Norberto

Um filho do agro na Fazenda

A reportagem da última edição da Revista Apasem conversou com o novo secretário de Estado da Fazenda do Paraná – Norberto Anacleto Ortigara, ou simplesmente “Secretário Ortigara”, como é conhecido no meio sementeiro, pois por mais de quatro décadas atuou fortemente no agronegócio em diferentes posições, entre elas como secretário de Estado da Agricultura. A pasta está sendo comandada por ele desde o último mês de maio. “É preciso continuar desenvolvendo um ambiente que propicie atração de investimentos, o que trará maior oferta de empregos e oportunidades para o cidadão”, disse o secretário durante a entrevista. Ortigara é natural de Seberi (RS). É formado em Agropecuária pelo Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, ligado à Universidade Federal de Santa Maria. Aprovado em concurso público na paranaense ACARPA, hoje EMATER-PR, optou por cursar Economia na Universidade Federal do Paraná, onde ingressou em 1974, graduando-se em 1977, com pós-graduações em Economia Rural e Gestão Pública em Segurança Alimentar. Entrou na Secretaria da Agricultura do Paraná em março de 1978, onde ocupou diversos postos, como analista do mercado agrícola, chefe da Divisão de Conjuntura Agropecuária, diretor do Departamento de Economia Rural (DERAL) em duas ocasiões, de 1989 a 1994 e de 1995 a 1998, e diretor-geral da Secretaria da Agricultura, de 1999 a 2002. A seguir, confira os principais trechos deste bate-papo.

Revista APASEM: Como recebeu a notícia de que a partir de maio de 2024 seria o homem forte das finanças estaduais?

Norberto Ortigara: Triste, feliz e lisonjeado. Foi uma mistura de sentimentos. Triste porque deixo, após quatro décadas, uma área  dedique à qual minha vida e tive muitos sabores e dissabores. Feliz porque sei que terei um novo desafio em mãos e que a minha experiência pode contribuir para o Estado e lisonjeado por saber que o governador Ratinho Junior confia em meu trabalho e deposita suas fichas em bons resultados junto a toda a equipe que compõe a pasta. Reforço o que eu disse durante a posse: “Quem me conhece sabe que eu me dedico há mais de 45 anos ao Estado. Por isso, vou seguir cuidando das contas estaduais, algo que é primordial para garantir o bom funcionamento dos serviços essenciais, como saúde, educação e segurança”. Esse é um dos meus compromissos frente a esse novo desafio.

RA: Como a sua experiência frente ao agronegócio do Estado lhe dá subsídios para também atuar na Secretaria da Fazenda?

NO: Creio que essa experiência me credencia ao cargo. Eu vim de cargos base na agricultura, ocupei funções técnicas, depois gestão da economia rural, fui diretor-geral e depois secretário de Estado. Participei da gestão de conselhos, estâncias decisórias. Tudo isso moldou o Ortigara de hoje. Sou um apaixonado e eterno estudioso da economia. Agora a gente leva esse legado para a Secretaria da Fazenda. E com humildade vou trabalhar com uma equipe altamente qualificada, que já colocou nosso Paraná com nota A no sistema de contabilidade brasileiro, que sabe executar e promover o orçamento. Então podemos afirmar que estamos prontos sim para dar todo o suporte que o Estado precisa para manter equilibradas suas finanças, não esquecendo a importância de fomentar investimentos.

RA: Ao assumir o cargo, o senhor elencou o aumento da participação dos investimentos no Orçamento do Estado e a qualificação do gasto público como principais metas e prioridades à frente da Fazenda. O que fazer para que isso ocorra e como cuidar da solidez, criando ambiente saudável à atração de investimentos?

NO: Reafirmo que esse é mais um dos compromissos assumidos. Devemos começar por entender que o Estado é um prestador de serviços e, como todo prestador, consome recursos, seja por pessoal para execução das atividades ou por meios físicos. Também é preciso compreender os anseios dos cidadãos. É natural, muitas vezes, as pessoas ficarem insatisfeitas com uma ou outra área. Por isso, é necessário deixar muito claro para onde são destinados os recursos. O Estado precisa devolver mais para a sociedade, buscando alternativas para atrair mais investimentos, sem ferir aquilo que já é comprometido com o bom andar das contas. É simples? Certamente que não, mas estamos aqui para isso, para não deixar a despesa crescer na mesma velocidade do crescimento da receita, mas sempre com um olhar da necessidade de investir, pois só assim cresceremos com solidez. Feito isso, é preciso uma postura coerente, sendo duro onde é preciso, evitando gastos desnecessários, refinando os custos, promovendo a infraestrutura e o meio ambiente, por exemplo. O que não se pode fazer é usar de recursos como royalties ou vendas de ativos para cobrir custos. Ativos negociados precisam ser destinados para outro ativo bom.

RA: Cuidar das contas estaduais é crucial para garantir o bom funcionamento dos serviços essenciais, como saúde, educação e segurança. Como manter essa balança equilibrada?

NO: Uma boa gestão estadual começa por cuidar das contas públicas. Como regime obrigatório, o Estado é obrigado a investir 12% das receitas tributárias somados ao Fundo de Participação na saúde. Outros 30%, em educação. A parcela de 2% também precisa ser destinada ao pagamento de precatórios e, por fim, 2% para financiar a ciência e tecnologia. Bom, sobra pouco para investimento. Por isso, os gestores devem agir de forma eficiente para não frustrar as expectativas dos contribuintes, para que se criem acessos a novos serviços, mais eficazes e modernos. Por isso, é preciso trabalhar o que sobra com muita inteligência, com dados nas mãos. Outra forma é se preparar para atrair investimentos, fomentando empresas internas para que se tenha um crescimento constante e consistente. Somos um Estado bom neste quesito. Quando nos comparamos com outros Estados brasileiros, ganhamos destaque e, para consolidar isso, estamos buscando também conquistar a nota A junto ao Tesouro Nacional, o que certamente daria maior vitrine no mercado e ajudaria a atrair investimentos.

RA: Como vê a reformulação do sistema tributário brasileiro, cuja implementação vai ocorrer nos próximos anos? Como isso deve impactar o Estado e o que precisa ser feito hoje? O senhor vê essas propostas da reforma tributária como algo que pode afetar a produção agro no Paraná? De que forma?

NO: O ICMS era um bom tributo quando criado nos anos 1960, mas acabou se desvirtuando, tornando-se complexo nos dias atuais. São milhares de normas, um tributo de difícil administração, sendo que as empresas precisam contratar grandes escritórios só para geri-lo. A reforma tem essa proposta de simplificar tudo isso. O cuidado que se deve ter é para não abrir demasiadamente concessões, senão a reforma não terá sentido de ser. Se a reforma não trouxer redução de imposto, será um grande ganho se ela já sintetizar todo esse processo, facilitando a vida das empresas e das pessoas. Nossas equipes internas estão acompanhando todo esse processo e contribuindo quando necessário. Em relação ao agro, teve-se o cuidado para não impor ônus no início da cadeia. Foi estabelecido um teto próximo de R$ 3,6 milhões não tributáveis. É um valor considerável e que traz uma certa proteção para não se ter grandes custos. Mas isso são exceções, o ideal é evitar abrir muitas concessões.

R.A: O senhor é um profundo conhecedor do setor sementeiro paranaense. Nas últimas décadas, como vê a evolução deste segmento primordial do agronegócio e como vê saída para desafios como o da pirataria de sementes, por exemplo?

NO: Houve um tempo em que o Paraná tinha o padrão para sementes certificadas. Era um modelo que funcionava. Mas a biotecnologia evoluiu e “perdemos” espaço para o capital. Vejo como um movimento sem volta e claro que isso ajudou a desenvolver o campo. Mas com ele também vem a necessidade por pagar por essa tecnologia, o royalty da semente. Afinal, alguém colocou dinheiro para que a semente pudesse ter seu potencial genético explorado. Vejo que nesta balança o preço justo é algo que seria saudável para os negócios. Mesmo com esse contexto, nada justifica a pirataria. Ela é prejudicial financeiramente e coloca em risco lavouras. O caminho não é esse e por isso precisa ser combatida. 

Por Everson Mizga

Copacol

Dia de Campo de Verão 2025 Copacol inicia com palestras

Começa nesta terça-feira (14) e segue até quinta-feira (16) o Dia de Campo2025 da Copacol. Na programação que acontece no  CPA (Centro de Pesquisa Agrícola) da cooperativa Copacol, de Cafelândia muitas palestras  já são programadas para o dia de hoje.  Em entrevista a Rede Alê de Rádio Junior Somavilla, fala sobre a programação.  Ouça clicando aqui.

Acesse: www.copacol.com.br e siga nas redes sociais: @copacolcooperativa


Imagem: Copacol

Foto Lar

Dia de Campo da Lar Cooperativa será em  Medianeira

Dia de Campo da Lar Cooperativa será em  Medianeira

Em entrevista ao “Rádio Lar”, o Superintendente de Negócios Agrícolas da  Lar Cooperativa, Vandeir José Dick Conrad, reforçou o convite para que os profissionais da áreas visitem o espaço. O evento começa nesta  terça (14/01) em Medianeira.  Durante três dias, a Unidade Tecnológica Lar do Oeste do Paraná, será palco de muito conhecimento, inovação e oportunidades.  Ouça aqui a entrevista

Acesse: www.lar.ind.br e siga nas redes sociais: @larcooperativa

Foto Show Rural

Coopavel intensifica segurança nos preparativos do Show Rural

A organização do Show Rural Coopavel é aclamada e admirada por vários fatores, mas principalmente pelo nível de segurança implementado nas mais diferentes etapas de estruturação do evento, que neste ano será realizado em sua 37ª edição de 10 a 14 de fevereiro, em Cascavel, no Oeste do Paraná.

Um dos trabalhos mais importantes é coordenado pela equipe de Segurança do Trabalho, sob a liderança do engenheiro Itamar Cassol. “Fazemos integração das empresas terceiras e acompanhamos atentamente a realização dos trabalhos para que sejam executados com o máximo de cuidado. Também estamos à disposição das equipes que trabalham no parque para esclarecer os mais diferentes questionamentos”, conforme Itamar.

O segmento também faz o acompanhamento das montagens e de outras atividades sempre com o envolvimento de pessoal do Bombeiro Civil e de técnico e segurança de trabalho, destaca Itamar. “Também damos suporte com à questão dos sistemas de prevenção em incêndio e outras tarefas que envolvem a segurança do trabalho em todas as etapas de preparação do Show Rural”.

Itamar informa que nesta 37ª edição a novidade é o Momento Segurança, com a elaboração e o envio de boletim semanal, digital, com inúmeras dicas de cuidados e prevenção. Esse método é desenvolvido internamente na Coopavel, mas agora, com o Show Rural, decidiu-se por ampliar a ação e alcançar também a todos que trabalham nas mais diferentes fases de preparação do evento. “Na verdade, customizamos um momento de segurança específico ao Show Rural. Temos lá um volume grande de pessoas e precisamos fortalecer continuamente a comunicação das informações de saúde, segurança e trabalho”, acentua o engenheiro responsável pelo setor de Segurança do Trabalho da Coopavel.

O evento

O 37º Show Rural Coopavel terá 600 expositores, empresas nacionais e estrangeiras que apresentarão o melhor em novidades para setores ligados à cadeia do agronegócio. No dia 9 de fevereiro, às 11h, será celebrada missa, uma das tradições do evento. A missa será presidida pelo arcebispo emérito de Cascavel, dom Adelar Baruffi.

A abertura dos portões, para visitação técnica, será na segunda-feira, 10. De segunda a sexta-feira, a visitação será das 8h às 18h. O acesso ao parque e o uso de vagas do estacionamento são gratuitos.

Faep

Após dois anos, governo federal revoga resolução que impedia financiamento em áreas embargadas

Desde o dia 19 de dezembro, os produtores rurais do Paraná e do Brasil com áreas embarcadas podem retomar a tomada de financiamentos para a produção agropecuária juntos as entidades financeiras. Isso somente é possível em razão da publicação da Resolução BCB 5.193/2024, revogando a Resolução BCB 5.081/2023, que restringia o crédito rural a projetos de financiamento envolvendo imóveis que têm áreas embargadas parcialmente. A medida também trata das condições em que será possível o financiamento em áreas com sobreposição com Unidades de Conservação.

Antes, o impedimento criava restrições independentemente do tamanho da área embargada, prejudicando o financiamento e o desenvolvimento da atividade rural em todo imóvel.

Agora, a restrição está limitada à área embargada, mas condicionada ao cumprimento de alguns requisitos por parte dos produtores, que podem realizado o financiamento, possibilitando o plantio.

 A entidade encaminhou ofícios ao Banco Central, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério da Fazenda, BNDES, Ministério do Planejamento e Orçamento e à Frente Parlamentar da Agricultura (FPA).

Além disso, técnicos do Sistema FAEP participaram de reuniões com a CNA, o IPA (Instituto Pensar Agro) e demais entidades do setor agropecuário nacional, e até mesmo uma visita ao Banco Central, destacando os impactos das restrições à produção nacional, em especial a produção do Paraná, segundo maior produtor de grãos do país.

Fonte: Texto e Foto Sistema Faep

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Cooperativas iniciam temporada de Dias de Campo e Shows Tecnológicos

A partir desta semana, dia 8/1, começa a temporada dos Dias de Campo e Shows Tecnológicos da safra de verão, promovidos pelas cooperativas paranaenses pelos próximos 60 dias. São mais de 20 eventos que trarão o que há de melhor nas tecnologias que os cooperados estão utilizando e no que está sendo pesquisado e testado para as próximas safras.

“Os dias de campo são realizados há diversas décadas e, a cada safra, vêm sendo aperfeiçoados com experimentações agrícolas e pecuárias que são desenvolvidas ao longo de todo o ano pelos pesquisadores e assistência técnica nas fazendas e estações experimentais das cooperativas”, destaca o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti.

Ele lembra ainda que são mais de 3.500 engenheiros agrônomos, florestais, agrícolas, de pesca, médicos veterinários, zootecnistas, entre outros profissionais das Ciências Agrárias que trabalham nas cooperativas agropecuárias, juntamente com as empresas de pesquisa, desenvolvimento e extensão, que levam as melhores soluções ao quadro social dos mais de 215 mil cooperados das 62 cooperativas desse ramo no Paraná.

“São experimentos com as novas cultivares, variedades com eventos de biotecnologia; utilização de novas moléculas, manejo de fertilizantes e dosagens de defensivos para controle de plantas daninhas, pragas e doenças. Há estações de pesquisa com rotação de culturas, técnicas para reduzir a compactação, melhora a conservação e a correção dos solos; aumentar a palhada no campo; plantio direto; integração lavoura x pecuária x floresta; recuperação de áreas com baixa fertilidade natural entre outras, tecnologias”, acrescenta.

Há ainda novidades em máquinas e implementos e na área de pecuária. “As cooperativas e a Ocepar acreditam muito na ciência e pesquisa, dado que praticamente todas têm campos de teste e experimentação das inovações para deixar seus cooperados sempre muito bem-informados e preparados para os desafios do setor mais relevante da economia brasileira, pela representação no PIB, geração de empregos e nas exportações”, finaliza o superintendente.

Fonte: Ocepar Foto: Assessoria Copacol

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Safra 24/25 do Paraná pode chegar a 25,3 milhões de toneladas de grãos

Apesar do tempo seco preocupar os produtores em determinado momento, a volta das chuvas manteve boas perspectivas para a safra de verão que começa a ser colhida. Espera-se uma recuperação nas produtividades obtidas no ciclo anterior, que podem gerar 25,3 milhões de toneladas ou 19% a mais que as 21,3 milhões obtidas em 23/24.

Os dados fazem parte da Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A divulgação também conta com a primeira projeção de área para a segunda safra, que pode produzir 16,4 milhões de toneladas, um aumento de 23% sobre os 13,4 milhões produzidos em 23/24.

A estimativa aponta que o milho, com seu importante papel como principal matéria-prima que alimenta frangos, suínos e bovinos, apresentou na segunda safra um aumento sutil na área plantada, que corresponde a 1% a mais em relação ao ciclo anterior (de 2,53 milhões aumentou para 2,56 milhões de hectares), mas que pode render uma grande produção de 15,5 milhões de toneladas, 24% a mais do que a do ano anterior (12,5 milhões de toneladas). As lavouras da primeira safra apresentam ótimas condições e devem ofertar 2,6 milhões de toneladas, 5% mais dos 2,5 milhões do ciclo anterior.

O feijão de segunda safra também ganha destaque. A cultura apresenta uma diminuição de 11% de área plantada, ainda assim a segunda maior já registrada. O volume esperado pode superar em 4% a produção de 23/24 e atingir 694,4 mil toneladas.

A primeira safra, que já apresenta 5% da produção colhida, pode apresentar problemas em função da dificuldade de aplicar fungicidas por causa das chuvas, mas o volume esperado ainda é grande. Ao final da colheita são esperadas 329,5 mil toneladas de feijão no período, o dobro do ano anterior.
A segunda safra da soja se destacou no aumento de área plantada. A área de 72,1 mil hectares representa um aumento de 44% em relação ao ano anterior (que era de 50,2 mil hectares), resultando em uma produção de 189,6 mil toneladas, 41% a mais em relação ao ano anterior (134,4 mil toneladas). A primeira safra pode registrar 22,2 milhões de toneladas, se as lavouras se mantiverem em boas condições.

Tomate – Dos 399 municípios do Estado, 328 plantam tomate e primeira safra da cultura permanece estável em todos eles, evoluindo rapidamente, tendo 94% da cultura já plantada e 43% já colhida e a produção segue dentro do previsto, que é de 170,9 mil toneladas.

Batata – A colheita da batata de primeira safra segue em ritmo acelerado, com um aumento de 17% nos últimos 24 dias, totalizando 23% da área total colhida. Por outro lado, a produtividade está cerca de 10% menor do que o previsto, uma diferença de 2 mil toneladas, podendo melhorar quando as principais regiões produtoras finalizarem a colheita. Apesar disso, 97% desta safra encontra-se em boa qualidade, favorecida pelo clima.

O preço recebido pelo agricultor ficou menos atraente, representando uma média de R$ 33,20 a saca de 25kg, 21,61% menor que o mês anterior (R$ 42,35). No entanto, a média paga consumidor nos últimos dias é de R$ 3,65 o kg, que mês passado era de R$ 5,85.

Cebola – A colheita da cebola aumentou em 33% nos últimos 24 dias, favorecida pelo clima, chegando a 72% da área colhida e com 88% em qualidade boa. 63% da safra está em maturação, 33% em frutificação e 3% ainda em desenvolvimento.

Café – As expectativas para o café são boas. O clima chuvoso favoreceu a umidade do solo em um momento essencial de frutificação das plantas, que passaram por um momento crítico causado pelas ondas de calor que antecederam as chuvas, abortando algumas flores. A expectativa para a safra atual é uma produção de 42,7 mil toneladas de café. 6% a mais do que o ano passado (40,4 mil toneladas).

A área plantada do café também é destaque, já que parou de diminuir e tem aumentado sutilmente pelo segundo ano consecutivo, representando uma recuperação importante e relação às safras passadas. Para o produtor os preços têm sido atrativos, chegando nos últimos dias a R$ 1975,26 a saca de 60 kg, mais que o dobro que o mesmo período do ano passado (R$ 846,45).

Mandioca – A mandioca, que é uma cultura com um ciclo mais longo em relação às outras culturas, tem tido boa produtividade apesar da seca do primeiro semestre. A expectativa é de 3,7 milhões de toneladas, 4% a mais que a última safra (3,6 milhões de toneladas). Apesar dos preços ruins em praticamente metade do ano, próximos do custo, atualmente as cotações dispararam e superam R$ 700, estimulando um aumento de área para 2025.

Cana-de-açúcar – Também com um ciclo mais longo, a cana-de-açúcar segue com uma boa produção estimada, de 35,8 milhões de toneladas, 2% a menos que o ano passado (36,6 milhões de toneladas), mas alta considerando o longo período de estiagem.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu/AEN

09/11/17- Paranaguá- Mesmo a dois meses do final do ano, o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá já movimentou mais carga do que ao longo do ano de 2016 inteiro. 
Foto: Ivan Bueno/APPA

Confira dados de exportação da soja no Brasil em janeiro

As exportações brasileiras de soja, farelo de soja, milho e trigo devem apresentar uma queda em janeiro de 2025, conforme as previsões divulgadas pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). O volume estimado de embarques para o mês de janeiro mostra uma redução em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A soja, um dos principais produtos de exportação do Brasil, deverá atingir 1,71 milhão de toneladas em janeiro de 2025, conforme estimativa da Anec. Caso se confirme esse número, a exportação de soja ficará bem abaixo das 2,4 milhões de toneladas registradas em janeiro de 2024. A redução reflete um cenário de menor demanda externa e desafios logísticos.

Farelo da soja

No caso do farelo de soja, a previsão da Anec é de 1,43 milhão de toneladas exportadas, contra 1,75 milhão em janeiro de 2024. A queda nas exportações de farelo é um reflexo da diminuição da produção e de uma possível desaceleração nas compras de países importadores.

Por outro lado, as exportações de milho também devem apresentar uma diminuição. A Anec estima que o Brasil embarque 2,9 milhões de toneladas do grão em janeiro de 2025, número que está abaixo das 3,5 milhões de toneladas exportadas no mesmo mês de 2024. A redução na quantidade de milho exportada pode ser atribuída a uma colheita menos robusta e ao aumento da concorrência de outros países produtores.

Além da soja, farelo e milho, as exportações de trigo também deverão recuar. A previsão é de que o Brasil exporte 519.290 toneladas de trigo em janeiro de 2025, um volume inferior às 685.171 toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior. A redução nas exportações de trigo está ligada a questões de oferta e demanda no mercado internacional.

Fonte: Canal Rural Foto: Ivan Bueno/APPA

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Preço da soja no Brasil segue em trajetória de queda

O preço da soja segue em queda no Brasil. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor no Porto de Paranaguá foi de R$ 134,16 nesta quarta-feira (8/1), recuo de 2,33%. Esse foi o quinto recuo consecutivo, e no mês, a soja registra baixa acumulada de 3,77%.
Para a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o consumo doméstico do grão deverá crescer este ano, principalmente em função da demanda para a produção de biodiesel. “Em relação às exportações, nossa estimativa é de um potencial de se exportar até 110 milhões de toneladas, o que representa um verdadeiro desafio a ser cumprido em termos logísticos”, indica.

Os preços da soja seguem em com pouca oscilação na bolsa de Chicago, com o mercado em aguardando definições sobre a safra sul-americana. Os lotes para março caíram 0,28% nesta quarta, a US$ 9,9450 o bushel.

Nas outras praças do país, levantamento da Scot Consultoria aponta saca de soja a R$ 121,50 em Luís Eduardo Magalhães (BA); R$ 128,50 em Rio Verde (GO); R$ 122 em Balsas (MA); R$ 130 no Triângulo Mineiro e R$ 123 em Dourados (MS). Nos portos, a soja é cotada a R$ 139 em Santos (SP) e R$ 141 em Rio Grande (RS).

Fonte: Globo Rural Foto: Divulgação

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Bioativação auxilia no manejo da cigarrinha do milho e suas doenças associadas

O Brasil, um dos maiores produtores de milho do mundo, estima alcançar 119,8 milhões de toneladas na safra 2024/2025, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, fatores climáticos e pragas, como a cigarrinha do milho, têm impactado o potencial produtivo. A cigarrinha é o principal vetor das doenças do complexo de enfezamento e raiado fino, que afetam diretamente o rendimento da cultura, como explica Samir Filho, coordenador de Desenvolvimento de Mercado da Acadian Plant Health (APH) no Brasil.

Com o objetivo de ajudar os agricultores brasileiros a superar esses desafios, a APH, em parceria com a UNESP de Botucatu, conduziu um estudo para avaliar a eficácia de bioativadores à base de Ascophyllum nodosum, uma alga marinha exclusiva das águas frias do Atlântico Norte. O estudo, realizado durante as safras de 2023 e 2024, focou na aplicação foliar do extrato da alga marinha, combinado com inseticidas biológicos, em condições de campo no Brasil.

Resultados do estudo

Os efeitos do extrato de Ascophyllum nodosum foram analisados em comparação com tratamentos de controle, como plantas protegidas contra cigarrinhas (controle positivo) e plantas expostas ao ataque das pragas (controle negativo). Entre os principais resultados, destacam-se:
Vigor da cultura: O extrato de alga marinha, isolado ou combinado com inseticidas biológicos, promoveu um aumento significativo no vigor das plantas de milho, superando o controle negativo. O controle positivo, livre de cigarrinhas, apresentou o maior vigor.

Doença do Enfezamento do Milho (DEM): Apesar de não reduzir a incidência da DEM, o extrato de Ascophyllum nodosum contribuiu para o melhor desenvolvimento das plantas, mesmo com a presença da doença.

Fitoalexinas: O extrato estimulou a produção de zealexina, uma fitoalexina responsável pela defesa da planta contra fungos e bactérias patogênicas.
Pigmentos fotossintéticos: A aplicação do extrato, especialmente combinado com inseticidas biológicos, resultou em um aumento da produção de clorofila, superando até o controle positivo.

Estresse oxidativo: O uso do extrato reduziu as concentrações de peróxido de hidrogênio (H₂O₂) e peroxidação lipídica (MDA), indicando menor estresse oxidativo nas plantas.

Enzimas antioxidantes: A atividade da catalase foi aumentada pela aplicação do extrato de Ascophyllum nodosum, auxiliando no combate ao estresse biótico.

Componentes de produção e rendimento: A combinação do extrato com inseticidas biológicos resultou em um aumento no número de grãos por fileira e por espiga, elevando o rendimento final da produção. O extrato isolado também ajudou a mitigar as perdas de rendimento comparado ao controle negativo.

A contribuição para o fortalecimento da cultura do milho

Embora o extrato de Ascophyllum nodosum não atue diretamente no combate à cigarrinha do milho, ele se revelou um importante aliado no fortalecimento das plantas, proporcionando maior resistência a estresses bióticos e abióticos. Samir Filho destaca que o uso desse bioativador resulta em plantas mais robustas, com menor estresse oxidativo e maior tolerância a infecções, contribuindo para a produtividade do milho.

A Ascophyllum nodosum, matéria-prima dos produtos da APH, é encontrada exclusivamente em zonas intermaré das águas frias do Atlântico Norte, onde enfrenta condições extremas de temperatura e salinidade. Essas condições inóspitas fizeram com que a alga desenvolvesse mecanismos de defesa e compostos bioativos que a protegem contra essas adversidades. Esses compostos têm sido utilizados para criar soluções inovadoras no manejo de culturas como o milho, beneficiando a agricultura brasileira.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação