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Aplicação do crédito rural da safra 2024/2025 somou R$ 330,9 bilhões

Faltando apenas um mês para o término do Plano Safra 2024/2025, já foram desembolsados, considerando todos os produtores rurais, R$ 330,93 bilhões no período de julho/2024 a maio/2025, um avanço de 11% em relação ao mês anterior.

Em relação aos beneficiários do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e demais produtores rurais, foram desembolsados R$ 273,84 bilhões em maio, ou seja, um incremento de R$ 27 bilhões se comparados com o mês de abril. Essa performance compreende os financiamentos de custeio, com R$ 155,07 bilhões; os de investimento, R$ 56,97 bilhões; e os de comercialização e industrialização, que somam R$ 70,90 bilhões.

Esse volume de crédito desembolsado pelo Pronamp e pelos demais produtores rurais corresponde a cerca de 68% da programação estabelecida para a safra em vigor e a 82% dos recursos desembolsados no mesmo período da safra 2023/2024, que foi de R$ 332,50 bilhões.

A diferença verificada ocorre apenas em decorrência da performance relacionada aos demais produtores rurais, que, em contrapartida, estão se financiando por meio de cédulas de produto rural, as CPRs, que até o mês de abril registravam emissões, no período de julho/2024 a abril/2025, de R$ 331,4 bilhões, considerando aquelas emitidas em favor de instituições financeiras (R$ 150,5 bilhões) e as emitidas em favor do mercado de capitais (R$ 180,9 bilhões), resultando em R$ 116,2 bilhões a mais de financiamentos, por meio desse título, comparativamente ao mesmo período do ano agrícola anterior.

Como destaque, o Pronamp está com desempenho positivo em todas as finalidades de crédito, tanto em número de contratos como em valores desembolsados. Foram R$ 53,48 bilhões em 202.137 contratos. Em operações de custeio e de investimento, foram desembolsados R$ 47 bilhões e R$ 6,48 bilhões, em 174.243 e 27.894 contratos, respectivamente.

Dentre as fontes de recursos com performances superiores às da safra passada, destacam-se a Poupança Rural Controlada, com 24% de variação; os recursos equalizados do BNDES (13%); e os Recursos Livres Equalizáveis (181%). Nas fontes com taxas de juros não controladas, a Poupança Rural Livre teve variação de 113%.

No conjunto dos programas de investimento agropecuário, que possuem equalização de taxas de juros, há um saldo a ser comprometido de 29%, enquanto os recursos equalizáveis para custeio e comercialização apresentam um saldo de 14%.

Os valores apresentados representam a parcela dos financiamentos contratados efetivamente liberados ou concedidos, sendo, portanto, provisórios. A extração dos dados ocorreu no dia 4 de junho, do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB – https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/micrrural), que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural. Os valores definitivos só são divulgados, normalmente, após 35 dias do encerramento do mês considerado na avaliação.

Fonte e Foto: Mapa

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Com foco em culturas sensíveis, Estado reforça combate à deriva de agrotóxicos

A preocupação com a qualidade da uva e do bicho-da-seda, culturas com forte representatividade no Paraná, pautou a reunião técnica promovida nesta última sexta-feira (6) em Maringá, no Noroeste do Estado. O encontro foi na sede regional do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) e reuniu representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), empresas que atuam nos segmentos de defensivos e pesquisadores.

O foco foi a mitigação dos efeitos da deriva de agrotóxicos nessas culturas sensíveis. A deriva ocorre quando o defensivo aplicado em uma lavoura é transportado pelo vento ou por condições climáticas adversas para áreas vizinhas não alvo. Essa movimentação pode causar prejuízos em culturas como uva e amoreiras, impactar o solo e afetar a qualidade ambiental.

Durante o evento, o diretor de Defesa Agropecuária da Adapar, Renato Young Blood, destacou os avanços obtidos pela agência nos últimos anos no enfrentamento à deriva de agrotóxicos e à aplicação inadequada de defensivos agrícolas. Ele reforçou que a Adapar vem investindo em ações estruturadas de fiscalização e orientação dos produtores.

“Nos últimos cinco anos, capacitamos nossos fiscais e investimos nas melhorias nos pulverizadores em Marialva. Conseguimos reverter a situação, e hoje mais de 90% dos maquinários estão com a qualidade adequada para aplicar os defensivos agrícolas”, disse.

Como parte desse esforço, a Adapar realizou em 2023 uma grande operação de fiscalização de pulverizadores na região Noroeste, com foco no município de Marialva — maior produtor de uva do Estado, conforme o Valor Bruto da Produção (VBP) de 2023. A cidade registrou mais de 10 mil toneladas colhidas, com VBP de R$ 70,4 milhões. A Operação Agro+ inspecionou 260 equipamentos, e os fiscais da Adapar também orientaram os produtores rurais sobre a correção das irregularidades encontradas.

Sericultura

Outra cultura sensível aos efeitos da deriva é o bicho-da-seda. Na sericicultura, o uso inadequado de inseticidas pode contaminar as amoreiras — principal alimento das lagartas — e comprometer a produção de casulos, gerando perdas econômicas aos produtores.

O Paraná é o maior produtor de casulos do país. Em 2023, o Estado produziu 1,4 mil toneladas, o que representa 86% da produção nacional, com um VBP de R$ 39,2 milhões. Nova Esperança, no Noroeste, é o município líder na atividade, com 138,8 toneladas produzidas em 277 hectares.

A situação da sericicultura foi também um dos pontos destacados no encontro, e a Adapar reforçou a inclusão dessa cadeia produtiva como prioridade na pauta de combate à deriva, com o objetivo de ampliar as ações de prevenção e orientação em regiões de maior sensibilidade.

O encontro também abordou aspectos técnicos e contribuições da pesquisa. As empresas participantes acompanharam apresentações da defesa agropecuária sobre o uso e aplicação adequada destes defensivos, e sobre os cadastros de pomares de uva na Adapar. As empresas tiveram também um espaço para contribuir com alternativas para vencer este desafio.

Outras ações

A reunião é um desdobramento de iniciativas em andamento no Estado. Em maio, o Paraná iniciou o mapeamento de pomares de uva como medida preventiva. O objetivo é identificar a localização e as características dessas áreas para melhor planejar ações educativas e de controle da deriva de agrotóxicos.

Fonte: AEN Foto: Adapar

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Evolução genética da soja no Brasil: avanço estratégico para a cadeia de multiplicação de sementes

A trajetória da soja no Brasil é marcada por impressionante inovação genética e evolução constante do germoplasma, fatores decisivos para o país alcançar a liderança global na produção e exportação desse grão. De uma cultura pouco expressiva nos anos 1960 até alcançar uma produção recorde estimada em 167,3 milhões de toneladas na safra 2024/2025, segundo levantamento da CONAB, os resultados têm superado positivamente as expectativas, especialmente em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, onde recordes de produtividade foram obtidos.

Nos últimos 59 anos, conforme o livro “A Saga da Soja: de 1050 a.C. a 2050 d.C.”, produzido pela Embrapa, a produção brasileira de soja expandiu-se à taxa média anual de 10,88%, impulsionada pela ampliação da área cultivada, que cresceu a 8,98% ao ano, aliada a ganhos expressivos de produtividade que acumularam crescimento de 173% no período. O papel central dessa evolução foi desempenhado pela genética incorporada às sementes de soja e amplamente disseminada pelos multiplicadores aos sojicultores nacionais.

Desde a década de 1970, quando variedades adaptadas às condições tropicais brasileiras foram desenvolvidas, a soja conquistou novos territórios agrícolas especialmente no Cerrado. O avanço genético trouxe resistências a doenças, maior adaptação climática, produtividade crescente e características adequadas às exigências dos mercados internacionais.

A biotecnologia, notadamente a partir dos anos 2000, deu grande impulso a essa evolução. A adoção maciça de sementes transgênicas resistentes a herbicidas, insetos e doenças elevou expressivamente a produtividade e reduziu custos operacionais. Novas tecnologias, como a edição gênica por CRISPR-Cas9, prometem ser protagonistas dessa evolução contínua.

Na visão de Luiz Eduardo Salomão, diretor de Comunicação da ABRASS, a genética desempenha um papel crucial na agricultura moderna “Proporciona aos produtores a capacidade de aumentar sua produtividade e, consequentemente, sua renda. Ao desenvolver cultivares mais resistentes e adaptáveis, os avanços genéticos permitem que os agricultores produzam mais com menos recursos. Isso não apenas melhora a eficiência do uso da terra, mas também contribui para a segurança alimentar, ajudando a alimentar um número crescente de pessoas em todo o mundo. Com uma abordagem focada na inovação genética, podemos garantir um futuro mais sustentável e nutritivo para todos.”

Outro aspecto importante ressaltado pelo livro “A Saga da Soja” é o “efeito poupa terra” proporcionado pelas melhorias genéticas e pela adoção da biotecnologia. Entre 1960 e 2017, os avanços nessas áreas permitiram que a produtividade aumentasse significativamente, poupando aproximadamente 129 milhões de hectares que seriam necessários sem esses avanços tecnológicos. Isso evidencia a importância estratégica do aprimoramento genético para uma agricultura mais sustentável e eficiente.

Osli Barreto, Diretor Executivo da ABRASS, reforça esse aspecto estratégico: “O contínuo avanço no germoplasma da soja é fundamental para a sustentabilidade da cadeia no Brasil. Nosso papel é apoiar a pesquisa, difundir inovações e assegurar o acesso dos agricultores às melhores tecnologias existentes, garantindo resultados econômicos expressivos com a preservação do meio ambiente.”

Além disso, o estudo “A Cadeia produtiva de soja e o desenvolvimento econômico e regional no Brasil”, elaborado pelo pesquisador José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, do IPEA, ressalta que a soja desempenha papel fundamental na geração de emprego e desenvolvimento econômico regional. Municípios como Rio Verde (Goiás), Sorriso (Mato Grosso) e Campo Novo do Parecis (Mato Grosso) apresentaram aumentos significativos no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), graças à expansão da produção de soja. A alta tecnologia contida na soja, fruto de anos de desenvolvimento genético e de pesquisa, gera alto valor agregado aos produtos, promove renda, emprego e impulsiona o crescimento econômico local.

Finalmente, é imperioso mencionar que o setor agropecuário, especialmente a cadeia da soja, tem contribuído para saldos comerciais positivos desde 1989, segundo o estudo “Transformações no comércio agropecuário brasileiro no período recente: uma análise descritiva com base nas estatísticas do ComexStat”, do IPEA. Segundo a publicação, desde 2008, o saldo dos setores não agropecuários foi sempre negativo, de modo que os saldos comerciais positivos nos últimos quinze anos somente foram possíveis devido aos superávits comerciais agropecuários.

Nesse contexto, a ABRASS reforça seu compromisso em promover e apoiar o avanço genético das sementes de soja, “Reconhecemos que a genética incorporada e disseminada pelos multiplicadores é elemento essencial para manter o Brasil competitivo no cenário global e manter a balança comercial superavitária”, enfatiza André Schwening, Presidente da ABRASS.

Fonte e Foto: Assessoria de Comunicação ABRASS / Informativo Revista Seednews – Edição Maio/Junho 2025

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Do Solo ao Mercado: O Crescimento dos Bioinsumos no Brasil

Na Semana do Meio Ambiente, é oportuno refletir sobre soluções que harmonizem produtividade agrícola e preservação ambiental. Nesse contexto, o uso de bioinsumos desponta como uma das estratégias mais promissoras para reduzir impactos ambientais, melhorar a saúde do solo, preservar a biodiversidade, controlar pragas e aumentar a produtividade de maneira sustentável.

Bioinsumos são produtos de origem biológica, desenvolvidos a partir de microrganismos, extratos vegetais e outros recursos naturais. Eles têm conquistado espaço no campo brasileiro e se consolidam como aliados essenciais na busca por uma agricultura mais equilibrada. Segundo dados da CropLife Brasil, o mercado de produtos biológicos movimentou cerca de R$5 bilhões na safra 2023/2024, um aumento de 15% em relação ao ciclo anterior. Além disso, o segmento apresenta uma taxa média anual de crescimento de 21% nos últimos três anos — índice quatro vezes superior à média global.

Esse avanço reflete uma transformação na forma de produzir alimentos no país, com produtores cada vez mais conscientes da necessidade de adotar práticas que respeitem os recursos naturais. Os bioprodutos atuam de forma harmônica com o ambiente, favorecendo interações benéficas entre plantas, solo e microrganismos. Essa integração fortalece a estrutura do solo, melhora a absorção de nutrientes e reduz a dependência de fertilizantes químicos, evitando a contaminação de mananciais e estimulando um sistema produtivo mais equilibrado.

Outro benefício essencial dos bioinsumos é a preservação da biodiversidade. Ao estimular o equilíbrio ecológico no campo, esses produtos contribuem para manter inimigos naturais das pragas, diminuindo a necessidade de defensivos químicos que afetam insetos benéficos. Além disso, por atuarem de forma direcionada e menos agressiva, os insumos biológicos permitem um manejo mais seguro para o agricultor e o meio ambiente. Isso resulta em uma produção mais saudável e confiável para o consumidor, sem abrir mão da produtividade. Plantas mais vigorosas e menos suscetíveis a doenças tendem a apresentar desempenho agronômico superior, fortalecendo a rentabilidade do produtor e consolidando a competitividade do agronegócio brasileiro.

Esse movimento em prol dos bioinsumos conta com o respaldo de políticas públicas que incentivam práticas agrícolas responsáveis. Programas como o Plano Safra têm direcionado recursos para produtores que investem em tecnologias de menor impacto ambiental, além de iniciativas estaduais e federais que estimulam a pesquisa e o desenvolvimento de novas soluções biológicas.

Na Semana do Meio Ambiente, reconhecer a importância dos bioinsumos vai além de uma tendência: trata-se de uma necessidade para a agricultura moderna. O Brasil, como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, tem a responsabilidade de liderar a transição para sistemas agrícolas mais sustentáveis e resilientes. O crescimento expressivo do setor de produtos biológicos simboliza um compromisso com a produção responsável, a conservação dos recursos naturais e o futuro das próximas gerações.

Fonte: Assessoria de Imprensa VIVAbio/Fellipe Parreira Foto: Divulgação

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Movimentação geral nos portos paranaenses cresce 6,8% no primeiro quadrimestre

A movimentação geral dos portos paranaenses entre janeiro e abril de 2025 foi de 22.837.680 toneladas, número 6,8% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, que somou 21.377.501 toneladas. O volume aponta para uma sequência de bom desempenho após um ano com o maior volume de exportações e importações da história.

A soja em grão apresentou o maior volume exportado, com 5.495.034 toneladas, um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2024 (4.985.019 toneladas). O farelo de soja também apresentou um aumento expressivo no período, saindo de 1.986.107 toneladas em 2024 para 2.407.836 toneladas em 2025 — um crescimento de 21%.

No sentido importação, o destaque vai para os fertilizantes, que alcançaram a marca de 3.395.960 toneladas movimentadas nos portos paranaenses entre janeiro e abril deste ano. O volume está 7% acima do mesmo período do ano passado, quando foram registradas 3.179.252 toneladas do produto.

“O crescimento constante dos portos paranaenses nos últimos anos é resultado da atuação rigorosa da equipe técnica, tanto na logística quanto em todo o processo operacional”, pontuou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Recorde de caminhões

Devido à alta demanda por soja e farelo, a movimentação de veículos bateu recorde histórico no Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá no mesmo período. De janeiro a abril deste ano, 181.651 caminhões passaram pela triagem, superando o recorde anterior registrado no mesmo período de 2020, com 175.280 veículos.

Focado no recebimento de granéis sólidos vegetais, o pátio recebeu, majoritariamente, cargas de grãos de soja (5.495.034 toneladas) e farelo de soja (2.407.836 toneladas) nos quatro primeiros meses do ano. A maior parte dessas cargas veio dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.

“Temos um rigoroso sistema de análise que garante aos clientes o recebimento de produtos livres de materiais contaminantes, o que aumenta o interesse internacional pelos nossos produtos”, afirmou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

O Pátio de Triagem tem como objetivos principais retirar o excesso de veículos das vias de acesso ao porto e avaliar a qualidade das cargas a serem exportadas. A estrutura também é responsável pelo agendamento de dia e horário de entrada de cada caminhão, evitando filas na BR-277.

Contêineres

A movimentação de contêineres também aparece bem. A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, localizado dentro da estrutura portuária administrada pela Portos do Paraná, foi, pelo segundo ano consecutivo, o terminal da região Sul que mais movimentou contêineres no primeiro trimestre do ano.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), somando operações de exportação, importação e transbordo, a TCP atingiu a marca de 372.446 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados, recorde para o primeiro trimestre e que representa um crescimento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além do grande fluxo de porta-contêineres, a expectativa para 2025 é de aumento na movimentação por conta do aumento de calado – profundidade entre a parte mais baixa de uma embarcação até a linha da água – que passou de 12,10 metros para 12,80 metros a maré zero. As obras são fruto de investimento da Portos do Paraná. Com 70 centímetros adicionais de profundidade, navios que atracam e partem do cais da TCP podem transportar 560 TEUs adicionais por viagem.

Fonte e Foto: AEN

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Solução digital traz mais precisão na classificação de grãos

A Senior Sistemas apresenta no AgroSummit 2025 o AgroVerus, uma nova solução desenvolvida para tornar mais eficiente e precisa a classificação de grãos. A ferramenta foi criada para resolver desafios como falta de padronização, erros manuais, lentidão nos processos e riscos de fraudes, problemas comuns nas operações de compra, armazenamento e comercialização de commodities durante a safra.

O AgroVerus utiliza inteligência artificial com tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR), que permite capturar automaticamente, via câmera de celular, os dados exibidos nos equipamentos de classificação de grãos. A digitalização elimina etapas manuais, reduzindo falhas, aumentando a confiabilidade das informações e garantindo mais segurança operacional e jurídica.

“Automatizar esse processo significa mais agilidade e confiança para o produtor e para quem está na ponta da cadeia. O AgroVerus é uma tecnologia desenvolvida para resolver todos esses desafios e o seu lançamento no AgroSummit é uma forma de reafirmar o nosso compromisso com a inovação no agro”, diz Graciele Lima, head de Produto do Agronegócio da Senior.

A solução também armazena imagens das classificações para auditorias, registra qualquer intervenção manual com identificação do operador e motivo, além de se integrar a outros ERPs por meio de API. Com isso, promove maior agilidade nos processos, transparência nas negociações e mais controle sobre a operação.

Além do AgroVerus, a Senior destaca no evento suas soluções que combinam ERP e Inteligência Artificial. Essa integração permite otimizar processos, antecipar tendências, melhorar a gestão das operações e aumentar a produtividade no agronegócio, tornando o setor mais competitivo e preparado para os desafios do mercado.

“Os insights gerados pela IA são fundamentais para apontar anomalias no processo de classificação de grãos, sugerindo melhorias tanto para a empresa quanto para os produtores, o que é crucial para a competitividade no mercado”, comentou. “A soma de ERP e IA é um divisor de águas para o setor, pois proporciona ganhos de produtividade e uma gestão mais inteligente e adaptativa”, finaliza Breyer.

Fonte: Agrolink Foto: Canva

Pulverização de soja. Foto: Gilson Abreu/AEN

Vazio sanitário da soja inicia nesta segunda no Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste

Teve início nesta segunda-feira, 2 de junho, o período de vazio sanitário da soja para as regiões Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste do Paraná, que integram a Região 2 do escalonamento definido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A medida segue até 31 de agosto, com a liberação para o plantio da oleaginosa a partir de 1º de setembro de 2025, encerrando-se em 31 de dezembro.

Durante o vazio sanitário, é proibido cultivar ou manter plantas vivas de soja no campo. A medida visa evitar que a planta se torne hospedeira do fungo causador da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), principal doença da oleaginosa, devido à sua severidade, facilidade de disseminação, custo elevado de controle e potencial de reduzir a produtividade das lavouras.

No Paraná, os períodos do vazio sanitário foram escalonados em três etapas, conforme os diversos microclimas do Estado. A definição foi feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o objetivo de estabelecer os períodos mais adequados para o plantio e reduzir a propagação do fungo.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), vinculada à Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento, é responsável pela fiscalização em todo o território paranaense, devendo aplicar as penalidades previstas em legislação aos produtores que não fizerem a erradicação das plantas vivas de soja durante o período do vazio sanitário. Também cabe à autarquia o controle e cumprimento das datas para a janela de plantio da cultura no Estado.

O Departamento de Sanidade Vegetal da Adapar (DESV) reforça que é importante que todos os agricultores adotem esse cuidado em suas propriedades. A agência destaca que a medida sanitária somente será efetiva com o monitoramento de todos os locais que possam conter plantas vivas de soja e a eliminação imediata caso alguma seja detectada.

Regiões e datas

A Portaria n.º 1.271, de 30 de abril de 2025, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, estabelece as normas para o vazio sanitário da soja.

Confira:

Na Região 1, que abrange os municípios do Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral do Paraná, o vazio sanitário inicia em 21 de junho e segue até 19 de setembro. O plantio poderá ser realizado de 20 de setembro de 2025 até 20 de janeiro de 2026.

Região 2, que abrange Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste do Paraná, começa em 02 de junho e segue até 31 de agosto, com semeadura a partir de 1º de setembro e se encerrando em 31 de dezembro.

Na Região 3, que compreende os municípios do Sudoeste do Estado, o vazio sanitário começa em 12 de junho e termina em 10 de setembro. A semeadura está autorizada entre 11 de setembro e 10 de janeiro de 2026.

Fonte e Foto: Adapar

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Milho segue travado em várias regiões

De acordo com informações da TF Agroeconômica, o mercado de milho segue travado em várias regiões do Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, a comercialização permanece lenta, com preços estáveis e baixa liquidez. As cotações seguem em R$ 66,00 em Santa Rosa e Ijuí, R$ 67,00 em Não-Me-Toque, R$ 68,00 em Marau, Gaurama e Seberi, e R$ 69,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro. No interior, os vendedores pedem entre R$ 65,00 e R$ 68,00, enquanto o preço de pedra em Panambi permanece em R$ 61,00 por saca.

Em Santa Catarina, mesmo com a maior safra de milho da história, o mercado também está parado devido à falta de acordo nos preços. No Planalto Norte, os produtores pedem R$ 82,00, mas as ofertas chegam no máximo a R$ 79,00. Situação semelhante ocorre em Campos Novos, onde os pedidos vão de R$ 83,00 a R$ 85,00, contra propostas de até R$ 80,00 CIF. A média estadual caiu para R$ 72,00, com variações como R$ 72,70 em Joaçaba, R$ 77,13 em Chapecó, R$ 62,00 em Palma Sola e R$ 66,00 em Rio do Sul.

No Paraná, o clima incerto e a baixa demanda continuam travando o mercado, mesmo com expectativa de safra recorde. As cotações atuais variam entre R$ 59,36 e R$ 61,46 por saca, com quedas nas principais regiões produtoras. Nos Campos Gerais, milho para entrega imediata é negociado a R$ 76,00 FOB, mas há produtores pedindo até R$ 80,00. A colheita da segunda safra avança lentamente, com apenas 1% da área total colhida até o final de maio, segundo o Deral.

Em Mato Grosso do Sul, o cenário também é de mercado travado, à espera da colheita da segunda safra. Os preços estão em R$ 55,00 em Dourados e Chapadão do Sul, R$ 59,00 em Maracaju, R$ 60,00 em Campo Grande e R$ 61,00 em Sidrolândia. A chegada de uma frente fria, com risco de geadas até o início de junho, preocupa os produtores, especialmente porque boa parte das lavouras está em fase sensível.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Claudio Neves/APPA

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Pesquisa identifica fungos do solo que eliminam 100% o mofo-branco, que afetam soja, feijão e algodão

Cientistas brasileiros identificaram espécies de fungos do gênero Trichoderma capazes de eliminar completamente os escleródios (estruturas de resistência) do Sclerotinia sclerotiorum , fungo causador da doença que prejudica cultivos estratégicos como soja, feijão e algodão. Os resultados, obtidos em laboratório, indicam um novo caminho para o controle biológico da doença, historicamente combatida com fungicidas químicos de alto custo e impacto ambiental.

O estudo foi coordenado pela pesquisadora Laísy Bertanha, da Universidade Estadual Paulista ( Unesp ), com orientação do pesquisador da Embrapa Wagner Bettiol. Uma pesquisa conjunta de Trichoderma yunnanense e Trichoderma dorotheae que inibem até 100% a germinação do patógeno. O desempenho de destaque foi do Trichoderma yunnanense , com 97,5% de eficácia na prevenção da germinação, evidenciando seu potencial para uso como biofungicida.

Alternativa ao controle químico

Os pesquisadores contam que o mofo-branco é uma doença de difícil controle devido à longa sobrevivência de seus escleródios no solo. O combate tradicionalmente depende do uso intensivo de fungicidas, que apresentam alto custo, riscos ambientais e podem induzir resistência a patógenos. A adoção do biocontrole com Trichoderma oferece uma solução mais segura e sustentável.

Segundo Bertanha, o uso combinado de diferentes cepas de Trichoderma pode aumentar a eficácia do controle biológico, reduzindo a presença da doença no solo. A pesquisa reforça a importância de isolar microrganismos no mesmo ambiente onde serão aplicados, maximizando sua capacidade de suprimir patógenos.

Biocontrole deve ser combinado com outras práticas

O estudo não mostra o crescimento do mercado de biopesticidas, impulsionado pela demanda por práticas agrícolas mais sustentáveis. O Brasil tem expandido o uso de Trichoderma no manejo de doenças desde a década de 1980, mas desafios persistem, como a produção em larga escala, a compatibilidade com práticas tradicionais e a capacitação de agricultores, explica Bettiol.

No manejo integrado de doenças, o biocontrole deve ser combinado com práticas como a rotação de culturas, que reduza a presença do patógeno no solo. A rotação com gramíneas, por exemplo, é eficaz, pois essas plantas não são hospedeiras do fungo Sclerotinia sclerotiorum , o agente causal do mofo-branco. Além disso, a adição de matéria orgânica no solo pode favorecer microrganismos benéficos, aumentando a resistência natural das áreas cultivadas.

Outra estratégia essencial no controle do mofo-branco é o uso de sementes de alta qualidade. Como a doença é monocíclica, ou seja, o inóculo inicial tem grande impacto na severidade da epidemia, o uso de sementes de patógenos e a sanitização de máquinas agrícolas são medidas fundamentais para evitar a dispersão do fungo, comenta Bertanha.

Reduza também a agressividade do mofo-branco

Esses agentes biológicos interferem na síntese química como o ácido oxálico, essencial para a virulência do fungo, aumentando sua capacidade de causar infecções graves.

A seleção de microrganismos eficazes é um processo rigoroso, que envolve cepas isoladas com alto potencial de controle. Durante a pesquisa, Bertanha incluiu nove espécies diferentes de Trichoderma em áreas de agricultura orgânica, sendo que Trichoderma yunnanense e Trichoderma atrobrunneum se destacaram na supressão do mofo-branco.

O Trichoderma yunnanense foi isolado de solos cultivados com feijão irrigado, conta Bettiol. Ele destaca que a diversidade microbiana só tem relação direta com sua capacidade de suprimir patógenos, tornando o biocontrole uma ferramenta valiosa na busca por sistemas agrícolas mais equilibrados e resilientes. Pesquisas indicam que o biocontrole também pode reduzir a agressividade deste e de outros patógenos.

A efetividade do biocontrole depende da adoção de estratégias integradas, combinando biofungicidas, práticas culturais e, quando necessário, produtos químicos. “Essa abordagem permite um manejo mais eficiente do mofo-branco, mais impactos ambientais e promove uma agricultura mais sustentável”, conclui Bettiol.

A liderança brasileira em bioinsumos

O mercado global de bioinsumos agrícolas cresce, em média, 14% ao ano. No Brasil, o ritmo é ainda mais intenso: só entre 2021 e 2022, o setor cresceu 67%, segundo a Embrapa. Estima-se que o país responda por cerca de 20% do consumo mundial desses produtos.

O País é o maior mercado mundial de bioinsumos para controle biológico. A combinação de clima tropical, grande extensão agrícola e pressão por soluções sustentáveis ​​explica a vanguarda brasileira. A liderança do Brasil mostra que é possível aliar produtividade a inovação de baixo impacto ambiental. De acordo com Bettiol, o Brasil precisa trabalhar duro para manter essa importante liderança obtida à base de muito investimento na pesquisa básica de controle biológico ao longo dos anos. Precisamos agora investir ainda mais em pesquisa e desenvolvimento e também em treinamento para que esta ferramenta também chegue até os pequenos e médios agricultores brasileiros. É urgente desenvolver biofungicidas para o controle da ferrugem do cafeeiro e da ferrugem asiática da soja. Também precisamos de muitas pesquisas conjuntas com as empresas para o desenvolvimento urgente de bioherbicidas.

Grandes mercados agrícolas, como Estados Unidos, Europa e China, também ampliam o uso de produtos biológicos, reduzindo a dependência de produtos químicos. A urgência climática e a exigência por alimentos mais limpos impulsionaram essa virada.

O uso de bioinsumos reduz resíduos químicos no solo e na água, preserva a biodiversidade e diminui as emissões de gases de efeito estufa. Economicamente, representa menor custo a longo prazo e menor risco de resistência de sentenças. Socialmente, estimula cadeias locais de produção e uso de tecnologias adaptadas à agricultura familiar.

Fonte e Foto: Embrapa