Informação é chave para o agro enfrentar críticas, alerta especialista

A necessidade de gerar e disponibilizar dados sobre a agropecuária brasileira, especialmente em relação à sustentabilidade da produção, tem sido enfatizada nas discussões do 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja, que acontece nesta semana em Campinas, SP. Na conferência de abertura da programação desta quarta-feira (23), o professor Edivaldo Domingues Velini, da Unesp/Botucatu, apresentou informações sobre os aspectos sustentáveis do setor rural.

Do ponto de vista econômico, a agropecuária exporta mais do que importa, mantendo positiva não só a balança comercial do segmento, mas também a do País. Um gráfico com série histórica desde 1988, exibido pelo palestrante, mostra que a balança comercial brasileira tem se mantido quase sempre positiva. No entanto, ao se excluir o setor agropecuário da equação, ela se torna negativa a partir dos anos 2000.

A produção do campo também desempenha papel decisivo na matriz energética brasileira. A biomassa representa 32,56% da energia consumida no Brasil. O biodiesel fornece mais energia do que os sistemas solares, e o volume gerado seria suficiente para abastecer todo o Uruguai, afirmou o professor. A matriz energética brasileira é 49% renovável, muito acima da média mundial, de 14%. “Mas o Brasil, sem biomassa, seria igual ao restante do mundo”, alertou Velini.

Crítica comum ao agronegócio nacional, o volume de agrotóxicos utilizados no Brasil precisa ser analisado em perspectiva, defendeu o palestrante. “É um país complexo, que pratica agricultura intensivamente, em áreas extensas, e muitas comparações não fazem sentido”, pontuou. A agricultura brasileira lidera o ranking em valor absoluto de compras de defensivos, mas cai para a 7ª e 14ª posições quando se considera o valor por hectare e por tonelada de produto, respectivamente. No caso dos herbicidas, o Brasil também lidera em volume total consumido, mas fica abaixo da média mundial quando se analisam os índices por área cultivada e por produção obtida.

Velini ponderou que mesmo esses indicadores não são os mais adequados. Ele defende o uso de índices que avaliem a segurança da aplicação para trabalhadores, consumidores e o meio ambiente, como o Environmental Impact Quotient (EIQ). Considerando esse indicador, a segurança tem aumentado nos cultivos de açúcar, cana-de-açúcar, milho e soja, destacou o professor.

Apesar de ter apresentado diversos dados, Velini ressaltou a carência de informações com séries históricas acessíveis sobre a agropecuária brasileira. “Levem a sério os bancos de dados. Precisamos ter informações, e elas precisam ser acessíveis”, enfatizou. Segundo ele, os dados são peça-chave para enfrentar um dos principais desafios do agro: a comunicação com a sociedade.

O professor também chamou atenção para as oportunidades perdidas pelo País devido ao baixo investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Não consigo imaginar onde estaríamos se, em vez de 20 bilhões, estivéssemos investindo 200 bilhões de reais em pesquisa”, afirmou. “O que o Brasil precisa no curto prazo? Séries de dados e associações para inovação em pesquisa.” No longo prazo, ele acredita que o aumento dos investimentos passa por uma mudança mais profunda no direcionamento dos recursos públicos.

CBSoja
O 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja é promovido pela Embrapa Soja e ocorre até quinta-feira, dia 21, no Expo Dom Pedro, em Campinas. O evento conta com quatro conferências e 15 painéis, somando mais de 50 palestras de especialistas brasileiros e estrangeiros. Além disso, são apresentados 321 trabalhos técnico-científicos em nove sessões temáticas e cinco debates sobre temas práticos relacionados ao dia a dia das lavouras.

Vivian Chies ((MTb 42.643/SP))
 Foto – Embrapa Soja

Rede de pesquisa apresenta resultados sobre controle de doenças da soja

Os resultados obtidos nos ensaios de controle de doenças da soja na safra 2024/2025 foram apresentados nesta quarta-feira durante o 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja. Os dados são fruto de um trabalho em rede com a participação de instituições de pesquisa e universidades, públicas e privadas, e empresas do setor agropecuário.

Iniciada há mais de 20 anos, essa rede realiza anualmente ensaios em diferentes regiões do país para avaliar a eficiência do controle das principais doenças da cultura da soja. Para cada doença são estabelecidos protocolos específicos, no qual são usados produtos disponíveis no mercado e novas formulações que serão lançadas pelas empresas.

Os resultados divulgados a cada safra ajudam a orientar consultores e agricultores na tomada de decisão para o planejamento fitossanitário, levando em consideração não só a eficiência do controle da doença alvo, mas também a rotação de moléculas para se evitar problemas de resistência. A resistência também é um dos itens avaliados pelos pesquisadores.

Durante o CB Soja, em um painel moderado pelo pesquisador da Embrapa Soja Maurício Meyer, pesquisadores sintetizaram os resultados da última safra para as principais doenças. Todos os resultados também estão disponíveis em forma de circulares técnicas, que podem ser conferidas no site da Embrapa (links abaixo) ou na página www.fitossanidadetropical.org.br.

Dados sobre doenças de fim de ciclo foram apresentados por Carlos Utiamada, da Fornarolli Ciência Agrícola. Ele também apresentou resultados de ensaios realizados com a antecipação da primeira aplicação, fazendo-a em 30 dias após a emergência, cinco dias antes que os 35 dias normalmente utilizados.

A pesquisadora da Embrapa Soja Cláudia Godoy falou sobre a ferrugem asiática, apresentando resultados de ensaios com produtos registrados, com produtos em desenvolvimento e ainda avaliação de monitoramento de resistência.

Coube à Luana Belufi, da Fundação Rio Verde, apresentar os resultados dos ensaios relacionados à mancha alvo. Já Hércules Campos, da Universidade Rio Verde, falou sobre o mofo branco. O professor da Universidade Federal de Lavras Flavio Medeiros fechou o painel com os resultados da rede de ensaios com uso de biológicos. Esta foi a terceira safra em que os produtos biológicos foram testados para doenças foliares. Entre os tratamentos avaliados estão combinações de biológicos com químicos e uso somente de biológicos.

Nesta quinta-feira, último dia do congresso, um painel abordará quebramento de hastes, podridão de grãos e cancro da haste. Os resultados da rede de ensaios para estes problemas também serão apresentados durante a discussão.

Confira abaixo as circulares técnicas com os resultados apresentados durante o congresso:

CT 213 – Eficácia de fungicidas para o controle da mancha-alvo, Corynespora cassiicola, na cultura da soja, na safra 2024/2025: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos

CT 214 – Experimentos cooperativos de aplicações de fungicidas aos 30 dias após a emergência da cultura da soja: safras 2024/2025

CT 215 – Eficiência de fungicidas para o controle das doenças de final de ciclo da soja, na safra 2024/2025: Resultados sumarizados dos ensaios cooperativos

CT 217 – Avaliação da associação de fungicidas químicos e biológicos no controle de doenças foliares da soja, safra 2024/2025: resultados sumarizados da rede de experimentos cooperativos

CT 218 – Eficiência de fungicidas para controle de mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) em soja, na safra 2024/2025: resultados sumarizados dos experimentos cooperativos

CT 219 – Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2024/2025: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos

CB Soja

O 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja é promovido pela Embrapa Soja e está sendo realizado de 21 a 24 de julho no Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). Este é o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja e reúne cerca de 2 mil participantes entre pesquisadores, acadêmicos, consultores, agricultores e empresas ligadas ao complexo da soja.

A programação conta com mais de 50 palestras distribuídas em seis conferências e 15 painéis. Há ainda a apresentação de 321 trabalhos científicos em forma de pôster, a exposição de mais de 50 empresas na Arena de Inovação e Mercado e cinco espaços de discussão sobre problemas práticos do dia-a-dia das lavouras.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)
Embrapa Soja

Histórico da soja no Mercosul é relembrado por protagonistas do desenvolvimento da cultura

Os 100 anos da cultura da soja no Brasil são o tema da 10ª edição do Congresso Brasileiro de Soja (CB Soja) e Mercosoja, evento que teve início na noite desta segunda-feira, em Campinas (SP). A conferência de abertura expandiu a abordagem para o Mercosul e contou com a participação de especialistas que foram protagonistas do desenvolvimento genético da soja no Brasil e na Argentina nos últimos 50 anos.

O jornalista do Canal Rural Giovani Ferreira moderou um bate-papo em que participaram Romeu Kiihl, ex-pesquisador da Embrapa e atualmente na MGS Melhoramento Genético e Sementes, considerado o pai da soja tropical; Tuneo Sediyama, professor da Universidade Federal de Viçosa e uma das referências no melhoramento genético da cultura; além de Rodolfo Luis Rossi, da Associação da Cadeia da Soja da Argentina (AC Soja) e Gerardo Bartolomé, sócio-fundador e ex-presidente do Grupo Dom Mário (GDM).

Romeu Kiihl trouxe uma linha do tempo da cultura da soja no Brasil, desde os primeiros testes feitos na Bahia e em São Paulo, ainda no fim do século XIX. Quando começaram os plantios comerciais, no Rio Grande do Sul, em 1924, as cultivares utilizadas eram trazidas dos Estados Unidos e não adaptadas às condições edafoclimáticas brasileiras.

O pesquisador relembrou nomes de protagonistas nos primórdios da seleção e melhoramento genético da cultura, participantes de uma rede nacional de ensaios de soja.

“A história do melhoramento genético da soja no Brasil se divide em três fases. Uma antes da criação da Embrapa Soja, em 1975, outra após a criação da Embrapa Soja e uma terceira com a lei de proteção de cultivares”, afirmou Kiihl.

Com o entendimento do mecanismo de período juvenil longo, foi possível adaptar as cultivares de soja para regiões de baixa latitude. Com isso, a cultura antes restrita á região Sul do Brasil passou a ser viável em todo o Cerrado brasileiro.

O professor Tuneo Sediyama elencou os fatores que contribuíram para o sucesso da soja no Brasil, sendo a maior parte deles resultado do desenvolvimento científico. Além do avanço no melhoramento genético, avanços no sistema de produção, na correção e manejo do solo, na nutrição de plantas foram alguns dos pontos destacados.

Mesmo com o grande salto de produtividade nestes 100 anos, Sediyama ponderou que o potencial de evolução ainda é muito grande e deve continuar crescendo no que chamou de terceira evolução da soja. Para ela a primeira evolução foi a introdução no país, a segunda a tropicalização e a terceira é o que chama de introgressão genética, com o uso de novas técnicas que vão agilizar o melhoramento genético.

Iniciativa privada alavancou a soja na Argentina

Enquanto no Brasil o arranque inicial da cultura da soja se deu com base na pesquisa desenvolvida em instituições públicas como universidades, Ministério da Agricultura e Embrapa, na Argentina esse papel coube á iniciativa privada.

“Não quero dizer que seja melhor ou pior e sim que é diferente”, afirmou Rodolfo Rossi.

Empresas como o Grupo Dom Mário trabalharam no desenvolvimento de cultivares locais tendo como base materiais genéticos oriundos dos Estados Unidos.

Um diferencial do país vizinho foi a opção pela industrialização da soja. Com isso o país se tornou líder em exportação de farelo e óleo de soja. Outra característica que marcou a trajetória da soja argentina foi o pioneirismo do país na regulamentação e liberação de plantas transgênicas, ainda em 1996, mesmo ano que os Estados Unidos fizeram e antes da liberação na Europa.

Assim como no Brasil, o melhoramento genético argentino resultou no aumento dos grupos de cultivares mais precoces, mostraram Rodolfo Rossi e Gerardo Bartolomé. Batolomé também destacou a busca por materiais cada vez mais produtivos, não só para os agricultores argentinos, mas também para os brasileiros, onde a GDM também atua há 25 anos.  

Futuro da soja

Ao fim da conferência, o mediador perguntou aos conferencistas sobre o futuro da soja no Mercosul. Todos falaram sobre o potencial de evolução trazido pelo uso de novas ferramentas de edição gênica. Representantes de uma geração anterior, depositam nos jovens melhoristas a expectativa de chegarem a cultivares cada vez mais produtivas e que tornem o sistema produtivo mais eficiente e sustentável.

Com seus mais de 50 anos de experiência com melhoramento genético de soja, Romeu Kiihl, fez questão de deixar um recado para os novos profissionais:

“Acredito que o futuro é promissor porque os jovens melhoristas têm ferramentas interessantíssimas. Mas gosto de lembrar aos jovens que a tela do computador não é tudo. A soja cresce no campo”, alertou.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)
Embrapa Soja

Visite o estande da Apasem no Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central dos eventos será os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã

A Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (APASEM) espera sua visita  no estande da Associação montado na feira que ocorre durante a X edição do Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025, que segue nesta terça-feira e  vai até 24 de julho, no Centro de Exposições e Convenções Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). O espaço da Apasem está localizado ao lado do auditório, com a numeração 96.

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central dos eventos será os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã. Considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, a expectativa da comissão organizadora da CBSoja e Mercosoja é reunir cerca de 2 mil participantes de diferentes segmentos.

A agenda técnica é composta de temas referentes aos últimos avanços da ciência para a cultura da soja, assim como contribuições relevantes sobre temas que trazem impacto no cotidiano da cadeia produtiva, são processos e práticas ou inovações. “Construímos uma programação com foco em temas que enfatizem a agregação de valor e o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, pautada em tecnologia e inovação”, ressalta o presidente da CBSoja, Fernando Henning, pesquisador da Embrapa Soja.

A programação técnica contará com quatro conferências e 15 painéis em que serão realizadas mais de 50 palestras com especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja. “Priorizamos quatro palestras dedicadas aos desafios logísticos do Mercosul, assim como questões referentes à biotecnologia e à propriedade intelectual na região”, detalha Henning.

Outra inovação na programação do CBSoja será a realização do Mãos à Obra, um espaço dedicado ao debate de questões práticas em cinco grandes temas: Fertilidade do solo e adubação, Manejo de nematoides, Plantas concretas, Bioinsumos e Impedimentos ao desenvolvimento radicular. Também haverá um workshop internacional Soybean2035: Uma visão decadal para a biotecnologia da soja, cujo objetivo é debater os próximos 10 anos das ferramentas biotecnológicas na soja, com palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Sessão pôster

A comissão organizadora aprovou 328 trabalhos técnico-científicos que serão distribuídos em nove sessões temáticas: 1) Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais, 2) Entomologia, 3) Fitopatologia, 4) Genética, Melhoramento e Biotecnologia, 5) Nutrição Vegetal, Fertilidade e Biologia dos Solos, 6) Plantas Daninhas, 7) Pós-Colheita e Segurança Alimentar, 8) Tecnologia de Sementes e 9) Transferência de Tecnologia, Economia Rural e Socioeconomia. Os trabalhos serão apresentados em sessão apresentada, cujos autores serão apresentados para esclarecimento de dúvidas, no horário definido na programação.

Serviço:

CBSoja e do Mercosoja 2025

De 21 a 24 de julho – Campinas SP

Visite o Estande da Apasem – Ao lado do Auditório – número 96

Informações sobre o evento www.cbsoja.com.br.

c61565e0dbf81f0523ad23cbbda972e1-1000x600

Logística e propriedade intelectual da soja no Mercosul serão debatidas do Mercosoja 2025

Os desafios da produção e da exportação de soja do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) terão um espaço de destaque na programação do X CBSoja e do Mercosoja 2025, a serem realizados de 21 a 24 de julho, em Campinas (SP). Serão debates privilegiados referentes à logística e às questões sobre propriedade intelectual e biotecnologia, cujo objetivo é apresentar o impacto do mercado informal de sementes: não obedece aos critérios pré-estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Na terça-feira, 22 de julho, das 17h às 18h30, ocorrerá o painel “Desafios logísticos para a exportação de soja no Mercosul” discutindo as dificuldades de exportação dos países produtores de soja no Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Na oportunidade, haverá uma palestra sobre hidrovias como estruturas logísticas no Mercosul, a ser ministrada pelo representante da Associação Argentina da Cadeia da Soja – ACSoja, Luis Zubizarreta. Também está prevista uma discussão sobre o estado atual da infraestrutura de armazenamento de grãos no Brasil, tema a ser apresentado pelo técnico da cooperativa Coamo Edenilson Oliveira, e representante da Associação Brasileira de Pós-Colheita. O painel será moderado pelo pesquisador da Embrapa Soja, Marcelo Alvares de Oliveira.

De acordo com o pesquisador Fernando Henning, presidente da CBSoja, a proposta é apresentar um panorama sobre os desafios da logística de transporte de cargas no Brasil, enfatizando o que vem sendo feito, em termos de melhoria nos portos, assim como a implementação dos corredores de transporte, via estruturação de ferrovias. “O painel também abordará o planejamento da iniciativa privada sobre o transporte por hidrovias para escoar a soja, interligando principalmente com as rodovias, o que torna o transporte mais competitivo do que é praticado atualmente”, explica.

Henning diz ainda que há debate sobre os investimentos realizados em logística para utilização da bacia do Prata – como hidrovia – pelos produtores da Argentina, Paraguai e Uruguai. “Na Argentina, por exemplo, estão automatizando os processos, agregando novas tecnologias para reduzir a interferência humana no descarregamento e transporte de cargas, por exemplo”, comenta Henning.

Biotecnologia e propriedade intelectual no Mercosul – O outro tema sobre o Mercosul será discutido no painel “Biotecnologia e propriedade intelectual no Mercosul”, na quarta-feira, 23 de julho, das 17h às 18h, com moderação do chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. Nesse painel, haverá uma palestra sobre inovações em Biotecnologia e a Propriedade Intelectual como Pilar Estratégico, ministrada por Vivian Nascimento, da Bayer e ainda uma discussão sobre tecnologias moleculares e de imagens para proteção da propriedade intelectual em soja, ministrada por Mariano Bulos, da The + Company.

De acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), no Brasil, o percentual de taxa de utilização de sementes certificadas é de cerca de 70% safra por safra, portanto, 30% são sementes guardadas pelo produtor para usar na safra subsequente (semente salva) ou semente pirata: produzidos sem os critérios exigidos pelo Mapa. Na visão de Henning, esses 30% das sementes representam um impacto financeiro no setor, assim como podem apresentar risco fitossanitário. “Ao se utilizar uma semente não certificada, pode-se introduzir uma nova praga, uma nova doença na lavoura, por exemplo. Por outro lado, há a questão econômica. A Crop Life afirmou que os 30% de sementes nãodas comercializadas representam cerca de 10 bilhões de reais que deixam de ser movimentados e, consequentemente, mantendo os investimentos em pesquisa para a geração de novas cultivares, por exemplo”, reflete Henning.

 CBSoja e Mercosoja 2025 – Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central do CBSoja e do Mercosoja 2025 serão os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã. Considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, a expectativa da comissão organizadora é reunir cerca de 2 mil participantes de diferentes segmentos.

A programação técnica contará com 4 conferências e 15 painéis em que serão realizadas mais de 50 palestras com especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja. A comissão organizadora aprovou 328 trabalhos técnico-científicos que serão apresentados na sessão de apresentação. Outra inovação na programação do CBSoja será a realização do Mãos à Obra, um espaço dedicado ao debate de questões práticas em cinco grandes temas: Fertilidade do solo e adubação, Manejo de nematoides, Plantas concretas, Bioinsumos e Impedimentos ao desenvolvimento radicular. Também haverá destaque para os desafios da produção de soja no Mercosul e um workshop internacional Soybean2035: Uma visão decadal para a biotecnologia da soja, cujo objetivo é debater os próximos 10 anos das ferramentas biotecnológicas na soja, com palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Arena de Inovação

A Arena de Inovação é um espaço para a realização de lançamentos, apresentação de trabalhos técnicos de destaque e inovações propostas pelo mercado. Mais de 40 expositores participantes do evento

Serviço:

X Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2025

Data: 21 a 24 de julho de 2025

Local: Centro de Exposições e Convenções Expo Dom Pedro Campinas (SP)

Inscrições e mais informações: cbsoja.com.br

Fonte e Foto: CBSoja

CBSOJA-2025

APASEM confirma presença na 10ª edição do Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja)

A Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (APASEM) confirma presença durante a 10ª edição do Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025, que será realizada de 21 a 24 de julho, no Centro de Exposições e Convenções Expo Dom Pedro, em Campinas (SP), pela Embrapa Soja. O estande da associação estará localizado ao lado do auditório, com a numeração 96.

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central dos eventos será os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã. Considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, a expectativa da comissão organizadora da CBSoja e Mercosoja é reunir cerca de 2 mil participantes de diferentes segmentos.

A agenda técnica é composta de temas referentes aos últimos avanços da ciência para a cultura da soja, assim como contribuições relevantes sobre temas que trazem impacto no cotidiano da cadeia produtiva, são processos e práticas ou inovações. “Construímos uma programação com foco em temas que enfatizem a agregação de valor e o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, pautada em tecnologia e inovação”, ressalta o presidente da CBSoja, Fernando Henning, pesquisador da Embrapa Soja.

A programação técnica contará com quatro conferências e 15 painéis em que serão realizadas mais de 50 palestras com especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja. “Priorizamos quatro palestras dedicadas aos desafios logísticos do Mercosul, assim como questões referentes à biotecnologia e à propriedade intelectual na região”, detalha Henning.

Outra inovação na programação do CBSoja será a realização do Mãos à Obra, um espaço dedicado ao debate de questões práticas em cinco grandes temas: Fertilidade do solo e adubação, Manejo de nematoides, Plantas concretas, Bioinsumos e Impedimentos ao desenvolvimento radicular. Também haverá um workshop internacional Soybean2035: Uma visão decadal para a biotecnologia da soja, cujo objetivo é debater os próximos 10 anos das ferramentas biotecnológicas na soja, com palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Sessão pôster

A comissão organizadora aprovou 328 trabalhos técnico-científicos que serão distribuídos em nove sessões temáticas: 1) Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais, 2) Entomologia, 3) Fitopatologia, 4) Genética, Melhoramento e Biotecnologia, 5) Nutrição Vegetal, Fertilidade e Biologia dos Solos, 6) Plantas Daninhas, 7) Pós-Colheita e Segurança Alimentar, 8) Tecnologia de Sementes e 9) Transferência de Tecnologia, Economia Rural e Socioeconomia. Os trabalhos serão apresentados em sessão apresentada, cujos autores serão apresentados para esclarecimento de dúvidas, no horário definido na programação.

Serviço:

CBSoja e do Mercosoja 2025

De 21 a 24 de julho – Campinas SP

Visite o Estande da Apasem – Ao lado do Auditório – número 96

Informações sobre o evento www.cbsoja.com.br.

WhatsApp-Image-2024-09-18-at-10.11.19-1024x682

Nota de pesar

A APASEM recebe com pesar a notícia do falecimento de Wilson Thiesen, liderança de referência no agronegócio, em especial no setor de sementes onde atuou na defesa das demandas dos produtores. Na Associação, chegou a ocupar o cargo de presidente em 1979. Porém, Thiesen foi um defensor do setor produtivo como um todo. Ocupou cargos de destaque em entidades como presidente do Sistema Ocepar, da OCB e foi vice-presidente do Sistema Fiep, além de ter sido delegado federal do Mapa no Paraná e coordenador substituto do Incra.

“Um homem que contribuiu de forma ímpar para o setor de sementes, para o agronegócio do Estado e sem dúvida, deixa um legado extenso para todo o Paraná”, diz o presidente da APASEM, Josef Pfann Filho. Aos familiares e amigos, a APASEM expressa seu profundo pesar.

Cooperativismo - News

Dia Internacional do Cooperativismo

No último sábado (5/7), foi celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo. O Paraná é um dos Estados brasileiros referência em associações desta natureza. Muitos dos associados da APASEM são cooperativas e nos orgulhamos em tê-los como nossos parceiros. Juntos podemos promover os valores do cooperativismo que é pautado pela solidariedade, democracia, ajuda mútua e desenvolvimento sustentável.

WhatsApp Image 2025-07-08 at 09.12.20 (2)

6ª Reunião Técnica do Comitê de Análise de Sementes

A Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES) realizará sua 6ª Reunião Técnica do Comitê de Análise de Sementes no próximo dia 16 de julho, das 15h30 às 17h. O tema abordado será “Patologia de Sementes: Desafio na identificação e as experiências nas últimas safras de soja”. Para participar, é necessário ser associado à ABRATES e fazer parte do grupo do Comitê.

A reunião será online, com foco na identificação e experiências nas últimas safras de soja. A ABRATES oferece diferentes categorias de associação, com valores anuais para profissionais, empresas e estudantes.

Mais informações e inscrições: abrates.org.br.

Fonte: Abrates

abrates2

Nova gestão do Copasem: foco no fortalecimento da sanidade de sementes no Brasil

A nova gestão do Comitê de Patologia de Sementes (Copasem), vinculado à Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), inicia seus trabalhos com uma missão clara: fortalecer a sanidade das sementes produzidas no Brasil. Diante de desafios técnicos, estruturais e regulatórios, o comitê aposta na capacitação profissional, na padronização de metodologias e na integração dos diferentes elos do setor.

À frente do comitê estão a coordenadora Norimar D´Ávila Denardin, sócia-diretora e pesquisadora do Centro de Biotecnologia na Agricultura (Cebtecagro), e a vice-coordenadora Carla Corrêa, CEO da CLC AgroCapacitação. Com foco em inovação e articulação técnica, elas conduzirão ações estratégicas que visam à produção de sementes mais sadias e seguras, essenciais para conceder caráter de sustentabilidade à agricultura nacional.

“Precisamos garantir qualidade desde o laboratório até o campo”, afirma Norimar Denardin. Segundo ela, uma das prioridades da nova gestão é criar uma rede de padronização e validação de análises fitopatológicas, envolvendo universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas.

Entre os principais gargalos do setor estão a escassez de profissionais especializados, a limitação de recursos em infraestrutura e a falta de metodologias diagnósticas padronizadas. Norimar ressalta ainda que há um grande déficit de laboratórios bem equipados e de pessoal capacitado para operar tecnologias modernas e interpretar resultados complexos, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros.

Ela destaca que técnicas avançadas – como as baseadas em biologia molecular, a exemplo da PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), eletroforese, sequenciamento de DNA, hibridização, técnicas isotérmicas, como o Lamp (Loop-mediated isothermal amplification) e Elisa – demandam investimentos significativos em equipamentos, reagentes e infraestrutura, o que dificulta sua adoção em larga escala nacional.

Além disso, há escassez de técnicos aptos a operar essas tecnologias e interpretar os resultados com precisão. Esse déficit limita a realização de análises complexas e compromete a resposta à diversidade de patógenos, presente no País. “A diversidade de patógenos exige metodologias sensíveis, rápidas e precisas. No entanto, sua implementação tem enfrentado barreiras técnicas e financeiras, além de capacitação contínua das equipes ativas”, enfatiza.

A vice-coordenadora Carla Corrêa também ressalta a importância de superar resistências à adoção de novas metodologias: “Vamos atuar em parceria com agências de fomento e instituições públicas e privadas para garantir acesso à tecnologia, formação profissional e difusão do conhecimento”, afirma.

No campo prático, o Copasem pretende apoiar estratégias integradas de controle de patógenos, promovendo o uso adequado de tratamentos químicos, biológicos e físicos, além de incentivar o desenvolvimento de agentes de biocontrole mais eficazes e seguros. Segundo as coordenadoras, essas soluções exigem maior investimento em pesquisa e capacitação técnica por parte dos usuários finais.

Atualmente, o Brasil conta com laboratórios oficiais, como os do Lanagro, do Ministério da Agricultura e Pecuária, e do Instituto Biológico de São Paulo, além de aproximadamente 190 laboratórios credenciados pelo MAPA até setembro de 2023. “No entanto, nem todos estão ativos ou habilitados para o diagnóstico fitossanitário. Há também laboratórios vinculados a universidades e instituições de pesquisa públicas e privadas, mas o número total ainda é impreciso”, observa Carla.

“A situação evidencia a urgência de incentivos para manutenção e expansão desses serviços essenciais”, reforça Norimar Denardin.

O comitê pretende intensificar o diálogo com órgãos reguladores e entidades representativas, como a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) e as associações estaduais. A estratégia contempla ainda a ampliação da oferta de cursos, workshops e simpósios, além de incentivar a publicação de artigos científicos em periódicos como o Journal of Seed Science e o Informativo Abrates. “Nosso objetivo é atualizar e disseminar o conhecimento técnico-científico em patologia de sementes, além de conectar o Brasil a experiências internacionais que possam nos fortalecer”, afirma Carla.

A grande meta da nova gestão é consolidar o Copasem como referência nacional e internacional em sanidade de sementes.

“Superar esses desafios exige um esforço colaborativo entre instituições de pesquisa, órgãos governamentais, setor produtivo e os laboratórios, com investimentos em pesquisa, infraestrutura, capacitação e políticas públicas voltadas à área. O impacto será direto na produtividade agrícola, na segurança alimentar e na competitividade do Brasil no mercado global”, conclui Norimar Denardin.

Fonte e Foto: Abrates