download

Agronegócio: conteúdos educacionais

A Associação De Olho No Material Escolar (DONME) segue monitorando em detalhe os conteúdos educacionais relativos ao agronegócio disponíveis no País, incluindo as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, que o último domingo (12/11) teve provas de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias.

Mais uma vez, ficou claro que existe uma grande oportunidade e urgência de se trazer informações científicas e atualizadas para essa prova, que ao mesmo tempo mostrem a evolução do setor e estimulem a capacidade de reflexão dos estudantes.

Uma questão que foi identificada trata da qualidade do solo da Amazônia para plantio. Com um olhar técnico e seguro, afirmamos que o tema foi exposto de forma equivocada.

Ao contrário do que foi mencionado, não é verdade que os solos amazônicos são inapropriados para cultivo por serem incapazes de reter nutrientes. Tanto é que existe agricultura nestes solos, seja com baixo ou alto uso de insumos agrícolas. Os solos brasileiros em sua grande maioria são de baixa fertilidade.  Com o desenvolvimento da ciência e o uso de novas tecnologias foi possível encontrar diversos modelos de produção agropecuária para serem empreendidos tanto no solo amazônico como nos demais biomas brasileiros.

A DONME trabalha para levar conteúdo atualizado sobre o agronegócio e garantir uma formação de mais qualidade para todos os estudantes do País.

Para mais informações, acesse:

-https://deolhonomaterialescolar.com.br/wp-content/uploads/2023/08/videoplayback-47.mp4

-https://agro.fgv.br/sites/default/files/2023-02/boletim_mapeamento_bioma_2022.02.01_v.2_168.pdf

21-10-2020 - Plantio de soja na região Oeste do Paraná - Foto : Jonathan Campos / AEN

Produtores retomam plantio de culturas de verão e avaliam impactos após as chuvas

A melhora no clima nos últimos dias, com as chuvas dando trégua em todo o Estado, possibilitou a retomada do plantio das culturas de verão, particularmente soja e milho. De outro lado, foi possível evidenciar problemas de produção em arroz, que estava em período de semeadura, e trigo e cevada, já em colheita. As análises constam no Boletim de Conjuntura Agropecuária relativo à semana de 3 a 9 de novembro, documento preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O relatório divulgado registra que a soja está com 73% dos 5,8 milhões de hectares plantados, enquanto o milho atingiu 95% dos 314 mil hectares previstos para a safra. Com o tempo firme, projeta-se avanço consistente sobretudo da soja, que tem um pequeno atraso no Sul do Estado.

No entanto, as áreas que já estavam plantadas apresentaram piora nas condições. No caso da soja, 92% das lavouras estavam boas e baixou para 89%, enquanto as áreas em situação média subiram de 7% para 9%. No milho houve redução de 83% para 78% para as lavouras consideradas boas, e aumentou de 15% para 19% as medianas.

Arroz

O boletim do Deral aponta que o cereal também foi bastante prejudicado pelas chuvas. A estimativa de outubro para o arroz irrigado era de que 81% da área de 18 mil hectares estava plantada e as lavouras desenvolviam-se bem. No entanto, houve mudança significativa.

As chuvas atingiram as cabeceiras do Rio Ivaí e seus afluentes, causando inundações nas margens. Ali estão oito dos 10 municípios que mais produzem arroz, concentrando 80% da área destinada ao produto. Estima-se que mais de 10 mil hectares ficaram submersos ao menos um dia, o que pode acarretar perda significativa, ainda que haja possibilidade de replantio.

Trigo e Cevada

Para essas duas culturas de inverno, que estavam em colheita, o período pós-chuva permitiu confirmar os problemas já previstos. O trigo tem ainda 8% da área de 1,4 milhão de hectares a ser colhida. Nesta semana apenas 23% foram classificados como boas, ante 42% da semana anterior. Nas últimas áreas colhidas havia muitos grãos germinados na espiga.

No caso da cevada, a colheita avançou 16 pontos porcentuais e chegou a 70% da área de 87,3 mil hectares, com grande parte da produção desclassificada para uso na indústria cervejeira. Na fração de 30% a colher, apenas 28% estão em boas condições, ante 37% da semana anterior.

Feijão

O feijão também teve reflexos das últimas tempestades. A área plantada chegou a 86% dos 111,4 mil hectares previstos, avançando apenas 3 pontos percentuais desde a semana anterior. No campo, as áreas em condições boas diminuíram 11 pontos percentuais e estão em 62%, enquanto 34% estão medianas e 4%, ruins.

Fonte: AEN Foto: Jonathan Campos/

conab-recorde-safra.jpg

FAEP defende manutenção de teor de umidade para classificação da soja

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) se manifestou contra a intenção do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de reduzir o percentual de umidade da soja no padrão oficial de classificação da oleaginosa. Para a entidade paranaense, o setor agropecuário precisa de metas factíveis e a redução do teor de umidade poderia reduzir a competitividade internacional dos produtores brasileiros. A argumentação da FAEP foi detalhada em ofício encaminhado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 25 de outubro. O documento (leia abaixo a versão na íntegra) também será enviado a todos os deputados federais e senadores do Paraná.

A intenção do Mapa é instituir um novo Regulamento Técnico da Soja, que define os critérios de classificação da oleaginosa, de acordo com parâmetros técnicos. Na nova versão, o Ministério defende que o teor de umidade do grão de soja seja reduzido dos atuais 14% para 13%. A FAEP, no entanto, manifestou preocupação com a proposta e pediu que a CNA se posicionasse defendendo a manutenção do atual percentual de umidade.

Precisamos de metas e padrões que sejam factíveis dentro de nossa realidade produtiva, e é esse ponto que acreditamos que precisa ser defendido. Trata-se de conciliar os pontos de interesse nacional, a fim de evitar a perda de competitividade de nossa produção, que já sofre com tantos outros gargalos relacionados ao Custo Brasil”, defende Ágide Meneguette, presidente da FAEP.

Em audiência pública realizada pelo Mapa em 30 de outubro, a CNA se manifestou contra e redução e, em seguida, se retirou da reunião, em forma de protesto. O presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Ricardo Arioli, apontou que o Brasil já adota o padrão de 14% de umidade do grão de soja desde o início do plantio e que a alteração do padrão impactaria o peso do produto, reduzindo a renda dos produtores. Além disso, a mudança exigiria adaptações para controle de umidade no processo de armazenamento, o que implicaria no aumento dos custos de produção.

“Não vamos aceitar essa alteração, pois o primeiro a ser descontado será o produtor e não podemos absorver esse prejuízo”, afirmou Arioli. “O produtor que tem armazém na propriedade terá um aumento no custo da secagem e diminuição no volume de soja para vender porque o grão estará mais seco. Já o agricultor que não tem estrutura, ele vai mandar sua carga para a indústria e o desconto será maior”, detalhou.

Impactos

Em seu ofício, a FAEP detalhou os impactos que a alteração do padrão de classificação da soja pode trazer aos produtores. Segundo o Mapa, a mudança da norma seria necessária para atender a um novo padrão exigido pela China. A Federação, no entanto, destacou que o Brasil tem domínio absoluto do mercado internacional de soja, respondendo por 41% da produção e 58% das exportações mundiais. “[Esse patamar] não foi alcançado somente com preço e capacidade de produção, mas também com qualidade. Analisando todos esses fatores, não há fornecedor comparável no mercado”, consta do ofício, assinado por Meneguette.

A FAEP também classificou o novo padrão exigido pela China como “inatingível”, mesmo para o Brasil, que detém os melhores índices médios, em comparação a outros exportadores. “A estratégia comercial da China fica clara, ao subirem a régua excessivamente em parâmetros que poderiam diferenciar economicamente nosso produto, como teor de óleo e proteína, e sugerir percentual menor de umidade. Fazem, obviamente, o que é melhor para a economia deles, como francos importadores. Deveríamos ter a mesma postura”, defende a Federação.

Do ponto de vista técnico, a FAEP menciona a recente publicação da Embrapa, que detalha as consequências em que o retardamento da colheita pode implicar. A Embrapa indica que a espera por menor umidade pode provocar a deterioração dos produtos e a elevação da incidência de patógenos. Quando mais seca estiver a lavoura no ato da colheita, a produção fica mais suscetível a redução de sua qualidade.

Fonte: FAEP Foto: Conab

3cc15a60db126074c8

CNA acredita que Mapa respeitará prazo para discussões sobre padrão de umidade da soja

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) defende, em audiências que foram realizadas entre o final de outubro e começo de novembro, a revisão do Regulamento Técnico da Soja.

O documento, cuja readequação está em debate há cerca de dois anos, visa definir os critérios de classificação da soja nos requisitos de identidade e qualidade, amostragem, modo de apresentação e marcação ou rotulagem do grão.

A mudança proposta é a redução do teor de umidade da oleaginosa de 14% para 13%. A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) se manifestou contrária à alteração caso não sejam considerados mecanismos de compensação financeira ao produtor.

Isso porque a diminuição de 1% na umidade deixa a massa de soja 1,15% mais leve. Com isso, o sojicultor teria prejuízos na comercialização.

“O produtor que colhe e entrega a produção diretamente a uma trading, que será a responsável pela secagem, já sofreria o desconto na entrada do grão. É isso o que estamos querendo discutir com todos os elos, porque se a indústria e os armazéns vão se beneficiar por ter uma qualidade melhor no final do armazenamento e o frete ficará mais barato, o produtor precisa ter uma garantia de que não terá prejuízo”, ressalta o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Ricardo Arioli.

Segundo ele, o setor precisa de um prazo de seis meses para discutir o tema com a cadeia antes da publicação do Regulamento Técnico da Soja. “Não acredito que o Mapa oficializará o texto antes de permitir as devidas discussões”.

Procurado pela reportagem, o Mapa não se manifestou a respeito da possibilidade ou não de prorrogação do prazo. O espaço segue aberto.

Fonte: Canal Rural Foto: Divulgação

exportacao-milho-navio-8yMnn

Em apenas 7 dias de novembro/23, Brasil já exportou 40% de todo o milho embarcado em novembro/22

O Brasil começou o mês de novembro embarcando 2.390.892 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, de acordo com o mais recente reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso já representou 40,5% do que o total exportado em novembro de 2022 (5.889.630,8 toneladas).          

Com isso, a média diária de embarques nestes 7 primeiros dias úteis ficou em 341.556 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representou elevação de 16% com relação as 294.481,5 do décimo primeiro mês de 2022.       

Na visão da Analista de Grãos e Oleaginosas do Rabobank Brasil, Marcela Marini, o ritmo de embarques para exportação brasileira deve cair nesta reta final de 2023 refletindo as dificuldades logísticas enfrentadas pelo país.

Marini destaca a falta de chuvas que diminuiu o volume dos rios do Norte, o que obrigou a carga ser deslocada para os portos do Sul, aumentando ainda mais o fluxo destes terminais.  

Em termos financeiros, o Brasil já arrecadou um total de US$ 540,453 milhões no período, contra US$ 1,677 bilhão de todo novembro do ano passado. O que na média diária, deixa o atual mês com queda de 7,9% ficando com US$ 77,207 milhões por dia útil contra US$ 83,851 milhões no último mês de novembro.                        

Já o preço por tonelada obtido caiu 20,6% no período, saindo dos US$ 284,70 no ano passado para US$ 226,00 no mês.

Fonte: Notícias Agrícolas/Guilherme Dorigatti Foto: Divulgação

209389a2-9241-4773-8402-2b043cdb6995

Conab atualiza a estimativa da safra de grãos 2023/2024, que deve chegar a 316,7 milhões de toneladas

O volume da produção brasileira de grãos deverá atingir 316,7 milhões de toneladas na safra 2023/2024, 1,5% ou4,7 milhões de toneladas abaixo do obtido em 2022/23. De acordo com o 2º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado nesta quinta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o avanço da semeadura no início de novembro, as atenções se voltam para a evolução das lavouras. O percentual de área semeada, atualmente, apresenta-se aquém do observado no mesmo período da safra anterior, devido, principalmente, ao excesso de chuvas na Região Sul e Sudeste e às baixas precipitações no Centro-Oeste.

A segunda estimativa aponta ainda o crescimento de 0,5% sobre a área cultivada, passando para 78,9 milhões de hectares. Além das culturas de primeira safra, cujo calendário de plantio se estende até o final de dezembro, a área prevista abrange também as culturas de segunda e terceira safras e as de inverno, com os plantios se encerrando em junho.

“A nossa expectativa é de novamente termos uma potente safra de grãos no país, apesar das questões climáticas provocadas pelo El Niño. As informações levantadas pela Conab indicam, neste momento, que possivelmente teremos a segunda maior produção de grãos da história brasileira, podendo ser a primeira, devido ao aumento da área plantada”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Considerando que as culturas de primeira safra ainda estão em fase de plantio, e as demais culturas iniciam a semeadura a partir de janeiro, em relação à produtividade e área, a Conab utilizou modelos estatísticos e informações provenientes dos trabalhos realizados em campo.

De acordo com o boletim, a soja deverá atingir uma produção estimada em 162,4 milhões de toneladas, com um crescimento de 2,8% na área a ser semeada, o que ainda consolida o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. Quanto ao milho, houve redução de 5% na área total a ser cultivada, calculada em 21,1 milhões de hectares, com produção prevista de 119,1 milhões de toneladas. Já para o algodão, é esperado um crescimento de 4,2% na área a ser semeada, em um total de 1,73 milhão de hectares, e produção de pluma em 3,04 milhões de toneladas.

No caso do arroz, há expectativa de crescimento de 5,2% na área que está sendo semeada e produção de 10,8 milhões de toneladas. O mesmo vale para o feijão, com crescimento previsto de 3,3% na área total a ser semeada com as três safras, estimada em 2,8 milhões de hectares, e com a produção total no país de 3,1 milhões de toneladas.

Mercado

Os dados da demanda doméstica de milho apresentados no Boletim da Conab apontam que 84,5 milhões de toneladas do cereal deverão ser consumidos internamente ao longo de 2024, ou seja, um aumento de 6,1% comparativamente à safra anterior. Acredita-se ainda que a redução da produção brasileira do cereal, somada à maior oferta disponível no mercado externo, deverá reduzir o volume de exportações brasileiras do grão em 2024. Com isso, o estoque de milho em fevereiro de 2025, ou seja, ao fim do ano-safra 2023/24, deverá ser de 8,9 milhões de toneladas.

Quanto à soja em grãos, as exportações no período de janeiro a outubro de 2023 estão aproximadamente 25% superiores às do mesmo período em 2022. Por esse motivo, a Conab acompanha o percentual e eleva as exportações de soja em grãos, de 97,48 milhões de toneladas para 98,06 milhões de toneladas.

O algodão em pluma vem demonstrando um desempenho mais fraco desde outubro, mas com os sinais de melhoria na economia, o mercado espera que o consumo de algodão melhore na safra 2023/24, crescendo 7,35% e chegando a 730 mil toneladas. Os estoques finais devem cair 7,73% em comparação à safra 2022/23, atingindo o volume de 1,98 milhão de toneladas. Em relação à balança comercial do trigo, os dados preliminares apontam que foram importadas 229,8 mil toneladas em 15 dias. Ademais, com a redução da produção, foi revisado o quantitativo de importações, passando de 5 milhões de toneladas para 5,4 milhões de toneladas. Com essas alterações, estima-se encerrar a safra 2023 com estoque de passagem de 531,9 mil toneladas.

Clique aqui e acesse os arquivos com informações do 2º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

Terminais do Porto de Paranaguá fazem projeção para as exportações de granéis sólidos para 1º tri - Paranaguá, 20/01/2022

Exportações do Paraná aumentam 11,3% nos dez primeiros meses de 2023

As exportações do Paraná aumentaram 11,3% nos dez primeiros meses de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro desse ano, o Estado movimentou US$ 21 bilhões em vendas para outros países, enquanto que em 2022 o montante exportado foi de US$ 18,9 bilhões. Só no último mês de outubro, as vendas externas somaram US$ 1,91 bilhão. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A soja em grão segue como o principal produto exportado pelo Paraná e foi o que teve maior aumento nas vendas para fora. De janeiro a outubro, o produto alcançou a marca de US$ 4,9 bilhões exportados. Com esse resultado, a venda de soja em grão para o Exterior superou em 71,8% os US$ 2,9 bilhões do acumulado dos dez primeiros meses de 2022.

O segundo item cujas vendas mais cresceram nesse período foram os cereais, que abrange grãos em geral, mas preponderantemente milho. Houve variação positiva de 54,2%. A venda subiu de US$ 619,7 milhões para US$ 955,6 milhões entre os dez primeiros meses de 2022 e o mesmo período de 2023.

“O bom resultado das exportações de commodities agrícolas está diretamente relacionado à safra recorde de grãos colhida no Paraná na temporada de 2023”, destaca o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Jorge Callado.

Destinos

Dos destinos das exportações, quatro dos cinco maiores parceiros comerciais paranaenses tiveram aumento expressivo no volume de compras. A China continua o maior comprador do Paraná e também teve a maior variação. As exportações ao país asiático aumentaram 72,8% de janeiro a outubro, totalizando US$ 5,7 bilhões.

Outro gigante asiático cujas compras do Paraná aumentaram foi o Japão, com alta de 33,2%. As vendas para o país chegaram a US$ 595,3 milhões na variação dos dez primeiros meses de 2023. O Japão ocupa a quinta colocação nas exportações paranaenses.

Já as vendas para o México, quarto maior comprador do Paraná, subiram 28,3%, alcançando US$ 856 milhões nos dez primeiros meses deste ano. Para a Argentina, segundo maior comprador do Paraná, foram movimentados US$ 1,4 bilhão, representando aumento de 17% no período.

Importações

As importações paranaenses, por sua vez, caíram 21,2% nos dez primeiros meses de 2023, comparado ao mesmo período de 2022. Entre os produtos que mais pesaram nessa queda estão os adubos e fertilizantes (-46,3%), óleos e combustíveis (-36,5%) e produtos químicos (-40,3%).

Porém, a importação de veículos quase dobrou no comparativo com o ano passado. A compra de veículos de outros países teve aumento de 91,1%, movimentando US$ 568 milhões de compras.

Fonte: AEN Foto: Claúdio Neves/Portos do Paraná

0c6178cc-d0e9-404b-963a-39b006c3c3a7

Inmet emite alerta para onda de calor nos próximos dias

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta, nesta quarta-feira (8), para a atuação de uma onda de calor no decorrer dos próximos dias. De acordo com o Instituto, a principal atuação do fenômeno se dará pelo interior do Brasil.

O aviso meteorológico especial de nível amarelo (perigo potencial) de onda de calor abrange áreas do Centro-Oeste e Sudeste do País e é válido até, pelo menos, a próxima sexta-feira (10).

Segundo o Inmet, o aviso de onda de calor de nível amarelo é emitido quando a previsão indica que as temperaturas (neste caso, especialmente as máximas) devem ficar 5ºC acima da média pelo período de dois a três dias consecutivos.

Ainda de acordo com a previsão, o forte calor deverá continuar, pelo menos, até meados da próxima semana, contudo, a área de abrangência do fenômeno deve sofrer alterações. O Inmet reforça que segue monitorando a situação.

A partir do sábado (11), se a situação persistir, o aviso de onda calor será atualizado e poderá se expandir ou até mesmo ter o seu nível de severidade alterado.

Em alguns municípios, principalmente dos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as temperaturas máximas devem superar os 42°C nos próximos dias.

De acordo com Instituto, a intensidade do aviso está relacionada com a persistência do fenômeno (número de dias consecutivos) e não aos desvios de temperatura absolutos em si.

Acompanhe a previsão do tempo e as atualizações dos avisos meteorológicos especiais no portal do Inmet.

Fonte e Foto: Ministério da Agricultura e Pecuária

4f78c51a69ea40879b7eadfba5c7a3eb_200x200

El Niño deve reforçar as condições de clima extremo: colheita e plantio em alerta máximo

As condições oceânicas e atmosféricas estão sob o efeito do fenômeno El Niño e deverão persistir ao longo dos próximos meses. Este padrão altera as condições climáticas em todo o globo, com efeitos distintos e, até certo ponto, conhecidos no padrão de chuvas e temperaturas.

Isso, altera as condições para o desenvolvimento das lavouras no mundo, bem como no Brasil.

Impactos no Brasil: A safra atual sofre com a pressão do fenômeno.

No nosso país, o cenário clássico do El Niño define um verão com chuvas mais abundantes na região sul, maior irregularidade no centro-oeste e chuvas abaixo da média histórica no norte e nordeste. No que diz respeito às temperaturas, o El Niño traz uma condição mais quente.

Este padrão está afetando as condições atuais das lavouras, a irregularidade das chuvas no centro-norte do Brasil, está comprometendo o estabelecimento inicial da soja, algodão e do milho primeira safra. Bem como as temperaturas acima da média, que aumenta a taxa de evaporação, resultando em um déficit hídrico ainda mais pronunciado.

Por outro lado, no Sul, as dificuldades vêm com o excesso de chuvas. Isso está atrapalhando o avanço da semeadura dos cultivos de verão como soja, milho, feijão e arroz, bem como aumentando a pressão de pragas e doenças no trigo que está maduro.

Em recente relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão vinculado à ONU, há uma grande preocupação em relação às temperaturas que poderão ser registradas no ano subsequente do início do El Niño, neste caso o ano de 2024. A preocupação é pertinente uma vez que, desde o mês junho o mundo vem registrando temperaturas médias acima do máximo já registrado na história recente.

“Os impactos do El Niño na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento, neste caso em 2024. Mas como resultado das temperaturas recordes da terra e da superfície do mar desde junho, o ano de 2023 está agora no caminho certo para ser o mais quente ano registrado. O próximo ano pode ser ainda mais quente. Isto deve-se clara e inequivocamente à contribuição das crescentes concentrações de gases com efeito de estufa que retêm o calor provenientes das actividades humanas”, afirmou o Secretário-Geral da OMM, Prof. Petteri Taalas.

“Eventos extremos como ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas fortes e inundações serão intensificados em algumas regiões, com grandes impactos. É por isso que a OMM está comprometida com a iniciativa Alertas Prévios para Todos para salvar vidas e minimizar perdas econômicas”, disse o Prof.

O ano anterior mais quente já registrado foi 2016, devido a um “golpe duplo” de um El Niño excepcionalmente forte e das alterações climáticas.

Projeções Climáticas: Pico do El Niño entre dezembro e fevereiro

As projeções matemáticas são consistentes, mesmo avaliando diversos centros diferentes. Segundo o Bureau de Meteorologia Australiano, as condições de El Niño persistem até o outono de 2024, com o seu pico de intensidade ocorrendo entre dezembro e fevereiro, se intensificando nos meses posteriores.

Já as projeções do Centro de Previsão Climática (CPC) americano vinculado à NOAA, o comportamento é semelhante, apresentando um ganho de intensidade nos últimos meses, passando por um pico entre Dezembro e Janeiro, e na sequência indicando uma redução na intensidade do fenômeno.

Já as projeções do Centro de Previsão Climática (CPC) americano vinculado à NOAA, o comportamento é semelhante, apresentando um ganho de intensidade nos últimos meses, passando por um pico entre Dezembro e Janeiro, e na sequência indicando uma redução na intensidade do fenômeno.

Impactos na safra 23/24 e 24/25.

Até janeiro de 2024, são esperadas chuvas abaixo da média em grande parte do norte e nordeste, chuvas acima da média no Centro-Sul, e temperaturas acima da média em todas as regiões.

Podemos inferir, dado o cenário, que todo o ciclo da safra de 2023/24 terá um regime de chuvas abaixo da média nos principais produtores do Brasil, considerando Mato Grosso e os estados do MATOPIBA.

Já na região Sul, a safra de verão será afetada pelo excesso de chuvas, cenário que pode ser um complicador no momento da colheita.

Ainda de acordo com o horizonte de projeção, o plantio da safra de inverno 2024/25, deverá ocorrer sob a influência do fenômeno El Niño e com temperaturas muito acima da média, condição que pode encurtar o ciclo das culturas – com um inverno mais brando – reduzindo o potencial produtivo da safra.

A análise é do metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Aline Merladete.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: Divulgação

images

Cuidados no cultivo da soja em anos de El Niño

A incidência de chuvas está atrasando a semeadura da soja na região fria do Brasil, nos estados do RS, SC e sul do PR. A melhor época vai até o final de novembro, quando é possível alcançar as maiores produtividades com a cultura, mas a previsão é que o El Niño comece a perder força somente a partir de dezembro, ainda assim com bom volume de chuvas até o final do verão. A previsão do tempo exige planejamento do produtor para reduzir perdas por doenças na soja.

O próximo verão deverá ser marcado por volume de chuvas de normal a acima da média histórica na Região Sul. “O fenômeno El Niño deverá continuar atuando até o outono, trazendo um verão mais chuvoso, com curtos períodos de sol”, alerta o analista do laboratório de meteorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato. Segundo ele, o destaque ficará por conta da oscilação das temperaturas, alternando entre dias de muito calor e períodos de temperaturas mais amenas.

O cenário indica um ambiente propício à incidência de doenças na soja, especialmente podridão radicular de fitóftora, mofo branco e ferrugem asiática.

A pesquisadora Trigo Leila Costamilan, da Embrapa, explica que o primeiro problema que poderá aparecer nas lavouras é a podridão radicular de fitóftora. Recorrente em áreas compactadas, com solos mal drenados e acúmulo de água, a fitóftora pode ocasionar apodrecimento de sementes, morte de plântulas em pré e pós-emergência e, em plantas adultas, apodrecimento de raízes, levando à murcha e morte. A doença causa maiores perdas durante a emergência das plantas, levando à ressemeadura de soja em muitas lavouras. A orientação é utilizar cultivares resistentes à doença e fazer o tratamento de sementes com fungicida específico para fitóftora, evitando a implantação da lavoura em solo encharcado ou com previsão de grande volume de chuva após a emergência das plantas.

Veja as orientações do pesquisador da Embrapa Trigo Paulo Bertagnolli na escolha de cultivares de soja em anos de El Niño

Verão com temperaturas mais amenas, umidade e dias nublados, podem favorecer também o aparecimento de mofo-branco, a partir do florescimento da soja. O controle é realizado com manejo integrado durante todo o ano, incluindo o controle biológico, o controle químico, o plantio direto e menor densidade de plantas.

Em anos chuvosos, a principal doença a ser controlada é a ferrugem asiática. Nas semeaduras tardias, a doença tenderá a ser mais severa pelo aumento da presença do fungo no ar. Nas últimas safras, mutações do fungo causador da ferrugem asiática têm resultado na menor sensibilidade aos principais fungicidas utilizados no controle. “Os fungicidas não apresentam a mesma eficiência de quando a doença foi introduzida no Brasil, mas ainda continuam sendo uma ferramenta importante no manejo da doença. Novas mutações podem ser selecionadas ao longo do tempo”, alerta a pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy.

Fonte: Mais soja Foto: Divulgação