set199968

Plantio de trigo começa pela região Norte do Estado

O plantio de trigo começou no Paraná abrindo a safra de inverno para o principal produto desse período, enquanto a de verão caminha para o término da colheita. Os trabalhos envolvem municípios mais ao Norte do Estado. As informações estão no Boletim de Conjuntura Agropecuária, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), referente à semana de 31 de março a 6 de abril.

Respeitando o Zoneamento Agrícola de Risco Climático divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o plantio do trigo iniciado no Norte do Paraná deve se estender até pelo menos o final de maio. Mas os trabalhos ainda não ganharam intensidade, em razão da prioridade dada à colheita da soja e plantio de milho segunda safra, que estavam atrasados.

Esse atraso é um dos fatores que levaram ao incremento de 13% na área de trigo neste ano, comparativamente a 2002, devendo chegar a 1,36 milhão de hectares. A parte financeira também contribui nessa motivação do triticultor. No ano passado, grande parte dos produtores teve margens positivas e agora aposta que se repita, ainda que os preços tenham recuado.

Como consequência da expectativa de rentabilidade, alguns produtores testaram plantios mais precoces (março), com vistas a conseguir semear uma segunda safra no outono/inverno. No entanto, devido ao alto risco agronômico e financeiro, o volume de área não alcança 1%.

Milho e Soja

A colheita da primeira safra de milho chegou a 70% da área total estimada em 387 mil hectares. Os trabalhos estão atrasados em relação à média histórica para o período. Já a segunda safra teve o plantio praticamente encerrado, com 99% dos 2,5 milhões de hectares semeados.

O clima favorável dos últimos dias propiciou avanço de 12 pontos porcentuais na área colhida de soja na última semana. Foram colhidos aproximadamente 700 mil hectares. Esses números estão próximos da média histórica para o período, trazendo normalização para a cultura.

Feijão

Em relação ao feijão, o boletim aponta que na última semana os preços se mantiveram estáveis comparativamente à semana anterior. O feijão de cores foi comercializado em média a R$ 408,00 a saca, enquanto o tipo preto ficou em R$ 267,00.

A primeira safra teve a colheita encerrada no início de março. A segunda está a campo em área de 296 mil hectares, com produção estimada em 589 toneladas. O desenvolvimento é considerado satisfatório, com 93% da área em boas condições e o restante, medianas.

Aves e bovinos

A Embrapa Suínos e Aves apontou que o custo de produção do frango no Paraná teve aumento de 2,43% em fevereiro, o que representou R$ 0,13 por quilo em relação ao mês anterior. O valor médio ficou em R$ 5,47 o quilo.

O documento registra ainda que o anúncio da retomada das importações chinesas de carne bovina, em 23 de março, fez a arroba saltar de R$ 276,25 para R$ 292,90. Com o clima favorável e escalas de abate confortáveis em muitas regiões, o preço não deve sofrer grandes variações no curto prazo.

Agrotóxicos

O boletim também trata do Programa Estadual de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, instituído em 2011 pela Secretaria de Estado da Saúde, que tem objetivo de avaliar os níveis de resíduos desses biocidas nos alimentos.

O Boletim n.º 01/2023 de Vigilância e Atenção à Saúde das Populações Expostas aos Agrotóxicos 2020-2023 apontou a coleta das 800 amostras de alimentos mais consumidos nas Ceasas do Paraná, em supermercados e alimentação escolar. Observou-se que, dos 25 produtos da horticultura, sete apresentaram níveis críticos e altos riscos de exposição aos venenos agrícolas.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu/AEN

set20006

Inventado na crise por argentinos, token paga até cafezinho no Brasil com grãos de soja

Alguns produtores da Argentina e do Brasil estão pagando suas contas com grãos de soja. Não se trata do tradicional escambo, ou barter, em que as sacas da leguminosa são trocadas por insumos, fertilizantes e combustível na revenda agropecuária mais próxima. Os grãos, dessa vez, viraram moeda para pagar qualquer conta na maquininha do cartão de crédito: pode ser o cafezinho da esquina, o corte do cabelo ou abastecimento do carro, até a troca da mobília da casa ou a aquisição de um novo maquinário.

“A necessidade é a mãe de todas as invenções”. É recorrendo ao provérbio popular que o diretor da Agrotoken no Brasil, Anderson Nacaxe, explica por que foi na Argentina, e não em outro país, que surgiu o conceito de transformar a soja em indexador do dinheiro dos agricultores, fugindo às variações do dólar, peso ou real. Os tokens, na prática, são garantidos pelas grandes tradings de grãos, como Cargill, Bunge, ADM, Louis Dreyfus, que, autorizadas pelos produtores, fazem cessão de crédito para a Agrotoken – plataforma que funciona como uma câmara de compensação das transações.

Gazeta do Povo: Para entender o agrotoken, vamos pegar uma safra que ainda será colhida. Supondo que o produtor vai colher 100 toneladas de soja. Quando ele tokeniza isso? Como é o processo?

Anderson Nacaxe: A gente tem a tokenização tanto desde o pós-colheita quanto também do pós-plantio. Eu posso considerar um grão entregue como lastro do token, ou seja, um grão colhido e já entregue numa cooperativa, num armazém, e posso considerar também o grão que está em produção na lavoura, que já tenha sido plantado.

A gente usa métodos para chamar de prova de existência. Ou seja, uma vez que eu comprove que esse grão exista, eu permito a geração de um token em cima dele.

Mas e se a soja que foi plantada sofrer uma frustração de safra. Como isso é amarrado?

O que a gente garante é que o token é sempre líquido. No caso de grãos que estão em produção, qualquer risco associado ao plantio ou climático, ou até mesmo a performance, que é a parte dele entregar ou não, a gente tem coberto por outros agentes da cadeia.

A Agrotoken junta vários agentes diferentes. Por exemplo, se um banco quer dar crédito para um produtor com um grão que está em produção, eu exijo que alguém tome o risco-colheita desse produtor. Se o próprio banco aceita esse risco, ele é quem está tomando o risco. Se existe uma seguradora, é a seguradora que assumiu esse risco. É importante ressaltar que quem vê um token pronto, já assume que não existe risco de colheita ali.

Que outras operações já foram feitas com token, além da compra de um trator da CNH no Show Rural, em Cascavel, no início do ano?

A gente já conseguiu fazer 240 mil toneladas entre soja, milho e trigo, no Brasil e na Argentina. Aqui no Brasil a gente está começando um pouco mais forte agora, deve estar chegando aí a 38 mil toneladas. Estamos começando, é embrionário ainda. Foi oficialmente lançada a solução na feira. O volume anterior tinha sido volumes de operações pontuais, para testar o modelo, para provar o conceito. Essa operação do trator foi a primeira operação de fato, estruturada, feita com 100% de produção, no Brasil.

Em relação à forma tradicional de o produtor fazer compras, o que a moeda-soja aposenta?

A gente faz um modelo que é como se eu desse uma moeda para uma economia que já existisse, mas nunca teve moeda. Eu gosto de ver os tokens como uma forma de a economia agrícola criar sua própria moeda, não depender de moedas de governo. Quando um produtor produz soja e precisa converter para reais, ele assume o risco associado ao governo brasileiro. Então ele passa a estar sujeito a variação cambial e qualquer efeito de juros sobre essa moeda, real. Quando tem que converter para dólar, ele toma risco do governo americano e todas as macro variáveis que influenciam essa moeda.

Se eu te falar uma moeda-soja, estou deixando o produtor protegido. Hoje ele não tem ferramenta para trabalhar somente na economia soja. É obrigado o tempo todo a ficar convertendo para as economias tradicionais e moedas de governo. Uma grande vantagem que a gente trouxe foi criar essa moeda em que ele possa transitar sem tomar risco de preço, sem tomar risco de juros diferentes.

Token funciona como um cofre digital em soja

O produtor que faz arrendamento em sacos de soja, ele vai conseguir pagar alguém de fato com soja, sem ter que transportar o caminhão.

Se quiser pagar os funcionários das fazendas ou a viagem da família dele para Disney em soja, também vai conseguir. Porque eu não só permito a transação do valor da soja dele por meio de um ativo digital, como também materializo essa transação por meio de pagamentos tradicionais, como um cartão de crédito. A partir do momento em que ele tokeniza a fazenda dele, é como se ele tivesse criado um cofre na fazenda, que passa a ser a conta corrente dele. E pode fazer todas as transações nessa moeda, que é a economia dele, e se conectar com as outras economias globais, usando esses outros instrumentos financeiros, como um cartão de crédito, uma transferência direta bancária.

É como se agora a conta corrente fosse a fazenda, e o banco que está gerindo isso aí para ele fosse o comprador de grão. E isso tudo acontece fora do sistema financeiro tradicional. E aí ele não é mais refém do sistema financeiro tradicional.

Se ele quiser vender parte dessa produção dele para você, por exemplo, que quer investir num produtor e comprar 100 sacas de soja, você vai conseguir. Não depende mais de fazer um CRA, fazer uma operação estruturada na bolsa, ou criar um Fiagro, criar uma letra de crédito agrícola. O fato de ele já ter essa transação tokenizada vai permitir a integração pura da economia com a cidade. E daí pessoas físicas como nós, poderiam comprar soja.

Você deu exemplo da pessoa física que quer investir em sacas de soja. Quem garante que isso tem lastro?

A função da Agrotoken nesse processo é garantir esse lastro. Eu não sou emissor desse ativo. Imagine um produtor lá de Sorriso, no Mato Grosso, que tem uma área de soja e procura a Agrotoken. Ele vai usar nossa infraestrutura para emitir um token da soja. Esse token tem que atender a critérios. Então, primeiro a Agrotoken valida se a área é uma área legal, se tem autorização para explorar a terra, se é um produtor que atende a critérios de governança que a gente busca. Em cima disso, eu permito que ele entre no meu ecossistema.

No que ele gerar os tokens, eu já verifiquei que a soja existe e que foi vendida, por exemplo, para uma grande trading, como a Bunge. E tem uma cessão de crédito em favor da Agrotoken. Ou seja, o produtor tem soja, já vendeu para a Bunge, e quando entregar, o pagamento dessa soja vem para a Agrotoken, que, por meio do token, repassa os direitos creditórios dessa cessão para quem estiver com o token na mão.

Então, no momento zero, quem tem o token na mão é o próprio produtor. Ou seja, ele me dá os direitos creditórios para a soja, e eu devolvo para ele por meio de tokens. E eu garanto e monitoro esse processo o tempo todo. Eu não estou assumindo o risco. Quem garante a parte econômica do processo são os compradores de grãos.

O risco sistêmico do nosso processo mora nos compradores de grãos. Como a gente trabalha com compradores de grãos de primeira linha, o risco desse sistema acaba sendo Cargill, Bunge, ADM, Dreyfuss, que é relativamente muito baixo.

Eu não apresento risco para o processo, porque eu sou a infraestrutura. E como faço tudo em blockchain, é tudo transparente também. Então não há risco de desvio desse valor. Eu atuo como uma câmara de compensação, consigo garantir para quem está recebendo o token que o processo está sólido, e que tem um comprador que atendeu critérios, e que o operador desse token, que foi o produtor rural, também atendeu critérios.

O preço de quem tem o token na mão acompanha a cotação do dia da soja?

Esse é o ponto mais importante, ele tem preço comum. Um token gerado em Sorriso (MT) ou em Passo Fundo (RS) vai ter valor igual contra referência de preço físico de Sorriso. A gente elegeu uma praça que é bem líquida, bem representativa, porque ela sofre um efeito de frete forte, então a gente consegue capturar variações por conta de preços de frete. E ela sofre também efeitos do escoamento pelo Norte e pelo Sul do Brasil, além de abastecer as fábricas internas.

Se houver vários produtores querendo vender tokens para pessoas físicas, no futuro, quando a gente habilitar isso, não influenciará o preço do token, que é sempre o preço da soja física. Por que ele existe para ajudar o ecossistema agrícola, não é para investidor ganhar dinheiro na especulação. Ele pode usar o token para se proteger da inflação, comprar barato para vender num momento mais caro. Mas não vai ser por conta de oferta e demanda do token, mas por oferta e demanda da soja.

O fato de ter surgido na Argentina já explica um tanto de toda essa engenhosidade…

Eu acho que a Argentina foi o turbo do processo. A necessidade é a mãe de todas as invenções. Na primeira vez que tive contato com a ideia do token, eu era diretor de commodities da Corteva, e o pessoal falava em tokenizar uma CPR. Tudo bem, você iria digitalizar uma CPR, mas depois voltaria a ser uma CPR.

Na Argentina, no que chegou essa ideia lá, eles colocaram uma camada a mais. Digitalizar a soja não tem valor, porém, se eu digitalizar a soja e criar um ativo fungível, terá muito valor, porque daí o produtor pode usar como moeda, e uma moeda soja vai ter mais valor que pesos. Essa sacada aconteceu lá.

Aqui no Brasil, como a gente estava muito acostumado com a visão de que a soja já era líquida, não conseguimos ver essa oportunidade do que seria ter uma soja com preço único no Brasil inteiro. Nasceu lá, por conta da necessidade, e trazendo para cá, a gente consegue ver o valor que é isso. Significa que o Magazine Luiza pode anunciar uma TV com preço único em soja para qualquer lugar do Brasil. A Hilux poderá ser vendida com preços em saco de soja, acompanhando esse índice, porque ele é uma moeda dessa economia agrícola. E só é uma moeda porque ela é fungível. Então, a sacada de fungibilidade nasceu na Argentina, por conta da necessidade que eles tinham de ter uma moeda representativa.

A gente tem uma parceria global com a Visa. Inclusive estamos participando de projetos ainda mais estruturados com eles. Já lançamos soluções em cartões internacionais lastreados em ativos de commodity. Ou seja, o produtor que tokeniza trigo, soja ou milho consegue abastecer um cartão Visa com créditos vindos desses tokens para usar em qualquer lugar do mundo.

E isso é imediato, se ele compra um café, um hambúrguer, onde ele for, essa loja recebe dinheiro no momento zero. Por que a Agrotoken criou um ecossistema com meios de liquidez para esse ativo ser transacionado. Se a pessoa está preocupada, ‘se eu comprar, qual é o risco da colheita?’ Se já virou token, esses riscos já foram mitigados. E isso garante que eu tenho uma liquidez plena que possa abastecer inclusive cartões de crédito e modelos de crédito estruturado de uma forma muito mais fácil.

Isso tem alguma ligação com o sistema financeiro, alguma normatização?

A gente é chamado de token utilitário, porque eu represento um ativo físico e o nosso preço não oscila em função da transação do nosso ativo, ele oscila em função de um índice. Diante disso, eu sou utilitário, estou dentro de uma norma da CBM, que permite que ele possa ser usado em transações comerciais, sem taxação de uma criptomoeda, por exemplo. Uma criptomoeda, por ter volatilidade própria, ela acaba tendo uma regulação diferente. No nosso caso, eu sou um token utilitário, sou amparado praticamente pelas mesmas leis da CPR, sou um lastro igual à CPR, eu sou um recebível.

Quais tradings já estão trabalhando com vocês?

A gente já atua com todas as tradings no Brasil, porque aqui no Brasil a gente consegue usar cessão de créditos independente de ter uma parceria formal com a trading. Mas a gente já está para anunciar três parcerias com grandes tradings, formais, em que elas serão impulsionadoras do negócio. Em teoria, eu não precisaria ter uma parceria formal com elas por causa da lei de cessão de crédito do Brasil. A mesma coisa na Argentina, a gente faz essa parceria para ir no mercado junto.

Pessoas da cidade vão poder investir no token de soja

Como está sendo a recepção dos produtores, que calculam a vida deles em torno do preço da soja?

O que faltava para o produtor? A moeda. Ele já tinha todo o modelo econômico e financeiro em cima da soja. Faltava para ele o meio de troca. Eu passei 17 anos fazendo operações de barter, onde a gente tentava fazer as operações de troca, mas no fim do dia a gente só estava usando como lastro. Isso mostrava que o produtor já tinha uma demanda muito grande de pensar em soja e negociar em soja.

Agora, usando a tecnologia das criptomoedas, a gente criou de fato um ativo que ele possa negociar, que possa usar como meio de pagamento, como reserva de valor, para conectá-lo com um sistema de financiamento descentralizado. E que possivelmente se torne uma nova classe de ativos para investidores em potencial.

Eu gosto muito da ideia de que a gente consegue conectar de fato a cidade ao campo, vou permitir que pessoas físicas como nós, em breve, comprem ativos digitais de produtores.

Um exemplo que gosto de usar: a gente está trabalhando em dois projetos de carne e etanol, onde a gente conseguiria permitir que pessoas físicas da cidade comprassem diretamente ou de um pecuarista ou de uma usina, esse token. E como são cadeias mais curtas, significa que, se eu quisesse ir numa churrascaria e pagar com token, eu conseguiria. Porque a churrascaria poderia pagar esse token para o abatedouro, que está com o boi do pecuarista que já recebeu o dinheiro aqui.

Token de etanol pode estar a caminho

Um exemplo muito prático é de quando as pessoas têm a percepção de que vai subir o preço do combustível. Elas fazem fila no posto. E mesmo que você tenha um aumento de 50 centavos na gasolina, quem tem um carro de 50 litros de tanque, vai economizar no máximo 25 reais no abastecimento. Ele não consegue aproveitar esse preço nos próximos abastecimentos, porque ele está limitado a 50 litros.

Agora, se eu tenho um token de etanol emitido por usinas, poderia comprar dois tanques, três tanques, quatro tanques. Para me proteger de uma eventual alta, se vejo um cenário que vai ter um conflito mais sério no mundo, estou com medo do preço da gasolina, eu já poderia estar comprando um token de etanol agora e isso iria me proteger de uma variação de alta do etanol no futuro. E paralelamente, ao fazer isso, estou investindo no setor primário do país, incentivando a produção de etanol. Então, em vez de ser um consumo que vai gerar inflação, é um consumo que influencia produção, eu antecipo a demanda futura e antecipo o dinheiro para o cara que precisa, que é o produtor rural.

Já tem cartões na mão dos produtores?

Hoje a gente tem duas áreas que receberam esses cartões, eles estão em Silvânia (GO) e Rondonópolis (MT), sendo utilizados por produtores rurais. Vamos começar a produção em massa para atender aos produtores que solicitarem.

É um cartão comum ou ele só vai na loja que aceita o token dele?

É um cartão comum, tradicional, igualzinho o outro. A diferença é que nesse cartão nunca chega a fatura, ele é sempre liquidado com soja. Para as transações nas maquininhas, ele é exatamente igual. Desde que aceite a bandeira Visa.

O que muda é o sistema de liquidação dele, que está por trás, em vez de ele liquidar isso contra dinheiro em banco, ele liquida isso contra soja na lavoura.

Fonte: Gazeta do Povo/Marcos Tosi Foto: Michel Willian/Arquivo/Gazeta do Povo

set199725

Café: Preocupação com oferta global se mantém e arábica tem mais um dia de alta

O mercado futuro do café arábica segue operando com valolrização para os principais contratos, ainda com suporte na preocupação com a oferta global do produto no pregão desta segunda-feira (10) na Bolsa de Nova York (ICE Future US).

Por volta das 12h36 (horário de Brasília), maio/23 tinha alta de 155 pontos, negociado por 185,15 cents/lbp, setembro/23 tinha alta de 140 pontos, cotado por 181,10 cents/lbp e dezembro/23 tinha valorização de 155 pontos, cotado por 179,35 cents/lbp.

Desde a semana passada o café opera com valorização para os preços, com suporte na queda nos estoques de café no exterior. Apesar da expectativa de safra positiva no Brasil neste ano, a também expectativa de demanda aquecida aumenta a preocupação com a oferta.

Na semana passada, a Organização Internacional do Café (ICO) informou que as exportações globais de café de outubro a fevereiro caíram -8,7% para 48,66 milhões de sacas. O mercado também aguarda pelos números oficiais dos embarques do Brasil no mês de março.

No financeiro, por volta das 12h50 (horário de Brasília), o dólar tinha alta de 0,44% e era negociado por R$ 5,08 na venda. “O dólar abandonou perdas iniciais e passou a subir frente ao real nesta segunda-feira, com investidores digerindo dados de emprego norte-americanos fortes mas amplamente em linha com o esperado que foram publicados na Sexta-feira Santa, quando os mercados locais estavam fechados”, destacou a agência de notícias Reuters.

Fonte: Notícias Agrícolas/Virgínia Alves Foto: Divulgação

set199395

Evento debate inteligência artificial para controle de plantas daninhas

A identificação das plantas daninhas pelo uso das ferramentas de inteligência artificial e opções da robótica para o controle de plantas daninhas foi o assunto abordado pelo pesquisador Maurílio Fernandes de Oliveira, da Embrapa Milho e Sorgo, na 14ª edição do “Computer on the beach”. O evento, realizado de 30 de março a 1º de abril em Florianópolis-SC, foi promovido pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em parceria com outras instituições.

Em sua palestra “Aspectos relevantes entre Ciência de Dados e Agricultura”, o pesquisador exemplificou estudos dentro desta temática em práticas agrícolas e descreveu algumas opções de inteligência artificial e da indústria já disponíveis para a identificação e o controle de plantas daninhas. “A digitalização do Agro tem possibilitado o uso de dados já produzidos e publicados nas diversas áreas do conhecimento”, disse Oliveira.

Em adição, o palestrante mostrou as áreas de pesquisa em que trabalha atualmente, buscando prospectar parcerias do corpo docente especializado em ciência de dados, inteligência artificial e computação. O grupo participa da publicação de dois capítulos nesta temática no livro “Agricultura 5.0”, publicado em 2023.

De acordo com os organizadores, o “Computer on the beach” reúne profissionais, pesquisadores e acadêmicos da área de computação, para discutir as tendências de pesquisa e de mercado da computação em suas mais diversas áreas. Com histórico de publicações consolidado em mais de uma década de realizações, o evento atingiu o H5-index igual a 6 (fonte: Google Scholar).

Fonte: Embrapa Foto: Divulgação

set199431

Pedágio fica mais caro na BR-116

A partir de sexta-feira (7), a tarifa de pedágio na BR-116 vai ficar 5,9 % mais cara.

Com o reajuste, a tarifa básica será de R$ 7,30 nas cinco praças de pedágio da concessionária Arteris Planalto Sul, que administra a rodovia.
O reajuste considera as revisões contratuais para recompor o equilíbrio econômico financeiro do contrato – e a correção frente à inflação, tendo como base o IPCA com percentual positivo de 5,9%. A data-base do contrato é 19 de dezembro de 2022.

O novo valor é autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e faz parte da recomposição do IPCA do último período do contrato.

Fonte: Band News Foto: Arteris

set199599

Polícia Militar começa Operação Páscoa nesta quinta-feira; Operação Páscoa da PRF é realizada nas estradas

A Polícia Militar do Paraná começa nesta quinta-feira (6) a Operação Páscoa, que vai durar todo o feriado prolongado. As ações seguem até às 10 horas da manhã de segunda-feira (10).

As equipes devem fazer policiamento geral e de trânsito nas áreas e locais de concentração popular, vias, ruas e espaços abertos.

Segundo a Polícia Militar, a operação será principalmente nas localidades em que houver atividades de festividade religiosa de Páscoa, pontos de concentrações de turismo e lazer, em especial na região litorânea e prainhas de água doce no Interior do Estado.

Ainda segundo a PM, também deve haver reforço na atuação em praças, parques, terminais de ônibus rodoviários e locais de visitação turística. Nas estradas estaduais, será intensificado o policiamento de trânsito urbano e rodoviário, nos deslocamentos de turistas e da população local para a prevenção de acidentes e a coibição e repressão às infrações de trânsito.

Operação Semana Santa

A Operação Semana Santa 2023 da Polícia Rodoviária Federal começa à zero hora desta quinta-feira e vai até a meia-noite de domingo. Segundo a PRF, a fiscalização segue as estatísticas do órgão e será intensificada nos locais e horários de maior fluxo de veículos.
A PRF orienta que, em caso de acidente e se não houver feridos, os veículos sejam retirados da pista imediatamente. A ocorrência pode ser registrada pela internet. Se houver feridos, a recomendação é sinalizar a pista e informar o órgão imediatamente pelo número 191.

Fonte: CBN Foto: PRF

set199683

IDR-Paraná lança novos aplicativos para a agropecuária na ExpoLondrina

O Governo do Estado vai entregar quatro novos aplicativos para celular durante a 61ª ExpoLondrina, que será realizada de 6 a 16 de abril, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina, Norte do Estado. Os aplicativos são todos de serviços de agropecuária – três relacionados a aspectos climáticos e outro para cultura da soja, e foram desenvolvidos pelo IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater. O lançamento acontece na terça-feira (11), às 9 horas, no auditório Gerando Valor (Pavilhão SmartAgro).

Para o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, as funcionalidades destinadas a facilitar a produção no campo beneficiam toda a sociedade. “Elas contribuem para aumentar a produtividade e renda dos produtores e também ajudam a entender parâmetros climáticos que permitem maior cuidado com o meio ambiente”, aponta ele.

Clima

Os aplicativos que abordam aspectos climáticos têm impacto direto nas lavouras. “Variáveis climáticas influenciam toda a dinâmica da produção agropecuária, são informações cruciais para o planejamento e decisões no dia a dia”, aponta o pesquisador Pablo Ricardo Nitsche, do IDR-Paraná.

Em versão revisada e atualizada, o “IDR-Clima” apresenta em tempo real as condições meteorológicas nas regiões produtoras. As informações são obtidas em mais de 60 estações meteorológicas distribuídas pelo Estado e abrangem temperatura (mínima, média e máxima), chuva, velocidade do vento, radiação solar e umidade relativa do ar. O usuário tem, ainda, acesso ao monitoramento das condições de umidade do solo e à previsão do tempo.

O “ClimAtlas-19”, por sua vez, é um boletim técnico digital que traz uma compilação de dados obtidos em 40 anos de operação das estações meteorológicas do IDR-Paraná e do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). São 188 mapas com informações sobre o comportamento histórico de chuvas, temperatura máxima e mínima, radiação, insolação, vento e evapotranspiração.

Já o aplicativo “Estiagem Paraná” apresenta — em intervalos de dez dias — o risco de veranicos ao longo do ano para 253 municípios do Estado.

Soja

Destinado a uso direto no campo por produtores e técnicos, o aplicativo “GID Pragas da Soja” é fartamente ilustrado e foi desenvolvido para facilitar o reconhecimento dos principais insetos e ácaros que ocorrem na cultura. As descrições usam linguagem simples, quase coloquial. De acordo com o pesquisador Humberto Godoy Androcioli, trata-se de uma ferramenta pensada para agricultores e profissionais interessados em praticar o manejo integrado.

O desenvolvimento do “GID Pragas da Soja” contou com financiamento da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e do Programa Universidade Sem Fronteiras.

Todos os aplicativos do IDR-Paraná podem ser baixados gratuitamente no Google Play e na Apple Store.

Edital

O IDR-Paraná também lança na ExpoLondrina o “Push Innovation Paraná 2023”, um edital de inovação aberta com o objetivo de promover ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação na agropecuária por meio de parcerias com startups, empresas e empreendedores.

A iniciativa utiliza recursos financeiros do fundo de inovação do Instituto e é realizada em parceria com a Fapeagro (Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio). Serão selecionadas até 14 propostas voltadas à solução de problemas tecnológicos em todo o Estado. Cada uma delas receberá R$ 50 mil para o plano de trabalho, que será desenvolvido com a supervisão de pesquisadores o IDR-Paraná.

Expolondrina

Um dos maiores eventos do agronegócio nacional, a ExpoLondrina chega à 61ª edição conjugando uma agenda técnica e de entretenimento que atrai visitantes de todo o Brasil. Mais informações podem ser obtidas em www.expolondrina.com.br.

Serviço:

IDR-Paraná – Lançamento de aplicativos para a agropecuária

Data: 11 de abril, terça-feira

Horário: 9 horas

Local: Auditório Gerando Valor, no Pavilhão SmartAgro da ExpoLondrina — Parque de Exposições Governador Ney Braga, Londrina

Fonte: AEN Foto: José Fernando Ogura

set198976

Biotrigo: 15 anos de fortalecimento da cadeia do trigo no Brasil

Biotrigo: 15 anos de fortalecimento da cadeia do trigo no Brasil
Com um retrospecto recente definido por altas produtividades e rentabilidade ao agricultor, a cultura do trigo no Brasil atravessa um bom momento e traz perspectivas promissoras para o futuro. Esse cenário, porém, só foi possível devido a uma longa trajetória marcada por diálogo e resiliência entre todos os integrantes da cadeia do trigo. Um dos principais atores desse fortalecimento conjunto foi a Biotrigo, que completou 15 anos de história nesse mês de abril. Desde a sua fundação, em 2008, os diretores da empresa, André Cunha Rosa e Ottoni Rosa Filho, tiveram um lema para guiar sua trajetória: não existe corrente forte sem elo fraco. Com esse pensamento em mente, a Biotrigo iniciou sua caminhada na triticultura brasileira, buscando oferecer mais e melhores soluções em trigo para todos os elos desse conjunto.

“Não adianta produzir muito bem dentro da porteira se você não tiver, do lado de fora, condições de liquidez e logística para levar esse produto até o consumidor. Então sempre nos preocupamos com a cadeia e buscamos com que o produto que era gerado no campo fosse o que os agricultores e moinhos realmente quisessem”, cita Ottoni. Para André, essa foi a grande virada de chave. “No passado, haviam trigos que atendiam a indústria e trigos que atendiam aos agricultores, mas normalmente não eram os mesmos. A nossa grande conquista foi conseguir, em larga escala, com que os trigos que o produtor queria semear fossem os mesmos que a indústria demandava. Aí que a coisa casou”, comenta.

Com o passar dos anos, muitas evoluções foram sendo notadas na cadeia tritícola, que aumentaram a liquidez e consequente rentabilidade da cultura. Com relação à genética, houve a obtenção de níveis crescentes de produtividade e sanidade dos materiais lançados. Mas, além desses quesitos, os patamares de qualidade foram fundamentais para garantir uma melhor liquidez na cultura. “Se a produtividade do trigo aumentou a um determinado ritmo, a qualidade aumentou em um ritmo muito maior”, afirma Ottoni. Junto a isso, o manejo do agricultor acompanhou esse crescimento. “A lavoura do produtor, como um todo, evoluiu. Então o conjunto de todos esses fatores vem permitindo maiores rentabilidades no inverno”, aponta André.

Divisores de água

Ao longo desses 15 anos, mais de 40 cultivares foram lançadas, contemplando diversos segmentos. Entretanto, duas delas ganham o destaque unânime dos diretores da empresa como as mais marcantes nessa trajetória: TBIO Toruk e TBIO Audaz. Ambas representam quebras de paradigma. Toruk, ao trazer produtividades que até então não eram vistas no país. Audaz, sendo o carro-chefe na consolidação da qualidade do trigo nacional.

“Com Toruk, nós propusemos algo mais desafiador ao agricultor. A cultivar tinha vários desafios de campo em troca de uma produtividade que o produtor ainda não tinha. Introduzindo um tipo de planta mais moderno no Brasil, Toruk foi a cultivar mais semeada do país durante três anos e possui grande relevância, inclusive, por ser o pai de muitos trigos lançados posteriormente”, indica André. Já Audaz foi símbolo de uma mudança de patamar do trigo, especialmente do Sul do Brasil, em termos de qualidade. “Desde o seu lançamento, Audaz entrega excelente qualidade em todos os ambientes e análises. Além disso, foi o primeiro trigo com genética brasileira a ser classificado como Grupo 1 de qualidade na Argentina, constando também no grupo de segregação Urutrigo, no Uruguai. A indústria moageira reconhece a excelência que sua genética carrega. Assim, Audaz vem colaborando muito com a liquidez e boa aceitação do trigo no mercado”, assinala Ottoni.

O futuro do trigo no Brasil

Em 15 anos, muito foi conquistado por uma cadeia do trigo mais madura e dialogante. Mas uma das mais árduas tarefas é seguir andando para frente e olhando para o que ainda falta realizar. “Uma das intenções da Biotrigo é seguir oferecendo novas soluções à cadeia e melhorar cada vez mais os aspectos de qualidade dos trigos, tendo variedades específicas para diversos fins e nichos de mercado”, ressalta André. O foco nos avanços em resistência às doenças de difícil controle é outro grande pilar da empresa. “Trabalhamos para entregar uma genética que, ao mesmo tempo em que evolua em qualidade e rendimento, também possa dar mais segurança e tranquilidade no manejo a campo para o agricultor. Já evoluímos bastante em giberela e brusone, por exemplo, e procuramos seguir melhorando ainda mais”, destaca André.

Para os diretores, o futuro do trigo no Brasil passa por diálogo e uma constante busca por soluções que atendam a todos os integrantes dessa cultura, desde o melhoramento, passando pela indústria de sementes, que carrega todo o potencial genético levado às propriedades rurais. “Acredito que o trigo no país tem a tendência de seguir ampliando sua área, sobretudo no Rio Grande do Sul e Cerrado, mas de uma forma gradual. A cultura se mostra cada vez mais forte e, principalmente, está contribuindo com o agricultor”, aponta Ottoni. Para André, o produtor é peça-chave nessa evolução. “O processo de diálogo da cadeia do trigo requer tempo e não é fácil, mas é fundamental para que a cultura siga alcançando novos patamares de área, liquidez e rentabilidade”, finaliza.

Fonte: Biotrigo Foto: Guilherme Geller

set199044

Grupo de trabalho vai definir estratégias sobre o modelo de pedágio na próxima semana

Com a rejeição da Assembleia em criar uma frente parlamentar para discutir o modelo de pedágios no estado, vai caber a Comissão de Obras Públicas qualquer assunto sobre o a concessão de pedágio no estado.

A Comissão de Obras Públicas aprovou a criação de um grupo de trabalho para discutir a situação futura dos pedágios no Paraná. Estratégias do grupo devem ser definidas na próxima semana.

A decisão acontece após a rejeição da criação de uma nova frente parlamentar para tratar do modelo de pedágio.

O deputado Gugu Bueno (PSD), disse que a Comissão possui todas as competências para tratar do assunto.

Ele também disse que e frentes parlamentares não devem prosperar na casa.

O deputado Arilson Chiorato (PT) apresentou voto em separado, discordando do parecer. Segundo ele a discussão na comissão vai prejudicar a pluralidade de ideias.

A Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná foi criada em abril de 2019, por proposição do deputado Arilson Chiorato. De acordo com o Regimento Interno da Casa, teria dissolução automática prevista ao encerramento da legislatura.

Ouça

Fonte: CBN/Vinícius Bonato Foto: Divulgação

set199177

TRIGO/CEPEA: Preço externo avança, mas segue estável no BR

Os preços externos do trigo subiram nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, as altas estiveram atreladas ao clima seco em áreas de inverno dos Estados Unidos, à desvalorização do dólar, que favorece exportações norte-americanas, e à possibilidade de a Rússia suspender as exportações de trigo e/ou aumentar as tarifas de exportação do país, na tentativa de elevar as cotações.

Já no mercado brasileiro, os valores do cereal estão praticamente estáveis, tendo em vista que o ritmo de negócios tem sido pontual. Agentes de moinhos consultados pelo Cepea se mostram abastecidos, enquanto, do lado vendedor, muitos estão focados na finalização da colheita da safra de soja e de milho, seguida pela semeadura da segunda safra de milho.

Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br) Foto: Divulgação