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Trator acessível para pessoas com deficiência será produzido no Paraná

O primeiro trator agrícola acessível para pessoas com deficiência deve ser produzido por montadora no Paraná. O objetivo é que pessoas com mobilidade reduzida nos membros inferiores e cadeirantes consigam utilizar os tratores sem o uso das pernas. O Estado tem 8,9% da população com algum tipo de deficiência, índice similar à média nacional.

O lançamento da nova tecnologia aconteceu nesta segunda-feira (14), em Curitiba.

O diretor de Marketing de Produto da New Holland Agriculture para a América Latina, Flavio Mazetto, explica o funcionamento do trator desenvolvimento pela empresa. A ideia é que, por meio de uma plataforma integrada, a pessoa consiga subir até a cabine e operar o trator sem a ajuda externa.

Ele ainda disse que a tecnologia surgiu com a demanda de parte do público.

Além disso, os comandos da máquina foram transferidos para um joystick, que substitui as funções dos pedais do trator. A venda será sob demanda. Os pedidos serão recebidos a partir de outubro.

O agronegócio é um dos principais setores que movimentam a economia do estado. O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná somou R$ 191,2 bilhões em 2022, segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Fonte e Foto: CBN/Vinicius Bonato

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Nutrição da soja movimentou US$ 16,2 bilhões na safra 2022-23

A consultoria Kynetec apurou que o mercado de produtos para nutrição da soja cresceu da ordem de US$ 7,8 bilhões, na safra 2019-20, para perto de US$ 16,2 bilhões no ciclo 2022-23 (+110%). O levantamento faz parte do estudo FarmTrak, exclusivo da empresa e analisou os segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação de base, adubação de cobertura, inoculantes, bioestimulantes e fertilizantes via semente e foliares.

Na comparação à safra 2021-22, quando as transações envolvendo esses produtos passaram de US$ 12 bilhões, a alta foi de 30%. “Aumentaram os investimentos e também as áreas-alvo de tratamentos”, resume Giovanni Coser, especialista em nutrição de plantas da Kynetec.

“Atento às novas tecnologias, sempre em busca de produtividade, o sojicultor adere a novos produtos e a outras ferramentas nutricionais inovadoras”, continua ele. De acordo com Coser, na safra 2019-20, a primeira da série histórica do FarmTrak Nutrição, o agricultor realizava em média 6,7 tratamentos, número que subiu para 7,6 tratamentos no estudo recém-divulgado.

Conforme o especialista da Kynetec, os fertilizantes de solo, empregados no plantio ou em cobertura, mantêm histórica dianteira no mercado de nutrição da soja: mais de 80% de participação ou aproximadamente US$ 12,9 bilhões. O desempenho da categoria de produtos, frisa ele, avançou mais de 100% ante a safra 2019-20 (US$ 6,392 bilhões).

Giovanni Coser esclarece ainda que, somados, os corretivos e condicionadores de solo, e a adubação via semente e foliar, inclusive bioestimulantes, além de inoculantes, responderam por 19% do resultado do mercado de insumos para nutrição da oleaginosa no ciclo 2022-23, em torno de US$ 3 bilhões.

Por categoria de produtos, o segmento formado pelos fertilizantes foliares e via tratamento de sementes atingiu US$ 1,07 bilhão, uma elevação de 35% sobre 2021-22 (US$ 695 milhões). As vendas para nutrição foliar foram de US$ 730 milhões (+34%); para tratamento de sementes, de US$ 115 milhões (+27%). Os bioestimulantes, por sua vez, movimentaram US$ 222 milhões (+43%).

Recortes de dados em solo, bioestimulantes e inoculantes

Desdobramentos do FarmTrak Nutrição 2022-23 trouxeram à luz uma elevação representativa, especificamente, no desempenho dos fertilizantes de solo MAP (fosfato monoamônico) e superfosfato simples, empregados na fase de plantio. Somados, ressalta a Kynetec, tais produtos giraram cerca de R$ 3,1 bilhões, um acréscimo de 12% ante a pesquisa anterior, e totalizaram 30% do volume de insumos para nutrição da soja aplicados no plantio.

“Com adoção média de 24%, a fórmula MAP apresentou avanços em adoção principalmente nas regiões Centro, de 31% e Centro-Norte, de 41%. Nestas, houve ao menos uma aplicação de MAP”, salienta Coser.

No tocante aos bioestimulantes, outro recorte importante da Kynetec apontou crescimento de 38% frente a safra 2019/20 (28%). “Constatamos que hoje em dia 39% da área total de soja utilizaram alguma tecnologia voltada à bioestimulação da cultura”, resume Coser.

O estudo da Kynetec revelou ainda cenário evolutivo relevante para os inoculantes na série histórica. Estes produtos têm como principal organismo ativo o Bradyrhizobium, um gênero de bactérias do solo, e obtiveram 83% de adoção em área, conforme observa Coser. “Cresceu também a inoculação associada à bactéria Azospirillum, com 40% de adoção em área e salto de 70%, na comparação aos 23% registrados na safra 2019-20”, conclui.

De acordo com o diretor executivo da Kynetec para a América Latina, André Dias, a elaboração do FarmTrak Nutrição Soja 2022-23 está ancorada em 2,4 mil entrevistas pessoais com sojicultores, captadas em quase 670 cidades da fronteira agrícola da oleaginosa. Conforme Dias, a empresa já deu a partida no desenvolvimento do mesmo estudo ao longo da safra 2023-24.

Fonte: Assessoria de Imprensa Kynetec Foto: Divulgação

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SISV/PR realiza jornada estadual de treinamentos sobre atualização da legislação para agentes do setor produtivo de sementes do Paraná

No período entre 10 de julho e 2 de agosto de 2023, o Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal do Paraná (SISV/PR), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), promoveu uma jornada de treinamentos sobre atualização da legislação nacional de sementes e mudas.

A realização desse treinamento, para orientação e educação sanitária dos participantes, ocorreu em razão da publicação de novos dispositivos legais nos anos de 2020 e 2022, que trouxeram significativas alterações na regulamentação da produção de sementes, conforme explicou o chefe do SISV/PR, Marcelo Bressan.

“Com as novas regras para produção de sementes no país, que entraram em vigor em março deste ano, tornou-se imprescindível que os agentes desta cadeia produtiva de insumos regulados tomem pleno conhecimento dos novos dispositivos legais e adequem suas empresas, seus registros, controles, documentação e procedimentos às novas normas, cujo cumprimento é obrigatório”, afirmou.

Nos treinamentos foram abordados os seguintes assuntos: Decreto nº 10.586/2020 – Novo regulamento da Lei nº 10.711/2003; Portaria Mapa nº 501/2022 – RENASEM; Portaria Mapa nº 538/2022 – Normas Gerais de Sementes SIGEF; Inscrição de campos de sementes no Mapa; Lei nº 14.515/2022 – Lei do Autocontrole e da Harmonização dos Procedimentos da Legislação Agropecuária – Interface com a Legislação de Sementes; Peticionamento eletrônico intercorrente no sistema SEI – Envio de Relatórios ao Mapa; e a Lei nº 14.515 /2022, que trata das cadeias produtivas do agronegócio reguladas pelo Mapa , com ênfase na produção de sementes e mudas.

Com o apoio da Associação Paranaense de Produtores de Sementes (Apasem), foram realizados cinco eventos macrorregionais estrategicamente distribuídos no estado do Paraná, nos municípios de Ponta Grossa, Londrina, Campo Mourão, Cascavel e Pato Branco.

Os treinamentos, com carga horária de 12 horas, foram ministrados pelos auditores fiscais federais agropecuários Camila Vieira e Ildomar Fischer, e pela engenheira agrônoma Daniela Peles.

No total, 420 profissionais participaram da jornada, sendo a maioria os responsáveis técnicos (RT’s) pela produção de sementes e de laboratórios de análise, proprietários de empresas, gerentes de Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS´s), auxiliares dos RTs que operam o Sistema Nacional de Sementes e Mudas (SNSM) e os sistemas operacionais do Mapa.

Além da Apasem, o evento teve o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA/PR), da Embrapa Soja, da Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel (AREAC), da Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda (Coamo) e da Cooperativa Agropecuária Tradição (Coopertradição).

Fonte e Foto: Ministério da Agricultura

Soja - colheita. Fotos:Jaelson Lucas / Arquivo AEN

Exportações do Paraná alcançam US$ 14,4 bilhões entre janeiro e julho, alta de 13,3%

Com crescimentos sucessivos nas exportações, o comércio exterior do Paraná movimentou US$ 14,4 bilhões (R$ 70,8 bilhões na cotação atual) entre janeiro e julho deste ano, um avanço de 13,3% na comparação com os primeiros sete meses de 2022, quando fechou em US$ 12,7 bilhões. Com o recorde da safra deste ano, o agronegócio lidera a lista de produtos exportados pelo Estado, com destaque para a soja em grão, carne de frango in natura, farelo de soja e cereais.

A soja responde por 22,9% das exportações paranaenses e movimentou US$ 3,3 bilhões entre janeiro e julho, um crescimento de 52,3% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 2,1 bilhões). Maior produtor avícola do País, o Paraná também comercializou para outros países US$ 2,2 bilhões em carne de frango in natura, alta de 5,5% em relação ao período anterior (US$ 2,1 bilhões). Na sequência está o farelo de soja, com US$ 1,1 bilhão movimentados, aumento de 12,7%.

O levantamento foi feito pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Ipardes), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O maior crescimento foi observado na exportação de torneiras e válvulas, que avançou 187,1%, passando de US$ 35,5 milhões nos primeiros sete meses de 2022 para US$ 101,9 milhões para o mesmo período de 2023. Máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração também se destacaram, com crescimento de 95,1%, de US$ 116,7 milhões para US$ 227,7 milhões de um ano para outro.

No agronegócio, o produto que mais aumentou a movimentação foi os cereais, com aumento de 71,3%. É o quarto mais exportado pelo Estado, passando de US$ 338 milhões nos primeiros sete meses do ano passado para US$ 579 milhões no mesmo período deste ano. A lista completa das exportações paranaenses pode ser conferida neste link .

Países

Os produtos paranaenses chegam a mais de 200 destinos ao redor do globo, mas o principal comprador é a China, com US$ 3,7 bilhões movimentados no período, um quarto de tudo que é exportado pelo Paraná. O valor representa uma diferença de US$ 1,2 bilhão em relação ao período anterior, ou uma alta de 48,9%.

A Argentina ultrapassou os Estados Unidos como o segundo principal parceiro comercial do Estado e adquiriu US$ 1 bilhão em produtos paranaenses nos primeiros sete meses deste ano, 46,3% a mais que no mesmo período de 2022 (US$ 685,2 milhões). Já o comércio para os Estados Unidos chegou a US$ 810 milhões, uma redução de 22,5% em relação ao US$ 1 bilhão movimentado no ano passado.

Também são importantes parceiros comerciais o México (US$ 598,2 milhões), Coreia do Sul (US$ 441,6 milhões), Índia (US$ 410,7 milhões), Japão (US$ 415,1 milhões), Países Baixos (US$ 398,5 milhões), Paraguai (US$ 326 milhões)e Peru (US$ 307,2 milhões).

Balança comercial

O Paraná fechou os primeiros sete meses do ano com superávit de US$ 4 bilhões na balança comercial, mostra o levantamento do Ipardes. As importações do Estado no período somaram US$ 10,3 bilhões (R$ 51 bilhões), uma redução de 18,7% na comparação com janeiro a julho de 2022, quando chegou a US$ 12,7 bilhões.

Os produtos mais importados foram os adubos e fertilizantes, com movimento de US$ 1,2 bilhão neste ano. Os itens, porém, foram os que apresentaram a maior redução nas compras internacionais do Estado no período, com queda 52,9%. Nos primeiros sete meses de 2022, chegaram a movimentar US$ 2,6 bilhões, respondendo a 20,8% das importações paranaenses, sendo que agora esse número equivale a 12,1%.

Na sequência estão os óleos e combustíveis, com movimento de US$ 979,8 milhões, 18,6% a menos que janeiro a julho do ano passado (US$ 1,2 bilhão). As autopeças também têm uma importante participação nas importações, com movimento de US$ 729 milhões, alta de 6,6% (US$ 684 milhões).

Fonte: AEN Foto: Jaelson Lucas

04.10-PORTO

Porto de Paranaguá: novo ‘moegão’ reorganizará descargas ferroviárias

O projeto da nova estrutura do moegão do Porto de Paranaguá foi apresentado nesta segunda-feira. A obra de R$ 592 milhões vai centralizar as descargas de grãos e farelos. O diretor empresarial da Portos do Paraná, André Luiz Pioli, explica como a expansão pode melhorar o transporte de cargas.

O novo moegão terá capacidade para descarregar simultaneamente 180 vagões em até quatro horas, dobrando a capacidade atual. Os granéis sólidos serão enviados aos 11 terminais interligados do Corredor Leste.

Segundo o Governo do Estado, o moegão pode reduzir mais de 70% da emissão de CO2 e gerar economia de 30% nos custos de transporte. O projeto vai ser executado pelo Consórcio Tucumã. A expectativa é que as obras sejam iniciadas nos próximos meses, depois de análise e ajustes, com cronograma de entrega de 20 meses.

Fonte: BandNews Foto: Divulgação

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Portaria federal reforça alerta da Adapar sobre importância do vazio sanitário da soja

Uma portaria do Ministério da Agricultura e Pecuária, publicada na última quinta-feira (3), reforça a orientação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) sobre a importância de os produtores respeitarem o vazio sanitário da soja. A portaria atualiza o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, com o objetivo de congregar ações estratégicas de defesa sanitária vegetal. O período em que é proibido cultivar ou manter plantas vivas de soja no campo continua sendo uma das principais armas para o controle da praga Phakopsora pachyrhizi.

A Adapar é responsável pela fiscalização da adoção dessa medida fitossanitária no Paraná. Além da fiscalização, cabe à agência normatizar complementarmente e estabelecer procedimentos operacionais para a execução do programa. O vazio sanitário paranaense começou em 10 de junho e se estende até 10 de setembro.

“O principal objetivo da Adapar é orientar os produtores para que obedeçam às leis que visam garantir a sanidade vegetal e animal no Estado, e o vazio sanitário é importante nesse sentido”, disse o coordenador do programa de Vigilância e Prevenção de Pragas em Cultivos Agrícolas e Florestais da Adapar, Marcílio Martins Araújo.

Segundo ele, a conscientização por parte dos produtores de que é preciso erradicar toda planta de soja nesse período de 90 dias evita surtos precoces da doença, o que acarretaria em maiores custos e mais trabalhos para o controle. “É uma ação totalmente a favor do próprio produtor”, acentuou Araújo. “Além de evitar notificações e autuações por parte dos fiscais da Adapar”.

Cabe à Adapar o cadastro de produtores, monitoramento da ocorrência da praga durante a safra e fiscalização quanto ao vazio sanitário e ao calendário de semeadura.

Ajustes

A nova regulamentação emitida pelo governo federal promove ajustes no modelo de governança do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, conferindo à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária maior autonomia no estabelecimento das medidas de prevenção e controle da doença, na condição de Instância Central e Superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).

“Para o controle adequado da doença e a mitigação dos potenciais prejuízos que ela pode causar à cadeia produtiva da soja, devem ser considerados diversos aspectos, entre eles medidas de redução do inóculo do fungo e o manejo da resistência de fungicidas. Considerando que a soja é cultivada na maioria dos estados brasileiros, as medidas oficiais estabelecidas devem abranger os resultados que se pretende alcançar em nível nacional”, explica a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane Castro.

Fonte e Foto: AEN

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Mudança no tempo na primeira semana de agosto

Ao longo da primeira semana de agosto, o grande destaque do tempo segue com as temperaturas muito acima da média histórica. Essas temperaturas, quase sempre, serão acompanhadas de baixíssimos índices de umidade – combinação que vem reduzindo a disponibilidade de umidade no solo.

Contudo, as projeções indicam mudanças no tempo na entrada da próxima semana. Essa mudança, vem na forma de uma frente fria com intensidade suficiente para quebrar o padrão de bloqueio e avançar sobre áreas do sudeste e centro-oeste.

Pontualmente – se as projeções se confirmarem – as chuvas nesta primeira semana de agosto, podem superar a média do que seria esperado para o mês inteiro em algumas áreas do centro-oeste – considerando que a média de chuva para o mês é muito baixa.

De maneira geral, essas chuvas serão positivas para as lavouras, principalmente para o trigo na região Sul, o qual a semeadura de 2023 está praticamente finalizada e as lavouras estão majoritariamente em desenvolvimento vegetativo. Na região centro-oeste, as chuvas podem interromper as atividades de colheita do milho e algodão, mas beneficiará as lavouras mais tardias, além de reduzir o estresse térmico.

Sul

Praticamente durante todo o período desta semana, o tempo será seco e quente. A mudança vem a partir da próxima segunda-feira (07) com a formação e avanço de uma nova frente fria, que deve trazer volumes expressivos em um curto período de tempo. Esses volumes são muito positivos para as lavouras de trigo que estão em emergência e desenvolvimento vegetativo. Até mesmo as operações de colheita sofrerão pouco ou nenhum impacto em relação a essas chuvas previstas. Não há previsão de frio intenso e nem ocorrência de geadas no decorrer deste período.

Fonte: Agrolink

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Seminários vão debater resultados de 10 anos do manejo integrado de pragas e doenças

O IDR-Paraná, a Embrapa e a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) iniciam no próximo dia 8 (terça-feira) uma série de seminários em todo o Estado para discutir com agricultores a produção de grãos sustentáveis. Serão apresentados os resultados obtidos pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID) nas últimas dez safras no Paraná.

Entre os ganhos imediatos dessa tecnologia estão a redução do uso de inseticidas e fungicidas, menor exposição dos agricultores a esses produtos, queda nos custos de produção e a promoção de uma agricultura mais biológica. O primeiro seminário será em Pato Branco, no Sudoeste, e se destina a agricultores já assistidos pelos profissionais do Instituto, lideranças e a quem ainda não conhece o MIP e MID.

De acordo com Edivan José Possamai, coordenador estadual do programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, os extensionistas acompanharam 1.639 produtores que adotaram o MIP nas últimas dez safras. Foi possível observar uma redução média de 53% das aplicações de inseticidas.

“Os produtores acompanhados fizeram 1,7 aplicação, enquanto os não adotadores chegaram a 3,6 aplicações. Além disso, houve um atraso, em média, de 27 dias para realização da primeira aplicação de inseticida pelos produtores assistidos”, explicou. A rentabilidade desses agricultores também apresentou um aumento médio de duas sacas por hectare, em virtude da diminuição dos custos.

Na safra 2022/2023 o ganho foi ainda maior. Nas 165 lavouras acompanhadas, o número de aplicações de inseticidas caiu de três para uma, durante todo o ciclo da lavoura. Outro aspecto relevante foi que 40% das lavouras não aplicaram inseticidas nas culturas. Nos cultivos onde o produto foi aplicado, a operação foi realizada, em média, 25 dias depois dos produtores que não aplicaram o MIP.

Mais rentabilidade

A ferrugem asiática é a principal doença que ataca a soja no Estado, podendo causar sérios prejuízos para o produtor. Não bastasse esse dano, o uso de fungicidas em grande quantidade pode comprometer a lucratividade das lavouras. Para fazer frente a esse desafio, os extensionistas incentivam a implantação do Manejo Integrado de Doenças (MID), que vem comprovando ser uma tecnologia eficiente para controlar a ferrugem.

Nas últimas sete safras, 1.315 lavouras foram acompanhadas pelos extensionistas. “Em média o número de aplicações de fungicidas reduziu de 2,6 para 1,6 (38%), quando se compara quem adotou o MID e quem não usou essa tecnologia”, explicou Possamai. A rentabilidade aumentou 1,5 saca/ha, em média, já que o custo de produção diminuiu.

A aplicação de fungicida também foi feita mais tarde, 17 dias depois dos agricultores que não adotaram o MID. Na safra 2022/2023, esse adiamento da aplicação de fungicida caiu um pouco, 16 dias. No entanto, as 165 lavouras que adotaram a tecnologia reduziram de 3,5 para 2,2 aplicações de inseticidas (37%), em média.

Em uma pequena parcela das lavouras, 4%, os produtores sequer usaram fungicidas para combater a ferrugem. Isso foi possível graças ao monitoramento dos plantios e ao uso de coletores de esporos. Esses equipamentos foram distribuídos nas regiões das propriedades assistidas para identificar a presença de esporos, os agentes que causam a ferrugem. Os produtores foram orientados a usar os fungicidas somente quando as condições climáticas, combinadas com a presença de esporos, favorecessem o desenvolvimento da doença, eliminando o uso desnecessário do insumo.

Seminários

Esses resultados serão mostrados aos produtores nos seminários regionais que acontecerão nos seguintes municípios: Pato Branco (dia 08), Cascavel (dia 09), Campo Mourão (dia 15), Cianorte (dia 16), Londrina (dia 24), Tibagi (dia 29) e Cornélio Procópio (dia 30). Os encontros começam sempre às 8h e vão até as 12h30.

Além dos resultados dos dez anos do Programa Grãos Sustentáveis MIP/MID, os extensionistas ainda vão debater os resultados do uso da coinoculação em soja, o manejo do solo e rotação de culturas, a importância das boas práticas agrícolas, a integração lavoura-pecuária-floresta, a recuperação de pastagens degradadas e a apresentação dos resultados preliminares da qualidade e conservação do solo, obtidos nos estudos da Rede Paranaense de Agropesquisa. Informações e inscrições nos escritórios do IDR-Paraná de cada região.

Fonte: AEN

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Tecnologia minimiza impacto de mudanças climáticas na agricultura

Os produtores rurais estão apostando cada vez mais na tecnologia para mitigar os efeitos adversos causados pelas mudanças climáticas nas lavouras. Estudos conduzidos por entidades do setor e instituições acadêmicas podem beneficiar agricultores e consumidores.

Isso porque a agricultura é especialmente vulnerável a eventos extremos, tais como períodos prolongados de chuva, estiagem e temperaturas muito altas ou baixas. Mas 44% dos brasileiros, segundo pesquisa recente do Ipec, não relacionam a alta dos preços de alimentos ao clima. Naturalmente, há outras razões, como custo do frete, sazonalidade da produção e combustíveis. Mas não é mais possível negar que certos itens sofrem bastante com a forte oscilação de fatores naturais.

Nos últimos 12 meses, por exemplo, o mamão, o maracujá, o morango e todos os tubérculos subiram quase 40%, bem acima da inflação oficial (IPCA). Nesses casos, o clima foi determinante.  As chamadas quebras de safra prejudicam o fornecimento desses gêneros alimentícios, gerando desequilíbrio de valores quando comparados a outros produtos.

Na tentativa de equacionar esses problemas, cientistas brasileiros desenvolvem novas gerações de plantas, no Laboratório de Meio Ambiente da Embrapa, em Jaguariúna (SP). Uma bactéria extraída do mandacaru, espécie típica do semiárido nordestino, já é aplicada com sucesso em plantações de milho. Sob condições de seca, esse agente produz substâncias que hidratam a raiz, fazendo-a crescer mais à procura de nutrientes e água, suportando por mais tempo a estiagem. Apenas 4 ml de líquido contendo a bactéria são misturados a um 1 Kg de sementes. A descoberta é resultado de doze anos de pesquisa.

A nova tecnologia já foi registrada no Ministério da Agricultura para, além do milho, ser usada na soja. Também já foram feitos testes em culturas de cana de açúcar e café. Todos esses produtos são seguros e abrem novos horizontes de pesquisa para enfrentar as mudanças no clima. Extraídos da própria natureza, não trazem risco à saúde humana e já minimizam, sobretudo, os efeitos da seca em várias regiões do País.

Giampaolo Pellegrino*, pesquisador da Embrapa, conversou com a SNA sobre esses novos paradigmas, ressaltando que certas culturas tendem a migrar para regiões mais moderadas em termos de temperatura, para fugir dos extremos de frio e calor. Além desse movimento, há a questão do desequilíbrio trazido por eventos esporádicos, como secas ou enchentes, que impactam gravemente a produção. Para ele, a abordagem deve acompanhar as vertentes de mitigação, isto é, reduzir os efeitos inerentes à própria atividade agrícola, como as emissões de carbono; e de adaptação, ou seja, adequar os métodos e técnicas às situações ligadas ao aumento médio da temperatura global e sua repercussão.

Nesse sentido, ele salienta que o melhor controle dos recursos hídricos é fundamental, pois a disponibilidade de água tende a cair em muitos dos cenários de oscilação climática. Pellegrino destaca também o Plano ABC da Embrapa, que busca justamente fomentar as práticas sustentáveis como estratégias de recuperação de pastagens e tratamento de dejetos animais. Adotadas em larga escala, possuem grande potencial de mitigação de emissão de gases geradores do efeito estufa.

Pellegrino aponta o sistema de plantio direto, e a fixação biológica de nitrogênio como bons exemplos em que o manejo e o aprimoramento genético caminham juntos, uma vez que a matéria orgânica é preservada sem o revolvimento do solo, enquanto as raízes não precisam de tanto fertilizante, já que as substâncias são inoculadas nas raízes.

Por fim, Pellegrino lembra que todo esse conjunto visa também aumentar a competitividade do setor, além de cumprir as metas assumidas pelo Estado Brasileiro em acordos internacionais. Ele explica, também, a Integração – Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF), uma forma de diversificação e intensificação da produção, com aumento de renda, manejo mais qualificado e eficiente, maior sustentabilidade e adaptação do sistema produtivo. Com efeito, há menos emissões e um balanceamento mais equilibrado de carbono.

*Giampaolo Queiroz Pellegrino é pesquisador da Embrapa Agricultura Digital na área de Mudanças Climáticas Globais e coordenador do Portfólio de Pesquisa em Mudanças Climáticas da Embrapa. É engenheiro florestal pela USP, com mestrado em agronomia, também pela USP, e doutorado em Engenharia Agrícola pela Unicamp. Sua experiência tem ênfase em Agrometeorologia, atuando principalmente nos temas mudanças climáticas globais e seus impactos na agricultura; análise de tendências; modelagem ambiental e simulação de cenários.

Fonte: Mais Soja via Marcelo Sá/Equipe SNA Foto: Divulgação