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Paraná perde 3,4 milhões de toneladas de grãos e prejuízos no campo passam de R$ 5,6 bi

O relatório mensal divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) confirmou a perda de 3,4 milhões de toneladas da safra de verão 2023/2024. Considerando apenas as três principais culturas – soja, milho e feijão, que concentram cerca de 90% das perdas – os prejuízos somam mais de R$ 5,6 bilhões.

Fatores climáticos adversos foram os principais responsáveis, com excesso de chuva em determinados períodos e escassez dela em outros, somada às altas temperaturas, principalmente entre o fim do ano passado e as primeiras semanas deste ano.

No início do atual ciclo, em agosto de 2023, o Deral estimava colheita de 25,5 milhões de toneladas de todos os grãos. Agora essa expectativa baixou para 22,1 milhões de toneladas, retração de 15%.

A cultura com maior perda foi a soja, com 11,9% de quebra. A expectativa era colher 21,8 milhões de toneladas e agora se esperam 19,2 milhões, resultando em 2,6 milhões de toneladas perdidas no campo e prejuízo de R$ 5 bilhões, considerando o valor médio praticado pela saca no estado, R$ 115 nesta semana, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

A Previsão Subjetiva de Safra (PSS) revelou ainda que a área destinada à oleaginosa no Paraná foi menor que a projetada. Em vez de 5,8 milhões de hectares, foram 5,7 milhões de hectares. Um dos motivos apontados para a retração foi a janela de cultivo mais curta em algumas regiões.

Segundo o Deral, a colheita de soja atingiu 12% da área total. Do que segue no campo, 61% estão em condição boa, 31% mediana e 8% ruim. “Era uma situação [de perdas] que infelizmente estávamos prevendo”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

De acordo com ele, este cenário pode se agravar nos próximos boletins. “O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e a Conab também já vinham falando das perdas e acreditamos que as próximas avaliações devem reduzir mais as perspectivas da safra brasileira e mundial”, avaliou.

A segunda principal cultura de verão no estado, o milho, também apresentou quebra. Com apenas 291,5 mil hectares destinados à cultura, o estado esperava colher 2,9 milhões de toneladas, volume que baixou para 2,6 milhões, tendo como consequência retração de10,3% e prejuízo de R$ 350 milhões (valor médio da saca de R$ 63).

O fator de alívio no campo foi a chuva dos últimos dias. O principal benefício será, segundo o Deral, para o plantio do milho segunda safra. O Paraná espera colher 14,5 milhões de toneladas deste cereal no ciclo de inverno, segundo o analista do Deral, Edmar Gervásio.

Ao menos 2,3 milhões de hectares devem ser destinados à cultura. O plantio iniciou e está mais avançado nas regiões oeste, sudoeste e noroeste do estado, mas a intensificação da semeadura deve ocorrer no início de fevereiro.

A finalização do cenário no estado considera ainda as perdas com feijão e outros grãos com menores áreas. A produção de feijão registra quebra de 28%. Em agosto de 2023 a previsão de colheita era de 216 mil toneladas, agora são 156,4 mil toneladas numa área de cerca de 113 mil hectares. Os prejuízos no setor beiram os R$ 313 milhões, considerando o valor médio da saca (R$ 315).

Técnicos da Conab avaliam perdas na safra brasileira

Técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) terminaram de colher informações para o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2023/24. “O Boletim, contendo os dados coletados, será divulgado no dia 8 de fevereiro”, anunciou o órgão.

Pelo último levantamento, publicado dia 10 de janeiro, a produção brasileira esperada era de 306,4 milhões de toneladas, mas as perdas em cenário nacional também vinham sendo registradas ao longo dos meses.

A previsão produtiva da safra brasileira de grãos em novembro de 2023, de acordo com a Conab, era em 316,7 milhões de toneladas, retração de cerca de 10,3 milhões de toneladas em dois meses, com base no boletim do início de janeiro.

Texto e Foto – Gazeta do Povo

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Ágide Meneguette é reeleito presidente da FAEP para o triênio 2024/27

O engenheiro agrônomo recebeu os votos de 103 sindicatos na eleição realizada nesta segunda-feira (29)

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) vai ser comandada por Ágide Meneguette no triênio 2024/27. O engenheiro agrônomo recebeu os votos de 103 sindicatos dos 109 presentes na eleição realizada nesta segunda-feira (29), na sede da FAEP, em Curitiba. Ainda, foram cinco votos contrários e um em branco. A eleição teve chapa única. O mandato da nova gestão tem início no dia 11 de março.

Após eleito, Meneguette destacou as prioridades para os próximos três anos, principalmente em relação ao fortalecimento do sistema sindical rural paranaense.

“Os últimos episódios, como a tentativa da taxação do agro pelo governo estadual e a proposta de incluir os recursos no Sistema S no orçamento da União, mostram que o setor precisa estar unido. Em ambos os casos só conseguimos evitar as manobras por termos um sistema sindical rural rápido, forte e unido, com atuação ativa dos sindicatos na base”, destacou o presidente reeleito. “Esses episódios comprovam que foi acertada a nossa decisão, adotada lá atrás, de reforçar a atuação dos sindicatos rurais para enfrentar problemas que venham atingir nossa classe. Tenho certeza que estamos nos saindo bem”, complementou.

Ainda, Meneguette ressaltou o papel dos sindicatos rurais na defesa dos interesses dos milhares de agricultores e pecuaristas do Paraná. “As lideranças dos nossos sindicatos rurais perceberam a importância da representatividade dos produtores em seus municípios e a sua força em questões estaduais e nacionais. Por conta disso, vamos continuar dando o total e amplo apoio aos nossos sindicatos rurais”, afirmou Meneguette.

Biografia

Nascido em Maringá, Ágide Meneguette é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Com um longo histórico de atuação na defesa do setor agropecuário do Paraná, Meneguette já exerceu os cargos de presidente do Diretório Acadêmico do Setor de Ciências Agrárias da UFPR (1974 a 1975); presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Paraná (1978 a 1980); presidente do Sindicato Rural de Maringá (1989 a 1991); vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) por três anos; – Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR por duas vezes; e presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, desde 1991.

Em função da sua atuação no setor agropecuário paranaense, Meneguette já recebeu o título de cidadão honorário e/ou benemérito do Paraná, de Maringá, de Uniflor, de Presidente Castelo Branco, de Mandaguaçu e de Curitiba, além da comenda da Ordem do Pinheiro Estadual.

Diretoria

Presidente: Ágide Meneguette

Vice-Presidente: Guerino Guandalini          

Vice-Presidente: Francisco Carlos do Nascimento

Vice-Presidente: Oradi Francisco Caldato

Vice-Presidente: Lisiane Rocha Czech

Vice-Presidente: Ágide Eduardo Perin Meneguette

Vice-Presidente: Nelson Gafuri

Diretor Secretário: Livaldo Gemin

2º Diretor Secretário: Ivo Pierin Júnior

Diretor Financeiro: Paulo José Buso Júnior

2º Diretor Financeiro: Mar Sakashita

Suplentes

Ivonir Lodi                 

Fernando Volpato Marques

Edmilson Roberto Rickli

Gustavo Ribas Netto             

Edson Dornellas                   

Celso Stedile

Gayza Maria de Paula Iacono          

Ricardo de Aguiar Wolter                

Eliseu Fernado Telli              

José Mendonça

Paulo Ricardo da Nova 

Conselho Fiscal

Efetivos

Sebastião Olimpio Santaroza

Aristeu Kazuyuki Sakamoto

Walter Ferreira Lima

Suplentes

Braz Reberte Pedrini

Marco Antonio Esquicato

Luiz Andre Boranel

Delegados Representantes

Ágide Meneguett

Rodolpho Luiz Werneck Botelho

Cezar Augusto Massaretto Bronzel

Eduardo Medeiros Gomes

Capim-Capeta-

Capim capeta: especialista ensina a controlar praga da pecuária

O controle do capim capeta é uma das preocupações mais debatidas atualmente, sendo um dos desafios na gestão de pastagens

 capim capeta (Urochloa plantaginea) é uma planta daninha altamente agressiva que pode causar grandes prejuízos à produtividade das pastagens.

Também conhecido como ‘capim-pt’, ‘bufa-de-mineiro’, ‘barba-de-paca’, ‘luca’ ou ‘barbante’, o capim Capeta está se tornando a maior ameaça para a pecuária no país. Essa planta invasora tem atormentado a vida dos pecuaristas.

Ss plantas invasoras, como o capim-capeta, se espalham principalmente quando há algum tipo de manejo deficiente nas pastagens. Por isso, os pecuaristas devem ter uma atenção especial em suas áreas de pasto para evitar dar espaço a essas plantas invasoras.

ara compartilhar conhecimento e estratégias sobre o tema, o Giro do Boi recebeu no estúdio Wagner Pires, engenheiro agrônomo, pós-graduado pela Esalq-USP e uma autoridade reconhecida no manejo de pastagens.

Em busca de respostas eficazes, Pires enfatiza que o controle do capim capeta exige persistência e um plano de ação bem estruturado.

A planta pode parecer inofensiva, mas cada touceira é capaz de produzir cerca de 200 mil sementes, espalhando-se por vastas áreas se não gerida corretamente.

O especialista recomenda o uso de herbicidas específicos, como a atrazina e a mesotriona, aplicados com precisão para evitar danos às culturas desejadas, como o capim quicuio.

Texto e Foto – Canal Rural  

Estação do IDR-Paraná em Palmas explora sistema inovador de manejo de macieiras - Na foto, de blusa preta é o Clandio Medeiros da Silva e o com uniforme do IDR-Paraná é o bolsista de pesquisa do IDR-Paraná Felipe Silva Campos

Estação do IDR-Paraná em Palmas explora sistema inovador de manejo de macieiras

Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná adotou o sistema Guyot duplo invertido em sua estação experimental. Método garante melhor eficiência, maior aeração e insolação nas plantas, que produzem frutos com mais qualidade e facilita a colheita.

Com o avanço cada vez maior das atividades mecânicas na agricultura, foi preciso inovar na forma de plantio e manejo de algumas plantas, visando garantir melhor eficiência da atividade, qualidade dos frutos e facilitar a colheita. Entre elas a maçã. Nesse caso, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) adotou o sistema Guyot duplo invertido em sua estação experimental de Palmas, na região Sul do Estado, com resultados iniciais positivos.

O Guyot duplo consiste em conduzir a planta para que os galhos se estendam em direções opostas como se fosse um “y”, formando uma espécie de muro frutal. Ela difere do método tradicional conhecido como “líder central”, em que as plantas são distribuídas no terreno com espaçamento amplo e manejadas com podas para ganhar formato cônico.

O novo formato visa também facilitar a tendência que já se observa de colheita mecânica da fruta. “Está muito difícil contratar mão de obra para a tarefa de colheita dos frutos, pois é um trabalho complexo e que exige tempo e esforço físico, fora os riscos ao precisar subir em escadas para pegar as frutas mais altas”, disse o pesquisador Clandio Medeiros da Silva, do IDR-Paraná.

Nesse sistema, a poda das plantas é simples de ser conduzida, reduzindo o número de horas trabalhadas no pomar e diminuindo o custo da produção.

O pesquisador cita também outros benefícios do método Guyot. “Esse sistema proporciona maior aeração e insolação nas plantas, o que acelera a maturação das frutas, reduz a incidência de doenças e melhora a coloração das maçãs, fora o ambiente de trabalho mais seguro, pois não há necessidade de escadas, que são utilizadas para colheita das frutas em outros sistemas de condução”, afirmou.

MAÇÃ NO PARANÁ – A produção de maçã é altamente representativa para alguns municípios do Paraná, como Palmas, na região Sul, onde responde por 32% do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária. Em 2022 foram produzidas 8.489 toneladas em 353 hectares, gerando valor de R$ 16,7 milhões.

Na Lapa, município da Região Metropolitana de Curitiba, a maçã foi valorada em R$ 10 milhões, correspondente a 19,2% do VBP municipal. Foram produzidas 5.100 toneladas em 170 hectares. Também expressiva é a produção em Campo do Tenente, na mesma região. Em 2022 foram 4.500 toneladas em 143 hectares, gerando R$ 8,8 milhões (17% do VBP municipal).

No Estado, a cultura da maçã foi desenvolvida de forma comercial em 35 municípios. Juntos eles somaram R$ 52,2 milhões de VBP. O Estado plantou 984,6 hectares da fruta e colheu 26.291 toneladas.

Texto e foto – AEN

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Marketing e as sementes de plantas de cobertura

A edição XXVIII – de janeiro de 2024 da Revista Seed News, traz um artigo assinado por Jean Carlos Possenti o qual fala do quanto é importante –  para que atua no agronegócio –  independentemente da atividade, ter conhecimento sobre conceitos de marketing voltado a sementes de plantas de cobertura. Segundo o autor isso contribui diretamente para o amadurecimento e iniciativas do setor como um todo.  

Você pode acessar o artigo na integra no link: https://seednews.com.br/artigos/4383-marketing-e-as-sementes-de-plantas-de-cobertura-edicao-janeiro-2024

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Trigo: produtor segue atento às atividades de campo

As atenções de produtores seguem voltadas à colheita da safra verão e ao cultivo de segunda safra, especialmente de milho.

Segundo pesquisadores do Cepea, esses agentes realizam vendas de trigo apenas quando há necessidade de “fazer caixa” e/ou de liberar espaço em armazéns.

Do lado demanda, somente compradores que precisam repor estoques estão mais ativos. Assim, as negociações do grão vêm ocorrendo em ritmo lento.

Quanto aos preços, as cotações internas continuam em queda na maioria dos estados, especialmente no mercado balcão (ao produtor).

Fonte: Canal Rural Foto: Divulgação

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BR-376 é liberada totalmente após interdição preventiva

A BR-376, principal ligação entre o Paraná e o litoral de Santa Catarina, foi liberada totalmente, em ambos os sentidos, à 6h40 desta quinta-feira (25).
A concessionária Arteris Litoral Sul informou que, após levantamento realizado em campo no início do dia, foi possível a reabertura da rodovia, em condições seguras. A decisão foi tomada em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A BR-376 havia sido bloqueada totalmente, por volta das 22h desta quarta-feira (24), na região de Guaratuba, no litoral do Estado. O bloqueio foi preventivo, na altura do km 668+800, por causa do cenário de fortes chuvas dos últimos dias na região.

A concessionária informa que segue monitorando a rodovia, assim como as condições climáticas e que preza pela segurança dos usuários. Novos bloqueios preventivos poderão ocorrer nos próximos dias.

As condições de tráfego em todo o trecho administrado pela Arteris Litoral Sul podem ser acompanhadas em tempo real pelo Twitter @Arteris_ALS. Para informações ou solicitações de serviços, basta ligar para 0800 725 1771, que funciona 24 horas por dia.

Fonte: CBN Foto: Divulgação

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BR-277 é interditada na Serra do Mar após deslizamentos

A BR-277 foi completamente interditada na madrugada desta quinta-feira (25), na Serra do Mar, após deslizamentos de terra e pedras causados pela chuva.

Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), as pedras descolaram das encostas na altura do km 39, por volta das 3 horas da manhã.

Devido aos riscos observados no trecho, a BR-277 foi fechada preventivamente em dois pontos: no sentido litoral, no km 59; e no sentido Curitiba, no km 32.

Até o momento, não há previsão de liberação da BR-277. Por volta das 5h30, ainda chovia forte na Serra do Mar, na região dos deslizamentos.

Em Guaratuba, na BR-376, a chuva diminui nesta manhã. Por isso, por volta das 6h30 desta quinta-feira (25), os bloqueios preventivos foram liberados.

Fonte: Band News Foto: Divulgação PRF

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Cooperativas do Paraná superam problemas de logística e faturam R$ 202 bi em 2023

As cooperativas do Paraná alcançaram R$ 202 bilhões em faturamento no último ano, um aumento de 8,5% na comparação com 2022. Nas exportações, o acréscimo ficou na marca de 25%, com um total de US$ 9,4 bilhões. Os dados são da área de monitoramento do Sistema Ocepar.

Apesar de ser menor do que vinha sendo registrado na série histórica, o crescimento de 8,5% é analisado como significativo pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, ao destacar que o faturamento das cooperativas do Paraná responde por um terço do total no país registrado no segmento. Dados da Organização Brasileira das Cooperativas, de 2022, mostram que o total faturado pelas cooperativas brasileiras foi R$ 655,5 bilhões. “Em número, o Paraná não é tão expressivo em nível nacional: temos 4% (um total de 225) das cooperativas registradas. O Brasil tem em torno de 5,6 mil cooperativas”, comenta Ricken. No Paraná são 62 cooperativas agropecuárias, 54 de crédito, 36 de saúde, 32 de transporte, 19 de infraestrutura, 15 de trabalho e 7 de consumo.

Na análise do secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, 2023 foi um ano de recuperação. “A gente veio de um quadro de safra muito ruim em 2022. O maior volume de produção ajudou no processo de ter mais produto para exportar e processar”.  Para Ortigara, o fortalecimento verificado na agroindústria – aliado à produção de destaque de frango e suínos – contribuiu para o faturamento de 2023.

No Paraná, 48% da produção recebida pelas cooperativas passa por algum tipo de agroindustrialização. Com variedade de produtos, as cooperativas têm mirado o foco no mercado internacional, que refletiu no próspero resultado do último ano, quando as exportações resultaram em US$ 9,4 bilhões, crescimento de 25% na comparação com 2022 e o melhor volume da série histórica, de acordo com Ricken.

A safra maior foi um fator significativo para o resultado. “Tivemos mais para ofertar e, consequentemente, conseguimos comercializar mais. Também houve uma demanda em nível internacional aquecida, de pós-pandemia. Tem demanda e as cooperativas estão preparadas para atender”, destaca o presidente da Ocepar.

Na estratégia, as cooperativas investiram na modernização e na ampliação das estruturas de produção. Os aportes de recursos somaram em R$ 6,5 bilhões, que engloba investimento das agroindústrias. As empresas também estão focadas na profissionalização dos cooperados. “Para modernizar, precisa profissionalizar. O cooperativismo no Paraná investiu mais de R$ 100 milhões em capacitação para quase 350 mil pessoas. Mais de 180 mil horas, quase 13 mil eventos”, ressalta Ricken.

Entre os grandes investimentos no Paraná, a Ocepar destaca a Maltaria Campos Gerais. Prevista para funcionar na capacidade máxima este ano, o projeto de intercooperativismo promete fomentar a produção da cevada no eixo São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Com inauguração daquela que é considerada a maior esmagadora de soja do Brasil, a C.Vale foi outro destaque entre os investimentos no estado. A unidade foi construída em Palotina, no oeste do Paraná, com capacidade de processamento de 60 mil sacas por dia. O empreendimento recebeu mais de R$ 1 bilhão entre 2021 e 2023.

Em Ponta Grossa, a instalação de uma queijaria tem investimento de R$ 460 milhões, realizado pela Unium, marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, os investimentos refletem o protagonismo das cooperativas paranaenses. “O lugar que o cooperativismo deu certo foi aqui. Quase todas despertaram para uma verticalização dos processos. Ao invés de só produzir grãos, por exemplo, passaram a produzir proteínas animais. É obvio que o estado tem uma política que concede alguns benefícios fiscais e o Paraná vem sendo ágil na aceitação de projetos de expansão”, pondera.

Segundo Ortigara, o estado quer fortalecer essa característica. “Ao invés de mandar montanhas de milho e soja baratos para o mundo, transformar isso em algo de valor agregado. Qualquer projeto novo que descobrimos, vem à mesa e nós discutimos o que pode ser feito. Empresas privadas e cooperativas estão fazendo investimentos, como a Maltaria, a Frísia, a Piracanjuba, a fábrica de rações da Coamo e a esmagadora de soja”, complementa.

Mesmo com o crescimento na exportação e no faturamento, não faltaram desafios para as cooperativas superarem no ano que passou. “Foram muitos e enormes”, evidencia o presidente do Sistema Ocepar. A mudança governamental, com o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um deles. Conflitos no exterior e problemas climáticos são outros pontos evidenciados no período.

“Agora que estamos conseguindo retomar com a privatização das estradas (…) Em função resquícios da pandemia, tivemos elevação de juros, foi um ano desafiador”, resgata Ricken, ao reforçar que os problemas com logística e infraestrutura foram os maiores.

“Estamos colhendo batata, feijão, milho e soja, mas já estamos plantando a segunda safra. Essa dinâmica é um desafio quando se tem problemas com o armazenamento. Tivemos no Paraná aumento de mais de 10 milhões de toneladas, e temos um déficit de armazenamento de 8 milhões de toneladas. Tem armazém inflável para todo lado”, evidencia Ricken.

Melhorar a logística e o armazenamento são itens na pauta das empresas com a administração pública. “Esse é um investimento constante. Essa preocupação estamos até levando para o governo. Se o Brasil quiser crescer, precisa destinar mais recursos para a infraestrutura e para o armazenamento adequado para produção”, cobra ele. No âmbito estadual, o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná afirma que o governo tem buscado auxiliar financeiramente os cooperados para avançar em soluções logísticas.

Impasse recorrente tem sido no preenchimento da mão de obra necessária para os negócios, que reúnem 3,6 milhões de cooperados e abriram 13 mil novos postos de trabalho em 2023. De acordo com Ricken, a falta de trabalhadores tem sido um limitador para algumas cooperativas do estado. “Quando vai se estabelecer uma agroindústria no interior do Paraná, precisa ver as condições físicas do local, a possibilidade de energia elétrica e a mão de obra disponível, que é uma questão estratégia que precisa ser trabalhada. Temos dificuldade de levar o pessoal para o interior. Às vezes, não é que falte gente, mas falta gente para querer trabalhar”, complementa.

Para Ortigara, a mão de obra é um problema de difícil solução. “Essa situação é vivida por diversos países”, diz. Ele ressalta que há um processo para estimular as cooperativas na robotização e na indústria 4.0.

Mesmo com expectativa boa para o próximo período, o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná não esconde que será um ano desafiador. “Um ano climaticamente complicado: estamos em processo de perdas agrícolas. Um ano com taxa de juros elevada e não cabe pressão ao Banco Central agora. A inflação caiu. Mas um ano bom de novas plantas, com investimentos acontecendo. São várias as visões estratégicas das cooperativas para sair do papel”, enumera.

Para Ricken, o desafio neste ano é melhorar a vida do cooperado. “A grande missão é organizar economicamente os nossos cooperados para que tenham mais oportunidade e renda, podendo se desenvolver”. Segundo a Ocepar, em mais de 130 municípios do Paraná, as cooperativas são as maiores empresas, que respondem pelo maior número de empregos e impostos recolhidos.

Fonte: Gazeta do Povo/Gabriele Bonat Foto: Gilson Abreu/Agência de Notícias do Paraná

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2023: exportações do agro crescem 40% no Paraná

As exportações de produtos do agronegócio feitas pelo Paraná ao longo de 2023 cresceram 40,8% em volume e 16,2% em receita. Os dados foram divulgados pelo Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que sistematiza exportações e importações do agronegócio nacional. Ao todo, no ano passado, os paranaenses enviaram mais de 30 milhões de toneladas de produtos agropecuários ao exterior, que renderam US$ 19,4 bilhões. Em 2022, esses números tinham fechado respectivamente em 21,3 milhões de toneladas e US$ 16,7 bilhões.

O tema é o destaque do Campo & Cia de segunda-feira (22), o programa semanal de rádio do Sistema FAEP/SENAR-PR. Quem detalha os números é Luiz Eliezer Ferreira, do Departamento Técnico e Econômico (DTE), do Sistema FAEP/SENAR-PR. “O ano de 2023 foi marcado por uma retomada das exportações principalmente do complexo soja, já que depois de um ano de quebra, tivemos uma safra cheia, o que possibilitou retomar as exportações. Na oleaginosa, tivemos um aumento em mais de 70% em volume em torno de 50% em receita, reflexo da queda nos preços”, destacou Ferreira.

No programa, Ferreira também tratou do complexo carnes, cujas exportações tiveram acréscimo de US$ 61,8 milhões em 2023, fechando o ano com uma soma de pouco mais de US$ 4,3 bilhões. Em volume, os negócios subiram de 2,1 milhões de toneladas para 2,3 milhões. O maior acréscimo em vendas foi em frango, com 9,9% a mais, passando de 1,9 milhão de toneladas para 2,1 milhões. No entanto, houve redução de US$ 18 milhões (0,4%) em relação a 2022, fechando o ano com US$ 3,766 bilhões de faturamento.

Abertura de novos mercados

Nos próximos anos, segundo Ferreira, o agronegócio do Paraná deve continuar uma trajetória para conquistar novos mercados para as carnes paranaenses. Desde 2021, o Estado possui o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação. Com esse “visto” no passaporte, os paranaenses disputam os mercados mais nobres para vender seus produtos a um preço melhor. “É fundamental alimentar as relações comerciais entre os países e as negociações diplomáticas”, recomendou Ferreira.

Fonte: Faep Foto: Jaelson Lucas