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Fertilizantes tecnológicos elevam produção de soja no Paraná

A produção de soja no Paraná segue em ritmo acelerado e deve alcançar 21,2 milhões de toneladas nesta safra, refletindo a adoção de tecnologias avançadas no campo. O crescimento da produtividade está diretamente ligado ao uso de fertilizantes de alta performance e à implementação de boas práticas agronômicas, que vêm transformando o cenário agrícola do estado.

Segundo dados do setor, o avanço no rendimento das lavouras paranaenses é resultado da combinação entre manejo técnico e uso de produtos que otimizam a absorção de nutrientes. Entre as tecnologias utilizadas pelos sojicultores, destacam-se os fertilizantes Aspire e MicroEssentials, que oferecem uma combinação equilibrada de nutrientes em cada grânulo. Aspire, por exemplo, reúne potássio e duas formas de boro, liberados conforme a necessidade da planta, promovendo um ganho médio de 3,5 sacas por hectare. Já o MicroEssentials agrega nitrogênio, fósforo e duas formas de enxofre em sua composição, sendo responsável por recordes nacionais de produtividade no Desafio de Máxima Produtividade de Soja do CESB, com 149 sacas por hectare.

A atuação da Mosaic é baseada em pesquisas e testes de campo que garantem a eficácia dos produtos. De acordo com Sabrina Coneglian, gerente nacional de Desenvolvimento de Mercado da companhia, o uso de fertilizantes adequados fortalece as lavouras contra adversidades climáticas e garante maior retorno econômico ao produtor. “Ver os agricultores adotando soluções que aliam produtividade e sustentabilidade nos motiva a continuar investindo em inovação”, destaca.

Além do impacto direto nas colheitas, a nutrição equilibrada do solo tem papel fundamental na preservação ambiental e na longevidade das áreas cultiváveis. O avanço da sojicultura paranaense reforça o papel estratégico do estado na produção nacional e sinaliza um futuro promissor para o agronegócio brasileiro, com base em ciência, tecnologia e sustentabilidade.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: USDA

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Algodão volta ao radar de produtores no Paraná

O algodão volta a ser cogitado como uma alternativa viável e rentável para os produtores do Paraná. A avaliação é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado, que destaca o potencial da cultura para se firmar novamente no território paranaense, aproveitando-se da instabilidade nos preços de outras commodities agrícolas e dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas.

No início da década de 1990, o Paraná ocupava a liderança nacional na produção da fibra, com mais de 700 mil hectares cultivados. Hoje, a produção é reduzida, mas as características do cultivo — como a resistência à seca e a exigência por longos períodos de sol — voltam a atrair a atenção do setor. A cultura é considerada adaptável ao clima do Noroeste paranaense, semelhante ao do Cerrado brasileiro, onde se concentram atualmente as maiores áreas produtoras, sobretudo no Mato Grosso.

A vantagem paranaense está também na fertilidade do solo. De acordo com técnicos da Secretaria, esse fator pode permitir o uso de apenas metade da adubação empregada em regiões como o Cerrado. Além disso, o cultivo do algodão contribui para a conservação do solo e pode garantir renda suficiente ao produtor, reduzindo a necessidade de uma segunda safra, o que ameniza o desgaste do terreno.

Segundo a Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), o Estado precisaria cultivar cerca de 50 mil hectares para atender à demanda interna do parque têxtil local. Hoje, essa matéria-prima chega ao Paraná vinda principalmente do Cerrado. Há, pelo menos, dez fiações e sete tecelagens no estado que dependem dessa fibra.

Levantamento realizado em 2014 já apontava um consumo de aproximadamente 60 mil toneladas de plumas no Paraná. A Acopar vê com otimismo a possibilidade de crescimento da cultura e projeta uma retomada gradual nos próximos anos.

Em 2024, três municípios apresentaram produção comercial registrada no Valor Bruto da Produção (VBP). Sertaneja, no Norte do Estado, se destacou como principal produtor. O município aumentou sua área cultivada de 124 hectares, em 2023, para 520 hectares em 2024, elevando a produção de 601 para 2.095 toneladas. Com isso, o VBP subiu de R$ 8,8 milhões para R$ 18,3 milhões, um crescimento de 107%. A expectativa da Acopar é que o cultivo atinja 1,5 mil hectares já em 2025, ampliando a presença do algodão no cenário agrícola estadual.

Fonte: Agrolink/Seane Lennon Foto: India Water Portal

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Geada negra ameaça lavouras no Sul em meio a frio intenso

O frio intenso que atinge o Sul do Brasil se intensificou nesta semana, com geada ampla nos três estados da região. Há, ainda, alerta para a ocorrência de geada negra, fenômeno extremamente prejudicial às lavouras, pois congela a seiva das plantas de dentro para fora, provocando danos severos e, muitas vezes, irreversíveis.

Diferentemente da geada comum, ou branca, na geada negra não há formação de gelo sobre as plantas e o solo. Em vez disso, como informa a Climatempo, a vegetação fica escurecida, com aspecto queimado.

O evento de geada negra mais “famoso” do Brasil ocorreu em 1975, no norte do Paraná. Os cafezais da região foram dizimados pela ação do fenômeno, levando a enormes perdas econômicas.

O pico da atual onda de frio está previsto para quarta, com temperaturas mínimas próximas de 0 °C nas Serras Gaúcha e Catarinense, e marcas de apenas 1 °C no centro do Rio Grande do Sul. No norte do Paraná, há risco de geada em áreas produtoras de café, exigindo atenção redobrada dos agricultores.

O cenário é provocado pela atuação de uma massa de ar polar seca, que reduz a nebulosidade e favorece a queda acentuada nas temperaturas. Segundo os meteorologistas, o frio começa a perder força a partir de quinta-feira (26), mas o fim de semana reserva novos desafios climáticos para o Sul.

A previsão indica a chegada de um novo sistema que trará chuvas significativas para o Rio Grande do Sul, com volumes que podem ultrapassar os 100 milímetros em áreas já impactadas por temporais recentes.

Diante desse cenário, produtores rurais devem ficar atentos aos alertas climáticos e tomar medidas para proteger as plantações, principalmente nas áreas mais vulneráveis à geada e às chuvas intensas.

Fonte: Canal Rural/Luis Roberto Foto: Freepik

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Embrapa e parceiros discutem desafios climáticos da Amazônia em evento pré-COP

Em novembro, os olhos do mundo serão convidados para a Amazônia, quando Belém (PA) sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). Em preparação para a COP30, a Embrapa promove no dia 2 de julho, em Manaus (AM), a quarta edição dos Diálogos pelo Clima, circuito de eventos que está percorrendo todos os biomas brasileiros com o objetivo de ampliar e aprofundar o debate público sobre as mudanças climáticas.

Desta vez, representantes de órgãos governamentais, instituições científicas, universidades, empresas públicas e privadas, formadores de opinião e demais lideranças irão discutir as soluções mais adequadas à realidade da Amazônia. Para a palestra de abertura, está confirmado o nome do cientista Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Órgão das Nações Unidas responsável por avaliar a ciência relacionada ao tema.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, é anfitriã do evento e falará sobre a cooperação entre governo, instituições de ciência e tecnologia, setor produtivo, organismos internacionais e sociedade civil na Jornada pelo Clima e nos Diálogos pelo Clima.

Em seguida, serão apresentadas técnicas e mesas-redondas sobre comunidades tradicionais e sistemas agroalimentares resilientes na Amazônia, e também sobre o papel da pesquisa diante dos desafios pelas mudanças do clima no bioma.

A programação será encerrada no final da tarde com uma roda de conversa a respeito de como levar a Amazônia para a COP30.

O evento será presencial com inscrições disponíveis aqui. O credenciamento começa às 8h30 e as atividades, às 9h, horário de Manaus (9h30 e 10h, horário de Brasília).

Diálogos pelo Clima

Os Diálogos pelo Clima ocorrerão nos seis biomas brasileiros, e as diferentes contribuições serão consolidadas em um documento-síntese a ser entregue, no fim do circuito, ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30. A intenção é que as contribuições subsidiem a formulação de políticas públicas e apoiem os negociadores brasileiros durante a conferência, a ser realizada de 11 a 20 de novembro em Belém (PA).

Já foram eventos realizados nos biomas Cerrado e Pantanal.

Jornada pelo Clima

O circuito de eventos compõe a Jornada pelo Clima , projeto de grande envergadura da Embrapa que evidencia a ciência na agropecuária brasileira como um pilar essencial para a transformação sustentável.

Os Diálogos pelo Clima Bioma Amazônia conta com o patrocínio Master do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), patrocínio Biomas do Ministério da Pesca e Aquicultura, patrocínio Bioma Local da Caixa Econômica Federal e apoio institucional do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Serviço:

Data: 07/02/2025 (quarta-feira)

Horário: 9h às 17h30 (horário de Manaus; 10h às 18h30, pelo horário de Brasília)

Credenciamento para interessados ​​em participar presencialmente: início às 8h30

Local: Bosque da Ciência – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) – Av. Bem-Te-VI, s/n – Petrópolis, Manaus

Programação e inscrições: www.embrapa.br/cop30/dialogos-pelo-clima-amazonia

Fonte e Foto: Embrapa

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Vazio sanitário da soja passa a valer em todo o Paraná desde o último dia 21

Neste sábado (21), a região 1, que é composta pelo Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral do Paraná, completa o escalonamento estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) de vazio sanitário da soja no Estado. As demais regiões do Paraná já entraram no período no início do mês.

A medida, que vai até 19 de setembro na região, é uma forma de diminuir a proliferação do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, doença mais severa da cultura da soja, que pode causar perdas de até 90% de produtividade se não controlada. 

Durante o vazio sanitário não é permitido cultivar ou manter plantas vivas de soja no campo, com o objetivo de que não se tornem hospedeiras do fungo e fonte de multiplicação da doença no ciclo do grão.

No Paraná, os períodos do vazio sanitário foram escalonados em três etapas, conforme os diversos microclimas do Estado. A definição foi feita pelo Mapa, com o objetivo de estabelecer os períodos mais adequados para o plantio e reduzir a propagação do fungo.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, é responsável pela fiscalização em todo o território paranaense, devendo aplicar as penalidades previstas em legislação aos produtores que não fizerem a erradicação das plantas vivas de soja durante o período do vazio sanitário. Também cabe à autarquia o controle e cumprimento das datas para a janela de plantio da cultura no Estado.

O Departamento de Sanidade Vegetal da Adapar (DESV) reforça que é importante que todos os agricultores adotem esse cuidado em suas propriedades. A agência destaca que a medida sanitária somente será efetiva com o monitoramento de todos os locais que possam conter plantas vivas de soja e a eliminação imediata caso alguma seja detectada.

REGIÕES E DATAS – A Portaria n.º 1.271, de 30 de abril de 2025, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, estabelece as normas para o vazio sanitário da soja.

Confira:

Na Região 1, que abrange os municípios do Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral do Paraná, o vazio sanitário inicia em 21 de junho e segue até 19 de setembro. O plantio poderá ser realizado de 20 de setembro de 2025 até 20 de janeiro de 2026.

Região 2, que abrange Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste do Paraná, começou em 02 de junho e segue até 31 de agosto, com semeadura a partir de 1º de setembro e se encerrando em 31 de dezembro.

Na Região 3, que compreende os municípios do Sudoeste do Estado, o vazio sanitário começou em 12 de junho e termina em 10 de setembro. A semeadura está autorizada entre 11 de setembro e 10 de janeiro de 2026.

Fonte: AEN Foto: Divulgação

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Frio extremo e risco de ‘geada negra’ podem causar prejuízos na agricultura do Paraná

Desde esta segunda-feira (23), a meteorologia alertava que esta terça-feira (24) pode ser o dia mais frio do ano no Paraná, com previsão de geadas em várias partes do Estado. Poderia haver até mesmo a ocorrência da “geada negra”, um dos grandes medos para a agricultura.

A expectativa de formação de geada nesta terça é mais intensa no Sudoeste e Oeste paranaenses. Lá, os ventos terão intensidade fraca, o que favorece a formação do fenômeno. No Centro-Sul há a possibilidade de formação de geada negra localizada.

“Este fenômeno é conhecido pelo congelamento da seiva das plantas, ou seja, o congelamento interno, somado ao frio intenso e aos ventos que sopram de moderada a forte intensidade, e também à baixa umidade relativa do ar. Ele provoca um aspecto escuro, de necrose das plantas, levando à morte das culturas”, detalha Furlan.

No Sudoeste, Oeste, faixa Norte e Noroeste, há possibilidade para a formação de geada branca (geada característica), de fraca a moderada intensidade.

Grande Curitiba

Na Região Metropolitana de Curitiba também há possibilidade de gerada, principalmente em região de baixadas. Mas, como os ventos serão moderados, o risco é um pouco menor em comparação à quarta-feira, onde a possibilidade para a geada de moderada a forte intensidade é muito mais abrangente.

Para amanhã há previsão de geada forte no Centro-Sul e Sudoeste (regiões de São Mateus do Sul e União da Vitória).

As temperaturas ainda seguem baixas, com 0°C na maioria dos municípios, mas com registros negativos mais de forma pontual, especialmente nas regiões de Pato Branco, Palmas, General Carneiro, Guarapuava, Palotina, Assis Chateaubriand e Cascavel.

Além das lavouras, a produção de hortifrutis também se preocupa com o frio extremo nos próximos dias, sobretudo as culturas de folhas.

O frio intenso pode causar prejuízos em diversas explorações agrícolas, como hortaliças, tomate, milho, café, pastagens e frutíferas tropicais.

Alerta

Para ajudar os produtores paranaenses, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) desenvolvem o Alerta Geada, que avisa sobre os eventos climáticos mais severos no inverno.

O Alerta Geada também é uma ferramenta que auxilia os produtores e hoje atende diversas atividades agropecuárias – avicultura, suinocultura, horticultura e silvicultura, por exemplo. Ele ainda beneficia outros setores da economia, como turismo, comércio, mercado financeiro e construção civil.

Geada negra dizimou cafezais do Paraná

Há 50 anos, a geada negra dizimou os cafezais do Paraná. Foi em 1975, causando a maior crise da história da agropecuária do Paraná. No dia 18 de julho de 1975, o solo de boa parte do território paranaense amanheceu coberto por uma espessa camada de gelo provocada pela geada negra.

A produção do Norte, Norte Pioneiro e Noroeste do Estado praticamente acabou com o fenômeno. Isso provocou um impacto econômico sem precedentes no Paraná, além de ter iniciado um grande êxodo do campo para as cidades.

Cidades como Londrina, então conhecida como Capital Mundial do Café, viram a economia definhar, marcando o fim da monocultura na região, embora ao longo dos anos a cultura tenha voltado a ser importante para a região.

As condições para a formação deste fenómeno ocorrem quando o ar é extremamente frio e também extremamente seco e o vento tem uma intensidade de moderada a forte.

O fenômeno meteorológico da baixa temperatura cobriu quase todo o território paranaense naquele ano, inclusive em Curitiba, que registrou a última grande nevasca na cidade.

Na Capital, desde aquele ano não voltou a nevar com tanta intensidade. Em julho e em agosto de 2013 até houve registro de neve e chuva congelada, mas sem criar um cenário nevado. Em agosto de 2020 também foi confirmada neve na Capital, mas de forma quase imperceptível.

Para a ocorrência de neve é necessário que as nuvens se encontrem em temperatura inferior a 0ºC. Isso faz com o vapor de água se condense na forma de cristais de gelo.

Fonte e Foto: Bem Paraná

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Tributação do IOF vai impactar o Plano Safra 2025/26?

A Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 314/25, do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), que suspende o decreto do governo que amenizou o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O requerimento foi aprovado. Agora, a proposta poderá ser votada nas próximas sessões do Plenário sem precisar passar antes pelas comissões da Casa.

Para Marcelo Winter, especialista em direito do agronegócio no escritório VBSO Advogados e professor do Insper, a medida é urgente diante da desorganização que a nova tributação pode causar ao setor produtivo. “Falta diálogo entre o governo e o agronegócio. Quem planta e comercializa precisa se planejar com muita atenção. Os custos de produção, os custos financeiros, o volume de investimentos. Tudo isso exige previsibilidade. Mudanças repentinas como essa impactam o risco e desorganizam todo o planejamento do setor”, afirmou.

Winter explica que o aumento do IOF sobre instrumentos financeiros eleva o custo do capital e pode restringir o acesso ao crédito, especialmente para pequenos e médios produtores. “O custo financeiro mais alto leva os produtores a reduzirem ou abandonarem suas captações. Isso significa menos recursos disponíveis para compra de insumos, o que pode comprometer a produtividade e até provocar queda de safra”, avaliou. Segundo ele, o impacto atinge diretamente a margem de lucro, que já é apertada, e pode afetar a adoção de tecnologia e investimentos em infraestrutura.

Embora a proposta do governo vise recompor o caixa por meio do aumento de tributos, Winter avalia que a estratégia é equivocada. “Essa nova tributação não é para aumentar os investimentos públicos, mas sim para cobrir despesas e cumprir metas fiscais. Isso penaliza o setor produtivo e ameaça a competitividade global do agronegócio brasileiro”, disse.

Medida preventiva

O especialista destaca ainda que a medida não afeta o Plano Safra, cujos recursos são originados de fontes constitucionais próprias. “A não aprovação da nova tributação pode representar um desafio fiscal para o governo, mas não compromete a execução do Plano Safra. O IOF não financia diretamente a agricultura e o país sempre operou sem esse imposto. É fundamental que ele seja revogado.”

A crítica ao imposto também é compartilhada pelo presidente da Aprosoja Brasil, Maurício Buffon, que considera a aprovação da urgência um avanço importante para o setor. Segundo ele, os CRAs são uma das principais fontes de financiamento do Plano Safra e a tentativa de tributar essa captação em 5% teria impacto direto sobre os juros pagos pelos produtores.

“Estamos lutando para que os juros do Plano Safra não aumentem nem 1% ou 2%, e agora o governo quer tributar em 5% os recursos que sustentam o financiamento da atividade agrícola. Já estamos operando com taxas livres entre 15% e 20% ao ano. Isso é insustentável”, declarou Buffon.

Fonte e Foto: Canal Rural/Gabriel Almeida

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Baixas temperaturas impactam no andamento da colheita do milho 2ª safra em alguns estados, aponta Conab

As baixas temperaturas registradas nos últimos dias têm retardado a perda natural de umidade de grão em alguns estados. Esse cenário tem influenciado nos trabalhos de colheita, uma vez que o tempo necessário para que o cereal atinja o teor de umidade ideal para ser colhido aumenta. De acordo com o Progresso de Safra, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita atinge 3,9% da área semeada do milho 2ª, índice inferior ao registrado na média dos últimos 5 anos.

Em Mato Grosso, os trabalhos já chegam a 5,6% da área cultivada pelo cereal. O índice é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, vale salientar que no ciclo 2023/24 o plantio do cereal no segundo ciclo teve início antecipado diante dos problemas climáticos registrados no cultivo da soja, influenciado pelo El Niño. No entanto, as boas condições das lavouras na atual safra podem contribuir para que a produtividade supere a obtida na última temporada.

No Paraná, o tempo mais seco ao longo da semana passada permitiu um avanço da colheita. Porém, as temperaturas mais baixas e as precipitações registradas no fim de semana impõem um ritmo mais lento nos trabalhos. De acordo com o Progresso, cerca de 4% da área paranaense já foram colhidas.

Em Mato Grosso do Sul, a passagem de uma frente fria não causou danos às lavouras, mas reduziu a velocidade da colheita. Os agricultores do estado já colheram 2% da área, enquanto que a média dos últimos 5 anos é de um percentual em torno de 2,7%. Por outro lado, o clima mais frio nas áreas produtoras sul-mato-grossense contribuiu para reduzir a população de insetos que poderiam prejudicar a cultura.

Em Goiás, a colheita foi iniciada no Sul do estado, mas paralisada devido à alta umidade dos grãos. Em Minas Gerais, os produtores também aguardam uma maior redução da umidade dos grãos para acelerarem os trabalhos. Já em São Paulo, as chuvas registradas são mais um fator para o atraso do início da colheita.

Outros produtos – Se o clima mais frio influencia no atraso da colheita do milho, as baixas temperaturas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras de trigo. No Paraná, a semeadura do cereal avança e as áreas implantadas apresentaram bom desenvolvimento, beneficiadas pelas temperaturas mais baixas e pelos níveis adequados de umidade no solo. Já no Rio Grande do Sul, após as chuvas das semanas anteriores, os produtores aproveitaram o tempo seco para realizar a semeadura da cultura. As lavouras implantadas anteriormente apresentaram boas condições de emergência e estabelecimento inicial.

Outras informações sobre estágios de crescimento e desenvolvimento das lavouras das principais culturas do país, bem como as condições meteorológicas, estão disponíveis no site da Companhia.

Fonte: Conab Fonte: Divulgação

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Safra 25/26: o que deve influenciar o mercado da soja e milho?

Com o fim da colheita da soja e o início da colheita do milho safrinha, grande parte das estruturas de armazenamento e logísticas ainda estão ocupada pelos estoques da supersafra de soja, o que dificulta o recebimento do milho recém-colhido. O cenário pressiona a cadeia produtiva e pode gerar efeitos sobre o próximo ciclo.

Para a safra 2025/26, o cenário vai além das condições climáticas e da produtividade no campo. Fatores geopolíticos, econômicos e institucionais devem influenciar as decisões estratégicas do setor. A escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o comportamento da inflação global, a guerra entre Irã e Israel, a transição energética e a corrida eleitoral no Brasil surgem como pontos centrais para a formação de preços, o fluxo de exportações e a competitividade do agro nacional.

Felipe Jordy, gerente de inteligência e estratégia da Biond Agro, destaca que “essa análise oferece uma leitura estratégica que vai além do curto prazo. Entender os vetores de transformação ajuda o produtor rural a se antecipar e se posicionar melhor frente a um mercado cada vez mais volátil e interligado globalmente”.

A relação entre Estados Unidos e China continua como um fator relevante para o agronegócio brasileiro. O cenário permanece incerto. A manutenção das tarifas contra produtos chineses pode favorecer as exportações do Brasil. Por outro lado, um acordo entre os dois países pode redirecionar a demanda para os norte-americanos. O conflito entre Irã e Israel também preocupa. A instabilidade no Oriente Médio impacta a volatilidade dos preços internacionais do petróleo e a oferta global de fertilizantes. O Irã é um dos principais fornecedores de ureia, insumo essencial para culturas brasileiras. Qualquer interrupção nas exportações iranianas pode gerar escassez e elevar os custos de produção no Brasil, além de pressionar o câmbio e aumentar os custos logísticos com a alta do petróleo. Jordy avalia que “é importante lembrar que o Brasil colheu uma safra recorde de soja em 2024/25, o que pode ampliar sua competitividade dos preços no mercado internacional. A disputa entre EUA e China, ao mesmo tempo que abre oportunidades para o agro brasileiro, também impõe riscos que não podem ser ignorados. Da mesma forma, a instabilidade no Oriente Médio, especialmente em países-chave para o fornecimento de insumos, pode comprometer o equilíbrio de custos e impactar a rentabilidade do setor”.

No campo econômico, o ambiente macro começa a apresentar sinais de melhora. Apesar da pressão sobre o crédito agrícola, o cenário atual já não é tão negativo quanto nos meses anteriores. A expectativa é de queda dos juros ainda neste ano, influenciada por um câmbio mais baixo, com reflexos da desvalorização do dólar em meio às incertezas políticas nos Estados Unidos. O risco fiscal brasileiro, no entanto, segue como ponto de atenção e pode impactar o Real. Jordy avalia que “apesar das incertezas, caso a inflação global desacelere nos próximos trimestres, há espaço para redução nos custos de insumos, o que tende a estimular a demanda e sustentar os preços agrícolas no médio prazo”.

A previsão de um cenário climático neutro para o próximo ciclo reduz o risco de eventos extremos, como secas prolongadas ou chuvas excessivas. A estabilidade climática pode beneficiar a produtividade e a logística das lavouras. Especialistas, contudo, alertam para a possibilidade de eventos localizados que afetem algumas regiões, mesmo em um contexto global favorável.

No mercado internacional, o equilíbrio entre oferta e demanda global de grãos passa por uma nova configuração. Os estoques de soja seguem elevados após sucessivas supersafras, enquanto a demanda da China apresenta sinais de estabilização. No milho, a ampliação da área plantada nos Estados Unidos deve contribuir para a recomposição dos estoques e aumentar a oferta global. O consumo interno brasileiro, impulsionado pela produção de etanol e pelo setor de nutrição animal, tem sustentado os preços regionais. No entanto, a expectativa de estoques mais robustos, especialmente na Bolsa de Chicago, pode gerar pressão de baixa sobre as cotações nos próximos ciclos.

A transição energética também começa a redesenhar o mercado de milho no Brasil. O avanço de usinas de etanol de milho reposiciona o cereal como insumo estratégico na matriz energética nacional. Novos projetos estão em implantação e o país pode se tornar o segundo maior produtor mundial de etanol de milho. Jordy destaca que “estamos diante de uma mudança de paradigma na destinação do milho no Brasil, com reflexos diretos sobre oferta, preço e fluxo logístico”.

A eleição presidencial de 2026 adiciona mais um elemento de incerteza. As definições sobre política fiscal, crédito rural, tributos e relações comerciais podem afetar o setor. Medidas populistas podem alterar o ambiente de negócios, enquanto a possibilidade de novos acordos internacionais pode abrir mercados para o agro brasileiro. A volatilidade cambial, comum em anos eleitorais, já preocupa o setor. Jordy afirma que “as eleições de 2026 terão papel central na definição do ambiente regulatório e fiscal do agronegócio. É importante que o produtor esteja atento ao comportamento dos mercados e às propostas em debate”.

Fonte: Agrolink/ Seane Lennon Foto: Canva

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Paraná tem operação contra adulteração em cargas de grãos

Uma pessoa foi presa e 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante uma operação para combater a adulteração em cargas de grãos. A ação, da Polícia Federal, foi realizada nesta terça-feira (17) em São José dos Pinhais, Paranaguá, Pontal do Paraná e Morretes, além de Cuiabá, no Mato Grosso.

As operações Grãos Limpos e Grãos Puros têm o objetivo de apurar e reprimir fraudes na adulteração de cargas de grãos. As ações contam com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária.

As investigações prosseguem com a análise do material apreendido. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de falsificação, fraude no comércio, associação criminosa, entre outros.

Fonte e Foto: Band News