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Brasil tem superávit de US$ 1,8 bilhões na 1ª semana de novembro

Na primeira semana de novembro de 2025, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,811 bilhão, com corrente de comércio de US$ 13,8 bilhões. O resultado foi composto por exportações no valor de US$ 7,8 bilhões e importações de US$ 5,9 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (10) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 297,5 bilhões e as importações, US$ 243,3 bilhões, resultando em saldo positivo de US$ 54,2 bilhões e corrente de comércio total de US$ 540,8 bilhões. Segundo a Secex, “as exportações diárias até a primeira semana de novembro alcançaram média de US$ 1,56 bilhão, alta de 6,4% em relação a novembro de 2024, enquanto as importações cresceram 7,9% na mesma base de comparação”.

Com esses resultados, a média diária da corrente de comércio ficou em US$ 2,759 bilhões, e o saldo comercial, também em média diária, foi de US$ 362 milhões. Na comparação com novembro de 2024, houve crescimento de 7,1% na corrente de comércio.

A análise setorial mostra que, até a primeira semana de novembro de 2025, houve aumento de 42,2% nas exportações da agropecuária, queda de 22,7% na indústria extrativa e alta de 10,7% na indústria de transformação, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Do lado das importações, registrou-se retração de 5,2% na agropecuária, avanço de 11,5% na indústria extrativa e aumento de 8,0% na indústria de transformação.

Nas exportações mensais, o desempenho foi liderado pela agropecuária, com US$ 1,68 bilhão, seguida pela indústria extrativa, com US$ 1,54 bilhão, e pela indústria de transformação, que alcançou US$ 4,55 bilhões. Segundo a Secex, “o aumento nas vendas externas foi impulsionado principalmente pelo crescimento de produtos como café não torrado, soja e algodão em bruto”.

Apesar do resultado positivo, alguns produtos apresentaram retração nas vendas externas. Entre eles, animais vivos, arroz em casca e milho não moído na agropecuária; fertilizantes brutos e óleos de petróleo na indústria extrativa; e açúcar, farelo de soja e celulose na indústria de transformação.

Nas importações, o desempenho mensal mostrou retração de 5,2% na agropecuária, com US$ 110 milhões, e avanços de 11,5% e 8,0% nas indústrias extrativa e de transformação, que somaram US$ 350 milhões e US$ 5,50 bilhões, respectivamente. A Secex informou que “o aumento das compras externas foi influenciado pela maior demanda por trigo, soja e matérias vegetais, além de óleos combustíveis e máquinas industriais”.

Mesmo com o avanço geral nas importações, houve redução nas aquisições de produtos como cevada, milho, frutas, fertilizantes químicos e veículos automóveis.

Corrente de comércio brasileira chega a US$ 540,8 bilhões

Fonte: Agrolink/Seane Lennon Foto: Pixabay

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Unidos pela reconstrução de Rio Bonito do Iguaçu

Várias campanhas solidárias estão arrecadando doações para as vítimas do tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná. Você pode ajudar fazendo um PIX para uma das seguintes contas de cooperativas de crédito:

Sicoob, CNPJ 07.147.834/0001-73

Sicredi, PIX 42 9 9104-7107

Cresol, CNPJ 24.103.717/0001-27

Cooperativa Agroindustrial Tradição:  pix.solidario@tradicao.coop.br

Fonte: Sistema Ocepar

24/02/2021 - Cascavel, colheita de Soja

Chuvas do início de novembro provocam adaptações na agricultura paranaense

Com um início do mês marcado por chuvas, granizo e ventos fortes em várias regiões do Paraná, principalmente no Centro-Oeste e Norte do Estado, a agricultura paranaense segue empenhada em superar os desafios e conseguir bons resultados na safra. Já há números disponíveis sobre os problemas enfrentados em lavouras de soja, milho e feijão, enquanto dados sobre outras culturas estão sendo analisados. Os dados estão no Boletim Conjuntural do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Os temporais afetaram significativamente algumas lavouras de soja no Estado. Considerando que as condições consideradas médias haviam aumentado de 3% para 6%, o clima adverso fez com que surgisse 1% de lavouras de soja em condições ruins, o que significa 31 mil hectares prejudicados. Mas o levantamento do Deral mostra que 93% das áreas de plantio de soja ainda estão em boas condições, o que representa 4,3 milhões de hectares.

Nas áreas mais afetadas, o produtor precisará refazer a estratégia, seja acionando o seguro ou realizando o replantio. Neste último caso, um atraso no planejamento será inevitável, gerando a necessidade de ajustar a segunda safra e, possivelmente, optar por outra cultura.

Para o feijão, que tem a produção concentrada no Sul do Estado, onde houve menos impacto das tempestades, 77% das lavouras estão em boas condições. O plantio já atingiu 91% da área prevista de 104 mil hectares. O excesso de umidade e baixa luminosidade registradas em outubro, aliadas ao fato de o feijão ter o ciclo mais curto, com menos tempo para se recuperar de problemas climáticos, deve apresentar alguma limitação em produtividade.

Com algumas lavouras chegando à maturidade, o Deral estima que as colheitas de feijão comecem ainda neste mês e devam se estender até fevereiro de 2026, considerando-se que algumas áreas ainda não foram semeadas.

Já o plantio de milho primeira safra apresenta evolução estável, com 99% da área já semeada, ultrapassando o desempenho dos 98% do mesmo período no ano passado.

Segundo o Deral, essas três culturas – soja, milho e feijão – ainda estão dentro do período ideal para a semeadura, permitindo o replantio, o que deve possibilitar a recuperação de parte das áreas afetadas.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu

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Exportações de milho do Brasil caem 8,3% no início de novembro com perda de competitividade frente a EUA e Argentina

O Brasil começou o mês de novembro com um desempenho mais fraco nas exportações de milho em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 1.140.535,1 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até o momento, o que representa 24,13% do volume total exportado em novembro de 2024, quando o país enviou 4,72 milhões de toneladas ao exterior.

A média diária de embarques nas cinco primeiras sessões úteis do mês foi de 228.107 toneladas, o que representa uma queda de 8,3% em comparação com as 248.755,4 toneladas por dia útil registradas no mesmo período do ano anterior.

Brasil perde espaço para Argentina e Estados Unidos

De acordo com o analista de mercado Enilson Nogueira, da Céleres Consultoria, o principal motivo para o desempenho mais fraco está na baixa competitividade internacional do milho brasileiro, que atualmente tem preços menos atrativos do que os grãos exportados por Argentina e Estados Unidos.

“O milho brasileiro está caro no mercado internacional, especialmente quando comparado ao produto norte-americano. Por isso, as exportações podem desacelerar naturalmente até o início de 2026, tanto por questões sazonais quanto pela entrada do milho dos Estados Unidos e pela menor competitividade do produto brasileiro”, explica Nogueira.

Mesmo com a retração, o analista acredita que o mercado interno deve absorver boa parte da produção. “O setor de etanol, a indústria de proteína animal e outros segmentos continuam com boa demanda, o que deve garantir liquidez à safra 2024/25 e já movimenta negociações da 2025/26”, complementa.

Receita com exportações também apresenta leve queda

Em termos de receita, o Brasil arrecadou US$ 249,37 milhões com os embarques realizados até agora em novembro, valor que representa cerca de 25% do total faturado em todo o mês de novembro de 2024, quando as exportações somaram US$ 981,57 milhões.

A média diária de faturamento recuou 3,5%, passando de US$ 51,66 milhões por dia útil no ano passado para US$ 49,87 milhões neste mês. Apesar disso, o preço médio pago por tonelada exportada aumentou 5,3%, subindo de US$ 207,70 em novembro de 2024 para US$ 218,60 em novembro de 2025, o que indica valorização do produto brasileiro em dólar, ainda que o volume embarcado tenha diminuído.

Perspectivas para o restante do mês

O Brasil encerrou outubro com pouco mais de 5 milhões de toneladas de milho exportadas, e a projeção para novembro é de aproximadamente 5,5 milhões de toneladas, segundo estimativas da Céleres. Caso confirmadas, essas exportações devem trazer maior liquidez ao mercado e auxiliar na formação dos preços internos durante a transição entre safras.

Entretanto, a concorrência internacional deve continuar intensa. Com oferta elevada nos Estados Unidos e na Argentina, o milho brasileiro enfrenta dificuldades para competir no mercado global — cenário que tende a se manter até o início de 2026.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação

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Trigo brasileiro tem menor pegada de carbono

Um estudo pioneiro da Empresa Brasileiro de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), publicado no Journal of Cleaner Production, revelou que o trigo produzido no Brasil possui uma pegada de carbono inferior à média mundial e apresenta grande potencial para redução adicional de emissões. A pesquisa, realizada no Sudeste do Paraná com 61 propriedades rurais e uma indústria moageira, apontou que a emissão média nacional foi de 0,50 kg de CO2 por quilo de trigo, abaixo da média global de 0,59 kg.

O levantamento é o primeiro na América do Sul a calcular a pegada de carbono do trigo desde o cultivo até a produção de farinha, abrangendo todas as etapas produtivas. O uso de fertilizantes nitrogenados foi identificado como o principal fator de emissão de gases de efeito estufa na triticultura, responsável por até 40% das emissões. A substituição da ureia, fertilizante mais comum e de menor custo, pelo nitrato de amônio com calcário (CAN) pode reduzir as emissões em até 4%, além de minimizar a acidificação do solo. Tecnologias como biofertilizantes, biopesticidas e fertilizantes de liberação lenta também foram apontadas como alternativas promissoras.

O estudo mostrou ainda que a adoção de cultivares mais produtivas pode reduzir em até 38% a pegada de carbono, ao elevar a eficiência no uso de insumos e diminuir a necessidade de área cultivada. Em comparação internacional, o Brasil se destaca frente a países como China, Itália e Índia, aproximando-se de referências em sustentabilidade como Austrália e Alemanha, que registram índices próximos a 0,35 kg de CO2 por quilo de trigo.

Outro destaque foi a avaliação da pegada de carbono da farinha de trigo, feita em parceria com a Moageira Irati, que variou de 0,67 a 0,80 kg de CO2 por quilo, resultados inferiores aos observados na Espanha e na Itália. O uso crescente de energia solar na indústria de moagem e a eficiência do cultivo de sequeiro reforçam a vantagem ambiental brasileira. Os resultados do estudo servirão de base para novos modelos de produção sustentável, não apenas no trigo, mas também em cadeias derivadas, como carnes e energia, consolidando o país como referência em agricultura de baixo carbono.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Produtores rurais e empresas do Paraná afetadas pelos temporais podem obter linha de crédito do BRDE

Após as chuvas que assolaram o estado no final de semana passado, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) abre linhas de crédito para auxiliar empresas afetadas. A iniciativa inclui o pacote de medidas anunciada ontem (3) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior.

A linha é destinada a empresas, cooperativas e produtores rurais e oferece juros reduzidos, além de prazo de pagamento de 10 anos e 2 anos de carência.

O BRDE vai atender a demanda dos empreendimentos localizados em cidades que decretaram situação de emergência ou calamidade pública e cada cliente pode tomar empréstimo de até R$ 10 milhões.

Até o início da tarde do último dia 4, 36 municípios registraram ocorrências no sistema da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, mas as tempestades, vendavais e chuvas de granizo atingiram pelo menos 40 cidades paranaenses. Foram registrados danos em residências, prédios públicos, estradas rurais, empresas e barracões industriais.

Para mitigar esses estragos, além da linha de crédito, o Governo do Estado vai destinar R$ 50 milhões do Tesouro Estadual ao Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap), para auxiliar os municípios nas ações de reconstrução e auxílio às famílias.

O Estado também vai enviar maquinários e recursos para a reconstrução de estradas e pontes, e a Defesa Civil está auxiliando diretamente as famílias afetadas com a entrega de telhas, cestas básicas e kits de higiene, limpeza e dormitório.

O que fazer

As empresas podem procurar os canais de atendimento do BRDE, pelo telefone (41) 3219-8000, Whatsapp (41) 99234-4575 ou e-mail brdepr@brde.com.br. A agência paranaense do banco fica em Curitiba, Av. João Gualberto, 570, e o horário de atendimento é das 9h30 às 18h30.

Fonte: Bem Paraná Foto: AEN

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Emissões de gases de efeito estufa registram a maior queda da história no Paraná

O Paraná conseguiu reduzir em mais de 10% as emissões brutas de gases de efeito estufa. É o que revela a 13ª Edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (3 de novembro). Foi a menor redução já registrada pelo estado desde o início das medições em 1990, e o menor volume de emissões desde 2009.

Conforme o levantamento, entre 2023 e 2024 o Paraná reduziu em 10,03% as emissões de gazes do efeito estufa, que recuaram de 77,05 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e) para 69,32 GtCO2e. Anteriormente, anotou-se a queda mais expressiva em 2004 (-9,89%), quando as emissões recuaram de 79,71 milhões de toneladas para 71,83.

Além disso, o resultado do ano passado é também o melhor do estado nos últimos 15 anos. A última vez que as emissões de gases de efeito estufa atingiram um nível mais baixo no Paraná foi em 2009 (67,78 GtCO2e). Também houve resultados melhores, ao longo de toda a série histórica, nos anos de 2006 (68,49 milhões de toneladas) e de 2005 (68,64).

Paraná no meio da tabela e resultados por setor

Quando consideradas as emissões brutas por setor, do total de 69,32 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente em 2024, a agropecuária foi responsável por 46,34% (32,12 milhões de toneladas). Na sequência aparece o setor de energia (com 36,35%, ou 25,2 milhões de toneladas). Depois vem o de resíduos (7,76% ou 5,38 milhões de toneladas), processos industriais (4,87% ou 3,38 milhões de toneladas) e mudança de uso da terra (4,68% ou 3,24 milhões de toneladas).

Entre todas as 27 unidades da federação, o Paraná apresenta o 14º menor volume de emissões de gases de efeito estufa. Com isso, fica bem no meio da tabela. A liderança do ranking tem o Pará (278 milhões de toneladas). Na sequência aparecem Mato Grosso (231 milhões), Minas Gerais (190 milhões), São Paulo (145 milhões), Maranhão (129 milhões), Bahia (116 milhões), Rio Grande do Sul (108 milhões), Goiás (98 milhões), Amazonas (96 milhões), Rondônia (78 milhões), Tocantins (73 milhões), Rio de Janeiro (72 milhões) e Mato Grosso do Sul (71 milhões). Na outra ponta, Amapá (3 milhões), Distrito Federal (7 milhões) e Alagoas (10 milhões) são os estados com menores emissões.

No Brasil, emissões caíram quase 17%

No Brasil, as emissões brutas de gases do efeito estudada caíram 16,7% em 2024 na comparação com 2023. Só no último ano, o país emitiu 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), ante 2,576 GtCO2e no ano anterior. A queda em 2024 é a maior dos últimos 16 anos e a segunda mais significativa da série histórica iniciada em 1990, quando os dados revelaram uma diminuição de 17,2% na poluição climática.

De acordo com o Observatório do Clima, os dados mostram o impacto da retomada do controle de desmatamento pelo governo federal em seguida ao descontrole deliberado entre 2019 e 2022. As chamadas emissões líquidas, calculadas após o desconto de remoções de carbono por florestas secundárias e áreas protegidas, tiveram uma queda ainda maior: 22%, perdendo apenas para 2009 em percentual de redução (24%). No ano passado, o Brasil emitiu 1,489 GtCO2e líquidas, contra 1,920 GtCO2e em 2023.

Entretanto, mesmo com a queda no desmatamento, as mudanças de uso da terra seguem sendo o fator que faz do Brasil o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta (sexto, se a União Europeia for considerada como bloco), segundo dados do Cait/WRI. O Brasil emite mais carbono bruto somente por desmatamento que toda a Arábia Saudita (793 MtCO2e) e todo o Canadá (760 MtCO2e), dois dos principais países petroleiros do mundo.

Mesmo com redução, país ainda não alcança meta do Acordo de Paris

Mesmo com a queda expressiva nas emissões, o Observatório aponta que ainda não é possível fazer projeções otimistas sobre o cumprimento da NDC. Para 2025, as estimativas indicam que o país ficará aquém da meta de limitar suas emissões em 1,32 bilhão de toneladas líquidas. A estimativa é que esse valor fique em 1,44 GtCO2e líquidas, número 9% maior que a meta estipulada pela NDC para o ano corrente.

“O desmatamento cai, mas todos os outros setores sobem”, afirma David Tsai, coordenador do SEEG. Segundo ele, até aqui toda a mitigação tem ficado nas costas do combate ao desmatamento, algo que precisa mudar. Apesar disso, a NDC de 2030, cuja meta é um teto de emissões de 1,2 bilhão de toneladas, ainda pode ser cumprida e excedida. Para isso, contudo, todos os outros setores terão de cortar.

“A capacidade do controle de desmatamento de entregar cortes de emissão está batendo no teto. Precisamos zerar a devastação até 2030, como prometeu o presidente Lula, e mantê-la zerada. Mas vamos precisar reduzir em energia e agropecuária também”, aponta o especialista.

Fonte: Bem Paraná/Rodolfo Luis Kowalski Foto: Freepik

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Cafés especiais do Paraná ganham vitrine internacional em evento em Belo Horizonte

Pela primeira vez o Paraná participa da Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG). Esta é uma das maiores feiras do mundo dedicadas ao setor, conectando toda a cadeia cafeeira – do produtor ao consumidor final – devendo movimentar R$ 150 milhões em negócios em três dias. O estado está presente com 15 produtores, servindo de vitrine em um evento por onde devem passar 25 mil pessoas.

O secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, participou da abertura nesta quarta-feira (05). “Pela primeira vez, os cafés especiais do Paraná, que têm uma das melhores qualidades do mundo, estão na SIC, em Belo Horizonte, podendo mostrar essa nossa produção e nossa cultura do café e comercializar para o mundo inteiro. Vamos continuar investindo nessa cadeia para atingir outro patamar”, afirmou.

O secretário destacou que a presença do Paraná na SIC reforça a imagem de um Estado que alia tradição e inovação na cafeicultura. “O Paraná, que já foi o maior produtor de café no Brasil, vem consolidando sua nova vocação, a produção de cafés especiais, com alto valor agregado. Essa participação é uma oportunidade de mostrar ao País e ao mundo o resultado de um trabalho integrado entre governo, pesquisa e produtores”, afirmou Nunes.

O secretário visitou o estande do Paraná na feira acompanhado do diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, da diretora-geral da Seab, Camila Aragão, do chefe de gabinete Rodrigo da Silva e do diretor de extensão rural do IDR-Paraná, Paulo Eduardo Sipoli Pereira. O espaço reúne 15 produtores de cafés paranaenses, promovendo os cafés de forma técnica e sensorial.

O estande foi estruturado com degustações para a avaliação profissional dos cafés paranaenses, destacando aroma, sabor e corpo da bebida. Para isso, um barista (profissional especializado em preparar e servir bebidas à base de café) torra e prepara cafés especiais durante todo o evento.

Pesquisas e Café das Mulheres

Outro destaque do evento é que um dos cuppings (degustações técnicas) programados tratará exclusivamente das cultivares desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético do IDR-Paraná e que vêm sendo adotadas por cafeicultores de todas as regiões produtoras do Brasil.

O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, enfatizou o papel da pesquisa pública no avanço da qualidade do café paranaense. “As cultivares desenvolvidas pelo IDR-Paraná vêm contribuindo para o aumento da produtividade e da qualidade em diversas regiões. Esse esforço coletivo tem garantido reconhecimento nacional aos nossos cafés e fortalecido a renda das famílias de cafeicultores”, destacou.

Dois dos produtos apresentados já têm Indicação Geográfica (IG): os Cafés Especiais Norte Pioneiro e de Mandaguari, que se destacam pela consistência e perfil sensorial diferenciado de sua produção.

O projeto Café das Mulheres, que surgiu em 2013 e hoje é acompanhado pelo IDR-Paraná, também é destaque. Ele está presente em 11 municípios do Norte Pioneiro, quatro da região do Vale do Ivaí e um da região Oeste. O IDR-Paraná dá assistência técnica exclusiva para as mulheres, numa metodologia participativa, construída junto com as cafeicultoras desde o início do projeto.

Desde 2015, as mulheres estão no pódio entre os três melhores cafés do Estado consecutivamente no concurso Café Qualidade do Paraná, o que deu muita visibilidade para a região e abriu caminho pra que elas conseguissem parcerias comerciais importantes com cafeterias e torrefações.

“Hoje, elas estão organizadas e formaram a Associação das Mulheres do Café do Norte Pioneiro (AMU Café) e uma marca própria, Café das Mulheres, uma marca coletiva que agrega lotes com atributos importantes da nossa região”, explicou Cíntia Mara Lopes de Souza, coordenadora do projeto.

Feira

A Semana Internacional do Café foi realizada pela primeira vez em 2013, em Belo Horizonte, (MG), para celebrar os 50 anos da Organização Internacional do Café (OIC) e hoje é um dos maiores eventos do mundo dedicados ao setor, reunindo 250 expositores. A SIC oferece palestras, workshops, competições, provas de café, pesquisas e degustações orientadas, reunindo os principais especialistas, gestores e empreendedores do mercado.

Fonte e Foto: AEN

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Foto: Gilson Abreu/AEN

Soja: Brasil lidera avanço produtivo no Mercosul

A safra de soja 2025/26 no Mercosul deve apresentar avanço na produção, mesmo diante de uma leve retração na área plantada. Segundo dados do informativo mensal da Céleres, divulgados em novembro, a projeção é de que o bloco produza 242,3 milhões de toneladas (MMt) da oleaginosa, um incremento sobre os 240,4 MMt da safra anterior.

A área total semeada na região deve recuar 0,4%, o equivalente a 300 mil hectares. Essa queda é puxada pela Argentina, que deve reduzir 1,3 milhão de hectares. Em contrapartida, o Brasil tende a ampliar em 1 milhão de hectares sua área de soja, sustentando a liderança do país no bloco.

O principal fator por trás do crescimento produtivo é a expectativa de condições climáticas mais favoráveis em relação aos ciclos anteriores. A produtividade média estimada é de 3,4 toneladas por hectare, podendo chegar a 3,7 t/ha no cenário mais otimista.

Com maior oferta e demanda aquecida, as exportações do bloco devem crescer cerca de 5 milhões de toneladas em relação à safra 2024/25. O Brasil permanece como protagonista absoluto, respondendo por 84% das exportações do Mercosul.

A relação estoque/consumo deve se manter estável, saindo de 8,5% para 8,7%, o que indica equilíbrio entre oferta e demanda, sem pressão significativa nos preços.

Apesar desse avanço, o mercado deve seguir pressionado por margens estreitas. A tendência de estabilidade nos preços não garante alívio para o produtor, especialmente no Brasil, onde a cotação está diretamente ligada à taxa de câmbio.

O dólar segue como principal variável de risco para a precificação da soja. Caso haja valorização da moeda local nos próximos meses, produtores podem enfrentar desafios financeiros e operacionais relevantes.

Mesmo assim, o setor projeta capacidade de geração de caixa suficiente para manter os investimentos e a continuidade da expansão operacional.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Avanço da colheita do trigo aponta para safra com recorde de produtividade no Paraná

A colheita do trigo segue em ritmo acelerado no Paraná e deve confirmar um recorde histórico de produtividade, mesmo diante das dificuldades impostas pelas chuvas durante o ciclo. A soja, com 5,77 milhões de hectares plantados, se consolida como a principal cultura do Estado, e o milho teve um ganho significativo de área de cerca de 20%. Esses são os destaques do Boletim de Safra do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) divulgado nesta quinta-feira (30). Os dados são da atualização de outubro da previsão da safra.  

Até o momento, 83% dos 819 mil hectares semeados com trigo em 2025 já foram colhidos, e os rendimentos médios ultrapassam 3.300 kg por hectare. Hugo Godinho, coordenador da Divisão de Conjunturado Deral, ressaltou que nas áreas ainda em fase final de colheita — concentradas principalmente no Sul do Estado — a expectativa é de resultados ainda melhores, o que deve consolidar a maior produtividade já registrada no Paraná, superando os 3.173 kg/ha alcançados em 2016.

O desempenho é considerado excepcional, sobretudo porque parte das lavouras enfrentou déficit hídrico, geadas e menor investimento em insumos. Mesmo assim, as condições climáticas favoráveis nas últimas semanas, com mais dias de sol, favoreceram a secagem dos grãos e impulsionaram a colheita.

Apesar do rendimento recorde, o volume total produzido será menor do que em outras safras, reflexo da redução de 25% na área plantada em relação ao ano anterior, que foi de 1,11 milhão de hectares. “A produção estimada é de 2,75 milhões de toneladas, cerca de 18% superior em relação a 2024 (2,32 milhões), mas ainda abaixo das 3,66 milhões de toneladas de 2023, quando o Paraná atingiu volume próximo à sua capacidade de moagem”, explica Godinho.

Portanto, mesmo com esse bom resultado, o volume colhido não será suficiente para atender à demanda da indústria paranaense, sendo necessário trazer trigo de outros estados e até mesmo de outros países para atender o setor moageiro. Com isso, o Paraná deve, novamente, colher menos trigo que o Rio Grande do Sul, que reassumiu a liderança nacional nos últimos anos.

Com relação aos preços de venda, o produtor está recebendo R$ 64,00 por saca, preço que fica abaixo do custo variável de produção que é de R$ 73,00. Vale destacar que, há um ano, a expectativa era de que a saca fosse vendida a R$ 76,00.

Soja

Com 5,77 milhões de hectares de área plantada, a soja se consolida como a principal cultura do Estado. De acordo com Edmar Gervásio, analista de mercado do Deral, os 71% de área plantada até agora estão dentro do calendário, com as chuvas dos últimos dias ajudando no desenvolvimento das plantas.

“O que falta plantar está concentrado nas áreas mais frias do Estado, com uma perspectiva de que o plantio seja finalizado na primeira quinzena do próximo mês, com previsão de clima favorável tanto para o plantio quanto para a colheita. Espera-se uma boa safra, próxima do recorde”, diz Gervásio. Com relação ao preço, não aconteceram grandes oscilações nos últimos três meses, permanecendo entre R$ 115,00 e R$ 122,00.

Conforme o técnico do Deral, no cenário nacional, a Conab divulgou neste mês de outubro sua primeira estimativa de produção. “Em condições climáticas normais, o Brasil deverá colher cerca de 177,64 milhões de toneladas de soja, volume 3,6% superior ao ciclo anterior”, explica.

Milho

Com expectativa de plantio em 337,8 mil hectares, o milho da 1ª safra teve um ganho significativo de área, de cerca de 20%, devido ao recuo de área plantada da cultura de feijão. A produção do milho pode chegar a 3,5 milhões de toneladas e até mesmo a quase 4 milhões de toneladas. Segundo Hugo Godinho, se o comportamento for parecido com o observado na safra passada, levando-se em conta que a Conab projetou uma boa safra nacional, deve acontecer um ganho significativo de área, que pode inclusive superar a área de soja.

O preço vem se mantendo estável pelos últimos três meses, apesar de estar num patamar 8% menor que o registrado no ciclo anterior, na casa dos R$ 52,00, cobrindo o custo variável que está abaixo dos R$ 40,00. “Em questão de preço, a cultura do milho vive um bom momento. Como o produtor está definindo agora o que vai plantar, a escolha óbvia, por causa do preço, é que ele faça a opção pelo plantio do milho”, finaliza Godinho.

Fonte: AEN Foto: Divulgação