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Vem aí a Expo Cocari 2026

A grande vitrine de tecnologias e grandes negócios da Cocari será nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro de 2026. A Expo Cocari 2026 promete ser um dos momentos mais marcantes do ano para os cooperados, produtores e parceiros. Serão três dias de muita tecnologia, conhecimentos e oportunidades, com o tema “Sou Mais Cocari – Gestão, inovação e boas práticas que geram rentabilidade sustentável”.

A cooperativa está em fase intensa de preparação. As lavouras demonstrativas estão semeadas e tudo está sendo organizado para oferecer uma experiência completa a quem faz parte dessa grande família Cocari.

Durante a feira, os visitantes vão encontrar novidades da agropecuária, palestras técnicas, demonstrações em campo, além de excelentes condições de negócios preparadas especialmente para a Expo Cocari.

Fonte: Assessoria de Imprensa Cocari

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IA revoluciona a indústria do trigo no Brasil

O uso de inteligência artificial (IA) e automação tem transformado a indústria do trigo no Brasil, destacou a TF Agroeconômica durante o 32º Congresso Internacional da Indústria do trigo, promovido pela Abitrigo no Rio de Janeiro. No painel “Do dado ao valor: IA e automação inovando a indústria do trigo”, especialistas discutiram como dados e tecnologia aumentam eficiência, reduzem perdas e permitem compreender melhor o comportamento do consumidor.

Edson Palorca mostrou aplicações práticas da IA na indústria 4.0, como sistemas automatizados de carregamento, ensacadeiras precisas e sensores de selagem, que trazem ganhos concretos para as plantas fabris. “Hoje já vemos sistemas de carregamento a granel automatizados, aplicação precisa de sacos em ensacadeiras e o uso de sensores para garantir a selagem correta das embalagens. Tudo isso representa ganhos concretos para a indústria”, destacou o gerente de vendas da Haver & Boecker Latinoamericana.

Érica Briones alertou que a tecnologia vai além do modismo, podendo otimizar vendas, logística e precificação, ampliando a competitividade do setor. “A inteligência artificial é hype, bolha e realidade ao mesmo tempo. Mas, acima de tudo, é uma ferramenta poderosa para ampliar a inteligência humana e criar diferenciais de mercado. A transformação começa nos dados que já temos e nos processos que já estão prontos para evoluir”, explicou a product and strategy advisor na Inovação Ninja.

O mercado de panificação no Brasil é o maior do mundo em número de padarias independentes, com mais de 70 mil estabelecimentos e faturamento anual de USD 5,12 bilhões. Preços de trigo acompanham cotações internacionais e o país reúne condições de autossuficiência, representando oportunidade estratégica para segurança alimentar e descarbonização.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Lei do frete mínimo eleva custos de transporte do setor de fertilizantes em mais de 35%

Prevista para iniciar na última segunda-feira (20), a intensificação da fiscalização eletrônica do Piso Mínimo de Frete, através do MDF-e (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais) — implantado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) com base na Lei 13.703/2018 — desperta questionamentos por parte do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos). A entidade avalia que a medida elevará os custos de transporte do setor em mais de 35% e defende a revisão de critérios da tabela da ANTT e a suspensão da cobrança de multas eletrônicas. “A nova precificação dos fretes ocasionará distorções não apenas no preço do serviço, mas também no preço dos alimentos, principalmente aqueles que integram a cesta básica”, destaca o engenheiro agrônomo Veríssimo Cubas, gerente executivo do Sindiadubos.

Cubas destaca que o setor de fertilizantes está mobilizado na defesa pela postergação da cobrança de multas por descumprimento da tabela vigente, que entrou em vigor neste mês, e a revisão dos critérios da tabela de frete mínimo. O Sindiadubos também defende uma adaptação da Lei 13.708/2018 ao real cenário de mercado, de logística e infraestrutura. Pois o texto atual não considera vários temas de mercado, como o próprio frete de retorno, tempo de carga e descarga, tempo útil dos equipamentos de transportes, dentre outros.

A Lei 13.703/2018 entrou em vigor após a greve dos caminhoneiros e a tabela de frete mínimo foi atualizada pela ANTT em junho de 2021. “A fiscalização eletrônica iniciada em outubro deste ano, está causando problemas à indústria de fertilizantes, especialmente em relação ao pagamento de 92% sobre o frete de retorno, o que é impossível para um setor que opera com margens de lucro de 3 a 4%”, aponta Cubas. Por isso, conforme o gerente do Sindiadubos, é necessário alertar a sociedade de que a medida causa um efeito cascata, já que não se trata apenas do preço mínimo de frete do transporte agrícola, mas de todas as atividades econômicas. “O setor de fertilizantes acaba por ser o mais afetado, devido ao nosso volume movimentado e envolve todo um planejamento logístico de levar os insumos do navio para a fábrica e da fábrica para a fazenda”, cita.

“A tabela do frete mínimo causa distorções, com fretes de curta e média distância, sendo a título de exemplo precificados a R$ 75/ton na tabela, mas custando R$ 180/ton no mercado, enquanto fretes de longa distância estão a R$ 380/ton na tabela e em torno de R$ 250/ton no mercado”, detalha o diretor executivo da Associação de Misturadores do Brasil (AMA Brasil), Antonino Gomes. De acordo com ele, essas discrepâncias, além da exigência do manifesto de frete eletrônico (MDF-e) e as multas aplicadas desde 1º de outubro, criam grande insegurança para as empresas de fertilizantes na contratação de fretes e impactam toda a cadeia produtiva. “A tabela de frete implementada causou desarmonia no livre comércio do setor de alimentos, resultando no encarecimento da produção agrícola e certamente na cesta básica”, pontua.

Segundo o gerente executivo do Sindiadubos, nesse momento é fundamental estabelecer uma discussão entre associações representativas, governo federal e empresas sobre a aplicação desses valores e qual a melhor saída para lidar com a implantação da Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Para fomentar as discussões nas esferas dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), organização composta por 58 entidades representativas agropecuárias, está auxiliando os setores produtivos no contato com o Congresso Nacional. “O Ministério dos Transportes exigiu que fosse cumprida a Lei 13.703/2018 e, com isso, fosse aplicada a nova tabela de frete. Nosso setor apresentou para o IPA, que trabalha junta à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), um parecer destacando inconsistências sobre os valores e como isso irá inflacionar o mercado”, explica o diretor executivo da AMA.

“Ao levar a discussão para o Congresso, entendemos a importância de discutir medidas para aprimorar os requisitos e aplicabilidade da tabela de frete”, afirma Cubas. Também com esse objetivo, o Sindiadubos realizará uma mesa de discussão sobre o tema na abertura do Simpósio NPK 2025, no próximo dia 30 de outubro. O painel terá a participação do presidente da Fertipar, Alceu Feldman, e dos deputados federais Pedro Lupion e Tião Medeiros, da FPA, para debater os desafios diante dos valores cobrados do setor por conta da tabela de frete mínimo da ANTT.

Simpósio Sindiadubos NPK 2025

Com o objetivo de tratar das tendências no agronegócio e das mudanças ocorridas até o momento, tanto no âmbito nacional quanto internacional, o Sindiadubos realizará, no próximo dia 30 de outubro, em Curitiba (PR), a 19ª edição do Simpósio NPK 2025. O evento deve reunir aproximadamente 1.000 participantes e 300 empresas da cadeia do agronegócio, desde produtores de fertilizantes no Brasil e no exterior, operadores logísticos até consumidores finais.

O simpósio contará com a seguinte programação: Painel de Discussão do Setor; Performance e Perspectivas do Setor em 2025 e 2026; Cenário Nacional e Internacional do Agronegócio e Projeções de Custo e Rentabilidade da Safra 2025/2026. O evento terá a participação do diretor-presidente do Sindiadubos, Aluísio Schwartz Teixeira; do analista de fertilizantes da Agroinvest, Jeferson Souza; e da expert em agronegócio, jornalista e apresentadora Kellen Severo.

Fonte: Safra&Mercado Foto: Divulgação

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Chuvas no Paraná ameaçam trigo e pressionam mercado brasileiro, aponta Cepea

As chuvas intensas no Paraná acendem o alerta entre os produtores de trigo, com atrasos na colheita e risco à qualidade das lavouras ainda no campo. Enquanto isso, o Rio Grande do Sul avança com alta produtividade, contribuindo para uma revisão positiva das estimativas nacionais para 2025, conforme apontam Cepea, Emater/RS e Conab.

O avanço das precipitações no Paraná, um dos principais estados produtores de trigo do país, já compromete o ritmo da colheita e ameaça a sanidade das áreas ainda em campo. O alerta vem de levantamentos recentes do Cepea, que apontam impactos diretos sobre a qualidade do cereal e preocupações com perdas na rentabilidade.

Em contrapartida, o Rio Grande do Sul registra cenário climático mais favorável, com chuvas fracas que permitem o avanço dos trabalhos sem prejuízos. Dados da Emater/RS indicam que a produtividade estadual deve alcançar 3,261 toneladas por hectare — crescimento de 17,26% em relação à safra anterior —, com produção total estimada em 3,721 milhões de toneladas, 0,57% acima do ciclo anterior.

Esse desempenho positivo no Sul, somado aos ganhos em Santa Catarina, levou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a revisar para cima suas estimativas nacionais. A nova projeção para a safra brasileira de trigo em 2025 é de 7,698 milhões de toneladas — alta de 2,2% frente ao relatório de setembro. Ainda assim, o volume permanece 2,4% inferior ao produzido em 2024, evidenciando que os ganhos de produtividade (estimada em 3,142 t/ha) compensam parcialmente as perdas em área.

Segundo o Cepea, mesmo diante de uma safra com potencial produtivo, o cenário de preços permanece pressionado no Brasil. Entre os fatores que contribuem para esse movimento estão o enfraquecimento do dólar, a ampla oferta da safra argentina — principal origem das importações brasileiras — e a percepção de excesso de oferta interna em algumas regiões.

Além dos desafios de mercado, o produtor enfrenta a necessidade de gestão de risco diante das condições climáticas adversas e das oscilações de preços. A expectativa de safra ainda positiva em termos de rendimento, no entanto, pode equilibrar parte dessas incertezas, especialmente para regiões onde o clima tem favorecido o avanço da colheita com qualidade preservada.

Com o Paraná em alerta e o Rio Grande do Sul sustentando bons indicadores, a safra de trigo 2025 se mostra dividida entre riscos e oportunidades. A evolução do clima nas próximas semanas será decisiva para consolidar os números finais da colheita e o comportamento dos preços no mercado interno. Para os produtores, o momento exige cautela e atenção redobrada às estratégias de comercialização.

Fonte e Foto: Agrolink

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CropLife Brasil irá lançar plataforma de dados: CropData

A CropLife Brasil lança a nova plataforma de dados da entidade, o CropData. A ferramenta reúne de forma inédita, informações sobre os setores de germoplasma, bioinsumos, defensivos químicos e biotecnologia. Para além da consulta e democratização do acesso, o portal tem como objetivo auxiliar na construção de conteúdo referenciado, estruturado e simplificado.

A coletiva de imprensa será nesta quarta-feira (22), às 10h, na sede da associação em São Paulo.

Mais sobre o CropData

Na plataforma também estão centralizados bancos de dados de diferentes fontes de informação pública (Agrofit, Comex, FAO, IBGE, InpEV) e consultorias, que trazem números relevantes como pesquisas de mercado, importação e exportação, uso e registro de defensivos, sustentabilidade e rastreabilidade. Em um cenário global marcado por desafios como insegurança alimentar, mudanças climáticas e necessidade de preservação da biodiversidade, é fundamental compartilhar evidências baseadas em ciência.

Ao disponibilizar indicadores do setor, a CropLife Brasil reforça seu compromisso com a transparência, a credibilidade e o diálogo responsável e subsidia produtores, pesquisadores, formuladores de políticas públicas, imprensa e sociedade dados para uma melhor compreensão do papel central da inovação agrícola. O portal consolida, assim, a CropLife como fonte primária de dados.

Fonte e Foto: CropLife

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Pesquisa investe em sementes florestais para restaurar três biomas brasileiros

A Embrapa e a startup de restauração ambiental Morfo Brasil firmaram uma parceria de pesquisa com o objetivo de definir protocolos para o manejo de sementes florestais, insumo fundamental para o compromisso do Brasil de restaurar 12,5 milhões de hectares de áreas degradadas até 2030. três biomas”, afirma Emira Cherif, diretora científica da Morfo.

Com previsão de dois anos de formação, o estudo tem o potencial de alavancar a produção de sementes com qualidade e ganhos de produtividade. Segundo a pesquisadora Juliana Müller Freire , da Embrapa Agrobiologia (RJ), o projeto representa uma grande oportunidade para identificar lacunas de conhecimento e aprofundar a pesquisa em tecnologia de sementes de espécies florestais nativas. Isso poderá melhorar os protocolos de germinação e conservação, aumentando a qualidade das sementes utilizadas na restauração.

Um cientista revela que o principal desafio de trabalhar com sementes florestais, comparativamente às culturas agrícolas, é uma grande diversidade de espécies, e o desconhecimento em relação ao comportamento da maioria delas. Isso sem falar da dificuldade de obtenção de sementes em grande quantidade e do beneficiamento, processamento de trabalhos para muitas espécies e que nem sempre conta com técnicas e equipamentos específicos. “A parceria com a Morfo será uma grande oportunidade para a Embrapa, pois teremos essas sementes limpas e coletadas, prontas para a pesquisa”, declara a pesquisadora.

Como será conduzido o estudo

Para a condução das pesquisas, a Morfo enviará mensalmente à Embrapa lotes de sementes adquiridas com coletores nos três biomas, em locais em que a empresa já atua em projetos de restauração. A qualidade dos lotes será avaliada por meio de peso de mil sementes, teste de germinação, teste de pureza e determinação do teor de água. “Vamos saber, por exemplo, o percentual de germinação da semente e o quantitativo por quilo”, cita Freire.

Paralelamente, será feita uma revisão bibliográfica dos estudos já existentes sobre tecnologia de sementes para cada espécie, buscando entender como conservá-las por mais tempo, as melhores formas de secagem e armazenamento, se há dormência e se há métodos para superação de dormência. O cientista ainda verificará estudos existentes sobre a melhor temperatura e substrato de germinação.

A ausência de publicações sobre diversas espécies é um dos desafios com que uma equipe de pesquisa deve se deparar. “Há especificações sobre as quais não há absolutamente nada publicado ainda”, ressalta o cientista da Embrapa ao lembrar que há algumas que já têm normas de análise definidas (substrato, temperatura e método de superação de dormência) e outras já são bem pesquisadas. “Há algumas até já têm muitas publicações relacionadas, mas nenhuma que tenha conseguido resolver o problema da baixa germinação. É o caso da Zanthoxylum rhoifolium (mamica-de-porca, no nome popular)”, conta.

Ela acrescenta ainda que a grande diversidade genética das sensações também requer atenção, já que as espécies apresentam variabilidade no comportamento. “Porém, isso pode ser contornado com o aumento do número amostral para análise, sempre seguindo as recomendações da Regra de Análise de Sementes (RAS) e das Instruções para Análise de Sementes de Espécies Florestais, que indicam o número mínimo de repetições para reduzir a variação”, explica.

Cherif lembra que as sementes nativas utilizadas na recuperação ambiental são coletadas diretamente na natureza e comercializadas por redes de coletores. Entre o início e o fim do processo, há uma etapa de armazenamento, que precisa ser criteriosa para evitar, ou minimizar, as perdas. “O armazenamento adequado é peça-chave para a manutenção da previsão das sementes por mais tempo, permitindo a sua disponibilidade ao longo de todo o ano”, acrescenta. Para complicar, há espécies cujas sensações não toleram a suavidade, são tão recalcitrantes. “Nesse caso, o armazenamento se torna difícil, pois é preciso manter a alta umidade do semente e controlar os fungos”, Frisa Freire.

Qualidade maior permite reduzir a quantidade de sementes em até cinco vezes

A escassez de sementes de qualidade é um dos principais gargalos para o Brasil atingir suas metas de restauração. É o que aponta um estudo da Universidade de Sidney, coordenado por Danilo Urzedo e publicado na revista científica Internacional Forests. De acordo com o documento, seria possível de 3,6 mil a 15,6 mil toneladas de sementes para cobrir a área estipulada. Essa variação impressionante não deve ser um erro de design, mas relacionada à qualidade dos lotes de sementes.

Em um cenário ideal, com sentimentos de alta qualidade, a necessidade seria de 3,6 mil toneladas. No entanto, se os lotes forem de baixa qualidade, a demanda pode aumentar quase cinco vezes, elevando os custos e a complexidade do reflorestamento. Ou seja, a melhoria da qualidade das sementes proporciona um efeito positivo: eleva a taxa de germinação, reduz a quantidade necessária para alcançar um mesmo resultado e reduz os custos dos projetos de restauração, tornando-os mais viáveis ​​e eficientes.

“O estudo mostra que, na técnica de semeadura direta, que demanda grande quantidade de sementes, são necessários cerca de 37 quilos de sementes de baixa qualidade por hectare, considerando uma taxa de menos de 30% de germinação. Já com sementes de alta qualidade bastam apenas 17 quilos por hectare, com mais de 45% de germinação”, sintetiza Freire, evidenciando que investir nas pesquisas sobre tecnologia de sementes é essencial para o aproveitamento de recursos e para projetos de recuperação financeiramente mais viáveis.

Mas o que é uma semente de qualidade?

No laboratório, as sementes passam por um processo de avaliação da sua qualidade física e fisiológica, seguindo as Regras de Análise de Sementes, documento do Ministério da Agricultura e Pecuária ( Mapa ). Nessa avaliação, são contabilizadas as purezas e as impurezas do lote, a presença de cláusulas e danos causados ​​na semente, o percentual de germinação e a velocidade de germinação (vigor). Um semente possui qualidade quando apresenta alta germinação e vigor, baixa infecção por fungos no processo de germinação e lotes com alto grau de pureza.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura ( FAO/ONU ), a qualidade implica habilidade para produzir descendentes adequados ao planejamento. No caso das sementes florestais, Freire explica que, fisicamente, são considerados atributos como tamanho, peso, cor e teor de umidade. Fisiologicamente, é importante que as sementes germinem em quantidade e uniformidade adequadas, garantindo estabelecimentos robustos. Por fim, outro fator a ser considerado é a genética exótica: as matrizes de onde as sementes são coletadas devem ser atribuídas ao local de plantio.

O caminho da semente florestal

O processo de obtenção de sementes florestais para a restauração é uma jornada complexa que começa nas florestas e que envolve uma série de etapas:

Seleção das fontes de sementes: é importante certificar a rastreabilidade e a origem do material genético, de modo a atender ao Sistema Nacional de Sementes e Mudas, legislação que versa sobre o assunto.

Colheita e remoção de sementes: geralmente, as sementes são extraídas de frutos coletados. A escolha do método de destruição depende das características de cada planta e é crucial para preservar a integridade física, sanitária e fisiológica da semente. É fundamental colher as sementes na época certa e conhecer as necessidades de cada espécie para viabilizar a preservação da capacidade germinativa.

Secagem: pode ser natural, em terreiros ou lonas, ou artificial (em estufas). Trata-se de fase essencial para a prevenção e armazenamento das sementes.

Beneficiamento: é a retirada de materiais indesejáveis, como sementes vazias, imaturas, pedaços de frutos e folhas, para aumentar a pureza física do lote. Para espécies nativas, o beneficiamento é frequentemente manual, utilizando peneiras de diversos tamanhos ou, em alguns casos, sopradores e mesas de gravidade.

Armazenamento, comércio e plantio: o armazenamento eficiente permite a previsão das sementes por mais tempo, diminuindo a dependência da sazonalidade da coleta. O planejamento para a produção de mudas pode ser feito em viveiro. Mas, no caso da semeadura direta, as sementes são dispersas diretamente na área a ser restaurada, o que é útil em projetos em grande escala, mas que exigem qualidade das sementes e conhecimento sobre o solo e o clima da área.

Impacto da pesquisa para as redes comunitárias e os desafios regulatórios

A colheita e a comercialização das sementes florestais no Brasil vêm ganhando mais visibilidade a partir dos compromissos reforçados pelo País, mas dependem de uma cadeia de valor ainda incipiente no Brasil. Ao contrário das sementes agrícolas, as espécies nativas são, em sua maioria, colhidas diretamente na natureza, o que é feito geralmente por redes de trabalhadores e comunidades locais, que desempenham papel crucial na conservação da biodiversidade. Esses coletores muitas vezes são agricultores familiares ou representantes de comunidades tradicionais ou indígenas, que preservam os conhecimentos locais e tradicionais, mas enfrentam desafios logísticos e de conhecimento técnico.

O investimento em tecnologia e a disseminação do conhecimento sobre tecnologia de sementes podem beneficiar essas comunidades. Saber quanto tempo cada semente pode ficar armazenada, e como esse tempo varia de acordo com a embalagem ou o ambiente de armazenamento, pode ajudar as comunidades a programarem a comercialização. “Algumas específicas, como a braúna, podem durar nove meses em ambiente não controlado. Já o ipê costuma durar apenas três meses. Então, já sabendo disso, o coletor pode preferir armazenar o ipê na geladeira, visto que também há limitações de espaço nos equipamentos. Ou já vai saber que não dá para comercializar o ipê que foi coletado há mais de três meses e que não foi armazenado em condições controladas de temperatura”, exemplifica Freire.

Além disso, o setor enfrenta outras barreiras: o atual marco regulatório, com o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), foca em padrões típicos da agricultura comercial e não aborda especificamente as especificidades das sementes florestais nativas e sua complexidade morfológica, perpetuando uma cadeia de produção quase invisível, com mais de mil coletores não registrados. O dado está no estudo publicado na revista científica Forests.

O documento sugere seis estratégias para investir na oferta de sementes nativas em larga escala: incentivos e subsídios governamentais para pequenos produtores e comunidades; fiscalização da restauração florestal para estabilizar o mercado de restauração; participação comunitária com geração de renda e integração dos conhecimentos locais; adaptação das regulamentações de sementes nativas; pesquisa e inovação para melhorar o conhecimento sobre espécies nativas; e diversificação do mercado, de modo a explorar novos setores e usos comerciais das sementes.

O compromisso brasileiro: 12,5 milhões de hectares restaurados até 2030

A meta de restauração do Brasil é a materialização de compromissos internacionais reforçados pelo País para combater as mudanças climáticas e a manipulação ambiental. Os dois principais pilares desse compromisso são o Desafio de Bona e a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).

O Desafio de Bonn foi lançado em 2011 como uma iniciativa global para restaurar 350 milhões de hectares de paisagens florestais degradadas e desmatadas em todo o mundo. O Brasil se uniu oficialmente à iniciativa em 2015, quando anunciou, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, o compromisso de restaurar 12,5 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030.

Já a NDC faz parte do Acordo de Paris, o pacto global histórico assinado por quase todos os países do mundo com o objetivo de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais. Cada país signatário do Acordo de Paris é obrigado a apresentar sua própria NDC, que detalha os esforços que farão para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. A primeira NDC do Brasil foi apresentada em 2015 e incluiu especificamente a mesma meta de alimentação indicada no Desafio de Bonn. Além disso, a NDC brasileira também apresentou objetivos para a redução da emissão de GEE, o aumento da participação de bioenergia na matriz energética e o fim do desmatamento ilegal.

Fonte e Foto: Embrapa

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Exportações de milho desaceleram em outubro e média diária cai 5,6% frente a 2024

As exportações brasileiras de milho apresentaram desempenho mais fraco em outubro de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que o país embarcou 3,57 milhões de toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até agora no mês — o equivalente a 55,8% do total exportado em outubro de 2024, quando o volume chegou a 6,4 milhões de toneladas.

A média diária de embarques nas 13 primeiras semanas úteis do mês foi de 274,9 mil toneladas, representando uma queda de 5,6% frente às 291,1 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado.

Segundo Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, os números dos últimos meses indicam bom desempenho do setor.

“No último mês, os dados de exportação mostraram algo em torno de 8 milhões de toneladas. Já exportamos mais, mas ainda assim é superior ao volume do ano passado e de anos anteriores para esse mesmo período. São notícias positivas do lado das exportações”, afirma Nogueira.

Câmbio e demanda externa podem sustentar preços no mercado interno

O analista também destaca que o avanço das exportações pode contribuir para manter os preços do milho firmes no mercado doméstico.

“O desempenho das exportações pode ser um fator de sustentação dos preços locais. Além disso, no curto prazo, boa parte da valorização depende do câmbio. Se o real continuar se desvalorizando, isso ajuda tanto na formação de preços quanto na competitividade do milho brasileiro”, explica.

Receita de exportação e preços sobem em relação a 2024

No acumulado de outubro até agora, o Brasil já arrecadou US$ 753,9 milhões com os embarques de milho, ante US$ 1,27 bilhão em todo o mês de outubro de 2024.

A média diária de faturamento ficou praticamente estável, passando de US$ 57,996 milhões para US$ 57,970 milhões.

Já o preço médio pago por tonelada teve alta de 5,9%, subindo de US$ 199,10 em outubro de 2024 para US$ 211,00 neste ano — reflexo da maior demanda internacional e da variação cambial.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: APPA – Paranaguá

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Quatro grupos vão disputar leilão de 627 km de rodovias no Paraná

Quatro empresas apresentaram propostas para participar do leilão de um lote de 627 quilômetros de rodovias no Paraná, marcado para quinta-feira (23). Os grupos EPR, Mota-Engil, Motiva (antiga CCR) e Pátria entregaram suas propostas na B3 nesta segunda-feira (20). O lote 4 é o penúltimo de um conjunto de seis concessões rodoviárias do estado leiloadas em parceria com a União. Os certames devem se encerrar no dia 30 de outubro, com a venda do lote 5.

Lote 4

As estradas do lote 4 estão localizadas nas regiões norte, noroeste e oeste do estado. De acordo com o Ministério dos Transportes, estão previstos R$ 18,17 bilhões em investimentos, incluindo 231 km de duplicações, 87 km de faixas adicionais, 39 passarelas de pedestres, oito pontos de travessia de fauna e áreas de descanso para caminhoneiros (PPDs).

Também estão programadas obras de contornos rodoviários nas regiões metropolitanas de Maringá e Londrina. O ministério projeta que os investimentos possam gerar 156 mil empregos.

O pacote inclui trechos das rodovias federais BR-272, BR-369 e BR-376, além das estaduais PR-182, PR-272, PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986.

O lote 5, que deve ter os interessados divulgados na próxima segunda-feira (27), tem 432,8 km de extensão e prevê investimentos de aproximadamente R$ 6,7 bilhões. As concessões têm vigência de 30 anos.

Histórico de privatização de rodovias no Paraná

Em dezembro do ano passado, o lote 3 foi arrematado pela então CCR, hoje Motiva. Com extensão de 570 km em estradas federais e estaduais, foi arrematado após a proposta apresentar 26,6% de desconto sobre a tarifa básica de pedágio.

No mesmo mês, o lote 6 foi adquirido pela EPR, responsável por administrar 662 km e aplicar R$ 20 bilhões em obras no oeste e sudoeste do Paraná.

O lote 1 está sob operação da Via Araucária, pertencente ao grupo Pátria, que venceu o leilão em agosto de 2023, enquanto o lote 2 foi arrematado pela EPR em setembro do mesmo ano.

Três mil quilômetros de rodovias federais estaduais leiloados

Ao final dos leilões, o governo de Ratinho Jr (PSD) terá concedido mais de 3.000 km de rodovias federais e estaduais que compõem o Anel de Integração entre diversas regiões do estado.

Segundo a gestão, os investimentos nos seis lotes devem chegar a R$ 60 bilhões em sete anos.

Fonte: Bem Paraná via Folhapress Foto: Divugação

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Evento na CNA vai debater desafios globais e os impactos nos insumos e custos de produção

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reúne, no dia 29 de outubro, especialistas nacionais e internacionais para discutir como os desafios do atual cenário global impactam os insumos e os custos de produção do setor agropecuário.

O evento “Benchmark Agro – Custos Agropecuários”acontece em Brasília, das 9h às 17h30, no auditório da CNA. Para participar presencialmente, os interessados devem se inscrever no link: https://cnabrasil.org.br/benchmark2025.

A programação inclui palestras sobre custos de grãos, tecnologia e tendências globais da pecuária de corte e leite e um podcast ao vivo sobre a produção de biocombustíveis e como o etanol de milho tem alterado a dinâmica regional da agricultura e pecuária.

Além disso, será lançado um estudo inédito sobre a viabilidade econômica de aquisição ou terceirização de máquinas para a safra de grãos.

A assessora técnica da CNA Larissa Mouro explicou que 17% do Custo Operacional Total da soja no Brasil é referente às operações mecânicas e depreciação de máquinas e implementos.

“Com o aumento expressivo das taxas de juros e, especialmente, dos preços de colheitadeiras, é crucial oferecer ao produtor uma análise econômica da viabilidade de aquisição ou terceirização de máquinas agrícolas para safra de grãos”, disse.

O Benchmark Agro marca o encerramento do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro 2025, com a apresentação de dados de custos levantados no Brasil e comparativos com os principais competidores do país no mundo.

Confira a programação completa aqui.

Serviço:

O que: Benchmark Agro – Custos Agropecuários 2025.

Data: 29 de outubro

Horário: 9h às 17h30

Local: Sede da CNA – Brasília

Fonte: CNA Foto: Divulgação