC entrará em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.

Fonte: CropLife

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Controle químico da cigarrinha-do-milho

Considerada uma das principais se não a principal praga da atualidade do milho, a cigarrinha-do-milho, espécies Dalbulus maidis e Leptodelphax maculigera, é vetor dos microrganismos causadores dos enfezamentos do milho, responsáveis por reduzir expressivamente a produtividade da cultura. De acordo com Sabato; Barros; Oliveira (2016), os danos em decorrência dos enfezamentos na cultura do milho podem ser superiores a 70%, resultando entre outros sintomas, na redução do tamanho das espigas, impactando diretamente a produtividade da lavoura.

Ainda que estratégias integradas de manejo possam ser utilizadas para reduzir a disseminação dos enfezamentos, o controle químico dos vetores (cigarrinhas) é o método mais eficaz e utilizado comercialmente para o manejo dos enfezamentos em lavouras comerciais. No entanto, como a praga apresenta um curto ciclo de vida, a reinfestação das áreas de cultivo é comum durante o período crítico, tonando necessária a reaplicação dos inseticidas para um controle mais efetivo.

O ciclo de ovo a adulto tem duração entre 15 dias a 27 dias, dependendo da temperatura e umidade do ambiente. Os adultos apresentam longevidade de 51 dias a 77 dias e cada fêmea pode ovipositar de 400 a 600 ovos (Ávila et al., 2022). O curto ciclo de vida da praga atrelado a sua elevada prolificidade, dificulta o controle efetivo da cigarrinha-do-milho durante o período crítico de ocorrência na cultura (figura 2).

Diferentemente de outras pragas, ainda não há nível de ação pré-estabelecido para o controle da cigarrinha-do-milho, uma vez que a capacidade da praga em transmitir os enfezamentos está relacionada a presença de cigarrinhas infectadas com os molicutes transmissores dos enfezamentos, e não com a densidade populacional da praga. Com isso em vista, e considerando os danos devastadores ocasionados pelos enfezamentos, a presença da cigarrinha-do-milho durante a fase crítica de ocorrência no milho, já justifica o controle químico da praga.

Monitoramento e controle químico 

Visando o máximo de eficiência no controle da cigarrinha-do-milho, além do posicionamento correto dos inseticidas durante o momento crítico à ocorrência da praga, é fundamental dar preferência por inseticidas com maior eficiência no controle da cigarrinha. Para tanto, é necessário adotar um monitoramento frequente das áreas de cultivo visando identificar a presença da cigarrinha-do-milho no início da infestação e conhecer a suscetibilidade da praga a inseticidas.

O monitoramento da cigarrinha-do-milho é realizado, especialmente durante a fase crítica (VE – V5), com o uso de armadilhas adesivas que capturam os insetos alados e com a identificação visual dos insetos. Essas armadilhas devem ser instaladas ainda antes da semeadura e permanecer ativas durante todo o período crítico da cultura. A recomendação é posicioná-las a cerca de 50 metros da borda da lavoura e a uma altura de 20 a 30 centímetros acima do dossel do milho (figura 3). As cartelas adesivas devem ser substituídas semanalmente ou, preferencialmente, a cada três dias (Coleagro).

Definida a necessidade de realizar uma intervenção química para o controle da cigarrinha-do-milho, é importante atentar para a escolha do inseticida, dando preferência por inseticidas com maior nível de controle, respeitando o intervalo entre aplicações de 5 a 7 dias. Conforme observado por Machado et al. (2024), há diferença de suscetibilidade da cigarrinha-do-milho a inseticidas, sendo que, a maioria das populações da cigarrinha apresentam alta suscetibilidade ao metomil, carbosulfan e acefato, e suscetibilidade reduzida à bifentrina, acetamiprido e imidacloprido.

Sobretudo, para uma manejo eficiente e eficaz da cigarrinha-do-milho, é fundamental rotacionar inseticidas no programa de controlo, visando reduzir a seleção de indivíduos resistentes, conservando assim a eficiência dos inseticidas disponíveis no mercado. Como alternativa para isso, pode-se utilizar inseticidas que atuam de forma distinta no organismo da cigarrinha, mas que ainda assim proporcionam bons resultados de controle, como o Fiera®.

O Fiera® é um inseticida fisiológico (Buprofezina), seletivo e regulador de crescimento de insetos, que atua principalmente no controle de ninfas da cigarrinha-do-milho. Resultados de pesquisa tem demonstrado efeito significativo da Buprofezina no controle das cigarrinhas, além da  influência da molécula na fertilidade da praga, reduzindo a quantidade e a viabilidade dos ovos depositados (Sipcam Nichino, s. d.).

Logo, para um controle químico eficiente e para uma manejo da resistência sustentável, é fundamental adotar um programa diversificado de controle, com inseticidas de diferentes mecanismo de ação, dando preferencia para moléculas com maior performance no controle da cigarrinha-do-milho. Sobretudo, além do controle químico, é essencial adotar estratégias integradas (figura 6) que reduzam a incidência da cigarrinha-do-milho, diminuindo a pressão sobre o controle químico.

Fonte: Mais Soja Foto: Divulgação

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Debate sobre impactos da Inovação 5.0 nas cooperativas será dia 5 de dezembro

A Inovação 5.0 será o tema central do Fórum de Tendências que o Sistema Ocepar promove, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Paraná (Sescoop/PR), dia 5 de dezembro, no Centro de Realidade Estendida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. “O objetivo do evento é promover debates e reflexões sobre os impactos da Inovação 5.0 em nossas cooperativas, por meio da apresentação de palestras e cases”, explica a coordenadora de Desenvolvimento Profissional do Sescoop/PR, Ketllyn Zipperer Mali.

A programação é destinada a empregados das cooperativas do Paraná, gestores, profissionais de RH e Inovação e demais interessados no assunto. As inscrições devem ser feitas até o dia 28 de novembro, por meio do Agente de Desenvolvimento Humano da cooperativa. As vagas são limitadas.

Palestras

A abertura ocorre às 9h e, na sequência, o vice-presidente do Biopark Educação, Paulo Roberto Cordeiro Rocha, ministra a palestra “Construindo o amanhã: inovação, tecnologia e futuros possíveis”. Já Edna Melink, executiva RHBP de Operações e Qualidade Brasil na Volkswagen, irá falar sobre “Care to Dare – Liderança em tempos de IA?”.

O consultor em IA, Inovação e Tecnologia em Gestão de Pessoas, Marcelo Nobrega, tratará das questões “People analytics voltado para modelos preditivos de contratação e Soft Skils no ambiente de trabalho – como relacionar com tecnologia”. A última palestra do evento vai abordar o tema “Desbloqueando o potencial de inteligência no globo”, com o diretor de estratégia corporativa e arquitetura da empresa Globo, Carlos Octávio Queiroz.

Painel

Depois, será realizado um painel, com a participação do gerente de Desenvolvimento Humano do Sescoop/PR, Leandro Macioski, que vai mostrar como a entidade está trabalhando a inovação e a transformação digital com olhar para o futuro. Cris Alessi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), vai falar sobre Inovação 5.0, com enfoque em pessoas e inovação. Sidarta Ruthes, do Observatório da Indústria do Sistema Fiep, vai discorrer sobre o projeto “Profissionais do Futuro+Coop”, e a especialista em Estratégia Corporativa, Inovação e Transformação Digital da Agrária, Alessandra Branco, irá apresentar o case da cooperativa, tratando de Inovação 5.0, com foco em pessoas e cultura organizacional.

Informações

Mais informações sobre o Fórum podem ser obtidas com Maria Reis, pelo e-mail: maria.reis@sistemaocepar.coop.br.

Fonte: Sistema Ocepar Foto: Divulgação

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Plantio de Soja: Precisão hoje para produtividade e lucratividade amanhã

O plantio é o momento mais decisivo de toda a safra, pois é nessa etapa que se define o potencial produtivo da lavoura. Após a passada da plantadeira, não é possível acrescentar produtividade, apenas evitar perdas com pragas, doenças e estresses ambientais. Por isso, caprichar no plantio faz toda a diferença para o sucesso da safra.

A base da produtividade começa no estabelecimento da lavoura. A escolha da genética certa, adequada ao ambiente de produção e aliada ao uso de sementes de alta qualidade, é o primeiro passo. Ferramentas de agricultura de precisão contribuem para definir a taxa de semeadura ideal e garantir um estande correto de plantas. Esses fatores influenciam diretamente nos resultados da colheita.

Outro ponto essencial é respeitar a época de plantio e as condições de umidade do solo. Antecipar ou atrasar a semeadura pode comprometer o potencial da soja e reduzir a janela ideal para culturas subsequentes, como milho e algodão safrinha.

Nesse contexto, tecnologias que integram dados agronômicos e ambientais têm ganhado espaço no apoio à tomada de decisão. Uma dessas ferramentas é o Índice de Precisão Credenz (IPC), desenvolvido com base em extensas séries históricas de dados sobre cultivares e ambientes de produção. O IPC recomenda a população ideal de plantas para cada circustância, considerando variáveis como época de plantio, localização e espaçamento entre linhas, o que contribui para um estande mais uniforme e eficiente.

Essa tecnologia tem sido aplicada especialmente em cultivares da marca de sementes Credenz, que vêm sendo avaliadas em diferentes regiões do país com foco em desempenho agronômico e adaptabilidade. Elas passam por processos rigorosos de seleção e produção regionalizada, com rastreabilidade completa, o que garante consistência em vigor, germinação e segurança no estabelecimento da lavoura.

O tratamento de sementes também é um componente estratégico nesse processo. A combinação de fungicidas e inseticidas seletivos com soluções biológicas amplia a proteção contra pragas, nematoides e doenças de solo, favorecendo a emergência e o desenvolvimento de um sistema radicular mais profundo e eficiente na absorção de água e nutrientes.

Esse conjunto de práticas – escolha da cultivar, uso de ferramentas de precisão, manejo adequado e tratamento de sementes – contribui para o melhor aproveitamento do potencial genético da soja. Plantar com precisão é investir na sustentabilidade e na rentabilidade da lavoura. O cuidado no estabelecimento hoje é o que garante produtividade amanhã.

Fonte: Notícias Agrícolas/Sergio Abud Foto: Divulgação

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Dezembro: Como será o clima no Brasil?

previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica variabilidade em relação à chuva no Brasil durante o mês de dezembro de 2025. Em grande parte da Região Sul, as estimativas indicam chuva abaixo da média (tom em amarelo na Figura 1a). De outro modo, em diferentes áreas das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste, são previstos volumes acima da média (tom em azul no mapa da Figura 1a).

Em relação à Região Norte, são previstos volumes de chuva até 50 mm acima da média histórica em grande parte do centro-sul e centro-norte do Amazonas, centro-sul de Tocantins, maior parte do Pará e praticamente todo o Amapá. Nas áreas mencionadas do Tocantins e Amapá, são previstos volumes até 150 mm acima da média do período. Por outro lado, são previstos volumes abaixo da média climatológica em quase todo o Acre, oeste do Amazonas e centro-sul do Pará. Nas demais áreas da região, o prognóstico indica valores próximos à média climatológica de dezembro.

Para a Região Nordeste, prevê-se chuva acima da média histórica de dezembro em praticamente todos os estados da Bahia e Piauí, enquanto o restante da região deve apresentar volumes de chuva próximos à média climatológica do período. De outro modo, chuva abaixo da média histórica é prevista apenas para áreas isoladas do norte do Maranhão.

Em relação à Região Centro-Oeste, são previstos volumes de chuva acima da média em praticamente todo o estado de Goiás, bem como no oeste do Mato Grosso e leste do Mato Grosso do Sul. Por outro lado, prevê-se chuva abaixo da média na porção central do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul.

Para a Região Sudeste são previstos volumes acima da média em praticamente todos os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, bem como grande parte de São Paulo. De outra maneira, prevê-se chuva próxima à média em praticamente todo o estado do Espírito Santo.

Para a Região Sul, são previstos acumulados abaixo da média histórica em praticamente toda a região. Prevê-se chuva abaixo da média para todo o estado do Rio Grande do Sul (com volumes até 75 mm abaixo da média no oeste do estado), bem como na maior parte de Santa Catarina e oeste do Paraná.

Temperatura

A previsão indica que as temperaturas devem ficar acima da média em quase todo o país (tons em laranja e vermelho no mapa da Figura 1b). Para a Região Norte, são previstas temperaturas até 1,5 °C acima da média, especialmente no sudeste do Pará, na divisa com o Tocantins, onde as temperaturas podem variar entre 25 °C e 32,5 °C. Algumas partes da Região Norte, como o Amapá, o oeste do Amazonas e o noroeste do Pará, indicam desvios dentro da média ou negativos, de até -0,4 °C.

Na Região Nordeste, a previsão é de temperaturas acima da média em todos os estados, principalmente no sul do Piauí, onde os desvios podem chegar a 1 °C acima da média e os valores podem ultrapassar 27 °C. Mesmo em áreas próximas ao litoral, as temperaturas devem ser elevadas, oscilando entre 25,0 °C e 27,0 °C. Em grande parte do Rio Grande do Norte, norte da Paraíba e norte do Piauí, a previsão indica temperaturas dentro da média.

Na Região Centro-Oeste, devem prevalecer temperaturas médias acima da climatologia do mês, com maiores elevações no norte e leste de Mato Grosso, assim como na porção central de Mato Grosso do Sul, onde os desvios podem chegar a 1,5 °C.

Para a Região Sudeste, as temperaturas médias podem ficar acima de 20 °C, com menores valores ocorrendo principalmente em áreas do leste de Minas Gerais e temperaturas mais elevadas previstas para a parte oeste de São Paulo, norte de Minas Gerais e todo o estado do Espírito Santo, com desvios de até 1 °C nessas regiões.

Na Região Sul, podem ocorrer temperaturas dentro da média na região centro-oeste do Paraná, na divisa com Santa Catarina, na faixa litorânea de Santa Catarina e no sul do Rio Grande do Sul. Já na região central de Santa Catarina e em grande parte do Paraná, os desvios de temperatura podem ficar até 1 °C acima da média, com valores superiores a 18 °C.

Possíveis impactos nas culturas agrícolas

Na Região Norte, o prognóstico climático do INMET para dezembro de 2025 indica elevação das temperaturas do ar em grande parte do território, acompanhada de precipitações abaixo da normalidade no sudoeste e nordeste do Pará, no oeste e centro do Amazonas e no oeste do Acre. Essas condições podem aumentar o risco de déficit hídrico, afetando principalmente as culturas permanentes, como o cacau, açaí e a fruticultura tropical. A limitação de umidade no solo pode reduzir a taxa de frutificação, o tamanho e o peso dos frutos, além de comprometer a qualidade das amêndoas de cacau, especialmente em áreas já suscetíveis ao estresse térmico. Por outro lado, no centro-norte do Amapá, no extremo norte e sul do Amazonas, no Baixo Amazonas e no sudeste do Pará, a previsão de chuvas acima da média tende a favorecer o desenvolvimento vegetativo e a reposição hídrica, criando condições propícias ao crescimento das culturas e a recuperação das pastagens.

Na Região Nordeste, a previsão de chuvas acima da média, associada a temperaturas mais elevadas em grande parte da região, tende a favorecer os cultivos em desenvolvimento no mês de dezembro, especialmente feijão, milho e a fruticultura irrigada. Para as lavouras de feijão e milho em fase de enchimento de grãos, o aumento das chuvas deve assegurar adequado suprimento hídrico, contribuindo para maior uniformidade dos grãos e redução de perdas por estresse térmico.

Na Região Centro-Oeste, a previsão de chuvas e temperaturas acima da média na maior parte da região tende a favorecer o avanço do desenvolvimento das culturas de soja e milho da primeira safra que se encontram em fase vegetativa, avançando para florescimento nas áreas semeadas mais cedo. Entretanto, em áreas com volume de chuvas abaixo da média, sobretudo no norte de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul, pode haver períodos curtos de restrição hídrica, aumentando o risco de estresse hídrico nas fases iniciais do ciclo, especialmente para lavouras implantadas tardiamente. Além disso, a combinação de temperaturas elevadas e alta umidade, típica do período, pode intensificar a pressão de pragas e doenças foliares.

Na Região Sudeste, a previsão indica chuvas acima da média, associadas a temperaturas superiores à média, o que tende a favorecer a semeadura e o estabelecimento inicial dos cultivos de verão, como soja, milho e feijão, sobretudo nas áreas com maior disponibilidade hídrica. Esse cenário contribui para a adequada reposição da umidade do solo, condição essencial para culturas perenes como café e cana-de-açúcar.

Na Região Sul, a previsão de chuvas abaixo da média em grande parte do território, associada ao aumento das temperaturas, especialmente no centro-norte do Paraná, tende a favorecer o estágio final de desenvolvimento das culturas de inverno, bem como operações de colheita. A menor umidade reduz a incidência de doenças fúngicas, enquanto as temperaturas mais elevadas aceleram a maturação dos cultivos de verão.

O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.

Fonte: MAPA