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CNA e Cepea lançam indicador de preços do feijão

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), lançou, na quarta (23), um indicador de preços de feijão.

Os produtores e os interessados vão poder acompanhar diariamente os preços de mercado do feijão preto e carioca no site do Cepea: www.cepea.esalq.usp.br/br/feijao.aspx . O indicador vai trazer a média de preços do grão no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Oeste da Bahia.

O evento de lançamento ocorreu na sede da CNA, em Brasília, com a presença do presidente da CNA, João Martins, diretores da entidade, produtores rurais, especialistas, pesquisadores e representantes de entidades setoriais.

Na abertura do encontro, João Martins falou da importância de se olhar com atenção para um produto que está presente diariamente no prato de todos os brasileiros. “A competitividade do mercado aumenta a cada ano, então temos que produzir de uma maneira diferente de como fazíamos no passado. Temos que buscar cada vez mais qualidade e produtividade para podermos avançar”.

Para o vice-presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Borghi, a divulgação do indicador é um dia histórico para os agricultores, pois é uma ferramenta essencial de mercado que traz transparência e fornece informações para o bom andamento da atividade.

“A produção de feijão é interessante pelo curto ciclo produtivo, mas precisa de organização, de novas demandas, novos mercados e oportunidades. A cadeia tem muito o que evoluir ainda”, disse Borghi.

Ainda na abertura, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão do Ministério da Agricultura, Afrânio Migliari, destacou que o indicador é importante para trazer segurança, por meio de dados regionais, e reduzir as especulações de mercado.

“O feijão é um alimento da cesta básica e se não produzirmos em quantidade o preço ficará mais caro, então é necessário trabalhar com responsabilidade e qualidade para trazer resultados positivos para o setor”.

O assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, esclareceu que o objetivo da iniciativa é trazer informações confiáveis para mitigar a tensão e a volatilidade do mercado, bem como fomentar a organização setorial e ter cada vez mais transparência na comercialização.

Durante o evento, o pesquisador do Cepea-Esalq/USP, Lucilio Alves, apresentou o indicador de preços e como irá funcionar. De acordo com ele, neste ano foram realizados levantamentos e visitas técnicas nas regiões selecionadas para coletar informações e identificar os agentes envolvidos nas transações regionais de feijões.

“A partir da identificação e cadastro desses agentes, nós passamos a contatá-los diariamente para saber o preço de negócio ou ofertas recebidas. A informação é agregada a nível regional, com valores à vista. Baseado nisso, fazemos o tratamento estatístico e divulgamos o preço médio das negociações em cada região”, explicou.

Segundo Alves, com a divulgação do preço médio ao final de cada dia, os produtores têm condições de ajustar sua estratégia de negociação, inclusive para o dia seguinte, e automaticamente absorver o valor para aceitar ou não uma contra oferta. “O foco é ajustar ou reduzir a assimetria de informações e permitir ajustes de negócios”.

Além da apresentação do indicador, ocorreram palestras sobre os custos de produção da atividade, pesquisa e inovações na produção de feijão e pulses de alta qualidade para o Brasil e o mundo e os cenários para o mercado nacional.

Campo Futuro

O pesquisador do Cepea-Esalq/USP, Renato Ribeiro, apresentou dados dos painéis de custos de produção do projeto Campo Futuro para o feijão e falou sobre o desempenho da atividade nas regiões analisadas. Ele afirmou que o grão é uma ótima oportunidade no portfólio de produção agrícola e é considerado como opção de rotação de cultura em primeira e segunda safras. “Geralmente a atividade paga os custos e tem desembolso (COE) similar ao da soja, porém tem risco elevado de preço, produtividade e qualidade”.

Já o consultor Vlamir Brandalizze destacou o cenário para o mercado nacional de feijão e disse que o mundo tem consumido mais alimentos do que o produzido. “A cadeia do feijão ainda tem muito espaço para crescer, principalmente no mercado internacional. Temos observado uma corrida de compra para abastecer os estoques chineses e isso acaba beneficiando todo o segmento”.

Inovação – Por fim, o pesquisador da Embrapa, Alcido Wander, falou que a entidade atua para beneficiar o setor em várias frentes como bioinsumos, sustentabilidade dos sistemas produtivos e cultivares melhoradas de feijão.

“A Embrapa desenvolve diversos ativos de inovação, em diferentes níveis de maturidade, para serem negociados com parceiros privados que possibilitarão transformar nossa produção de feijão”.

Fonte: CNA Foto: Divulgação

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Incerteza marca nova safra de trigo

De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Rio Grande do Sul segue travado devido à insegurança quanto à qualidade do produto disponível. Estima-se que existam cerca de 80 mil toneladas de trigo da safra velha ainda no mercado, porém sua qualidade é considerada baixa, com valores estimados em torno de R$ 1.100,00 FOB.

Já para a nova safra, a insegurança continua: aqueles que já colheram não estão seguros quanto à qualidade, e os que ainda não iniciaram a colheita têm receio das condições climáticas. Mesmo assim, o trigo novo tem valor estimado em R$ 1.200,00 a R$ 1.250,00 FOB. As chuvas desta semana agravam ainda mais essa incerteza no estado.

Em Santa Catarina, o mercado segue sem grandes alterações, com moinhos continuando a buscar trigo em estados vizinhos, especialmente no Sudoeste do Paraná, onde os preços giram em torno de R$ 1.400,00 FOB, além de contar com fretes mais baratos. Alguns moinhos possuem armazéns no Rio Grande do Sul, aguardando o início da colheita. A baixa venda de farinhas, devido aos preços reduzidos, tem atrasado a compra de grãos pelos moinhos. Nesta semana, os preços pagos aos produtores catarinenses variaram entre R$ 70,00 e R$ 77,00 por saca, dependendo da localização, com destaque para Xanxerê, que teve o valor mais alto.

No Paraná, a safra está praticamente finalizada, com a qualidade parcialmente afetada. Os negócios na região norte chegaram a R$ 1.450,00 FOB no início da semana, mas as ofertas posteriores ficaram ao redor de R$ 1.400,00. Já os vendedores pediram R$ 1.500,00 pelo trigo-pão e até R$ 1.800,00 pelo trigo branqueador. A quebra nas colheitas e as chuvas no sul do estado continuam gerando preocupação.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

Palestrante

Sandra Ferreira da ANPROSEM é palestrante confirmado para o 1º WORKLAS APASEM

“Análise de Sementes Forrageiras” é tema da palestra da secretária executiva Sandra Ferreira da Associação Nacional de Produtores de Sementes de Gramíneas e Leguminosas Forrageiras (ANPROSEM). A profissional é graduada em Engenharia Agronômica, Mestrado em Agronomia na área de Produção Vegetal, atuante na área de sementes forrageiras tropicais, com experiência em laboratório de análises de sementes de forrageiras e grandes culturas.

Sandra é ainda membro dos comitês técnicos de Legislação, Laboratórios, Propriedade Intelectual, Forrageiras, Tratamento de sementes e Fitossanidade na Associação Brasileira de Produtores de Sementes e Mudas (ABRASEM) e também secretária executiva da Comissão de Sementes e Mudas no Estado de São Paulo e auditora na entidade de certificação Fundação Pro Sementes.

Inscreva-se e participe.

Associados têm valor diferenciado. Basta solicitar o ‘voucher de desconto’ por meio do e-mail comunicacao@apasem.com.br

Soja - colheita. Fotos:Jaelson Lucas / Arquivo AEN

Projeção da safra paranaense de grãos 2024/25 deve subir, apesar do clima instável

O Paraná tem expectativa de aumento de produtividade e produção nas principais culturas na safra 2024/2025. O Paraná deve registrar uma maior produtividade e produção de soja e milho primeira safra na temporada.

A expectativa para a safra recém-iniciada é o tema do programa Campo & Cia, do Sistema FAEP, com a participação da Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP.

O primeiro levantamento aponta área estável na safra de verão. Mesmo com a mesma área, a soja deve registrar maiores produtividade e produção, com aumento de 21%. O Paraná deve colher 22,5 milhões de toneladas.

No milho, a situação é semelhante. O cereal deve reduzir área, como nas temporadas anteriores, mesmo assim registrar avanço de produção, com 2,6 milhões de toneladas.

No trigo, cultura cujo Paraná é o maior produtor nacional, os problemas com excesso de chuva atingiram a quantidade e qualidade do produto.

Em relação aos preços, Ana Paula destaca que a oferta e demanda ainda não são favoráveis para o produtor, pois os estoques seguem em alta, por conta da boa safra norte-americana. Ainda, no curto prazo não há perspectivas de melhoras de preços.

Fonte: Faep Foto: Divulgação

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Pesquisa aponta soluções na tecnologia de aplicação para o milho

Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas no Núcleo de Investigação em Tecnologia de Aplicação e Máquinas Agrícolas (Nitec) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) para definir as melhores tecnologias de aplicação de inseticidas e fungicidas na cultura do milho. Experimentos com pulverizadores de barras e drones de pulverização, a campo e laboratório, têm trazido resultados eficientes na qualidade de aplicação para o controle da cigarrinha-do-milho.

Pesquisa evidencia que 55% das gotas de pulverização atingem as folhas superiores do milho, 31% as folhas medianas e apenas 14% as folhas inferiores das plantas.

Diferente da soja, a escolha da técnica de aplicação para o milho deve considerar critérios como: a altura máxima da barra do pulverizador, o efeito “guarda-chuva” das folhas superiores (que cobrem as partes inferiores da planta e as entrelinhas, reduzindo a deposição das gotas nessas áreas), estágio de desenvolvimento e os locais que as gotas de pulverização devem atingir nas plantas para o controle fitossanitário. Por isso, ocorre a avaliação da deposição e da cobertura dos principais modelos de pontas de pulverização por jatos: plano simples, plano com pré-orifício, plano com indução de ar, plano com defletor, plano inclinado, plano com duplo leque, plano com duplo leque inclinado e cônico cheio e vazio.

Os resultados de pesquisa indicam que pontas de pulverização com jato plano simples não proporcionam deposição e cobertura adequada nas plantas de milho, enquanto pontas com configurações de jato plano inclinado e jato cônico vazio permitem maior deposição das gotas no alvo.

Nos experimentos, as plantas de milho foram seccionadas para identificar onde as gotas de pulverização atingiram, como na região do cartucho, inserção da bainha, meio, ponteiro, região abaxial (parte de baixo) e adaxial (parte de cima) das folhas. Os resultados revelam que a aplicação é adequada na região do cartucho, mas ainda desafiadora na inserção da bainha e baixeiro das plantas, considerando os tipos de pontas testados. Esses resultados podem ser relacionados com o comportamento de insetos e as regiões de infecção das doenças nas plantas de milho para aprimorar as técnicas de aplicação.

A pesquisa também evidencia que 55% das gotas de pulverização atingem as folhas superiores do milho, 31% as folhas medianas e apenas 14% as folhas inferiores das plantas, sendo que destas, menos de 2% na região da inserção da bainha, independentemente da posição da folha na planta. Isso evidencia a desigualdade da distribuição das gotas.

Esse estudo faz parte da Rede Complexo de Enfezamento do Milho (Rede CEM), formada por universidades estaduais, cooperativas, centros de pesquisa e instituições de governo, que está fomentando iniciativas de manejo e controle da praga. Sua coordenação cabe à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com apoio do Sistema FAEP e Fundação Araucária.

Fonte: Faep Foto: Divulgação

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Brasil rumo ao recorde na safra de soja

A safra de soja 2024/25 apresenta expectativas otimistas para o agronegócio brasileiro, com previsões de crescimento tanto na produtividade quanto na área plantada. Segundo Leandro Viegas, CEO da Sell Agro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a colheita nacional cresça 8,3%, atingindo 322,47 milhões de toneladas. Este avanço solidifica o Brasil como o maior produtor mundial de soja, com destaque para o estado de Mato Grosso, que desempenha papel crucial no aumento da produção.

A demanda internacional, especialmente da China e da União Europeia, continua forte, o que beneficia o Brasil, responsável por cerca de 25% do PIB agropecuário. A produção de biocombustíveis, como o biodiesel, também influencia positivamente o mercado, já que o óleo de soja é essencial nesse processo. Porém, o cenário econômico traz desafios. A valorização do real frente ao dólar pode afetar a competitividade da soja brasileira no mercado internacional, comprimindo as margens de lucro dos exportadores. Além disso, os custos de produção, como fertilizantes e defensivos agrícolas, seguem elevados, o que preocupa os produtores.

Em Mato Grosso, a área plantada deve crescer 1,47%, alcançando 12,66 milhões de hectares, impulsionada pela conversão de pastagens em áreas de cultivo. A produtividade também tem projeções otimistas, com uma média de 57,97 sacas por hectare, o que resultaria em 44,04 milhões de toneladas, representando um aumento de 12,78% em relação à safra anterior. A expectativa de normalização das chuvas é um fator positivo que pode sustentar esses números.

No entanto, os gargalos logísticos permanecem como um obstáculo significativo. O transporte rodoviário, responsável por mais de 60% do escoamento da produção, enfrenta desafios com estradas em más condições, elevando os custos de frete e causando atrasos. Embora projetos como a Ferrovia Norte-Sul e o Arco Norte estejam em desenvolvimento, a infraestrutura ainda é insuficiente para atender à crescente demanda.

Fonte: e Foto Agrolink

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Soja: oferta global recorde pressiona cotações

A oferta global recorde e os estoques elevados pressionaram as cotações da soja no spot brasileiro na última semana, segundo levantamentos do Cepea. Por outro lado, a valorização do dólar frente ao real limitou o movimento de baixa.

Além disso, conforme colaboradores do Cepea, chuvas irregulares seguem deixando sojicultores nacionais em alerta e recuados nas comercializações.

Dados divulgados pelo USDA apontam produção mundial da oleaginosa na temporada 2024/25 em 428,9 milhões de toneladas, 8,6% superior às 394,7 milhões de toneladas colhidas na safra 2023/24.

O esmagamento global é projetado em 346,3 milhões de toneladas e as transações globais, em 181,5 milhões de toneladas, respectivos aumentos de 4,8% e de 2,6% frente à temporada anterior; o estoque mundial também pode ser recorde, previsto em 134,6 milhões de toneladas.

Fonte e Foto: Canal Rural

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Soja sobe nos principais estados

Os preços da soja estão em alta no Rio Grande do Sul, mas os negócios quase não acontecem, segundo informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “R$ 141,50 para entrega em outubro, e pagamento 30/10, no Porto. No interior os preços seguiram o balizamento de cada praça. R$ 134,00 Cruz Alta – Pagamento em 30/10. R$ 134,00 Passo Fundo – Pagamento em 30/10. R$ 133,00 Ijuí – Pagamento em 30/10. R$ 132,00 Santa Rosa / São Luiz – Pagamento em 30/10. Preços de pedra, em Panambi, caíram para R$ 121,00 a saca, para o produtor”, comenta.

Em Santa Catarina os preços subiram. “A menor oferta interna do produto e clima/estiagem no início da safra 2024/25 no Centro oeste influem nas cotações no período. Preços de ontem: O preço no porto foi de R$ 141,00, Chapecó a R$ 120,00”, completa.

No Paraná o plantio da soja está em 41%. “No porto, em Paranaguá, comprador oferecia R$ 140/saca CIF, e o vendedor pedia R$ 146. No interior, o mercado de soja permaneceu estável, com pouca liquidez. No spot, propostas de compra variavam entre R$ 135 e R$ 137/ saca FOB, com embarque em outubro e pagamento em novembro, e vendedor pedia acima de R$ 140. No balcão, os preços em Ponta Grossa ficaram em R$ 132,50”, indica.

No Mato Grosso os preços subiram. “O preço da soja no spot subiu nesta quarta-feira, para R$ 141 por saca FOB em Dourados, com embarque e pagamento em novembro, representando um aumento de R$ 2 em relação ao início da semana, com poucos volumes negociados. Preços do dia: Dourados R$ 135,50. Campo Grande: R$ 135,00. Maracaju: R$ 135,50. Chapadão do Sul: R$ 132,00. Sidrolândia: R$ 133,50”, informa.

Em Sinop, no Mato Grosso, não houve negociações nesta quarta-feira. “Compradores indicaram R$ 131 por saca FOB, com embarque em outubro e pagamento em novembro, enquanto os vendedores se mantiveram ausentes. Campo Verde: R$ 134,00, Lucas do Rio Verde: R$ 131,00. Nova Mutum: R$ 131,50. Primavera do Leste: R$ 134,50. Rondonópolis: R$ 137,00. Sorriso: R$ 130,50”, conclui.

Fonte: Agrolink – Leonardo Gottems Foto: Divulgação

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Primeira estimativa para safra de grãos 2024/25 indica produção de 322,47 milhões de toneladas

A primeira estimativa para a safra de grãos na temporada 2024/2025, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta para uma produção de 322,47 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 8,3% ao obtido em 2023/24, ou seja, 24,62 milhões de toneladas a serem colhidas a mais que no ciclo anterior, estabelecendo um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme ao final do ano agrícola. Para a área, estima-se crescimento de 1,9% sobre a safra anterior, passando para 81,34 milhões de hectares. Os dados foram divulgados pela Companhia, nesta terça-feira (15), durante o anúncio do 1º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25.

Neste ciclo, o arroz deverá apresentar novo crescimento de 9,9% na área semeada. A alta é verificada em todas as regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste e o Sudeste, onde o incremento chega a 33,5% e 16,9% respectivamente. Só em Mato Grosso, os produtores irão destinar mais de 133 mil hectares para o cultivo do grão, com uma elevação de 39,3% quando comparada com a área registrada na temporada de 2023/24. Em Goiás esse aumento chega a 24%, índice pouco menor que o registrado em Minas Gerais, onde se verifica uma alta de 25,1%. O Sul, principal região produtora de arroz no país, também tende a registrar uma maior área cultivada, chegando a cerca de 1,16 milhão de hectares. Esse cenário influencia na expectativa de maior produção, com a colheita sendo estimada em aproximadamente 12 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018.

“Com esses números, a previsão é de que o Brasil volte ao patamar das maiores safras de arroz da sua história. Isso é o resultado do trabalho dos nossos produtores, em parceria com o governo federal, que voltou a elaborar políticas públicas para todo o campo agrícola brasileiro, contemplando pequenos, médios e grandes produtores”, reforça o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Para o feijão, a Conab também espera um ligeiro aumento na área semeada, saindo de 2,86 milhões de hectares em 2023/24 para 2,88 milhões de hectares no atual ciclo. Cultivado ao longo do ano, a maior elevação é esperada para a área semeada na primeira safra da leguminosa, com uma alta de 2,3%, sendo estimada em 881,3 mil hectares, resultando em uma produção de 947,3 mil toneladas. Já a expectativa de produção total do grão no país, somando-se os três ciclos cultivados, é de 3,26 milhões de toneladas, 0,5% acima da safra anterior.

No caso da soja, os produtores também devem destinar uma maior área para a cultura, com elevação de 2,8% quando comparada com a temporada passada. No entanto, o percentual de crescimento de área da oleaginosa está arrefecido nesta safra, sendo este o terceiro menor percentual de incremento registrado desde o ciclo 2009/2010. O atraso do início das chuvas, sobretudo nos estados da região Centro-Oeste, vem atrapalhando os trabalhos de preparo do solo e do plantio. Ainda assim, a produção está estimada em 166,05 milhões de toneladas.

Para o milho, a Conab projeta uma recuperação de 3,5% na safra, sendo estimada uma colheita total em torno de 119,74 milhões de toneladas, com uma área se mantendo em 21 milhões de hectares. Na primeira safra do cereal, tanto a produção como a área cultivada a expectativa é de redução de 1,1% e 5,4% respectivamente, passando para 3,76 milhões de hectares semeados, com a produção estimada em 22,72 milhões de toneladas. No caso do algodão, a primeira previsão indica crescimento de 2,9% na área a ser semeada, para um total de 2 milhões de hectares, e produção de pluma em 3,67 milhões de toneladas.

Culturas de inverno

A primeira expectativa de produção acima de 12 milhões de toneladas para as culturas de inverno não se confirmou, influenciada principalmente pelas condições climáticas registradas nas regiões produtoras. O trigo, principal cultura dentre os cultivos de inverno, teve a previsão de safra reduzida para 8,26 milhões de toneladas neste levantamento. Problemas no clima durante todo o ciclo, sobretudo no Paraná, como estiagem no início, a falta de clima frio predominante, ocorrência de dois períodos de geadas em agosto e de doenças justificam tal redução. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina o cenário é mais positivo.

Mercado

Com a perspectiva de maior disponibilidade interna de arroz, os preços do produto no mercado interno devem seguir um comportamento de arrefecimento, mas, mesmo com a possível queda, deve-se manter a rentabilidade ao produtor. A alta na produção também possibilita tanto uma elevação nas exportações do grão, que podem chegar a 2 milhões de toneladas, como um aumento nos estoques de passagem ao final da safra 2024/25, estimada em aproximadamente 840 mil toneladas.

Para o milho, as atenções se voltam para a safra de verão do cereal cultivado na América Latina. Brasil e Argentina, os principais produtores do grão na região, devem reduzir a área destinada para a cultura neste primeiro momento, e essa menor oferta sul-americana pode refletir em uma recuperação nos preços no mercado externo. Apesar da redução na primeira safra do cereal, a Conab prevê uma produção total de milho em 119,7 milhões de toneladas, um acréscimo esperado de 3,5%, comparada ao ciclo anterior. As exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025 e a demanda no mercado interno pelo grão deverá se manter aquecida, devido ao bom desempenho do mercado exportador de proteína animal e pela produção de etanol.

Já para a soja, as exportações para 2025 estão projetadas em 105,54 milhões de toneladas do grão, com base no aumento da produção e da demanda mundial, especialmente da China. Os estoques finais estão estimados em 4,16 milhões de toneladas. No caso do trigo, os danos causados pelas adversidades climáticas no Paraná influenciam na valorização dos preços do cereal no mercado doméstico. O clima adverso em outras importantes regiões produtoras no mundo, bem como os conflitos geopolíticos enfrentados também foram fatores para a alta nas cotações verificada pela Companhia.

As informações completas sobre o 1° Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 e as condições de mercado destes produtos podem ser conferidos no Portal da Conab.

Fonte: Conab Foto: AEN/Ari Dias

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PIB do Agronegócio acumula recuo de 3,5% em 2024; veja segmentos mais impactados

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro recuou 1,28% no segundo trimestre de 2024, acumulando queda de 3,5% no ano.

O cálculo foi feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Entre os segmentos do setor, quando se compara os dois primeiros trimestres de 2024, o PIB registrou queda nos seguintes fatores:

Insumos (-2,68%)

Segmento primário (-1,77%)

Agrosserviços (-1,15%)

Agroindústrias (-0,62%)

Impactos no PIB do agro

A análise do Cepea e da CNA mostrou que os desempenhos dos segmentos foram impactados pela redução do valor bruto da produção, pressionado, sobretudo, pelas quedas nos preços e, em alguns casos, pela menor produção esperada para o ano, como ocorreu com os insumos agrícolas e com o primário agrícola.

Por fim, os resultados negativos dos agrosserviços (-2,74%) no primeiro semestre de 2024 decorreu da redução para os agrosserviços de base agrícola (-5,39%), visto o crescimento para os de base pecuária (3,78%).

De acordo com a publicação, no ramo agrícola, a queda acumulada no semestre reflete os comportamentos dos demais segmentos, especialmente dos insumos e do primário. No ramo pecuário, o crescimento no acumulado no semestre (3,78%) decorreu da maior produção esperada para o ano dos segmentos a montante, dentro e fora da porteira.

Valores monetários anuais

Ao se considerar os desempenhos do agronegócio, seus ramos e seus segmentos nos dois primeiros trimestres, o PIB do agronegócio brasileiro pode alcançar R$ 2,50 trilhões em 2024, sendo 1,74 trilhão no ramo agrícola e 759,82 bilhões no ramo pecuário (a preços do segundo trimestre de 2024).

Fonte e Foto: Canal Rural