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CNA debate desafios e oportunidades do agro nas mudanças climáticas

O diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, participou, no último dia 27, do evento “Desafios e oportunidades do agro brasileiro nas mudanças climáticas: da produção à política agrícola”, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A palestra foi dividida em três temas: quebra da produção agrícola nas últimas safras; orçamento e cobertura do seguro rural; e emissões globais e o papel do setor agropecuário nas mudanças climáticas.

No início da apresentação, Bruno Lucchi mostrou um histórico do comportamento das últimas safras em relação à quebra da produção por causa do clima. Segundo ele, os períodos de neutralidade climática estão mais raros no país.

“Essa é uma tendência que temos observado nas últimas cinco safras e que exige adequações nos sistemas produtivos e políticas públicas eficientes voltadas à mitigação de risco para ajudar os produtores, principalmente os da região Sul do país, que têm sido muito impactados”, disse.

De acordo com Bruno, a principal ferramenta de mitigação de risco do setor é o seguro rural. Na sua avaliação, para que possa atender toda a demanda dos produtores, o seguro precisa de recursos suficientes e ser uma política de Estado.

“Hoje, apenas 16% da área agrícola é coberta pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Em outros países, como os Estados Unidos, esse valor chega a 80%. Então precisamos estimular a cultura do seguro no Brasil e reduzir a exposição do setor às variações climáticas e, principalmente, de mercado”.

Durante a palestra, o diretor afirmou que, nos últimos anos, o orçamento do seguro rural tem sido reduzido, ao mesmo tempo em que as intempéries climáticas aumentam. “O valor destinado ao PSR não está atendendo o produtor e vem diminuindo progressivamente a cobertura da área agrícola”.

E para que essa política pública tão importante não se desfaça, Lucchi citou algumas medidas governamentais, dentre elas a previsibilidade do orçamento e a distribuição entre as regiões, a aprovação do projeto de lei que altera o Fundo Catástrofe e o aumento de produtos personalizados por parte das seguradoras.

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Já sobre as mudanças climáticas e redução das emissões de gases no Brasil, Bruno destacou que o país é referência em sistemas produtivos sustentáveis, como plantio direto, recuperação de pastagens degradadas, Integração Pecuária-Lavoura-Floresta, fixação biológica de nitrogênio, tratamento de dejetos animais, entre outros.

“Os nossos modelos de produção são totalmente diferentes do resto do mundo. O produtor rural brasileiro tem total interesse em trabalhar a favor da sustentabilidade porque ele é diretamente impactado pelas variações do clima”.

Entretanto, lembrou o diretor, uma das ferramentas que vai auxiliar o produtor nesse processo, que é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), precisa ser validado pelo governo para que o Código Florestal seja efetivamente implantado no país.

“Hoje temos 7 milhões de cadastros e, desses, 27% tiveram algum tipo de análise e 2% tiveram a validação. Ora, se o produtor não tem a validação do CAR, ele não pode recuperar a área com passivo ambiental. Ou seja, não depende dele, depende do estado. Então a análise do CAR é considerada hoje a principal política para conseguir implementar o Código Florestal em sua plenitude”, concluiu.

O coordenador do MBA em Agronegócio da FGV, Felippe Cauê Serigati, e o diretor de Novos Negócios do IRB, João Rabelo, também palestraram no evento.

Fonte e Foto: CNA

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Milho 2ª Safra/BR: Colheita está sendo finalizada, com 97,9% da área já colhida

No PR, a colheita está sendo finalizada e faltam apenas as áreas semeadas tardiamente. Em MS, praticamente todos os municípios estão finalizando a colheita, no entanto, na região Oeste, a operação está mais atrasada devido ao plantio mais tardio.

Em GO, a colheita está quase encerrada, restando apenas lavouras na região Leste. Em MG, a colheita está sendo concluída. A falta de chuvas durante o período reprodutivo e o ataque de cigarrinha foram os limitantes para que as lavouras alcançassem um desempenho satisfatório. Os grãos apresentaram tamanho e peso menores.

Em SP, a colheita está próxima do encerramento e os resultados estão inferiores às estimativas iniciais. No MA, a colheita foi finalizada e os rendimentos estão abaixo das estimativas iniciais. No PA, a colheita no Noroeste e Nordeste está sendo finalizada e os rendimentos estão abaixo do esperado devido à redução das precipitações durante o ciclo.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

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Biorreguladores otimizam produtividade em 17 culturas

Na década de 90, com um cenário agrícola desafiador, a otimização do desempenho das plantas se tornou crucial para garantir produtividade e sustentabilidade. Em 1995, surgiu o Stimulate no Brasil, desenvolvido pela Stoller, marca da Corteva Agriscience, como uma solução inovadora para equilibrar os hormônios das plantas e maximizar seu potencial genético e ambiental. Stella Cato, Global Agronomy Leader da Corteva Biologicals, destaca que o Stimulate revolucionou o setor ao promover um crescimento mais eficiente das plantas.

A versatilidade do Stimulate levou à criação de um novo segmento no Ministério da Agricultura para biorreguladores. Inicialmente registrado para o feijão, em 2001, o produto expandiu seu uso para soja, arroz e milho. Em 2010, recebeu registro para aplicações adicionais em soja, além de trigo e cevada. Atualmente, o Stimulate é a principal tecnologia biorreguladora no Brasil, utilizada em 17 culturas, como alface, algodão, arroz, e soja, com comprovado aumento na produtividade e rentabilidade das lavouras.

“O sucesso se deve ao fato de ser um biorregulador com uma combinação exclusiva de hormônios promotores que asseguram o equilíbrio hormonal da planta, reduzindo a concentração de hormônios inibidores responsáveis pelo abortamento de estruturas reprodutivas, aumentando a fixação de flores e vagens, além de minimizar estresses que afetam a produtividade”, explica Stella Cato, Global Agronomy Leader da Corteva Biologicals.

Os biorreguladores são compostos orgânicos que imitam ou modificam a ação dos hormônios vegetais para melhorar o crescimento e desenvolvimento das plantas. Exemplos incluem ácido indolbutírico (IBA), cinetina e ácido giberélico. O Stimulate, um biorregulador eficaz, acelera a emergência de plântulas, melhora o sistema radicular, a estrutura da planta, a fixação reprodutiva e o enchimento de grãos, além de aumentar a fotossíntese e reduzir o estresse climático.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: USDA

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Conab: falta de chuvas e elevada amplitude térmica favorecem cultivos de 2ª safra

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a falta de chuvas e as maiores amplitudes térmicas registradas ao longo deste mês favoreceram a maturação e a colheita dos cultivos de segunda safra, sobretudo trigo, algodão e milho safrinha. “Na região Sul, principal produtora de cereais de inverno, a condição de tempo estável, intercalada por períodos de pouca chuva, beneficiou os cultivos de inverno“, avalia a companhia no seu Boletim de Monitoramento Agrícola mensal.

Além do Sul, a parte leste da região Nordeste e áreas de Mato Grosso do Sul e São Paulo também tiveram lavouras de inverno e de terceira safra beneficiadas por chuvas com baixos e médios volumes acumulados. Quanto ao milho de segunda safra, a Conab destacou que as precipitações ocorridas em agosto paralisaram a colheita em algumas regiões, mas não afetaram a qualidade do grão. “Na região Centro-Oeste, o tempo permaneceu quente e seco durante quase todo o período, favorecendo a maturação e colheita do milho segunda safra e do algodão“, acrescentou a companhia.

De acordo com a Conab, a queda das temperaturas foi benéfica ainda ao desenvolvimento da maior parte das lavouras de trigo. “No entanto, a ocorrência de geada pode ter danificado algumas lavouras em floração no Paraná. A falta de chuvas também pode ter afetado parte dos plantios em estágio de enchimento de grãos no norte paranaense“, ponderou a Conab no boletim.

Já na metade sul do Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a Conab observou um atraso no desenvolvimento inicial dos cultivos de inverno, mas ainda com uma condição da safra atual superior à temporada passada. “Isso deve-se à conclusão da semeadura e ao bom desenvolvimento das lavouras”, avaliou a companhia.

Fonte: Canal Rural Foto: Jorge Chagas

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Congresso de Agricultura de Baixo Carbono será durante Show Rural

Trezentas pessoas de 12 estados brasileiros são aguardadas para o 2º Congresso Paranaense de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que acontecerá em Cascavel (PR), de 27 a 29 de agosto, durante a quinta edição do Show Rural Coopavel de Inverno. Engenheiros agrônomos, produtores rurais e estudantes virão à cidade para ouvir o que há de mais atual sobre um tema que desperta atenções em todo o planeta.

A organização é da Areac (Associação Regional de Engenheiros Agrônomos de Cascavel), Governo do Paraná e parceiros. “Com todo o conteúdo que será apresentado, esperamos mostrar aos produtores rurais que eles podem diminuir a emissão de carbono e, com isso, captar recursos na iniciativa privada. Teremos assuntos também que, além da questão ambiental, indicarão caminhos ao aumento da produtividade”, afirma o coordenador do Congresso, o agrônomo Marcos Roberto Marcon.

Programação

A recepção e credenciamento aos congressistas terão início às 17h da terça-feira (27/08). A abertura oficial, com pronunciamento de autoridades, está agendada para as 19h, seguida de coquetel. Os trabalhos vão ser desenvolvidos no centro de eventos que, durante o Show Rural Coopavel (verão) recepciona o Show Rural Digital, nas proximidades da entrada principal do parque.

As primeiras palestras acontecerão na manhã da quarta-feira, a partir das 8h30. Entre os temas abordados estarão: Perspectiva de usos da tecnologia ABC+ no Brasil, com o veterinário do Mapa Rodrigo Dantas; Pastagens sustentáveis: estratégias para recuperação e renovação na agricultura de baixa emissão de carbono, com o PhD Sebastião Lustosa, da Unicentro; Programa Soja Baixo Carbono: valorização das práticas agrícolas sustentáveis, com a PhD Roberta Carvanelli, da Embrapa.

Na tarde da quarta, os assuntos serão os seguintes: Desafios e oportunidades em emissões de certificado de carbono, com a gerente de Desenvolvimento de Negócios de Carbono da Basf Camila Leonelli; Monetização e sustentabilidade na agricultura tropical: construindo oportunidades de carbono (Bayer); Mercado de carbono: relevância e perspectivas para a agricultura brasileira, com o líder do Programa de Carbono da UPL Rogério Melo; Expandindo o potencial da agricultura de baixo carbono com créditos de carbono, com Rafael Veiga (Tourba). Depois de debate, os inscritos visitarão o parque do Show Rural de Inverno, preparado para apresentar as melhores soluções às culturas indicadas aos meses frios, e conhecerão a Vitrine Tecnológica.

Os principais temas da quinta-feira pela manhã serão: Inovações em bioinsumos: o papel na agricultura sustentável e na redução de emissões de carbono, com o PhD Marco Antônio Nogueira, da Embrapa; Como a agricultura de precisão impacta no uso eficiente de insumos, com o PhD José Paulo Molina, da Esalq; Case com o agrônomo Jorge Vecchi, da Cocamar; palestra sobre Água na agricultura: desafios e oportunidades para a sustentabilidade e redução de emissão de carbono, com o agrônomo Henrique Doetzer, da Seab.

E na quinta à tarde, os presentes ouvirão sobre: Sistema plantio direto – estamos utilizando os princípios básicos?, com o PhD João Carlos Sá; Adubação de sistemas: nutrindo o solo, reduzindo emissões, com a PhD Tangriani Assmann (UTFPR); Crédito de carbono como mecanismo de sustentabilidade em propriedades rurais, com Marcos Ferronato, e, por fim, Manejo de resíduos agropecuários visando a geração de energia, com o engenheiro ambiental Felipe Marques (CIBiogás).

Inscrições gratuitas

A primeira edição do Congresso foi em 2012, quando houve o lançamento da Agricultura de Baixo Carbono. As inscrições para o segundo evento, de 27 a 29 de agosto, são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.agroinformativo.com.

Fonte: Assessoria de Imprensa Coopavel

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Caminhos da Soja 2024 percorre em agosto 5 municípios do Paraná

A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Paraná (Aprosoja PR) realiza entre os dias 26 e 30 de agosto mais uma edição do projeto Caminhos da Soja. O projeto percorre todos os anos regiões produtivas do estado para promover debates sobre temas de interesse dos produtores de grãos.

Neste ano o evento acontece em Assis Chateaubriand (26/8), Nova Aurora (27/8), Palotina (28/08), Toledo (29/08) e finaliza em Juranda (30/08), sempre com início às 19h.

Neste ano o tema central é “Carbono na Agricultura – Um novo conceito de produção de soja sustentável”. Também haverá painéis sobre Mercado e Clima para a safra 2024/2025, Descarbonização da cadeia da soja e Soja de Baixo Carbono.

O Caminhos da Soja é uma realização da Aprosoja Paraná com o apoio da Bayer, Embrapa, Ministério da Agricultura e Pecuária, Sindicatos Rurais e prefeituras municipais.

Confira a programação completa e inscreva-se.

Fonte: Aprosoja

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Mercado de trigo no Sul: baixa demanda e qualidade em queda

De acordo com informações da TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Sul do Brasil enfrenta desafios significativos, com baixa movimentação e problemas de qualidade afetando as operações. No Rio Grande do Sul, o mercado está extremamente lento, com moinhos bem abastecidos devido à moagem reduzida, o que tem prolongado os estoques. Além disso, há relatos de lotes de trigo sendo cancelados por não atenderem aos padrões de qualidade contratados.

Em Santa Catarina, a situação é similar, com moinhos abastecidos e realizando apenas compras ocasionais. A queda na demanda e nos preços das farinhas tem levado alguns moinhos a reduzir a moagem para evitar prejuízos. Como resultado, os moinhos do estado têm alongado os estoques e preferido se abastecer com trigo do Rio Grande do Sul, que é mais barato. Além disso, os moinhos aguardam o início da nova safra do Paraná e do Rio Grande do Sul para reabastecerem seus estoques.

No Paraná, o mercado de trigo novo tem apresentado variações nos preços, com negociações ocorrendo a R$ 1.700 CIF no norte do estado, embora alguns compradores indiquem preços mais baixos, em torno de R$ 1.550 CIF e até R$ 1.300 por tonelada. A alta nos preços foi atribuída à redução da safra, mas há quem aponte valores mais baixos para o trigo novo. No caso da safra velha, os vendedores estão pedindo R$ 1.700 FOB, enquanto os compradores ofertam R$ 1.650 CIF. No mercado internacional, o trigo argentino está sendo cotado a R$ 320 em Paranaguá, enquanto o trigo paraguaio é oferecido a US$ 250 na região de Cascavel.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Divulgação

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Exportação de Soja do Brasil Se Aproxima da Média de Agosto do Ano Passado, Segundo Secex

A exportação de soja do Brasil ganhou impulso na terceira semana de agosto, atingindo um volume médio diário de 360 mil toneladas, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse ritmo está próximo da média de agosto do ano passado, que foi de 364,65 mil toneladas por dia.

Até a segunda semana deste mês, a média diária de exportação de soja estava em 340,5 mil toneladas. A aceleração no ritmo das exportações tem contribuído para que os números se aproximem da performance registrada no mesmo período de 2023.

Por outro lado, as exportações de milho mostraram uma desaceleração no ritmo, com uma média diária de 268,7 mil toneladas até a terceira semana de agosto, em comparação com 277 mil toneladas por dia até a segunda semana do mês. Esse declínio fez com que os números de exportação de milho ficassem mais distantes da média de agosto do ano passado, quando o Brasil exportou 407,1 mil toneladas diárias.

Até a terceira semana de agosto, o volume total de exportações de soja brasileira alcançou 4,32 milhões de toneladas, enquanto o milho somou 3,2 milhões de toneladas. No fechamento de agosto do ano passado, o Brasil havia exportado 8,39 milhões de toneladas de soja e 9,36 milhões de toneladas de milho.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação

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Diversificar culturas na sucessão entre milho e soja aumenta lucro do produtor em até 11%

Pesquisas realizadas ao longo de três anos – safras 2020/2021, 2021/2022 e 2022/2023 – no oeste e no centro-oeste do Paraná apontam que a diversificação de culturas agrícolas na sucessão entre a soja e o milho segunda safra aumenta o lucro de produtores em até 11%. Os experimentos, prazos de parceria entre a Embrapa e o Centro de Pesquisa Agrícola Copacol, identificaram três modelos de produção mais lucrativos, que incluem a braquiária, a aveia preta e o trigo no sistema produtivo. Os resultados estão compilados na publicação Modelos de produção intensificados para diversificação da matriz produtiva para além da sucessão milho 2ª safra/soja nas regiões c entro-oeste e este do Paraná. 

De acordo com o pesquisador Alvadi Balbinot, da Embrapa Trigo , um dos autores da publicação, ao se introduzir uma braquiária consorciada com o milho de segunda safra, em sucessão à soja, por exemplo, houve um aumento significativo na produtividade da soja. “Nesse modelo, a rentabilidade observada foi 11% superior ao sistema padrão da região”, calcula Balbinot.

No segundo modelo considerado eficiente, o sistema de produção foi planejado com milho de segunda safra, aveia de segunda safra, soja, milho de segunda safra e soja. Nesse exemplo, a cada dois anos, a aveia é cultivada como cobertura vegetal do solo, na terceira safra. “Os resultados desse modelo produtivo mais intensificado tiveram rentabilidade superior a 10% em relação ao sistema tradicional adotado nesta região”, ressalta o pesquisador.

No terceiro sistema estudado como rentável, os pesquisadores introduziram o trigo, configurando-se o sistema assim: milho segunda safra, trigo terceira safra, soja, milho segunda safra e soja. “Essa proposta, com a produção de trigo, obteve uma rentabilidade no sistema produtivo 6,6% superior à sucessão tradicional da soja com o milho segunda safra”, explica Balbinot.

O pesquisador Henrique Debiasi , da Embrapa Soja , reforça que a diversificação traz outros benefícios além da visão econômica. Debiasi observa que a rotação do milho de segunda safra, em cultivo solteiro ou consorciado à braquiária ruziziensis, com cereais de inverno como o trigo, representa uma alternativa para diversificar a matriz produtiva, pois proporciona redução dos custos de produção e aumento da produtividade da soja em relação ao modelo de sucessão tradicionalmente utilizado na região. “A cobertura e a melhoria da qualidade do solo se refletem em maiores produtividades e menores custos de produção para a soja, bem como desempenho mais elevado do milho segunda safra”, enfatiza.

Para o pesquisador, o uso de aveia preta ou do trigo nos sistemas produtivos paranaenses se constitui em processos agropecuários inovadores, pois aumenta a diversificação da matriz produtiva, a produção de fitomassa e a intensificação do uso da terra entre a colheita do milho segunda safra e a semadura da soja. “Na próxima etapa de pesquisa vamos centrar esforços na validação dos resultados em propriedades rurais, assim como na transferência dessa tecnologia para os produtores da região”, complementa Debiasi.

Melhoria do sistema produtivo

Os resultados da pesquisa, que estimulam a diversificação dos sistemas produtivos, apontam que o aumento da produtividade e a estabilidade de produção estão associados à adoção de tecnologias que aumentam a disponibilidade de água às plantas. Isso envolve a construção de um perfil de solo sem impedimentos físicos (compactação), químicos (acidez excessiva, com baixos teores de cálcio e presença de alumínio tóxico) e biológicos (ataque de nematóides e fungos fitopatogênicos) ao crescimento radicular. “A melhoria da estrutura do solo, além de favorecer o crescimento radicular, proporciona maior taxa de infiltração e armazenamento de água disponível às plantas, bem como otimizar os fluxos de água, oxigênio e nutrientes do solo para as raízes”, diz o pesquisador da Embrapa Júlio Franchini.

A intensificação da erosão hídrica tem preocupado produtores e técnicos do Paraná porque aumenta as perdas de solo e água, com consequências negativas para a produção agrícola e ao meio ambiente. “A perda da camada mais útil do solo diminui a produtividade das culturas, considerando apenas a reposição dos nutrientes perdidos e representa prejuízos financeiros”, ressalta Franchini.

Fonte: Embrapa Soja Foto: Alvadi Balbinot

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Gilson Abreu/AEN

Investimentos do Paraná na agricultura cresceram 344% no primeiro semestre de 2024

Os investimentos em agricultura mais do que quadruplicaram no Paraná no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, o Estado empenhou R$ 147,8 milhões no setor entre os meses de janeiro e junho, segundo levantamento da assessoria econômica da Secretaria da Fazenda (Sefa).

O número faz parte dos dados preliminares do Relatório Resumido de Execução Orçamentária divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e mostra um crescimento de 344,4% em relação ao que foi investido nos seis primeiros meses de 2023, quando o Estado garantiu cerca de R$ 33,2 milhões ao campo.

A variação diz respeito aos empenhos, termo usado para se referir à reserva de dinheiro do orçamento para pagar os bens e serviços contratados pelo Estado. E esse aumento mais do que expressivo na agricultura lidera o crescimento dos investimentos no semestre — período em que o Paraná quebrou seu recorde histórico, com R$ 3,3 bilhões empenhados, sua maior marca em 24 anos.

Entre as ações, estão o apoio ao fortalecimento das cadeias produtivas regionais, a melhoria da trafegabilidade no meio rural, compra de equipamentos e viabilização de iniciativas que promovem a segurança alimentar. A maior parte desse montante foi destinada à promoção da produção agropecuária, cuja ampliação foi de 450% em relação a 2023, com R$ 143,2 milhões.

Dentro deste valor estão incluídos programas ligados à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), como o Banco do Agricultor Paranaense, que facilita os investimentos no campo ao subsidiar integral ou parcialmente as taxas de juros para os produtores; e o Coopera Paraná, que destina recursos para organizações e cooperativas da agricultura familiar.

O secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, destaca que o agronegócio é o carro-chefe da economia paranaense, responsável por cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e que, por isso, merece atenção especial. “Esse é um investimento no ganha-pão dos paranaenses, ampliando sua capacidade de produzir alimentos para nós e para o mundo”, afirma. “Mais do que isso, são melhorias que impactam diretamente no dia a dia de milhares de famílias”.

Outro investimento importante no campo que impulsionou os números neste primeiro semestre foi o Programa Estradas Rurais Integradas aos Princípios e Sistemas Conservacionistas (Estradas da Integração), voltado à pavimentação de estradas rurais. Somente nos seis primeiros meses de 2024, o Governo do Estado assinou convênios que, somados, superam R$ 125 milhões para a construção e manutenção de 114,78 quilômetros de estradas em 35 municípios.

Para o secretário da Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza, esses investimentos buscam principalmente tornar o Estado mais sustentável, além de promover o desenvolvimento econômico e social de toda a região. “São investimentos que visam tornar a vida do homem do campo menos árdua”, diz.

Segundo ele, o Governo do Estado tem demonstrado uma grande sensibilidade para o segmento que é central no desenvolvimento do Paraná. “E faz isso pensando na agricultura como um todo, mas também nos pequenos agricultores que precisam acompanhar o processo de desenvolvimento que faz parte de médias e grandes propriedades rurais”.

Abastecimento

O aumento do investimento paranaense em agricultura não se limita apenas à agropecuária. O abastecimento também é parte importante dessa ampliação, com R$ 3,4 milhões empenhados no semestre.

Um dos principais programas nessa área é o Compra Direta Paraná, que adquire alimentos de cooperativas e associações da agricultura familiar e entrega para instituições da rede socioassistencial do estado. Os convênios firmados para construção de restaurantes populares, como os de Pato Branco e Campo Mourão, também estão entre essas ações.

Novos investimentos

E o Governo do Paraná já prepara novos investimentos no setor com a destinação de R$ 300 milhões em créditos do ICMS via Sistema de Controle da Transferência e Utilização de Créditos Acumulados (Siscred) para serem utilizados em estufas, armazenagem e no fortalecimento da agroindústria como um todo. Além disso, estão previstos mais R$ 300 milhões para investimento em energias renováveis, especialmente fotovoltaica e biogás.

Essas ações fazem parte do Rota do Progresso, programa criado para estimular o crescimento econômico e melhorar a qualidade de vida em 80 municípios do estado com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

E há ainda uma nova política de investimento saindo do forno. “Nessa mesma visão de futuro, estamos trabalhando ainda neste mês de agosto em um programa ousado para incentivo à produção, guarda e uso da água na agricultura na forma de irrigação”, antecipa o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara. “Isso tem a ver com produção rural, tem a ver com geração de oportunidades nas nossas agroindústrias e tem a ver com o movimento da economia”.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu/AEN