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Compradores retornam ao mercado de feijão

De acordo com o Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (IBRAFE), os compradores voltaram a movimentar o mercado de feijão no Brasil, após um período de menor atividade. Ontem, foi registrada uma grande procura em várias regiões produtoras, como Mato Grosso e Minas Gerais, com corretores e compradores buscando fechar negócios. No entanto, apesar do aumento nas consultas e negociações, o número de negócios efetivados foi relativamente baixo, uma vez que muitos produtores optaram por esperar ofertas mais atrativas, especialmente nos lotes de maior qualidade.

Em ambas as regiões, corretores e compradores realizaram diversas consultas, sinalizando interesse, mas as ofertas feitas não foram suficientes para convencer os produtores mais bem informados, que recusaram propostas de R$ 240 pelos melhores lotes disponíveis. Em Minas Gerais, o mercado apresentou uma ligeira melhora, com compradores dispostos a pagar um valor mais alto, próximo de R$ 260 por saca, mas é necessário que mais transações sejam concretizadas nesse nível para confirmar se esse novo patamar de preço será estabelecido.

No Paraná, o mercado de feijão-preto segue com referências de preços variando entre R$ 350 e R$ 360, no entanto, esses valores se aplicam a lotes de qualidade inferior, classificados no máximo como T2, devido ao elevado percentual de defeitos nos grãos. Já os lotes de qualidade extra continuam com preços elevados, refletindo a escassez de mercadoria com esse padrão superior. Enquanto isso, o mercado de feijão rajado também registrou poucos negócios, com a maior parte do volume disponível sendo destinada ao cumprimento de contratos previamente firmados, limitando a oferta disponível para novos negócios.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Canva

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Previsão de setembro: Chuvas e calor impactam sementes

Antonio Prado G. B. Neto, consultor de estratégias e professor, compartilhou no LinkedIn as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para setembro. Segundo o Inmet, há previsão de chuvas acima da média na faixa norte da Região Norte, sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo e grande parte da Região Sul (ver Figura 1a em azul). Por outro lado, as regiões Centro-Oeste, Sudeste, sul da Região Norte, interior da Região Nordeste e oeste do Paraná terão chuvas próximas ou abaixo da média climatológica (ver Figura 1a em cinza e amarelo).

A escassez de chuvas em várias partes do país é causada por massas de ar seco, que reduzem a umidade relativa e aumentam o risco de queimadas e doenças respiratórias. Além disso, o Inmet prevê temperaturas acima da média em grande parte do Brasil devido à redução das chuvas, com calor excessivo possível em estados como Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão e Piauí. Em algumas dessas áreas, as temperaturas médias podem ultrapassar os 30 ºC (ver Figura 1b em laranja).

Neto também destaca a necessidade de cautela em relação à entrega de sementes de soja. Embora as entregas comecem em setembro, a previsão de chuvas foi adiada para a primeira semana de outubro. Produtores sem armazenamento refrigerado para as sementes devem avaliar com cuidado a situação. A falta de chuvas no início da temporada e o excesso de umidade durante a colheita podem comprometer a qualidade das sementes, e 30 dias em condições secas e quentes podem afetar a germinação e o vigor. É crucial acompanhar as previsões locais para garantir a melhor gestão das sementes.

Fonte e Foto: Agrolink/Leonardo Gottems

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Em Pato Branco trigo é impactado pela segunda vez no mês por geada

Além da diminuição da área plantada com trigo em Pato Branco, no Paraná, a ocorrência de duas geadas no mês de agosto em áreas de trigo deve reduzir a produção final do cereal. As informações são de Luiz Parsianello, trader na Cerealista R.N. Perusso.

Segundo Parsianello, a primeira geada, no dia 13 de agosto, ocorreu com temperaturas mais baixas, mas não foi tão intensa porque não havia tanta umidade no ar, e os impactos na cultura foram menores, já que também cerca de 30% do trigo estava suscetível a estragos. Já na segunda ocorrência, nesta segunda-feira (26), a umidade relativa do ar estava mais alta, e isso acabou favorecendo o fenômeno climático, que atingiu áreas baixas e de média altitude. O trader ainda pontua que, desta vez, em torno de 70% a 75% das áreas de trigo estavam suscetíveis aos impactos da geada.

Desta maneira, ele explica que, somando os impactos das geadas, além da redução de 15% a 20% das áreas plantadas, a produção final do trigo em Pato Branco deve ser 10% menor do que em 2023.

Fonte: Notícias Agrícolas/Letícia Guimarães Foto: Divulgação

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Mapa ultrapassa o próprio recorde e abre 100 novos mercados para o agro em 2024

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atingiu a marca de 100 novas aberturas de mercado em apenas 8 meses. Desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, já foram abertos 178 novos mercados em 58 destinos, alcançando todos os continentes.

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, o novo marco supera amplamente os números dos últimos cinco anos: em 2019, foram 35 novos mercados em 22 países; em 2020, foram 74 em 24 países; em 2021, foram 77 em 33 países; em 2022, foram 53 em 26 países; e em 2023, foram 78 em 39 países.

Já os números mensais de 2024 mostram 26 novos mercados em junho (13 países), 16 em julho (9 países), 15 em maio (10 países), 10 em março (7 países), 7 em fevereiro (6 países), 9 em janeiro (5 países) e 5 em abril (3 países).

Em agosto, até o momento, foram 11 aberturas: para Angola – ovinos e caprinos vivos para reprodução, além de embriões e sêmens desses animais; para a Costa Rica – abacates; para o Egito – carne com osso; para o Panamá – carnes e miúdos de aves e suínos; para a União Europeia – equinos vivos; e para Indonésia – erva-mate.

“O alcance de 100 novas aberturas de mercado em apenas oito meses, antes mesmo de encerrar o ano, é um feito histórico para o agro brasileiro. Um marco que reflete a determinação e o esforço contínuo do ministro Carlos Fávaro e de toda a equipe do Mapa em diversificar a pauta e expandir as oportunidades para os produtos agrícolas do Brasil no comércio mundial. Cada nova conquista reafirma nosso compromisso com o crescimento sustentável e a competitividade do setor, sempre buscando abrir portas para nossos produtores em todos os continentes”, destacou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério.

Fonte e Foto: MAPA

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Cupping de Cafés Diferenciados é uma oportunidade para produtor fechar negócios

A 3ª edição do Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados do Sistema CNA/Senar é uma oportunidade para os produtores rurais fecharem negócios e se conectarem diretamente com compradores nacionais e internacionais.

A iniciativa é promovida em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e será realizada durante a Semana Internacional do Café, de 20 a 22 de novembro, em Belo Horizonte.

Produtores interessados podem se inscrever até o dia 1º de outubro, por meio do link: cnabrasil.org.br/cuppingcafe24 . Já os compradores têm até o dia 15 de novembro para preencher a ficha de manifestação de interesse.

O principal objetivo do Cupping é dar visibilidade aos produtores de cafés que possuem atributos de agregação de valor, viabilizando o contato comercial, o encurtamento da cadeia produtiva e a diversificação dos canais de comercialização.

As inscrições podem ser feitas nas categorias produtor e comprador e toda as informações estão no regulamento.

Acesse o Regulamento no link cnabrasil.org.br/cuppingcafe24 e saiba como participar. A inscrição para o Cupping é gratuita.

Parceiros – O Cupping de Cafés Diferenciados tem como parceiros a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Sebrae, por meio do ‘Juntos pelo Agro’, e a empresa da especialista em cafés especiais Helga Andrade.

SIC – A Semana Internacional do Café, onde ocorrerá o Cupping, é a maior feira do setor na América Latina e a quinta maior do mundo, com um espaço dedicado à inovação, tendências de mercado e, sobretudo, de conexões de histórias e negócios.

Esclarecimentos e informações a poderão ser obtidos pelo e-mail c.agricola@cna.org.br

Fonte: CNA

Colombo, 22 de maio de 2024 - Sistema de captura da energia solar com placas fotovoltaicas em propriedade rural em Colombo.

Transformação no campo com a energia renovável

O Paraná é um dos grandes produtores agrícolas do Brasil e o principal produtor de proteína animal do País, e agora caminha a passos largos para tornar essa produção cada vez mais sustentável. Um dos pilares diz respeito à energia renovável, incentivando a geração própria no meio rural a partir de fontes sustentáveis, em especial solar e biomassa.

Com esse objetivo em mente, o Governo do Estado criou em 2021 o programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), que apoia a instalação de unidades de geração distribuída em propriedades rurais paranaenses e, junto ao Banco do Agricultor Paranaense, permite que o produtor invista nesses sistemas com juros reduzidos. O programa é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

A série de reportagens “Paraná, Energia Verde que Renova o Campo”, produzida pela Agência Estadual de Notícias (AEN) e que será publicada a partir da semana que vem, às terças-feiras, mostra como esse trabalho está se refletindo na ponta, com histórias de produtores e cooperativas agroindustriais que viram um avanço na produção e no lucro de suas propriedades ao aderir à geração própria de energia renovável.    

“As atividades produtivas rurais passaram a ser cada vez mais eletrointensivas, com os processos como a avicultura, suinocultura, piscicultura, pecuária leiteira e as agroindústrias se tornando cada vez mais dependentes do uso de energia”, explica Herlon Almeida, coordenador de Energias Renováveis no IDR-Paraná.

“Além de tornar essa produção mais sustentável, que é um selo importante para um estado como o Paraná, que fornece alimentos para o Brasil e o mundo, a geração de energia nas propriedades rurais também reduz o custo de produção, tornando os produtos paranaenses mais competitivos”, complementa.

Com o RenovaPR, o Paraná deu um salto na geração distribuída no campo. Das 34.483 usinas fotovoltaicas ou de biogás instaladas no Estado desde 2009, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 28.348 unidades foram implantadas entre agosto de 2021 e julho de 2024, no período de vigência do programa.

Com isso, o Paraná, se tornou e segundo maior estado em potência instalada na área rural, com 753 MW, e o terceiro com o maior número de unidades geradoras próprias no meio rural, atrás apenas de Minas Gerais (43.691), que tem uma área quase três vezes maior que a do Paraná, e do Rio Grande do Sul (44.752), que também é mais extenso que o Estado.

Banco do agricultor

Um dos incentivos do programa é o subsídio à taxa de juros no financiamento feito pelo agricultor para a instalação dos equipamentos, através do Banco do Agricultor Paranaense, programa do Governo do Estado, operacionalizado pela Fomento Paraná. Desde 2021, 8.122 produtores rurais contaram com apoio do programa para levar energia renovável às suas propriedades, com repasse de R$ 231 milhões do Governo do Estado para subvenção dos juros. Juntos, esses projetos representam R$ 1,4 bilhão em investimentos.

“Nosso objetivo com o RenovaPR é estimular a geração distribuída no campo, e estão aí os números que mostram que o negócio andou”, destaca Almeida. “O instrumento que utilizamos é a equalização da taxa de juros. O Estado assume parte ou integralidade dos juros, apoiando tanto os agricultores familiares, que têm os juros totalmente subsidiados pelo Estado, como os médios e grandes produtores, que passam a pagar apenas parte da taxa. Para um produtor médio, que pagaria 8,5% de taxa de juros, o Estado banca 5% e ele vai pagar 3,5%”.

Na avaliação do coordenador, a alta adesão à energia renovável no campo demonstra o sucesso do programa, com os produtores não apenas buscando o incentivo do Estado, como fazendo os projetos por conta própria. “É um investimento que vale a pena ser feito, porque em pouco tempo o sistema se paga com as economias que gera na propriedade. E a redução na conta de energia derruba os custos da produção, o que torna os produtos paranaenses mais competitivos lá fora”, salienta.

Biogás

Com grande adesão à energia solar, o Governo do Estado quer agora incentivar a produção de biogás e biometano na área rural. E o potencial é imenso. O Paraná é o maior produtor de aves e o segundo de suínos do Brasil. O Estado abateu 2,1 bilhões de frangos em 2023. Em suínos, foram 12,1 milhões de unidades produzidas no ano passado. São os dejetos desses animais, junto aos resíduos vegetais da agroindústria, que servem de matéria-prima para a obtenção desses insumos.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná já lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. A região produziu, em 2023, 873 milhões de metros cúbicos normal (Nm³) de biogás, sendo que o Paraná contribuiu com 53% desse volume, com 461 milhões de Nm³.

A transformação de dejetos em energia resolve uma série de questões, principalmente ambientais. “O sistema de esterqueira e outros mecanismos são frágeis no cuidado com o dejeto animal. Quando não tratado corretamente, ele emite metano na atmosfera, que é muito mais poluente que o gás carbônico e contribui, e muito, com o agravamento das mudanças climáticas”, explica Almeida. “Outro problema é que muitas vezes o material que não passou por todo o ciclo de decomposição contamina rios e lençóis freáticos, além de desequilibrar os nutrientes do solo”.

As plantas de biogás ainda trazem benefícios econômicos para o produtor. O biogás é uma fonte de energia elétrica e também pode substituir o gás de cozinha, por exemplo. Além disso, ele pode ser refinado para se transformar em biometano, um combustível semelhante ao gás natural veicular (GNV) que pode ser usado em automóveis e veículos de trabalho, como caminhões e tratores. E o digestato, material sólido resultante desse processo, é utilizado como biofertilizante, uma alternativa mais sustentável para melhorar o solo.

Junto ao subsídio do RenovaPR, que inclusive é maior para projetos de biogás, o Governo do Estado trabalha em outras frentes para ampliar a produção do insumo. O Estado reduziu a alíquota de ICMS dos produtos que envolvem a cadeia de biogás, além de permitir que cooperativas e empresas utilizem o crédito de ICMS de exportação para a implantação de plantas para a produção do insumo.

Rede de distribuição

Além das iniciativas tributárias, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) também fez o mapeamento das regiões com potencial para produção de biometano, por meio de chamadas de ofertas públicas específicas. Recentemente, a Compagas apresentou um plano de investimento de R$ 505 milhões para os próximos cinco anos, que incluem a inserção do biometano na rede de gás canalizado e o desenvolvimento de corredores sustentáveis com abastecimento do biocombustível, em conjunto com o gás natural.

A expectativa é chegar a 15% da participação do biometano no volume de distribuição da empresa até 2026. “O gás natural continua sendo uma fonte importante, mas a inclusão do biometano traz uma pegada mais sustentável para atender as demandas ambientais”, afirma o presidente da Compagas, Rafael Lamastra. “O Paraná lidera o potencial produtivo de biogás no Sul do País. Precisamos aproveitar esse potencial na geração de biometano como mais uma alternativa para a descarbonização da matriz energética”.

Hidrogênio renovável

E o avanço na cadeia de biogás e biometano é o cerne de um projeto maior do Paraná, que pretende se tornar a principal referência em hidrogênio renovável (H2) no Brasil. Chamado de combustível do futuro, o insumo faz parte de um esforço na transição energética de vários países, podendo substituir os combustíveis fósseis na indústria e no transporte.

“O Paraná foi precursor da transição energética, com 98% da nossa matriz vinda de fontes renováveis. Agora estamos com todas as cartas do baralho para também liderar o processo de produção de hidrogênio renovável, que em cinco ou 10 anos se tornará uma commodity importante no mercado mundial”, explica o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva.

A pasta coordena a preparação da cadeia do setor no Estado. No ano passado, a Secretaria do Planejamento lançou o Plano de Hidrogênio do Paraná, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mapeia o cenário do H2 no Estado para desenvolver medidas voltadas ao licenciamento, financiamento e desoneração dessa cadeia.

“Mapeamos todas as rotas de produção e demanda, fizemos uma chamada para conectar os grandes players e já temos investidores planejando instalar plantas de hidrogênio no Estado, que tem todas as condições de liderar esse processo”, destaca o secretário. “Estamos chamando esse processo de transição energética 2.0. Queremos limpar o meio ambiente para transformar dejetos em energia, reduzindo a pegada de carbono de forma duplicada”.

Para ser considerado renovável, a extração do hidrogênio precisa ser feita utilizando fontes de energia renováveis. Ele pode ser captado a partir da água, fazendo um processo de eletrólise, que consome uma grande quantidade de energia. Estados do Nordeste, que também apostam no insumo com foco na exportação ao mercado europeu, utilizam a geração solar ou eólica nesse processo.

Já no Paraná, a ideia é fazer a captação diretamente do biogás e do biometano, que são ricos nessas moléculas. “É um insumo muito mais barato, porque incentivamos os produtores a gerar energia com os dejetos animais. Ele pode utilizar o biometano como combustível ou ainda refinar para separar a molécula para gerar hidrogênio”, explica Silva. “Por isso estamos fomentando essa cadeia para produzir em escala, para quando a tecnologia do hidrogênio estiver madura, já termos um mercado competitivo no Estado”.

Fonte: AEN Foto: Roberto Dziura

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A Evolução do Café no Paraná: De Líder Nacional a Produtor Especializado

O Paraná, um dia o maior produtor de café do Brasil, testemunhou mudanças drásticas em sua posição no mercado. Conforme dados do Boletim Conjuntural do Café, do Departamento de Economia Rural (DERAL), o estado alcançou o auge da produção cafeeira nacional em 1960, superando São Paulo. No ápice, em 1962, o Paraná foi responsável por 64% da produção de café no país. Contudo, uma geada devastadora em julho de 1975 interrompeu essa trajetória, destruindo os cafezais e reduzindo a produção estadual a zero em 1976.

Mesmo após essa catástrofe, o Paraná ainda manteve uma participação significativa na produção nacional, chegando a 20% no final dos anos 1980. Porém, com o passar das décadas, essa participação foi gradualmente diminuindo: menos de 10% nos anos 1990, menos de 5% nos anos 2000 e menos de 3% na década de 2010. Atualmente, a produção é estimada em 675 mil sacas (40,5 mil toneladas), cultivadas em uma área de 25,3 mil hectares, representando apenas 1% da produção nacional. Esse número é significativamente menor que os 21 milhões de sacas produzidas nos anos 1960. O valor bruto de produção (VBP) do café no Paraná gerou R$ 562,9 milhões em 2023, apenas 0,3% da renda estadual. A principal região produtora é o Norte Pioneiro, com destaque para o município de Carlópolis, responsável por 22% da produção estadual, conforme o VBP de 2023.

A safra atual foi favorecida por florações uniformes, o que facilitou a colheita. Contudo, o clima seco desde maio resultou em grãos menores, afetando a produtividade e a conversão de café em coco para café beneficiado. Por outro lado, os preços mais altos nesta safra têm compensado parcialmente a queda na produtividade, o que pode manter a área plantada na próxima safra.

No primeiro semestre de 2024, as exportações de café verde do Paraná totalizaram 12,5 mil toneladas, superando as 5,8 mil toneladas exportadas em todo o ano de 2023. Porém, o forte das exportações é o café solúvel, com 34,3 mil toneladas exportadas em 2023, mantendo um ritmo consistente em 2024. A industrialização do café no estado também inclui importações de café verde, que complementam a produção local. No total, os produtos do café geraram uma receita de US$ 333,4 milhões para o estado no ano passado.

Frente às incertezas do mercado de commodities, especialmente para pequenas propriedades, os produtores paranaenses estão explorando alternativas como a produção de cafés de maior qualidade. Segundo a Câmara Setorial do Café do Paraná, os cafés especiais representam entre 10% e 30% do volume produzido, dependendo das condições da safra. A Câmara, que promove o Concurso Café Qualidade Paraná, atualmente em sua 22ª edição, incentiva a constante melhoria do café paranaense. Além disso, o estado oferece assistência técnica através do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), com iniciativas como o projeto “Mulheres do Café”, que visa agregar valor à produção através da venda direta ao consumidor. Outras estratégias, como a verticalização da produção e o turismo rural, também são adotadas para aumentar a rentabilidade. Com essas iniciativas, os cafés do Paraná buscam se destacar, uma vez que a produção em larga escala dificilmente será retomada no estado.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio

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Quanto se perde em produtividade de milho por pH do solo?

Os solos no Brasil são naturalmente ácidos devido aos processos de formação e à prática prolongada de cultivo de grãos. Mesmo após a correção do solo, a reacidificação pode ocorrer devido a fatores como lixiviação, exportação de nutrientes, uso de adubos nitrogenados e fixação de nitrogênio. Esse processo de acidificação faz com que cátions essenciais como cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e potássio (K) nos colóides do solo sejam substituídos por cátions ácidos, como alumínio (Al³⁺), ferro (Fe³⁺), manganês (Mn²⁺) e íons de hidrogênio (H⁺).

Alguns desses elementos podem ser tóxicos para as plantas, com a toxidez por alumínio sendo a mais comum em solos com pH abaixo de 5,5. A principal consequência da toxidez por alumínio é o dano às raízes, o que pode limitar fisicamente a absorção de nutrientes.

Os impactos da acidez do solo na produtividade do milho são mais significativos quando o pH é inferior a 5,5. Portanto, a correção da acidez para essa cultura é recomendada quando o pH em água na camada de 0 a 20 cm está abaixo desse nível. No entanto, na prática agrícola moderna, que favorece o mínimo revolvimento do solo, a aplicação de calcário é geralmente feita a lanço.

Esse método cria uma correção gradual ao longo do tempo e das safras. Caso o pH das camadas superficiais esteja na faixa de 5,5, pode ser que as camadas mais profundas (20 a 40 cm) ainda apresentem alumínio tóxico, o que pode restringir o crescimento das raízes. Por isso, é essencial realizar análises de solo frequentes e adotar estratégias de aplicação de calcário para assegurar que o pH se mantenha em níveis adequados e sem a presença de alumínio prejudicial.

Uma análise da relação entre o pH do solo e a produtividade foi realizada com dados de 285 lavouras de milho, situadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e acompanhadas pela Equipe Field Crops da Emater/RS–Ascar e EPAGRI durante as safras de 2017/18 a 2021/22. Foi observado que a produtividade atinge um platô em áreas com pH variando entre 5,5 e 6,5. Entretanto, a cada redução de 0,1 unidade no pH abaixo de 5,5, a produtividade de grãos de milho reduz em 560 kg por hectare ou 9,3 sacas por hectare (Figura 1).

A calagem, ou correção, é o manejo mais eficiente para reduzir a concentração de elementos tóxicos no solo, como o alumínio (Al) e o manganês (Mn), que prejudicam o desenvolvimento das raízes e das plantas, resultando em menor produtividade. A aplicação de calcário (CaCO₃ ou MgCO₃) eleva o pH do solo para uma faixa ideal, entre 5,5 e 7, diminuindo a acidez e neutralizando o alumínio tóxico.

Além de melhorar a acidez do solo, o calcário fornece cálcio, magnésio e micronutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Portanto, a calagem não apenas melhora as condições de crescimento ao reduzir a toxicidade e a acidez, mas também contribui para a fertilidade do solo, promovendo aumentos significativos na produtividade das culturas. Essa prática é, portanto, fundamental para a sustentabilidade e eficiência da produção agrícola, garantindo um ambiente mais saudável e produtivo para as plantas.

Fonte: Equipe Mais Soja Foto: Divulgação

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No primeiro dia de agosto, soja inicia o dia em queda na CBOT

Nesta manhã de quinta-feira (1º), que dá início ao mês de agosto, a soja está em queda na CBOT. A única posição em estabilidade é o contrato do próprio mês, que é negociado a US$ 10,28, ou seja, 0,25 ponto acima do fechamento anterior. O setembro é negociado a US$ 10,11, queda de 2,75 pontos, o novembro está cotado a US$ 10,20, com 2 pontos negativos e o janeiro 25 está em US$ 10,37, redução de 2,50 pontos. A queda reflete a estabilidade do ciclo da oleaginosa nos Estados Unidos, que deve resultar em alta produtividade.

Em entrevista feita pelo Notícias Agrícolas nesta quarta-feira (31), Marcos Araújo, analista da Agrinvest, destacou que 4% das lavouras de soja nos EUA estão sob estresse hídrico, comparado a 53% no ano anterior, indicando um cenário climático favorável. Ele alerta para o excesso de oferta e a demanda estagnada, reforçando que os produtores devem considerar estratégias de comercialização antecipada para mitigar riscos.

Em comentário divulgado nesta manhã, Eduardo Vanin, analista da Agrinvest, explica que, apesar da soja americana estar mais barata que a brasileira, as emagadoras chinesas estão muito cautelosas e evitam ir às compras nesse momento. De acordo com ele, as margens de esmagamento não estão favoráveis.

O USDA divulgará seu relatório semanal de Vendas de Exportação ainda hoje, com expectativas do mercado para as vendas de soja da safra antiga em 75 a 300 mil toneladas e a nova safra em uma faixa de 300 a 900 mil toneladas. As vendas de farelo são vistas em 150 a 700 mil toneladas em um total deste e do próximo ano de comercialização. As vendas de óleo de feijão são estimadas em um total de 0 a 20 mil toneladas. Os dados de esmagamento de junho serão atualizados na quinta-feira, com a maioria esperando ver uma queda em relação a maio, mas uma melhora em relação ao ano passado.

Fonte e Foto: Notícias Agrícolas/Ericson Cunha

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Impactos da Quebra de Safra no PIB da Cadeia da Soja e do Biodiesel

Após um crescimento superior a 21% em 2023, o PIB da cadeia produtiva da soja e do biodiesel enfrenta uma previsão de diminuição de 5,33% em 2024, impactado pela quebra de safra e suas consequências para os agrosserviços. No entanto, o desempenho positivo da agroindústria, impulsionado pelo setor de biodiesel e pelas exportações de farelo de soja, contribui para moderar essa queda, refletindo também nos agrosserviços. O PIB total da cadeia produtiva está projetado para atingir R$ 422 bilhões em 2024, representando 18% do PIB do agronegócio nacional e 3,9% da economia brasileira. As informações são do levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em colaboração com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

A queda no PIB da soja é estimada em 13,07%, e o PIB dos agrosserviços pode apresentar uma redução de 4,28% em 2024. Por outro lado, a agroindústria deve registrar um crescimento de 2,95%, com avanços significativos em todos os segmentos: 0,59% para esmagamento e refino, 2,6% para rações e notáveis 36,47% para o biodiesel. A demanda crescente por biocombustível beneficia o PIB deste subsegmento e contribui para a melhoria do desempenho do esmagamento e refino.

Os preços relativos da cadeia produtiva mostraram uma queda significativa entre os primeiros trimestres de 2023 e 2024, resultando em um recuo de 33,15% na renda real. Mesmo com essa queda, o PIB de R$ 422 bilhões em 2024 supera consideravelmente o nível anterior à pandemia.

Mercado de Trabalho

No início de 2024, a população ocupada na cadeia produtiva da soja e do biodiesel sofreu uma redução de 4,65% em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior, somando 2,28 milhões de pessoas. Essa diminuição acompanha a tendência do PIB, sendo explicada pelos resultados negativos para a soja e os agrosserviços, embora o avanço do emprego nas indústrias tenha amenizado o impacto. As participações da cadeia produtiva na população ocupada do agronegócio (9,69%) e na economia brasileira (2,28%) diminuíram marginalmente em relação a 2023, mas ainda permanecem entre as maiores já registradas.

Comércio Exterior

No primeiro trimestre de 2024, as exportações da cadeia de soja e do biodiesel, incluindo soja in natura, farelo de soja, óleo de soja, glicerol, biodiesel e proteína de soja, totalizaram 27,59 milhões de toneladas, um aumento de 12,97% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, o valor exportado caiu 11,33%, totalizando US$ 12,42 bilhões, devido à queda dos preços de exportação (-21,51% no período). Esse cenário é semelhante ao observado entre 2022 e 2023.

Relatório completo

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio