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BASF, Corteva e MS Technologies trazem ao mercado brasileiro o primeiro conjunto de características da soja

A BASF, a Corteva Agriscience e a MS Technologies, LLC anunciaram hoje a assinatura de um acordo de licenciamento para levar a nova característica de soja resistente a nematoides (NRS) da BASF, com as sojas Enlist E3® e Conkesta E3®, aos agricultores brasileiros. A característica NRS oferece a primeira solução biotecnológica para o manejo eficaz de nematoides de lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) e nematoides de cisto da soja – pragas microscópicas de difícil controle que danificam a soja e ameaçam a produtividade.

“Esta nova característica demonstrou mais de 90% de controle de nematoides de lesões radiculares em mais de 160 ensaios de campo nos últimos 7 anos”, disse Adolfo Vitorio Ulbrich, Diretor Regional de P&D de Sementes da BASF Agricultural Solutions na América Latina. “Estamos entusiasmados em cooperar com a Corteva e a MS Technologies, LLC para levar aos agricultores brasileiros a primeira característica biotecnológica comercialmente disponível para soja, fornecendo uma ferramenta crucial de manejo contra nematoides.”

O sistema de controle de plantas daninhas Enlist® é  líder no setor para soja, milho e algodão. A soja Enlist E3 é tolerante aos herbicidas 2,4-D colina, glifosato e glufosinato, oferecendo aos produtores opções adicionais de herbicidas para o manejo de plantas daninhas resistentes e de difícil controle. A soja Conkesta E3 também incorpora duas proteínas Bt (Cry1F e Cry1Ac) para o manejo das principais lagartas-praga nas lavouras de soja, uma opção personalizada para agricultores na América Latina.

“Estamos satisfeitos com a oportunidade de combinar nossa tecnologia de soja Enlist E3 e Conkesta E3 com a característica de soja resistente a nematoides (NRS) da BASF para oferecer aos produtores de todo o Brasil uma nova ferramenta essencial para ajudar na proteção contra Pratylenchus brachyurus e o nematoide de cisto da soja”, disse Christian Pflug, Diretor de Licenciamento — Brasil e Paraguai, Corteva.

O evento de soja transgênica nas sojas Enlist E3 e Conkesta E3 é desenvolvido em conjunto e de propriedade da Corteva e MS Technologies, LLC

“Desde o início, a MS Technologies, LLC tem se concentrado no desenvolvimento da genética de soja de mais alto desempenho do setor”, disse Joe Merschman, presidente da MS Technologies, LLC. “O pareamento das genéticas Enlist E3 e Conkesta E3 da MS Technologies, LLC com esta nova característica NRS desenvolvida pela BASF representa uma mudança radical na proteção de valor para os produtores de soja na América do Sul.”

A BASF, a Corteva e a MS Technologies, LLC preveem que variedades comerciais contendo a inovadora característica NRS da BASF nas sojas Enlist E3 e Conkesta E3 estarão disponíveis para os agricultores no Brasil até o final da década ou início da próxima, aguardando as revisões regulatórias aplicáveis e a conclusão dos testes de campo. A possibilidade de inclusão em outros países ainda é uma possibilidade.

Os termos do acordo não foram divulgados.

Leia e siga sempre as instruções do rótulo. A tecnologia de característica NRS é de propriedade e desenvolvida pela BASF. O  sistema de controle de plantas daninhas Enlist® é de propriedade e desenvolvido pela Corteva Agriscience LLC. O evento de soja transgênica nas sojas Enlist E3® e Conkesta  E3® é  desenvolvido e de propriedade conjunta da Corteva Agriscience e da MS Technologies, LLC. A BASF licenciou sua característica de soja resistente a nematoides para a Corteva e a MS Technologies, LLC para uso nas sojas Enlist E3® e  Conkesta E3® .  ™ ® ℠ Marcas comerciais e marcas de serviço da Corteva Agriscience e suas empresas afiliadas. © 2025 BASF Agricultural Solutions LLC. Todos os direitos reservados.

Fonte: Global Agriculture Foto: Divulgação

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10º Seed Congress of the Americas

O 10º Seed Congress of the Americas já está com as inscrições abertas para a apresentação de trabalhos científicos de empresas, institutos de pesquisa, universidades e organizações que trabalham no setor. O evento terá como tema “Promovendo o Negócio de Sementes nas Américas” e será realizado de 29 de setembro a 1º de outubro, em Foz do Iguaçu (PR), promovido pela Abrasem e pela Seed Association of the Americas (SAA).

Um dos destaques da programação será o Piso de Inovação, espaço dedicado à exposição de pôsteres que reúne avanços e descobertas relevantes para toda a cadeia produtiva de sementes. A proposta é oferecer uma vitrine para programas e pesquisas inovadoras desenvolvidos por empresas, institutos de pesquisa, universidades e organizações do setor, promovendo a troca de conhecimento e o fortalecimento de estratégias que moldam o futuro da indústria de sementes.

Os trabalhos poderão abranger temas como análises de sementes, melhoramento de plantas, biotecnologia, produção, comércio e tecnologias aplicadas, além de outros projetos relacionados ao setor. O Comitê da Sessão de Pôsteres selecionará 30 propostas para apresentação, avaliando os resumos com base na originalidade, relevância e conformidade com as diretrizes de submissão.

Segundo a organização, participar do Piso de Inovação é uma oportunidade única para divulgar trabalhos de pesquisa e tecnologia para um público altamente qualificado, formado pelas principais empresas e profissionais da indústria de sementes das Américas. Além disso, garante visibilidade e fortalece conexões estratégicas no setor.

Para apresentar um pôster, é necessário estar inscrito no congresso. Os espaços serão alocados por ordem de chegada e deverão seguir os horários de montagem e desmontagem definidos pela organização. Mais informações sobre diretrizes, prazos e inscrições estão disponíveis no site www.saaseedcongress.org ou pelo e-mail posters@saaseed.org.

Serviço:

Evento: 10th Seed Congress of the Americas

Data: 29 de setembro a 1 de outubro de 2025

Local: Foz do Iguaçu

Inscrições: www.saaseedcongress.org ou pelo e-mail posters@saaseed.org.

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Entrega da declaração do ITR 2025 começa nesta segunda-feira

O prazo para entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) 2025 começa nesta segunda-feira (11) e vai até 30 de setembro, informou a Receita Federal.

É por meio dessa declaração que, anualmente, são prestadas as informações necessárias para se calcular o valor do tributo a ser pago pelos proprietários de terras no país.

Declaração online

Este ano, a principal novidade é a de se poder fazer a declaração de forma online, por meio do Portal de Serviços da Receita Federal. Basta, ao contribuinte, acessar o serviço “Minhas Declarações do ITR” na aba “Imóveis”.

“A nova solução substitui a necessidade de downloads anuais, permitindo o preenchimento direto no ambiente online, com recursos como recuperação automática de dados cadastrais; agrupamento de declarações de imóveis do mesmo contribuinte; acesso por computador ou dispositivo móvel; preenchimento multi-exercício em um único ambiente”, informa a Receita.

Quem deve declarar

A declaração é obrigatória para pessoas físicas ou jurídicas (exceto imunes ou isentas) que detenham, a qualquer título, imóvel rural; bem como para quem perdeu a posse ou a propriedade do imóvel rural entre 1º de janeiro e a data de entrega da declaração.

O valor do imposto a ser pago poderá ser dividido em até quatro parcelas mensais sucessivas, desde que o valor de cada quota seja de, no mínimo, R$ 50. Valores inferiores a R$ 100,00 devem ser pagos em quota única.

Como pagar

O pagamento pode ser feito por transferência bancária; Documento de Arrecadação (Darf), em bancos autorizados; bem como por Pix com o QR Code que é gerado pelos meios de entrega da declaração.

“A quota única ou a primeira quota deve ser paga até o dia 30 de setembro de 2025, último dia do prazo para a apresentação da DITR. As demais quotas devem ser pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês de outubro de 2025 até o mês anterior ao do pagamento, e de um por cento no mês do pagamento”, detalha o Ministério da Fazenda.

Fonte: Agência Brasil Foto: Divulgação

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COP30 pode abrir caminhos para o agro brasileiro

A importância dos investimentos para a competitividade do agro, a formação de parcerias estratégicas e a maior articulação institucional foram os temas centrais dos debatedores do painel “Alimentos, Energia e Inovação”, durante o 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3 – a bolsa do Brasil, que acontece nesta segunda-feira (11/8), em São Paulo (SP).

De acordo com Marcio Santos, CEO da Bayer Brasil, o agro foi uma construção muito positiva, com investimentos contínuos em inovação, que permitiram, por exemplo, o país ter uma segunda safra produtiva e sustentável. “Se o cenário externo se resolvesse hoje, nós estaríamos preparados para atender o mercado global? Será que o construímos ao longo dessas décadas, ainda estamos mantendo? Essas perguntas são fundamentais porque temos que acreditar que podemos manter nossa trajetória de crescimento”, explicou. 

Para ele, a COP30 será uma oportunidade e um marco para reposicionar o país. “Esse evento pode abrir caminhos para dialogar com nossos e novos parceiros”, pontuou. Ele alertou para entraves internos à competitividade do Brasil: “Na minha opinião, falta ambiente institucional para sermos mais competitivos. Deixo aqui uma reflexão sobre o que já construímos nestes últimos 50 anos e como vamos pensar os próximos anos e esta trajetória do agro”.

Alfredo Miguel, diretor LATAM da John Deere, destacou o papel da diplomacia, que precisa estar presente sempre, mas focada na realidade e nos desafios para discutir as soluções. Por outro lado, o setor privado vai precisar se reorganizar em termos de custos, cadeia de fornecedores e exportação para se manter competitivo.

“É importante que o governo tenha um plano de curto e médio prazo para seguirmos competitivos juntos. O agro precisa liderar o Brasil com ciência, tecnologia e inovação para continuarmos nessa crescente expansão do setor”, afirmou Miguel.

A diversificação é a base da resiliência, segundo Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS. “Reconhecemos que o ciclo das commodities existe, e que os problemas geopolíticos e econômicos vêm e vão. Manter-se diversificado usando a inovação é a saída para manter a empresa crescendo em momentos difíceis. Com base nesta estratégia conseguimos realocar investimentos”, explicou.

Tomazoni defendeu o papel de uma agência de comércio exterior (trade) como instrumento estratégico do país, que poderia ser a ponte para projetar o Brasil, não só o produto, mas o jeito e a forma de fazer e a tecnologia tropical de produção brasileira”.

Durante o painel moderado pelo jornalista William Waack, Larissa Wachholz, Senior Fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), alertou para o desconforto crescente da China com a dependência de exportações do Brasil e dos EUA. Segundo ela, os chineses já estão em busca ativa de diversificação de fornecedores.

Wachholz defendeu uma abordagem mais pragmática e aberta do Brasil nas parcerias internacionais, sem alinhamentos automáticos. “Precisamos pensar em nossas dependências como país — seja em fertilizantes ou outros insumos — e nos beneficiar da inovação e diversidade dos parceiros, sem privilegiar um ou outro. É preciso desenvolver novos mercados e não vender barato. Olhar para o mundo, entender suas necessidades e complementar um ao outro”, analisou.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Trump pede à China que “quadruplique rapidamente” a compra de soja dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu à China que “quadruplique rapidamente” suas compras de soja de agricultores americanos, um dia antes do fim da trégua que o republicano estabeleceu com Pequim para negociar um novo acordo comercial.

“A China está preocupada com a escassez de soja. Nossos grandes agricultores produzem os grãos de soja mais robustos. Espero que a China quadruplique rapidamente seus pedidos de soja. Essa também é uma forma de reduzir substancialmente seu déficit comercial com os EUA”, escreveu o presidente americano em sua rede, a Truth Social no domingo (10).

Trump garantiu que “um serviço rápido será prestado” diante do aumento da demanda pelo produto.

“Obrigado, presidente Xi (Jinping)”, concluiu sua mensagem.

Os produtos agrícolas são fundamentais para a disputa comercial entre os dois países, especialmente depois que Trump intensificou a guerra comercial contra seus parceiros e elevou as tarifas sobre produtos estrangeiros a níveis nunca vistos em décadas.

O presidente dos EUA chegou ao ponto de impor tarifas de 145% sobre os produtos chineses, enquanto a China aumentou suas tarifas sobre os produtos americanos para 125%.

Em maio deste ano, ambos concordaram em Genebra em reduzir as taxas – Washington as reduziu para 30% e Pequim para 10% – e concordaram ainda com uma trégua de 90 dias, que termina na terça-feira (12).

Depois de uma primeira reunião em Genebra e de um telefonema entre Trump e Xi, os negociadores de ambos os lados se reuniram em Londres, onde a China aprovou a exportação de terras raras para os EUA, que, por sua vez, cancelou “medidas restritivas” de Pequim, como controles de exportação de chips.

Os negociadores se reuniram uma terceira vez em Estocolmo no mês passado, onde expressaram a vontade de estender o prazo para as negociações, embora esse anúncio ainda não tenha sido confirmado.

O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, disse posteriormente em uma entrevista à emissora “CBS” que os dois lados estão “trabalhando” para estender a trégua, enquanto o secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse que outra pausa de “cerca de 90 dias” era possível.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Divulgação

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Pesquisa revela práticas de conservação do solo do produtor do Paraná

Levantamento do IDR-Paraná, em parceria com o Sistema FAEP, aponta padrões de manejo, gargalos e oportunidades para avançar nas práticas conservacionistas no campo

Com a intensificação do uso da terra e os impactos das mudanças climáticas, a conservação do solo tornou-se tema prioritário para o setor agrícola paranaense. Para entender como os produtores rurais percebem e aplicam práticas conservacionistas, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) realizou uma pesquisa socioeconômica inédita, com apoio do Sistema FAEP, no âmbito da Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada (Rede Agropesquisa). O estudo tem foco na produção de grãos e considera aspectos sociais, econômicos e ambientais relacionados ao manejo do solo e da água no Estado.

Para o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, a iniciativa representa um passo importante para aproximar a ciência da realidade dos produtores. “A atuação conjunta entre instituições de pesquisa e os produtores rurais é essencial para que práticas conservacionistas saiam do papel e se tornem realidade nas propriedades. O levantamento ajuda a compreender onde estamos e como podemos avançar na preservação dos solos”, destaca.

O levantamento envolveu 630 agricultores de diferentes regiões do Paraná. Os dados preliminares revelam padrões importantes sobre a adoção de práticas conservacionistas, além de fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas e estratégias de capacitação do Sistema FAEP, especialmente por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).

“A ATeG tem papel fundamental nesse processo de adoção de práticas conservacionistas, ao traduzir orientações técnicas em ações práticas que resultam em mais sustentabilidade e produtividade nas propriedades rurais”, afirma Meneguette.

A pesquisa está em andamento e segue construindo hipóteses a partir dos dados coletados. A expectativa é que os resultados subsidiem estratégias voltadas à preservação ambiental e ao aumento da produtividade no campo, com a incorporação no planejamento de ações de treinamento e sensibilização do Sistema FAEP.

Resultados preliminares

Segundo a pesquisa, 51,6% dos produtores adotam Cultivo Mínimo (CM) – com gradagem e/ou escarificação do solo, 20% utilizam o Sistema de Plantio Direto (SPD), enquanto 17,3% praticam Plantio Direto (PD) sem rotação de culturas – o que descaracteriza a técnica, conforme parâmetros da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Já 3,5% ainda adotam Plantio Convencional (PC) e 7,6% não souberam informar o tipo de manejo utilizado.

Um dos gargalos identificados no estudo está na autodeclaração equivocada por parte dos produtores. Muitos afirmaram adotar SPD ou PD, mas suas práticas não correspondiam às características dessas técnicas. Foram registrados casos de agricultores que dizem realizar rotação de culturas, por exemplo, mas, na prática, fazem apenas sucessão. Esse cenário evidencia falhas na compreensão técnica e acende um alerta sobre a qualidade e o impacto da assistência técnica oferecida ao produtor.

De acordo com os dados, práticas conservacionistas estão diretamente relacionadas à percepção de valor da terra. A pesquisa também mostrou que PD e SPD são os grupos com menor incidência de erosão, enquanto 64% dos agricultores que usam PC enfrentam erosão em suas áreas. Entre os que não souberam informar seu sistema de manejo, 70% relataram erosão.

O pesquisador Tiago Telles, do IDR-Paraná

Na avaliação dos pesquisadores Tiago Telles e Wander Piassa, do IDR-Paraná, há uma percepção crescente entre os próprios produtores de que áreas com solo conservado são mais valorizadas. “O preço da terra pode refletir a qualidade do solo, e isso influencia diretamente a maneira como o agricultor enxerga e cuida da propriedade”, afirma Telles.

Outro fator relevante é que a participação em cooperativas parece influenciar o tipo de manejo adotado. Entre os produtores cooperados, 41% adotam PD ou SPD. Já entre os não cooperados, esse índice cai para 20%, sugerindo que o acesso a redes de informação e apoio técnico influencia diretamente na adoção de boas práticas.

Mesmo em fase preliminar, os resultados são animadores, segundo Telles. Cerca de 20% dos agricultores paranaenses estão em um patamar elevado de conservação do solo, praticando todos os pilares do SPD – índice bem acima da média nacional, que gira em torno de 7%.

Rotação de culturas X sucessão de culturas

A rotação de culturas é uma prática que envolve a alternância planejada de diferentes espécies em uma mesma área agrícola, de safra para safra ou em ciclos definidos, com o objetivo de otimizar o uso da terra, melhorar a saúde do solo, aumentar a produtividade e controlar pragas e doenças de forma mais sustentável. A FAO recomenda o uso de três ou mais espécies diferentes ao longo de três anos agrícolas, com propósito de recuperação do solo. Exemplo: soja → milho → braquiária.

Já a sucessão de culturas refere-se ao cultivo de diferentes espécies em sequência na mesma área, mas em períodos distintos dentro do mesmo ano agrícola, sem necessariamente haver um planejamento para a recuperação do solo. Exemplo: milho (verão) → trigo (inverno).

Fonte: Faep Foto: Ilustrativa/Divulgação

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Mercado de trigo segue lento, mas preços reagem

Segundo a TF Agroeconômica, os preços do trigo apresentaram leve alta no Rio Grande do Sul, girando em torno de R$ 1.300,00 por tonelada, reflexo da lentidão nas negociações do grão disponível e de ajustes nas cotações do CEPEA, que subiram 0,31% no dia anterior. As compras seguem pontuais para agosto e mais concentradas em setembro. Em alguns casos, trigos de qualidade superior, capazes de substituir o argentino, alcançam até R$ 1.380,00 no interior, mas são raros.

A maior parte das negociações ocorre na faixa de R$ 1.300,00 para produto de qualidade boa e localização mediana, com embarque em agosto e pagamento em setembro. A moagem segue baixa e os moinhos afirmam que o estoque atual deve ser suficiente até a nova safra.

Na exportação, houve oferta para trigo padrão moagem da safra 2025, com entrega em dezembro e pagamento em janeiro, a R$ 1.300,00 sobre rodas no porto — R$ 30 a mais que na sexta-feira anterior. O contrato prevê opção de reverter para ração com desconto de 20% se não houver padrão de moagem. Já foram negociados cerca de 4% da nova safra. Em Panambi, os preços de pedra seguem em R$ 70,00 a saca para o produtor.

Em Santa Catarina, o mercado permanece estável, com moinhos consumindo estoques e adquirindo apenas para reposição. A oferta de trigo gaúcho impede a valorização local, com preços entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00 FOB. O trigo importado em Paranaguá está mais competitivo que o paranaense. A safra nova preocupa: a venda de sementes caiu 20% em relação a 2024 e a CONAB projeta queda de 6,3% na produção estadual. Os preços aos produtores variam entre R$ 72,00 e R$ 79,00 por saca, conforme a região.

No Paraná, a cotação do trigo importado caiu US$ 1/t no spot, mas subiu US$ 4/t para dezembro. Os moinhos têm estoque até outubro e evitam pagar mais de R$ 1.450 CIF. A futura safra tem comprador a R$ 1.450 (outubro) e R$ 1.350 (novembro), mas o mercado segue travado. A produção não sofreu tanto quanto o esperado, aumentando a oferta. Os preços pagos aos agricultores caíram 1,55% na semana, ficando em R$ 75,88/saca, com lucro médio reduzido para 4,10%, ainda acima do custo de produção, estimado em R$ 72,89.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Divulgação

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Portos do Paraná registram movimentação histórica em julho

Os Portos do Paraná registraram, em julho, a maior movimentação de carga em um único mês. Foram mais de sete milhões e trezentas mil toneladas. O valor representa um aumento de 6,5% em relação a agosto do ano passado, quando a movimentação chegou a seis milhões e oitocentas mil toneladas em um único mês.

Outro recorde foi o Corredor de Exportação Leste, responsável pela movimentação de granéis sólidos vegetais. Foram movimentados dois milhões e seiscentas mil toneladas em grãos e de farelos. Esse valor representa um crescimento de 1,55% em relação ao recorde anterior, de maio de 2023. Na época, foram movimentados dois milhões e meio de toneladas.

A soja em grão alcançou crescimento, com 55% de aumento em comparação a julho do ano passado. No acumulado desde janeiro, a oleaginosa também é um dos destaques, com 6% a mais em relação ao mesmo período de 2024.

Os índices mantêm a empresa portuária paranaense como o segundo maior corredor de exportação de soja do Brasil e um dos maiores portos graneleiros do mundo. Já na importação, o maior volume é de fertilizantes, que ao longo de 2025 acumula seis milhões e quatrocentas mil toneladas, 13% a mais que no ano anterior (5.695.697 toneladas).

Fonte: Band News Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

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Conab divulga novo monitoramento agrícola para regiões produtoras de grãos

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta semana, o Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA) relativo às principais regiões produtoras de grãos do país, considerando os cultivos de verão e inverno, Safra 2024/2025, durante o período de 01 a 31 de julho de 2025.

O estudo aponta que, no mês de julho, os maiores volumes de precipitação foram registrados no extremo norte da região Norte e no leste da região Nordeste, o que beneficiou a soja em Roraima e os cultivos de terceira safra na região agrícola formada pelos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia (Sealba). Na região Sul, as chuvas apresentaram irregularidade e má distribuição, mas a umidade no solo se manteve adequada para o desenvolvimento da maior parte das lavouras de inverno. Nas demais regiões, o clima seco contribuiu para a maturação e colheita do algodão e do milho segunda safra. No sudoeste de Mato Grosso do Sul e na região central de São Paulo, houve restrição hídrica ao trigo em fases reprodutivas.

Os dados espectrais apontam condições favoráveis para o desenvolvimento do milho segunda safra e do trigo nas principais regiões produtoras. Houve atraso na semeadura e no desenvolvimento inicial do milho, mas as chuvas observadas permitiram o fechamento do ciclo e expressaram bom potencial produtivo. O índice da safra atual superou o das anteriores em todas as regiões monitoradas. Na metade sul do Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, onde os cultivos de inverno são acompanhados, o índice da safra está em ascensão, próximo das safras anteriores.

A colheita do milho segunda safra está adiantada em alguns estados produtores e avança na medida em que atinge a umidade ideal. O milho terceira safra, cultivado no Sealba, está majoritariamente em estágios reprodutivos e apresenta boas condições de desenvolvimento. O trigo tem a semeadura quase concluída, restando apenas áreas de plantio tardio. Geadas foram registradas, mas as temperaturas mais baixas favoreceram o desenvolvimento das lavouras na Região Sul, onde a maior parte delas está em estágio vegetativo.

O boletim completo com as informações sobre o clima e seus impactos na safra está disponível no Portal da Conab. Clique aqui para acessar.

Fonte: Conab Foto: Stock

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Salto na demanda por biodiesel desafia setor a expandir processamento de soja

Com a sanção da Lei do Combustível do Futuro, o Brasil traça uma rota ambiciosa e sustentável para sua matriz energética. Um dos pilares dessa transformação é o aumento gradual da mistura obrigatória de biodiesel no diesel fóssil, que deverá alcançar 20% (B20) até 2030. A medida, além de reduzir emissões e estimular a cadeia da bioenergia, impõe importantes desafios de capacidade produtiva ao setor de óleos vegetais, especialmente o de soja.

Para o head de biodiesel da SCA Brasil, Filipe Cunha, a trajetória até o B20 tem sido construída com base sólida: a elevação da mistura está condicionada à viabilidade técnica comprovada em estudos e testes criteriosos. O avanço mais recente — a autorização para o B15 — entrou em vigor em 1º de agosto após o aval do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), refletindo a maturidade regulatória e o compromisso com a segurança energética.

“À medida que a demanda por biodiesel cresce, eleva-se também a pressão sobre a principal matéria-prima do biocombustível no país, que é o óleo de soja. O produto respondeu por 75,1% da produção nacional no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”, avalia Cunha.

Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 (PDE 2034), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de diesel no Brasil deverá crescer 2,1% ao ano, alcançando 84 bilhões de litros até 2034. Apenas em 2025, o mercado brasileiro já vendeu 33,2 milhões de metros cúbicos (m³) do combustível até junho.

O biodiesel acompanhou o ritmo: foram 4,53 milhões de m3 comercializados, alta de 6,2% no primeiro semestre do ano. O crescimento foi puxado tanto pela elevação da mistura de B12 para B14 em março de 2024, quanto pela expansão geral do mercado de diesel fóssil.

“Se mantido o cronograma da nova legislação para o B20 e considerando o crescimento projetado para o diesel pela EPE, o consumo de biodiesel deverá alcançar 15,2 bilhões de litros em 2030, o que representa um salto de 68% sobre os 9 bilhões de litros consumidos em 2024”, ressalta o executivo da SCA Brasil.

Para sustentar esse avanço, mantendo a participação do óleo de soja como insumo majoritário, será necessário expandir significativamente a oferta da commodity. Segundo cálculos da SCA Brasil, o volume de óleo de soja para o biodiesel passará de 6,6 bilhões de litros em 2024 para 10,2 bilhões em 2030, uma elevação de 54%.

Esse aumento de demanda implica a melhora da infraestrutura industrial. Considerando um rendimento médio de 19% de óleo por tonelada de soja esmagada, será preciso adicionar 22,2 milhões de toneladas à capacidade de processamento nacional nos próximos cinco anos. Na safra atual, com a colheita de soja estimada em 169,7 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento está projetado em 57,8 milhões de toneladas, segundo estimativas da Abiove. “O desafio não está na disponibilidade da matéria-prima em si, mas sim na ampliação industrial e na logística para processá-la em tempo e escala”, observa Filipe Cunha.

Investimentos

Cálculos do Ministério de Minas e Energia (MME) indicam que o B15 deverá atrair R$ 5,2 bilhões em investimentos, gerar mais de 4.000 empregos diretos e indiretos, diminuir a dependência de importação do combustível fóssil e cortar a emissão de 1,2 milhão de toneladas de CO2eq/ano.

Para o presidente da Abiove, André Nassar, a adoção do B20 exigirá a construção de 47 novas esmagadoras de soja e 33 usinas de biodiesel, segundo reportagem do Biodieselbr. O investimento estimado é de R$ 53 bilhões

Tarifaço e exportações

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos (EUA) aos produtos brasileiros, em vigor a partir desta quarta-feira (06/08), deverá impactar diretamente 35,9% das exportações do Brasil para aquele país, de acordo com dados do governo brasileiro.

Segundo André Nassar, a guerra comercial entre Estados Unidos e China levou a um aumento da demanda chinesa pela soja brasileira em grão. O presidente da Abiove ressalta que a China, compradora de 70% a 75% da soja exportada pelo Brasil, prefere importar o grão para processá-lo internamente como estratégia de segurança alimentar e estímulo à produção de proteína animal.

Em relação às exportações de soja brasileira em grãos, o mesmo deverá crescer 0,9%, chegando a 109 milhões de toneladas em 2025, de acordo com dados da Abiove. Já as saídas de farelo de soja devem permanecer em 23,6 milhões de toneladas, enquanto as de óleo de soja devem cair 3,6%, totalizando 1,35 milhão de toneladas. Projetam-se, ainda, importações de 100 mil toneladas de óleo e 500 mil toneladas de soja em grão para complementar a oferta interna.

Fonte: SCA Brasil Foto: Divulgação