Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta pela quinta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 12 a 12,25 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,64 (+ 0,91%) e o março/24 cotado a US$ 13,78½ (+ 0,88%) o bushel. O janeiro na máxima do dia (US$ 13,69¾) registrou a maior cotação desde 15 de setembro. Nas últimas cinco sessões o janeiro acumula uma alta de 4,34% e o março de 4,25%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 1,80 a US$ 4,60, com o dezembro cotado a US$ 437,50 (- 1,04%) e o janeiro/24 a US$ 430,40 (- 0,42%) a tonelada curta. O janeiro na máxima do dia (US$ 436,20) registrou nova máxima contratual. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 2,58% e o janeiro/24 uma alta de 3,99%.
O óleo de soja fechou em alta, com o dezembro registrando um ganho de 2,92%. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 3,03%.
O clima adverso na América do Sul permanece como sendo um dos principais fatores para o movimento de alta da soja na CBOT. O final de semana foi ainda de tempo seco em regiões importantes, não só do Brasil, mas também da Argentina e do Paraguai, o que também preocupa, e as previsões ainda não indicam as melhores condições para a sequência do plantio da safra 2023/24.
“No Brasil tivemos algumas chuvas no Centro-Oeste na sexta-feira para sábado. Tivemos chuvas leves em SC, Chuvas em parte do PR, SP, MG, MT, GO e parte do MA, PI, e BA, mas foi só. As previsões de segundo o GFS para os próximos 10 dias são de tempo chuvoso no RS e parte de SC. Para o restante do País a previsão é de chuvas muito abaixo do normal”, disse o Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. “O fenômeno El Niño está devidamente estabelecido, provocando chuvas em excesso no Sul do Brasil com seca nas áreas centrais e MATOPIBA”.
Com isso, os dados seguem indicando um plantio ainda atrasado no Brasil. Os números reportados pela Pátria Agronegócios na última sexta-feira (3) apontaram que o plantio da soja atingiu 50,67% na semana, contra 64,64% em 2022 e 59,54% na média dos últimos 5 anos. “O avanço percentual da semana foi de apenas 11,50%, se mantendo como o avanço sazonal mais lento desde 2015. Destaque para o Mato Grosso e Rondônia, onde os trabalhos de campo enfrentam grandes dificuldades de aceleração com a falta de chuvas”, informou o relatório semanal da consultoria.
Segundo João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX, a soja também foi impulsionada pelas melhores condições para o escoamento nos Estados Unidos e ainda pela expectativa de uma nova redução da safra americana.
“Houve uma melhora nos níveis do rio Mississipi, que continuam baixos, mas trazem um otimismo para o escoamento dos grãos americanos”, disse Lopes. “O mercado pode também estar antecipando uma nova redução nas estimativas de oferta dos EUA no relatório do USDA, que será divulgado na quinta-feira (9) desta semana”, disse.
Além dos fundamentos, em especial as condições climáticas neste momento, os traders também seguem atentos ao mercado financeiro, com destaque para o futuro da economia americana, e ao quadro geopolítico.
Os hedge funds aumentaram as suas posições compradas de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) na semana encerrada em 31 de outubro. Segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), divulgados na tarde de sexta-feira (3), a posição líquida comprada aumentou 239% no período, de 6.817 para 23.123 comprados.
A comercialização da safra 2022/23 de soja do Brasil atingiu 89,50% da produção estimada até o último dia 3 de novembro, informou nesta segunda-feira (6/11), a Safras & Mercado. No relatório anterior, com dados de 1º de setembro, o percentual era de 84,90%.
No mesmo período do ano passado, a negociação atingia 89,20% da produção e a média de cinco anos para o período é de 94,20%. Levando-se em conta uma safra estimada em 156.1 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 139.7 milhões de toneladas.
Da safra 2023/24 que está em fase de plantio, as vendas antecipadas atingiram 24,20% da produção estimada para este ciclo, que deve ser de 163.2 milhões de toneladas, segundo a Safras & Mercado.
No mesmo período do ano passado, a comercialização antecipada atingia 20,60% e a média para o período é de 34,50%.
O clima adverso na América do Sul permanece como sendo um dos principais fatores para o movimento de alta da soja na CBOT. O final de semana foi ainda de tempo seco em regiões importantes, não só do Brasil, mas também da Argentina e do Paraguai, o que também preocupa, e as previsões ainda não indicam as melhores condições para a sequência do plantio da safra 2023/24.
“No Brasil tivemos algumas chuvas no Centro-Oeste na sexta-feira para sábado. Tivemos chuvas leves em SC, Chuvas em parte do PR, SP, MG, MT, GO e parte do MA, PI, e BA, mas foi só. As previsões de segundo o GFS para os próximos 10 dias são de tempo chuvoso no RS e parte de SC. Para o restante do País a previsão é de chuvas muito abaixo do normal”, disse o Diretor-Geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. “O fenômeno El Niño está devidamente estabelecido, provocando chuvas em excesso no Sul do Brasil com seca nas áreas centrais e MATOPIBA”.
Com isso, os dados seguem indicando um plantio ainda atrasado no Brasil. Os números reportados pela Pátria Agronegócios na última sexta-feira (3) apontaram que o plantio da soja atingiu 50,67% na semana, contra 64,64% em 2022 e 59,54% na média dos últimos 5 anos. “O avanço percentual da semana foi de apenas 11,50%, se mantendo como o avanço sazonal mais lento desde 2015.
Destaque para o Mato Grosso e Rondônia, onde os trabalhos de campo enfrentam grandes dificuldades de aceleração com a falta de chuvas”, informou o relatório semanal da consultoria.
Além dos fundamentos, em especial as condições climáticas neste momento, os traders também seguem atentos ao mercado financeiro, com destaque para o futuro da economia americana, e ao quadro geopolítico.
Exportações – Brasil
O volume do complexo soja (grão, farelo e óleo) a ser exportado em 2023 deve registrar um recorde de 125.40 milhões de toneladas, o que representa avanço de 23,3% em comparação com as 101.68 milhões de toneladas exportadas em 2022. A estimativa é da Datagro Grãos e considera a estimativa de embarques de 101.000 milhões de toneladas de soja, aumento de 28,30% na comparação com o ano anterior; 22.000 milhões de toneladas de farelo de soja (+ 8,10%); e 2.400 milhões de toneladas de óleo de soja (- 7,60%).
A receita cambial também deve ser recorde, apesar da forte queda nos preços médios. A estimativa total foi revisada para US$ 66.4 bilhões, superando em 9,40% o recorde de US$ 60.7 bilhões de 2022. Seriam US$ 52.5 bilhões decorrentes das vendas de soja em grão (+ 13%); US$ 11.3 bilhões da comercialização de farelo (+ 9,70%); e US$ 2.6 bilhões das vendas de óleo (- 34,10%).
A Datagro Grãos destaca que o desempenho positivo é resultado, entre outros fatores, do aumento da safra colhida neste ano, estimada em 157.227 milhões de toneladas (+ 20%); novas perdas expressivas na safra dos Estados Unidos em 2022; aumento das compras globais de soja e milho pela China, depois que a crise da Peste Suína Africana (PSA) foi controlada; aumento das tensões nas relações geopolíticas entre os EUA e a China, além da queda no padrão de preços do complexo soja em relação aos picos do ano passado. Porém, no lado negativo, o levantamento indica queda no consumo mundial no ano comercial 2022/23.
“O quadro de preços dominantemente mais fraco está associado ao aumento dos estoques mundiais na temporada 2022/23, com a confirmação de safra modesta nos EUA e Argentina, mas recorde no Brasil, combinado com consumo conservador por conta do quadro de desaceleração da economia global”, indicou em nota o economista e líder de conteúdo da Datagro Grãos, Flávio Roberto de França Junior.
A indicação de uma receita maior a ser obtida pelo complexo soja deve contribuir fortemente para minimizar a queda prevista das exportações do Brasil em 2023, considerando a redução no ritmo de crescimento da economia brasileira. A atual estimativa aponta para US$ 334.000 bilhões, praticamente estável em relação ao recorde de US$ 334.136 bilhões registrado em 2022. Com isso, o setor contribuiria com 19,90%, percentual superior ao recorde de 18,20% de 2022, superando com folga os 15,60% da média de participação dos últimos dez anos.
A análise da Datagro Grãos para as exportações brasileiras do complexo soja em 2024 manteve a estimativa anterior, com indicação de aumento apenas no volume, com queda de valor na comparação com 2023.
O total das exportações está estimado inicialmente em 128.400 milhões de toneladas, volume 2,40% acima do estimado para este ano. Seriam 103.000 milhões de toneladas de soja em grão (+ 2%); 23.000 milhões de toneladas de farelo (+ 4,50%); e 2.400 milhões de toneladas de óleo de soja, estável em relação ao ano atual.
A receita está estimada em US$ 62.310 bilhões que caso seja concretizado, representaria uma queda de 6,20% em relação à do ano atual, sendo distribuído dessa maneira: US$ 49.440 bilhões de soja em grão (- 5,90%); US$ 10.350 bilhões das vendas de farelo (- 8,60%); e US$ 2.520 bilhões das vendas de óleo de soja (- 2,80%).
Plantio Brasil
O plantio da safra 2023/24 de soja atingiu na quinta-feira (02) a 51% da área estimada, contra 40% na semana anterior e 57% no mesmo período do ano passado, segundo levantamento da AgRural. Com o avanço mais lento que o normal da semana, se somando a atrasos já acumulados em semanas anteriores, os 51% plantados até agora são o percentual mais baixo para este período do ano desde a safra 2020/21.
Em mais uma semana predominantemente seca em Mato Grosso, as chuvas, mesmo que manchadas, permitiram um maior avanço do plantio na comparação com a semana anterior. Mesmo assim, diversas áreas ainda sofrem com a baixa umidade e isso reforça a necessidade de replantio, com consequente impacto negativo na janela da safrinha de milho, no início de 2024. Mas o destaque da semana passada foi o Paraná, onde chuvas intensas, enxurradas e alagamentos causaram estragos e necessidade de replantio em áreas do Sudoeste e do Centro-Sul do estado.
O plantio de soja da safra 2023/24 em Mato Grosso avançou 13,27% na última semana. Até o momento, segundo o boletim semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), 83,32% da área estimada já foi plantada. Na semana passada, o plantio atingia 70,05%. Em relação ao mesmo período da safra 2022/23, há atraso de 10,25%.
Naquela ocasião, produtores do Estado o plantio havia atingido 93,57% da área. Em comparação com a média dos últimos cinco anos, de 88,61%, o plantio também está atrasado em 5,29%. A região mato-grossense com os trabalhos mais adiantados é a Oeste, com 98,09% dos trabalhos concluídos. A região com menor percentual plantado é a Nordeste, com 66,81%.
Mercado Interno
A demanda externa por soja brasileira está bastante aquecida. Segundo pesquisadores do CEPEA, esse cenário é favorecido, sobretudo pela redução da oferta de outros países da América do Sul e pela menor produtividade nos Estados Unidos. Além disso, os preços do Brasil estão atraentes, diante dos menores prêmios para exportação. Em outubro, as exportações brasileiras da oleaginosa totalizaram 5.5 milhões de toneladas, segundo dados da Secex, um recorde para o mês, e ampliando para 92.8 milhões de toneladas o volume exportado em 2023 (até outubro). Somente neste 2º semestre, foram embarcadas mais de 30 milhões de toneladas de soja, superando em 16,70% o volume exportado em todo o 2º semestre de 2022.
Milho fecha praticamente estável, com o mercado focado no plantio da safrinha
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 0,25 a 0,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,77¼ (Estável) e o março/24 a US$ 4,92½ (+ 0,05%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 0,21% e o março de 0,05%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,25 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,75¾ (+ 0,57%) e o março/24 a US$ 6,02½ (+ 0,54%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 1,72% e o março de 1,39%.
O milho fechou praticamente estável, mas se manteve em alta durante toda a sessão, uma vez que aumentam as preocupações com o potencial da safrinha no Brasil.
Apesar do impacto limitado do clima na sessão de hoje, ele pode direcionar os preços do milho para um movimento de alta em Chicago, segundo João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX.
“O quadro climático do Brasil atualmente é mais preocupante para o milho do que para a soja. Com o atraso do plantio e posteriormente da colheita da soja, o milho corre risco de ser plantado fora da janela ideal, e a produtividade pode ser prejudicada”, disse.
Na semana passada, a StoneX revisou para baixo as estimativas da produção para o milho safrinha devido a fatores como a redução da área plantada e menor produtividade.
Os hedge funds aumentaram em 47,85% as posições vendidas de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) na semana encerrada em 31 de outubro. Segundo dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), divulgados na tarde de sexta-feira (3), a posição líquida vendida aumentou de 99.522 para 147.141 contratos.
O trigo fechou novamente em alta. Segundo a TF Consultoria Agroeconômica, as estimativas para a safra de trigo na Argentina em 2023/24 estão no foco do mercado. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) reduziu a sua projeção de colheita para 15.4 milhões de toneladas, inferior à estimativa inicial de 16.2 milhões de toneladas.
Já a Bolsa de Rosário é mais pessimista, e estima uma safra de 14.3 milhões de toneladas após as chuvas das últimas semanas não terem compensado os danos causados pelas geadas e pelo tempo seco durante os meses de inverno, segundo a consultoria.
Além disso, o relatório da TF mostra uma nova dinâmica para as exportações do trigo russo, que durante boa parte do ano serviram como ponto de pressão sobre os preços do cereal.
“A Rússia, que sempre foi muito agressiva [nas negociações internacionais] abocanhando com preços baixos todas as oportunidades do mercado e reduzindo as exportações americanas, está mudando. O próprio governo russo, nesta semana, decidiu comprar 2 milhões de toneladas para reduzir a disponibilidade de exportação e elevar os preços”, indicou o relatório da TF.
As posições liquidas vendidas do trigo aumentaram 11,39% na semana até 31 de outubro, de 97.710 para 108.837 contratos.
USDA – Vendas
Exportadores reportaram ao USDA a venda de 289.575 toneladas de milho do ano comercial 2023/24 para o México.
Ucrânia
As exportações de grãos da Ucrânia caíram para 9.8 milhões de toneladas até o momento na temporada de comercialização 2023/24, que vai de julho a junho, mostraram dados do Ministério da Agricultura ucraniano divulgados nesta segunda-feira.
O Ministério informou que até 7 de novembro da temporada passada, um dia depois, a Ucrânia havia exportado 14.3 milhões de toneladas de grãos.
O volume exportado nesta temporada inclui 4.9 milhões de toneladas de trigo, 4.1 milhões de toneladas de milho e quase 700.000 toneladas de cevada. No ciclo anterior, a Ucrânia exportou 5.4 milhões de toneladas de trigo, 7.7 milhões de toneladas de milho e 1.2 milhão de toneladas de cevada.
O Ministério informou que as tradings exportaram 550.000 toneladas de grãos até agora em novembro, em comparação com 1.07 milhão de toneladas exportadas de 1 a 7 de novembro de 2022.
O Ministério não forneceu nenhuma explicação sobre a queda, mas tradings e sindicatos de agricultores indicaram que os portos ucranianos do Mar Negro bloqueados e os ataques russos aos portos do país no rio Danúbio são os principais motivos para a redução das exportações.
Tradicionalmente, a Ucrânia envia a maior parte de suas exportações pelos seus portos de águas profundas do Mar Negro.
O governo informou em uma resolução divulgada na semana passada que um novo regime de exportação seria introduzido para os principais produtos alimentícios, com o objetivo de evitar abusos, como a evasão fiscal.
O governo da Ucrânia estima uma colheita de 79 milhões de toneladas de grãos e sementes oleaginosas em 2023, com seu excedente exportável para 2023/24 totalizando cerca de 50 milhões de toneladas.
Plantio Brasil
Com chuvas no Sul, plantio da safra de verão do milho atingiu 66% até quinta-feira (02) no Centro-Sul do Brasil, contra 53% na semana anterior e 63% no mesmo período do ano passado, segundo dados da AgRural. No Sul, a reta final do plantio está sendo prejudicada pelo excesso de chuva nos três estados da região.
Mercado Interno
Os preços do milho subiram no mercado brasileiro, voltando a operar na casa dos R$ 60,00 por saca de 60 kg na semana passada. Segundo pesquisadores do CEPEA, demandantes nacionais estão mais ativos no mercado spot, ao passo que vendedores estão afastados das negociações, focados nos trabalhos de campo. Nos portos, apesar de o ritmo de comercialização ter diminuído ao longo de outubro, os embarques do milho se mantiveram aquecidos no mês, reflexo das entregas de lotes negociados antecipadamente. Segundo dados da Secex, foram embarcadas 8.44 milhões de toneladas em outubro, superando em 24,50% o volume de outubro/22, mas 3,50% inferior ao de setembro/23.
Fonte: SNA Foto: Divulgação