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Qual o impacto da IA no agro?

O Brasil, reconhecido como potência global do agronegócio, está integrando a Inteligência Artificial (IA) para transformar o setor e torná-lo ainda mais competitivo e sustentável. Segundo dados compilados por Lucas Ferreira, Operador de Máquinas Pesadas e Agrícolas, com base em informações da Embrapa e cases de mercado, a tecnologia está impulsionando a eficiência em várias frentes do campo.

Startups como a Agrosmart utilizam drones e sensores para monitorar solo e plantas, otimizando o uso de recursos como água e defensivos agrícolas, o que resulta na redução de custos e impactos ambientais. Além disso, algoritmos inteligentes estão sendo usados para antecipar secas, chuvas e outras condições climáticas, protegendo importantes safras de soja, milho e café, pilares da economia agrícola nacional. Em algumas regiões, como o Mato Grosso, a tecnologia de máquinas autônomas, como os tratores da John Deere, já está em operação, aumentando a produtividade e reduzindo a necessidade de mão de obra em áreas remotas. Empresas como a TMG também estão se destacando ao desenvolver sementes resistentes às mudanças climáticas, garantindo safras mais robustas mesmo em cenários adversos.

Apesar dos avanços, a conectividade no meio rural ainda representa um desafio, especialmente para pequenos produtores. Contudo, iniciativas como o programa Agricultura 4.0 e a expansão da tecnologia 5G nas áreas agrícolas têm o potencial de democratizar o acesso a essas inovações, promovendo inclusão digital no setor.

Segundo ele, o impacto da IA já é visível: cooperativas como a Cocamar, no Paraná, conseguiram reduzir perdas em 20% com a adoção dessa tecnologia. Projeções indicam que a produtividade agrícola no Brasil pode crescer até 40% até 2030, consolidando o país como líder global em inovação agroindustrial

Fonte e Foto: Agrolink/Leonardo Gottems

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BNDES libera R$ 6,4 bilhões para a EPR avançar com obras nas rodovias do Paraná

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou nesta quarta-feira (29) a liberação de R$ 6,4 bilhões para a EPR Litoral Pioneiro, concessionária que controla o lote 2 das rodovias do Paraná. Os recursos serão usados para viabilizar as obras que constam no contrato assinado em janeiro de 2024.

São R$ 829 milhões em financiamento direto e R$ 5,55 bilhões em emissão de debêntures. Os debêntures foram divididos em seis séries com vencimentos para 25 anos, sendo que a primeira terá taxa de IPCA + 8,81% ano ano e as demais com IPCA + 7,62% ao ano.
A empresa é responsável por 604 quilômetros de estradas no estado e tem a obrigação contratual de entregar a duplicação de 350 quilômetros e terceiras faixas na BR-277 entre Curitiba e Paranaguá, no litoral do estado. As obras estão concentradas em trechos federais (BR-153/277/369) e estaduais (PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855).

“Com essa ação, o governo federal, por meio do BNDES, está viabilizando um projeto que contribui para superar gargalos em infraestrutura e mobilidade, promove a conectividade inclusiva, reduz a geração de efluentes e evita emissões de gases de efeito estufa, além de garantir uma das principais vias de escoamento da safra do Paraná”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou do evento do anúncio do BNDES.

Investimentos totais superam R$ 16 bilhões

A estimativa que consta no contrato assinado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é de que sejam investidos R$ 10,8 bilhões em obras, além de R$ 5,5 bilhões para conservação e serviços, até 2054.

“A concessão da EPR Litoral Pioneiro é estratégica para o Paraná, modernizando o corredor logístico do Porto de Paranaguá e promovendo o desenvolvimento do Litoral e das regiões de Campos Gerais e Norte Pioneiro. Essa operação é um marco que reforça nosso compromisso em entregar resultados com eficiência, segurança e responsabilidade”, acrescentou o diretor-presidente da EPR, José Carlos Cassaniga.

A EPR arrematou o lote 2 das rodovias paranaenses em setembro de 2023 ao oferecer um desconto de 0,08% sobre a tarifa do pedágio — não houve concorrência no leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) — o que frustrou o setor produtivo e o governo do Paraná. Esse lote, de um total de seis, é considerado o mais estratégico por fazer a ligação do Norte do Paraná com o Porto de Paranaguá, sendo fundamental para o escoamento da produção do estado.

A concessionária também arrematou o lote 6 das rodovias do Paraná em dezembro de 2024 em um cenário idêntico, sem concorrência e com desconto de 0,08%. O contrato deve ser assinado em abril deste ano e dará à EPR o controle de mais 662 quilômetros de estradas, que incluem BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, no oeste e sudoeste do estado. O contrato prevê investimento total de R$ 20 bilhões, contando obras e manutenção.

Fonte e Foto: Gazeta do Povo

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Expo Cocari: estande da Sementes Cocari apresenta cultivares e inovações para 2025

A Expo Cocari, que acontecerá nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro em Mandaguari, promete ser um evento repleto de oportunidades para os produtores rurais. Um dos destaques será o estande da Sementes Cocari, onde os visitantes poderão explorar o portfólio completo da Cocari e conhecer as cultivares plantadas em duas épocas.

Gilberto Tateyama, gerente de Negócios Sementes da Cocari, e responsável pelo estande, explica: “Aqui, os produtores poderão caminhar e comparar o desenvolvimento das cultivares em diferentes épocas de plantio. Isso é fundamental para que eles tenham uma visão mais clara sobre como cada cultivar se comporta.”

No estande, as equipes de laboratório e produção estarão disponíveis para discutir o rigoroso controle de qualidade das sementes Cocari. “O laboratório vai explicar todo o processo de controle de qualidade, que é essencial para garantir que nossos cooperados recebam sementes de alto padrão”, destaca Gilberto.

A equipe de produção vai explicar sobre a condução nos campos, como é feito, em quais locais, e também os critérios de entrada dessas sementes na UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes).

Parceiros

Os parceiros da Cocari também estarão presentes, apresentando suas genéticas e inovações. Entre os principais licenciados estão Brasmax, Monsoy, TMG, Soytech, Golden Haverst, Fundação Pro-Sementes e Embrapa. No segmento de trigo, a Biotrigo, OR Sementes e Embrapa também farão parte do evento. “Vamos ter momentos dedicados para discutir as biotecnologias que compõem nossas cultivares e o tratamento de sementes, com destaque para os produtos da Standak® Top e Dermacor®”, acrescenta.

Tateyama enfatiza a importância de oferecer aos cooperados cultivares cada vez mais produtivas. “Nosso objetivo é que os produtores saiam daqui com a certeza de que estão escolhendo as melhores opções para suas lavouras, adaptadas às condições de solo e clima de suas regiões. Cada produtor deseja colher bem, e estamos aqui para ajudá-los a alcançar essa meta”, conclui.

Com uma abordagem focada na produtividade e na adaptação das cultivares, o estande de sementes da Cocari na Expo Cocari será uma oportunidade imperdível para os agricultores que buscam maximizar seus resultados e garantir uma safra de sucesso em 2025.

Fonte: Assessoria de Imprensa Cocari

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Bela Sementes no BelaSafra 2025: inovação, tecnologia e genética

A Bela Sementes, empresa do Grupo Belagrícola e uma das líderes no mercado de sementes de soja, apresenta no BelaSafra 2025 soluções tecnológicas com demonstrações práticas, que segundo os técnicos da empresa já fazem e farão a diferença no campo, agregando valores na próxima safra e oportunizando negócios.

O espaço da Bela Sementes, na UDT – Unidade de Difusão Tecnológica – da Belagrícola em Cambé (PR), local do evento entre 28 e 31 de janeiro, possibilita ao produtor o conhecimento do Tratamento Industrial de Sementes (TSI), os benefícios e as vantagens deste tratamento com o Seedcare do Institute da Syngenta e entre outras coisas, a proteção que o TSI traz contra doenças, pragas, além da promoção do desenvolvimento radicular.

A vitrine especial da Bela Sementes apresentará também novidades em tecnologia embarcada nas sementes, explicando como a biotecnologia Intacta i2X possibilita proteção contra as principais lagartas da cultura da soja, além de maior controle de plantas daninhas. A tecnologia Enlist, para as sementes de soja, é outra biotecnologia que será apresentada e permite o uso de herbicidas específicos no controle de ervas daninhas em plantas resistentes, controle de lagartas, procedimentos que flexibilizam o manejo da lavoura.

A Bela Sementes, com sede em Tamarana (PR), apresenta uma ampla linha de produtos, atende produtores de todas as regiões do Brasil e é reconhecida por sua qualidade técnica, inovação e compromisso com o desenvolvimento sustentável da agricultura. Segundo Bruno Pozzobom, gerente comercial da Bela Sementes, a sementeira segue os rigorosos padrões de qualidade e segurança, exigidos em todos os processos, para entregar as melhores sementes aos produtores, associando genética e tecnologia.

Fonte e Foto: Conexão Agro

Cascavel - 28-10-2020 - Produtor rural -Foto : Jonathan Campos / AEN

Adesão obrigatória da nota fiscal eletrônica do produtor rural é prorrogada para julho

A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e a Receita Estadual prorrogaram o prazo para que agricultores e pequenos pecuaristas adotem a versão eletrônica da Nota Fiscal do Produtor Rural (NFP-e). Com o novo adiamento, os produtores terão até o dia 1º de julho de 2025 para se adequar às novas regras.

Dessa forma, a partir do segundo semestre, a NFP-e será exigida nas operações internas de produtores rurais que tiveram receita bruta acima de R$ 360 mil em 2023 ou 2024 e também nas operações interestaduais, independentemente do valor. Para as demais operações praticadas por produtores rurais, o uso da nota eletrônica será obrigatório somente a partir de 5 de janeiro de 2026.

A NFP-e é um documento exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, destinado a registrar transações que envolvam a circulação de mercadorias para fins fiscais. Ao substituir o documento em papel, a NFP-e (modelo 55) possui as mesmas atribuições e validade jurídica que a Nota Fiscal de Produtor (modelo 4), que será gradualmente substituída pelo ambiente eletrônico.

De acordo com o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, o novo prazo atende pedido do próprio setor agropecuário. “A medida acolhe sugestões dos produtores, especialmente das cooperativas, que enfrentam dificuldades de conectividade e de adaptação dos sistemas. Enquanto isso, continua obrigatória a emissão da nota fiscal em papel”.

Mais eficiência

Desde 1º de janeiro de 2021, os produtores rurais com faturamento anual superior a R$ 200 mil já estavam obrigados a utilizar a NFP-e em operações interestaduais. A partir de 2025, porém, essa obrigatoriedade se estenderá para todas as operações, tanto internas quanto interestaduais, independentemente do valor em questão.

A exigência já passou por alguns adiamentos. Originalmente, a previsão era que o documento se tornasse obrigatório ainda em maio de 2024, mas o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) postergou a data para janeiro de 2025 por causa das chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul no ano passado. Depois, o prazo foi adiado para 03 de fevereiro e, agora, para 1º de julho.

A principal vantagem da NFP-e é a praticidade. Além de reduzir os erros de escrituração, a nota eletrônica também representa um significativo ganho de tempo para o produtor. Com ela, o documento fiscal pode ser emitido de qualquer lugar pela internet, evitando a necessidade de ir às prefeituras para buscar ou entregar as notas fiscais.

Ela também garante mais agilidade e eficiência por parte da Receita Estadual, já que a nota eletrônica é gerada e autorizada imediatamente. A medida também reduz o consumo de papel e diminui os gastos públicos.

Como emitir

A NFP-e pode ser emitida de três formas: pelo Portal Receita PR, pelo Nota Fiscal Fácil (NFF) ou mesmo por um software adquirido de terceiros que seja cadastrado para este fim.

Fonte: AEN Foto: Jonathan Campos

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Safra 2025: Primeira estimativa para a produção brasileira de café é de 51,8 milhões de sacas

A primeira estimativa da safra brasileira de café para 2025 aponta para uma produção total de 51,8 milhões de sacas de café beneficiado, representando uma redução de 4,4% em relação à safra anterior, conforme divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça-feira (28). Em um ano marcado pelo ciclo de baixa bienalidade, os efeitos da restrição hídrica e altas temperaturas nas fases de floração impactaram a produtividade, que deverá atingir uma média nacional de 28 sacas por hectare, 3% abaixo do rendimento de 2024. Já a área total destinada ao cultivo do café no Brasil apresentou crescimento de 0,5%, alcançando 2,25 milhões de hectares, sendo 1,85 milhão de hectares em produção e 391,46 mil hectares em formação.

Para o café arábica, a estimativa aponta uma produção de 34,7 milhões de sacas, uma queda de 12,4% em relação ao ano anterior. Esse desempenho reflete o ciclo de baixa bienalidade e as adversidades climáticas, especialmente em Minas Gerais, maior produtor do país, onde a redução foi de 12,1%. Já para o café conilon, a produção deverá alcançar 17,1 milhões de sacas, um crescimento expressivo de 17,2%, impulsionado principalmente pelos bons resultados no Espírito Santo, que responde por 69% da produção nacional dessa espécie.

Os estados produtores apresentam realidades diversas: Minas Gerais, maior produtor nacional, deve alcançar 24,8 milhões de sacas, uma redução de 11,6% em relação ao ano anterior, devido ao ciclo de baixa bienalidade e à seca prolongada que antecedeu a floração. O Espírito Santo, segundo maior produtor, prevê um crescimento de 9%, com 15,1 milhões de sacas, impulsionado pela produção de conilon, estimada em 11,8 milhões de sacas (+20,1%), devido aos bons volumes de chuvas registrados entre julho e agosto, viabilizando a emissão das primeiras floradas e pegamento, resultando em bom potencial produtivo, enquanto o arábica deve recuar 18,1%. São Paulo, exclusivamente produtor de arábica, projeta 4,6 milhões de sacas, uma redução de 15,3% causada pela baixa bienalidade e condições climáticas adversas. Na Bahia, a produção total deve crescer 11,3%, com 3,4 milhões de sacas, sendo 2,2 milhões de conilon e 1,2 milhão de arábica. Rondônia, exclusivamente produtor de conilon, deve alcançar 2,2 milhões de sacas (+6,5%), enquanto Paraná e Rio de Janeiro, predominantemente de arábica, estimam produções de 675,3 mil e 373,7 mil sacas, respectivamente. Goiás e Mato Grosso projetam reduções devido à bienalidade negativa e condições climáticas, com produções de 195,5 mil e 267,6 mil sacas, respectivamente.

Mercado

As projeções para a safra atual apontam um cenário de maior restrição na oferta global de café, com estoques em patamares historicamente baixos e uma demanda crescente no mercado internacional. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial para 2024/25 está estimada em 174,9 milhões de sacas, um avanço de 4,1% em relação à safra anterior, enquanto o consumo global deve alcançar 168,1 milhões de sacas, gerando um estoque final de 20,9 milhões de sacas, o menor das últimas 25 temporadas. Esse quadro tem sustentado a alta nos preços internacionais, com o café arábica e o robusta registrando elevações significativas nas bolsas de Nova Iorque e Londres, respectivamente.

Em 2024, o Brasil alcançou um recorde histórico na exportação de café, com o envio de 50,5 milhões de sacas de 60 quilos ao mercado internacional, um crescimento de 28,8% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O desempenho gerou uma receita de US$ 12,3 bilhões, marcando um aumento de 52,6% na comparação com 2023. Esse crescimento expressivo foi impulsionado por dois fatores principais: a valorização do café no mercado externo, em um contexto global de oferta restrita, e a alta do dólar frente ao real, cuja cotação média subiu de R$ 4,91/US$ em janeiro para R$ 6,10/US$ em dezembro de 2024, uma variação de 24,1% no período.

Os estoques nacionais de café registraram queda significativa, sendo um dos fatores o aumento expressivo das exportações. Ao final do primeiro semestre de 2024, o volume armazenado era de 13,7 milhões de sacas, 24% abaixo do registrado em 2023. A tendência é de novos recuos nos estoques devido à forte demanda externa, o que deve ser observado também em escala global.

Os números detalhados da produção brasileira de café e as análises de mercado do grão podem ser conferidos no Boletim completo do 1º Levantamento de Café – Safra 2025, publicado no site da Companhia.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

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Vitrine Tecnológica do IDR-PR vai mostrar as novidades da agroecologia no Show Rural

O público que visitar o espaço do IDR-Paraná durante o Show Rural Coopavel, de 10 a 14 de fevereiro, em Cascavel, no Oeste, terá a oportunidade de conhecer a Vitrine Tecnológica de Agroecologia Vilson Nilson Redel (Vital). Trata-se de uma unidade demonstrativa onde os extensionistas e pesquisadores mostram tecnologias voltadas à agricultura orgânica e agroecologia.

São aproximadamente 4.400 metros quadrados dedicados exclusivamente ao tema, reproduzindo uma propriedade agroecológica sustentável, com foco em atividades de transição agroecológica. Neste ano todas as atividades da Vital giram em torno do tema: “Construindo conhecimento agroecológico”.

No espaço da Vitrine foi construído um canteiro em forma de mandala. São plantas nativas, condimentares, aromáticas, medicinais e Pancs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) dispostas de maneira a facilitar a irrigação, permitindo que o sistema trabalhe de forma integrada. No centro da mandala há um pequeno lago onde são criados peixes que se alimentam dos resíduos das plantas e que podem se transformar em fonte de renda para o produtor.

Serão apresentadas várias alternativas de diversificação da produção na propriedade como o cultivo de grãos (soja, feijão, milho), girassol, grão de bico gergelim, mandioca e batata-doce. Um assunto que deve chamar a atenção do público são os SAFS (Sistemas Agroflorestais) que combinam a criação de meliponídeos (abelhas sem ferrão), plantas apícolas, espécies para a produção de madeira e frutíferas regionais. Na pecuária, o forte é a apresentação de novas plantas forrageiras e o uso de mandioca como alimento alternativo e de baixo custo.

O cultivo de hortaliças também ganha destaque na Vital. Foram plantados em sistema de cultivo protegido (estufas) algumas hortaliças, entre as quais o tomate.

Outra alternativa é o cultivo, a campo, de melancia e flores em SPDH (Sistema de Plantio Direto de Hortaliças). Com essa prática o produtor faz o revolvimento do solo apenas nos sulcos de plantio, diversifica as espécies com a rotação de culturas e a inclui plantas de cobertura para a produção de palhada. Neste sistema o solo tem cobertura permanentemente. O visitante poderá conhecer as plantas indicadas para a produção de palhada no SPDH como o guandu, o milheto e o sorgo.

Parcerias

Estão previstas ainda a apresentação de outras inovações como a instalação de um protótipo de galinheiro móvel, feito com linha de algodão em artesanato, tipo crochê; a criação de uma maquete viva no cultivo suspenso; apresentação de espécies comerciais de flores a campo e em vaso; turismo sustentável e preservação da saúde.

Todas as práticas apresentadas na Vital resultam do esforço da pesquisa, extensão e fomento dos parceiros que integram o trabalho. O objetivo da Vitrine é promover o desenvolvimento da agroecologia, oferecendo alternativas de renda para os agricultores familiares. Todas as ações apresentadas na Vital têm como meta atender aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda 2030 – da ONU.

A organização do espaço conta com 16 parceiros envolvidos no planejamento e preparação, entre cooperativas, universidades, instituições públicas e privadas. As ações são coordenadas pelo convênio Vitorias (Vitrines Tecnológicas para Agroecologia e Sustentabilidade), instrumento tripartite que envolve a Fapeagro (Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio), Itaipu Binacional e o IDR-Paraná.

Fonte: AEN Foto: Divulgação

Culturas de inverno aumentam a produção de mel e preservam o solo -  Curitiba, 23/09/2021  -  Foto: IDR-PARANÁ

Trigo-sarraceno em alta

Revista Apasem – edição 2024 – A semelhança com o trigo mais conhecido fica apenas no nome. O trigo-mourisco – ou trigo-sarraceno – tem identidade própria e um potencial a ser explorado pelos produtores. E isso acontece porque pode ser utilizado em rotação de cultura e ainda gerar um produto para exportação. Basicamente, no país, o trigo-sarraceno tem esses dois “destinos”: a tecnologia no campo e o mercado asiático, para a produção de macarrão. Paralelamente, chama cada vez mais a atenção por não ter glúten e ser uma opção importante em preparos de alimentos para celíacos ou para aqueles que querem diminuir a ingestão da farinha de trigo regular.

As cultivares do trigo-sarraceno possuem períodos de desenvolvimento que agregam valor quando se trata de rotação de culturas. Assim, é possível utilizá-lo como ferramenta para a aplicação da técnica, mas sem comprometer os planejamentos de produção e utilização da área com cultivos mais rentáveis e ainda saindo do padrão de gramíneas e leguminosas. No Paraná, a principal janela de semeadura do trigo-sarraceno é de 15 de janeiro a 15 de março, basicamente.

O trigo-sarraceno é considerado como uma planta de serviço e não requer aplicação de produtos químicos. E ainda tem vantagens do ponto de vista agronômico: grande alelopatia, consegue segurar bastante gramíneas e possui um efeito cultural importante para o controle de plantas daninhas no período do outono.

“O trigo-sarraceno não possui nenhuma doença, nenhuma praga, e isso traz favorecimentos ao produtor. Além disso, é uma planta solubilizadora de fósforo e não requer adubação. Por isso, é bem interessante por esse viés e ainda gera uma renda”, comenta Fábio Schmidt, engenheiro agrônomo da Protecta, empresa de Ponta Grossa que tem a produção de sementes entre as suas atividades.

O engenheiro agrônomo e coordenador do setor de produtos tecnológicos do IDR-PR, Renan Carvalhal, reforça que a espécie é rústica e, como praticamente não tem pragas ou doenças para serem controladas, é uma ótima competidora perante as plantas daninhas. “Com isso, o produtor gasta pouco ou quase nada com o controle de invasoras, tornando-se um cultivo relativamente barato e ainda rápido. Exige pouca utilização de insumos agrícolas, incluindo herbicidas, inseticidas e fungicidas”, indica.

“Por ser um material bem rústico, o trigo-sarraceno tem bom resultado em solos com fertilidade baixa, diferentemente de outras espécies. Esses são fatores que têm estimulado o agricultor a ir atrás do mourisco. E ele ainda tem um aspecto interessante em relação ao período em que as plantas ficam com flores, de cerca de 30 a 40 dias dentro do ciclo completo. As flores são importantes em função das abelhas e manutenção delas, sem falar para os produtores de mel. Ou seja, gera um benefício amplo para todo o ambiente em si”, completa. 

As áreas com a maior quantidade de plantio e maiores produções de trigo-sarraceno são as que têm registro de clima mais frio, especialmente nos Campos Gerais, região central (como a cidade de Guarapuava) e sudoeste. As colheitas terminaram no mês de junho e, no caso da Protecta, a etapa de beneficiamento começa logo em seguida.

A Protecta possui um programa para a produção de trigo-sarraceno, que mostra uma das estratégias do mercado para essa cultivar e a sua aplicação na rotação de culturas. Inicialmente, o objetivo era exatamente este: utilizar como parte da importante técnica. “Mas, depois, conseguimos achar brechas nos mercados interno e externo. E passamos a fazer o que chamamos de fomento: entregamos a semente para o produtor e acompanhamos as lavouras. Depois, adquirimos a produção para dar destino a esses mercados”, explica Schmidt, citando que 95% da produção do trigo-sarraceno é exportada pela empresa.

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Por que o trigo-sarraceno não avança mais?

Na região sul paranaense, em 2024, o trigo-mourisco entrou no rol de diversificação de culturas, o que também incluiu a aveia branca comercial e o centeio. Isso mostra que o trigo-sarraceno tem a atenção dos agricultores paranaenses. No entanto, não há uma grande escala ou uma perspectiva em curto e médio prazos para que a adesão a essa cultura aumente de maneira significativa.

Segundo Fábio Schmidt, engenheiro agrônomo da Protecta, o potencial para a ampliação do trigo-sarraceno existe, mas, atualmente, a opção por esse cultivar depende dos planos do agricultor a cada ano. “Se os plantios de verão ficam mais tardios e não se consegue plantar as lavouras de soja e milho em época normal, isso diminui bastante a adoção do trigo-sarraceno. Não é possível deixá-lo para mais tarde além do seu período recomendado, o que geraria baixa produtividade. Quando há épocas de plantios normais da safra de verão, na sequência, o trigo-sarraceno entra bem e são anos em que a demanda por área fica aquecida”, esclarece.

Outro desafio é a limitação do mercado interno. Atualmente, o trigo-sarraceno atende uma pequena parte da população e está disponível, em produto final, principalmente em casas de alimentos naturais. A falta de escala impacta também diretamente um possível planejamento para aumentar a produção.

Entretanto, com a descoberta cada vez maior de pessoas com doenças celíacas e a escolha por alimentação mais balanceada, com a inclusão de mais grãos na dieta, o trigo-sarraceno vem, aos poucos, sendo descoberto pela população em geral. “O consumidor, cada vez mais, está preocupado com as intolerâncias e outras questões nutricionais, mas ainda é um mercado que o consumidor está descobrindo. Fora isso, é necessário pensar em preço acessível e facilidade para encontrar esse produto”, lembra Renan Carvalhal, do IDR-PR.

Por enquanto, a produção do trigo-sarraceno no Paraná, que varia conforme o andamento da safra de maneira geral, ainda é tímida e praticamente todo o seu resultado é exportado, especialmente para a Ásia.

Tecnologia no campo: os cultivares do trigo-sarraceno

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) desenvolveu duas cultivares do trigo-sarraceno e as lançou no ano 2000: IPR 91 Baili e IPR 92 Altar. As duas são registradas no Ministério da Agricultura e se tornaram as mais aplicadas para esse tipo de produção, com foco na cobertura vegetal da área e rotação de culturas, e com o adicional da venda dos grãos, especialmente para o exterior.

O engenheiro agrônomo e coordenador do Setor de Produtos Tecnológicos do IDR-PR, Renan Carvalhal, explica que esses cultivares têm características distintas. A IPR 91 Baili significa baixa e ligeira, ou seja, tem um porte mais baixo e um ciclo mais curto, de aproximadamente 70 dias, entre a emergência e a produção de sementes. Já a IPR 92 Altar tem uma referência de porte mais alto, com ciclo de aproximadamente 90 dias. “São materiais antigos, lançados ainda pelo Iapar, mas são os únicos materiais registrados para multiplicação no Brasil”, afirma.

Por enquanto, não há perspectiva do desenvolvimento de novas pesquisas sobre o trigo-sarraceno ou seu desenvolvimento genético, até mesmo em função dos resultados que apresenta atualmente no campo.

Assim como acontece com outros cultivares, o trigo-sarraceno também passa por análise de sementes para a emissão de certificado para posterior comercialização, com os mesmos testes de germinação, pureza, determinação e tratamento por número. A coordenadora do Laboratório de Análise de Sementes (LAS) da Apasem em Ponta Grossa, Juliana Veiga, explica que é necessária uma quantidade mínima de 600 gramas de sementes de trigo-sarraceno para uma avaliação e poder emitir um boletim oficial.

O teste de germinação inclui a avaliação da semente em diferentes temperaturas e condições, com quatro a sete dias. “Por ser uma semente rústica, é difícil encontrarmos lotes ruins do trigo-mourisco. Uma das influências principais é o armazenamento, o que pode alterar esse resultado”, explica Juliana.

A tradição do soba, o macarrão japonês com trigo-sarraceno

Um dos principais destinos do trigo-sarraceno produzido no Paraná – e em outras localidades – é o Japão, onde essa matéria-prima é utilizada em um tipo de macarrão bastante tradicional. Chama-se soba. São vários os pratos que têm como base esse macarrão de coloração mais escura, que ganhou relevância na culinária ao longo da história do país asiático, especialmente na segunda metade do século 19. O soba, normalmente, é cortado em tiras finas e pode ser servido em preparações quentes ou frias.

A cultura japonesa é repleta de rituais e o soba também faz parte disso. Uma das receitas mais conhecidas com o macarrão feito a partir do trigo-sarraceno é o toshikoshi soba, feito para as celebrações de Ano Novo. Entre as histórias mais contadas para explicar a tradição é uma referência ao formato do macarrão, comprido, para o desejo de uma vida longa. Também existe uma ligação direta com o trigo-sarraceno, que remete à resiliência e à adaptação mesmo em condições adversas.

Além do toshikoshi soba, outro prato bastante comum com o macarrão japonês feito com trigo-sarraceno é o hikkoshi soba. Quem muda de casa ou de região oferta esse prato como uma espécie de aproximação com os novos vizinhos.

Sobá de Campo Grande

Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o soba deixou de ser apenas ingrediente para se tornar também nome do prato típico da cidade. Grupos de imigrantes japoneses, principalmente da Ilha de Okinawa, levaram o soba para a rotina da região e não demorou muito para ser apreciado pela população em geral. Tanto que se tornou patrimônio imaterial da cidade.

Confira a receita do sobá:

Receita do blog da Sakura Alimentos

Caldo

Ingredientes

  • 1 kg de ossobuco
  • 4 litros de água
  • 1 colher (sopa) de sal
  • 1 colher (café) de Hondashi
  • 1 colher (café) de glutamato monossódico
  • ½ colher (sopa) de caldo de carne
  • Shoyu a gosto

Modo de preparo

Ferva o ossobuco com água por 40 minutos. Acrescente os demais ingredientes e deixe ferver por mais 30 minutos.

Macarrão

Ingredientes

  • 2 litros de água
  • 1 colher (café) de óleo de gergelim
  • 500 g de macarrão de sobá
  • 5 ovos
  • 300 g de carne magra de porco ou boi
  • 200 ml de molho de soja
  • 1 maço de cebolinha picada

Modo de preparo

Ferva dois litros de água com um fio de óleo e cozinhe o macarrão até ficar al dente. Escorra e reserve. Bata os ovos, tempere e frite os omeletes. Depois de esfriar, enrole todos juntos e corte em tiras finas. Cozinhe a carne e corte em pedaços. Coloque numa panela o molho de soja e mexa até ficar sequinha. Escalde o macarrão em água fervente e preencha a tigela, até ficar próxima à borda. Coloque a cebolinha, o omelete e a carne. Por último, coloque o caldo até encher a tigela.

Fontes: Japan House, Nippo Brasil e Sakura Alimentos

Por Joyce Carvalho

Dia de Campo Coopertradição

Cooperativa Tradição apresenta o Dia de Campo Verão 2025

A Cooperativa Tradição convida todos os produtores e profissionais do agronegócio para o Tradição em Campo – Dia de Campo Verão 2025, que acontecerá nos dias 19 e 20 de fevereiro, no Centro de Tecnologia e Inovação (CTIC), em Pato Branco. O evento reunirá, ao longo de dois dias, alta tecnologia, conhecimento especializado e inovação para fortalecer o setor agrícola.

O evento é totalmente gratuito, e as inscrições já estão abertas. Os interessados podem se inscrever aqui

O vice-presidente e diretor comercial da Cooperativa, Gelson Corrêa, ressaltou a importância do evento para os produtores rurais. “Nosso foco é realizar um dia de campo, trazendo o máximo de tecnologias possíveis, e neste ano não vai ser diferente. Como produtor rural, sei o quanto essa troca de experiências é fundamental. A cada ano, as inovações e tecnologias surgem de forma cada vez mais rápida, e aqui, no nosso centro experimental, o produtor tem a oportunidade de conhecê-los em primeira mão”, destacou o diretor.

Mais de 70 expositores e palestrantes nacionais

Com mais de 70 expositores confirmados, o Tradição em Campo – Dia de Campo Verão 2025 contará com atrações imperdíveis como duas palestras nacionais:

– No dia 19, o evento receberá Paulo Herrmann, ex-CEO da John Deere Brasil, que compartilhará sua vasta experiência no setor agrícola.

– No dia 20, será a vez de Kellen Severo, jornalista renomada e especialista em agronegócio pela Jovem Pan News, abordar as tendências e desafios do setor.

Além disso, os visitantes terão acesso a demonstrações práticas de tecnologia de ponta, novas soluções para o campo e espaços voltados à troca de experiências entre produtores e especialistas.

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Artigo – Invasões de terras por indígenas: solução é respeitar leis vigentes no país

A invasões de terras agrícolas na região Oeste do Paraná por indígenas se tornaram, infelizmente e ilegalmente, costumeiras ao longo de 2024. Isso porque não está se cumprindo o Marco Temporal, que ratifica que as demarcações de terras indígenas devem ser limitadas à data da promulgação da Constituição Federal (5 de outubro de 1988). Além disso, no final de 2023, foi publicada a Lei 14.701, que fortalece o Marco Temporal.

Mesmo assim, nada disso está se fazendo valer, o que gera insegurança jurídica para os nossos produtores rurais e prejuízos econômico, social e sanitário ao Paraná. Basta olhar para o recorte das áreas invadidas nos municípios de Terra Roxa, Guaíra e Altônia, na região Oeste, para verificar que, no mínimo, R$ 260 milhões (considerando o Valor Bruto de Produção Agropecuário de cada município) deixam de girar na economia estadual. Afinal, os agricultores estão sendo impedidos sumariamente de plantar.

Diante deste cenário, alguns pontos causam espanto. Primeiro, a inércia do governo federal, que não coíbe novas invasões e nem executa as ordens de reintegração de posse obtidas na Justiça. O segundo ponto envolve a Itaipu Binacional, uma empresa pública que propôs a compra de áreas para assentar os grupos indígenas Avá-guarani de Guaíra e Terra Roxa. A empresa sugere a compra de 1,5 a 3 mil hectares a serem destinados para as novas aldeias. A questão é: quem quer vender terra agrícola?

Essa pergunta faz total sentido, pois o mercado de terras tornou-se um investimento bastante rentável. Segundo estudo da Scot Consultoria, as áreas agrícolas nos 17 estados mais relevantes na produção de grãos tiveram grande valorização nos últimos cinco anos. O valor médio nacional do hectare voltado à agricultura subiu 113%, passando de R$ 14,8 mil em julho de 2019 para R$ 31,6 mil no mesmo mês do ano passado. Especialmente no Paraná, a média é de R$ 60 mil o hectare nas áreas para agricultura. E, segundo previsões, o preço das terras deve seguir em valorização.

Somado a isso existe o fato de que os produtores rurais querem apenas exercer o ofício de produzir alimentos para a sociedade. Não conheço quem queira se desfazer das suas terras. E, caso haja, não acredito que a Itaipu Binacional possa utilizar tanto dinheiro público (R$ 180 milhões para comprar 3 mil hectares) para a compra de áreas para assentamento de grupos indígenas.

Uma coisa é certa nesta situação alarmante em que vivem os produtores rurais da região Oeste do Paraná. A solução para as invasões não passa pela compra de terras por parte de entidades públicas, mas pela garantia da execução das leis vigentes no país. Afinal, essas estão aí para serem cumpridas e não discutidas.

Texto e foto – Gazeta do Povo – Por Ágide Eduardo Meneguette é presidente interino do Sistema FAEP