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Brasil registra maior volume de soja exportada para a China

As exportações brasileiras de soja atingiram um patamar histórico em março de 2025, com destaque para a forte demanda chinesa. Segundo informações do boletim informativo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a China importou 11,14 milhões de toneladas do grão brasileiro no mês — o maior volume já registrado para março. O número representa um salto expressivo de 122,67% em relação a fevereiro e um avanço de 23,97% na comparação com o mesmo período de 2024.

Esse desempenho reforça o protagonismo do Brasil no mercado global de soja, especialmente em meio a um cenário internacional de incertezas. O relatório do Imea também revela que os Estados Unidos, principal concorrente do Brasil nesse mercado, exportaram apenas 1,80 milhão de toneladas para a China em março. Apesar de ser um crescimento de 2,22% na comparação anual, o volume ainda é significativamente inferior ao brasileiro.
De acordo com o boletim, os embarques norte-americanos ainda não refletem completamente os impactos das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A expectativa é de que esse conflito tarifário ganhe força a partir da próxima safra, o que pode abrir ainda mais espaço para o Brasil ampliar sua fatia no comércio internacional do grão.

As projeções para abril seguem otimistas. O Imea destaca que, até o nono dia útil do mês, o ritmo médio diário de embarques brasileiros está 110,24 mil toneladas acima do registrado em abril de 2024. A tendência é de manutenção do volume elevado, puxado sobretudo pela demanda da China, que deve continuar sendo o principal destino da soja brasileira.

O cenário atual também reacende o debate sobre investimentos em infraestrutura portuária e armazenagem para sustentar esse ritmo crescente nos próximos anos.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

Treinamento ‘Amostrador de sementes’ será nos dias 5 e 6 de maio

A APASEM está com inscrições abertas para o treinamento ‘Amostrador de Sementes’, voltado à profissionais das áreas de laboratórios e sementes. Ministrado pelo instrutor Dr. Jonas Farias Pinto, o treinamento será realizado em Ponta Grossa, nos dias 5 e 6 de maio.

O investimento no curso é de R$ 1.500,00. Ele foi desenvolvido para atender às demandas de um mercado que busca cada vez mais qualidade, segurança e eficiência nos processos laboratoriais e na cadeia de sementes. Além de ser essencial para profissionais que desejam atuar na coleta de amostras de sementes com qualidade e segurança, atendendo às exigências regulatórias e técnicas.

1) Atributos da Qualidade das Sementes sobre qualidade de sementes
✓ Noções básicas

2) Noções de Beneficiamento e Armazenamento
✓ Visão geral das etapas do beneficiamento

3) Programa Nacional de Sementes
✓ Principais aspectos legais que regem a produção, comercialização e uso de sementes no Brasil
✓ Os procedimentos legais que regem a amostragem

4) Amostragem de Sementes
✓ Objetivo e finalidade da amostragem
✓ Tipos de amostras
✓ Intensidade de amostragem
✓ Condições para amostragem
✓ Equipamentos de amostragem
✓ Procedimentos de homogeneização da amostra
✓ Documentos para a remessa da amostra

5) Prática de amostragem de sementes
✓ Amostragem em sacarias
✓ Amostragem em big-bags

6) Prática de Homogeneização e redução da amostra

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A antracnose do milho pode ter origem mesoamericana e ser fornecida com ajuda humana

Uma rede de pesquisadores de 17 países analisou a evolução do fungo Colletotrichum graminicola, causador da antracnose do milho, e parcerias três linhagens geneticamente distintas, potencialmente originárias da Mesoamérica. O estudo, que examinou 212 isolados provenientes dos cinco continentes, revelou que a propagação global do patógeno foi impulsionada por fatores naturais e humanos, com destaque para a troca de sementes contaminadas.

De acordo com Flávia Rogério, colaboradora da Universidade de Salamanca ( Usal ), na Espanha e da Universidade da Flórida (UF), nos Estados Unidos, a pesquisa apontou que o fungo apresenta três linhagens principais: norte-americana, brasileira e europeia. “A linhagem da América do Norte parece ser a mais antiga e ancestral, com ramificações que atingiram o Brasil e a Europa. No entanto, a linhagem europeia mostrou ser a mais virulenta, o que pode aumentar os riscos de novos surtos da doença”, explica um cientista.

Além disso, o estudo de parcerias entre a Argentina e a Europa, com isolados argentinos agrupados na linhagem europeia. Esse intercâmbio genético pode ter sido favorecido pelo uso de sementes contaminadas em viveiros de inverno na América do Sul, frequentemente usados em programas de melhoramento genético.

A investigação utilizou diversos métodos estatísticos e computacionais para analisar a relação entre distância genética e geográfica, concluindo que até 35,8% da variação genética do fungo encontrada pode ser explicada pela distância geográfica entre as populações. A grande mobilidade do fungo, isto é sua capacidade de propagação, sugere uma longa história de adaptação e migração global, impulsionada por recombinações genéticas. A recombinação genética pode gerar novos genótipos de fungo, aumentando a diversidade genética e virulência.

O pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente (SP), reforça que a ação humana teve papel essencial na propagação do patógeno. O estudo também evidenciou que 80% dos isolados isolados apresentam sinais de mistura genética, enquanto 20% são geneticamente puros. Essa grande diversidade observada aumenta os desafios para o desenvolvimento de variedades de milho resistentes.

Além disso, uma pesquisa revelou diferenças significativas na idade e na frequência de eventos de introgressão genética – que é o processo de incorporar alelos de uma espécie no pool genético de outra espécie entre linhagens da América do Norte, Europa e Brasil. Os resultados sugerem que a linhagem norte-americana é a mais antiga e atuosa como a disseminação global do fungo.

Fungos causadores de doenças de plantas podem se disseminar a curtas distâncias por meio do vento e da chuva, e a longas distâncias pela ação do homem, quando seus esporos são transportados por materiais vegetativos contaminados.

Preocupação com o retorno de surtos

Ensaios de patogenicidade realizados em laboratório da Universidade de Salamanca, Espanha, revelaram que diferentes isolados do fungo apresentam variações de virulência. Segundo Flávia Rogério, a evolução da virulência ao longo do tempo levanta preocupações sobre o surgimento de novos surtos — especialmente na Europa — semelhantes aos que ocorreram nos Estados Unidos na década de 1970, quando plantações inteiras foram dizimadas de forma repentina pelo fungo, com perdas de até 100% nas regiões centro-norte e leste desse país.

Uma pesquisa sugere que o patógeno afeta a rota de domesticação do milho, que se originou do sul do México, e que a linhagem norte-americana do fungo trabalhou como distribuída na dispersão global dele. Estudos anteriores apontam um padrão semelhante com Setosphaeria turcica, outro fungo que afeta o milho e que se fornece globalmente a partir do México.

Os cientistas alertaram para a necessidade de maior monitoramento genético e adoção de medidas preventivas. Segundo recomendações de pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (MG), o manejo eficaz da antracnose inclui o plantio de cultivares resistentes, adubação equilibrada, rotação de culturas e prevenção de plantios sucessivos. Essas práticas ajudam a reduzir o potencial de infecção do patógeno e a proteger o trabalho.

A identificação da população ancestral do fungo pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais eficazes para mitigar os impactos da antracnose do milho, uma vez que essa população pode atuar como reservatório de diversidade genética, incluindo genes associados à resistência a doenças. O monitoramento constante e o uso de genes de resistência múltipla são essenciais para evitar novos surtos e proteger a segurança alimentar global.

As principais doenças do milho impactam diretamente a produtividade global, ações permanentes e medidas de manejo integradas para reduzir perdas econômicas e garantir a segurança alimentar.

Fonte: Embrapa Foto: Flávia Rogério

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Adapar destaca trabalho integrado para uso responsável e sustentável do solo no Paraná

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) tem atuado como protagonista na manutenção da sanidade do solo agrícola no Estado. Por meio da Divisão de Conservação do Solo Agrícola, a Agência desenvolve um trabalho integrado com o Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), com foco em orientar, prevenir e garantir que o manejo nas propriedades esteja alinhado às boas práticas conservacionistas.

Único estado do Brasil com legislação específica voltada à conservação do solo, o Paraná reforça neste 15 de abril, Dia Nacional da Conservação do Solo, a importância das boas práticas de uso e manejo para garantir produtividade no campo e sustentabilidade ambiental. A data foi instituída pela Lei Federal nº 7.876/1989 com o objetivo de lembrar o valor do solo como recurso natural essencial.

No Estado, o Decreto nº 6.120/1985 regulamenta a Lei Estadual nº 8.014/1984, que completou 40 anos no ano passado e é considerada uma das principais ferramentas de promoção da agricultura sustentável frente aos desafios das mudanças climáticas e da intensificação da erosão dos solos agrícolas.

De acordo com Luiz Renato Barbosa, engenheiro agrônomo e chefe da Divisão de Conservação do Solo Agrícola da Adapar, a estratégia da agência tem se pautado na antecipação de problemas, com foco na orientação técnica e na prevenção de danos. “Temos atuado de forma integrada com a extensão rural, atividade desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), para garantir que o cultivo agrícola seja precedido de um planejamento conservacionista”, diz.

Barbosa ressalta que as orientações aos produtores são sempre baseadas na capacidade de uso do solo e de tecnologias ajustadas às necessidades específicas de cada propriedade rural. “Consideramos características como relevo, topografia, classes de solo e sua relação com o ambiente e a vegetação ciliar, além do tipo de manejo adotado pelo produtor. Essa abordagem tem sido a base do nosso trabalho para garantir a sanidade do solo e evitar processos de degradação”, explica.

Preservação

Outra frente prioritária de atuação é a promoção de boas práticas em regiões com grandes fragilidades e de grande importância como as cabeceiras de drenagens de nascentes.

“As propriedades têm interface direta com essas cabeceiras que abastecem os rios do Paraná. Trabalhamos para garantir, com antecipação e orientação, que o uso do solo não contribua para o assoreamento dessas áreas vitais, que garantem a quantidade e qualidade das águas dos mananciais, que compõe as bacias prioritárias de abastecimentos das populações”, afirma o engenheiro agrônomo.

As regiões de cabeceira, quando bem manejadas durante as atividades agrícolas em seu entorno, exercem papel fundamental na preservação dos recursos hídricos. A adoção de boas práticas de conservação do solo, aliada à preservação da vegetação ciliar, favorece a infiltração da água da chuva no solo, promovendo a ciclagem hídrica e garantindo a recarga dos lençóis freáticos. Esses lençóis são responsáveis por alimentar importantes cursos d’água do Estado.

Por outro lado, o uso inadequado do solo com compactação e cultivos desordenados nessas áreas pode comprometer essa dinâmica. Essa prática pode acabar dificultando a infiltração da água, aumentando o risco de erosão e afetando diretamente a qualidade da água que abastece rios e reservatórios.

Barbosa destaca que a atuação da divisão de enfoque na sanidade do solo é realizada em sintonia com o extensionismo rural também para evitar as punições previstas em lei. A Agência também é responsável pela fiscalização e aplica medidas legais quando constatado o uso inadequado do solo agrícola. Porém, mesmo com a aplicação de penalidades em casos de manejo inadequado, o chefe da divisão da Adapar reforça que a maioria dos casos se resolve de forma orientativa.

Tecnologias

A Adapar também conta com ferramentas tecnológicas para subsidiar esse trabalho. Drones e softwares de georreferenciamento têm sido utilizados no mapeamento de bacias de captação de água e na identificação de áreas com risco de degradação do solo.

Com o uso dos drones, é possível sobrevoar grandes extensões de terra, inclusive em regiões de difícil acesso, registrando imagens de alta precisão que auxiliam na detecção de sulcos de erosão, ausência de curvas de nível e outras falhas no manejo conservacionista. Essas informações são analisadas em conjunto com dados técnicos e servem de base para orientar os produtores quanto às correções necessárias, além de embasar ações fiscalizatórias, quando for o caso.

Segundo Barbosa, a conservação do solo é uma responsabilidade compartilhada. “A lei é clara ao dizer que o solo é patrimônio de todos. O planejamento conservacionista é um dever legal e social”, afirma.

Fonte: AEN

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Estiagem compromete safra de soja no Paraná

A primeira safra de soja 2024/25 registrou perdas de 5,3% no Paraná, conforme aponta o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado no último dia (17) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

De acordo com o boletim, os prejuízos foram causados principalmente por estiagens prolongadas e ondas de calor fora do padrão. “As condições climáticas afetaram de forma desigual as regiões do Estado”, explicou o Deral. A exceção foi a região Sul, que obteve desempenho superior ao previsto e apresentou ganho de produtividade de 4,7%.

A maior redução ocorreu na região Noroeste, com queda de 22,8% na produção. Segundo o Deral, o histórico climático desfavorável e as características do solo contribuíram para o desempenho negativo. A segunda maior perda foi registrada na região Centro-Oeste, com retração de 13,2%. Nas demais regiões – Oeste, Norte e Sudoeste – as perdas não superaram os 9%.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

Lavoura de cevada. Foto:Jaelson Lucas / AEN

Paraná pode ter maior área de cevada da história e aumentar liderança nacional de produção

A cultura da cevada, que está em início de plantio, volta a ganhar espaço no Paraná com previsão de se ter a maior área já semeada no Estado. Maior produtor desse cereal de inverno, o Paraná pode ter 94,6 mil hectares plantados e uma produção 40% superior à registrada no ano passado, chegando a 413,8 mil toneladas.

Esse é um dos assuntos detalhados no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 11 a 16 de abril. O documento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), também fala sobre as consequências climáticas em outras culturas e analisa o desempenho paranaense em proteínas animais.

Em 2024 o Paraná colheu 296,1 mil toneladas de cevada em 80,5 mil hectares. O aumento de 18% de áreas paranaenses a receber a cultura na safra que se inicia é reflexo principalmente do retorno de intenção de plantio na região de Guarapuava. A previsão é que sejam semeados 36,9 mil hectares, ou 25% superior aos 29,6 mil hectares colhidos ano passado.

Mesmo com esse aumento em Guarapuava, a região dos Campos Gerais ainda tem previsão de ter maior área plantada, com 38 mil hectares. “O ganho acontece especialmente na região de Guarapuava em função do ânimo com as melhores cotações e os resultados satisfatórios a campo experimentados no Centro-Sul paranaense em 2024”, afirmou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.

As maltarias instaladas no Paraná precisam de malte, o que levou a recorde na compra. No primeiro trimestre foram adquiridas cerca de 200 mil toneladas para manter o Paraná como maior produtor de malte brasileiro. “A confirmação de uma produção maior e de boa qualidade é essencial para a diminuição da necessidade de importação de cevada”, disse Godinho.

Soja e Milho

O boletim fala ainda sobre perda de 5,3% no campo na primeira safra de soja. A região Sul até apresentou ganho de produtividade de 4,7%, no entanto as demais regiões, sobretudo o Noroeste, foram bastante impactadas pela estiagem e por ondas de calor atípicas.
As lavouras de milho estão com bom desempenho, principalmente nas regiões Sul e Sudoeste, que concentram a maior parte da área plantada. Mas, da mesma forma que na soja, as demais regiões sentem os efeitos de chuvas escassas e calor intenso.

Pecuária

No setor pecuário, o documento do Deral salienta que as exportações de bovinos pelo Brasil geraram US$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Em média, cada quilo de carne enviado ao Exterior custou US$ 4,78. No mesmo período de 2024 custava US$ 4,40.
No atacado, o traseiro e o dianteiro bovinos seguem com o preço em alta. Em média, são comercializados no Paraná por R$ 25,01 e R$ 18,54, respectivamente.

Suínos

O Paraná manteve, pelo quarto ano seguido, a liderança na produção de carne suína em frigoríficos sob inspeção estadual, que permite comercialização exclusiva no mercado interno. O Estado produziu 155,9 mil toneladas, respondendo por 20% da produção nacional nesse regime de inspeção.

Quanto ao número de animais abatidos em estabelecimentos com inspeção estadual, o Paraná é o terceiro, com 1,66 milhão de suínos. Por terem maior peso médio eles produzem mais quilos de carne. Quando se leva em conta a produção nas três instâncias de inspeção – federal, estadual e municipal – o Estado é o segundo colocado, com 12,4 milhões de suínos abatidos e produção de 1,14 milhão de toneladas de carne.

Frango

O Agrostat/Mapa, ferramenta que monitora o comércio exterior no segmento agropecuário, mostra que o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas de frango no primeiro trimestre de 2025, com faturamento de US$ 2,534 bilhões. No mesmo período do ano passado tinham sido 1,1 milhão de toneladas a US$ 2,101 bilhões.

O Paraná foi responsável por 559.108 toneladas no primeiro trimestre deste ano, volume 12,3% superior às 497.727 toneladas de 2024. Em receita, entraram no Estado US$ 1,041 bilhão, aumento de 12,7% sobre os US$ 847 milhões do ano anterior.

Fonte e Foto: AEN

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Embrapa Soja completa 50 anos

Trajetória da unidade é ‘regada’ à inovação, sustentabilidade e compromisso com a cadeia da commodity

A Embrapa Soja, nesta quarta-feira (16), comemorou 50 anos de contribuições essenciais para o agro brasileiro e mundial. Ao longo desse tempo, a instituição impulsionou a produção de soja no Brasil e ajudou o país a se consolidar como líder global na produção e exportação do grão.


“A Embrapa Soja tem tudo a ver com a história do agronegócio brasileiro nas últimas cinco décadas. Nos anos 70, quando começou a expansão pelo Centro-Oeste, não havia tecnologia preparada, de fato, para produzir soja na região. Foi o trabalho da Embrapa Soja que ajudou a construir todas as tecnologias que vieram nas décadas seguintes”, comenta Julio Cargnino, presidente do Canal Rural.

Cargnino complementa que a Embrapa Soja é uma referência como empresa pública que trabalha com a iniciativa privada, que é quem dá a resposta direta do produtor. Em temas como escassez hídrica e balanço de carbono, por exemplo, a Embrapa se preocupa e organiza sistemas para que possamos evoluir. ”O trabalho mais avançado sobre isso é, justamente, da Embrapa Soja. Construímos vários projetos juntos, e isso nos dá muito orgulho e segurança, pois conta com a chancela de um grupo muito competente e eficiente”, diz.

O presidente da Aprosoja Brasil, Maurício Buffon, também parabenizou e homenageou a equipe da Embrapa Soja pelos 50 anos de contribuição ao agro. ”Não tenho dúvidas de que, se não fosse a Embrapa, o Brasil não teria alcançado a posição de liderança mundial no mercado da soja. Vivemos, hoje, a era da soja, que se consolidou como a principal fonte de renda e de exportação do nosso país”, afirma Buffon.

Ele destacou ainda a importância histórica da instituição, como no desenvolvimento de cultivares adaptadas ao Cerrado e na criação de variedades resistentes. “A Embrapa foi fundamental para que a soja continuasse crescendo como vemos hoje. Que a empresa se reestruture e volte ainda mais forte, para seguir ao lado do produtor rural na missão de alimentar o mundo”, completou.

As contribuições da Embrapa Soja

A sustentabilidade tem sido um dos principais focos da Embrapa Soja nos últimos anos, com pesquisas dedicadas a práticas agrícolas mais eficientes e que causem menos impacto ambiental. A instituição foca em quatro áreas principais: Bioinsumos, Soja Baixo Carbono, Genética Avançada e Agricultura Digital. Essas áreas contribuem para a preservação ambiental e garantem a sustentabilidade da produção de soja, alinhando inovação tecnológica à responsabilidade ecológica.

O uso de bioinsumos é uma das frentes mais promissoras. A Embrapa Soja investe em soluções biológicas para o controle de pragas e doenças, diminuindo a dependência de agrotóxicos. Além disso, a certificação de práticas de Soja Baixo Carbono vem ganhando destaque, garantindo que a produção de soja brasileira contribua para a redução das emissões de gases do efeito estufa, com tecnologias que promovem um cultivo mais limpo e eficiente.

Outra grande inovação foi a introdução da genética avançada, que utiliza ferramentas de edição genética para desenvolver variedades de soja mais resistentes, produtivas e com menor impacto ambiental. A agricultura digital também se tornou um pilar essencial, com o uso de drones, sensores e outras tecnologias que permitem um monitoramento preciso das lavouras, otimização da produção e redução de custos operacionais.

O nascimento da Embrapa Soja

Fundada em 1975, no Paraná, a Embrapa Soja surgiu com o objetivo de aumentar a produção de soja no Brasil, que, na época, era modesta, com cerca de 10 milhões de toneladas por ano. Graças ao trabalho pioneiro da instituição, foi possível adaptar a soja ao clima tropical, rompendo a barreira das latitudes mais altas e possibilitando a expansão da cultura para diversas regiões do país.

Que venham mais 50 anos!

Neste aniversário de 50 anos, a Embrapa Soja reafirma seu compromisso com a inovação, a sustentabilidade e a transformação contínua da agricultura. Ao longo dessas cinco décadas, a pesquisa constante, a adaptação às novas demandas e a busca por tecnologias mais eficientes foram fundamentais para o sucesso da soja no Brasil.

Fonte: Canal Rural/Gabriel Almeida Foto: Embrapa Soja Londrina

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Exportações do agronegócio brasileiro batem recordes

De acordo com dados do Itaú BBA, a colheita avançada impulsionou fortemente as exportações brasileiras em março de 2025, especialmente no setor agrícola. A soja foi destaque, com 14,7 milhões de toneladas exportadas, mais que o dobro de fevereiro e 17% acima de março de 2024 e representando o maior volume já registrado para o primeiro trimestre. Apesar disso, os preços caíram 8,2% na comparação anual, ficando em US$ 397,7/t.

Entre os derivados da oleaginosa, o óleo de soja teve crescimento expressivo de 53% frente a março de 2024, com 204,2 mil toneladas exportadas a US$ 1.009,2/t, um aumento de 14% nos preços. O farelo de soja também apresentou alta de 15% no volume, com 1,98 milhão de toneladas, embora os preços tenham recuado 20%, para US$ 358,5/t.

As proteínas animais também tiveram bom desempenho. A carne bovina in natura atingiu 215,4 mil toneladas, alta de 30% sobre março do ano anterior e 13% frente a fevereiro, com preços médios 8,2% maiores que em 2024, a US$ 4.898,9/t. A carne de frango in natura teve leve avanço de 3% no volume (408,8 mil t) e aumento de 6,5% nos preços.

Outros produtos também mostraram desempenho positivo. O milho teve aumento de 104% nas exportações, com 870,7 mil t vendidas a US$ 238/t, e o café, que teve alta de 5% no volume (219,1 mil t), surpreendeu nos preços: salto de 83,2% em relação a março de 2024, chegando a US$ 6.501,6/t.

No setor sucroenergético, o etanol cresceu 20%, atingindo 259,2 mil m³, a US$ 580,4/m³. Já o açúcar VHP e o refinado apresentaram quedas de 32% e 25% nos volumes, respectivamente, com recuos também nos preços.

Fonte: Agrolink Foto: MAPA

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Mercado de grãos inicia o dia com soja em queda

Segundo informações da TF Agroeconômica, nesta quarta-feira (16), o mercado da soja segue em baixa na Bolsa de Chicago (CBOT), com o contrato de maio cotado a US$ 1034,75 por bushel (-1,25). A retração é atribuída ao fracasso das medidas de Donald Trump contra a China, o que pode redirecionar a demanda chinesa para o Brasil, onde não há tarifas e há oferta abundante.

Além disso, o anúncio do presidente argentino Javier Milei sobre o retorno das retenciones em julho estimula uma maior oferta argentina no curto prazo, pressionando ainda mais os preços globais e brasileiros, que também recuam. A recomendação da consultoria é aproveitar os lucros atuais com a venda de alguns lotes.

O milho, por sua vez, opera em leve alta em Chicago, com o contrato de maio a US$ 482,75 por bushel (+1,50), impulsionado pelo atraso no plantio nos EUA (apenas 4% até agora). No Brasil, no entanto, os preços seguem em queda, R$ 84,71 no indicador CEPEA (-0,69% no dia) — pressionados pela previsão de uma boa segunda safra. A TF Agroeconômica orienta os produtores a aproveitarem os preços atuais antes que a colheita acentue a desvalorização.

O trigo apresenta estabilidade com leve alta no primeiro vencimento em Chicago (US$ 542,25, +0,25), mas com recuo nos contratos posteriores. A incerteza sobre a demanda pelo trigo americano, devido a tarifas e às boas chuvas sobre as lavouras de inverno, pesa sobre o mercado. No Brasil, ao contrário, os preços continuam subindo — R$ 1.579,17 no Paraná e R$ 1.482,14 no Rio Grande do Sul — e a recomendação é que os moinhos façam estoques, já que o diferencial em relação ao trigo importado ainda permite aumentos até a próxima safra.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Alabama Extension