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Chuvas são benéficas para produtores de trigo e cevada no Paraná, aponta boletim

As chuvas em praticamente todo o Estado nos últimos dias estão ajudando no plantio e desenvolvimento do trigo, principal cultura de inverno no Paraná. Os triticultores paranaenses devem plantar cerca de 850 mil hectares, um percentual 25% inferior aos 1,1 milhão de hectares do ciclo anterior. Mesmo com essa redução de área, as chuvas chegaram no momento certo. Até agora foram semeados aproximadamente 78% da área.

Para esses a chuva deve auxiliar no desenvolvimento das lavouras, que já vinha bem, com controle fitossanitário em andamento e baixa incidência de pragas. Mas ajuda também os 22% que deixaram para plantar mais tarde, de acordo com o relatório de Condições de Tempo e Cultivo, divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

Outra beneficiada foi a cevada, que registra que 39% dos 94,3 mil hectares foram plantados. Nas regiões onde a cultura entrou na fase de desenvolvimento vegetativo, as chuvas também ajudam. Nas outras, em que o plantio começou agora, o avanço tem sido observado mesmo com a umidade.

As precipitações têm sido benéficas também para a formação de pastagens, favorecendo a produção de massa verde e a melhora nas condições de alimentação animal. Entretanto, as chuvas também têm prejudicado os produtos que estão em período de colheita, impossibilitando o trabalho a campo.

Colheita

Na cafeicultura, a colheita está atrasada e caminhando de forma lenta devido às chuvas, que também prejudicam secagem e comercialização. De acordo com os técnicos do Deral que acompanham a cultura, foram registradas perdas na granação e ataques do bicho-mineiro. Mesmo assim as produtividades ainda são consideradas boas nas principais regiões produtoras.

O corte da cana-de-açúcar teve interrupções temporárias, mas segue dentro do previsto. Ao contrário do feijão de 2ª safra, que tem a colheita retardada. O excesso de umidade provocou perda de qualidade, mas a preocupação continua porque algumas lavouras foram dessecadas e ainda estão a campo aguardando tempo firme para serem retiradas.

Os municípios que estavam em período de colheita do milho 2ª safra precisaram interromper os trabalhos, mas não se prevê impacto expressivo na produção. Já aqueles em que a cultura estava no período de enchimento de grãos, o clima é favorável para se ter bom potencial produtivo. Mesmo as geadas pontuais não foram tão intensas para causar prejuízo significativo.

Os produtores que optaram por uma segunda safra de soja igualmente têm dificuldade com o término da colheita. Para o restante, a comercialização tem sido lenta em função dos preços não atrativos, gerando preocupação com o armazenamento da próxima safra de milho.

Algumas lavouras de banana e hortaliças tiveram danos na região Norte, em função de granizo. No Sul foram as geadas pontuais que afetaram as folhosas, embora o uso de proteção tenha minimizado as perdas. Os produtores de mandioca seguem com a colheita e o preparo do solo para a próxima safra. Muitas áreas já estão prontas para o plantio, mas a maturação incompleta das manivas tem atrasado o início das atividades.

Fonte: Agência Estadual de Notícias Foto: Embrapa

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Tecnologia leva o agro ao topo do PIB

O agronegócio brasileiro foi o principal motor do crescimento econômico no início de 2025, registrando alta de 12,2% no primeiro trimestre e contribuindo com 1,4 ponto percentual para o avanço do PIB nacional, segundo dados do IBGE. Siegfrid Baumann, Diretor de Desenvolvimento de Produto e Mercado da Bayer, destacou a importância estratégica do setor para a economia do país, com soja, milho, arroz e fumo como protagonistas na elevação da produção.

O desempenho positivo do agronegócio demonstra sua capacidade de impulsionar o crescimento mesmo diante de desafios climáticos e econômicos, mantendo-se como pilar fundamental para o Brasil e abrindo novas oportunidades para empresas e produtores, especialmente aqueles que investem em tecnologia e inovação.

Os avanços tecnológicos são essenciais para aumentar a produtividade e garantir a sustentabilidade do setor. O uso de soluções digitais, biotecnologia e práticas sustentáveis vem permitindo maior eficiência na produção e a redução dos impactos ambientais, aspectos fundamentais para manter a competitividade no mercado global.

“Entre os principais aprendizados, destaca-se a relevância de investimentos contínuos em tecnologia, inovação e sustentabilidade para manter a competitividade e aproveitar as oportunidades que surgem”, comenta.

O agro brasileiro deve continuar investindo em inovação contínua para aproveitar as oportunidades que o mercado oferece e contribuir ainda mais para o crescimento econômico do país. A tecnologia é apontada como o principal vetor para o desenvolvimento e fortalecimento do setor.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Nova diretoria toma posse na Apasem

Presidente, diretores e conselheiros fiscais assumem posto para o biênio 2025/2027. Associação é a entidade que representa o setor de sementes no Paraná

A Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Paraná – Apasem tem novo presidente, diretores e conselheiros fiscais. A cerimônia de posse da instituição, que há mais de 50 anos representa o setor sementeiro no Paraná, ocorreu na cidade de Curitiba, nesta segunda-feira (9). 

Quem assume a presidência da Associação é Josef Pfann Filho, que já foi presidente da instituição em outros mandatos e atua no setor há décadas com vasta experiência no ramo sementeiro. Na cerimônia também foram conhecidos os novos diretores e conselheiros que representarão a Instituição no biênio – 2025/2027 – (confira a lista completa abaixo).

Em seu discurso de posse, Josef   frisou que a Apasem representa um setor estratégico para o crescimento e desenvolvimento do agronegócio brasileiro. “Sabemos que o setor sementeiro é um pedaço indispensável do agronegócio e por isso tudo o que acontece no mercado nacional e no internacional acaba de alguma forma refletindo em nosso dia a dia. Infelizmente o mundo atual vive uma tensão de guerras e divisões. Não podemos deixar que isso nos atinja frontalmente”, destacou Pfann enaltecendo o mercado paranaense “O agronegócio estadual é pujante e alimenta as principais cadeias mundiais – seja na produção da carne bovina, suína ou frango. Ou na produção de soja, milho e algodão onde lideramos internacionalmente. Mas se somos o celeiro do mundo, por isso como setor de sementes vamos continuar a cobrar de nossas lideranças políticas demandas as quais respeitem essa nossa essencialidade na economia e no desenvolvimento de nosso país”.

Também foi destaque em seu discurso de posse, o importante papel dos profissionais que atuarão como diretores e conselheiros fiscais na Apasem nos próximos dois anos. “Quero agradecer aos membros desta nova diretoria que aceitaram embarcar neste desafio e frisar a todos vocês, novos representantes, que estou presidente, contudo, nosso trabalho será em conjunto. Nossas conquistas e desafios serão compartilhados igualmente, assim como, compartilhamos do mesmo propósito de ter a cada dia um setor mais forte e representativo”, destacou.

Veja quem são os novos diretores eleitos para o biênio 2025/2027:

Diretor Presidente:  Josef Pfann Filho

Vice-Presidente: Paulo Pinto de Oliveira Filho

Diretor Administrativo: Roberto Destro

Diretor Institucional: Renato Aparecido Figueiroa   

Diretor Financeiro: Henrique Menarim  

Diretora de Serviços e Soluções: Luana Held Salinet

Conselho Fiscal:

Titulares – Luiz Meneghel Neto, Flávio Enir Turra e João Victor Rodrigues da Silva

Suplentes – Airton Cittolin, Rodrigo Hilbert e Gilberto Tateyama

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Novo fungicida para combater ferrugem asiática da soja

A empresa BASF deu início ao processo de registro do Adapzo® Active (Flufenoxadiazam), novo fungicida desenvolvido para enfrentar a ferrugem asiática da soja, uma das doenças mais severas que afetam a cultura na América do Sul. Segundo o Consórcio Antiferrugem, a doença pode causar perdas de até 90% se não controlada adequadamente. O novo ingrediente ativo foi submetido às autoridades regulatórias no Brasil e no Paraguai, com previsão de envio à Bolívia.

Desenvolvido especificamente para as necessidades dos agricultores sul-americanos, o Adapzo® Active é o primeiro inibidor de histona desacetilase (HDAC) do setor. Seu novo modo de ação contribui para o manejo da resistência de importantes doenças da soja, como a própria ferrugem e a mancha-alvo. A expectativa da empresa é que os produtos com essa molécula estejam disponíveis no mercado a partir de 2029.

“Usamos nosso profundo conhecimento da agricultura local e ouvimos cuidadosamente nossos clientes, desenvolvendo um ingrediente ativo adaptado às necessidades dos produtores de soja no Brasil, Paraguai e Bolívia”, diz Ademar De Geroni Junior, vice-presidente de Marketing Estratégico para a América Latina da BASF Soluções para Agricultura. “Com o Adapzo® Active, reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, especialmente para os produtores de soja na América do Sul”, afirma.

Além de seu uso individual, o Adapzo® Active foi concebido para integrar o portfólio da BASF, potencializando resultados quando combinado com outras tecnologias. “Oferece controle de amplo espectro e proteção contra cepas mutantes do fungo, protegendo o potencial produtivo da soja”, destaca Ulf Groeger, vice-presidente de Pesquisa de Fungicidas da BASF.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Aline Merladete

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Protagonista das festas juninas, amendoim é cultivado em 200 municípios do Paraná

Chegou o mês de junho e com ele as vibrantes e gastronômicas festas juninas. Nessas celebrações um produto é indispensável por ser matéria-prima para várias formas de consumo, tanto doce quanto salgada: o amendoim. No Paraná ele é cultivado comercialmente em pelo menos 200 municípios.

Esse é um dos assuntos comentados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 30 de maio a 5 de junho. O documento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), também analisa o desempenho paranaense no milho, mandioca, cebola e proteínas animais.

Em 2023 o Paraná colheu pouco mais de 7,8 mil toneladas de amendoim em 2,1 mil hectares, resultando em R$ 33,4 milhões em Valor Bruto de Produção (VBP), segundo levantamento do Deral. O município de Guairaçá, no Noroeste, foi responsável por mais de 3,6 mil toneladas, seguido por Alto Paraná e Paranapoema. Na atual safra o volume deve ficar em torno de 7,9 mil toneladas, representando 0,7% da produção nacional.

A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra brasileira 2024/25é de 1,16 milhão de toneladas. “Se for confirmada será a maior da história”, acentuou o analista do Deral, Edmar Gervasio. O estado de São Paulo é o principal produtor, com quase 80% desse volume. Mato Grosso do Sul fica com outros 15%.

Segundo o analista, a produção de amendoim era majoritariamente destinada à fabricação de óleo refinado para uso culinário até a década de 1970. A partir daí a soja mostrou-se economicamente mais viável para essa finalidade, consolidando-se seu óleo como padrão no mercado.

“Com essa transição, o amendoim passou a ocupar um espaço mais específico no mercado”, destacou Gervasio. “Atualmente ele é valorizado como um item de nicho, focado principalmente na indústria de confeitaria e no consumo direto em suas múltiplas apresentações”.

Milho

As chuvas que caíram no Estado nos últimos dias foram benéficas para o desenvolvimento da safra de milho. O frio e as geadas localizadas não trouxeram impactos desfavoráveis. A colheita atingiu 3% da área estimada em 2,72 milhões de hectares. Pelo menos 40% do que resta a campo está em fase de maturação, praticamente eliminando risco de ser prejudicado pelo frio.

Mandioca

A colheita da mandioca está mais acelerada que no ano passado, quando foi prejudicada pela seca. A estimativa é que sejam colhidos 4,2 milhões de toneladas da raiz, volume 16% superior às 3,7 milhões de toneladas de 2024. O aumento decorre tanto do incremento de 9% em área, indo de 138,6 mil hectares para 151,4 mil hectares, quanto em produtividade, passando de 26,6 toneladas por hectare para 28 toneladas.

Cebola

O boletim também informa que o Paraná deve plantar 2,6 mil hectares de cebola, com colheita projetada de 109,5 mil toneladas. Se confirmado, os números serão 13,5% inferiores em relação à área de 3,2 mil hectares do ciclo passado, e 15,1% a menos que as 129,1 mil toneladas colhidas.

A região de Guarapuava deve plantar 950 hectares e produzir 52,7 mil toneladas, consolidando-se como a maior produtora. Curitiba e cercanias têm previsão de colher 28,7 mil toneladas em 897 hectares, enquanto o regional de Irati prevê extrair 13,3 mil toneladas em 400 hectares.

Suínos

Em relação a proteínas animais, o documento apresenta dados do Observatório de Complexidade Econômica que aponta o Brasil como terceiro maior exportador de fígado suíno congelado em 2023. O produto é utilizado tanto em preparações culinárias como ingrediente opcional em alguns tipos de mortadela, salsicha, fiambre e patê.

Naquele ano o Brasil exportou 10 mil toneladas de fígado suíno congelado e arrecadou US$ 6,65 milhões. Santa Catarina destacou-se, com 8,6 mil toneladas. O Paraná foi o quinto colocado, com 234 toneladas. As Filipinas foram o principal comprador.

Peru

A produção nacional de carne de peru em 2024 foi de 127 mil toneladas, uma retração de 4,4% em relação às 133 mil toneladas do ano anterior. Historicamente há muita oscilação na produção dessa carne, que chegou a ser de 390,5 mil toneladas em 2017. A região Sul é responsável por praticamente toda a produção.

O País enviou 64 mil toneladas para o exterior no ano passado, gerando US$ 154 milhões em receita cambial. O Paraná, com cerca de 8,7 mil toneladas, foi o terceiro exportador, atrás do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Fonte: AEN Foto: Arquivo/MAPA

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Aplicação do crédito rural da safra 2024/2025 somou R$ 330,9 bilhões

Faltando apenas um mês para o término do Plano Safra 2024/2025, já foram desembolsados, considerando todos os produtores rurais, R$ 330,93 bilhões no período de julho/2024 a maio/2025, um avanço de 11% em relação ao mês anterior.

Em relação aos beneficiários do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e demais produtores rurais, foram desembolsados R$ 273,84 bilhões em maio, ou seja, um incremento de R$ 27 bilhões se comparados com o mês de abril. Essa performance compreende os financiamentos de custeio, com R$ 155,07 bilhões; os de investimento, R$ 56,97 bilhões; e os de comercialização e industrialização, que somam R$ 70,90 bilhões.

Esse volume de crédito desembolsado pelo Pronamp e pelos demais produtores rurais corresponde a cerca de 68% da programação estabelecida para a safra em vigor e a 82% dos recursos desembolsados no mesmo período da safra 2023/2024, que foi de R$ 332,50 bilhões.

A diferença verificada ocorre apenas em decorrência da performance relacionada aos demais produtores rurais, que, em contrapartida, estão se financiando por meio de cédulas de produto rural, as CPRs, que até o mês de abril registravam emissões, no período de julho/2024 a abril/2025, de R$ 331,4 bilhões, considerando aquelas emitidas em favor de instituições financeiras (R$ 150,5 bilhões) e as emitidas em favor do mercado de capitais (R$ 180,9 bilhões), resultando em R$ 116,2 bilhões a mais de financiamentos, por meio desse título, comparativamente ao mesmo período do ano agrícola anterior.

Como destaque, o Pronamp está com desempenho positivo em todas as finalidades de crédito, tanto em número de contratos como em valores desembolsados. Foram R$ 53,48 bilhões em 202.137 contratos. Em operações de custeio e de investimento, foram desembolsados R$ 47 bilhões e R$ 6,48 bilhões, em 174.243 e 27.894 contratos, respectivamente.

Dentre as fontes de recursos com performances superiores às da safra passada, destacam-se a Poupança Rural Controlada, com 24% de variação; os recursos equalizados do BNDES (13%); e os Recursos Livres Equalizáveis (181%). Nas fontes com taxas de juros não controladas, a Poupança Rural Livre teve variação de 113%.

No conjunto dos programas de investimento agropecuário, que possuem equalização de taxas de juros, há um saldo a ser comprometido de 29%, enquanto os recursos equalizáveis para custeio e comercialização apresentam um saldo de 14%.

Os valores apresentados representam a parcela dos financiamentos contratados efetivamente liberados ou concedidos, sendo, portanto, provisórios. A extração dos dados ocorreu no dia 4 de junho, do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB – https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/micrrural), que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural. Os valores definitivos só são divulgados, normalmente, após 35 dias do encerramento do mês considerado na avaliação.

Fonte e Foto: Mapa

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Com foco em culturas sensíveis, Estado reforça combate à deriva de agrotóxicos

A preocupação com a qualidade da uva e do bicho-da-seda, culturas com forte representatividade no Paraná, pautou a reunião técnica promovida nesta última sexta-feira (6) em Maringá, no Noroeste do Estado. O encontro foi na sede regional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) e reuniu representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), empresas que atuam nos segmentos de defensivos e pesquisadores.

O foco foi a mitigação dos efeitos da deriva de agrotóxicos nessas culturas sensíveis. A deriva ocorre quando o defensivo aplicado em uma lavoura é transportado pelo vento ou por condições climáticas adversas para áreas vizinhas não alvo. Essa movimentação pode causar prejuízos em culturas como uva e amoreiras, impactar o solo e afetar a qualidade ambiental.

Durante o evento, o diretor de Defesa Agropecuária da Adapar, Renato Young Blood, destacou os avanços obtidos pela agência nos últimos anos no enfrentamento à deriva de agrotóxicos e à aplicação inadequada de defensivos agrícolas. Ele reforçou que a Adapar vem investindo em ações estruturadas de fiscalização e orientação dos produtores.

“Nos últimos cinco anos, capacitamos nossos fiscais e investimos nas melhorias nos pulverizadores em Marialva. Conseguimos reverter a situação, e hoje mais de 90% dos maquinários estão com a qualidade adequada para aplicar os defensivos agrícolas”, disse.

Como parte desse esforço, a Adapar realizou em 2023 uma grande operação de fiscalização de pulverizadores na região Noroeste, com foco no município de Marialva — maior produtor de uva do Estado, conforme o Valor Bruto da Produção (VBP) de 2023. A cidade registrou mais de 10 mil toneladas colhidas, com VBP de R$ 70,4 milhões. A Operação Agro+ inspecionou 260 equipamentos, e os fiscais da Adapar também orientaram os produtores rurais sobre a correção das irregularidades encontradas.

Sericultura

Outra cultura sensível aos efeitos da deriva é o bicho-da-seda. Na sericicultura, o uso inadequado de inseticidas pode contaminar as amoreiras — principal alimento das lagartas — e comprometer a produção de casulos, gerando perdas econômicas aos produtores.

O Paraná é o maior produtor de casulos do país. Em 2023, o Estado produziu 1,4 mil toneladas, o que representa 86% da produção nacional, com um VBP de R$ 39,2 milhões. Nova Esperança, no Noroeste, é o município líder na atividade, com 138,8 toneladas produzidas em 277 hectares.

A situação da sericicultura foi também um dos pontos destacados no encontro, e a Adapar reforçou a inclusão dessa cadeia produtiva como prioridade na pauta de combate à deriva, com o objetivo de ampliar as ações de prevenção e orientação em regiões de maior sensibilidade.

O encontro também abordou aspectos técnicos e contribuições da pesquisa. As empresas participantes acompanharam apresentações da defesa agropecuária sobre o uso e aplicação adequada destes defensivos, e sobre os cadastros de pomares de uva na Adapar. As empresas tiveram também um espaço para contribuir com alternativas para vencer este desafio.

Outras ações

A reunião é um desdobramento de iniciativas em andamento no Estado. Em maio, o Paraná iniciou o mapeamento de pomares de uva como medida preventiva. O objetivo é identificar a localização e as características dessas áreas para melhor planejar ações educativas e de controle da deriva de agrotóxicos.

Fonte: AEN Foto: Adapar

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Evolução genética da soja no Brasil: avanço estratégico para a cadeia de multiplicação de sementes

A trajetória da soja no Brasil é marcada por impressionante inovação genética e evolução constante do germoplasma, fatores decisivos para o país alcançar a liderança global na produção e exportação desse grão. De uma cultura pouco expressiva nos anos 1960 até alcançar uma produção recorde estimada em 167,3 milhões de toneladas na safra 2024/2025, segundo levantamento da CONAB, os resultados têm superado positivamente as expectativas, especialmente em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, onde recordes de produtividade foram obtidos.

Nos últimos 59 anos, conforme o livro “A Saga da Soja: de 1050 a.C. a 2050 d.C.”, produzido pela Embrapa, a produção brasileira de soja expandiu-se à taxa média anual de 10,88%, impulsionada pela ampliação da área cultivada, que cresceu a 8,98% ao ano, aliada a ganhos expressivos de produtividade que acumularam crescimento de 173% no período. O papel central dessa evolução foi desempenhado pela genética incorporada às sementes de soja e amplamente disseminada pelos multiplicadores aos sojicultores nacionais.

Desde a década de 1970, quando variedades adaptadas às condições tropicais brasileiras foram desenvolvidas, a soja conquistou novos territórios agrícolas especialmente no Cerrado. O avanço genético trouxe resistências a doenças, maior adaptação climática, produtividade crescente e características adequadas às exigências dos mercados internacionais.

A biotecnologia, notadamente a partir dos anos 2000, deu grande impulso a essa evolução. A adoção maciça de sementes transgênicas resistentes a herbicidas, insetos e doenças elevou expressivamente a produtividade e reduziu custos operacionais. Novas tecnologias, como a edição gênica por CRISPR-Cas9, prometem ser protagonistas dessa evolução contínua.

Na visão de Luiz Eduardo Salomão, diretor de Comunicação da ABRASS, a genética desempenha um papel crucial na agricultura moderna “Proporciona aos produtores a capacidade de aumentar sua produtividade e, consequentemente, sua renda. Ao desenvolver cultivares mais resistentes e adaptáveis, os avanços genéticos permitem que os agricultores produzam mais com menos recursos. Isso não apenas melhora a eficiência do uso da terra, mas também contribui para a segurança alimentar, ajudando a alimentar um número crescente de pessoas em todo o mundo. Com uma abordagem focada na inovação genética, podemos garantir um futuro mais sustentável e nutritivo para todos.”

Outro aspecto importante ressaltado pelo livro “A Saga da Soja” é o “efeito poupa terra” proporcionado pelas melhorias genéticas e pela adoção da biotecnologia. Entre 1960 e 2017, os avanços nessas áreas permitiram que a produtividade aumentasse significativamente, poupando aproximadamente 129 milhões de hectares que seriam necessários sem esses avanços tecnológicos. Isso evidencia a importância estratégica do aprimoramento genético para uma agricultura mais sustentável e eficiente.

Osli Barreto, Diretor Executivo da ABRASS, reforça esse aspecto estratégico: “O contínuo avanço no germoplasma da soja é fundamental para a sustentabilidade da cadeia no Brasil. Nosso papel é apoiar a pesquisa, difundir inovações e assegurar o acesso dos agricultores às melhores tecnologias existentes, garantindo resultados econômicos expressivos com a preservação do meio ambiente.”

Além disso, o estudo “A Cadeia produtiva de soja e o desenvolvimento econômico e regional no Brasil”, elaborado pelo pesquisador José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, do IPEA, ressalta que a soja desempenha papel fundamental na geração de emprego e desenvolvimento econômico regional. Municípios como Rio Verde (Goiás), Sorriso (Mato Grosso) e Campo Novo do Parecis (Mato Grosso) apresentaram aumentos significativos no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), graças à expansão da produção de soja. A alta tecnologia contida na soja, fruto de anos de desenvolvimento genético e de pesquisa, gera alto valor agregado aos produtos, promove renda, emprego e impulsiona o crescimento econômico local.

Finalmente, é imperioso mencionar que o setor agropecuário, especialmente a cadeia da soja, tem contribuído para saldos comerciais positivos desde 1989, segundo o estudo “Transformações no comércio agropecuário brasileiro no período recente: uma análise descritiva com base nas estatísticas do ComexStat”, do IPEA. Segundo a publicação, desde 2008, o saldo dos setores não agropecuários foi sempre negativo, de modo que os saldos comerciais positivos nos últimos quinze anos somente foram possíveis devido aos superávits comerciais agropecuários.

Nesse contexto, a ABRASS reforça seu compromisso em promover e apoiar o avanço genético das sementes de soja, “Reconhecemos que a genética incorporada e disseminada pelos multiplicadores é elemento essencial para manter o Brasil competitivo no cenário global e manter a balança comercial superavitária”, enfatiza André Schwening, Presidente da ABRASS.

Fonte e Foto: Assessoria de Comunicação ABRASS / Informativo Revista Seednews – Edição Maio/Junho 2025

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Do Solo ao Mercado: O Crescimento dos Bioinsumos no Brasil

Na Semana do Meio Ambiente, é oportuno refletir sobre soluções que harmonizem produtividade agrícola e preservação ambiental. Nesse contexto, o uso de bioinsumos desponta como uma das estratégias mais promissoras para reduzir impactos ambientais, melhorar a saúde do solo, preservar a biodiversidade, controlar pragas e aumentar a produtividade de maneira sustentável.

Bioinsumos são produtos de origem biológica, desenvolvidos a partir de microrganismos, extratos vegetais e outros recursos naturais. Eles têm conquistado espaço no campo brasileiro e se consolidam como aliados essenciais na busca por uma agricultura mais equilibrada. Segundo dados da CropLife Brasil, o mercado de produtos biológicos movimentou cerca de R$5 bilhões na safra 2023/2024, um aumento de 15% em relação ao ciclo anterior. Além disso, o segmento apresenta uma taxa média anual de crescimento de 21% nos últimos três anos — índice quatro vezes superior à média global.

Esse avanço reflete uma transformação na forma de produzir alimentos no país, com produtores cada vez mais conscientes da necessidade de adotar práticas que respeitem os recursos naturais. Os bioprodutos atuam de forma harmônica com o ambiente, favorecendo interações benéficas entre plantas, solo e microrganismos. Essa integração fortalece a estrutura do solo, melhora a absorção de nutrientes e reduz a dependência de fertilizantes químicos, evitando a contaminação de mananciais e estimulando um sistema produtivo mais equilibrado.

Outro benefício essencial dos bioinsumos é a preservação da biodiversidade. Ao estimular o equilíbrio ecológico no campo, esses produtos contribuem para manter inimigos naturais das pragas, diminuindo a necessidade de defensivos químicos que afetam insetos benéficos. Além disso, por atuarem de forma direcionada e menos agressiva, os insumos biológicos permitem um manejo mais seguro para o agricultor e o meio ambiente. Isso resulta em uma produção mais saudável e confiável para o consumidor, sem abrir mão da produtividade. Plantas mais vigorosas e menos suscetíveis a doenças tendem a apresentar desempenho agronômico superior, fortalecendo a rentabilidade do produtor e consolidando a competitividade do agronegócio brasileiro.

Esse movimento em prol dos bioinsumos conta com o respaldo de políticas públicas que incentivam práticas agrícolas responsáveis. Programas como o Plano Safra têm direcionado recursos para produtores que investem em tecnologias de menor impacto ambiental, além de iniciativas estaduais e federais que estimulam a pesquisa e o desenvolvimento de novas soluções biológicas.

Na Semana do Meio Ambiente, reconhecer a importância dos bioinsumos vai além de uma tendência: trata-se de uma necessidade para a agricultura moderna. O Brasil, como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, tem a responsabilidade de liderar a transição para sistemas agrícolas mais sustentáveis e resilientes. O crescimento expressivo do setor de produtos biológicos simboliza um compromisso com a produção responsável, a conservação dos recursos naturais e o futuro das próximas gerações.

Fonte: Assessoria de Imprensa VIVAbio/Fellipe Parreira Foto: Divulgação