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Pequenos e médios produtores colocam Paraná como vice-líder na produção de leite nacional

Com foco em pequenos e médios produtores, a produção de leite paranaense tem destaque nacional. As condições climáticas e tecnificação diferenciada da atividade vêm contribuindo para que, além de relevância no café, na tilápia, no frango e nos grãos, o estado seja o segundo maior produtor de leite do país.

O primeiro trimestre deste ano registrou uma quantidade de 5.883.069 litros de leite adquiridos em todo o Brasil. Somente o Paraná registrou 833.177 litros de leite adquirido, sendo o segundo estado com maior produção. Em primeiro lugar, Minas Gerais, com 1.433.166 litros. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros estados que têm uma relevância, com produções consideráveis, são Rio Grande do Sul e Goiás.

O coordenador estadual do Programa Leite do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Rafael Piovezan, reforça que praticamente em todos os 399 municípios paranaenses há produção leiteira. O estado produziu 4,3 bilhões de litros no ano passado, em torno de 12 milhões de litros por dia.

Piovezan revela que a produção, em geral, é de pequenos e médios produtores. “O leite é uma excelente alternativa para geração de renda. Produções extensivas vão se preocupar em produzir soja, por exemplo”. Ele relata que muitos os produtores têm uma atividade diversificada. “Quem produz leite, não produz só leite. Produz o milho e pasto. Tem que ser agricultor e pecuarista. Precisa criar as bezerras, armazenar e cuidar do leite, envolve uma estrutura complexa”, afirma o coordenador.

As características fundiárias do Paraná favorecem para que a produção de leite se mantenha e tenha crescimento. O estado tem condições adequadas de solo, alimentação, genética e clima para a produção. A região de Campos Gerais é uma área com grandes produtores e cooperativas, mas nas regiões sudoeste e oeste paranaenses também há famílias produtoras de leite.

“Em geral, na região de Campos Gerais tem produtores com 1 mil ou 2 mil vacas. No sudoeste e oeste, famílias com 30 ou 50 vacas”, explica Piovezan. Ele ressalta que somente os municípios de Castro, Carambeí e Arapoti concentram a mesma quantidade que a produção de leite de todo o sudoeste e oeste do Paraná. “Modelos diferentes no mesmo estado, com condições climáticas e de tecnificação da atividade divergentes”.

Diagnóstico da cadeia produtiva de leite será feito no Paraná

Para entender melhor a cadeia produtiva do leite no estado e, com isso, promover políticas públicas para o produtor, o IDR-Paraná está realizando um levantamento com os produtores que gerará um diagnóstico da cadeia produtiva do leite. Esse levantamento começou a ser realizado em junho, com a aplicação de questionários e capacitação dos profissionais, e seguirá com análise em campo.

O objetivo é que os dados sejam processados em agosto. Até setembro, deve ser divulgado o material. “Quando conhecemos melhor a cadeia produtiva, podemos ter políticas públicas que alavanquem a produção e deem suporte para o produtor. Esperamos que o produtor possa receber bem, é um trabalho confidencial e toda a informação coletada é de responsabilidade do IDR”, diz o coordenador estadual do Programa Leite do IDR-Paraná.

Segundo Piovezan, alguns dos principais desafios do estado é a viabilização e a logística da produção. Outro fator é a sucessão familiar. Em muitos casos, é uma tradição familiar atuar com leite. Contudo, Piovezan relata que os jovens, filhos dos fazendeiros, em maioria, não se interessam pela área.

“O produtor está pela tradição da família, mas os jovens não se interessam por isso e têm uma visão pragmática. É preciso construir a cadeia de uma forma que os jovens possam se interessar mais. Naturalmente, tem uma concentração de produção de grandes indústrias e as pequenas famílias vão perdendo espaço”, afirma.

Paraná é berço do cooperativismo e auxilia no crescimento leiteiro

O coordenador estadual do Programa Leite do IDR-Paraná destaca que as cooperativas têm um papel fundamental na produção de leite. “O Paraná é um berço das cooperativas e exemplo para todos os outros estados de cooperativismo”.

“Hoje, as cooperativas juntas detêm grande parte da produção. Existem grandes centrais de leite. A Unium é uma grande central de cooperativa, a segunda maior indústria de leite no Paraná. A cooperativa tem um papel fundamental na cadeia do leite. O produtor pode comprar os insumos e está inserido na cadeia produtiva”, acrescenta.

O Grupo Unium atua com três cooperativas: Castrolanda, Frísia e Capal, na região de Campos Gerais. Além das três que atuam com produção de leite, a indústria tem mais duas cooperativas parceiras – Cooperativa Witmarsum e Cooperativa Coamig. A empresa tem 730 produtores, que fornecem 2,7 milhões de litros de leite por dia. Para coletar e transportar essa quantidade, há mais de 150 pessoas envolvidas no processo logístico.

Visando melhorar a capacidade de processamento de leite nas indústrias, o grupo está construindo uma queijaria que terá capacidade de processar 800 mil litros por dia. O investimento será de R$ 460 milhões.

Em 2022, a intercooperação produziu 910 milhões de litros de leite. A expectativa é de crescimento entre 8% a 10% em 2023. Apesar disso, Rogério Marcus Wolf, coordenador comercial do leite do Grupo Unium, explica que os desafios da cadeia leiteira são diversos. “O desafio maior é viabilizar o negócio como um todo. Desde a capacidade industrial para o recebimento de toda a produção, alocando a matéria-prima leite, dentro de um contexto comercial que seja sustentável para que haja retorno financeiro para os associados produtores de leite, justificando assim todos os investimentos por eles realizados em termos de produção de leite em suas propriedades”.

Outra indústria com alta produção no Estado é a Frimesa, formada por cinco cooperativas filiadas – Copagril, Lar, C. Vale, Copacol e Primato – que envolvem 2.190 produtores. A Frimesa recebe o leite nas plataformas das suas indústrias para processar e comercializar toda a produção. Os produtores produzem através das suas cooperativas e entregam o leite para a indústria.

Com atuação no Oeste e Sudoeste do Estado, em 2022, a indústria processou 249,4 milhões de litros de leite, ou seja, 683 mil litros por dia. A expectativa é que para este ano tenha uma alta de 14,5% na produção.

O diretor presidente executivo da Frimesa, Elias José Zydek, afirma que a indústria tem investido em tecnologia nos processos, pesquisa, desenvolvimento e inovação dos produtos. “Os investimentos estruturais já foram realizados, e em 2023 deverá investir R$50 milhões em melhorias contínuas de seus processos”.

Segundo Zydek, as cooperativas têm um papel essencial em garantir a estabilidade nos preços com a valor agregado da industrialização, além de prestarem assistência técnica e insumos necessários.

“Os maiores desafios estão no mercado onde a diferença de preços entre o produtor e o consumidor é grande. As margens do varejo precisam ser ajustadas para que as proporções sejam mais justas”, diz o diretor presidente executivo da Frimesa.

Por – Gabriele Bonat- Gazeta do Povo

Foto: Foto: Ari Dias/Agência de Notícias do Paraná via Gazeta do Povo

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Estado libera tráfego nas pistas principais da obra de duplicação da BR-277 em Guarapuava

As obras seguem em andamento com as melhorias nas vias marginais dos dois lados e acessos das novas trincheiras, totalizando mais de 86% de execução. Pistas principais foram liberadas com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O Governo do Estado finalizou os serviços nas novas pistas centrais da duplicação da BR-277 em Guarapuava, na região Centro-Sul, e liberou o fluxo de veículos nesta sexta-feira (07). As obras seguem em andamento com as melhorias nas vias marginais dos dois lados e acessos das novas trincheiras, totalizando mais de 86% de execução.

A obra contempla duas novas pistas na BR-277 em cada sentido, entre os km 345 e km 349, com faixas de segurança, barreiras de concreto New Jersey e acostamentos externos. Essas pistas foram liberadas com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

No mesmo contrato foram executadas ainda uma nova trincheira na Avenida Professor Pedro Carli, uma trincheira entre a Rua João Fortkamp e a Rua Campo Grande; uma trincheira para acesso ao Aeroporto Municipal; a duplicação do viaduto no entroncamento com a PRC-466; adequação das alças de acesso; três pontes no km 345,5; duas passarelas; e a implantação de iluminação pública em uma extensão de 12,2 quilômetros.

A duplicação integra o Avança Paraná, programa do Governo do Estado que utiliza recursos financiados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, cabendo ao Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) a administração. O investimento alcançou R$ 77,6 milhões.

“Para nós é uma honra, em nome do governador Ratinho Junior, poder acompanhar esse momento. Tínhamos em Guarapuava uma rodovia simples e agora temos essa duplicação quase concluída”, afirmou o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.

“A finalização desta obra é muito importante para a população de Guarapuava e para quem precisa passar por este trecho. Além disso, irá colaborar e muito com o fluxo e mobilidade urbana de nosso município”, complementou o prefeito Celso Góes. 

Texto e Foto – Agência Estadual de Notícias do Paraná

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Setor produtivo do Paraná reforça medidas de controle a Influenza Aviária

Adapar monitora evolução dos casos por meio de protocolos rígidos de vigilância sanitária. Sistema FAEP/SENAR-PR trabalha em parceria para tranquilizar produtores rurais

Até o momento, o Paraná tem cinco casos confirmados de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), além de dois focos em investigação, conforme atualização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os casos atingem apenas aves silvestres migratórias, o que não afeta o status sanitário do Paraná e do Brasil. O setor produtivo e a defesa agropecuária estadual, com suporte do governo federal, estão reforçando medidas e ações para conter a disseminação da doença no Estado. A apresentação deste cenário ocorreu durante reunião do Núcleo de Cadecs, promovida pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, na última segunda-feira (3), com a participação de membros das Comissões Técnicas (CTs) de Avicultura e Suinocultura da entidade.

Os cinco casos positivos foram confirmados em aves silvestres no Litoral. Três focos foram identificados em Pontal do Paraná: uma ave da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus), uma da espécie Trinta-réis-de-bando (Thalesseus maximus) e uma Gaivota-maria-velha (Chroicocephalus maculipennis). Os outros dois casos estão localizados em Antonina e Paranaguá, também em aves da espécie Trinta-Réis-Real.

“As investigações estão acontecendo desde os primeiros alertas na América do Sul e, por conta disso, a vigilância ativa foi intensificada. Os focos positivos em aves silvestres não interferem em nenhuma etapa da cadeia, seja produção, abates, exportações e comercialização. Tudo segue normalmente. Além disso, esses casos estão no Litoral, que estão em um raio seguro de distância das regiões produtoras, e temos condições geográficas que restringem a migração dessas aves para essas localidades”, destaca Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE).

Vigilância reforçada

Quando ocorre a confirmação de um caso positivo, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) segue um protocolo de investigação em um raio de dez quilômetros do local onde a ave foi encontrada. Como o Litoral do Paraná não possui produção avícola comercial expressiva, não há propriedades de produção comercial próximas aos casos identificados.

“Estamos fazendo tudo para a contenção da Influenza Aviária no Paraná. Temos uma equipe diariamente percorrendo o Litoral e atendendo 100% das notificações de suspeita, com outros órgãos trabalhando conosco, para identificação dos focos. Até o momento, está tudo sob controle”, resume Rafael Gonçalves Dias, gerente de Saúde Animal da Adapar.

Segundo Dias, o prazo entre a coleta de amostras de animais suspeitos e o resultado do diagnóstico laboratorial é de dois dias. No caso das propriedades dedicadas à produção de subsistência, já está sendo realizado o mapeamento das aves e condições clínicas.

Além do trabalho conduzido pela Adapar e outras entidades do setor produtivo, como o Sistema FAEP/SENAR-PR, os produtores rurais precisam adotar medidas de precaução, como intensificar a higiene das mãos e definir roupas e calçados para uso exclusivo dentro das granjas; reforçar os cuidados com o fechamento das frestas para evitar que qualquer outro animal, incluindo aves silvestres, possa ter contato com as aves comerciais; restringir o acesso de pessoas não autorizadas às instalações dos aviários; e não manipular aves silvestres mortas ou com sinais clínicos da doença.

Todas as suspeitas de gripe aviária, incluindo sinais respiratórios, neurológicos ou alta mortalidade súbita em aves, devem ser notificadas à Adapar pessoalmente nas unidades locais, pelo telefone (41) 3313-4013 ou por meio da plataforma e-Sisbravet.

Atualização de protocolos

O Mapa já atualizou os protocolos sobre como serão conduzidos os procedimentos em caso de confirmação de foco positivo em granjas de produção comercial. As atualizações e informações sobre a situação da doença no Brasil podem ser acessados no site do órgão. O painel para consulta de casos confirmados é atualizado em tempo real.

Em caso de disseminação para aves comerciais, a técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR garante que o controle da doença também segue a mesma agilidade. “Neste caso, a granja vai ser isolada e tudo que estiver dentro de um raio de dez quilômetros vai ser considerado foco e entrar em vigilância. Depois de realizar o abate sanitário, lavagem e desinfecção do barracão, o local vai entrar em um período de vazio sanitário por 28 dias. Depois, a produção é liberada normalmente”, explica Nicolle.

As possíveis indenizações, se forem necessárias, no momento possuem previsão para receberem recursos do governo federal, após passarem por uma comissão avaliadora. “Estamos otimistas que não vamos ter problemas nos nossos rebanhos comerciais, visto que temos protocolos de biosseguradade bem trabalhados e estruturados, e temos confiança no setor”, avalia a técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR.

A suinocultura e qualquer outra atividade da cadeira de pecuária também não sofrerão qualquer tipo de embargo em caso de confirmação de foco positivo em produção avícola comercial.

Fonte – Bruna Fioroni – Sistema Faep

Foto – Divulgação Faep

1º Webinar Técnico “Trigo: cultive a rentabilidade” já tem data marcada

O 1º Webinar Técnico da campanha “Trigo: cultive a rentabilidade” já tem data marcada.

O evento contará com a participação dos principais especialistas da área, abordando temas como cuidados na semeadura, melhoramento genético, manejo do solo, controle de doenças e plantas daninhas, oportunidades de mercado e muito mais. Participe e entenda como o uso de sementes certificadas, aliado ao manejo eficiente, tem tornado a cultura do trigo altamente rentável.

31 de julho, 7 e 14 de agosto de 2023

Evento gratuito e completamente online

Inscrições em breve

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Soja mantém preços no Sul

O mercado da soja do estado do Rio Grande do Sul não mexeu nos preços, enquanto os negócios seguem seguindo em ritmo mais lento, de acordo com informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “Mercado de soja praticamente repetiu a segunda-feira, ou seja, novamente, com muita volatilidade em preços e prêmios. Comprador está olhando da metade de julho em diante, com foco maior já no agosto, e começa a mirar também o setembro”, comenta.

“No porto melhor preço do dia foi de R$ 151,00 para 05/08, marcando a manutenção. No interior, em Cruz Alta o preço passou por manutenção, ficando a R$ 145,00. Em Ijuí o valor foi a R$ 144,00, também sem movimentos. Em Santa Rosa, assim como em São Luiz o preço ficou a R$ 144,00. Em Passo Fundo, por fim, o preço foi de R$ 144,00, marcando a manutenção”, completa.

Preços sem movimentos também em Santa Catarina, que segue com negócios lentos. “Preços marcam a manutenção em Santa Catarina e os negócios seguem expressivamente mais lentos do que permaneceram na semana passada. O produtor agora bem vendido não vê necessidade de negociar negócios a preços mais baixos e o comprador olha apenas para lotes mais distantes. No porto de São Francisco do Sul, o preço ficou a R$ 145,50 para 16/10 com entrega imediata, marcando manutenção”, indica.

Enquanto isso os altos de até R$ 2,00/saca foram vistas no interior do Paraná, com alguns negócios saindo. “Mercado marca dia levemente melhor em termos de movimentação de negócios, com o foco sendo mais o interior do que o porto, apesar disso, não houve nenhuma mudança robusta na dinâmica de mercado que segue consideravelmente lenta No porto, cif Paranaguá marcou alta de R R$ 1,00/saca, indo a R$ 141,00 com pagamento em 31/08 e entrega em julho”, conclui.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Soybean

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AMIS estima safra mundial de arroz de 523,7 milhões de toneladas em 2023/24

A produção mundial de arroz em 2023/24 deverá totalizar 523,7 milhões de toneladas, contra 517,6 milhões do ano anterior.

A estimativa faz parte do relatório de julho do Sistema de Informação do Mercado Agrícola (AMIS), órgão do G-20 para divulgar dados de oferta e demanda das principais commodities globais. A previsão anterior era de 523,5 milhões de toneladas de arroz.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica produção global de arroz de 520,5 milhões de toneladas. O Conselho Internacional de Grãos indica safra de 524,5 milhões de toneladas.

Fonte e Foto: Agência Safras

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Paranaguá lidera roubo de cargas no estado com mais de 200 ocorrências

Paranaguá registrou 208 furtos de cargas em 2022 e é a cidade que lidera nesse tipo de roubo no Paraná. No mesmo período foram 77 em Curitiba e 21 em São José dos Pinhais. Os dados são de um estudo do Sistema Fetranspar.

Os dados representam uma queda de 17% nos roubos. Mas as ocorrências ainda são frequentes.

A Polícia Civil cumpri desde esta quarta (5) 12 mandados de busca e apreensão, sendo que 8 já foram cumpridos contra uma organização criminosa ligada a pelo menos dez furtos de cargas no Paraná e em Santa Catarina. O líder foi preso em Santa Catarina, segundo a Polícia.

Além disso a organização cumpre 12 bloqueios de contas, 14 mandados de busca e apreensão e um sequestro de veículos.

O presidente da Fetranspar, Sérgio Malucelli destaca que esse é justamente o que vem acontecendo: um nos casos aumento de furtos especificamente.

Nesse caso mais recente, a Polícia Civil apurou que a organização criminosa aliciava motoristas para que simulassem roubo de cargas e, posteriormente, furtavam o conteúdo de os veículos que transportavam os itens, como explica o delegado da Polícia Civil, André Feltes.

Ele explica que os boletins de ocorrencias eram registrados em outros estados para dificultar as investigações.

Os suspeitos são investigados por organização criminosa, falsa comunicação de crime, adulteração de sinal de identificador de veículo e furto qualificado. Os números da operação consolidados deverão ser divulgados ao longo do dia pela equipe.

De 2017 a 2022 o número de furtos e roubos de cargas no Paraná oscilou entre 691 a 761 ocorrências, o que equivale a 9% de variação neste período.

Ouça

Fonte: CBN Foto: Divulgação CBN

Índice do Ipardes registra desaceleração de 1,45% da inflação no Paraná em junho

Com queda de -1,45% em junho, após desaceleração observada em maio, o Índice de Preços Regional do Paraná – Alimentos e Bebidas, calculado todo mês pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), confirma desinflação significativa.

Contrastando com a taxa positiva média de 0,16% no período anterior, a redução foi vista em todos os seis municípios que compõem o índice: Londrina (-1,71%), Ponta Grossa (-1,55%), Foz do Iguaçu (-1,50%), Curitiba (-1,46%), Maringá (-1,30%) e Cascavel (-1,16%).

Em junho, entre os 35 produtos da cesta básica avaliada pelo IPR, as principais influências na queda foram do tomate, óleo de soja, leite integral, banana-caturra e pão francês. Os maiores decréscimos foram observados nos preços da banana-caturra (-10,58%), feijão carioca (-9,69%) e tomate (-8,98%).

A redução de preço da banana-caturra – 13,17% em Londrina, 13,10% em Foz do Iguaçu, 11,96% em Curitiba, 10,91% em Cascavel, 10,81% em Ponta Grossa e 5,98% em Maringá – foi influenciada pelo aumento da produção, que ampliou a oferta da fruta, assim como o ocorrido com o tomate, pela aceleração da safra de inverno, explica o coordenador de Pesquisas Periódicas e Editoração do Ipardes, Marcelo Antonio.

Em nível municipal, o tomate, o leite integral e o óleo de soja foram preponderantes entre as principais contribuições percentuais – cada item tem um peso diferente na composição do indicador, com queda em quase todas as cidades, à exceção de Foz do Iguaçu.

Antonio explicou que a redução no preço do leite teve destaque após movimentos atípicos observados em 2023, com altas no início do ano e quedas no fim do primeiro semestre. “Essa redução mensal foi impulsionada pelo aumento da importação de lactos, pela redução do consumo interno e pela queda nos custos da pecuária leiteira, especialmente o custo do milho, do farelo de soja, que são insumos essenciais para essa atividade”, explicou.

Preços mais altos

A batata-inglesa destacou-se como a maior alta mensal, de 18,19%, seguida do alho (3,40%) e do açúcar (2,75%). O maior aumento mensal da batata-inglesa foi registrado em Curitiba, 25,60%, seguido de Cascavel (24,83%). Em Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu os preços foram majorados em 17,34%, 17,01%, 14,22% e 10,85%, respectivamente.

Entre os motivos para a elevação desse alimento, diz Marcelo Antonio, é que o Estado entra na reta final da safra das águas – ou de verão –, o que gera restrição na oferta do tubérculo.

Acumulado

O principal impacto desses números que apontam desinflação pode ser visto no índice acumulado em 12 meses, que soma a sétima queda consecutiva, concluindo esse período com variação de 2,01%.

Nessa métrica, a maior variação regional entre julho de 2022 e junho de 2023 ocorreu em Maringá, com 3,17%, seguida por Londrina (2,40%), Cascavel (2,26%), Curitiba (2,18%), Foz do Iguaçu (1,52%) e Ponta Grossa (0,49%).

Em relação aos alimentos e bebidas mais impactados nos últimos 12 meses, verificou-se que os itens com maiores altas no Estado foram o biscoito (29,94%), ovo de galinha (26,02%) e tomate (24,26%). Em sentido oposto, foram apurados preços menores em óleo de soja (-40,47%), peito de frango (-19,92%) e cebola (-14,07%).

Ao assinalar que o índice relativo a todo o Paraná marcou, em julho de 2022, um número próximo a 22%, Marcelo Antonio explica que a desaceleração da alta dos preços acumulados em 12 meses ainda não resultou em mudança no quadro de preços relativos, ainda altos. “O decréscimo de alta não significa que os preços voltarão a patamares de 2019, mas que o aumento será menos intenso, podendo ter novos casos de quedas futuras no cenário de alimentos e bebidas”, explicou.

Segundo o coordenador do Ipardes, nos últimos anos vários fatores contribuíram para o aumento dos custos de produção dos alimentos e, assim, para a elevação dos preços ao consumidor. “Entre eles estão a pandemia de Covid-19 em 2020, que elevou a demanda por alimentos, a estiagem em 2021, que reduziu a oferta de produtos e, em 2022, o aumento do preço de fertilizantes, pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que impactou custos e contribuiu para o reajuste dos alimentos”, completou.

No entanto, acrescenta ele, há indícios de que está ocorrendo uma possível queda nos custos e, consequentemente, nos preços dos alimentos. “Essa tendência pode ser atribuída ao retorno do comércio de fertilizantes entre os países em conflito, Rússia e Ucrânia, o que reflete na redução dos preços desses insumos agrícolas. Além disso, o sucesso da última safra de grãos no Brasil, especialmente no Paraná, tem ampliado a oferta e reduzido os preços das commodities agrícolas”, arrematou.

Essa possível tendência de queda foi observada no IPR de junho, que registrou o declínio nos preços de praticamente 28 produtos dos 35 pesquisados mensalmente.

Indicador

Lançado em dezembro de 2022, o IPR utiliza os registros fiscais da Receita Estadual do Paraná. O Ipardes faz uma média de 382 mil registros de notas fiscais eletrônicas ao mês, emitidas em 366 estabelecimentos comerciais de diferentes portes localizados em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.

Os 35 produtos avaliados foram definidos a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Paraná e representam cerca de 65% das compras de alimentos e bebidas dos paranaenses.

O instituto também trabalhou a série histórica de preços desde 2020, que permite analisar a flutuação no preço de alimentos e bebidas nos últimos dois anos no Estado.

Com a análise detalhada dos índices pelo Ipardes, as maiores cidades do Paraná têm condições de saber exatamente o comportamento dos preços dos alimentos, que possui um reflexo relevante na vida dos cidadãos. Os dados são importantes, por exemplo, para a elaboração de políticas públicas regionais e estaduais mais direcionadas em função da situação inflacionária de cada cidade.

Fonte: CBN