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Mercado do trigo oferece oportunidades de lucro

Segundo análise da TF Agroeconômica, os preços do trigo da safra atual estão oferecendo lucros de até 9,51%, o que torna o momento propício para vendas, apesar da possibilidade de alta futura. A consultoria recomenda garantir esse lucro enquanto ele se apresenta, alertando que os custos para manter a posição e as incertezas do mercado podem anulá-lo rapidamente. Para a próxima safra, embora os ganhos atuais estejam em 3,90%, já houve momentos de rentabilidade expressiva, com picos de até 35,20%. A recomendação é aproveitar o aprendizado para buscar essas margens nas próximas safras.

Para a safra 2026/27, a TF destaca que é possível fixar o preço em R\$ 83,74/saca, o que representa um lucro de 14,63%, desde que o produtor aprenda a utilizar o mercado futuro, interpretar gráficos e tendências, e converter cotações da CBOT. A mensagem principal é clara: quem acompanha o mercado com antecedência pode capturar melhores oportunidades.

No campo da análise fundamental, diversos fatores estão sustentando os preços. Entre eles, o risco de geadas tardias nos EUA, a falta de chuvas nas áreas produtoras de trigo de primavera em Dakota do Norte, e a redução nas exportações da Ucrânia e da União Europeia. No Brasil, ainda há espaço para valorização, com os preços locais subindo em abril e a diferença para o trigo importado ainda favorecendo os produtores internos, especialmente no Sul.

Por outro lado, fatores de baixa também pesam no cenário. Entre eles, a boa perspectiva para a colheita nos EUA, UE, Rússia e Ucrânia, e uma possível retomada das exportações pela Índia após safra recorde. Além disso, a queda do trigo americano pressionou os preços internacionais, o que refletiu nas cotações argentinas e reduziu as pedidas em até US\$ 15/t. O recuo do dólar também contribuiu para esse movimento.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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R$ 1,5 bilhão em 1,6 mil km: pavimentação transforma áreas rurais do Paraná

Distritos, cidades e regiões que antes só eram acessíveis por estradas de terra estão se transformando, com mais de 1,6 mil quilômetros de obras de pavimentação em rodovias ou vias rurais distribuídas por todo o Paraná. Desde 2019, foi mais de R$ 1,5 bilhão investidos nestas estradas, capilarizando o desenvolvimento econômico e melhorando a mobilidade de centenas de milhares de paranaenses.

As obras contemplam desde estradas vicinais, que garantem o escoamento da produção agrícola de comunidades rurais, até rodovias estaduais, que aguardaram décadas para receber pavimentação e conectar cidades por novas vias de asfalto.

As pavimentações também facilitam o acesso a serviços públicos, tornando mais ágil o trânsito de ambulâncias e viaturas policiais, e até impactando na frequência escolar de crianças e adolescentes, que não perdem mais aulas em dias de chuva por não conseguirem transporte escolar.

“A pavimentação de estradas vai além da trafegabilidade. Estradas bem estruturadas ajudam a preservar recursos naturais, como o solo e a água, fator que afeta diretamente a agricultura da região. Elas também melhoram o acesso entre regiões rurais e urbanas, facilitando o turismo e impulsionando o desenvolvimento econômico das comunidades rurais”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Márcio Nunes.

O programa Estradas Rurais Integradas aos Princípios e Sistemas Conservacionistas, conhecido popularmente como Estradas da Integração, é responsável pela maior parte destes avanços. Por meio dele, 1.350 quilômetros já foram pavimentados em convênios com centenas de prefeituras. Ao todo o investimento realizado por meio do programa foi de R$ 521 milhões, que impactaram 100 mil famílias de distritos rurais paranaenses.

Impacto

As obras dão dignidade às comunidades beneficiadas, reduzindo a poeira, controlando a erosão das vias e melhorando a trafegabilidade nas estradas, que são pavimentadas com pedras irregulares, blocos sextavados ou asfalto, dependendo da necessidade local.
Além dos benefícios sociais, com famílias rurais mais integradas aos municípios, as pavimentações também têm um impacto direto na economia das pequenas cidades do Estado.

É o caso da estrada que liga a área urbana de Pinhalão, no Norte Pioneiro, ao distrito da Lavrinha, onde ficam concentradas várias propriedades rurais com lavouras de café. Com investimento de R$ 775 mil, estão sendo pavimentados 2,2 quilômetros de via com pedras irregulares, divididos em três trechos.

Uma parte da obra já foi entregue, ajudando no transporte da produção agrícola de mais de 100 famílias. “Eu passo por este trajeto umas quatro ou cinco vezes por dia. Com a estrada pavimentada, tem menos barro e menos poeira. Além disso, consigo fazer o transporte da produção de maneira mais ágil e sem desgastar tanto o carro”, afirmou o produtor Diogo Cunha Oliveira.

A melhoria na estrutura, inclusive, tem ajudado a atrair novas empresas para a cidade. Leandro Benetti trabalha em uma empresa mineira que comercializa produtos agrícolas que instalou recentemente uma filial no distrito da Lavrinha. “Com uma estrada melhor, o produto daqui da região fica mais em conta. Já é um café de qualidade, que agora tem mais competitividade”, afirmou.

Outro exemplo é a Estrada Rural Água das Abóboras, em Ibiporã, na região Norte do Estado. São 4,2 quilômetros de pavimentação, com um investimento de R$ 3,1 milhões. Além de beneficiar cerca de 110 famílias, a estrada também atende uma unidade da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, com um acesso mais ágil entre os produtores da região e a instalação para recebimentos de grãos.

“A gente tem que trabalhar todos os dias e uma estrada com pavimentação é operacional o ano inteiro, faça chuva ou faça sol. Uma obra destas tem um impacto incalculável para as nossas vidas”, disse o produtor rural Benedito Santos.

Expansão

O total de estradas vicinais pavimentadas será praticamente dobrado ao longo dos próximos meses, com o planejamento de mais 1 mil quilômetros em vias. O investimento será de cerca de R$ 2 bilhões, fazendo do Estradas da Integração a maior iniciativa de pavimentação de estradas vicinais da história do Estado.

Para esta nova fase do programa, o objetivo será beneficiar principalmente regiões com alto volume de produção de leite, suínos e frangos, aprimorando a logística entre as propriedades rurais que trabalhar com proteína animal às grandes indústrias, queijarias e frigoríficos.

Fonte: AEN Foto: Ricardo Ribeiro

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Brasil registra maior volume de soja exportada para a China

As exportações brasileiras de soja atingiram um patamar histórico em março de 2025, com destaque para a forte demanda chinesa. Segundo informações do boletim informativo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a China importou 11,14 milhões de toneladas do grão brasileiro no mês — o maior volume já registrado para março. O número representa um salto expressivo de 122,67% em relação a fevereiro e um avanço de 23,97% na comparação com o mesmo período de 2024.

Esse desempenho reforça o protagonismo do Brasil no mercado global de soja, especialmente em meio a um cenário internacional de incertezas. O relatório do Imea também revela que os Estados Unidos, principal concorrente do Brasil nesse mercado, exportaram apenas 1,80 milhão de toneladas para a China em março. Apesar de ser um crescimento de 2,22% na comparação anual, o volume ainda é significativamente inferior ao brasileiro.
De acordo com o boletim, os embarques norte-americanos ainda não refletem completamente os impactos das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A expectativa é de que esse conflito tarifário ganhe força a partir da próxima safra, o que pode abrir ainda mais espaço para o Brasil ampliar sua fatia no comércio internacional do grão.

As projeções para abril seguem otimistas. O Imea destaca que, até o nono dia útil do mês, o ritmo médio diário de embarques brasileiros está 110,24 mil toneladas acima do registrado em abril de 2024. A tendência é de manutenção do volume elevado, puxado sobretudo pela demanda da China, que deve continuar sendo o principal destino da soja brasileira.

O cenário atual também reacende o debate sobre investimentos em infraestrutura portuária e armazenagem para sustentar esse ritmo crescente nos próximos anos.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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A antracnose do milho pode ter origem mesoamericana e ser fornecida com ajuda humana

Uma rede de pesquisadores de 17 países analisou a evolução do fungo Colletotrichum graminicola, causador da antracnose do milho, e parcerias três linhagens geneticamente distintas, potencialmente originárias da Mesoamérica. O estudo, que examinou 212 isolados provenientes dos cinco continentes, revelou que a propagação global do patógeno foi impulsionada por fatores naturais e humanos, com destaque para a troca de sementes contaminadas.

De acordo com Flávia Rogério, colaboradora da Universidade de Salamanca ( Usal ), na Espanha e da Universidade da Flórida (UF), nos Estados Unidos, a pesquisa apontou que o fungo apresenta três linhagens principais: norte-americana, brasileira e europeia. “A linhagem da América do Norte parece ser a mais antiga e ancestral, com ramificações que atingiram o Brasil e a Europa. No entanto, a linhagem europeia mostrou ser a mais virulenta, o que pode aumentar os riscos de novos surtos da doença”, explica um cientista.

Além disso, o estudo de parcerias entre a Argentina e a Europa, com isolados argentinos agrupados na linhagem europeia. Esse intercâmbio genético pode ter sido favorecido pelo uso de sementes contaminadas em viveiros de inverno na América do Sul, frequentemente usados em programas de melhoramento genético.

A investigação utilizou diversos métodos estatísticos e computacionais para analisar a relação entre distância genética e geográfica, concluindo que até 35,8% da variação genética do fungo encontrada pode ser explicada pela distância geográfica entre as populações. A grande mobilidade do fungo, isto é sua capacidade de propagação, sugere uma longa história de adaptação e migração global, impulsionada por recombinações genéticas. A recombinação genética pode gerar novos genótipos de fungo, aumentando a diversidade genética e virulência.

O pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente (SP), reforça que a ação humana teve papel essencial na propagação do patógeno. O estudo também evidenciou que 80% dos isolados isolados apresentam sinais de mistura genética, enquanto 20% são geneticamente puros. Essa grande diversidade observada aumenta os desafios para o desenvolvimento de variedades de milho resistentes.

Além disso, uma pesquisa revelou diferenças significativas na idade e na frequência de eventos de introgressão genética – que é o processo de incorporar alelos de uma espécie no pool genético de outra espécie entre linhagens da América do Norte, Europa e Brasil. Os resultados sugerem que a linhagem norte-americana é a mais antiga e atuosa como a disseminação global do fungo.

Fungos causadores de doenças de plantas podem se disseminar a curtas distâncias por meio do vento e da chuva, e a longas distâncias pela ação do homem, quando seus esporos são transportados por materiais vegetativos contaminados.

Preocupação com o retorno de surtos

Ensaios de patogenicidade realizados em laboratório da Universidade de Salamanca, Espanha, revelaram que diferentes isolados do fungo apresentam variações de virulência. Segundo Flávia Rogério, a evolução da virulência ao longo do tempo levanta preocupações sobre o surgimento de novos surtos — especialmente na Europa — semelhantes aos que ocorreram nos Estados Unidos na década de 1970, quando plantações inteiras foram dizimadas de forma repentina pelo fungo, com perdas de até 100% nas regiões centro-norte e leste desse país.

Uma pesquisa sugere que o patógeno afeta a rota de domesticação do milho, que se originou do sul do México, e que a linhagem norte-americana do fungo trabalhou como distribuída na dispersão global dele. Estudos anteriores apontam um padrão semelhante com Setosphaeria turcica, outro fungo que afeta o milho e que se fornece globalmente a partir do México.

Os cientistas alertaram para a necessidade de maior monitoramento genético e adoção de medidas preventivas. Segundo recomendações de pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (MG), o manejo eficaz da antracnose inclui o plantio de cultivares resistentes, adubação equilibrada, rotação de culturas e prevenção de plantios sucessivos. Essas práticas ajudam a reduzir o potencial de infecção do patógeno e a proteger o trabalho.

A identificação da população ancestral do fungo pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais eficazes para mitigar os impactos da antracnose do milho, uma vez que essa população pode atuar como reservatório de diversidade genética, incluindo genes associados à resistência a doenças. O monitoramento constante e o uso de genes de resistência múltipla são essenciais para evitar novos surtos e proteger a segurança alimentar global.

As principais doenças do milho impactam diretamente a produtividade global, ações permanentes e medidas de manejo integradas para reduzir perdas econômicas e garantir a segurança alimentar.

Fonte: Embrapa Foto: Flávia Rogério

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Adapar destaca trabalho integrado para uso responsável e sustentável do solo no Paraná

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) tem atuado como protagonista na manutenção da sanidade do solo agrícola no Estado. Por meio da Divisão de Conservação do Solo Agrícola, a Agência desenvolve um trabalho integrado com o Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), com foco em orientar, prevenir e garantir que o manejo nas propriedades esteja alinhado às boas práticas conservacionistas.

Único estado do Brasil com legislação específica voltada à conservação do solo, o Paraná reforça neste 15 de abril, Dia Nacional da Conservação do Solo, a importância das boas práticas de uso e manejo para garantir produtividade no campo e sustentabilidade ambiental. A data foi instituída pela Lei Federal nº 7.876/1989 com o objetivo de lembrar o valor do solo como recurso natural essencial.

No Estado, o Decreto nº 6.120/1985 regulamenta a Lei Estadual nº 8.014/1984, que completou 40 anos no ano passado e é considerada uma das principais ferramentas de promoção da agricultura sustentável frente aos desafios das mudanças climáticas e da intensificação da erosão dos solos agrícolas.

De acordo com Luiz Renato Barbosa, engenheiro agrônomo e chefe da Divisão de Conservação do Solo Agrícola da Adapar, a estratégia da agência tem se pautado na antecipação de problemas, com foco na orientação técnica e na prevenção de danos. “Temos atuado de forma integrada com a extensão rural, atividade desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), para garantir que o cultivo agrícola seja precedido de um planejamento conservacionista”, diz.

Barbosa ressalta que as orientações aos produtores são sempre baseadas na capacidade de uso do solo e de tecnologias ajustadas às necessidades específicas de cada propriedade rural. “Consideramos características como relevo, topografia, classes de solo e sua relação com o ambiente e a vegetação ciliar, além do tipo de manejo adotado pelo produtor. Essa abordagem tem sido a base do nosso trabalho para garantir a sanidade do solo e evitar processos de degradação”, explica.

Preservação

Outra frente prioritária de atuação é a promoção de boas práticas em regiões com grandes fragilidades e de grande importância como as cabeceiras de drenagens de nascentes.

“As propriedades têm interface direta com essas cabeceiras que abastecem os rios do Paraná. Trabalhamos para garantir, com antecipação e orientação, que o uso do solo não contribua para o assoreamento dessas áreas vitais, que garantem a quantidade e qualidade das águas dos mananciais, que compõe as bacias prioritárias de abastecimentos das populações”, afirma o engenheiro agrônomo.

As regiões de cabeceira, quando bem manejadas durante as atividades agrícolas em seu entorno, exercem papel fundamental na preservação dos recursos hídricos. A adoção de boas práticas de conservação do solo, aliada à preservação da vegetação ciliar, favorece a infiltração da água da chuva no solo, promovendo a ciclagem hídrica e garantindo a recarga dos lençóis freáticos. Esses lençóis são responsáveis por alimentar importantes cursos d’água do Estado.

Por outro lado, o uso inadequado do solo com compactação e cultivos desordenados nessas áreas pode comprometer essa dinâmica. Essa prática pode acabar dificultando a infiltração da água, aumentando o risco de erosão e afetando diretamente a qualidade da água que abastece rios e reservatórios.

Barbosa destaca que a atuação da divisão de enfoque na sanidade do solo é realizada em sintonia com o extensionismo rural também para evitar as punições previstas em lei. A Agência também é responsável pela fiscalização e aplica medidas legais quando constatado o uso inadequado do solo agrícola. Porém, mesmo com a aplicação de penalidades em casos de manejo inadequado, o chefe da divisão da Adapar reforça que a maioria dos casos se resolve de forma orientativa.

Tecnologias

A Adapar também conta com ferramentas tecnológicas para subsidiar esse trabalho. Drones e softwares de georreferenciamento têm sido utilizados no mapeamento de bacias de captação de água e na identificação de áreas com risco de degradação do solo.

Com o uso dos drones, é possível sobrevoar grandes extensões de terra, inclusive em regiões de difícil acesso, registrando imagens de alta precisão que auxiliam na detecção de sulcos de erosão, ausência de curvas de nível e outras falhas no manejo conservacionista. Essas informações são analisadas em conjunto com dados técnicos e servem de base para orientar os produtores quanto às correções necessárias, além de embasar ações fiscalizatórias, quando for o caso.

Segundo Barbosa, a conservação do solo é uma responsabilidade compartilhada. “A lei é clara ao dizer que o solo é patrimônio de todos. O planejamento conservacionista é um dever legal e social”, afirma.

Fonte: AEN

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Estiagem compromete safra de soja no Paraná

A primeira safra de soja 2024/25 registrou perdas de 5,3% no Paraná, conforme aponta o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado no último dia (17) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

De acordo com o boletim, os prejuízos foram causados principalmente por estiagens prolongadas e ondas de calor fora do padrão. “As condições climáticas afetaram de forma desigual as regiões do Estado”, explicou o Deral. A exceção foi a região Sul, que obteve desempenho superior ao previsto e apresentou ganho de produtividade de 4,7%.

A maior redução ocorreu na região Noroeste, com queda de 22,8% na produção. Segundo o Deral, o histórico climático desfavorável e as características do solo contribuíram para o desempenho negativo. A segunda maior perda foi registrada na região Centro-Oeste, com retração de 13,2%. Nas demais regiões – Oeste, Norte e Sudoeste – as perdas não superaram os 9%.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

Lavoura de cevada. Foto:Jaelson Lucas / AEN

Paraná pode ter maior área de cevada da história e aumentar liderança nacional de produção

A cultura da cevada, que está em início de plantio, volta a ganhar espaço no Paraná com previsão de se ter a maior área já semeada no Estado. Maior produtor desse cereal de inverno, o Paraná pode ter 94,6 mil hectares plantados e uma produção 40% superior à registrada no ano passado, chegando a 413,8 mil toneladas.

Esse é um dos assuntos detalhados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 11 a 16 de abril. O documento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), também fala sobre as consequências climáticas em outras culturas e analisa o desempenho paranaense em proteínas animais.

Em 2024 o Paraná colheu 296,1 mil toneladas de cevada em 80,5 mil hectares. O aumento de 18% de áreas paranaenses a receber a cultura na safra que se inicia é reflexo principalmente do retorno de intenção de plantio na região de Guarapuava. A previsão é que sejam semeados 36,9 mil hectares, ou 25% superior aos 29,6 mil hectares colhidos ano passado.

Mesmo com esse aumento em Guarapuava, a região dos Campos Gerais ainda tem previsão de ter maior área plantada, com 38 mil hectares. “O ganho acontece especialmente na região de Guarapuava em função do ânimo com as melhores cotações e os resultados satisfatórios a campo experimentados no Centro-Sul paranaense em 2024”, afirmou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.

As maltarias instaladas no Paraná precisam de malte, o que levou a recorde na compra. No primeiro trimestre foram adquiridas cerca de 200 mil toneladas para manter o Paraná como maior produtor de malte brasileiro. “A confirmação de uma produção maior e de boa qualidade é essencial para a diminuição da necessidade de importação de cevada”, disse Godinho.

Soja e Milho

O boletim fala ainda sobre perda de 5,3% no campo na primeira safra de soja. A região Sul até apresentou ganho de produtividade de 4,7%, no entanto as demais regiões, sobretudo o Noroeste, foram bastante impactadas pela estiagem e por ondas de calor atípicas.
As lavouras de milho estão com bom desempenho, principalmente nas regiões Sul e Sudoeste, que concentram a maior parte da área plantada. Mas, da mesma forma que na soja, as demais regiões sentem os efeitos de chuvas escassas e calor intenso.

Pecuária

No setor pecuário, o documento do Deral salienta que as exportações de bovinos pelo Brasil geraram US$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Em média, cada quilo de carne enviado ao Exterior custou US$ 4,78. No mesmo período de 2024 custava US$ 4,40.
No atacado, o traseiro e o dianteiro bovinos seguem com o preço em alta. Em média, são comercializados no Paraná por R$ 25,01 e R$ 18,54, respectivamente.

Suínos

O Paraná manteve, pelo quarto ano seguido, a liderança na produção de carne suína em frigoríficos sob inspeção estadual, que permite comercialização exclusiva no mercado interno. O Estado produziu 155,9 mil toneladas, respondendo por 20% da produção nacional nesse regime de inspeção.

Quanto ao número de animais abatidos em estabelecimentos com inspeção estadual, o Paraná é o terceiro, com 1,66 milhão de suínos. Por terem maior peso médio eles produzem mais quilos de carne. Quando se leva em conta a produção nas três instâncias de inspeção – federal, estadual e municipal – o Estado é o segundo colocado, com 12,4 milhões de suínos abatidos e produção de 1,14 milhão de toneladas de carne.

Frango

O Agrostat/Mapa, ferramenta que monitora o comércio exterior no segmento agropecuário, mostra que o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas de frango no primeiro trimestre de 2025, com faturamento de US$ 2,534 bilhões. No mesmo período do ano passado tinham sido 1,1 milhão de toneladas a US$ 2,101 bilhões.

O Paraná foi responsável por 559.108 toneladas no primeiro trimestre deste ano, volume 12,3% superior às 497.727 toneladas de 2024. Em receita, entraram no Estado US$ 1,041 bilhão, aumento de 12,7% sobre os US$ 847 milhões do ano anterior.

Fonte e Foto: AEN

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Mercado de grãos inicia o dia com soja em queda

Segundo informações da TF Agroeconômica, nesta quarta-feira (16), o mercado da soja segue em baixa na Bolsa de Chicago (CBOT), com o contrato de maio cotado a US$ 1034,75 por bushel (-1,25). A retração é atribuída ao fracasso das medidas de Donald Trump contra a China, o que pode redirecionar a demanda chinesa para o Brasil, onde não há tarifas e há oferta abundante.

Além disso, o anúncio do presidente argentino Javier Milei sobre o retorno das retenciones em julho estimula uma maior oferta argentina no curto prazo, pressionando ainda mais os preços globais e brasileiros, que também recuam. A recomendação da consultoria é aproveitar os lucros atuais com a venda de alguns lotes.

O milho, por sua vez, opera em leve alta em Chicago, com o contrato de maio a US$ 482,75 por bushel (+1,50), impulsionado pelo atraso no plantio nos EUA (apenas 4% até agora). No Brasil, no entanto, os preços seguem em queda, R$ 84,71 no indicador CEPEA (-0,69% no dia) — pressionados pela previsão de uma boa segunda safra. A TF Agroeconômica orienta os produtores a aproveitarem os preços atuais antes que a colheita acentue a desvalorização.

O trigo apresenta estabilidade com leve alta no primeiro vencimento em Chicago (US$ 542,25, +0,25), mas com recuo nos contratos posteriores. A incerteza sobre a demanda pelo trigo americano, devido a tarifas e às boas chuvas sobre as lavouras de inverno, pesa sobre o mercado. No Brasil, ao contrário, os preços continuam subindo — R$ 1.579,17 no Paraná e R$ 1.482,14 no Rio Grande do Sul — e a recomendação é que os moinhos façam estoques, já que o diferencial em relação ao trigo importado ainda permite aumentos até a próxima safra.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Alabama Extension

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Estoques de trigo da Índia são os mais altos em 3 anos, volume de arroz é recorde

Os estoques de trigo da Índia nos armazéns do governo aumentaram 57%, atingindo o maior nível em três anos no início do novo ano-safra neste mês, segundo dados oficiais, aliviando as preocupações com o fornecimento que levaram os preços domésticos a um pico histórico no início deste ano.

Os estoques iniciais mais altos ajudarão o governo federal a controlar quaisquer picos de preços no final deste ano, mesmo que a Food Corporation of India (FCI), a armazenadora estatal, tenha dificuldades para cumprir sua meta de aquisição de trigo no mercado interno.
As reservas de trigo nos celeiros estatais eram de 11,8 milhões de toneladas métricas em 1º de abril, bem acima da meta do governo de 7,46 milhões de toneladas, segundo os dados.

Os estoques de trigo estão mais de 4 milhões de toneladas acima do mesmo período do ano passado.

“Mesmo que eles não atinjam a meta de compra de trigo deste ano, como fizeram no ano passado, ainda terão muito o que vender no mercado aberto”, disse um negociante de Nova Délhi em uma empresa de comércio global.

A FCI pretende comprar 31 milhões de toneladas de trigo dos agricultores em 2025. No ano passado, sua meta era de 30 a 32 milhões de toneladas, mas conseguiu adquirir apenas 26,6 milhões de toneladas.

As reservas estatais de arroz, incluindo o arroz não beneficiado, totalizaram um recorde de 63,09 milhões de toneladas em 1º de abril, excedendo em muito a meta do governo de 13,6 milhões de toneladas.

Os estoques mais altos de arroz permitiriam que a Índia aumentasse as exportações sem comprometer a oferta doméstica, disseram autoridades do comércio e da indústria.

“A FCI está armazenando muito mais arroz do que o necessário. O governo agora tentará incentivar as exportações para evitar comprar mais da nova safra”, disse um importante exportador com sede na cidade de Calcutá, no leste do país.
A Índia é o maior exportador de arroz do mundo e responde por cerca de 40% das exportações globais de arroz.

Fonte: Reuters/Rajendra Jadhav e Mayank Bhardwaj Foto: Divulgação

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Grãos e fertilizantes puxam movimentação de cargas e portos batem recorde no Paraná

Às vésperas do leilão de arrendamento de mais três áreas portuárias em Paranaguá, a Portos do Paraná bateu um novo recorde de movimentação de cargas durante o primeiro trimestre deste ano, quando o crescimento registrado foi de 6,3% em relação ao mesmo período de 2024.

Entre janeiro e março, os portos de Paranaguá e Antonina, administrados pela empresa pública paranaense, movimentaram 17,4 milhões de toneladas. “A soja e os fertilizantes foram os maiores volumes que movimentamos no primeiro trimestre, uma tendência que deve se manter nos próximos meses, devido à grande safra”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

A exportação de grãos de soja alcançou a marca de 4,1 milhões de toneladas, o que representa 13% a mais que no ano passado, quando foram exportadas 3,6 milhões de toneladas. Já os fertilizantes lideraram as importações, com 2,7 milhões toneladas neste ano, montante que também bateu a marca do período anterior, quando a empresa contabilizou 2,6 milhões toneladas nos três primeiros meses de 2024.

“Os fertilizantes são nossa principal commodity de importação, e temos investido em inteligência estratégica para operá-los com cada vez mais eficiência”, comentou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

Para manter o atendimento da alta demanda, o porto de Paranaguá – o maior graneleiro do país – tem optado pelo arrendamento de áreas, por meio da concessão dos espaços à iniciativa privada. No próximo dia 30, mais três áreas estarão em disputa na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
Com isso, Paranaguá será o primeiro porto brasileiro com 100% dos espaços de arrendamentos regularizados, somando R$ 3,8 bilhões em investimentos. O processo de arrendamento em busca de investimentos teve início em 2019 com cinco espaços repassados para a administração do setor privado.

Ao todo, segundo a Portos do Paraná, os três terminais PARs 14, 15 e 25 – destinados à exportação de granéis sólidos vegetais, como soja, milho e farelos – devem alcançar R$ 2,2 bilhões de investimentos por meio do capital privado.

O processo de arrendamento tem o objetivo de regularizar a exploração das áreas operacionais, expandir e modernizar a infraestrutura logística do corredor de exportação do porto de Paranaguá.

A Portos do Paraná fechou o ano de 2024 com a maior movimentação de cargas da história, com o recorde de 66 milhões de toneladas, que significa 2,1% de crescimento no comparativo com o ano anterior.

Na balança comercial dos portos paranaenses foram 40 milhões de toneladas em exportação e 26,7 milhões em importação. Os tipos de cargas mais enviados ao exterior foram soja (13,2 milhões), contêineres (9,04 milhões) e açúcar a granel (6,4 milhões). Já os mais trazidos ao Brasil por Paranaguá foram fertilizantes (11,1 milhões), contêineres (7,2 milhões) e derivados de petróleo (4,9 milhões).

Para atender ao crescente volume comercial, a empresa pública segue com as obras do Moegão. O investimento de R$ 600 milhões centralizará as linhas férreas que chegam ao porto de Paranaguá com estimativa de aumentar em mais de 60% a capacidade de recepção de granéis sólidos vegetais vindos do interior do Paraná e de outros estados.

“Com 35% das obras concluídas, a previsão de entrega é para o final deste ano. O Moegão visa atender às demandas atuais e futuras, especialmente após a implantação da nova Ferroeste”, projeta o diretor-presidente.

Foto e Foto: Gazeta do Povo