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Paraná alcança marca de 1 gigawatt de energia em geração distribuída no meio rural

O Paraná alcançou a marca de 1 gigawatt (GW) de energia produzida em geração distribuída no meio rural. Essa quantidade é suficiente para abastecer uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes. Desta produção, 86,25% são provenientes do Programa Paraná Energias Renováveis (RenovaPR), que acaba de completar quatro anos, colocando-se entre os mais exitosos dos últimos anos no setor rural do Estado.

Até agora foram feitas 38.830 novas ligações em geração distribuída. Desse volume, 10.107 passaram pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), totalizando quase R$ 1,6 bilhão. São empreendimentos voltados principalmente para painéis solares e sistemas de biodigestão.

O RenovaPR oferece, por meio do Banco do Agricultor Paranaense, subvenção de juros para geração de energia renovável no campo. Para agricultores familiares os juros podem ser zerados; para médios e grandes os abatimentos são proporcionais. Normalmente as parcelas são pagas com os recursos economizados na fatura. O programa também tem cadastradas mais de 700 empresas para desenvolver projetos de energia solar e 25 especializadas em biogás/biometano.

Os financiamentos totais que passaram pelo Banco do Agricultor Paranaense alcançam R$ 5,8 bilhões desde 2021, quando o programa foi instituído. O aporte do Governo do Estado para equalizar os juros foi de R$ 260 milhões. Os recursos são do Estado, por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), operacionalizado pela Fomento Paraná.

“Os novos números vêm comprovar que o Paraná é um dos maiores produtores de energia limpa do mundo e o Renova Paraná fez uma grande transformação no campo baixando o custo de produção para o produtor rural com energia limpa”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.

O coordenador do RenovaPR, Herlon Goelzer de Almeida, salientou que os resultados mostram que o Paraná tem no setor rural 11,8% das unidades instaladas com geração própria de energia e que respondem por quase 18% da potência instalada. O investimento tem possibilitado que os produtores rurais economizem de 85% a 95% na conta de luz.

“Significa que os produtores rurais receberam uma boa proposta para sua produção, para suas necessidades agropecuárias, que é a geração própria de energia, e encontraram no Programa RenovaPR o ancoradouro das suas pretensões para resolver principalmente o problema que tínhamos para a produção de proteínas animais”, disse Almeida.

“É mais uma afirmação de que o Renova Paraná conseguiu, com os apoios do Governo do Paraná, do setor financeiro, e das entidades da agropecuária, difundir o programa e alcançar o objetivo que é dotar o Paraná de um sistema forte de geração própria e potência firme para sustentar a produção de proteína animal paranaense”, acrescentou.

Fonte: AEN Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

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Agronegócio cresce 10,1% no 2º trimestre e puxa alta do PIB

A agropecuária brasileira registrou crescimento de 10,1% no segundo trimestre de 2025 em comparação com igual período de 2024. No mesmo intervalo, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional avançou 2,2%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o resultado do setor foi impulsionado pelo desempenho de algumas culturas. “Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE de agosto, produtos com safras significativas no segundo trimestre foram determinantes para esse avanço”, informou a pasta.

Entre os destaques na estimativa de produção anual e ganho de produtividade estão milho, com crescimento de 19,9%, soja (14,2%), arroz (17,7%), algodão (7,1%) e café (0,8%).

Ainda conforme o IBGE, no acumulado do primeiro semestre de 2025 o PIB cresceu 2,5% frente ao mesmo período de 2024. O desempenho foi positivo nos três setores: Agropecuária (10,1%), Indústria (1,7%) e Serviços (2,0%).

Nos quatro trimestres encerrados em junho de 2025, o PIB acumulado avançou 3,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O IBGE destacou que a taxa resultou da alta de 3,0% no Valor Adicionado a preços básicos e de 4,2% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Nessa base de comparação, a Agropecuária cresceu 5,8%, a Indústria 2,4% e os Serviços 2,9%.

Fonte e Foto: Agrolink

Safra da soja  -  Foto: Gilson Abreu/AEN

Plantio da soja começou nesta segunda-feira no Paraná

O vazio sanitário da soja terminou, no último dia (31), para as regiões Norte, Noroeste e Oeste do Paraná. Com isso, os produtores estão liberados a dar início à semeadura, cujo período se estende até 31 de dezembro. O vazio sanitário é um período de 90 dias contínuos em que o plantio é proibido por conta do risco da ferrugem asiática, doença fúngica que atinge a plantação. Já a época recomendada para o plantio se estende por 120 dias, após o fim do vazio sanitário.

No Paraná, há três períodos de vazio sanitário para a soja. Para a safra 2025/2026, a portaria 1.271, do Ministério da Agricultura e Pecuária, de 30 de abril de 2025, estabeleceu os seguintes períodos: Nas regiões Norte, Noroeste e Oeste, de 2 de junho a 31 de agosto, com o plantio seguindo de 1º de setembro a 31 de dezembro. No Sudoeste, o vazio sanitário vai de 12 de junho a 10 de setembro, com o período de plantio seguindo de 11 de setembro a 10 de janeiro. E no Sul e Centro-Sul, o período em que não é permitido o plantio é de 21 de junho a 19 de setembro, sendo recomendado entre 20 de setembro e 20 de janeiro.

“Plantar fora do período recomendado é um risco muito grande, não apenas para quem desobedecer as regras, como para os demais produtores por conta do aumento da possibilidade de surgimento de doenças e de perdas por adversidades climáticas”, explica o engenheiro agrônomo Flávio Turra, gerente de Desenvolvimento Técnico do Sistema Ocepar. Ele alerta que o não cumprimento da recomendação do vazio sanitário pode implicar em multa e destruição da lavoura plantada. Além disso, caso o produtor não observar o calendário de plantio pode perder o direito de acessar o crédito rural e o seguro agrícola.

Turra orienta alerta também para a importância de observar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), estabelecido pelo Ministério da Agricultura.  O Zarc é um programa que identifica as épocas ideais para plantio de diversas culturas, minimizando riscos de perdas devido a fenômenos climáticos. “É importante sempre seguir as orientações do engenheiro agrônomo que presta assistência técnica à propriedade”, diz.

Principal lavoura

A soja é a principal lavoura cultivada no Brasil sob o ponto de vista econômico. É a que tem o maior Valor Bruto de Produção (VBP), representando 23% do valor de toda a produção agropecuária do país, seguido da produção de carne bovina. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo. São produzidas, em média, por ano 169 milhões de toneladas, o que representa 40% da produção mundial. O segundo maior produtor são os Estados Unidos, com 28% da produção mundial. Em terceiro lugar vem a Argentina, com 12%. Ou seja, esses três países são responsáveis por 80% da produção mundial de soja.

No Paraná, a soja também é a principal, representando 26% de toda a produção agropecuária, seguida da produção de frango, que responde por 25% do agronegócio. Os sojicultores paranaenses produzem 21,5 milhões de toneladas, o que confere ao estado a segunda posição no ranking nacional.  O líder da produção é Mato Grosso, com 50 milhões de toneladas. Em terceiro lugar vem Goiás, quase empatando com o Paraná, com produção anual 20,4 milhões de toneladas.

Agregação de valor

“Como o Paraná não tem mais área disponível para ampliar o plantio, o foco está sendo transformar a produção, o que é positivo porque agrega valor”, observa Flávio Turra. Segundo ele, nesse segmento se destaca a agroindustrialização, com a destinação da soja para insumos para a avicultura e a suinocultura. “É a transformação da soja em proteína animal, especialmente a produção de carne de frango”, explica, acrescentando que as cooperativas têm papel fundamental nesse processo, com elevados investimentos em agroindústrias.

As agroindústrias das cooperativas do Paraná detêm metade da capacidade estática de esmagamento de soja do estado. São 41 mil toneladas processadas por dia, sendo transformada em óleo, grão e farelo. Cerca de 68% da produção total de soja do Paraná passa pelas cooperativas. Boa parte fica no estado exatamente para ser transformada em ração para a produção de frango.

“No Paraná, essa é uma tendência. Vamos ver cada vez mais soja ficando aqui para ser transformada em ração”, prevê Turra. Além disso, segundo ele, o grão começará também a ser bastante demandado para a produção de biodiesel. Em junho último, o governo federal determinou o aumento de 14% para 15% do percentual de biodiesel na composição do diesel como forma de ter um combustível menos poluente. Até 2030 a previsão é de aumento da mistura de 15% para 20%. O biodiesel de soja é um biocombustível renovável e menos poluente, produzido a partir do óleo extraído da soja. “É um outro uso da soja para agregar valor, ao mesmo tempo em que que viabiliza a produção de um combustível mais ecológico”, pontua.

Fonte: Sistema Ocepar Foto: AEN

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Fretes de grãos têm alta em várias regiões do Paraná

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou, por meio do Boletim Logístico de agosto, divulgado na úlitma sexta-feira (29), que os fretes para o transporte de grãos no Paraná apresentaram variação em julho, de acordo com a região.

Segundo a Conab, houve aumento na demanda por fretes em relação ao mês anterior, impulsionado pela elevada procura por armazenagem por parte de tradings, cooperativas e cerealistas. A escassez de espaço nos armazéns, somada à forte demanda pelos grãos, resultou em elevação inesperada nos preços.

No caso da soja, a alta nos fretes foi de 11,11% em Cascavel, 13,33% em Campo Mourão e 61,64% em Ponta Grossa. Para o milho, a variação positiva foi de 8% nos embarques com destino ao Rio Grande do Sul e de 13,33% para Paranaguá.

Em relação à comercialização, a Conab informou que 81,3% do milho da safra 2024/25 e 68,6% da soja da primeira safra já foram negociados. O milho da segunda safra teve 64% da área colhida e 33,6% da produção comercializada. Na região de Toledo, o índice de colheita chegou a 88% e a comercialização a 26,4%.

O feijão da safra 2024/25 já foi totalmente colhido, com 97,5% da produção comercializada, especialmente em Pato Branco e Ponta Grossa. No caso do feijão de segunda safra, 100% da área foi colhida e 71,6% da produção já foi negociada. Em Pato Branco, houve movimentação do produto apenas para São Paulo, com estabilidade nos fretes. Em Ponta Grossa, os preços foram direcionados ao Rio de Janeiro e a São Paulo, também sem alterações em relação a junho.

Fonte: Agrolink/Seane Lennon Foto: Canva

Composição Grãos de Feijão - Catálogo 2012

Pequenas lavouras de feijão são maioria no Brasil, mas as grandes produções a maior parte

A maioria dos produtores de feijão do Brasil plantam rendimentos menores que cinco hectares. Essas áreas abrangem cerca de 97% de unidades produtoras do grão no País, localizadas em 533,5 mil propriedades rurais. No entanto, o maior volume produzido vem de grandes trabalhos, que são minorias. Esse é o resultado de uma pesquisa da Embrapa Arroz e Feijão (GO) que levou em conta a área plantada entre os seis principais estados produtores de leguminosas (Paraná, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Bahia) e os grupos comerciais pretos e núcleos (carioca, roxinho, mulatinho etc).

O estudo utilizou informações do último Censo Agropecuário 2017, publicado em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ). Para efeito de análise, houve uma adaptação de dados para classificação em três categorias: pequenas lavouras com áreas plantadas com feijão menores que cinco hectares; médias de trabalho com áreas entre cinco e menores que cinquenta hectares; e grandes áreas com áreas a partir de cinquenta hectares.

As atividades menores de que cinco hectares (que abrangem 97% dos estabelecimentos que produzem feijão no Brasil) podem fazer parte ou estar situadas em grandes, médias ou pequenas propriedades rurais. “O tamanho da lavoura de feijão diz respeito especificamente à área de cultivo e não equivale necessariamente ao tamanho da propriedade rural ou do estabelecimento agropecuário produtor onde ela está localizada”, explica o socioeconomista da Embrapa, Alcido Wander , um dos responsáveis ​​pelo estudo.

Maior parte da produção equipamentos em grandes trabalhos

Ainda de acordo com Wander, embora numericamente predominem no País lavouras de feijão em áreas menores do que cinco hectares, são as grandes plantações do grão, com tamanho igual ou superior a 50 hectares, as responsáveis ​​pela maior parte da produção total, ou seja, aproximadamente 3 mil grandes lavouras produtoras de feijão (0,5% do total) colhem mais de 1,2 milhão de toneladas do grão, o que representa 75% da produção, obedecendo ao recorte dos seis principais estados produtores.

Uma outra constatação dessa pesquisa é que 87% do total de feijão produzido, em torno de 1,5 milhão de toneladas, foram vendidos e abasteceram o mercado; e pouco mais de 200 mil toneladas, isto é, aproximadamente 13% da produção, não chegam às negociações e indicam autoconsumo pelas propriedades rurais. Mais detalhadamente, Wander apontou que “em lavouras com até cinco hectares, o autoconsumo representou 59% da produção no caso do feijão de cor (grãos carioca, roxinho, mulatinho) e 38% no caso do feijão preto”, complementa.

O pesquisador ainda fez outra observação: a inserção da diferenciação entre feijão de cor e feijão preto para efeito de análise pode ter levado à contagem dupla de alguns estabelecimentos rurais que produziram o grão. “Do ponto de vista metodológico, atualmente-se que as propriedades rurais plantaram um ou outro tipo de feijão, mas, na prática, é possível que alguns produtores tenham plantados ambos os tipos de feijão”, esclarece. Assim, o número total de estabelecimentos, cerca de 550,5 mil, pode ser um pouco maior do que o número real.

O futuro do feijão

Considere que a produção brasileira de feijões ao longo do tempo tem sido ajustada ao consumo interno. De acordo com ele, nos últimos dez anos, a produção no Brasil tem oscilado entre 2,5 milhões de toneladas e 3,4 milhões de toneladas. Já as miudezas chegam perto de 100 milhões de toneladas por ano. Esses volumes têm ajudado o País a manter o abastecimento interno, acrescentando ainda uma contribuição que varia entre 130 milhões de toneladas e 450 milhões de toneladas do grão dos estoques de passagem, que representam a quantidade de produto armazenado e disponível ao fim de dezembro de cada ano. “O consumo aparente per capita de feijões nos últimos dez anos tem dado sinais de queda, chegando a 13,2 quilos por habitante ao ano”, acrescenta Wander.

Um fato relatado pelo pesquisador é que as exportações de feijão vêm superando as importações em anos recentes. Segundo levantamento realizado a partir de informações adaptadas da Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ), o Brasil tornou-se um exportador líquido em feijões. A balança comercial se inverteu a partir da safra 2017/18, quando o País passou a comercializar entre 136 mil toneladas e 223 mil toneladas no mercado mundial. Se para apenas a safra 2023/24 considerada, houve uma exportação de aproximadamente 150 mil toneladas de feijão, um aumento de 22% em relação a dez anos atrás”, concluiu Alcido.

No que diz respeito às projeções para o mercado de feijão, o pesquisador aponta que a expectativa, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária ( Mapa ), é de queda no nível da produção de feijões, chegando a 2,9 milhões de toneladas até 2032/33. Isso representa redução de 5% considerando o período de dez anos (safra 2022/23). O consumo esperado para 2032/33 é de 2,7 milhões de toneladas e as estimativas estimadas são de 65 mil toneladas em 2032/33.

“Essas projeções de longo prazo podem se confirmar, caso as condições do passado recente sigam as mesmas. Porém, se houver mudanças, como aumento de exportações, aumento de consumo interno, esses números poderão ser maiores”, prevê Wander.

Fonte: Rodrigo Peixoto/Embrapa Arroz e Feijão Foto: Sebastião Araújo

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Trigo segue travado no Sul

No Paraná, a safra apresenta 83% das lavouras em boas condições

O mercado de trigo no Sul do Brasil segue travado, refletindo o início difícil da safra 2025/26. Segundo a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul a comercialização permanece lenta devido ao bom abastecimento dos moinhos e à baixa disponibilidade de cereal. As indicações de compra giram em torno de R$ 1.250,00 no interior, enquanto as vendas aparecem próximas a R$ 1.300,00. Há também trigo branqueador ofertado a R$ 1.650,00 FOB em Lagoa Vermelha. A expectativa é de que, em setembro, os estoques da safra velha se esgotem, ficando integralmente nas mãos da indústria.

Na safra nova, cerca de 90 mil toneladas já foram negociadas, sendo 60 mil destinadas à exportação e 30 mil aos moinhos, mas sem novos avanços recentes. O atraso do ciclo tem mantido o mercado sem tração, com compradores evitando apresentar preços e vendedores rejeitando ofertas consideradas baixas. No mercado externo, os preços para embarque em dezembro ficaram em R$ 1.250,00, com possibilidade de entrega de trigo de ração com deságio de 20%.

Em Santa Catarina, o cenário também é de lentidão. Não há negócios novos de safra, e os vendedores seguem apenas administrando contratos já firmados, diante de problemas de qualidade. A oferta abundante de trigo gaúcho tem impedido altas nos preços, que se mantêm entre R$ 1.300,00 e R$ 1.330,00 FOB. Os preços pagos aos produtores recuaram em algumas regiões, como Canoinhas e Xanxerê, mas se sustentaram em praças como Rio do Sul e São Miguel do Oeste.

No Paraná, a safra apresenta 83% das lavouras em boas condições, mas os vendedores continuam recusando os preços oferecidos pelos compradores. O mercado spot caiu levemente para R$ 1.400,00 CIF e, no futuro, para R$ 1.300,00 CIF moinho. Já o trigo importado segue competitivo, com ofertas do Paraguai e da Argentina em valores entre US$ 240 e US$ 270 por tonelada. Apesar disso, o preço médio pago ao produtor recuou 0,57% na semana, reduzindo a margem de lucro, que caiu de 4,09% para 3,5%.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Brasil mantém liderança global na exportação de algodão em 2024/25

O Brasil consolidou sua posição como maior exportador mundial de algodão na safra 2024/25, alcançando um novo recorde histórico. Entre agosto de 2024 e julho de 2025, foram embarcadas 2,83 milhões de toneladas de pluma, volume 6% superior às 2,68 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior.

O desempenho reafirma a efetividade do programa Cotton Brazil, criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e apoio da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).

Estratégia internacional fortalece presença do algodão brasileiro

O Cotton Brazil tem investido em missões técnicas, rodadas de negócios e intercâmbios com foco nos principais países compradores. Em 2024, foram realizadas nove missões internacionais: cinco na Ásia, três na Europa e uma no Brasil, a chamada Missão Compradores, que trouxe importadores para conhecer de perto a produção nacional.

Ao todo, a agenda percorreu 16 países, incluindo China, Índia, Vietnã, Turquia, Egito e Bangladesh. Além disso, a presença em feiras e encontros setoriais consolidou a relação com indústrias têxteis, varejistas e representantes governamentais.

“Crescemos em praticamente todos os países prioritários, o que mostra que a estratégia adotada vem gerando resultados concretos”, afirmou Gustavo Piccoli, presidente da Abrapa.

Índia e Egito ampliam participação

Entre os países compradores, a Índia foi a nação que mais expandiu as importações de algodão brasileiro no ciclo 2024/25, com aumento de 1.777% em relação ao período anterior. O Egito, que começou a adquirir pluma do Brasil apenas em 2023, elevou suas compras em 332%, enquanto o Paquistão registrou alta de 200%.

A China, por outro lado, reduziu em 65% suas importações totais de algodão, incluindo do Brasil, reflexo da boa safra doméstica no país asiático.

Principais destinos e faturamento

O Vietnã liderou as importações, adquirindo 532,5 mil toneladas, equivalente a 19% do total exportado. Em seguida vieram o Paquistão (494,1 mil toneladas; 17%) e a China (458,9 mil toneladas; 16%).

No ano comercial, as exportações brasileiras movimentaram US$ 4,8 bilhões, valor 6% menor que em 2023/24, mas ainda acima do patamar histórico de US$ 4 bilhões.

“O resultado é expressivo, principalmente em um cenário de preços em queda no mercado global”, destacou Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa e coordenador do Cotton Brazil em Singapura.

Logística em destaque

Um dos marcos do período foi o volume exportado em janeiro de 2025, quando o Brasil embarcou 416 mil toneladas de algodão, mais que o dobro da média mensal de 200 mil toneladas.

“Esse resultado mostra a evolução do sistema logístico nacional e transmite maior segurança e confiabilidade aos importadores”, avaliou Duarte.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação

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Área plantada de algodão deve recuar 3,5% no Brasil

A safra brasileira de algodão 2025/26 deve registrar redução na área cultivada. De acordo com levantamento da StoneX, a projeção é de 2,04 milhões de hectares, volume 3,5% menor em relação ao ciclo 2024/25.

O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Raphael Bulascoschi, destacou que em Mato Grosso a retração será mais expressiva. “Produtores mato-grossenses projetam uma redução mais acentuada, com área de 1,44 milhão de hectares — queda de 75 mil hectares. Considerando uma produtividade dentro da tendência, a produção deve alcançar 3,7 milhões de toneladas no ano que vem, representando um recuo de 4,3% frente à safra atual”, afirmou.

Sobre o ciclo em andamento, Bulascoschi ressaltou que a produção recorde deve ser confirmada. “O cenário é diferente ao olhar para a safra 2024/25, em que a produção recorde de 3,9 milhões de toneladas da pluma deve se confirmar. Ainda assim, o excesso de umidade registrado em agosto pode ter comprometido a qualidade da pluma remanescente em Mato Grosso, fator que seguirá no radar do mercado brasileiro de algodão nas próximas semanas”, observou.

O levantamento da StoneX também indicou que os embarques de algodão perderam ritmo nas últimas semanas. Apesar disso, a expectativa é de exportações em torno de 2,9 milhões de toneladas em 2025, com maior intensidade nos embarques prevista para o quarto quadrimestre.

No mercado interno, a consultoria revisou para baixo a estimativa de consumo. Para a safra 2025/26, a nova projeção é de 685 mil toneladas, uma redução de 35 mil toneladas. Segundo Bulascoschi, a revisão reflete o baixo dinamismo do setor têxtil brasileiro, influenciado pelo ambiente macroeconômico adverso. “Apesar disso, a redução na produção mais do que compensou o ajuste no consumo interno, resultando em estoques finais menos folgados para o próximo ciclo, projetados em 3,08 milhões de toneladas de pluma”, concluiu o analista.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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ANTT propõe criação do Selo ESG Cargas para reconhecer transportadores responsáveis

Uma nova etapa para o transporte rodoviário de cargas no Brasil começa a ganhar forma. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) colocou em debate público a proposta de criação do Selo ESG Cargas, um instrumento de reconhecimento aos transportadores que adotam práticas sustentáveis, sociais e de governança no dia a dia da atividade. A iniciativa começou a ser discutida na última quinta-feira (21) em sessão híbrida da Audiência Pública nº 005/2025, na sede da Agência, em Brasília.

O selo será concedido, de forma voluntária, a transportadores devidamente registrados no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) que comprovem aderência a critérios ambientais, sociais e de governança. A medida busca valorizar quem movimenta o Brasil com responsabilidade, promovendo segurança viária, redução de emissões de gases de efeito estufa, proteção da biodiversidade, dignidade no trabalho e incentivo à diversidade e inclusão no setor.

Além do selo integral – voltado a quem cumprir simultaneamente os três pilares ESG – também estão previstos selos parciais, como “Selo Cargas Ambiental” ou “Selo Cargas Governança e Social”, válidos em todo o território nacional. O diferencial não é financeiro, mas reputacional: trata-se de um selo de credibilidade e confiança, que poderá ser usado pelos transportadores em materiais institucionais e comerciais, reforçando sua imagem no mercado.

Para garantir transparência, a avaliação será feita com base em dados oficiais, como registros de operações de transporte (CIOT e MDF-e), idade da frota e certificações reconhecidas, como o Programa MelhorAR, do Ministério dos Transportes. Estar em conformidade é essencial: empresas com irregularidades no RNTRC ou condenações relacionadas a trabalho infantil ou análogo à escravidão não poderão participar.

“O Selo ESG Cargas é um incentivo positivo que coloca o Brasil em sintonia com as melhores práticas internacionais de sustentabilidade. É um reconhecimento público a quem escolhe inovar, reduzir impactos e fortalecer a responsabilidade social no transporte rodoviário de cargas”, afirmou o superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (Suroc/ANTT), José Aires Amaral Filho.

A proposta faz parte da Agenda Regulatória 2025-2026 da ANTT, no eixo de transporte rodoviário e multimodal de cargas, e se baseia no conceito de regulação responsiva – que busca, não se resumir apenas no aspecto punitivo, mas sim estimular o setor a alcançar padrões cada vez mais elevados.

A sociedade poderá enviar contribuições até 6 de setembro pelo Sistema ParticipANTT, e participar ativamente da construção dessa política inovadora. Para a Agência, ouvir transportadores, especialistas e representantes da sociedade é parte essencial de um processo moderno, transparente e colaborativo.

Com o Selo ESG Cargas, a ANTT reforça o compromisso de aliar eficiência econômica com responsabilidade ambiental e social, preparando o transporte brasileiro para os desafios da mobilidade e da sustentabilidade no século XXI.

Fonte e Foto: Assessoria de Comunicação ANTT

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Soja: ferrugem asiática exige controle constante

A ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) segue como um dos principais desafios fitossanitários da sojicultura brasileira. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a doença pode reduzir em até 90% a produtividade em casos severos, sobretudo em áreas com condições climáticas favoráveis à sua ocorrência.

Patrick Santos, consultor de desenvolvimento de produtos da Tropical Melhoramento & Genética (TMG), destacou que a região Sul concentra os maiores focos da ferrugem, principalmente no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Segundo ele, fatores como maior tempo de molhamento foliar, temperaturas entre 15°C e 25°C, alta umidade relativa e chuvas frequentes favorecem o avanço do fungo nessas localidades.

Os fatores ambientais influenciam o comportamento cíclico da ferrugem asiática, que apresenta variações de intensidade entre as safras, apontou a TMG. O consultor reforçou que, em anos de maior pressão, quando a umidade se prolonga e as temperaturas permanecem amenas, o avanço da doença é mais rápido e severo.

“Nesses períodos, o manejo da doença exige cuidados intensificados, e combinar o uso de cultivares resistentes, com um bom programa de fungicidas, aplicações criteriosas, seguido do monitoramento constante, contribuem para o controle do fungo, e reduz consideravelmente as perdas em produtividade”, afirmou Santos.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação