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Produção brasileira de trigo pode surpreender em 2024

As últimas atualizações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) revelaram que as negociações de trigo no mercado brasileiro estão mantendo um ritmo pontual. De acordo com análises dos pesquisadores do Cepea, apesar do aumento na presença de compradores, os produtores estão concentrados na colheita da safra de verão. O início da semeadura da nova safra de trigo é esperado para o próximo mês de abril.

Entretanto, os preços internos do grão continuam enfraquecidos, conforme indicado pelo levantamento recente do Cepea. Novas projeções apontam para uma diminuição na área cultivada com trigo na temporada de 2024, devido aos valores menos atrativos. Mesmo assim, especialistas do Cepea destacam que se a produtividade se mantiver dentro da média, a oferta pode superar a do ano anterior.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a área nacional destinada ao trigo em 2024 será de 3,26 milhões de hectares, o que representa uma redução de 6% em relação ao ano anterior. No entanto, há uma perspectiva otimista em relação à produtividade média nacional, com um possível aumento de 26%, alcançando 2,937 toneladas por hectare. Isso poderia resultar em uma produção total de 9,587 milhões de toneladas, um incremento de 18,4% em comparação com o ano de 2023.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: Divulgação

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Confira as principais tendências para Soja, Trigo e Milho

De acordo com Pedro Schicchi, analista de Grãos & Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets, “a produção brasileira de soja caiu (-1M ton), mas menos do que o esperado (-3M ton). No entanto, as exportações do país foram aumentadas em 3M ton às custas do esmagamento e dos estoques finais. Por sua vez, as importações chinesas aumentaram nos mesmos 3M ton. Os balanços dos EUA e da Argentina não foram alterados”.

Ainda segundo o analista, “de modo geral, o relatório não forneceu ao mercado evidências suficientes para se movimentar em qualquer direção, em particular os fundos especulativos, que atualmente estão muito vendidos. Ainda assim, embora não tenha sido o relatório mais empolgante, ele também não deixou de apresentar mudanças relevantes. No entanto, os preços não se moveram significativamente. Por quê?”

O mercado provavelmente está em “modo de espera” pelo relatório Intenção de Plantio de 28 de março, quando os agricultores dos EUA irão indicar a quantidade de grãos que pretendem plantar.

Milho: Brasil ganha os holofotes

“O WASDE também não foi o mais agitado para o milho. Assim como na soja, o balanço do grão nos EUA não sofreu alterações. As mudanças na América do Sul, embora presentes, não foram muito fora do esperado. A produção da Argentina foi aumentada em 1M ton, enquanto o mercado esperava estabilidade nos números, fazendo com que as exportações também aumentassem”, observa.

Já o analista Alef Dias pontua: “A mudança mais interessante (que fez com que os estoques mundiais caíssem) veio da Ucrânia. Apesar da menor produção, dada a área ainda 7% não colhida, os esforços do país para aumentar as exportações de grãos pelo Mar Negro estão dando resultado, com as exportações de milho superando os níveis do ano passado nos dois primeiros meses do ano. Consequentemente, a Ucrânia teve um corte de 2,5M mt em seus estoques finais”.

Trigo: mais produção com estoques mais apertados

“Com ajustes marginais em alguns números de produção, o WASDE de trigo foi relativamente calmo. No balanço dos EUA, as exportações foram reduzidas em 15M bu, dado o ritmo de exportação ainda lento observado ultimamente, levando a estoques finais ligeiramente mais folgados – embora o mercado não estivesse esperando uma mudança”, pondera Alef.

“A produção mundial aumentou devido aos ajustes esperados na Austrália, Rússia e Argentina. No entanto, ela foi parcialmente compensada por reduções na UE e na Sérvia, enquanto o maior uso de ração na UE, no Cazaquistão e na Indonésia levou a um aperto marginal nos estoques finais mundiais – abaixo da estimativa mediana do mercado”, diz.

E conclui: “Também é importante observar que, assim como no caso do milho, as exportações de trigo da Ucrânia aumentaram em 1M mt, já que as exportações de trigo se aceleraram ainda mais do que as de milho, ultrapassando os máximos de cinco anos nos últimos dois meses”.

Fonte: hEDGEpoint Global Markets Foto: Divulgação

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Ministro Fávaro realiza encontro para dialogar sobre avanços na legislação da produção de sementes e mudas

Para debater ações com foco nos avanços do setor de sementes e mudas, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, realizou reunião, no último dia 12, com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), a Seed Association of the Americas (SAA) e com a Federação Internacional de Sementes. O encontro foi realizado na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Na ocasião, foram apresentadas propostas para o progresso na legislação da produção de sementes e mudas, que visam mais inovação no melhoramento de plantas, avanços na defesa da propriedade intelectual e desenvolvimento de medidas fitossanitárias. 

“Daremos total apoio ajudar os produtores e fomentar avanços do setor de sementes”, destacou o ministro Fávaro. “Precisamos também garantir propriedade intelectual. Precisamos ter respeito com a ciência. Garantir a propriedade intelectual é apoiar o desenvolvimento, para continuarmos gerando oportunidades”, completou.

Ainda, durante o encontro, o presidente da Abrasem, Ronaldo Troncha, entregou ao ministro Fávaro um documento protocolado pelas associações de semente presentes, com pontos essenciais para o setor. “É um documento conjunto das maiores associações de sementes do mundo, tratando principalmente da legislação. Esse encontro é uma grande oportunidade para demonstrar para o mundo as boas práticas e como o Brasil é sustentável. Somos referência para o mundo em produtividade”, destacou. 

Fonte e Foto: Ministério da Agricultura e Pecuária

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Nova estimativa para safra de grãos na safra 2023/24 é de 295,6 milhões de toneladas

A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deverá atingir 295,6 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 7,6% no resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, 24,2 milhões de toneladas a menos a serem colhidas. As informações estão no 6º Levantamento divulgado, nesta terça-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A queda é reflexo, principalmente, da redução em torno de 7,1% na produtividade média esperada, que sai de 4.072 quilos por hectare para 3.784 kg/ha.

Desde o início da presente safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras. Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja, principal produto cultivado no período. A área cultivada também deve ser diminuída, mas em um percentual menor em torno de 0,5%, projetada em 78,1 milhões de hectares.

Com uma colheita que atingiu, no início de março, 47,9% da área semeada, a soja pode registrar uma produção de 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% sobre a safra anterior. De acordo com o documento, a queda verificada se deve às baixas precipitações e às temperaturas acima do normal nas principais regiões produtoras. No entanto, em locais em que o grão foi semeado mais tardiamente as precipitações têm favorecido o desenvolvimento das lavouras.

Com os trabalhos de colheita da soja avançando, o plantio do milho segunda safra ocorre dentro da janela nos principais estados produtores, como Mato Grosso e Paraná. Ainda assim, a área destinada para a cultura deve cair 8,3%, estimada em 15,76 milhões de hectares. As condições climáticas têm favorecido a implantação do cereal, com exceção de parte de Mato Grosso do Sul. A expectativa é que apenas na segunda safra sejam colhidas cerca de 87,35 milhões de toneladas do grão. A colheita da primeira safra, quando são esperadas 23,41 milhões de toneladas, já atinge 32,9% da área cultivada. A produção total do cereal está estimada em 112,75 milhões de toneladas.

Para o arroz, a área plantada apresenta um crescimento de 4,7%, chegando a 1,55 mil hectares, o que leva a uma expectativa de produção de 10,55 milhões de toneladas. A semeadura nas principais áreas produtoras no país já foi concluída, apesar das adversidades climáticas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, as chuvas excessivas e enchentes ocorridas durante o plantio inviabilizaram a operação em alguns locais. No caso do feijão, a nova estimativa traz uma colheita total em torno de 3 milhões de toneladas. A primeira safra do produto teve uma oferta ajustada, o que influenciou nos preços praticados. Diante desse cenário, a segunda safra da leguminosa apresenta aumento na área cultivada, o que poderá refletir em uma maior produção.

Com o plantio praticamente finalizado, o algodão registra uma área plantada de 1,93 milhão de hectares, aumento de 16,3% quando comparada com a safra anterior. A elevação reflete o preço e as perspectivas de comercialização da fibra. O clima vem favorecendo as lavouras e a expectativa é que a produção da pluma atinja 3,56 milhões de toneladas, estabelecendo um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme.

Já para o trigo, principal produto cultivado entre as culturas de inverno, a estimativa atual indica a produção em 9,6 milhões de toneladas.

Mercado

Com o novo ajuste na produção de soja, as exportações também serão reduzidas em 1,83 milhão de toneladas, saindo de uma estimativa de 94,16 milhões de toneladas para 92,33 milhões de toneladas. Diante desse cenário de quebra de safra atual, as projeções de importações também foram aumentadas de 200 mil toneladas para 800 mil toneladas. Para o milho e arroz, as projeções permaneceram praticamente estáveis.

Para o algodão, a expectativa é que as exportações cresçam 53%, chegando a 2,48 milhões de toneladas. Já com relação ao consumo brasileiro de pluma, a expectativa é que haja crescimento de 7,35% nesta safra, chegando a 730 mil toneladas em 2024.

Mais informações sobre a produção de grãos em todo o país na safra 2023/24 podem ser obtidas no 6º Levantamento publicado no site da Conab.

Fonte: Conab Foto: Agência Brasil

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Clima afeta previsão de colheita no Paraná, segundo a Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou na terça-feira o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024, com informações a respeito da 1ª safra de algodão, arroz, amendoim, feijão, milho e soja e da 2ª safra de feijão e milho.

De acordo com o Boletim, para o estado do Paraná, as condições climáticas foram desfavoráveis, com chuvas intensas no início do ciclo, chuvas desuniformes e até inexistentes em algumas regiões, além de temperaturas altas entre o final de 2023 e início de 2024, fatores determinantes para a redução da produtividade das culturas da 1ª safra, principalmente nas regiões que iniciaram o plantio no início da safra (norte e oeste paranaense).

Já o arroz irrigado teve as áreas reduzidas (previsto em 18,3 mil hectares), devido às inundações ocorridas no noroeste paranaense, que inviabilizaram a semeadura de algumas áreas. Também há perdas de áreas das culturas de verão como feijão e milho.

Para a soja, que continua como principal opção de plantio, o impacto negativo provocado pelo clima vem afetando a produtividade, prevista em 3.255 quilos por hectare. Para a oleaginosa em questão, que é a cultura com maior área de produção do estado, as consequências do clima provocaram a redução do ciclo, redução do porte, abortamento de flores, grãos e vagens.

No caso do feijão, a 2ª safra tem estimativa de aumento de área (para o feijão preto) e há uma redução de área de feijão cores.

Em todo o país, a produção brasileira de grãos na safra 2023/24 deverá atingir 295,6 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 7,6% no resultado obtido no ciclo anterior, ou seja, 24,2 milhões de toneladas a menos a serem colhidas. Mais informações sobre o cultivo de grãos no Paraná e nos demais estados podem ser obtidas no 6º Levantamento da Safra de Grãos publicado no site da Conab.

Fonte: Bem Paraná Foto: Jonathan Campos

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Porto de Paranaguá lidera exportação de soja no BR

O Porto de Paranaguá foi o responsável por mais de um terço da exportação nacional de soja no primeiro mês de 2024. Em janeiro, 37,5% do total exportado saiu do terminal no litoral do Paraná – que ocupa a primeira posição nesse tipo de atividade.

Em segundo lugar está o Porto de Santos, com 20,9% do total. Em terceiro, o porto de Rio Grande, com 10%. Os dados são do sistema para consultas de dados do comércio exterior brasileiro (Comex Stat). Em janeiro de 2024, o Paraná movimentou 1.822.656 toneladas do complexo soja, que abrange o farelo, grãos e óleo.

A matéria-prima é utilizada na produção de leite de soja, carne de soja, tofu, além de ração animal, produtos farmacêuticos, inseticidas, tecidos e tintas. O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, comemora os índices.

Os números representam um recorde de exportações para a Portos do Paraná. Em janeiro de 2024 foram mais de 5 milhões de toneladas movimentadas, volume 20% maior em comparação ao mesmo período do ano passado. Atualmente o principal destino das exportações pelos portos paranaenses é a China. A movimentação foi de US$ 758 milhões em janeiro.

Fonte: BandNews Foto: Claudio Neves

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Pedágio: serviços prestados vão condizer com as novas tarifas, afirma Ratinho

O governador Ratinho Junior afirmou que a qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias do pedágio vai condizer com as tarifas que foram anunciadas na terça-feira (12).

Durante coletiva para inauguração de uma nova área do Museu Oscar Niemeyer, o governador também afirmou que o “objetivo foi cumprido” em relação ao retorno do pedágio.

O preço das novas concessões foi um dos assuntos mais comentados durante o leilão para as empresas. No ano passado, a Secretaria de Infraestrutura do Estado afirmou que a tarifa do pedágio ficaria entre 30 e 40% mais barata, o que acabou não se confirmando em algumas praças.

Segundo o governador, o balanço dos novos contratos é positivo. Ele lembrou que a concessão anterior foi marcada por vários problemas.

A EPR Litoral Pioneiro responsável pela praça de São José dos Pinhais e outras cinco unidades no norte pioneiro do estado informou que deve começar a cobrar o valor às 00h do dia 23 de março.

No Lote 2, as tarifas variam entre R$7,60 e R$22,60. De acordo com o governo, a previsão de valores para a praça da BR-277, que faz a principal ligação entre Curitiba e o litoral era de R$19,54, no entanto com a correção da inflação, em que o IPCA somou 15,75%, o valor foi atualizado para R$22,60.

De acordo com o governo do estado, os descontos aplicados em relação a novembro de 2021 variam de 0,87% a 50,82%.

Já no Lote 1, concessionado à Via Araucária, a cobrança vai variar entre R$8,70 e R$11,50 por automóvel nas cinco praças de pedágio instaladas no interior do estado, compreendendo cidades como a Lapa, Porto Amazonas, Cerro Azul, Imbituva e Irati. As rodovias que passarão a ser pedagiadas são as BRs 277, 373, 376 e 476 e as PRs 418, 423 e 427.

Neste lote, a expectativa do governo era de aplicação de descontos entre 9,38% a 28,76% nas tarifas. Em São Luiz do Purunã o valor cobrado em 2021 era de R$9,60 e passou a ser de R$ 8,70, com uma redução de 9,38%.

Confira os valores autorizados para as praças de pedágio do Lote 2, referente aos automóveis:

P1 – São José dos Pinhais: R$22,60 (desconto de 3% em relação à 2021)

P3 – Jacarezinho: R$ 12,00

P5 – Carambeí: R$ 11,40

P6 – Jaguariaíva: R$ 7,60

P8 – Praça Auxiliar Jacarezinho 1: R$12,00

P9 – Praça Auxiliar Jacarezinho 2: R$12,00

Confira abaixo os valores para as praças do pedágio do lote 2 para automóveis:

Praça de Pedágio P1 – São Luiz do Purunã: R$ 8,70

Praça de Pedágio P2 – Lapa: R$ 11,50

Praça de Pedágio P3 – Porto Amazonas: R$ 10,90

Praça de Pedágio P4 – Imbituva: R$ 10,00

Praça de Pedágio P5 – Irati: R$ 10,20

Motocicletas são isentas da tarifa.

Fonte: CBN/Vinicius Bonato Foto: Divulgação

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Conheça o primeiro indicado ao Personagem Soja Brasil 23/24

Está prestes a começar mais uma edição do Personagem Soja Brasil. A iniciativa reconhece a trajetória de sucesso de pesquisadores e produtores que deram grandes contribuições à cadeia da soja.

Assim, o prêmio traz um holofote às pessoas que criaram novas variedades ou tratamentos contra pragas e doenças ou que conduzem um manejo eficiente e sustentável em busca de altas produtividades.

A votação abriu hoje, 12 de março.

O primeiro deles é o pesquisador da Embrapa Soja, José de Barros França Neto. Ele se formou em engenharia agronômica em 1975 pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), ou seja, tem quase 50 anos de experiência no ramo.

Vocação desde criança

A paixão dele pela agricultura nasceu quando ainda era criança e via na horta da avó a magia acontecendo: uma semente depositada no solo se transformava em uma bela planta.

“Então, um belo dia, perguntei para a minha avó: ‘existe alguma engenharia que estuda planta?’. Ela me respondeu que era a engenharia agronômica. Respondi que era aquilo que eu queria ser. Tinha 10, 12 anos, no máximo”.

França Neto começou a trabalhar na Embrapa em 1979 e, quando chegou à instituição, as pesquisas de tecnologia e desenvolvimento de sementes ainda estavam no início. “Fui muito afortunado ao escolher essa área que era muito vasta e ainda precisava de muita informação”, conta.

Tecnologias para sementes de soja

Pesquisador Embrapa Soja

A partir de então, o pesquisador conta que ajudou a desenvolver diversas tecnologias de produção de sementes, envolvendo a parte de campo; o controle de pragas, como os danos causados por percevejos; nível nutricional da planta; ponto e metodologia de colheita; e resistência ao ataque de pragas.

“Naquela época, nossas máquinas colhedoras não tinham toda a tecnologia de hoje. O principal fator que mais afeta a qualidade da semente de soja chama-se dano mecânico e ocorre na operação de trilha na colheita”, descreve. Assim, França Neto ajudou no desenvolvimento de tecnologias para reduzir esses problemas.

“Quando falamos em pesquisa em relação à soja, hoje o Brasil é referência a nível mundial. Todos que falam sobre tecnologia de produção de soja – não apenas de semente – envolvendo todas as fases de produção, como controle de doenças, melhoramento, fixação simbiótica de nitrogênio, o Brasil é referência, principalmente para o mundo tropical”, destaca.

O pesquisador lembra que a Embrapa Soja é o principal grupo concentrado e dedicado à pesquisa da oleaginosa a nível mundial. “Nesse sentido, somos referência até mesmo para as regiões de origem da soja, de clima temperado”.

França Neto salienta que graças à pesquisa, a produtividade média da soja a nível nacional teve um grande salto: de 1500 kg por hectare na década de 1970 para mais de 3.500 kg por hectare nos dias de hoje.

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Preço da soja inicia nesta semana em alta no Paraná

A saca de 60 quilos de soja começou na segunda-feira (11) em alta de 1,15% no litoral do Paraná. Em Paranaguá, o produto é comercializado a R$ 120,90, por saca de 60 kg do produto.

Já em demais regiões do interior do Paraná, em média, o preço da saca de soja subiu 1,00%, e é comercializada a R$ 115,30.

Para o trigo, houve estabilidade do preço nos dois estados monitorados. A tonelada é comercializada a R$ 1.239,80, para retirada no Paraná. Para a retirada no Rio Grande do Sul, a tonelada é comercializada a R$ 1.169,70.

Os valores são do Cepea.

Fonte: Brasil 61 Foto: Divulgação

Safra soja 2020. Fotos:Jaelson Lucas / AEN

Paraná propõe ao governo federal Plano Safra 2024/25 com R$ 568 bilhões

O Paraná está propondo ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) a liberação para todo o País de R$ 568 bilhões para o Plano Safra 2024/25. Esse montante abrange a agricultura empresarial e a familiar, com recursos destinados a custeio, comercialização e investimento. No período 2023/24, o ministério liberou R$ 435,9 bilhões.

O documento Proposta para o Plano Safra 2024-2025 foi enviado nesta sexta-feira (08) com a assinatura dos titulares da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), IDR-Paraná, Federação da Agricultura (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sistema Ocepar.

A contribuição paranaense, com propostas que envolvem, entre outros itens, investimentos, custeio e comercialização, ocorre todos os anos. “A agropecuária paranaense conquistou uma posição de respeito tanto no Brasil quanto no exterior, por isso temos o dever de apresentar as propostas que consideramos mais justas e adequadas para o momento, com base no conhecimento das coisas do campo e participação dos agricultores por meio de suas entidades representativas”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

O ofício que os órgãos representativos dos produtores enviaram aos ministros Carlos Fávaro e Luiz Paulo Teixeira, acompanhando o documento com as propostas, destaca o impacto que as culturas da safra 2023/24 sofreram em razão do comportamento do clima.

“Com o avanço das colheitas é possível reavaliar as estimativas de produção, concluindo-se que as perspectivas de obtermos uma safra cheia não serão alcançadas. Esse fator, se configurado, trará consequências diretas sobre a capacidade de pagamento dos produtores e a realização de novos investimentos ao longo do ano em curso”, afirma o documento.

As entidades lembram que os insumos para a atual safra foram adquiridos em período de preços elevados, mas os valores do produto final, particularmente o milho e soja, sofreram redução significativa. “A soma desses fatores está pressionando fortemente as margens de renda, em especial no primeiro elo da cadeia produtiva”, constatam.

No entanto, elas acentuam que o setor continua a contribuir para minimizar os impactos negativos da inflação no país e assegurar a segurança alimentar, tanto a nível nacional quanto global. “A produção agropecuária não apenas impulsiona a economia, mas promove investimentos no setor, que resultam em aumento de produtividade e geração de empregos”, afirmam.

Crédito Rural

O documento preparado pelos representantes do agro paranaense salienta ser crucial que a formulação da política de crédito rural priorize atividades, produtores e empreendimentos que gerem benefícios sociais e ambientais. Nesse sentido, propõem a concessão de créditos para pequenos e médios produtores, e para investimentos em tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis.

Eles lembram que desde o ciclo 2017/18 o Estado tem enfrentado sucessivas quebras de safra, sobretudo em razão das condições climáticas. De outra parte, os custos de produção aumentaram, com preços elevados de insumos e reduções significativas no momento da venda da produção. “É fundamental que o sistema de crédito rural apoie os produtores neste momento, oferecendo condições de repactuar suas dívidas e garantir o volume de recursos necessários”, salientam.

Dos R$ 568 bilhões sugeridos para o Plano Safra, o Paraná destaca que R$ 383 bilhões seriam para créditos de custeio e comercialização e R$ 185 bilhões para investimentos. Do destinado a custeio e comercialização, a proposta é que R$ 45 bilhões sejam direcionados para linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com taxas de juros de 0,5% a 4,5% ao ano.

A proposta é que o limite seja elevado de R$ 250 mil para R$ 500 mil para custeio. Para esse público também é pedido aumento em recursos de investimento, passando de R$ 30 bilhões para R$ 45 bilhões. Os limites também devem ser elevados de R$ 210 mil para R$ 350 mil. No caso de algumas atividades, como suinocultura, avicultura, fruticultura e bovinocultura de leite, passaria de R$ 420 mil para R$ 1 milhão.

A ideia é que os produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) tenham R$ 71 bilhões para custeio e comercialização, com taxas de juros de 7%. Em investimentos do Pronamp, foram sugeridos R$ 14 bilhões. Aos demais produtores propõe-se sejam destinados R$ 267 bilhões como custeio, com juros de 8%, e R$ 126 bilhões para investimentos.

Investimentos

Em relação aos investimentos, os líderes agropecuários paranaenses colocam como prioridade a construção e reforma de armazéns. Para essa linha propõem aumentar de R$ 6,6 bilhões para R$ 12 bilhões o montante de recursos, e de R$ 50 milhões para R$ 150 milhões o limite de crédito para armazéns até 6 mil toneladas.

Eles argumentam que o investimento precisa ter robustez em razão da demora para o retorno financeiro. “Além disso, é crucial destacar a importância desta linha de financiamento diante do déficit de armazéns no Paraná, onde a escassez de infraestrutura de armazenagem compromete o manejo adequado dos produtos agrícolas, prejudicando a segurança alimentar e a eficiência logística da região”, diz o documento.

O Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) também está entre as prioridades. A proposta é ter montante de recursos na ordem de R$ 3 bilhões. Na mesma linha de preferência se coloca o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), com sugestão de liberação de R$ 4,5 bilhões.

Como quarta prioridade para investimentos é apresentado o Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro). Nesse item, os representantes de agropecuaristas paranaenses propõem que os recursos passem de R$ 6,9 bilhões para R$ 9 bilhões, com limite de crédito em R$ 6,5 milhões. Eles acentuam que, nos programas prioritários, as taxas de juros sejam menores e os prazos de reembolso superiores aos demais.

A Proposta para o Plano Safra 2024 – 2025 também acentua a necessidade de ampliação dos recursos de crédito para as cooperativas agropecuárias e também no Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), passando de R$ 1,9 bilhão para R$ 5 bilhões.

Seguro

A proposta das entidades que representam os agricultores paranaenses é que o Plano Safra 2024/25 tenha R$ 2,5 bilhões no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, com cronograma de liberação oportuna dos recursos, de acordo com o calendário agrícola. Nesse item, o pedido é também para que seja regulamentada a lei que instituiu o Fundo de Catástrofe.

No caso do Proagro, que o limite seja ampliado de R$ 335 mil para R$ 500 mil por produtor e por safra. Além disso, propõem que a cobertura seja dada a partir da data de plantio até o término da colheita.

Fonte: AEN Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN