02/03 - produção e processo da batata.
Foto: Gilson Abreu/AEN

Produtores paranaenses iniciam plantio da safra de verão pelo milho e batata

As culturas de verão começam a preencher os campos paranaenses. Entre os destacados no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural, estão o milho e a batata. O plantio da soja ainda é incipiente, com permissão para plantas emergentes apenas na Região 2, que engloba Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste. Nas outras o vazio sanitário está presente e o plantio deve ser liberado ao longo do mês.

As condições climáticas favoráveis possibilitaram o avanço da primeira safra de milho 2025/26. Até agora foram semeados aproximadamente 29 mil hectares, que correspondem a 9% dos 314 mil previstos para a safra. Principal produtora de milho nesta safra, com cerca de 23% do total de área, ou 72,2 mil hectares, a região de Ponta Grossa concentra a maior parte do plantio, com 21 mil hectares até o momento. 

A segunda principal região de milho é a de Guarapuava, que concentra 15% do total estimado para o Estado, o que representa cerca de 47,6 mil hectares. A previsão é de se colher 3,2 milhões de toneladas neste primeiro ciclo do ano agrícola.

Batata – A batata de primeira safra também está a campo, com plantio efetuado em 3,5 mil hectares (22%) da área total de 16,3 mil estimada para o ciclo. O porcentual de semeadura é inferior ao observado no ano passado neste mesmo período, quando havia 35% plantado. A tenacidade do solo, devido ao tempo seco, desacelerou a atividade.

Os núcleos principais produtores são os de Curitiba, que responde por 39% do total; Guarapuava, 23%, e Ponta Grossa, 13% do total. A previsão é que sejam colhidas 517,1 mil toneladas nesta primeira safra. Se o volume se confirmar será uma redução de 11% em relação às 584,2 toneladas retiradas do campo em 2024.

Tabaco – O boletim mostra, ainda, que há uma expectativa dos produtores de tabaco de que a cultura venha a cobrir 85,3 mil hectares, o que seria a maior área já plantada no Estado. Alternativa importante de renda para pequenas propriedades, principalmente do Sudeste paranaense, estima-se colheita de 217,5 mil toneladas, o que superaria o recorde estabelecido na safra passada, com 195,1 mil toneladas.

Frango – O documento do Deral se refere, também, à exportação de frango pelo Brasil no período de janeiro a julho deste ano. Houve crescimento de 0,9% em faturamento, com US$ 5,472 bilhões. Em 2024 tinham sido US$ 5,425 bilhões. Em termos de quantidade reduziu-se de 2,975 milhões de toneladas para 2,906 milhões, ou 2,3% a menos.

No Paraná ocorreu uma retração de 5,7% no volume, caindo de 1,262 milhão de toneladas para 1,189 milhão. Em arrecadação a queda foi de 4%, baixando de US$ 2,272 bilhões para US$ 2,181 bilhões nos primeiros sete meses do ano. A queda deve-se principalmente aos embargos impostos por alguns países devido ao caso de gripe aviária em granja comercial, confirmado em 15 de maio em Montenegro (RS).

Bovinos – Os preços da arroba bovina permaneceram em alta no Brasil durante agosto, encerrando o período com valorização de 5,49%. De acordo com o boletim do Deral, a menor oferta de animais sustentou a elevação. O mês foi encerrado com a arroba comercializada a R$ 310,50, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).

No mercado externo, as exportações estão firmes. Em julho o setor registrou recorde de 310 mil toneladas embarcadas. Internamente os consumidores enfrentam condições mais pesadas. Em agosto, segundo levantamento do Deral, apenas alcatra sem osso, que baixou em média de R$ 53,45 para R$ 52,50, e contrafilé com osso (de R$ 45,88 para R$ 43,37) retrocederam. Os demais cortes tiveram aumentos entre 1,7% e 4,3%.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu/Arquivo AEN

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Especialistas orientam como controlar planta daninha que afeta recursos de soja e milho

A vassourinha-de-botão (Borreria spinosa) é uma planta daninha que vem se tornando um problema nas lavouras de Mato Grosso e da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Suas características biológicas dificultam seu controle, o que contribui para uma rápida infestação. Uma pesquisa desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril (MT), Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) trouxe recomendações para o manejo da espécie em sistemas produtivos de soja e milho.

É muito comum observar plantas de vassourinha-de-botão nas beiras das estradas e nas margens das lavouras. Quando adulto, o controle ainda é mais difícil e a falta de controle possibilita a formação de sementes que podem ser dispersadas no talhão pelo trânsito de máquinas agrícolas. Com uma raiz em forma de tubérculo lenhoso, as plantas armazenam água e nutrientes suficientes para sobreviver ao período seco, iniciando a rebrota logo nas primeiras chuvas.

Controle no início é importante

” B. spinosa é uma espécie de difícil controle, principalmente quando se torna adulta, por isso, o controle deve se iniciar logo que se observam plantas nas beiras de estradas e talhões para que não se divulguem para o interior dos talhões. E, para isso, além da sobremesa em pré-semeadura, ainda seria possível associar o manejo em pós-emergência de plantas adultas nas culturas da soja e milho nas bordas dos talhões”, explica a pesquisadora da Embrapa Fernanda Ikeda.

O manejo em pós-emergência de plantas aparentemente adultas não é uma opção comumente utilizada no controle, mas, dada como da vassourinha-de-botão, a pesquisadora recomenda que se utilize essa estratégia, principalmente quando a infestação se dá de forma localizada nas bordas da lavoura.

As práticas já recomendadas para o controle de plantas específicas, como a rotação de mecanismos de ação e o controle cultural, com a inclusão de plantas forrageiras no sistema produtivo, como o consórcio de milho com braquiária, por exemplo, também são parte da estratégia para minimizar o problema com a invasora.

Uma publicação lançada pela Embrapa e disponível para download gratuito traz de forma específica recomendações de herbicidas a serem usados ​​isoladamente ou em mistura em diferentes posicionamentos. O estudo traz alguns cenários que podem auxiliar consultores agronômicos e produtores rurais a identificar situações que melhor se assemelham vivenciadas por eles no campo.

Confusão de espécies

Um dos motivos para a dificuldade no controle da vassourinha-de-botão está na identificação errônea da espécie tanto pelos agricultores quanto por pesquisadores. As espécies Borreria verticillata e Borreria spinosa possuem características semelhantes e são comumente confundidas. Há ainda as espécies Mitracarpus hirtus e Borreria latifolia que também pertencem à família Rubiaceae que podem ampliar a confusão. Essa dificuldade de identificação pode ter resultado em estudos feitos considerando uma espécie, quando na prática era outra que estava sendo avaliada. Isso pode explicar resultados controversos encontrados na literatura.

Nessa pesquisa coordenada pela Embrapa Agrossilvipastoril, foram fotografadas e coletadas plantas para o processo de herborização e obtenção das exsicatas para deposição no herbário da UFMT/Sinop. Exsicata é uma amostra de planta prensada, seca em estufa e acomodada em uma cartolina com os devidos rótulos de identificação para estudo botânico.

Por fotos, dois taxonomistas especializados na família Rubiaceae, a qual a espécie pertence, identificaram como Borreria verticillata , porém, a taxonomista Laila Mabel Miguel, da Universidade Nacional del Nordeste, de Corrientes, na Argentina, especialista no gênero das plantas estabelecidas e justificada por meio das características que distinguem as espécies, que se tratavam de exemplares de Borreria spinosa .

Ikeda explica que situações como essa já variam para outras espécies de plantas específicas, tendo ocorrido também com a buva, picão-preto, entre outros. Para ela, essa situação leva à necessidade de revisão de bulas de herbicidas. De acordo com um especialista é possível que os registros para Borreria verticillata tenham sido baseados em testes com Borreria spinosa . Atualmente não há herbicidas registrados para B. spinosa no Mapa, somente para B. verticilata.

Mulheres na ciência

Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do projeto “Manejo de vassourinha-de-botão em sistemas agrícolas solteiros e integrados”, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa de Mato Grosso ( Fapemat ), por meio do edital “Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias, Ciências Exatas e da Terra 2022”.

O edital tem como objetivo estimular a presença das mulheres na ciência em áreas com histórico de predominância masculina. Além de serem liderados por mulheres, os projetos devem prever a contratação de bolsistas e estagiários, incentivando a formação de novos cientistas.

Fonte: Gabriel Faria/Embrapa Agrossilvipastoril Foto: Divulgação

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Expansão da internet no campo gera aumento de R$ 2 bilhões no PIB do Paraná

A expansão da cobertura de internet em áreas rurais, promovida com apoio do programa Conectividade Rural, do Governo do Estado, já resulta em um acréscimo anual de R$ 2,08 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná, segundo um levantamento realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Um relatório publicado pela Anatel em abril deste ano mostrou que o Paraná registrou o maior avanço em cobertura de internet em áreas rurais no Brasil no último ano. Entre junho de 2023 e junho de 2024 – período com a atualização mais completa da Anatel –, o Estado saltou de 52,73% para 62,21% de área coberta, um crescimento de 9,48 pontos percentuais, o maior do País. Espírito Santo (8,7 pp no período), Minas Gerais (7,3 pp), Rio Grande do Norte (7 pp) e Santa Catarina (6,7 pp) completam o top 5 das evoluções.

O Paraná possui uma área territorial de 199 mil quilômetros quadrados, dos quais aproximadamente apenas 4 mil quilômetros quadrados correspondem a zonas urbanas, enquanto os demais 195 mil quilômetros quadrados compreendem áreas rurais. O estudo mostra que houve incorporação de 19.373 quilômetros quadrados de área rural à conexão no Estado, com base em dados da Anatel.

A partir de uma análise matemática sobre essa nova área coberta, além da injeção no PIB, houve a criação formal e informal de 41 mil novas ocupações e um aumento de R$ 63 milhões na arrecadação anual de ICMS. O estudo aponta que a produtividade agrícola em regiões com acesso à internet é, em média, 37% superior à das áreas com pouca ou nenhuma conexão.

A principal ação do programa Conectividade Rural é a parceria com as operadoras TIM e Claro para a instalação de um total de 541 novas torres de telefonia e internet, viabilizada através de um modelo inovador de uso de créditos de ICMS.

O plano de instalação avança em múltiplas frentes. As 116 torres da parceria inicial com a TIM foram concluídas em dezembro de 2024, e um novo projeto para a instalação de outras 43 torres na região da Usina de Santa Terezinha, no Noroeste, já está em processo de instalação. Do acordo com a Claro, que prevê um total de 382 novas torres, 83 já foram instaladas. A expansão continuará com a entrega de mais 144 torres até o fim do ano. As outras 155 torres restantes serão concluídas em 2026.

Essa primeira etapa de implantação já beneficiou diretamente 88 cidades. A distribuição geográfica das novas torres demonstra a capilaridade do programa, cobrindo o Estado de ponta a ponta.

Foram contempladas cidades do Litoral, como Guaraqueçaba, até o Oeste e Sudoeste, em municípios como Cascavel, Toledo, Palotina e Francisco Beltrão. Da mesma forma, cidades dos Campos Gerais (Ponta Grossa e Castro), Norte e Noroeste (Londrina, Maringá e Paranavaí), Centro-Oeste (Campo Mourão) e Centro-Sul (Guarapuava) também receberam as novas estruturas, garantindo que o avanço da conectividade chegue a todas as regiões produtoras do Estado.

Esses resultados são fruto de um plano estratégico coordenado pela Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA), em conjunto com a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento, Secretaria da Fazenda e outros 17 órgãos. O objetivo é conectar 100% do campo paranaense até o final de 2026.

“Temos várias frentes de trabalho para ampliar ainda mais o acesso à internet em regiões que nunca tiveram conexão”, afirma o secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani. “Isso se traduz em mais qualidade de vida para quem mora no campo, mais rentabilidade para o setor do agronegócio e maior desenvolvimento para o Paraná”.

Além do impacto econômico, a conectividade é tratada como uma ferramenta estratégica para a segurança pública. Na região de fronteira com o Paraguai, a falta de sinal ao longo do Lago de Itaipu compromete o combate a crimes transfronteiriços. Para sanar o problema, 16 torres da Claro serão instaladas na área até dezembro de 2025. As Patrulhas Rurais da Polícia Militar do Paraná também estão ganhando mais ferramentas com esse apoio.

Fonte e Foto: AEN

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Paraná inicia colheita de 2,6 milhões de toneladas de trigo, principal cultura de inverno

Principal cultura de inverno no Paraná, o trigo começou a ser colhido nesta semana. De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária, publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), foram retirados menos de 0,5% dos 833 mil hectares dedicados à cultura nesta safra. A projeção feita em julho é de aproximadamente 2,6 milhões de toneladas.

As áreas colhidas, especialmente na região de Londrina, apresentaram produtividade dentro do normal, mesmo sendo uma das regiões mais afetadas pela frente fria do final de junho. “A evolução dos trabalhos de colheita poderá revelar uma realidade diferente, mas o resultado inicial dentro da normalidade é um ponto a se comemorar”, disse o agrônomo Carlos Hugo Godinho.

Ele destacou também a qualidade do produto retirado do campo, que deve corresponder à classificação prevista no momento da escolha da variedade pelo triticultor. Mais da metade é apta a gerar trigos da classe “pão” e um pouco menos da metade, trigos da classe “melhorador”. “No entanto, as condições climáticas são determinantes para essa proporção, podendo até alterá-las para patamares melhores”, ponderou Godinho.

Os produtores que estão colhendo com produtividade normal e boa qualidade têm uma margem de rentabilidade positiva, mesmo que pouco expressiva, sobre os custos variáveis. Os preços médios estão em R$ 76,00 a saca, com pequeno recuo em relação a julho, mas repetindo quase o mesmo valor obtido no ano passado.

“Tal patamar pode ser considerado positivo para os produtores, diante da desvalorização do dólar e da queda dos preços internacionais, tanto no último mês quanto no último ano, de forma mais intensa que a observada no mercado doméstico”, analisou o agrônomo do Deral.

Milho

O documento do Deral registra, ainda, o patamar de 80% na colheita da segunda safra de milho. Para este ciclo foram semeados 2,77 milhões de hectares no Estado. O porcentual está ligeiramente acima da média das últimas cinco safras.

O desempenho tem a ver com o plantio dentro do período preconizado pelo zoneamento agrícola, e principalmente por condições de clima favoráveis para a colheita em julho e na primeira quinzena de agosto. “Na reta final de colheita os relatos de campo confirmam uma ótima safra e, mesmo com preços menores que no início do ano, deve remunerar de forma satisfatória o produtor paranaense”, disse o analista Edmar Gervásio.

Frutas

O boletim analisa também o comportamento das frutas, sob a perspectiva de volume de produção em níveis mundial, nacional e estadual. A produção mundial em 2023 foi de 1 bilhão de toneladas em 104 milhões de hectares. As principais espécies são, pela ordem: banana, melancia, maçã, uva e laranja.

O Brasil produziu 44,9 milhões de toneladas em 3,1 milhões de hectares, com destaque para laranja, banana, abacaxi, coco e melancia. O Paraná, que plantou 54 mil hectares com frutas e colheu 1,4 milhão de toneladas em 2024, teve como principais espécies laranja, banana, tangerina, melancia e uva. Tanto no Brasil como no Paraná a maçã é a décima colocada.

Leite e Suínos

Os derivados lácteos mais consumidos apresentaram alta na média de preços de julho. O leite longa vida, por exemplo, chegou a R$ 5,04 (alta de 1,25% sobre os R$ 4,98 do mês anterior) nos supermercados paranaenses, enquanto o queijo muçarela foi comercializado a R$ 52,52 o quilo, com aumento de 0,62% sobre os RS 52,20 de junho.

O boletim assinala ainda que, entre os 20 principais destinos, o Japão foi o país que melhor remunerou a carne suína in natura brasileira no primeiro semestre de 2025. O valor médio ficou em US$ 3,46 o quilo. Os três países que melhor pagaram pela carne suína – Japão, Estados Unidos e Canadá – compraram maior volume de Santa Catarina, reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação há mais tempo.

Frangos e ovos

Em relação à carne de frango, as exportações brasileiras cresceram 1,5% em faturamento no acumulado dos sete primeiros meses de 2025. Foram US$ 5,609 bilhões contra US$ 5,525 bilhões no ano passado. Em volume foram 3 milhões de toneladas. O Paraná, principal produtor e exportador, exportou 1,262 milhão de toneladas. Em valores, o faturamento foi de US$ 2,181 bilhões.

A exportação de ovos brasileiros, por sua vez, teve um acréscimo de 207,3%, passando de 9.818 toneladas nos primeiros sete meses do ano para 30.174 toneladas agora. A receita cambial foi de US$ 20,940 milhões para US$ 69,567 milhões, aumento de 232,2%. Os Estados Unidos foram o principal mercado, recebendo 18.976 toneladas (62,8%) e gerando receita de US$ 40,7 milhões.

Fonte: AEN Foto: Divulgação

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Congresso Agronegócio 360 – Direito, Tecnologia, Energia e Produção

De 22 a 24 de setembro de 2025, o Centro de Eventos FIEP, em Curitiba/PR, recebe o Congresso do Agronegócio Global, um encontro imperdível para profissionais do Direito, agronegócio, tecnologia, energia e produção rural.

O Congresso Agronegócio 360 nasce com o propósito de integrar as principais dimensões que sustentam o agro brasileiro. Neste momento em que o agronegócio é protagonista da economia nacional, compreender os desafios legais, as inovações tecnológicas e os caminhos da produção são fundamentais para quem atua nesse setor.

Com a presença de grandes juristas, magistrados, agrônomos, produtores rurais e inovadores do agro, o congresso contará com palestras de altíssimo nível e uma programação cuidadosamente elaborada para promover conhecimento prático, estratégico e interdisciplinar e ainda oportunizando o debate e o intercâmbio de ideias.

O principal objetivo é promover uma visão integrada e estratégica sobre os desafios e oportunidades no setor agropecuário brasileiro, com foco em quatro grandes eixos:

Direito aplicado ao Agronegócio;

Produção e gestão rural;

Inovações e tecnologias no campo

Energia.

Ao reunir palestrantes de diversas áreas incluindo juristas especialistas e de demais áreas envolvidas de destaque, o congresso busca fomentar o conhecimento técnico e prático, estimulando a atualização profissional e fortalecendo uma rede de profissionais comprometidos com o desenvolvimento do agro nacional. A proposta é aproximar teoria e prática, campo e tribunal, inovação e tradição.

Mais informações: https://www.consinter.org/agro360

Informações: (41) 9 9114-4053 – (41) 4009-3947

Fonte: Sistema Fiep

Mercosoja 2025 debate logística e sementes no Mercosul

Programação destaca exportação de soja, uso de hidrovias e impactos do mercado

Os desafios da produção e da exportação da soja do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) terão um espaço de destaque na programação do X CBSoja e do Mercosoja 2025, a serem realizados de 21 a 24 de julho, em Campinas (SP). Serão privilegiados debates referentes à logística e a questões sobre propriedade intelectual e biotecnologia, cujo objetivo é apresentar o impacto do mercado informal de sementes: não obedece os critérios pré-estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Na terça-feira, 22 de julho, das 17h às 18h30, ocorrerá o painel “Desafios logísticos para a exportação de soja no Mercosul” discutindo as dificuldades de exportação dos países produtores de soja no Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Na oportunidade, haverá a palestra sobre hidrovias como estruturas logísticas no Mercosul, a ser ministrada pelo presidente da Associação Argentina da Cadeia da Soja – ACSoja, Luis Zubizarreta. Também está prevista uma discussão sobre o estado atual da infraestrutura de armazenamento de grãos no Brasil, tema a ser apresentado pelo técnico da cooperativa Coamo Edenilson Oliveira, e representante da Associação Brasileira de Pós-Colheita. O painel será moderada pelo pesquisador da Embrapa Soja, Marcelo Alvares de Oliveira.

De acordo com pesquisador Fernando Henning (na foto), presidente do CBSoja, a proposta é apresentar um panorama sobre os desafios da logística de transporte de cargas no Brasil, enfatizando o que vem sendo feito, em termos de melhoria nos portos, assim como implementação dos corredores de exportação, via estruturação de ferrovias. “O painel também abordará o planejamento da iniciativa privada sobre o transporte por hidrovias para escoar a soja, interligando principalmente com as rodovias, o que torna o transporte mais competitivo do que é praticando atualmente”, explica.

Henning diz ainda que haverá debate sobre os investimentos realizados em logística para utilizar a bacia do Prata – como hidrovia – pelos produtores da Argentina, Paraguai e Uruguai. “Na Argentina, por exemplo, estão automatizando os processos, agregando novas tecnologias para reduzir a interferência humana no descarregamento e transbordo de cargas, por exemplo”, comenta Henning.

Biotecnologia e propriedade intelectual no Mercosul  

O outro tema sobre o Mercosul será debatido no painel “Biotecnologia e propriedade intelectual no Mercosul”, na quarta-feira, 23 de julho, das 17h às 18h, com moderação do chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. Nesse painel, haverá uma palestra sobre inovações em Biotecnologia e a Propriedade Intelectual como Pilar Estratégico, a ser ministrada por Vivian Nascimento, da Bayer e ainda a discussão sobre tecnologias moleculares e de imagens para proteção da propriedade intelectual em soja, ministrada por Mariano Bulos, da The + Company.

De acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), no Brasil, o percentual de taxa de utilização de sementes certificadas é de cerca de 70% safra por safra, portanto, 30% são sementes guardadas pelo produtor para usar na safra subsequente (semente salva) ou semente pirata: produzidas sem os critérios exigidos pelo Mapa. Na visão de Henning, esses 30% de sementes representam um impacto financeiro no setor, assim como pode apresentar risco fitossanitário. “Ao se utilizar uma semente não certificada, pode-se introduzir uma nova praga, uma nova doença na lavoura, por exemplo. Por outro lado, há a questão econômica. A Crop Life levantou que os 30% de sementes não comercializadas representam cerca de 10 bilhões de reais que deixam de ser movimentados e, consequentemente, reduzem os investimentos em pesquisa para a geração de novas cultivares, por exemplo”, reflete Henning.

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central do CBSoja e do Mercosoja 2025 será os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã. Considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, a expectativa da comissão organizadora é reunir cerca de 2 mil participantes de diferentes segmentos.

A programação técnica contará com 4 conferências e 15 painéis em que serão realizadas mais de 50 palestras com especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja. A comissão organizadora aprovou 328 trabalhos técnico-científicos que serão apresentados na sessão pôster. Também haverá destaque para os desafios da produção de soja no Mercosul e um workshop internacional Soybean2035: A decadal vision for soybean biotechnology, cujo objetivo é debater os próximos 10 anos das ferramentas biotecnológicas na soja, com palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Revista Cultivar – Lebna Landgraf –  Foto: Gabriella Mendes

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Drones ganham espaço nas atividades brasileiras e viram opção para agricultores e falar de serviço

Comprar o próprio drone para geração agrícola ou contratar um prestador de serviço? Existe legislação para esta prática no Brasil? Quais são as culturas agrícolas que já estão utilizando a tecnologia? Os resultados são promissores? Para responder a essas e outras perguntas, os especialistas reuniram as principais informações a respeito da frequência agrícola feita com essa tecnologia. Uso de drones agrícolas no Brasil: da pesquisa à prática, Documento 474, é de autoria de Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja, (PR), e do empresário Eugênio Passos Schröder. O documento apresenta os aspectos regulatórios, o uso da tecnologia para tratar de serviços e agricultores, analisa resultados de pesquisas nacionais e internacionais, e descreve exemplos práticos de sua aplicação em diversas culturas relevantes.

O uso de drones na agricultura está cada vez mais presente, tanto em quantidade como em diversidade de aplicações. “Os modelos mais comuns são os multirrotores e os de asa fixa, com motorização elétrica por baterias”, explica Soares. “Eles são classificados de acordo com o seu peso e altura máxima de voo permitida, possuindo numerosos tipos de hardware, software, câmeras e sensores, que permitem a execução de diversos processos, como, por exemplo, mapeamento georreferenciado, monitoramento, produção de imagens e, no caso dos drones agrícolas, a aplicação de produtos líquidos e sólidos de forma automatizada”, detalhando a agricultura.

Lançamento no Congresso Brasileiro de Soja

A publicação Uso de drones agrícolas no Brasil: da pesquisa à prática, Documento 474, será lançada durante o Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2025, a ser realizado de 21 a 24 de julho, em Campinas (SP). No evento, o pesquisador Rafael Soares ministrará palestra sobre o tema da publicação no painel técnico sobre tecnologias de aplicação aérea.

O pesquisador conta que os drones agrícolas possuem características próprias no seu processo de intensidade, diferenciando-se tanto das pulverizações terrestres quanto dos aviões agrícolas, representando uma tecnologia interativa entre esses sistemas. “Por isso, é essencial uma análise criteriosa antes de sua adoção, garantindo que a tecnologia agregue benefícios à atividade agrícola”, defende Soares.

Ele explica que ainda faltam dados e pesquisas para determinar, por exemplo, a taxa de aplicação de calda, a velocidade e a altura de trabalho, a faixa de flexibilidade, a deposição e uniformidade de gotas, a deriva, a mistura de produtos e o controle do alvo biológico. “Algumas vantagens inerentes à concentração com drone dispensam comprovação por pesquisas, embora a mensuração de algumas dessas vantagens possa trazer informações valiosas sobre o uso da tecnologia”, declara.

O cientista frisa ainda que a área ainda precisa de muitos uma vez que os equipamentos se encontram em franca evolução e se modernizam a cada ano. “É um trabalho incessante, pois, além da atualização das máquinas, aumenta cada vez mais a diversidade de culturas, de produtos e de alvos envolvidos”, avalia Soares.

Para o pesquisador, um exemplo de mudança na tecnologia é a tendência de adoção de bicos rotativos nos principais modelos de drones utilizados no mercado, em substituições às pontas hidráulicas tradicionais. “O bico rotativo consiste numa ponta com disco giratório de alta velocidade que divide o líquido em gotas e oferece a opção de controlar o tamanho das gotas geradas, o que pode aumentar a uniformidade do espectro das gotas em comparação com as pontas hidráulicas, pois elimina as gotas muito finas que causam deriva”, explica ao enfatizar que a maioria dos bicos rotativos consegue operar desde gotas finas até ultra grossas.

Regulamentação no uso de drones agrícolas

Veículo aéreo não tripulado (Vant) ou aeronave remotamente pilotada (ARP ou RPA, do inglês remotamente pilotado aeronaves), é o termo mais adotado nas regulamentações oficiais brasileiras para os populares drones. De acordo com Soares, os produtores rurais ou empresas prestadoras de serviços de sobrecarga aérea que tenham dúvidas sobre a situação de conformidade com a legislação podem consultar diferentes fontes. Uma delas é o portal do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), que reúne em seu portal os principais requisitos de legislação. “É importante estar ciente de toda a legislação vigente e atender aos requisitos para que não haja problemas com órgãos de fiscalização e que se mantenha a segurança das aplicações aéreas”, afirma Soares.

Segundo Soares, como os drones são equipamentos que transmitem radiofrequência, precisam ser homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão do Governo Federal responsável por regulamentações toda a infraestrutura de telecomunicações no Brasil. Soares diz ainda que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), vinculada ao Governo Federal, é responsável por regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e a infraestrutura aeronáutica e aeroportuária no País. Por outro lado, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) gerencia as atividades relacionadas ao controle do espaço aéreo brasileiro, à proteção ao voo, ao serviço de busca e salvamento e às telecomunicações do Comando da Aeronáutica, portanto, quem autoriza voos em áreas restritas, por exemplo.

Em complementaridade às regulamentações das agências descritas, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estabelece regras específicas para operação de aeronaves remotamente pilotadas específicas à aplicação de agrotóxicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.

Drone como negócio

O pesquisador conta que com o lançamento de modelos de drone com tanques de 40 litros ou mais, a partir de 2022, tornou possível a distribuição de mais de 100 hectares por dia com um único drone, o que ampliou sua atratividade no campo. Segundo ele, o investimento na estrutura de apoio para o uso do drone por parte do agricultor tende a ser menor que o de um prestador de serviço. “Isso porque o agricultor provavelmente já terá um veículo para transportar o drone, um funcionário ou familiar para auxiliar, um misturador de calda do pulverizador terrestre para adaptar no uso com o drone, entre outras coisas”, explica Soares.

De acordo com o empresário Eugênio Passos Schröder, o investimento necessário para montar um negócio de drones para ocupação exige investimento não apenas em drones, mas também na aquisição de acessórios, veículos para atendimento da operação; estrutura administrativa e capital de giro. “Isso significa que, em um cálculo aproximado, o investimento total equivale a cerca de três vezes o valor do equipamento de drone que se pretende comprar”, calcula. “É preciso fazer um planejamento detalhado de suas necessidades e uma análise financeira cuidadosa para determinar o investimento necessário para iniciar a prestação de serviços de necessidade”, recomenda Schröder.

Segundo o autor da publicação, o custo para contratar uma aplicação de agrotóxicos com drones agrícolas variados, de acordo com a relevância, vegetação da área, complexidade da operação, tecnologia e os equipamentos utilizados, distância do local de operação e tipo de produto a ser aplicado. Em geral, os preços oscilam entre R$ 100,00 a R$ 400,00 por hectare. “Essa amplitude reflete fatores como dificuldade de acesso ou critérios técnicos específicos. Alguns mencionados cobram por hora de voo; outros, por serviço completo, incluindo o preparo da proteção”, ressalta.

Dicas e informações importantes sobre drones agrícolas

Vantagens dos drones agrícolas:

• Remoção do operador humano da área a ser pulverizada, trazendo riscos à saúde deste.

• Independência das condições de tráfego do solo.

• Ausência de compactação do solo, provocada por máquinas terrestres de explosão. Pelo mesmo motivo, não causa amassamento da cultura.

• Baixo consumo de água.

• Rastreabilidade (registro de dados e do mapa de aplicação).

Principais fatores a serem considerados na utilização de drones agrícolas, para iniciar um negócio de prestação de serviço com especialização e para o agricultor que pretende adquirir o equipamento:

• Legislação: conhecer as regulamentações nacionais, estaduais e municipais para operação de drones, incluindo obrigações específicas relacionadas à distribuição de agrotóxicos.

• Equipamentos: selecione o tipo de drone, tecnologia embarcada, capacidade de carga e demais especificações técnicas importantes às necessidades da necessidade, de acordo com as pretensões de uso.

• Capacitação técnica: realização de treinamento específico para operação de drones e aplicação correta de agrotóxicos.

• Investimento financeiro: realiza um planejamento financeiro detalhado, considerando os custos de aquisição de equipamentos, softwares de gerenciamento, seguros, manutenção (regulares e emergenciais), mão-de-obra entre outros. Para o agricultor, avaliar se o drone complementará ou substituirá as tecnologias de energia já utilizadas.

• Identificação do mercado: analisar o potencial do mercado, incluindo características predominantes das áreas a serem atendidas, a demanda por cultura, a concorrência e as tendências em geral da tecnologia.

• Parcerias estratégicas: estabelecer colaborações com empresas ou organizações relacionadas ao setor agrícola, como produtores rurais, cooperativas, associações de agricultores, fabricantes de drones, entre outros.

Fonte: CBSoja Foto: Rafael Soares

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Paraná lidera crescimento da safra de grãos, com alta de 447 mil toneladas, aponta IBGE

O Paraná registrou a maior variação positiva nas estimativas da produção agrícola de grãos para 2025 no Brasil, segundo dados divulgados no último dia 10 pelo IBGE. O acréscimo foi de 447 mil toneladas em relação ao levantamento de maio, desempenho 150% superior ao registrado pela Bahia, o segundo colocado no ranking nacional, cuja variação foi de 177 mil toneladas. Com o aumento estimado, a atual safra de grãos do Estado deve ser de aproximadamente 45,3 milhões de toneladas, de acordo com o órgão federal.

Com esse crescimento, o Paraná mantém a segunda posição no ranking nacional da produção de grãos, com 13,6% de participação, atrás apenas do Mato Grosso (31,5%). O Paraná ainda responde por mais de metade da colheita de grãos na região Sul, que equivale a 25,4% da produção brasileira.

Os novos números do IBGE reforçam a relevância da agricultura paranaense em algumas das cadeias mais relevantes do setor. Com um volume estimado em 865,3 mil toneladas, o Paraná é o maior produtor de feijão do Brasil, além de liderar com folga a produção nacional de cevada, com 423 mil toneladas previstas, o que representa 77,5% da safra do País.

O Estado ainda responde por 33,6% da produção brasileira de trigo, com 2,7 milhões de toneladas, e ocupa a 2ª colocação na produção nacional de soja, com 21,3 milhões de toneladas, e de milho da segunda safra, com 16,5 milhões de toneladas.

Recuperação

Apesar de pequenas variações mensais em algumas culturas, os números apontam uma recuperação sólida em relação ao desempenho de 2024, que foi impactado negativamente por condições climáticas adversas.

Na cevada, por exemplo, o crescimento é de 47,3% em relação ao ano passado. Já no feijão – cuja produção em três safras deve atender plenamente a demanda interna do Brasil em 2025 – o Paraná lidera com 26,8% de participação nacional, com estimativa 4,2% superior à do ciclo anterior. O trigo também apresenta crescimento anual de 13,5%, enquanto a soja tem alta de 14,2%. No milho da segunda safra, o avanço é de 31,7%.

Outro destaque é a cultura de aveia, que deve atingir 248 mil toneladas, um salto de 48,9% em comparação com 2024. O rendimento médio das lavouras cresceu 39,4%, chegando a 2.441 quilos por hectare, o que fortalece a cultura especialmente nas regiões Sul e Centro-Sul do Estado.

Com os resultados mais recentes, o Paraná se consolida como um dos principais vetores do crescimento do agronegócio brasileiro, cuja safra nacional de grãos está estimada atualmente em 333,3 milhões de toneladas em 2025. O Estado integra o grupo das seis maiores potências agrícolas do País – ao lado de Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais –, que juntas respondem por 79,5% da colheita nacional.

LSPA

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é realizado mensalmente pelo IBGE desde 1972 e reúne estimativas de área plantada, colhida, produtividade e volume total das principais lavouras do País. A pesquisa é referência para produtores, mercados e gestores públicos no planejamento da produção agrícola. A próxima divulgação do levantamento, com os dados de julho, será em 14 de agosto.

Fonte e Foto: AEN

Safra da soja  -  Foto: Gilson Abreu/AEN

Paraná pode ser o 3º estado mais prejudicado com tarifaço de Trump, diz CNI

O Paraná pode ser o 3º estado mais prejudicado com o tarifaço decretado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O dado consta em um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta quarta-feira (16).

O levantamento se baseia em fontes oficiais e estudos econômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),

Segundo a CNI, os estados mais afetados deverão ser São Paulo (queda de R$ 4,4 bilhões no PIB), Rio Grande do Sul (R$ 1,9 bilhão), Paraná (R$ 1,9 bilhão), Santa Catarina (R$ 1,7 bilhão) e Minas Gerais (R$ 1,6 bilhão).

O tarifaço dos EUA pode causar redução de 0,16% no PIB brasileiro (R$ 19,2 bilhões). Deverá diminuir em R$ 52 bilhões as exportações do país. E causaria o desaparecimento de 110 mil empregos.

Os setores mais prejudicados com a tarifa sobre o Brasil deverão ser o da indústria de tratores e máquinas agrícolas (redução de 4,18% na produção e 11,31% nas exportações); indústria de aeronaves, embarcações e equipamentos de transporte (queda de 9,1% na produção e 22,3% nas exportações); e dos produtores de carnes de aves (diminuição de 4,1% na produção e 11,3% nas exportações).

EUA serão principal prejudicado

Segundo estimativas da CNI, os Estados Unidos serão o país mais prejudicado pelas tarifas. O Produto Interno Bruto (PIB) estadunidense poderá cair 0,37% em razão das barreiras tarifárias impostas ao Brasil, à China e a outros 14 países, além das taxas impostas à importação de automóveis e aço de qualquer nação.

De acordo com o levantamento, o tarifaço poderá reduzir em 0,16% o PIB do Brasil, assim como o da China, além de provocar uma queda de 0,12% na economia global e uma retração de 2,1% no comércio mundial.

“Os números mostram que esta política é um perde-perde para todos, mas principalmente para os americanos. A indústria brasileira tem nos EUA seu principal mercado, por isso a situação é tão preocupante. É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer”, destacou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Relação Brasil x EUA

De acordo com o levantamento, o Brasil aplica tarifa média de 2,7% às importações de produtos estadunidenses. No período de 2015 a 2024, os EUA mantiveram superávit com o Brasil: US$ 43 bilhões em bens e US$ 165 bilhões em serviços.

Os EUA são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, sendo o destino de 12% das exportações brasileiras e a origem de 16% das importações. Também são o principal destino das exportações da indústria de transformação nacional, correspondendo a 78,2% das exportações em 2024.

Fonte: Bem Paraná/Lycio Vellozo Ribas via Agência Brasil Foto: Jonathan Campos / AEN

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Desafios do dia a dia da soja terão destaque no Congresso Brasileiro de Soja

A programação do X Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja ), a ser realizado pela Embrapa Soja, de 21 a 24 de julho, no Centro de Exposições Dom Pedro, em Campinas (SP), contará com cinco mini-workshops, denominados “Mãos à Obra”, cuja proposta é discutir aspectos práticos dos problemas cotidianos vivenciados nas lavouras de soja. Desta forma, foram selecionadas cinco temáticas prioritárias: Fertilidade do solo e adubação, Manejo de nematoides, Plantas sólidas, Bioinsumos e Impedimentos ao desenvolvimento radicular. “O objetivo não é trazer uma informação pronta, mas debater assuntos de ordem prática do dia a dia com os participantes, estimulando a troca de experiências e a busca de respostas conjuntas”, disse o pesquisador Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja.

Um mini-workshop será sobre o manejo de nematóides, a ser conduzido pelo pesquisador José Mauro da Cunha e Castro, pelo professor Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni, da Faculdade Tecnológica do Estado de São Paulo (FATEC de Pompeia), que trabalha com monitoramento da ocorrência de nematóides por imagens de satélite e imagens de drones. Além de Laís Fontana, coordenadora de pesquisa em fitopatologia da Grower. “O manejo do nematoide do Paraná é diferente do realizado no Mato Grosso, que é diferente das novas áreas agrícolas. Então, vamos lançar esse desafio, vamos ver o que as pessoas estão usando de manejo do solo, de controle químico, genético, ou seja, fazer uma grande discussão dentro de um grupo menor”, explica o presidente da CBSoja, Fernando Henning.

Um terceiro mini-workshop irá abordar o manejo de plantas específicas, a ser conduzido pelo pesquisador da Embrapa Soja Fernando Adegas. Cada região tem um aspecto particular, com relação à ocorrência e ao manejo de plantas ocorreu em função não apenas da geografia, mas também das culturas que ocorrem em sucessão ou rotação em rotação. A proposta é trazer uma visão regionalizada a respeito do controle de plantas nas mais diferentes regiões ou condições de cultivo.

Neste sentido, foi convidado Mário Bianchi da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), para apresentar o manejo de plantas específicas no Sul do Brasil, principalmente nas culturas de soja e de cereais de inverno. O manejo de plantas no Cerrado, no sistema soja e algodão será prolongado pelo agrônomo Edson Andrade, do Instituto Matogrossense do Algodão. Adegas desenvolve a abordagem para as culturas de soja e milho de segunda safra, na região Sul e no Cerrado brasileiro.

O mini-workshop sobre Bioinsumos será conduzido pelos pesquisadores Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja, que pretendem debater os principais cuidados com relação ao aumento na eficiência de uso desses insumos. “Um dos aspectos que debater está relacionado com a compatibilidade, por exemplo, entre insumos biológicos e insumos químicos. Quando e com o que se pode misturar um bioinsumo, por exemplo”, explica Nogueira. “Outro aspecto relevante é o controle de qualidade, principalmente nas chamadas produções on-farm”, destacado.

Também haverá um mini-workshop a respeito de impedimentos ao desenvolvimento radicular da soja, que será conduzido pelos pesquisadores Henrique Debiase e Júlio Cézar Franchini, da Embrapa Soja, com a participação do pesquisador Gustavo Curcio, da Embrapa Florestas e do professor Moacir Tuzzin de Moraes, da Esalq. Neste debate, serão abordados aspectos tanto da parte física do solo, como a compactação, assim como outros impedimentos radiculares, químicos e biológicos que dificultam que as raízes da exploração melhorem o solo em busca de água e nutrientes.

“Todos esses assuntos que a comissão técnica elencou contarão com um especialista da área em debate, mas trarão o participante para apresentar os desafios e buscar encaminhamentos conjuntos. O objetivo é a interação, a troca de ideias, enfim, promover intercâmbio de informações e de conhecimento”, defende Henning.

O mini-workshop Fertilidade do Solo e Adubação, a ser conduzido pelos pesquisadores Fábio Alvares de Oliveira e César de Castro, da Embrapa Soja, pretende trazer visões práticas sobre aspectos que envolvem questões relacionadas à adubação e à calagem na cultura da soja.

CBSoja e Mercosoja 2025

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central do CBSoja e do Mercosoja 2025 serão os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã. Considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, a expectativa da comissão organizadora é reunir cerca de 2 mil participantes de diferentes segmentos.

 programação técnica contará com 4 conferências e 15 painéis em que serão realizadas mais de 50 palestras com especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja. A comissão organizadora aprovou 328 trabalhos técnico-científicos que serão apresentados na sessão de apresentação. Também haverá destaque para os desafios da produção de soja no Mercosul e um workshop internacional Soybean2035: Uma visão decadal para a biotecnologia da soja, cujo objetivo é debater os próximos 10 anos das ferramentas biotecnológicas na soja, com palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Arena de Inovação

A Arena de Inovação é um espaço para a realização de lançamentos, apresentação de trabalhos técnicos de destaque e inovações propostas pelo mercado. Mais de 40 expositores participantes do evento

Serviço:

X Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2025

Data: 21 a 24 de julho de 2025

Local: Centro de Exposições e Convenções Expo Dom Pedro Campinas (SP)

Inscrições e mais informações: cbsoja.com.br

Fonte e Foto: Embrapa Soja