Os preços da soja registraram nova valorização no mercado brasileiro ao longo da última semana, impulsionados por uma combinação de fatores que reforçam o apetite da demanda tanto no Brasil quanto no exterior. A procura da China, principal compradora do grão, segue intensa e elevou os prêmios de exportação nos portos nacionais, favorecendo a sustentação das cotações.
De acordo com informações divulgadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o movimento de alta foi limitado pelas recentes quedas no dólar e nos preços internacionais da oleaginosa. Além disso, o aumento nos custos de frete rodoviário, intensificado nas últimas semanas, tem reduzido a rentabilidade dos sojicultores brasileiros. O encarecimento logístico é apontado como um dos principais obstáculos no curto prazo.
O levantamento do Cepea também destaca que, diante desse cenário, muitos produtores têm optado por negociar contratos com entrega futura, deixando o mercado spot (de entrega imediata) em segundo plano. A expectativa é de que, com o avanço da colheita do milho safrinha e maior disponibilidade de caminhões, os preços do transporte rodoviário tendam a recuar nos próximos meses.
Essa estratégia de comercialização demonstra cautela por parte dos agricultores, que buscam maximizar a margem de lucro em um ambiente de incertezas cambiais e logísticas. Apesar do bom momento nas exportações, o custo elevado com transporte pode comprometer a competitividade do grão brasileiro no mercado global.
O cenário atual reforça a importância da eficiência logística e da gestão estratégica de contratos por parte dos produtores. Com o mercado externo atento ao fornecimento sul-americano, principalmente após as perdas registradas nos EUA, o Brasil segue como protagonista nas negociações da soja em 2024.
O Ministério da Agricultura e Pecuária atualizou o marco regulatório nacional para o combate ao greening (HLB), uma das doenças mais severas da citricultura
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) atualizou o marco regulatório nacional para o combate ao greening (HLB), uma das doenças mais severas da citricultura. A nova Portaria SDA/MAPA nº 1.326, publicada em 4 de julho de 2025, institui o Programa Nacional de Prevenção e Controle do Huanglongbing ou Greening (PNCHLB), que redefine as diretrizes para monitoramento, controle e erradicação da doença em todo o território nacional.
As principais alterações referem-se à definição dos critérios para a eliminação das plantas afetadas, que agora será determinado por cada órgão estadual de defesa sanitária vegetal. Esses órgãos terão o prazo de 120 dias para apresentar ao MAPA um plano de ação. Com isso, termina a eliminação facultativa de plantas cítricas afetadas com nove anos ou mais, independentemente da incidência da doença nos diferentes estados. A mudança também permite a adoção de regras mais rigorosas em áreas com menor incidência da doença, uma medida especialmente relevante para sua contenção.
O programa estabelece a classificação dos estados entre áreas com e sem ocorrência da doença, com responsabilidades distintas para cada cenário. Entre as exigências estão o monitoramento contínuo dos pomares, a erradicação de plantas afetadas, o controle do inseto vetor, restrições ao trânsito de mudas e frutos, além da obrigatoriedade de viveiros telados e da entrega de relatórios semestrais pelos produtores.
Para manter a classificação de “área sem ocorrência”, os estados deverão realizar levantamentos fitossanitários anuais e manter atualizado o cadastro georreferenciado das propriedades produtoras de laranja, limão e tangerina. Além disso, será necessário realizar o monitoramento do psilídeo Diaphorina citri em áreas de risco. Nos estados com a ocorrência confirmada do greening, o monitoramento do inseto vetor será obrigatório tanto nos municípios com registros da doença quanto nos municípios vizinhos.
Outro ponto de destaque, com grande impacto para a cadeia produtiva de citros, é que a produção de mudas e borbulhas deverá, obrigatoriamente, ocorrer em ambientes protegidos por tela antiafídica com malha máxima de 0,87 x 0,30 mm, padrão já adotado no estado de São Paulo. A exigência passa a valer para todos os estados.
A norma também estabelece a remoção obrigatória de murta ou dama-da-noite (Murraya paniculata) com a presença do inseto vetor nas proximidades de pomares comerciais. Além disso, fica proibido o transporte dessa planta, ou de partes dela, de regiões com ocorrência do greening para outras onde a doença já tenha sido detectada.
Para o pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau, as novas diretrizes são fundamentais para reforçar o controle do greening e viabilizam ações fitossanitárias regionais mais eficazes. “As novas regras estabelecidas pelo MAPA representam um avanço importante no combate ao greening no Brasil. Os órgãos de defesa estaduais ganham mais autonomia para definir critérios de erradicação. Assim, ao permitir a adoção de medidas mais rigorosas e adaptadas às realidades locais, a portaria fortalece a capacidade de resposta dos estados e do setor produtivo”, destaca.
O pesquisador também reforça a importância da parceria com outras instituições para o combate da doença. “O envolvimento coordenado entre governo, produtores e pesquisadores é essencial para reduzir o impacto do greening na citricultura e garantir a sustentabilidade da atividade no país”, afirma.
A portaria, elaborada com a contribuição dos órgãos de defesa estaduais e do Fundecitrus, revoga a Portaria SDA/MAPA nº 317, de 21 de maio de 2021, e reforça a articulação entre o MAPA, os estados e o setor produtivo, com o objetivo de coordenar e fortalecer as ações de defesa vegetal diante do avanço do greening no país.
Iniciativa prevê a aquisição de três novos radares meteorológicos de última geração nesta primeira fase, com investimento estimado em R$ 38,4 milhões, fazendo com que o Paraná tenha a melhor e mais completa cobertura meteorológica do Brasil.
O Governo do Estado publicou nesta segunda-feira (21), no Diário Oficial do Paraná, o edital de concorrência internacional eletrônica para a implementação do projeto Monitora Paraná. A iniciativa prevê a aquisição de três novos radares meteorológicos de última geração, com investimento de US$ 6.869.937,77 (aproximadamente R$ 38,4 milhões na cotação atual), fazendo com que o Paraná tenha a melhor e mais completa cobertura meteorológica do Brasil. A divulgação das propostas será no dia 10 de setembro, a partir das 9h30, por meio do sistema eletrônico de licitações do governo federal www.compras.gov.br.
Na sequência, o Estado prevê a abertura de novo processo licitatório, desta vez para a aquisição de mais três radares, uma boia oceanográfica e na ampliação da rede de estações meteorológicas e hidrológicas, dentro do Monitora Litoral. Os equipamentos vão reforçar o setor de monitoramento que acompanha o nível dos rios e as condições oceanográficas – dados que ajudam a Coordenadoria da Defesa Civil na tomada de decisões em caso de enxurradas, alagamentos ou ressacas.
O investimento total nos dois Monitoras é de cerca de R$ 70,4 milhões. Os recursos utilizados são provenientes da indenização da Petrobras em razão de um derramamento de óleo causado pela empresa no Rio Iguaçu, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), em julho de 2000.
Os radares que serão adquiridos neste momento são do tipo Doppler com polarização dupla, que representam o que há de mais moderno em tecnologia meteorológica em todo o mundo. O processo, conduzido pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) e Instituto Água e Terra (IAT), órgãos vinculados à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), está estruturado em três lotes, cada um voltado à aquisição de um tipo específico de radar (S, C e X), pensado para atender às diferentes realidades regionais do Paraná.
“São radares de três bandas diferentes, para que o modelo meteorológico paranaense fique completo e para que nenhuma fúria da natureza passe despercebida. Vamos monitorar todo o Paraná, protegendo nossos moradores e alertando nossos agricultores”, afirmou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.
Atualmente, o sistema de monitoramento do Simepar conta com um radar de banda X em Curitiba e dois radares de banda S, localizados em Teixeira Soares (Centro-Sul) e Cascavel (Oeste), com alcance de até 480 quilômetros. A nova etapa prevê a instalação de três novos equipamentos: um radar de banda X em Pontal do Paraná, no Litoral; um de banda C, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba; e outro de banda S, em Jandaia do Sul, no Vale do Ivaí.
O monitoramento dos equipamentos será integrado e sobreposto, permitindo aos meteorologistas maior precisão na cobertura de áreas anteriormente limitadas por “pontos cegos” nos mapas, causados por obstruções físicas, como as montanhas da Serra do Mar. Essa melhoria também facilitará a observação de chuvas em altitudes mais baixas, aprimorando a análise e a previsão de eventos meteorológicos em regiões de difícil acesso.
Essa estrutura estará integrada à Rede de Prevenção de Acidentes Meteorológicos e Hidrológicos (REPAMH) e ao Sistema Integrado de Gestão de Riscos (SIGRisco), ampliando significativamente a capacidade do Simepar de prever, alertar e responder a eventos extremos.
“Com as mudanças climáticas, é cada vez mais importante ter sistemas confiáveis e precisos para ter maior previsibilidade. Com isso, teremos ações mais seguras e assertivas para prevenção a eventos críticos, como chuvas torrenciais, estiagens prolongadas ou incêndios florestais”, afirmou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
TECNOLOGIA – Cada tecnologia de radar apresenta características específicas que farão com que o Paraná tenha a melhor cobertura meteorológica do País. O radar de banda S, que será instalado em Jandaia do Sul, oferece o maior alcance de monitoramento, podendo detectar fenômenos meteorológicos a distâncias de até 480 quilômetros.
Pela cidade, passam sistemas de tempestades severas que se formam no Paraguai e vêm para o Norte do Estado causando inundações, deslizamentos ou ventos muito fortes associados a granizo. O radar de banda S, que será instalado no município, apresenta excelente resistência a condições meteorológicas adversas, operando com precisão mesmo durante chuvas intensas, o que é fundamental para o monitoramento de eventos climáticos extremos.
O radar de banda C, previsto para Campo Magro, opera com uma tecnologia equilibrada entre alcance e resolução. Com capacidade de monitoramento quantitativo em distâncias intermediárias de 50 a 200 quilômetros, esta tecnologia é especialmente adequada para acompanhar fenômenos meteorológicos regionais e oferece menor interferência causada por chuvas intensas em comparação aos radares de frequências mais altas.
Já o radar de banda X, que será instalado em Pontal do Paraná, no Litoral, destaca-se pela alta resolução de imagens, permitindo a detecção precisa de fenômenos meteorológicos em pequena escala. Esta tecnologia é capaz de identificar partículas pequenas e oferece imagens com resolução superior, sendo fundamental para o monitoramento detalhado das condições meteorológicas na região litorânea.
“Com essa expansão, passaremos a contar com uma rede híbrida de radares que alia longo alcance, cobertura intermediária e alta resolução. Essa configuração atende com precisão as particularidades climáticas do Paraná, como as chuvas intensas no Litoral e os episódios de granizo no Norte do Estado”, destacou o diretor-presidente do Simepar, Paulo de Tarso.
Texto e foto – Agência Estadual de Notícias do Paraná
O G7 Paraná — grupo que reúne sete grandes entidades do setor produtivo estadual (Fecomércio, Faciap, Faep, Fiep, Fetranspar, Ocepar e ACP) — se posiciona contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou, nesta quarta-feira (16/07), o retorno da eficácia do decreto que aumenta a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Para o G7, a manobra do governo federal (com a chancela do Judiciário) em aumentar a arrecadação de impostos alterando as regras da alíquota do IOF nas operações de crédito de alguns setores, gera insegurança ao setor produtivo. A decisão vai de encontro ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL), que revogou a elevação do IOF, aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado no último mês de junho.
“Certamente teremos um aumento dos custos de capital em diferentes segmentos do setor produtivo. Além disso, a notícia desta quarta-feira traz a tona a questão da insegurança jurídica, uma vez que a decisão dos parlamentares, realizada de forma democrática nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado, não foi levada em consideração ou sequer respeitada”, destaca o coordenador do G7 Paraná, Cel. Sérgio Malucelli.
Com o aumento do IOF é fato que o custo de operações financeiras realizadas por consumidores e empresas se elevará, somando-se a atual insustentável carga tributária que a sociedade brasileira já está a honrar. “Precisamos de um estado que trabalhe para sustentar as necessidades de seu povo, e não de um povo que trabalhe para sustentar o estado”.
O evento Sementech FPS 2025, focado em amendoim, ocorrerá nos dias 23 e 24 de julho em Marília, SP, na AEA Marília. O workshop técnico reunirá especialistas para discutir qualidade, análise laboratorial, boas práticas de beneficiamento e legislação para a produção de sementes de amendoim. As inscrições estão abertas em www.capacitacaofps.com.br.
O evento é uma iniciativa da Fundação Pró-Sementes e conta com o apoio da Apasem e do Laboratório Primor, com o objetivo de aprofundar conhecimentos e fortalecer a cadeia produtiva de sementes de amendoim. O workshop terá dois dias de programação técnica intensa e networking qualificado.
Os temas abordados incluem:
Qualidade e análise laboratorial de sementes.
Boas práticas na secagem e beneficiamento.
Legislação para produção de sementes no Brasil.
Para mais informações e inscrições, acesse https://fundacaoprosementes.com.br/
A previsão do tempo para os próximos dias indica mudanças no clima em várias regiões do Brasil, com destaque para a chegada de uma nova massa de ar frio. O fenômeno deve impactar principalmente o Sul, o Sudeste e parte do Centro-Oeste, com queda nas temperaturas e possibilidade de geadas em áreas de maior altitude.
Segundo informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o período entre os dias 14 e 21 de julho será marcado por tempo estável e baixa umidade relativa do ar em boa parte do território nacional. No entanto, na Região Sul, os meteorologistas apontam a atuação de uma baixa pressão que deve favorecer a formação de chuvas em áreas pontuais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além da incursão de ar frio mais intenso.
Na Região Norte, as chuvas permanecem concentradas no extremo norte, com destaque para Roraima e áreas do noroeste do Amazonas e Pará, onde os acumulados podem ultrapassar 60 mm. Já no Acre, Rondônia, Tocantins e sul do Amazonas, o tempo seguirá seco, com índices de umidade abaixo de 30%, aumentando o risco de incêndios florestais.
No interior do Nordeste, o clima também será seco, com destaque para o sul do Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia, onde os níveis de umidade podem atingir valores críticos. Apenas no litoral de Sergipe, Alagoas e norte do Maranhão há previsão de chuvas moderadas, com acumulados superiores a 20 mm.
No Sudeste, o tempo permanecerá firme durante a semana. Pequenas chuvas, inferiores a 3 mm, podem ocorrer apenas no litoral norte do Rio de Janeiro e extremo sul do Espírito Santo. A umidade relativa do ar deve cair em praticamente todo o estado de São Paulo e sul de Minas Gerais a partir do dia 16, chegando a níveis abaixo de 40%.
As temperaturas mínimas devem despencar no Sul e parte do Sudeste com a chegada da massa de ar frio. Há previsão de temperaturas abaixo de 6°C em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, o que pode provocar geadas, especialmente em áreas serranas. Nos dias 19 e 20 de julho, o frio também avança para o centro-sul de Minas Gerais e São Paulo, com mínimas inferiores a 10°C.
O agronegócio brasileiro exportou US$ 82 bilhões no primeiro semestre de 2025, mantendo-se praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior (-0,2%). Mesmo diante da queda nos preços internacionais, o setor sustentou sua relevância na balança comercial, respondendo por 49,5% de tudo o que o país exportou no período.
Em junho, as exportações somaram US$ 14,6 bilhões, influenciadas por um cenário de retração nos preços globais. O índice de alimentos do Banco Mundial, por exemplo, recuou 7,3% em relação a junho de 2024. Ainda assim, o Brasil manteve-se competitivo, com uma pauta diversificada e presença consolidada entre os principais fornecedores mundiais de alimentos.
Entre os destaques do mês estão produtos como celulose (com recorde de volume exportado), suco de laranja, farelo de soja, algodão, óleo de amendoim, ovos, gelatinas, pimenta-do-reino moída e chocolates com cacau). A variedade da pauta reflete um esforço estratégico de ampliação de mercados promovido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Reconhecimento internacional reforça imagem do Brasil como fornecedor confiável
Outro marco do semestre foi o reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A certificação foi entregue em junho, durante cerimônia em Paris, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
A conquista é resultado de décadas de investimentos em vigilância sanitária, cooperação entre os estados e parceria com o setor produtivo. O novo status sanitário abre caminho para a ampliação do acesso a mercados de maior valor agregado e reforça a imagem do Brasil como fornecedor confiável de alimentos seguros e de qualidade no cenário internacional.
Mais destinos, mais oportunidades
A China manteve-se como principal destino das exportações agropecuárias brasileiras em junho, com US$ 5,88 bilhões em compras, o equivalente a 40,3% da pauta do mês. União Europeia (US$ 1,9 bilhão) e Estados Unidos (US$ 1,04 bilhão) vieram na sequência. Também houve crescimento nos embarques para Japão, Vietnã, Tailândia e Indonésia, sinalizando o avanço do Brasil em mercados menos tradicionais, mas com grande potencial.
A atuação estratégica do Mapa busca valorizar produtores de todos os portes, ampliar mercados, garantir sanidade e agregar valor à produção nacional. O desempenho do primeiro semestre reafirma a importância do agro como motor da economia brasileira e pilar da presença do país no comércio internacional
As expectativas do mercado financeiro estão mais otimistas com relação à inflação do país. Pela sétima semana consecutiva, são registradas quedas nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país. De acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, nesta segunda-feira (14/07), em Brasília, é esperado que o ano feche com uma inflação de 5,17%.
Há uma semana esperava-se uma inflação de 5,18% para o ano. Há quatro semanas, o mercado projetava uma inflação de 5,25%. Para os anos subsequentes, as expectativas se mantiveram estáveis, em 4,5% em 2026, e em 4% para 2027.
A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%.
PIB e dólar
As projeções relacionadas ao Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todas riquezas produzidas no país – se mantiveram estáveis para 2025, com um crescimento de 2,23%. Para 2026, o mercado se mostrou mais otimista do que na semana passada, aumentando as expectativas de crescimento de 1,86% para 1,89%. Para 2027, projeta-se um PIB de 2%.
Com relação ao câmbio, o Boletim Focus reviu para baixo as expectativas de cotação do dólar. O mercado projeta que, ao final de 2025, a moeda norte-americana custará R$ 5,65. Na semana passada, a projeção era de uma cotação de R$ 5,70 ao final do ano. Há quatro semanas as expectativas estavam em R$ 5,77.
O mercado financeiro reviu também para baixo as expectativas de cotação. Para o final de 2026, a projeção de cotação do dólar caiu de R$ 5,75 (divulgada na semana passada) para R$ 5,70. É a terceira semana seguida de queda nas expectativas de cotação. Para o final de 2027, a projeção é de que a moeda norte-americana estará cotada a R$ 5,71.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
As expectativas do mercado financeiro para a Selic se mantêm em 15% ao ano há três semanas. Para os anos subsequentes, se manteve estável em 12,50% para 2026, e em 10,50% em 2027.
Em ata, o Copom informou que deverá manter os juros no mesmo patamar nas próximas reuniões, enquanto observa os efeitos do ciclo de alta da Selic sobre a economia. No entanto, não descartou mais aumentos, caso a inflação suba.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Fonte: Agência Brasil Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Na Estação Experimental da Coopercitrus, em Bebedouro (SP), um projeto inédito de irrigação por gotejamento subterrâneo vem transformando o cultivo da soja. Desenvolvido em parceria com a Netafim, o sistema Cobre 100% da área com irrigação de alta precisão, permitindo também a fertirrigação, aplicação de nutrientes diretamente nas raízes. A tecnologia resulta em uso mais eficiente dos insumos, aumento de produtividade e segurança operacional.
Além da irrigação, a área conta com o GrowSphere™, plataforma digital que permite ao produtor monitorar e programar, à distância, a irrigação e fertirrigação. O projeto foi personalizado, com tubos enterrados a 25 cm de profundidade e espaçados a 70 cm, promovendo distribuição uniforme da água e viabilizando cultivos subsequentes como milho e feijão.
“Com essa ferramenta, o produtor pode, do escritório ou de casa, acompanhar o funcionamento do sistema, ajustar a irrigação e controlar a fertirrigação com muita precisão. Isso traz as informações na palma da mão, facilitando a melhor tomada de decisão no campo”, explica William Damas, especialista agronômico da Netafim.
Francielli Biazi, da Coopercitrus, aponta que mesmo com chuvas regulares, os períodos de estresse hídrico foram superados graças à irrigação, garantindo enchimento uniforme das vagens e expectativa de mais de 75 sacas por hectare. As plantas apresentam peso elevado e uniformidade rara em áreas de sequeiro.
“O manejo de fertirrigação aqui garantiu um enchimento uniforme das vagens, desde o baixeiro até a parte superior. A expectativa é colher mais de 75 sacas por hectare. É visível, inclusive, no peso das plantas, que estão muito bem formadas, com uma uniformidade que dificilmente se consegue em áreas de sequeiro”, afirma.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), nesta quarta-feira (9), publicou a Portaria nº 812, que atualiza os preços mínimos para os produtos de verão e regionais da safra 2025/26 e 2026. A medida tem como objetivo garantir uma remuneração mínima aos produtores rurais, oferecendo maior segurança nas decisões de plantio e comercialização.
Os novos valores, que podem ser consultados por meio deste link, foram fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e serão utilizados como base para as ações da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), um dos principais instrumentos do governo federal para a regulação de mercado e proteção do produtor rural frente à volatilidade de preços.
A lista de culturas contempladas inclui produtos como algodão em caroço e em pluma, arroz longo fino em casca, borracha natural cultivada, cacau, leite, milho, mandioca, feijão (cores e preto), farinha, látex, coágulo virgem a granal, entre outros. A medida abrange todas as regiões do país e tem validade entre julho de 2025 e maio de 2027, a depender da cultura.
Segurança para o produtor
O preço mínimo é definido com base em critérios técnicos e econômicos, como os custos de produção e as cotações nos mercados interno e externo. A proposta é elaborada anualmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que também responde pelos estudos técnicos da PGPM-Bio, voltada aos produtos da sociobiodiversidade.
De acordo com o Decreto-Lei nº 79/1966, o preço mínimo serve como referência para o governo agir, caso os valores de mercado fiquem abaixo do estabelecido. Nesses casos, a União pode realizar a compra direta dos produtos ou conceder subvenções para compensar a diferença, protegendo a renda do agricultor.
Referência para o planejamento
A atualização dos preços mínimos ocorre antes do início da próxima safra e é essencial para o planejamento da produção agrícola. Com ela, o governo sinaliza seu compromisso com o setor e ajuda o produtor a tomar decisões mais informadas sobre o que plantar e quanto investir, especialmente em culturas mais sensíveis à oscilação de preços.