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Algodão inicia outubro em queda com pressão da exportação e recuo nas bolsas internacionais

Os preços do algodão em pluma começaram outubro em forte queda, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo o instituto, a paridade de exportação atingiu o menor valor nominal desde dezembro de 2020, o que exerceu pressão direta sobre as cotações no mercado doméstico.

No dia 3 de outubro, a cotação interna do algodão registrou o menor nível em mais de dois anos, reflexo de um cenário global de estoques elevados e de uma desvalorização do dólar, que chegou ao menor patamar desde meados de 2024. Esse movimento reduziu a competitividade das exportações brasileiras, impactando os preços internos.

Além disso, a entrada gradativa da colheita recorde no mercado spot aumentou a oferta disponível. Parte dos vendedores tem optado por reduzir os preços para garantir liquidez, seja para gerar caixa ou para liquidar estoques específicos. No entanto, a demanda permanece retraída, o que mantém o mercado sob pressão, segundo os analistas do Cepea.

Bolsas internacionais também registram desvalorização

No cenário externo, o mercado futuro do algodão na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) encerrou a terça-feira com baixas generalizadas. A valorização do dólar frente a outras moedas contribuiu para a queda das cotações da pluma no mercado internacional.

O comportamento instável do petróleo também dificultou a recuperação dos preços, já que parte da cadeia têxtil utiliza derivados do óleo. Além disso, baixas em mercados agrícolas vizinhos, como café, açúcar, suco de laranja e cacau, ampliaram o pessimismo dos investidores.

Os contratos de dezembro de 2025 fecharam cotados a 64,46 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,0%. Já os contratos de março de 2026 encerraram o dia a 66,38 centavos, também com recuo de 1,0%.

Expectativas para o mercado

Analistas apontam que, nas próximas semanas, o comportamento do dólar e o ritmo das exportações brasileiras devem ser determinantes para o direcionamento das cotações. Caso a moeda americana volte a subir, pode haver recuperação gradual dos preços internos, especialmente se a demanda externa reagir.

Enquanto isso, o mercado doméstico segue atento à liquidez reduzida e à pressão dos estoques, fatores que devem continuar influenciando as negociações no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Melhoramento genético eleva produtividade do milho

A produção de grãos no Brasil deve alcançar 333,3 milhões de toneladas em 2025, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, com crescimento de 13,9% em relação a 2024. O milho se destaca nesse cenário, liderando tanto em volume quanto em produtividade, especialmente na segunda safra, e consolidando-se como protagonista do agro nacional. A genética avançada tem papel decisivo nesse desempenho, garantindo estabilidade e eficiência nas lavouras.

Por trás de cada híbrido existe um processo complexo que vai dos laboratórios de pesquisa genética até os campos de ensaio. Pesquisadores analisam o genoma do milho em busca de características como produtividade, resistência a doenças e tolerância a seca e calor. Linhagens complementares são cruzadas e avaliadas em diferentes solos e climas do país, até que se obtenha um híbrido confiável, adaptado e produtivo.

“A base de tudo está no DNA da planta e na interação do genótipo com o ambiente. Pesquisadores analisam o genoma do milho em busca de características como produtividade, resistência a doenças, tolerância à seca e ao calor. Com um dos bancos genéticos mais robustos do setor, nós exploramos a diversidade presente em milhares de linhagens para desenvolver híbridos superiores, adaptados às mais diversas condições do campo brasileiro”, explica Cristian Rafael Brzezinski, Global Corn Research Manager da GDM, empresa líder global no melhoramento genético de sementes.

A biotecnologia adiciona novas camadas a esse processo, com eventos transgênicos, como o gene Bt para proteção contra pragas, e técnicas de edição gênica como CRISPR-Cas9, que permitem ajustes precisos no DNA da própria planta, acelerando o desenvolvimento de híbridos mais resistentes sem inserir genes externos. Cada semente passa por testes rigorosos de Valor de Cultivo e Uso (VCU) para comprovar sanidade, estabilidade e produtividade antes de chegar ao agricultor.

“Antes de chegar ao mercado, cada novo híbrido desenvolvido pela GDM passa por grande rede de testes em condições de manejo semelhantes ao dos agricultores e ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU), exigidos pelo Ministério da Agricultura, que atestam produtividade, sanidade e estabilidade em todas as regiões edafoclimáticas recomendadas. Somente após essa validação científica e regulatória é que a produção comercial começa garantindo ao agricultor uma semente de alta performance, pronta para entregar resultado”, conta Andre Gradowski de Figueiredo, Development Corn Manager da GDM.

Fonte e Foto: Agrolink/Leonardo Gottems

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Congresso de Sementes das Américas marca integração histórica entre ciência, regulação e mercado

Diretores da SAA e da Abrasem avaliam resultados e destacam avanços em inovação, sustentabilidade e legislação

O Congresso de Sementes das Américas, realizado entre 29 de setembro e 1º de outubro em Foz do Iguaçu, consolidou-se como o maior já organizado pela Seed Association of the Americas (SAA), em parceria com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). O encontro reuniu aproximadamente 500 especialistas de 18 países, entre pesquisadores, produtores, reguladores e representantes da academia, unindo setores público e privado em um formato considerado inédito.

O modelo inovador integrou, em uma mesma semana, sessões plenárias, painéis acadêmicos, encontros regulatórios, rodadas de negócios, exposição de startups e apresentações de pesquisas científicas. Para o diretor-executivo da SAA, Diego Risso, essa combinação foi o ponto alto do evento. “O Congresso foi um sucesso pela qualidade dos participantes, pelo nível de liderança presente e pela diversidade de atividades propostas”, destacou.

Durante dois dias e meio de plenárias, os debates abordaram temas de última geração em biotecnologia, edição gênica, tratamento de sementes, fitossanidade e tendências regulatórias. Paralelamente, empresas e instituições tiveram a oportunidade de apresentar tecnologias, buscar novos germoplasmas, fechar contratos de multiplicação de sementes e dialogar diretamente com governos sobre marcos regulatórios.

Segundo Risso, o grande diferencial foi reunir, em um só lugar, todos os elos da cadeia de valor das sementes. “Queríamos posicionar a inovação no centro do debate, mas sempre considerando o acesso dos agricultores. Se há pesquisa e investimento, mas a regulação não acompanha, o produto nunca chegará ao campo”, afirmou.

Ele também destacou a importância de conectar consumidores, agricultores, centros de pesquisa e empresas. “Precisamos de uma cadeia integrada, em que a sociedade demanda alimentos mais saudáveis e sustentáveis, enquanto os produtores têm acesso às tecnologias que podem entregar isso”, explicou.

A sustentabilidade foi outro ponto central. “O setor de sementes é um negócio de longo prazo. Não podemos produzir tecnologias que não sejam seguras e sustentáveis. Sustentabilidade não é apenas ambiental, mas também econômica e social. Cada elo da cadeia precisa estar alinhado com esses princípios”, ressaltou Risso.

Resultados refletem em ganhos para agricultores e sociedade

O presidente-executivo da Abrasem, Ronaldo Troncha, reforçou que o evento deixa um legado para o setor. “Foi um evento histórico, reunindo academia, reguladores e produtores, e deixará um legado para o setor de sementes. Tudo o que foi discutido aqui vai se refletir em ganhos concretos para o setor e para a sociedade como um todo”, afirmou.

Troncha destacou ainda a forte presença da equipe do Ministério da Agricultura e Pecuária, incluindo o Secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, que representou o ministro Carlos Fávaro. Entre os temas de maior impacto, ele citou o avanço na atualização da Lei de Proteção de Cultivares, de 1997.

Após meses de debates coordenados pelo Instituto Pensar Agropecuário (IPA), foi aprovado um texto de consenso na Comissão de Agricultura da Câmara (CAPADR), que amplia prazos de proteção de cultivares de 15 para até 25 anos, reforça o pagamento de royalties e criminaliza a pirataria de sementes em esferas penal, civil e administrativa. “O grande avanço é dar fôlego à pesquisa e ao desenvolvimento, garantindo retorno aos investimentos feitos no país”, destacou Troncha.

Ele lembrou ainda que os pequenos produtores continuarão amparados na legislação, mas o combate à semente ilegal será fortalecido, estimulando inovação e competitividade. Segundo ele, os reflexos chegarão também à sociedade. “A atualização da lei deve contribuir para maior produtividade agrícola, recuperação de áreas degradadas e aumento da produção, impactando positivamente os preços internos e a capacidade do Brasil de abastecer o mundo”, avaliou.

Troncha encerrou reforçando o papel do produtor brasileiro na preservação ambiental. “Nenhuma propriedade rural pode ter menos de 20% de área de reserva legal, chegando a 80% na Amazônia. Isso significa que cerca de 66% do território nacional está preservado, um benefício que toda a população mundial recebe graças ao esforço dos produtores”, concluiu.

O Brasil se destaca globalmente na produção e comercialização de sementes, movimentando um mercado de 6,2 bilhões de dólares anualmente. O país ocupa uma posição estratégica, sendo um dos maiores produtores mundiais e o principal mercado de sementes da América Latina. “A liderança impulsiona a exportação de tecnologias genéticas e garante a base para a alta produtividade do agronegócio nacional, consolidando a relevância do setor para a economia e a segurança alimentar global”, reforça Ronaldo Troncha.

Serviços Acesse o Link saber mais sobre o Congresso

Fonte e Foto: Assessoria de Imprensa Abrasem Paraná

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Show Rural reúne montadoras de olho nos preparativos da 38ª edição

Diretores e representantes de mais de 90 empresas especializadas na montagem de estandes, provenientes dos mais diferentes cantos do País, participaram, no último dia 2, de reunião organizada pela coordenação do Show Rural Coopavel. O encontro é tradicional e marca uma das fases decisivas do pré-evento, que neste ano será desenvolvido de 9 a 13 de fevereiro, no parque tecnológico da cooperativa, em Cascavel, no Oeste do Paraná.

Aberta pelo coordenador geral, o agrônomo Rogério Rizzardi, a reunião teve por finalidade o alinhamento de normas e procedimentos que garantam a correta execução dos trabalhos, além de reforçar cuidados fundamentais para a segurança de todos os profissionais envolvidos. Um dos pontos tratados foi a revisão do regulamento geral, prazos, entrega de documentos e atualização de exigências técnicas.

Uma apresentação de equipe da Sesmet (Segurança e Medicina do Trabalho) passou uma mensagem importante sobre cuidados preventivos a acidente e utilização de equipes de segurança. A peça foi encenada, semanas atrás, junto às unidades do complexo industrial e também das filiais da Coopavel, integrando um projeto de atenção e de valorização de colaboradores que ganha cada vez mais força junto à cooperativa.

Missão

Rizzardi destacou que a reunião reforça a missão conjunta de preparar mais uma edição à altura da importância do Show Rural Coopavel. “Temos todos a responsabilidade de organizar um dos maiores eventos técnicos do agronegócio mundial. Cada detalhe faz diferença para garantir excelência, inovação e segurança a expositores e a visitantes”.

Além das orientações práticas, o encontro também estimulou o relacionamento e a integração entre os participantes. Muitas das empresas presentes acumulam décadas de colaboração com o Show Rural, consolidando uma parceria de confiança que contribui diretamente para o sucesso e a credibilidade do evento, comenta a gerente Adriana Gomes.

Com o tema A força de que vem de dentro, a edição de 2026 vai reunir 600 expositores, os maiores de cada segmento da cadeia do agro brasileiro e mundial. A expectativa é reunir produtores rurais, técnicos, acadêmicos, mulheres e filhos de agricultores, além de diretores de empresas nacionais e estrangeiras, para um evento que é referência em qualidade, organização e que se transforma em palco a novidades e inovações para o agro. O Show Rural Coopavel abre o calendário anual brasileiro dos grandes eventos do setor.

Fonte e Foto: Assessoria de Imprensa Coopavel

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Trigo no Sul do Brasil: Mercado lento

O mercado de trigo segue em ritmo lento no Sul do Brasil, com negócios limitados e preços em ligeira queda. Segundo a TF Agroeconômica, as lavouras do Rio Grande do Sul se desenvolvem bem, com chuvas recentes entre 15mm e 70mm, embora haja relatos de acamamento em algumas regiões devido ao vento. Cerca de 12% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 38% em floração, 35% em enchimento de grãos e 10% em maturação, com poucas áreas colhidas, ainda abaixo de 1% do total. O perfilhamento foi considerado excelente, com expectativa de produção superior a 3.200.000 toneladas e produtividade acima de 3.000 kg/hectare.

No estado, o trigo disponível permanece parado, com moinhos cobertos e acompanhando as oscilações de preços e câmbio. Indicações recentes apontam R$ 1.100,00 no interior para retirada em outubro e pagamento em novembro, enquanto o mercado futuro opera de lado, com pequenos negócios a R$ 1.150,00 posto moinho, ainda sem fechamento significativo. Para exportação, preços de dezembro giram em torno de R$ 1.150,00, com deságio de 20% para trigo de ração, refletindo menor volume vendido a termo: cerca de 130.000 toneladas, contra 300.000 em 2024.

Em Santa Catarina, vendedores pedem preços FOB próximos ao que os moinhos estão dispostos a pagar CIF, mas negócios concretos são raros. Últimos valores pagos aos produtores variam de R$ 62,00 a R$ 72,25/saca, com recuos recentes em várias praças. No Paraná, a pressão da oferta mantém os preços em queda, com moinhos comprando trigo de qualidade pão/melhorador a R$ 1.240 FOB e trigo gaúcho PH>78, FN>280 a R$ 1.040 FOB para outubro/novembro.

O trigo importado permanece sem negociação significativa, travado por notícias da Argentina, com valores paraguaio e argentino nacionalizado entre US$ 230 e US$ 269,00 dependendo do porto e do prazo. A média de preços pagos aos produtores caiu 2,04% na semana, para R$ 66,62, ampliando o prejuízo em relação ao custo de produção atualizado de R$ 74,63/hectare.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Divulgação

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Brasil consolida posição de destaque nas exportações de Feijão e Gergelim em 2025

O Brasil vive um momento histórico no comércio internacional de grãos especiais. Dados consolidados até setembro de 2025 mostram que o país atingiu 361.864 toneladas de Feijão exportadas — o maior volume já registrado — e 349.674 toneladas de Gergelim embarcadas para o exterior, também um recorde absoluto.

No caso do Feijão, o destaque vai para o avanço da diversificação de cultivares e mercados. O grande protagonista deste ano é o Feijão-Mungo-Preto, lançado oficialmente pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 2024. A variedade, que até pouco tempo não era cultivada no país, já alcançou 171 mil toneladas exportadas, posicionando o Brasil entre os principais fornecedores mundiais dessa leguminosa.

Outros tipos de Feijão também ganharam força. O Feijão-Preto, que até 2023 era importado em grande escala, atingiu 59 mil toneladas exportadas. Os Feijões Rajado, Vermelho e Branco somam 54 mil toneladas, e o Feijão-Caupi Branco, produzido especialmente no Mato Grosso, responde por mais 66 mil toneladas. Tudo isso sem afetar o abastecimento interno, ainda sustentado pelo Feijão-Carioca, que representa cerca de 65% da produção nacional e permanece voltado ao consumo doméstico.

Esse avanço é resultado direto da integração entre pesquisa, produtores e exportadores. Instituições como IAC, Embrapa e IDR-Paraná vêm desenvolvendo novas cultivares mais produtivas e adaptadas às condições brasileiras, enquanto produtores e exportadores assumem o protagonismo na adoção de tecnologia, financiamento e comercialização.

O projeto Brazil Super Foods, uma parceria entre APEXBrasil e IBRAFE (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses), tem sido fundamental nesse processo. Por meio de ações de marketing internacional e presença em feiras estratégicas, o projeto vem consolidando a imagem do Feijão e do Gergelim brasileiros como superalimentos de alto valor nutricional e sustentabilidade comprovada. Metade dos recursos investidos no projeto é aportada diretamente pelos exportadores, demonstrando o engajamento do setor privado.

Já o Gergelim vem confirmando seu potencial como uma das culturas mais promissoras do agronegócio nacional. Em setembro de 2025, o Brasil exportou 109 mil toneladas, um aumento de 60,3% em relação a agosto. Os principais destinos foram China (64 mil toneladas, 58% do total), Índia (23 mil toneladas), Vietnã (7 mil toneladas) e Turquia (6 mil toneladas). No acumulado do ano, o país totaliza 349.674 toneladas exportadas, consolidando-se entre os maiores exportadores mundiais da oleaginosa.

Para Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE, o desempenho reflete um novo ciclo de maturidade para o setor. “O Brasil está mostrando que é capaz de unir tecnologia, sustentabilidade e estratégia comercial. Feijão e Gergelim deixaram de ser culturas complementares e passaram a ser pilares da nova pauta exportadora do agro brasileiro, com alto valor agregado e reconhecimento mundial”, afirma

Com produtividade crescente e novos mercados se abrindo, o país consolida sua imagem como fornecedor confiável de alimentos de verdade, reforçando o papel do Feijão e do Gergelim brasileiros na segurança alimentar global.

Fonte: IBRAFE Foto: Divulgação

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Revista APASEM 2025

Durante o 10º Congresso de Sementes das Américas (SAA), realizado nesta semana em Foz do Iguaçu, a APASEM lançou a edição 2025 de sua revista institucional. A publicação traz conteúdos de grande relevância para o setor, como uma entrevista com Mariangela Hungria — a primeira brasileira a receber o Prêmio Mundial de Alimentação — e uma reportagem sobre a importância dos treinamentos em análise de sementes promovidos nos LAS APASEM, entre vários outros temas. Os participantes do congresso já puderam garantir o seu exemplar em primeira mão.

A APASEM agradece a todos os apoiadores da 9ª edição da revista, que contribuíram para o fortalecimento dessa importante publicação.

OR Genetica
Agro 1
Sementes Mauá
SafraBag
Laborsan
Coprossel
Agrotis
Dicalab
Sol Campo
Bayer
Biotrigo/GDM
Sicredi
Cold Line
Cocari
Castrolanda
Profile

Não perca a oportunidade de estar na próxima edição da Revista APASEM, lançada sempre onde se encontra o setor de sementes.

Crédito ABRASEM

CRISPR e Lei de Cultivares moldam o futuro da agricultura

Tecnologia acelera o melhoramento genético de sementes enquanto legislação busca frear pirataria e garantir inovação no campo

Jhony Möller, Diretor Executivo da Apasem (Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas), nesta quarta-feira (1º), durante o 10º Congresso de Sementes das Américas (SAA Seed Congress), realizado em Foz do Iguaçu, destacou como os avanços tecnológicos estão revolucionando o melhoramento genético de plantas. Segundo ele, os métodos tradicionais, que antes exigiam de 10 a 15 anos de cruzamentos para desenvolver uma nova variedade, foram substituídos por ferramentas modernas como o CRISPR (tecnologia de edição genética), que permitem intervenções mais rápidas e precisas nos genes.

Diferente da transgenia, explicou Möller, a edição genética não necessariamente adiciona genes externos, mas atua em ligações internas, “ligando ou desligando” funções específicas. Ele citou como exemplo a soja tolerante à seca: “ao desativar um gene responsável por reduzir a atividade da planta em períodos de estiagem, foi possível criar uma variedade capaz de manter-se ativa até a volta das chuvas”.

Esse tipo de inovação, avalia o executivo, não representa apenas ganhos em produtividade, mas também maior resiliência das lavouras diante de fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña, que impactam diretamente a disponibilidade de água nas safras. “Estamos diante de um salto científico que torna a condução das lavouras mais segura e sustentável”, afirmou.

O impacto vai além da soja. Culturas como o tomate já estão sendo estudadas para incluir características que não só reforçam a resistência, mas também trazem benefícios à saúde humana. Uma das pesquisas em andamento busca variedades capazes de contribuir para a saúde cardiovascular, ampliando o alcance da biotecnologia da produção de alimentos para a qualidade de vida das pessoas.

LPC é um pilar essencial

Paralelamente, a tecnologia de edição genética se soma à Lei de Proteção de Cultivares, apontada como um pilar essencial para fortalecer a inovação no setor agrícola. A legislação, apoiada por associações estaduais e pela Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas), estabelece responsabilidades claras sobre a produção de sementes, desde o desenvolvimento de germoplasma até a cobrança de royalties.

Um dos pontos centrais da lei é o combate à pirataria de sementes, prática que gera perdas bilionárias. Estudos apontam que cerca de 11% da soja cultivada no Brasil é plantada com sementes piratas, resultando em prejuízo anual de aproximadamente R$ 10 bilhões. “Quando combatemos a pirataria, não estamos apenas protegendo os obtentores, mas fortalecendo toda a cadeia produtiva, garantindo arrecadação tributária e criando um ambiente mais justo para a agricultura avançar”, reforçou Möller.

Na avaliação do dirigente, tanto o avanço científico quanto o respaldo legal caminham juntos para impulsionar a agricultura sustentável, conciliando produtividade, inovação, segurança alimentar e responsabilidade ambiental.

Fonte e Foto: ABRASEM

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Propriedade intelectual e pirataria de sementes em debate no Congresso das Américas

Evento em Foz do Iguaçu reúne 400 especialistas de 18 países e destaca desafios regulatórios e inovação no setor agrícola

O Congresso de Sementes das Américas, realizado em Foz do Iguaçu, entrou em sua reta final com debates que colocaram a propriedade intelectual no centro das discussões. O evento reúne mais de 400 pesquisadores de 18 países e encerra nesta quarta-feira (1º), com painéis sobre melhoramento de plantas, edição gênica, fitossanidade e o painel “Sementes na encruzilhada”.

No painel “Criação de valor da propriedade intelectual”, Miguel Rapela, professor e pesquisador da Universidade Austral, apresentou um panorama comparativo sobre as legislações de proteção de variedades vegetais (PBR) no Cone Sul. Segundo ele, há semelhanças entre os países, como a pressão de empresas contra o uso de sementes salvas pelos agricultores e a busca pela modernização das normas. “Vivemos um cenário de avanços desiguais, sobreposição de regras e concentração de mercado, o que exige uma agenda regional mais alinhada”, destacou Rapela.

Na prática, a propriedade intelectual de sementes garante aos pesquisadores e melhoristas o direito sobre novas variedades desenvolvidas, reconhecendo o esforço e o investimento em inovação. Isso significa que, ao criar sementes mais resistentes, produtivas ou adaptadas às mudanças climáticas, os criadores passam a ter proteção legal e recebem compensação financeira por meio de royalties.

O sistema não só assegura retorno para quem investe em pesquisa, como também amplia o acesso dos agricultores a sementes de qualidade superior. O resultado é uma agricultura mais produtiva, sustentável e capaz de responder aos desafios globais de segurança alimentar.

Ainda dentro do tema sobre a segurança sobre a propriedade intelectual, Marlene Ortiz, da Associação Mexicana de Sementes, explicou que a pirataria é favorecida por preços baixos e pelo desconhecimento dos agricultores, que muitas vezes compram sementes ilegais acreditando serem originais.

Pirataria de sementes no Brasil causam prejuízos milionários

A pirataria de sementes de soja causa perdas estimadas em R$ 10 bilhões ao ano no Brasil, alerta a CropLife Brasil em estudo feito com a consultoria Céleres. Aproximadamente 11% da área plantada de soja no país utiliza sementes irregulares, sem registro no Ministério da Agricultura, o que equivale à área de cultivo do estado do Mato Grosso do Sul. No Rio Grande do Sul, esse percentual é ainda maior, com danos próximos a R$ 1,1 bilhão por safra. Recentemente, durante a Operação Semente Segura II, foram apreendidas mais de 3.000 toneladas de sementes piratas avaliadas em R$ 35 milhões.

Além do prejuízo financeiro, sementes ilegais comprometem qualidade, produtividade, trazem risco fitossanitário e enfraquecem o sistema de inovação genético. Catharina Pires, diretora de Biotecnologia e Germoplasma da CropLife Brasil, enfatiza que é urgente unir forças entre setor público e privado para enfrentar o problema: “Pirataria de sementes é um tema grave para a cadeia produtiva do agro. É preciso fomentar novas condutas, firmeza na fiscalização e punição conforme a legislação para quem persistir na prática dessa atividade ilegal.”

Encerrando o ciclo de debates, Lorelei Garagancea, representante da Federação Internacional de Sementes, destacou os avanços da UPOV (União Internacional para a Proteção de Obtenções Vegetais), organismo internacional que estabelece regras para a proteção de variedades vegetais. Ela ressaltou que o grande desafio é encontrar um equilíbrio entre os direitos dos obtentores — que investem em pesquisa para desenvolver novas sementes — e o acesso dos pequenos agricultores, que muitas vezes dependem da prática tradicional de guardar sementes de uma safra para outra.

Lorelei também explicou a importância do conceito de EDV (Variedade Essencialmente Derivada, na sigla em inglês). Esse mecanismo garante que, quando uma nova variedade de planta é criada a partir de outra já protegida, os direitos do obtentor original sejam reconhecidos. Na prática, isso evita cópias desleais e assegura um ambiente de competitividade justa e incentivo contínuo à inovação no setor de sementes.

Fonte e Foto: ABRASEM

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Soja deve manter produtividade média apesar de risco de La Niña

Com o plantio da safra 2025/26 em andamento, a soja brasileira deve manter produtividade próxima à média histórica, mesmo sob o risco de uma La Niña de baixa intensidade. A estimativa da Céleres é de 60,7 sacas por hectare, sustentando a produção nacional diante de desafios climáticos e econômicos.

A possível configuração de uma La Niña, ainda que branda, tende a não causar grandes desvios nas chuvas durante o ciclo de setembro a fevereiro. Isso favorece um cenário mais estável para o desenvolvimento da oleaginosa, especialmente nas principais regiões produtoras como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.

A produtividade estável se torna ainda mais relevante no contexto de estoques globais elevados. A manutenção do rendimento por hectare pode ser fator decisivo para reduzir inadimplência no setor, que enfrenta margens de lucro comprimidas e custos de financiamento elevados.

O relatório também alerta para o impacto da taxa de câmbio e dos preços internacionais, que seguem pressionados. Com a comercialização ainda lenta, os produtores devem priorizar o manejo eficiente e monitoramento climático como estratégias para proteger a rentabilidade.

Apesar do cenário relativamente neutro no clima, a recomendação é de cautela. Oscilações locais nas precipitações podem influenciar o resultado final da colheita, exigindo atenção redobrada nas decisões agronômicas ao longo da safra.

Para os produtores, a estratégia é garantir produtividade média pode ser suficiente para equilibrar as contas diante de um mercado externo desfavorável. A soja, mais uma vez, depende da eficiência no campo para manter sua competitividade global.

Fonte e Foto: Agrolink