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Mercado brasileiro de milho deve manter ritmo lento nas negociações

O mercado brasileiro de milho deve ter uma terça-feira de preços inalterados. O ritmo dos negócios deve seguir lento, diante de compradores e vendedores ainda adotando postura comedida. No cenário internacional, a Bolsa de Mercadorias de Chicago opera em queda. O dólar, por sua vez, registra alta expressiva frente ao real.

O mercado brasileiro de milho apresentou preços pouco alterados no começo da semana. O ritmo de negócios seguiu lento nas principais praças de comercialização. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, as cotações estiveram sob pressão nesta segunda-feira (31).

No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 60,00/63,00 a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 58,00/62,00 a saca.

No Paraná, a cotação ficou em R$ 52,00/54,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 54,00/60,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 58,00/61,00 a saca.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 62,00/64,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 47,00/50,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 42,00/R$ 47,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 43,00/45,00 a saca em Rondonópolis.

Chicago

* Os contratos com entrega em setembro de 2023 operam com baixa de 1,75 centavo, ou 0,34%, cotados a US$ 5,02 1/4 por bushel.

* O mercado mantém o tom negativo das últimas cinco sessões, quando pesaram, principalmente, as expectativas de um clima mais frio e úmido no Meio-Oeste dos Estados Unidos em agosto. As cotações foram pressionadas pela baixa do petróleo em Nova York e pela força expressiva do dólar frente a outras moedas correntes. Por outro lado, os contratos mais distantes recebem suporte das condições das lavouras norte-americanas um pouco piores do que esperado.

* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as condições das lavouras americanas de milho. Segundo o USDA, até 30 de julho, 55% estavam entre boas e excelentes condições (o mercado esperava 56%), 30% em situação regular e 15% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os números eram de 57%, 30% e 13%, respectivamente.

* Ontem (31), os contratos de milho com entrega em setembro fecharam a US$ 5,04 por bushel, baixa de 17,00 centavos de dólar, ou 3,26%, em relação ao fechamento anterior. A posição dezembro fechou a sessão a US$ 5,13 por bushel, recuo de 17,25 centavos de dólar, ou 3,25%.

Câmbio

* O dólar comercial registra alta de 0,97% a R$ 4,7749. O Dollar Index registra valorização de 0,56% a 102,42 pontos.

Indicadores financeiros

* As principais bolsas da Ásia fecharam em alta. Xangai, feriado. Japão, + 0,92%.

* As principais bolsas na Europa operam com índices fracos. Paris. -0,85%. Frankfurt. -1,08%. Londres. -0,35%.

* O petróleo opera em alta. Setembro do WTI em NY: US$ 81,09 o barril (-0,86%).

Agenda

– Dados sobre as lavouras do Paraná – Deral, na parte da manhã.

– O Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Turismo divulga, às 15h, a balança de julho.

—–Quarta-feira (2/8)

– Japão: A ata da reunião dos dias 15 e 16 de junho será publicada na noite anterior pelo BOJ.

– A multinacional de alimentos holandesa Bunge publica o balanço do segundo trimestre de 2023.

– EUA: A posição dos estoques de petróleo até sexta-feira da semana passada será publicada às 11h30 pelo Departamento de Energia (DoE).

– Definição da taxa Selic, juro básico da economia brasileira – Copom, após 18h30.

—–Quinta-feira (3/8)

– O relatório mensal de índice de preços ao consumidor será publicado pela OCDE.

– Alemanha: O resultado da balança comercial de junho será publicado às 3h pelo Destatis.

– Eurozona: O índice de preços ao produtor de junho será publicado às 6h pela Eurostat.

– Reino Unido: A decisão de política monetária será publicada às 8h pelo Banco da Inglaterra.

– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30.

– Dados sobre o desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.

—Sexta-feira (4/8)

– EUA: O número de empregos criados ou perdidos pela economia (payroll) e a taxa de desemprego referentes a julho serão publicados às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.

– O Imea divulga relatório sobre a evolução das lavouras no Mato Grosso.

Fonte: Pedro Carneiro / Agência SAFRAS

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Dados do mercado de trigo são apresentados durante Fórum Nacional em Guarapuava

Membros do setor agrícola especializados nas culturas de inverno estiveram juntos, nesta quarta-feira (26), na 71ª Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, para avaliar o desenvolvimento do mercado e da produção de cultivos como aveia, centeio, triticale, entre outros. Na ocasião, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou dados atualizados sobre a conjuntura do trigo, com informações e análises de mercado do cereal.

A Câmara Setorial é um evento da cadeia produtiva feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que tem a participação da Conab e de outros entes públicos, além de produtores e indústrias do setor. Neste ano, a reunião foi incluída na programação da 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale do Fórum Nacional de Trigo 2023, que acontece até esta quinta-feira (27), em Guarapuava, no Paraná.

A apresentação da Conab tratou-se de uma consultoria realizada pela estatal, que trouxe análises sobre o panorama nacional e internacional do mercado de trigo e os números do último levantamento de safra. “Além da conjuntura, também foram mostrados os novos preços mínimos do trigo, publicados na portaria do MDA, que passaram a vigorar a partir de 1/7/2023”, explica a analista de mercado, Flávia Starling, que representa a Companhia no evento. “Após a exposição, houve um espaço para debates, onde cada agente dos estados produtores apontou a situação regional e avaliou a relação com os dados apontados”.

A reunião da Câmara Setorial é realizada com representantes específicos do setor e aberta ao público. O evento abordou ainda temas como o levantamento e acompanhamento de safra das culturas de inverno e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural e a Gestão de Riscos nas Cooperativas, apresentados por membros da Câmara Setorial e da Secretaria de Política Agrícola (SPA/Mapa).

Fonte: Conab Foto: Divulgação

No Fórum Nacional de Trigo, governo estadual defende ciência e inovação para avanço do agro

No Fórum Nacional de Trigo, Paraná defende uso da ciência e inovação no agronegócio

A ciência e a inovação podem elevar a presença do agro brasileiro no mercado mundial. A afirmação foi feita pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, na abertura do Fórum Nacional de Trigo e 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (16ª RCBPTT), na noite do último dia 25, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava.

O encontro no Centro de Eventos da Cooperativa Agrária debateu temas como a qualidade do trigo brasileiro comparada à de países vizinhos e a contribuição da triticultura no cenário da agropecuária brasileira.

Ortigara defendeu que o Brasil evoluiu significativamente na capacidade de produzir alimentos e fibras, e que grande parte desse resultado se explica pelo conhecimento aplicado. “Somos um país com presença forte em cerca de 40 cadeias no mundo. Temos a possibilidade concreta de continuar nos desenvolvendo, de tornar o principal negócio do Brasil gigante no comércio mundial, com políticas agrícolas e pegada firme na ciência e na inovação”, disse.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ciclo 2022/2023 deve somar 317,6 milhões de toneladas de grãos no Brasil, maior volume já produzido. Ortigara destacou que, daqui a 10 safras, a produção pode atingir 390 milhões de toneladas. “Estamos ganhando em produtividade e existe espaço para o crescimento do trigo”, afirmou.

A produção recorde de trigo no País, de 10,6 milhões de toneladas, colaborou para a redução das importações do cereal. No primeiro semestre de 2023, o Brasil importou 2,1 milhões de toneladas, 35% menos do que as 3,2 milhões de toneladas importadas no primeiro semestre de 2022, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária analisados no Boletim Agropecuário do Departamento de Economia Rural (Deral).

O Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de trigo no primeiro semestre, terceiro maior volume já comercializado nesse período. “O que foi feito nos últimos anos sinaliza que nós, além de conquistarmos a tão sonhada autossuficiência, também podemos ser jogadores no mercado mundial”, completou o secretário.

Juntos, o Paraná e o Rio Grande do Sul produzem 90% do trigo brasileiro. No ciclo 2022/2023, o Paraná pode ter produção recorde. Segundo o Deral, a safra de trigo no Estado está estimada em 4,6 milhões de toneladas, 30% mais que na safra passada.

Lançamento

 No mesmo evento, foi lançada a Biotrigo Weiss, primeira variedade de trigo desenvolvida no Brasil para fabricação de malte, parceria entre a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária e a Biotrigo Genética. A cultivar atende requisitos da indústria cervejeira, como alta produtividade, baixa suscetibilidade a acamamento e doenças, baixa proteína e bom potencial germinativo.

A produção do cereal em escala suficiente para atender à demanda da indústria deve se concretizar em 2025. Atualmente, para produzir malte de trigo no Brasil é preciso importar matéria-prima, especialmente da Argentina.

Evento

A programação da 16ª RCBPTT apresenta trabalhos recentes de pesquisa desenvolvidos por instituições públicas e privadas para aprimoramento dos sistemas de produção de trigo e triticale no País. “Louvamos o esforço da pesquisa, da Embrapa, do IDR-Paraná, e também a ciência feita pelas empresas privadas no desenvolvimento de produtos e condições de todo tipo para o principal negócio do Brasil”, disse Ortigara.

Fonte: AEN Foto: SEAB-PR

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Produção nacional de trigo concentra 90% da colheita em dois estados

O atual ciclo do trigo em desenvolvimento nas lavouras do Brasil deve somar uma produção de 11,3 milhões de toneladas, segundo estimativa das principais consultorias agrícolas nacionais. Somente os dois maiores produtores – Rio Grande do Sul e Paraná – esperam colher 90% desta produção estimada.

Assim, o país se aproxima da autossuficiência no cultivo e calcula que, em no máximo cinco anos, possa plantar o suficiente para abastecer o mercado interno e exportar em larga escala. A previsão é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Anualmente o consumo brasileiro fica em torno de 11,5 milhões de toneladas e 12 milhões de toneladas/ano segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e nas últimas décadas a produção interna não superava as seis milhões de toneladas, exigindo grandes importações, sobretudo da Argentina, Estados Unidos e Leste Europeu.

Se a produção esperada pelas consultorias neste ano se confirmarem, o Brasil vai superar o recorde passado de cerca de 10 milhões de toneladas, conforme registro da Conab, a maior colheita da história degundo a companhia. A mesma Conab calcula para as lavouras atuais 10,5 milhões/ton. Dados atualizados do Rio Grande do Sul e Paraná revelam que somente os dois estados vão colher mais de 10 milhões de toneladas.

O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, espera safra de 5,7 milhões de toneladas conforme estimativa da Câmara Técnica do Trigo. O Paraná, segundo maior produtor, espera produção histórica de 4,5 milhões de toneladas, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento.

A expectativa agora é pelas condições climáticas que podem interferir no desenvolvimento das lavouras que só começam a ser colhidas a partir de setembro.

Fonte: Gazeta do Povo/ Juliet Manfrin Foto: Gilson Abreu/AEN

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Tecnologia minimiza impacto de mudanças climáticas na agricultura

Os produtores rurais estão apostando cada vez mais na tecnologia para mitigar os efeitos adversos causados pelas mudanças climáticas nas lavouras. Estudos conduzidos por entidades do setor e instituições acadêmicas podem beneficiar agricultores e consumidores.

Isso porque a agricultura é especialmente vulnerável a eventos extremos, tais como períodos prolongados de chuva, estiagem e temperaturas muito altas ou baixas. Mas 44% dos brasileiros, segundo pesquisa recente do Ipec, não relacionam a alta dos preços de alimentos ao clima. Naturalmente, há outras razões, como custo do frete, sazonalidade da produção e combustíveis. Mas não é mais possível negar que certos itens sofrem bastante com a forte oscilação de fatores naturais.

Nos últimos 12 meses, por exemplo, o mamão, o maracujá, o morango e todos os tubérculos subiram quase 40%, bem acima da inflação oficial (IPCA). Nesses casos, o clima foi determinante.  As chamadas quebras de safra prejudicam o fornecimento desses gêneros alimentícios, gerando desequilíbrio de valores quando comparados a outros produtos.

Na tentativa de equacionar esses problemas, cientistas brasileiros desenvolvem novas gerações de plantas, no Laboratório de Meio Ambiente da Embrapa, em Jaguariúna (SP). Uma bactéria extraída do mandacaru, espécie típica do semiárido nordestino, já é aplicada com sucesso em plantações de milho. Sob condições de seca, esse agente produz substâncias que hidratam a raiz, fazendo-a crescer mais à procura de nutrientes e água, suportando por mais tempo a estiagem. Apenas 4 ml de líquido contendo a bactéria são misturados a um 1 Kg de sementes. A descoberta é resultado de doze anos de pesquisa.

A nova tecnologia já foi registrada no Ministério da Agricultura para, além do milho, ser usada na soja. Também já foram feitos testes em culturas de cana de açúcar e café. Todos esses produtos são seguros e abrem novos horizontes de pesquisa para enfrentar as mudanças no clima. Extraídos da própria natureza, não trazem risco à saúde humana e já minimizam, sobretudo, os efeitos da seca em várias regiões do País.

Giampaolo Pellegrino*, pesquisador da Embrapa, conversou com a SNA sobre esses novos paradigmas, ressaltando que certas culturas tendem a migrar para regiões mais moderadas em termos de temperatura, para fugir dos extremos de frio e calor. Além desse movimento, há a questão do desequilíbrio trazido por eventos esporádicos, como secas ou enchentes, que impactam gravemente a produção. Para ele, a abordagem deve acompanhar as vertentes de mitigação, isto é, reduzir os efeitos inerentes à própria atividade agrícola, como as emissões de carbono; e de adaptação, ou seja, adequar os métodos e técnicas às situações ligadas ao aumento médio da temperatura global e sua repercussão.

Nesse sentido, ele salienta que o melhor controle dos recursos hídricos é fundamental, pois a disponibilidade de água tende a cair em muitos dos cenários de oscilação climática. Pellegrino destaca também o Plano ABC da Embrapa, que busca justamente fomentar as práticas sustentáveis como estratégias de recuperação de pastagens e tratamento de dejetos animais. Adotadas em larga escala, possuem grande potencial de mitigação de emissão de gases geradores do efeito estufa.

Pellegrino aponta o sistema de plantio direto, e a fixação biológica de nitrogênio como bons exemplos em que o manejo e o aprimoramento genético caminham juntos, uma vez que a matéria orgânica é preservada sem o revolvimento do solo, enquanto as raízes não precisam de tanto fertilizante, já que as substâncias são inoculadas nas raízes.

Por fim, Pellegrino lembra que todo esse conjunto visa também aumentar a competitividade do setor, além de cumprir as metas assumidas pelo Estado Brasileiro em acordos internacionais. Ele explica, também, a Integração – Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF), uma forma de diversificação e intensificação da produção, com aumento de renda, manejo mais qualificado e eficiente, maior sustentabilidade e adaptação do sistema produtivo. Com efeito, há menos emissões e um balanceamento mais equilibrado de carbono.

*Giampaolo Queiroz Pellegrino é pesquisador da Embrapa Agricultura Digital na área de Mudanças Climáticas Globais e coordenador do Portfólio de Pesquisa em Mudanças Climáticas da Embrapa. É engenheiro florestal pela USP, com mestrado em agronomia, também pela USP, e doutorado em Engenharia Agrícola pela Unicamp. Sua experiência tem ênfase em Agrometeorologia, atuando principalmente nos temas mudanças climáticas globais e seus impactos na agricultura; análise de tendências; modelagem ambiental e simulação de cenários.

Fonte: Mais Soja via Marcelo Sá/Equipe SNA Foto: Divulgação

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Brasil lidera e é referência no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para produção de soja

O Brasil produziu mais de 150 milhões de toneladas de soja, na safra 2022/23, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), número que mantém o País na liderança mundial da produção desse grão, seguida dos Estados Unidos e da Argentina. O sucesso da sojicultura brasileira é resultado de amplos investimentos em pesquisa, a partir da década de 1970, associado ao empreendedorismo dos agricultores.

Como integrante de uma cadeia produtiva bastante robusta e organizada, a Embrapa Soja vem liderando redes de pesquisa para geração de soluções sustentáveis para incrementar a produção da soja, reduzir os custos de produção, aumentar a renda dos produtores e colaborar com práticas que favoreçam a agricultura de baixo carbono. “Entendemos que nossa contribuição ao agronegócio da soja coloca a Embrapa como referência mundial no desenvolvimento de tecnologias para a cultura em regiões tropicais”, avalia o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. “Todo o esforço em tropicalizar esta cultura permitiu ao Brasil deixar de ser importador do grão, na década de 1970, para se tornar o maior produtor e exportador de soja no mundo. Isso tudo respaldado em ciência e inovação”, comemora Nepomuceno.

Levantamento da Embrapa Soja indica que a cultura da soja foi a que mais cresceu no Brasil nas últimas cinco décadas, tanto que de 1973 até 2023, a produção aumentou mais de 1000% sendo que a área em pouco mais de 400%, demonstrando o aumento de produtividade. “Podemos afirmar que o incremento contínuo da produtividade da soja por hectare é baseado em ciência e tecnologia, permitindo que os produtores adotem as melhores tecnologias na produção agrícola brasileira. O Brasil consegue, assim, produzir mais em menos espaço e com bastante eficiência”, destaca Nepomuceno. Atualmente a soja é cultivada em 20 estados e no Distrito Federal e os principais estados produtores são: Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. Grande parte da produção brasileira é exportada para a Ásia (com destaque para a China) e Europa, entre outras regiões do planeta.  

Tropicalização da soja

Fundada em 16 de abril de 1975, em Londrina (PR), a Embrapa Soja tem por missão desenvolver tecnologias sustentáveis para a produção de soja no Brasil. Até a década de 1980, os plantios comerciais de soja no mundo restringiam-se a regiões de climas temperados e subtropicais, cujas latitudes estavam próximas ou superiores aos 30º. “O produtor brasileiro tinha que usar as cultivares importadas dos Estados Unidos que eram adaptadas apenas para a região Sul do Brasil”, explica o pesquisador Carlos Arrabal Arias. “Com as pesquisas da Embrapa Soja, conseguimos romper essa barreira, desenvolvendo variedades adaptadas às condições tropicais com baixas latitudes, permitindo o cultivo da oleaginosa em todo o território brasileiro”, conta Arias.

Segundo o pesquisador, a primeira cultivar genuinamente brasileira foi a Doko, lançada em 1980, para o Brasil Central. “Depois desse lançamento, o programa de melhoramento genético de soja continuou gerando novas cultivares com alto rendimento, com sanidade elevada e adaptadas às regiões do Brasil”, explica Arias. A Embrapa é uma das únicas instituições que desenvolve diferentes plataformas tecnológicas em paralelo: tanto soja convencional com resistência a várias pragas e doenças, quanto soja geneticamente modificada resistente a insetos e herbicidas. Desde 1976, a Embrapa Soja colocou no mercado aproximadamente 440 cultivares de soja. As cultivares da Embrapa Soja disponíveis no mercado podem ser acessadas aqui. Atualmente, a Embrapa Soja faz a curadoria de um dos maiores Bancos Ativos de Germoplasma (BAG) de soja do mundo. O BAG brasileiro tem mais de 65 mil acessos (tipos) de soja que guardam a variabilidade genética do grão, garantindo assim uma fonte para a busca de soluções para problemas que afetam a cultura.

Sustentabilidade do cultivo

Além do desenvolvimento de novas cultivares, a Embrapa Soja tem preconizado práticas de manejo responsável que vão desde a semeadura até a pós-colheita da soja. “As tecnologias são colocadas a serviço da sustentabilidade dos sistemas de produção, atendem diversos perfis e tamanhos de propriedades agrícolas, contribuem para a rentabilidade do produtor, para a preservação do meio ambiente e para a geração de benefícios para toda a sociedade”, explica, Adeney de Freitas Bueno, chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Unidade.

A expansão da cultura da soja está associada diretamente à adoção do Sistema Plantio Direto (SPD), que é embasado na redução do revolvimento do solo com a preservação de sua cobertura por plantas cultivadas ou seus resíduos vegetais e na rotação de culturas. “O SPD reduz a erosão e gera economia de corretivos, fertilizantes e operações de preparo de solo, além de permitir maior armazenamento de água no solo beneficiando a cultura em momentos de seca”, explica o pesquisador Alvadi Antonio Balbinot, da Embrapa Soja.

A pesquisa colaborou ainda nas últimas cinco décadas com um conjunto de recomendações para equalizar o uso dos solos brasileiros, especialmente os que têm elevada acidez e baixa fertilidade natural, a partir da aplicação de calcário e fertilizantes com base em critérios técnicos. “Essas recomendações colaboraram com as ações que permitiram o cultivo da soja no Cerrado brasileiro”, diz o pesquisador Adilson de Oliveira Jr.

Outra contribuição ao sistema produtivo da soja foi a inoculação com bactérias fixadoras de N (rizóbios). Essa solução propicia uma economia anual estimada em R$ 72,7 bilhões por safra, ao dispensar o uso de adubos nitrogenados. Em 2014, a Embrapa Soja identificou outra bactéria benéfica que estimula o crescimento da soja (Azospirillum). A associação dessas bactérias resulta em ganhos de produtividade da ordem de 16%, por ano. A fixação biológica de nitrogênio utilizada na cultura da soja também permite redução de emissão de gases de efeito estufa.

Os pesquisadores da Embrapa Soja geraram, ainda, tecnologias que propiciam os manejos integrados de insetos-praga, doenças e plantas daninhas, por meio de diferentes métodos – químicos, mecânicos, biológicos e culturais – para prevenir e controlar esses problemas, viabilizando a produção de soja nas diferentes condições de solo e de clima do Brasil. A adoção do Manejo Integrado de Insetos (MIP-Soja) permite reduzir o uso de inseticidas na lavoura em 50%, garantindo maior lucratividade ao sojicultor, além de maior preservação ambiental.

Nos últimos 50 anos, a pesquisa brasileira também gerou tecnologias para melhoria da qualidade das sementes de soja. “O uso de sementes com alto vigor promove ganhos de produtividade superiores a 9%, comparativamente ao uso de sementes com baixa qualidade”, destaca o pesquisador José de Barros França Neto.

Novos desafios, novas soluções

Para colaborar com sustentabilidade produtiva da soja, atualmente, a Embrapa vem direcionando suas ações em quatro eixos de pesquisa: Genética Avançada, Bioinsumos, Soja Baixo Carbono e Agricultura Digital. Pesquisas vêm sendo direcionadas para aumentar a participação de insumos biológicos no controle de insetos-praga e doenças e na promoção do crescimento de plantas, bem como a substituição de fertilizantes de origem não renovável por insumos de base biológica.

O programa Soja Baixo Carbono (SBC), lançado pela Embrapa Soja, objetiva atestar a sustentabilidade da produção de soja brasileira, sendo pautado na mensuração dos benefícios e na certificação das práticas de produção que reduzam a emissão de gases de efeito estufa.

Além disso, existe a revolução nos laboratórios, capitaneada pela edição de genomas. “Essa técnica vem permitindo a edição do genoma da soja, possibilitado deletar ou alterar pequenas partes do DNA da própria planta para alcançar características desejáveis. No Brasil, e em muitos países, a soja geneticamente editada pela tecnologia CRISPR/Cas, por exemplo, vem sendo considerada convencional, não transgênica, o que agiliza a sua inserção no mercado”, explica Nepomuceno.

 A transformação digital vem trazendo mudanças no campo, por meio de soluções de conectividade, sensoriamento remoto, sensores, drones, entre outras. “A agricultura digital potencializa o monitoramento das lavouras, a racionalização no uso de insumos facilitando e aumentando a eficiência do produtor em suas decisões, permitindo o incremento da produtividade e da rentabilidade”, defende Nepomuceno. “Com a condução integrada desses quatro eixos de pesquisa, estamos colocando a Embrapa Soja no enfrentamento de grandes desafios da contemporaneidade e na busca de soluções sustentáveis para o agronegócio da soja”, conclui o chefe-geral da Unidade.

Grão que alimenta

A soja é um alimento calórico-proteico, que apresenta entre 36% e 40% de proteína nos grãos, sendo a principal fonte de proteína de qualidade no mundo e disponível em grandes volumes. A leguminosa é a base das rações de animais, garantindo melhorias na qualidade da carne suína, bovina e de aves, assim como no leite, ovos e outros produtos de origem animal. Na alimentação humana, a soja é usada diretamente na culinária (grão, óleo, farinha, farelo, proteína isolada e lecitina) ou ainda como matéria-prima pela indústria alimentícia. A partir do desenvolvimento tecnológico, o grão passou a desempenhar múltiplas funções e usos, podendo ser utilizado também para produção de biocombustível, indústria cosmética, produtos terapêuticos, pneus, além de outros usos não convencionais.

Fonte e Foto: Embrapa

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Começa hoje Fórum Nacional de Trigo 2023 em Guarapuava

A 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale e Fórum Nacional do Trigo 2023 têm início hoje (25), no Centro de Eventos Agrária Entre Rios, em Guarapuava, e segue até o dia 27 de julho. Em mais uma edição, os eventos são realizados em datas subsequentes para maior facilidade dos participantes.

Os encontros têm como objetivo promover o desenvolvimento dos sistemas de produção de trigo e triticale no Brasil. As programações foram cuidadosamente elaboradas com o intuito de trazer aos participantes do Fórum o conhecimento do segmento da cadeia do trigo, bem como para aqueles que irão participar também da RCBPTT a troca de experiências entre um público especializado, contando com a participação das principais empresas do setor, empresários, pesquisadores, produtores, técnicos e estudantes.

O público participante desses eventos tem grande influência nas discussões das informações técnicas de trigo e triticale para a próxima safra. Além disso, a programação da RCBPTT oportuniza apresentação dos mais recentes trabalhos de pesquisa desenvolvidos por instituições públicas e privadas para aprimoramento dos sistemas de produção de trigo e triticale no país.

Programação

25 de julho – Abertura

26 e 27 de julho – 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale

Os temas que compõem a programação do Fórum Nacional de Trigo 2023 e da 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale passam por um amplo debate sobre:

– Avaliação da qualidade do trigo brasileiro, comparada com a qualidade do trigo dos países vizinhos do Mercosul na safra 2022.

– A contribuição da triticultura no cenário futuro da agricultura brasileira.

27 de julho de 2023, quinta-feira – Fórum Agrônomico

Mais informações: https://www.reuniaodetrigo.com.br/#

Fonte: Fórum Nacional do Trigo Foto: Divulgação

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Governo faz ajustes em programas de concessão de crédito rural

O Ministério da Fazenda divulgou nesta segunda-feira (24) mudanças nas operações de crédito voltadas às atividades da agropecuária e agricultura familiar. As mudanças atingem o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e Proagro Mais.

A resolução do Conselho Monetário foi editada pelo Banco Central na última quinta-feira (20), mas foi publicada na edição do Diário Oficial da União de hoje.

Entre as mudanças divulgadas está a proibição de concessão de crédito do Pronamp para aquisição de máquinas e equipamentos que possam ser financiadas pelo Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). Nesse caso, produtores rurais e cooperativas agrícolas com renda bruta anual de até R$ 45 milhões permanecerão financiando tratores, pulverizadores, semeadeiras, colheitadeiras e equipamentos para beneficiamento agrícola pelo programa instituído pelo Banco Central desde 2002.

Outra mudança, realizada no Manual de Crédito Rural (MCR) foi o estabelecimento de índices mínimos de nacionalização e potência máxima, nesse caso, 80 cavalos-vapor, para tratores e motocultivadores que venham a ser financiados pelo Pronaf, além da dispensa do Credenciamento de Fabricantes Informatizado (CFI) para financiamento de motores de embarcações, o que não ocorre para os demais equipamentos financiáveis.

Também atribui ao Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) os critérios para enquadramento de empreendimento no Proagro e Proagro Mais, que tenham sistema de produção de base agroecológica, ou em transição. Na regra anterior, essa atribuição era estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esses critérios garantem aos empreendimentos que se enquadrem nesse perfil a aplicação da alíquota básica de apenas 2% na participação dos programas.

Fonte: Agência Brasil Foto: Wenderson Araújo

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Demanda por soja brasileira está aquecida

A disputa entre compradores domésticos e externos pela oleaginosa resultou em alta nos preços nacionais, que alcançaram, na semana passada, os maiores patamares nominais desde abril/23, conforme dados do Cepea.

Veja as cotações da soja aqui.

Conforme dados do boletim informativo do Cepea, os preços do farelo de soja também subiram nos últimos dias. Além das influências da alta da matéria-prima e da valorização externa do derivado, a demanda pelo produto brasileiro segue aquecida, tanto por parte de compradores domésticos quanto de externos. Já os preços do óleo de soja caíram, influenciados pela retração de grande parte dos compradores. 

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Feijão, por Ibrafe: Produtores e empacotadores estão mais aliviados com o retorno de negócios de R$ 240

Produtores e empacotadores estão mais aliviados com o retorno de negócios ao redor de R$ 240, já bem mais perto dos R$ 250, o mínimo almejado pelos produtores e o piso ideal para os empacotadores, que prefeririam estar comprando a R$ 300. Eu explico.

O empacotador de tamanhos médio e grande não especula comprando mais baixo para vender quando sobe. Tanto é assim que todos conhecemos empresas que compram praticamente todo dia, dado o volume que necessitam. O seu faturamento diminui quando o preço diminui ao produtor, mas as despesas se mantêm e a margem diminui. Com os supermercadistas ocorre o mesmo. Atingir metas da seção de mercearia das grandes redes quando os preços diminuem exige divulgar ainda mais e, com isso, promover para fazer volume. Por isso, todos sentem um pequeno alívio no segundo semestre, quando a produção passa a ser originada em áreas irrigadas onde há um número menor de produtores e, invariavelmente capitalizados, conseguem evitar oscilações ainda mais fortes.

Então não temos problemas, certo? Errado. Ainda temos um mal a ser eliminado. Especuladores que enchem de foguinho e setas num dia defendendo que o Feijão no mundo acabou, que algo que nunca se viu está acontecendo e que os preços vão ser os maiores desde que Moisés saiu do Egito. E no outro, incrível, todos os estados vão produzir e nem vai valer a pena colher. Isso é crime previsto em lei. As tais fake news são coibidas com a lei e implicam, se houver prejuízo comprovado, em prisão. Portanto, leve seu boletim de duas semanas atrás, que comentava que o desastre era iminente, e os do final da semana passada, quando parece agora que o céu será o limite, e registre um B.O.

Fonte: Ibrafe Foto: Divulgação