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CONAB INFORMA: Está disponível nova versão do SociobioNet

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) disponibiliza uma nova versão do sistema SociobioNet, projetada para oferecer uma melhor experiência ao usuário e aprimorar o envio das operações de subvenção no âmbito do Programa de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio).

Todos os usuários devem acessar aqui para baixar a nova versão e substituir a anterior, garantindo o uso das melhorias implementadas.

O SociobioNet é um sistema offline que permite o registro de informações e o anexo de documentos sem a necessidade de estar conectado à internet. A conexão é necessária apenas para baixar o sistema e para enviar as solicitações de subvenção às Superintendências Regionais (Suregs).

Em caso de dúvidas ou orientações adicionais, os beneficiários devem procurar a equipe responsável pela operação da PGPMBio em seu estado.

Fonte: Conab

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Mapa fecha outubro com quatro forças-tarefas para fiscalização de agrotóxicos proibidos e irregulares no Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou no mês de outubro quatro operações de fiscalização conjunta com o Ibama atrás de agrotóxicos proibidos e irregulares no Brasil. As fiscalizações, chamada de operação circe, tiveram como foco a fabricação, comercialização e utilização desses produtos na agricultura.

Segundo a Lei nº 14.785/2023, a importação e fabricação de agrotóxicos irregulares e ilegais é crime com penas de reclusão de 3 a 9 anos e multa.

A primeira operação resultou no embargo da fabricação de três agrotóxicos e apreensão de 124 toneladas desses produtos que estavam sendo produzidos com matérias-primas de uso proibido no Brasil. Neste caso, tratavam de substâncias químicas de alta toxicidade, bioacumulação e persistência no ar, água e solo, e que se acumulam nas células de gordura, sendo toxicologicamente preocupantes para a saúde humana e ao meio ambiente, proibidos pela Convenção de Estocolmo.

Na sequência foram realizadas outras duas forças-tarefas visando o controle de qualidade dos agrotóxicos importados. Nesta ocasião, foram suspensas as atividades de importação e formulação de 36 produtos e a apreensão de 235 toneladas de agrotóxicos de duas empresas por não estarem realizando o controle de qualidade dos produtos importados, além da falta de rastreabilidade exigida para os agrotóxicos.

Fechando o mês a quarta operação tratou-se de uma investigação iniciada pelo Mapa e a Receita Federal de Viracopos e foi deflagrada com a Polícia Federal de Campinas, que resultou na apreensão de 12,2 toneladas de agrotóxicos contrabandeados, além de fertilizantes batizados com agrotóxicos.

A empresa produtora de fertilizantes tinha registro dos produtos junto ao Mapa. Ao fiscalizar o estoque, foram encontrados agrotóxicos proibidos e banidos do país. Na ocasião, foi utilizado pelos fiscais federais agropecuários o equipamento espectrômetro de infravermelho (NIR), para fazer as análises dos produtos no local. Os resultados apresentaram a presença de agrotóxicos em pelo menos dois dos fertilizantes e dois adjuvantes produzidos pela empresa. Além desse teste, foram coletadas amostras que serão analisadas pelo laboratório oficial do Mapa, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP) de Campinas, para confirmar o uso dos produtos proibidos na fabricação de fertilizantes e adjuvantes.

As apreensões das forças-tarefas resultaram na aplicação de multas, que totalizaram R$ 9.405.500,00. As empresas ainda responderão processos judiciais pelos crimes cometidos.

Fonte: Mapa

Soja - colheita. Fotos:Jaelson Lucas / Arquivo AEN

Safra de soja avança no Brasil

Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), o plantio da nova safra de soja no Brasil avançou para 36% da área projetada, ligeiramente abaixo do ritmo do ano passado, de acordo com análises da Pátria Agronegócios e AgRural. No Mato Grosso, maior produtor nacional, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que 56% da área total foi plantada até 25 de outubro, um pouco abaixo da média histórica de 62,3% para essa época do ano.

De acordo com dados do Ceema, com a colheita de soja norte-americana praticamente concluída, as atenções do mercado voltam-se para a América do Sul, onde a expectativa é de uma safra recorde. A Commstock Investments aponta que, caso o plantio e o desenvolvimento da safra ocorram conforme o esperado, as cotações da soja em Chicago podem recuar para US$ 9,00 por bushel ou até menos.

O banco Rabobank divulgou novas estimativas de plantio para o Brasil, projetando um aumento de 1,5% na área total semeada, que deve alcançar 47 milhões de hectares. Em condições climáticas normais, o banco estima uma colheita de 167 milhões de toneladas. Para comparação, a Conab registrou uma produção de 147,4 milhões de toneladas na safra passada, apesar das quebras regionais, conforme informou o Ceema.

Segundo o Ceema, a ferrugem asiática, principal doença que afeta as lavouras de soja no país, já começa a ser detectada no Noroeste do Rio Grande do Sul. Dados do programa Monitora Ferrugem RS, que utiliza 74 coletores em diversas áreas do estado, mostram os primeiros focos da doença, que pode reduzir a produtividade em até 90% quando encontra condições climáticas favoráveis.

Fonte: Agrolink/Seane Lennon Foto: Divulgação

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Semana Internacional do Café vai discutir o impacto do clima, da ciência e o futuro cafeeiro

Entre os dias 20 e 22 de novembro de 2024, a cidade de Belo Horizonte recebe a 12ª edição da Semana Internacional do Café (SIC), um dos maiores e mais importantes eventos do mercado cafeeiro do Brasil e do mundo. Com o tema: “Como o clima, a ciência e os novos consumidores estão moldando o futuro do café”, a SIC, como é conhecida, espera movimentar aproximadamente 60 milhões de reais em negócios e receber cerca de 20 mil participantes de 40 países, no Expominas, na capital mineira.

Considerada uma das maiores feiras do mundo, o evento tem o objetivo de conectar e gerar oportunidades para toda a cadeia do café brasileiro no acesso a mercados, conhecimento e negócios.

Com um sólido histórico de 11 anos de sucesso, o evento vem se destacando na promoção do café brasileiro nacional e internacionalmente, mostrando o que há de mais inovador no setor, por meio de histórias, troca de conhecimento, conexões, oportunidades de negócios em toda cadeia cafeeira.

Durante três dias, a programação oferece conteúdo de ponta em forma de palestras, workshops, competições, pesquisas e degustações orientadas e os visitantes podem ter acesso a 170 marcas expositoras, novidades e tendências de mercados, além de poderem conferir premiações, como Coffee of the Year, em que os melhores cafés brasileiros da safra nova serão conhecidos, e Campeonato Brasileiro de Barista, cujo campeão irá representar o Brasil no campeonato mundial em 2025.

“A SIC se estabeleceu como a principal plataforma para a promoção, acesso a mercados, e negócios do café brasileiro e se tornou um ponto de encontro indispensável para produtores, compradores, cooperativas, indústria, torrefadores, baristas e especialistas em café de todo o Brasil e do mundo. Participar do evento é uma oportunidade única para se engajar em discussões relevantes sobre a produção de cafés sustentáveis e de origem controlada, proporcionando um ambiente fértil para a troca de conhecimentos, inovação e estabelecimento de parcerias estratégicas”, comenta Caio Alonso, diretor da Espresso&CO, um dos realizadores do evento.

Com foco em negócios e B2B, a SIC reúne diversos profissionais do mercado do café. Desde grandes produtores àqueles que estão se preparando para abrir a própria cafeteria. Além de representantes de empresas que atuam em todas as etapas da cadeia produtiva (seleção, processamento e embalagem do grão), agrônomos, mestres de torra, baristas e representantes de setores complementares, como o de leites vegetais.

Antônio de Salvo, presidente do Sistema Faemg Senar, uma das entidades realizadoras do evento, reforça a importância da SIC. “Os cafeicultores mineiros, com dedicação e resiliência, colocam o estado como o maior produtor de café do Brasil. A SIC é um importante evento para aproximar os produtores rurais, grandes responsáveis por essa liderança, e os demais elos do setor. Essa conexão viabiliza um terreno propício para parcerias e bons negócios e mostra ao consumidor final a qualidade e a importância dos nossos cafés. O Sistema Faemg Senar está sempre junto dos cafeicultores e demais produtores rurais mineiros para que eles possam continuar gerando riquezas e alimentos para Minas, Brasil e o mundo”, destaca.

O Sebrae Minas, outra importante entidade realizadora do evento, também destaca a importância do estado de Minas Gerais para o segmento. “Minas Gerais é referência na produção e comercialização de cafés, sendo responsável por 51% de toda a safra do Brasil. Há mais de uma década, o Sebrae Minas desenvolve um trabalho de excelência com as nove regiões produtoras do estado para valorizar a atuação dos produtores, gerar novos mercados e perspectivas de negócios e estimular o desenvolvimento econômico e sustentável dos territórios. E a SIC, que acontece anualmente em nosso estado, traz uma visão diferenciada para ajudar a impulsionar esse trabalho e destacar a identidade e a origem controlada dos nossos cafés. O evento gera oportunidades para toda a cadeia produtiva em Minas Gerais, mostrando sua diversidade e olhando tanto para o mercado nacional, quanto internacional”, destaca o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

Este ano, o tema central do encontro “Como o clima, a ciência e os novos consumidores estão moldando o futuro do café”, faz referência ao atual cenário mundial e a necessidade e demanda por sustentabilidade em todos os setores e o governo de Minas Gerais reforça a importância de caminhos sustentáveis para o setor.

“Nosso café tem qualidade e é produzido com sustentabilidade. Os números recordes nas exportações e a abertura de grandes mercados, como a China, são prova de que investir em tecnologia, inovações, assistência técnica e equilíbrio com o meio ambiente dá resultados. E a SIC é uma vitrine de tudo isso. Os consumidores, hoje, têm muita informação sobre a cadeia produtiva e estão cada vez mais exigentes sobre os processos. Vê-los endossando a nossa bebida como um produto de qualidade é a prova de que estamos avançando no rumo certo”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Governo de Minas Gerais, Thales Fernandes.

A SIC é uma realização Espresso&CO, Sistema Faemg Senar, Sebrae e Governo do estado de Minas Gerais, com apoio institucional do Sistema Ocemg. Além de patrocínio diamante 3corações, patrocínio prata Nespresso, Nescafé e Sicoob, e patrocínio bronze Yara, Melitta e Senar.

O evento é gratuito para produtores rurais, empresas da área (visitantes com CNPJ) e visitantes internacionais. Pessoas físicas têm acesso por meio da compra de ingresso (R$70,00 para os três dias).

Fonte: Notícias Agrícolas via Assessoria de Comunicação Foto: Divulgação

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APASEM realiza inédito evento no setor de Laboratórios de Análise de Sementes

1º WORKLAS ocorre em Londrina de 3 a 5 de dezembro e está com inscrições abertas

A Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (APASEM) promove de 3 a 5 de dezembro o 1º WORKLAS Apasem, evento inédito e voltado aos profissionais que atuam direta e indiretamente junto aos Laboratórios de Análises de Sementes no Brasil. O encontro ocorre na cidade de Londrina e contará com a participação de grandes nomes do setor sementeiro brasileiro.

No Paraná, a Apasem possui dois tradicionais laboratórios de análise de sementes com mais de 50 anos de atuação. Um em Ponta Grossa e outro em Toledo, os quais realizam milhares de análises de amostras anualmente. “Além da experiência e credibilidade, a atuação em laboratórios de análise de sementes é um aprendizado constante, por isso, queremos dividir essa expertise e ao mesmo tempo discutir assuntos latentes hoje neste mercado estratégico dentro do agronegócio”, explica o diretor executivo da Apasem, Jhony Moller.

Segundo ele, deter informações sobre determinado processo ou produto pode fazer uma diferença significativa para alcançar o resultado almejado no campo. Os dados extraídos em análise de semente podem auxiliar na elaboração de planejamentos, incentivar ações e até mesmo fornecer uma nova visão para corrigir alguma rota. “Na produção de sementes, conhecer mais sobre o próprio produto pode indicar uma boa tomada de decisão, conferir a boa qualidade do lote e ainda pautar novas rotas visando melhorias para as próximas safras”, explica. 

Isso tudo é possível a partir de uma boa análise de sementes, que é fundamental para embasar as empresas produtoras e o mercado do agronegócio como um todo. Saber os detalhes do produto adquirido também traz mais segurança no campo. A avaliação é obrigatória para a emissão da documentação exigida, mas já deixou de ser um mero cumprimento de dever. Interpretar e entender esses resultados pode se tornar um diferencial.

“É da análise das sementes que se obtém informações que vão influenciar no desempenho dessa cultura no campo. Uma informação por si só não é suficiente. É necessário um conjunto de dados para conseguir ter uma tomada de decisão”, frisa Moller destacando ainda que: “informações sobre germinação, vigor, tetrazólio, viabilidade, peso e tamanho das sementes, presença de patógenos, impurezas, contaminante, todo esse conjunto de dados dão suporte na certeza da qualidade das sementes”.

Temas 

Serão muitos nomes do setor sementeiro que estarão presentes durante os três dias de debates. Entre os temas abordados estão: ‘Confiabilidade da Amostragem na Análise de Sementes’, com destaque para Amostragem de Lotes, Revalidação, Reembalagem e Documentos e Embalagens. Segue ainda com o tema ‘Reflexos do Campo nos Laboratórios de Sementes’; ‘Análise de Sementes Forrageiras’; ‘Mistura de Sementes MIX’, ‘Credenciamento de Laboratório de Sementes’; ‘ISO 17.025 – Não Conformidades, Riscos e Oportunidades de Melhoria’; e ‘Novas Ferramentas para Análise de Sementes’.

Serviço: 

Inscrições podem ser feitas neste link.

Associados Apasem têm 25% de desconto nas inscrições. Basta solicitar o ‘voucher de desconto’ por meio do e-mail comunicacao@apasem.com.br

O evento realizado no Aurora Shopping na cidade de Londrina de 3 a 5 de dezembro.

Palotina - 28-10-2020 - Lavoura de soja na região Oeste do Paraná -Foto : Jonathan Campos / AEN

Safra 2024/2025: plantio de soja chega a 74% e do milho a 97% no Paraná

Pelo menos 74% dos 5,8 milhões de hectares previstos para a soja na safra 2024/25 já estão semeados. Ainda que as chuvas tenham paralisado momentaneamente as plantações em alguns dias das últimas semanas, os produtores puderam acelerar o trabalho. Ele foi ainda mais intenso em relação ao milho, cujo plantio de primeira safra está praticamente encerrado, cobrindo 97% dos 259 mil hectares.

Os dados fazem parte de boletim divulgado nesta terça-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. “As condições climáticas têm sido favoráveis para a germinação e o desenvolvimento das culturas de verão, ao contrário do ano passado, quando as chuvas foram volumosas e causaram erosão e a necessidade de replantio”, salientou Edmar Gervásio, analista de soja e milho no Deral.

Em alguns municípios do Estado, os grãos de verão ainda não foram plantados, pois as culturas de inverno ainda estão a campo. O plantio de soja concentra-se agora nas regiões Sul e Norte, que tradicionalmente plantam mais tarde.

A safra de soja neste ciclo teve uma mudança no zoneamento agrícola, que é o período preconizado como ideal para o plantio. Até a safra passada em todo Estado a semeadura tinha início a partir do segundo decêndio de setembro.

Nesta safra houve regionalização do plantio e algumas regiões já puderam plantar a partir do início do mês de setembro e as últimas começaram a partir de 20 de setembro, como é o caso da região Sul.

No caso do milho, está praticamente encerrado o período de semeadura, restando algumas pequenas propriedades. Alguns produtores observaram tripes e percevejos, mas estão conseguindo controlar a situação. “De modo geral, tanto a safra de milho como de soja evoluem tranquilamente, tendo condições de clima favoráveis tanto para o plantio como para o desenvolvimento das lavouras já plantadas”, reforçou Gervásio.

O feijão de primeira safra também está com o plantio adiantado, alcançando 93% dos 143,6 mil hectares. Neste ano os produtores aumentaram em 33% a área, que tinha sido de 107,8 mil hectares, valendo-se da oferta de financiamento e seguro. Da mesma forma que os outros grãos, o desenvolvimento tem sido bom, ainda que as temperaturas estejam abaixo do normal para este período.

Entre as principais culturas que estão em plantio no Estado, a batata de primeira safra chegou a 98% dos 16,6 mil hectares, e igualmente tem bom desenvolvimento. Para esta cultura as temperaturas mais baixas favorecem as lavouras que se encontram em tuberização.

Fonte: AEN Foto: Jonathan Campos

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Fatores do crescimento da soja no Brasil

Jeferson Souza, Market Intelligence Analyst, destacou em recente conversa com produtores da Bahia um gráfico que ilustra o crescimento da área cultivada com soja no Brasil nos últimos 24 anos. Nesse período, a área dedicada à soja no país aumentou em mais de 225%, enquanto os Estados Unidos experimentaram um crescimento modesto de apenas 14%. Essa diferença significativa levanta questões importantes sobre os fatores que impulsionam essa expansão no Brasil.

Sendo assim, Souza atribui esse crescimento a três principais fatores: o espaço geográfico disponível, os avanços no desenvolvimento científico e uma demanda responsiva. Esses elementos têm permitido que o Brasil não só amplie sua área cultivada, mas também mantenha uma das maiores áreas de preservação do planeta, evidenciando um equilíbrio entre a produção agrícola e a conservação ambiental. “O interessante é que, mesmo com esse crescimento acelerado, o Brasil ainda possui uma das maiores áreas de preservação do planeta”, disse.

Nesse contexto, ele ressalta que, nos próximos anos, o país continuará tendo espaço para crescer, tanto em termos de área cultivada quanto em produtividade. No entanto, o analista enfatiza a importância de considerar como a demanda irá responder a esse aumento no potencial produtivo. “Quando aumentamos a oferta e a demanda não cresce na mesma proporção, já sabemos o resultado”, alerta Souza, sublinhando a necessidade de um debate contínuo sobre a responsividade da demanda.

Esses pontos levantam uma discussão crucial sobre o futuro da agricultura brasileira e como a sustentabilidade e a demanda estarão interligadas nas estratégias de produção nos anos vindouros.

Fonte: Agrolink Foto: Pexels

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Produção de grãos atingirá 379 milhões de toneladas nos próximos dez anos, com crescimento de 27%

A projeção de produção do agro brasileiro para os próximos dez anos mostra importante crescimento nas principais cultura, como soja, milho da safra de inverno, arroz, feijão, sorgo e trigo. As culturas perenes como café, cacau e frutas também sinalizam um crescimento sustentável no período.

Os dados são do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 20203/2024 a 2033/2034, realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Neste período, a área plantada aumentará 15,5%, atingindo 92,2 milhões de hectares, mostrando a produtividade como importante fator de crescimento na próxima década, como indica o estudo.

Para o diretor de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa, Silvio Farnese, “é relevante considerar que parte importante do crescimento da área plantada será apoiada pelo Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, com linhas de crédito favorecidas para regeneração produtivas de superfícies, atualmente com baixa produtividade”, enfatizou.

As culturas que terão maior crescimento nas áreas plantadas são soja (25,1%), milho da safra de inverno (24,9%), trigo (18,4%), arroz (+20,3%) e, feijão (+38,1%). 

A participação do consumo interno de milho, farelo e óleo de soja sustentam o crescimento na produção de proteína de origem animal, mantendo o consumo interno e garantindo as exportações destas proteínas, de 24,7 milhões de toneladas.

Cultura em destaque

A produção de arroz deverá aumentar em 3,1 milhões de toneladas, atingindo 13,7 milhões de toneladas, permitindo o atendimento ao consumo que está estimado 10,8 milhões de toneladas, havendo espaço para os compromissos de exportação do setor produtivo, atualmente da ordem de 1,3 milhão de toneladas.

Já a cultura do milho, atingirá 153,1 milhões de toneladas com crescimento de 32,3%, e aumento de 37,4 milhões de toneladas principalmente na safra de inverno, seguindo a prática adotada pelos produtores de plantio em sucessão à soja. O consumo estimado em 109,8 milhões de toneladas, crescendo 30,4% está sintonizado com a crescente utilização do grão para a produção de etanol que, atualmente processa 17,0 milhões de toneladas.

A soja continuará com maior produção entre os grãos, com estimativa de atingir 199,4 milhões de toneladas, com aumento de 52,0 milhões de toneladas, e o farelo de soja atingirá 48,5 milhões de toneladas, aumentando 8,36 milhões de toneladas nos próximos 10 anos.

Quanto ao café, as estimativas mostram aumento de produção de 31,9%, atingindo 72,0 milhões de sacos, ou seja, uma maior oferta de 17,0 milhões de sacos que cobrirão o aumento no consumo crescendo para 27,0 milhões de sacos e, as exportações, que estão estimadas em 45,0 milhões de sacos.

Na estimativa da produção de proteína animal, o maior crescimento será de aves (+28,4%), seguido por suínos (+27,5%) e, bovina (+10,2%). O consumo terá um crescimento menor com aves crescendo 26,9%, suíno com 25,4% e, bovina com 0,6%.

As exportações destas proteínas estão estimadas com crescimento de 29,7% para aves, 22,5% para suínos e, 27,1% para bovinos. Este cenário está sendo fortalecido pelos diversos acordo feitos pelo governo brasileiro com países consumidores, representando fortalecimento de mercados já sedimentados e, novos países que importarão carnes brasileiras, garantindo a posição de destaque no mercado internacional.

Projeção

A publicação é realizada anualmente, com a finalidade de prospectar o desempenho futuro da agropecuária, servindo como balizador para as políticas públicas para o setor e, de indicativo para o setor privado sobre o comportamento da área plantada, produção, consumo e, exportação dos principais produtos da pauta da agropecuária.

São projetados dados para 28 produtos: algodão em pluma, arroz, feijão, milho, soja grãos, farelo e óleo, sorgo, cana-de-açúcar, açúcar, trigo, café, cacau, laranja, fumo, batata-inglesa, mandioca, banana, maçã, mamão, melão, uva, carnes bovina, avícola e suína, leite, ovos e, celulose.

A publicação completa está disponível na página do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Fonte: Mapa Foto: Divulgação

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Para CNA, agro é o grande ator e colaborador da transição energética

Ao discursar na abertura do seminário “Agroenergia: Transição Energética Sustentável – Edição Etanol”, na quarta (30), o vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner, afirmou que o agro é o “grande ator e colaborador da transição energética no país”.

Promovido com apoio do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o evento reuniu na sede da Confederação, em Brasília, especialistas, parlamentares, produtores, diretores do Sistema CNA/Senar e representantes de entidades.

“Somos protagonistas na temática, com uma significativa participação de mais de 49% de fontes renováveis de energia, como hidráulica, solar, eólica e biomassa. No entanto, é nosso desafio transformar essa matriz em um modelo ainda mais eficiente, capaz de atender às necessidades atuais e futuras”, afirmou.

Segundo o vice-presidente da CNA, o agro, que tradicionalmente é visto como a base da segurança alimentar mundial, se destaca também como uma peça-chave na construção de um cenário energético mais sustentável.

“Através de pesquisa e desenvolvimento, estamos transformando nossos campos em verdadeiras usinas de energia, sem competir de maneira alguma com a oferta de alimentos.”

Schreiner ressaltou que o agro contribui diretamente para a produção de biocombustíveis por meio do cultivo de diversas matérias primas, contribuindo para a redução da dependência brasileira dos combustíveis fósseis e para a redução das emissões dos gases de efeito estufa.

“Somos o segundo maior produtor de etanol e biodiesel do mundo, que juntos somaram mais de 43 bilhões de litros fabricados no último ano, ficando atrás apenas dos Estados Unidos”, observa.

“Em relação ao biometano, atingimos a marca de 75 milhões de metros cúbicos, sendo que a Agência Internacional de Energia projeta que seremos o quinto maior produtor mundial em menos de cinco anos”, completa Schreiner.

Na avaliação do vice-presidente da CNA, é cada vez mais importante que o país invista em políticas públicas que apoiem a geração de energias renováveis, como investimento em pesquisa, tecnologia e capacitação técnica para os produtores rurais.

“A colaboração entre governos, entidades privadas, instituições de pesquisa e o setor agrícola é indispensável para criarmos um ecossistema que favoreça a inovação e a sustentabilidade.”

José Mário Schreiner afirmou em seu discurso que a transição energética sustentável não é apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade econômica. “Vamos aproveitar este espaço para debater, articular e, sobretudo, edificar e fortalecer o papel do agro na discussão a respeito da transição energética justa e sustentável, tal como deve ser.”

Ele finalizou afirmando que o seminário é também um preparativo para a participação do setor na Conferência do clima (COP30), que acontece no Brasil em 2025.

“Temos muitas informações que demonstram a relevância do agro para a transição energética, as quais objetivamos compartilhar com nossa sociedade e principalmente inspirar os líderes do mundo.”

Pietro Mendes, secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), destacou a importância do debate e dos avanços relacionados ao tema, como o reconhecimento internacional dos combustíveis sustentáveis durante a reunião do G20.

“A Agência Internacional de Energia fez um documento que trata dos critérios para que a gente tenha uma harmonização global do que seria um combustível sustentável dentro de uma análise do ciclo de vida e de parâmetros reconhecidos internacionalmente.”

A coordenadora do Observatório de Bioeconomia da FGV, Talita Priscila Pinto, afirmou que 80% das emissões de gases de efeito estufa no mundo vem dos combustíveis fósseis. Segundo ela, hoje um dos principais desafios da humanidade para se descarbonizar é reduzir essas emissões.

“Quando a gente olha para os biocombustíveis, vemos que são o sucesso da bioeconomia do ponto de vista econômico, social e ambiental e o Brasil se destaca do resto do mundo de forma positiva. É a agroenergia mostrando para o mundo que é possível gerar mais emprego, se desenvolver, fomentar a economia e ser um fator promotor de descarbonização.”

Talita lembrou que o setor agropecuário é a única atividade econômica que consegue remover carbono da atmosfera. “A agroenergia é uma fonte de remoção que é potencializada desde o manejo da terra à queima desses combustíveis quando comparada com o petróleo e outras fontes fósseis. Por isso, estamos em um momento estratégico para se posicionar como país e contar a história como deve ser contada.”

O deputado Benes Leocádio (União/RN), membro da Comissão Especial de Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados, reforçou a posição do agro que, além de produzir alimentos, se preocupa com a transição energética.

O parlamentar disse que o país está revolucionando o setor de energias renováveis e citou o projeto de lei 3149/2020, do hoje senador Efraim Filho (DEM/PB), que inclui produtores rurais de matéria-prima destinadas à produção de biocombustíveis na Política do Renovabio. Benes Leocádio é o relator da proposta na Comissão de Minas e Energia da Câmara.

“Quero agradecer à CNA e às demais entidades do setor que nos ajudaram a fechar o relatório visando ter o reconhecimento desses produtores rurais. Ainda temos muito a avançar, mas vamos cumprir nossa missão de melhorar a legislação para que traga mais segurança ao setor.”

O presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, Nelson Perez, lembrou a todos da necessidade de se deixar um legado para as futuras gerações por meio do mercado de agroenergia.

“Temos que deixar um legado e um mundo melhor para nossos descendentes. E nós, que lidamos com o agronegócio brasileiro, temos uma oportunidade única de deixar esse legado por meio do nosso mercado de energia conectado à agricultura.”

Após a abertura foi realizada uma palestra magna com o tema “Potencial da Agroenergia: transformando a realidade energética do Brasil”, com o professor e pesquisador do Observatório de Bioeconomia da FGV, Luciano Rodrigues. Na sequência, especialistas discutiram, em dois painéis, o etanol em fontes consolidadas e emergentes, com foco no cenário atual, principais desafios e gargalos.

Fonte: CNA Foto: Divulgação