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Exportações de soja, açúcar, combustíveis e frango batem recorde no Paraná em 2024

As exportações paranaenses de soja em grão, açúcar bruto, óleos e combustíveis, geradores e transformadores elétricos e carne de frango industrializada bateram recordes históricos nos primeiros sete meses deste ano. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O Paraná já exportou US$ 13,6 bilhões em 2024.

No caso da soja, as vendas estaduais ao mercado internacional somaram US$ 3,5 bilhões no acumulado de janeiro a julho de 2024, correspondendo à maior cifra registrada para o período desde 1997, início da série histórica. Também houve um crescimento de 4,6% em relação aos US$ 3,3 bilhões movimentados no mesmo período em 2023, que era o maior registro até então. A soja representa 25% (um quarto) da pauta de exportações do Paraná.

Da mesma forma, as exportações paranaenses de açúcar bruto são as mais relevantes da série de resultados, com receitas de US$ 709 milhões até julho, ficando 41% acima dos US$ 502 milhões contabilizados em idêntico intervalo do ano passado, por exemplo. O melhor resultado tinha sido de janeiro a julho de 2011, com US$ 669 milhões.

Já as vendas ao Exterior de óleos e combustíveis totalizaram US$ 247 milhões, valor igualmente recorde (o maior tinha sido em 2022, com US$ 239 milhões), evidenciando a pujança do setor petroquímico paranaense, com crescimento de 29,8% em relação ao mesmo período de 2023 (US$ 190 milhões).

Essa realidade também pode ser observada no âmbito da indústria local de material elétrico, com as exportações de US$ 87 milhões de geradores e transformadores registradas de janeiro a julho de 2024. O recorde é quase três vezes maior do que os US$ 33 milhões do mesmo período do ano passado.

As exportações de carne de frango industrializada atingiram US$ 84,7 milhões, superando todos os resultados anotados nos sete primeiros meses de cada ano, de 1997 a 2023, inclusive o recorde anterior de US$ 82 milhões em 2022. O volume das vendas desse produto indica a conquista de mercados pelos alimentos paranaenses de maior valor agregado, o que resulta em maiores retornos econômicos para o Paraná, assim como no caso do mercado de suínos e pescados.

Segundo Jorge Callado, diretor-presidente do Ipardes, a variedade de produtos que vêm registrando recordes de exportação demonstra que a competividade do Estado não se restringe a poucos segmentos. “Somos competitivos da produção de bens primários até a manufatura de mercadorias sofisticadas, o que pode ser atribuído aos empreendedores locais, que contam com o apoio do governo estadual”, afirma.

Balanço Geral

As exportações paranaenses cresceram em julho em relação a junho (de US$ 2,01 bilhões para US$ 2,05 bilhões). De maneira geral, o Paraná é o 5º maior exportador do ano, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso. Os maiores compradores do Paraná foram China (US$ 3,9 bilhões), Estados Unidos (US$ 884 milhões), México (US$ 584 milhões), Argentina (US$ 525 milhões) e Chile (US$ 357 milhões).

No sentido oposto do comércio internacional, as importações aumentaram 4,8% de janeiro a julho, saindo de R$ 10,3 bilhões para US$ 10,8 bilhões. A principal pauta estadual é adubos e fertilizantes (U$ 1,09 bilhão), óleos e combustíveis (US$ 940 milhões) e autopeças (US$ 698 milhões). A balança comercial continua positiva, com diferença de US$ 2,7 bilhões entre compras e vendas.

Confira o relatório de dados do Ipardes de janeiro a julho.

Fonte: AEN Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

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Cupping de Cafés Diferenciados é uma oportunidade para produtor fechar negócios

A 3ª edição do Cupping e Negócios de Cafés Diferenciados do Sistema CNA/Senar é uma oportunidade para os produtores rurais fecharem negócios e se conectarem diretamente com compradores nacionais e internacionais.

A iniciativa é promovida em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e será realizada durante a Semana Internacional do Café, de 20 a 22 de novembro, em Belo Horizonte.

Produtores interessados podem se inscrever até o dia 1º de outubro, por meio do link: cnabrasil.org.br/cuppingcafe24 . Já os compradores têm até o dia 15 de novembro para preencher a ficha de manifestação de interesse.

O principal objetivo do Cupping é dar visibilidade aos produtores de cafés que possuem atributos de agregação de valor, viabilizando o contato comercial, o encurtamento da cadeia produtiva e a diversificação dos canais de comercialização.

As inscrições podem ser feitas nas categorias produtor e comprador e toda as informações estão no regulamento.

Acesse o Regulamento no link cnabrasil.org.br/cuppingcafe24 e saiba como participar. A inscrição para o Cupping é gratuita.

Parceiros – O Cupping de Cafés Diferenciados tem como parceiros a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Sebrae, por meio do ‘Juntos pelo Agro’, e a empresa da especialista em cafés especiais Helga Andrade.

SIC – A Semana Internacional do Café, onde ocorrerá o Cupping, é a maior feira do setor na América Latina e a quinta maior do mundo, com um espaço dedicado à inovação, tendências de mercado e, sobretudo, de conexões de histórias e negócios.

Esclarecimentos e informações a poderão ser obtidos pelo e-mail c.agricola@cna.org.br

Fonte: CNA

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Apasem marca presença no 57º Congresso Brasileiro de Olericultura

Durante essa semana, entre os dias 6 e 9, está acontecendo o 57º Congresso Brasileiro de Olericultura, no Instituto Agronômico, em Campinas (SP), com carga horária total de 32h. A Apasem marca presença com a participação da responsável técnica do LAS Ponta Grossa, Juliana S. Bueno Veiga.

O evento reúne profissionais do Ensino, da Pesquisa, da Assistência Técnica e da Extensão Rural, além de estudantes, agricultores, produtores rurais, instituições e empresas que têm a olericultura e as plantas medicinais, aromáticas e condimentares como interesse comum.

Encontros como esse são de fundamental importância para o desenvolvimento e o progresso da ciência e da tecnologia, fornecidos acervos proveitosos e de alta significância para a olericultura.

Lavoura de cevada. Ipiranga,12/09/2019 Foto:Jaelson Lucas / AEN

Paraná teve chuvas acima da média e temperatura máxima de 26,8 °C em julho, aponta boletim

Em julho de 2024, assim como nos dois meses anteriores, foi um período seco nas regiões Norte e Noroeste paranaense. Isso ocorreu devido, novamente, à atuação de bloqueios atmosféricos com extensas massas de ar secas e quentes, que impediram o avanço das frentes frias. Nas demais regiões as chuvas foram abundantes. O maior acumulado mensal ocorreu em Palmas, no Sul, onde choveu 247,8 mm, e o menor índice foi 18 mm registrado em Jaguariaíva, no Norte.

Os dados são do Boletim Agrometeorológico de Julho elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), com apoio do Simepar. Segundo o informe, as anomalias de precipitação foram superiores à média histórica em grande parte do Paraná, exceto no Norte e Noroeste. O Litoral e Sul foram as localidades que registraram os maiores acumulados de precipitação e que mais se distanciaram da normal climatológica com superávits de 108,6 mm e 102,5 mm, respectivamente.

As regiões Noroeste e Norte foram impactadas pela seca, tanto em termos quantitativos, como em distribuição. Nessas localidades houve apenas a atuação de um sistema de instabilidade significativo durante o mês, que provocou chuva concentrada no período de 08 a 13.

O déficit de precipitação em relação à média histórica atingiu -64 mm em Jaguariaíva, no Norte. Devido à chuva expressiva na maior parte do Paraná, a média estadual de precipitação foi de 135,1 mm, sendo que a média histórica é de 89,4 mm.

As temperaturas máximas foram proporcionais às precipitações, ou seja, mais amenas nos locais mais chuvosos como no Sul, Sudoeste, Litoral e Oeste. No Litoral, por exemplo, a temperatura máxima foi 2,4 ºC abaixo da média histórica. Por outro lado, as regiões Norte e Noroeste apresentaram temperaturas entre 1 a 2 ºC acima da média histórica devido a presença persistente de massas de ar quentes.

A maior temperatura máxima média de julho foi de 26,8 °C, registrada em Cambará, no Norte. As temperaturas mínimas foram variadas, mas superior à média histórica na maior parte do Estado. Em Apucarana, no Norte, a média das temperaturas mínimas foi 14,9 °C, sendo que a média histórica é 13,2 °C. Na média estadual, a temperatura máxima e mínima foram -0,5 °C e 0,5 °C em relação a média histórica, respectivamente.

Somente no dia 1º de julho houve formação de geadas de fraca intensidade em algumas localidades no extremo sul do Paraná. Não houve registro do fenômeno no restante do mês. A menor temperatura registrada foi de -0,1 °C no dia 01/07 no município de Palmas.

Milho 2ª safra – A colheita do milho, favorecida pela estiagem, atingiu 85% no final de julho. Devido à seca, grande parte das lavouras apresentou quebra na produtividade, exceto as localizadas no Sudoeste e parte da região Oeste, as quais obtiveram produtividade dentro da estimativa inicial. As chuvas de julho tiveram pouco impacto na produtividade, pois a grande maioria das lavouras estava em fase de maturação.

De maneira geral, nessa safra, a infestação de cigarrinha foi menor e melhor controlada, comparado à safra anterior, especialmente nas áreas com boa precipitação. Ocasionalmente, algumas lavouras acamaram devido ao vento e  chuvas.

Trigo – Em julho foi finalizada a semeadura de trigo, apesar da dificuldade por falta ou excesso de umidade no solo. Muitas lavouras, especialmente as localizadas nas regiões Norte e Nordeste, foram prejudicadas pela seca e temperaturas elevadas desde a implantação da cultura, apresentando porte reduzido, pouco perfilhamento, perfilhos inviáveis, espigas pequenas, área foliar diminuta e redução no potencial produtivo. A adubação nitrogenada e manejos fitossanitários também foram intensificados após as chuvas ocorridas em julho, visando o controle de ferrugem, oídio, brusone, manchas foliares, pulgões e lagartas.

Mais Cereais De Inverno – As lavouras de aveias localizadas nas regiões Norte e Noroeste também tiveram a produtividade reduzida em virtude da seca. Iniciou-se a dessecação e rolagem nas áreas de cultivo de aveia para cobertura do solo. Os cereais comumentes cultivados mais ao Sul do Estado, como a cevada, canola, centeio, triticale e até mesmo a aveia, apresentaram bom desenvolvimento.

Café – A colheita do café evoluiu de 47% em junho para 76% em julho, favorecida pelo tempo seco nas regiões produtoras (Norte e Noroeste). No entanto, devido à colheita manual, houve atraso em muitas lavouras. As produtividades foram abaixo do esperado, bem como a renda e a qualidade. O clima seco também provocou maior infestação de bicho mineiro e queda precoce de folhas.

Fruticultura – Em julho foi finalizada a colheita de poncãs e nas lavouras que ocorreram chuvas abundantes houve redução dos frutos comercializados devido queda, podridões e fungos, além do ataque de mosca das frutas. A laranja também apresentou produtividades limitada pela seca e doenças. As áreas com banana também foram impactadas pelos baixos índices pluviométricos. A uva foi colhida com produtividade dentro do esperado.

Mandioca – Na primeira semana do mês, tanto a colheita quanto o plantio da mandioca foram interrompidos pela estiagem. Porém, após as chuvas, a colheita foi retomada de forma intensa e mais da metade da safra foi colhida até julho. As raízes apresentaram maior teor de amido, o que é favorável para as indústrias e produtores. As precipitações também contribuíram para a retomada do plantio.

Cana-De-Açúcar – Apesar de uma breve interrupção no período chuvoso, a colheita ocorreu de forma satisfatória e mais de metade da área foi colhida, apresentando boa produtividade.

Olericultura – Nas hortas que não foram protegidas, as geadas fracas ocorridas no início do mês causaram pequenos danos, com leve queima superficial nas folhas da alface, repolho, couve-flor e brócolis. Alguns produtores realizaram a proteção dos canteiros com coberturas de mantas de TNT. Foi realizada a colheita da alface, repolho, couve-flor, brócolis, couve-manteiga, acelga, espinafre e rabanetes e batata segunda safra.

O transplante de mudas de tomate em estufas foi realizado. Houve transplantes e a semeadura direta de cebola, especialmente de ciclo mais tardio. As cebolas em desenvolvimento passaram por tratos culturais. Nas áreas com precipitação abundante mais ao Sul do Estado, os canteiros irrigados demandaram menos água neste mês em comparação ao anterior, exigindo ajustes no manejo.

Pastagens – A falta de umidade no solo nas regiões Norte e Noroeste, onde as chuvas não foram expressivas nos últimos três meses, provocou déficit de massa verde das pastagens e a alimentação animal teve que ser suplementada com ração, silagem, capim napier e cana. Isso provocou perda de peso no gado de corte e aumento dos custos. O gado leiteiro também foi afetado, já que sua alimentação, normalmente realizada com lavouras para silagens e forragens, também foram afetadas pela seca.

Incêndio – O clima seco propiciou o aumento na incidência de focos de incêndios na zona rural do Norte e Noroeste do Estado.

Safra De Verão – Os agricultores aproveitaram o tempo seco para intensificar as atividades de preparo para a próxima safra. Destaca-se a construção e reforma de terraços e aplicação de calcário.

Fonte: AEN Foto: Jaelson Lucas /Arquivo AEN

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Triticale e trigo: IDR-Paraná vai apresentar novas cultivares de inverno em Londrina

A apresentação de duas novas cultivares — IPR Goitacá, de triticale, e BRS Coleiro, de trigo — é a principal atração do Dia de Campo sobre Cultivos de Inverno programado para sexta-feira (9), a partir das 8h, na sede do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), em Londrina. O encontro é dirigido a técnicos, produtores e estudantes de ciências agrárias, que podem se inscrever diretamente no local.

A programação também prevê a troca de informações sobre oportunidades e desafios na safra de inverno, com ênfase na qualidade do produto e sua valorização pelo mercado e, ainda, discussões técnicas sobre o controle de plantas daninhas e o uso de redutores de crescimento nessas culturas.

Triticale – O triticale é um cereal que resulta do cruzamento entre o trigo e o centeio. O triticale IPR Goitacá tem alto potencial produtivo, tendo alcançado perto de 6,5 toneladas por hectare nos ensaios experimentais. É uma cultivar de ciclo médio e chega à colheita em cerca de 120 dias. As plantas de IPR Goitacá têm porte médio e ótima tolerância ao acamamento.

Apresenta ainda boa sanidade, resistência ao oídio e à bacteriose e tem resistência moderada à ferrugem da folha e às manchas foliares. É moderadamente suscetível à ferrugem linear.

Em relação à espiga, IPR Goitacá é moderadamente suscetível à giberela e à brusone. Como é suscetível ao vírus do nanismo amarelo da cevada (VNAC), recomenda-se o tratamento de sementes e monitoramento da população de pulgões para decidir sobre a necessidade de aplicar inseticidas na lavoura.

O triticale é utilizado na indústria de alimentos integrais (confere crocância a pães e biscoitos e substitui aditivos químicos para essa finalidade) e como alternativa ao milho em silagem e rações para alimentação animal. Também é boa opção para cobertura do solo, diversificação de culturas e produção de palhada no sistema de plantio direto.

Trigo – A cultivar de trigo BRS Coleiro, desenvolvida pela Embrapa, tem porte médio e alcançou nos ensaios experimentais produtividade de quase 7 toneladas por hectare.

O ciclo médio para espigamento (64 dias) e precoce para maturação fisiológica (111 dias) são características que atraem os produtores, por proporcionar melhor disponibilidade de janela de semeadura e planejamento para a safra de soja.

Com relação à sanidade, apresenta boa tolerância ao acamamento e ao crestamento, sendo resistente ao oídio e moderadamente resistente à giberela e às manchas foliares.

BRS Coleiro tem grãos do tipo extraduro e qualidade tecnológica da classe melhorador, com alta força de glúten e farinha de boa estabilidade. Isso indica que os grãos podem ser usados na produção de massas, na fabricação de pão industrial, pão francês e, ainda, em misturas com farinhas mais fracas.

Indicação – Tanto o triticale IPR Goitacá como o trigo BRS Coleiro são indicados para cultivo nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Sementes das novas cultivares estarão à disposição das empresas multiplicadoras já para a safra 2025.

O dia de campo de cereais de inverno é uma realização do IDR-Paraná, Embrapa e Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária, entidade formada por produtores de sementes que atua no fomento à experimentação agrícola.

Serviço:

Dia de Campo sobre Cultivos de Inverno

Data: 9 de agosto, sexta-feira

Horário: 8 h

Local: sede do IDR-Paraná em Londrina (rodovia Celso Garcia Cid, km 375 – saída para Curitiba)

Inscrições: no local

Fonte: AEN Foto: IDR Paraná

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Mapa cancelou 177 registros de agrotóxicos em 2023

O registro de produto é a porta para o acesso ao mercado. O registro de um produto técnico e seu produto formulado podem demandar 10 anos ou mais, com um custo que pode ultrapassar US$ 100 mil, mais as taxas anuais de manutenção.  

Em 2023, o Ministério da Agricultura aprovou 555 registros de agrotóxicos, somando 2.737 aprovações nos últimos 5 anos. Isso tem refletido diretamente no mercado com o aumento da competição, com maior número de players, redução dos preços e maior prazo para pagamento (para os importadores).  Se por um lado as empresas reclamam por mais produtos, no mesmo ano o MAPA cancelou 177 registros, ou seja, quase um terço do número de registros aprovados. Foram cancelados 48 registros de produtos técnicos e 129 de formulados. Dentre esses, 89 foram por solicitação das próprias empresas detentoras dos registros.

Dos registros cancelados, destaque para os produtos à base de carbendazim (22), piraclostrobina (15), fipronil (9) e mancozebe (8). Com o banimento do carbendazim pela Anvisa, a maioria das empresas titulares desses registros requereu os seus cancelamentos. Outrossim, ainda consta no Agrofit do MAPA 21 registros à base desse ingrediente ativo. Produtos à base do fipronil apresentaram o segundo maior número de cancelamentos, os quais, muito provavelmente, foram motivados pela proibição pelo Ibama da aplicação foliar, o principal mercado.

Quase ¼ dos cancelamentos, 43, foi de registros aprovados entre 2019 e 2023 (24,29%). Ou seja, esses produtos não ficaram nem 5 anos no mercado. Desses, 16,38% foram aprovados após o início de 2021, sendo que 2021 e 2022 foram os anos com maior número de registros aprovados que resultaram em cancelamentos no ano de 2023. Importante ressaltar que a maioria dos registros cancelados foram de produtos equivalentes, de acordo com o “Relatório: Registros Cancelados (2023)” elaborado pela AllierBrasil.

Você pode conferir a lista completa clicando aqui.

Em relação aos pleitos de registros cancelados, ou seja, processos de registros ainda não concluídos, de acordo com o MAPA foram cancelados 85 processos, dentre os quais 17 indeferimentos, de 33 produtos técnicos e 52 formulados. Em relação aos “cancelamentos”, é frequente que as empresas registrantes solicitem o cancelamento do pleito antes do processo ser indeferido, para que não seja publicado como tal.

O número de cancelamentos de registros tende a ser muito maior. Isso porque, de acordo com o Art. 35 da Lei dos Agrotóxicos “Emitido o registro para o agrotóxico, …, o titular do registro terá até 2 (dois) anos para iniciar a produção e a comercialização do produto, sob pena de cancelamento do registro concedido”. A aprovação de um registro pode demorar 10 anos ou mais, e, ironicamente, o registro será sumariamente cancelado se não for comercializado em 2 anos. 

Foram cancelados 48 registros de produtos técnicos e 129 de formulados

Fonte e Foto: Agrolink – Leonardo Gottems

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Café: Ainda de olho no frio, arábica tem leves altas nesta 5ª

O mercado futuro do café arábica abriu as negociações desta quinta-feira (8) com leves altas para os preços em Nova York e também em Londres para o tipo robusta. O mercado continua monitorando a massa de ar frio, que pode derrubar as temperaturas e eleva o risco de geada em áreas de café do Brasil. A condição climática deu suporte aos preços nos últimos dias.

Por volta das 08h48 (horário de Brasília), setembro/24 tinha alta de 70 pontos, negociado por 247,50 cents/lbp, dezembro/24 tinha alta de 80 pontos, valendo 242,80 cents/lbp, março/25 tinha alta de 55 pontos, cotado por 239,25 cents/lbp e maio/25 tinha alta de 50 pontos, valendo 236,50 cents/lbp.

Na Bolsa de Londres, o tipo robusta tinha alta de US$ 44 por tonelada, valendo US$ 4327, janeiro/25 tinha valorização de US$ 41 por tonelada, negociado por US$ 4172, março/25 tinha alta de US$ 28 por tonelada, cotado por US$ 4024 e maio/25 tinha valorização de US$ 20 por tonelada, valendo US$ 3908.

Uma recuperação nos estoques de café da ICE de níveis historicamente baixos é negativa para os preços. Os estoques de café robusta monitorados pela ICE em 25 de julho subiram para uma alta de 1 ano de 6.521 lotes, acima da baixa recorde de 1.958 lotes registrada em fevereiro de 2024. Além disso, os estoques de café arábica monitorados pela ICE subiram para uma alta de 1 ano e meio em 25 de junho de 842.434 sacas, acima da baixa de 24 anos de 224.066 sacas registrada em novembro de 2023.

Fonte e Foto: Notícias Agrícolas/Virgínia Alves

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O Legado deixado por Rubens Buschmann ao setor de sementes

O setor sementeiro paranaense bem como o brasileiro iniciou o mês de agosto com a triste notícia da partida de um dos entusiastas do agronegócio no Brasil. No último domingo, 04/08, Rubens Carlos Buschmann, faleceu em Curitiba aos 95 anos.

Rubens deixou um extenso legado, principalmente ao setor de sementes do Estado do Paraná. Ativamente participou da fundação da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas – APASEM. Sendo que foi o primeiro presidente (em gestão provisória) e posteriormente assumiu os cargos em duas outras gestões – estando sempre na ativa na primeira década de vida da Associação.

Neste período consolidou a associação, que hoje 52 anos depois é referência no Brasil por ter voz e defender as necessidades do produtor de sementes pelo Paraná e pelo Brasil.

Um dos pioneiros no incentivo a utilização de semente certificada e no desenvolvimento do setor deixa um legado imensurável. Em um dos trechos do Livro 50 Anos Apasem, Sempre a Melhor Semente relata: “Na época a semente era um negócio empírico, rudimentar, a gente tinha que convencer o agricultor, explicar as vantagens.”  Os desafios do setor continuam, mas as suas contribuições permanecem e demonstram que estamos no caminho certo!

A Apasem lamenta sua partida e agradece imensamente a dedicação de Rubens ao setor.  Aos familiares e amigos expressa a Associação, seus sinceros sentimentos.

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Alta produtividade da soja inclui qualidade da semente

A compra de sementes de soja é crucial para o potencial produtivo e deve considerar a capacidade de germinação, vigor, sanidade e pureza. Sementes de alta qualidade germinam melhor e têm menos risco de doenças. É essencial alinhar essas qualidades com o preparo do solo e práticas agrícolas, segundo Rafael Toscano, Gerente Sr de Sementes na ORÍGEO.

“A semente de soja é um embrião revestido por um fino tegumento, o que a torna extremamente sensível. Existem diversos fatores que influenciam a perda de qualidade. Até o manuseio incorreto pode acarretar rupturas superficiais e destruição dos tecidos vegetais, comprometendo a qualidade física, fisiológica e sanitária, por isso a importância do cuidado no manuseio e armazenamento adequado na fazenda”, ressalta Toscano.

Ao comprar sementes, o agricultor deve verificar a qualidade, incluindo a sanitária, com o auxílio de laboratórios especializados. A ORÍGEO, em parceria com a Seedcorp I HO, oferece sementes de alta produtividade através das cultivares Ellas Genética. Estas variedades, como Luiza IPRO e Manu IPRO, têm alta tecnologia e desempenho comprovado, adaptadas ao Cerrado e com excelente performance na última safra, destacando-se pela produtividade e sanidade.

“São variedades com excelente performance comprovada em diversos ensaios, conferindo produtividade e sanidade, e totalmente adaptadas ao Cerrado, além de alto teto produtivo. Elas mostraram excelentes resultados de campo na última safra, o que é de extrema importância para os agricultores”, finaliza o gerente Rafael Toscano.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Pixabay

Colombo, 22 de maio de 2024 - Sistema de captura da energia solar com placas fotovoltaicas em propriedade rural em Colombo.

Transformação no campo com a energia renovável

O Paraná é um dos grandes produtores agrícolas do Brasil e o principal produtor de proteína animal do País, e agora caminha a passos largos para tornar essa produção cada vez mais sustentável. Um dos pilares diz respeito à energia renovável, incentivando a geração própria no meio rural a partir de fontes sustentáveis, em especial solar e biomassa.

Com esse objetivo em mente, o Governo do Estado criou em 2021 o programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), que apoia a instalação de unidades de geração distribuída em propriedades rurais paranaenses e, junto ao Banco do Agricultor Paranaense, permite que o produtor invista nesses sistemas com juros reduzidos. O programa é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

A série de reportagens “Paraná, Energia Verde que Renova o Campo”, produzida pela Agência Estadual de Notícias (AEN) e que será publicada a partir da semana que vem, às terças-feiras, mostra como esse trabalho está se refletindo na ponta, com histórias de produtores e cooperativas agroindustriais que viram um avanço na produção e no lucro de suas propriedades ao aderir à geração própria de energia renovável.    

“As atividades produtivas rurais passaram a ser cada vez mais eletrointensivas, com os processos como a avicultura, suinocultura, piscicultura, pecuária leiteira e as agroindústrias se tornando cada vez mais dependentes do uso de energia”, explica Herlon Almeida, coordenador de Energias Renováveis no IDR-Paraná.

“Além de tornar essa produção mais sustentável, que é um selo importante para um estado como o Paraná, que fornece alimentos para o Brasil e o mundo, a geração de energia nas propriedades rurais também reduz o custo de produção, tornando os produtos paranaenses mais competitivos”, complementa.

Com o RenovaPR, o Paraná deu um salto na geração distribuída no campo. Das 34.483 usinas fotovoltaicas ou de biogás instaladas no Estado desde 2009, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 28.348 unidades foram implantadas entre agosto de 2021 e julho de 2024, no período de vigência do programa.

Com isso, o Paraná, se tornou e segundo maior estado em potência instalada na área rural, com 753 MW, e o terceiro com o maior número de unidades geradoras próprias no meio rural, atrás apenas de Minas Gerais (43.691), que tem uma área quase três vezes maior que a do Paraná, e do Rio Grande do Sul (44.752), que também é mais extenso que o Estado.

Banco do agricultor

Um dos incentivos do programa é o subsídio à taxa de juros no financiamento feito pelo agricultor para a instalação dos equipamentos, através do Banco do Agricultor Paranaense, programa do Governo do Estado, operacionalizado pela Fomento Paraná. Desde 2021, 8.122 produtores rurais contaram com apoio do programa para levar energia renovável às suas propriedades, com repasse de R$ 231 milhões do Governo do Estado para subvenção dos juros. Juntos, esses projetos representam R$ 1,4 bilhão em investimentos.

“Nosso objetivo com o RenovaPR é estimular a geração distribuída no campo, e estão aí os números que mostram que o negócio andou”, destaca Almeida. “O instrumento que utilizamos é a equalização da taxa de juros. O Estado assume parte ou integralidade dos juros, apoiando tanto os agricultores familiares, que têm os juros totalmente subsidiados pelo Estado, como os médios e grandes produtores, que passam a pagar apenas parte da taxa. Para um produtor médio, que pagaria 8,5% de taxa de juros, o Estado banca 5% e ele vai pagar 3,5%”.

Na avaliação do coordenador, a alta adesão à energia renovável no campo demonstra o sucesso do programa, com os produtores não apenas buscando o incentivo do Estado, como fazendo os projetos por conta própria. “É um investimento que vale a pena ser feito, porque em pouco tempo o sistema se paga com as economias que gera na propriedade. E a redução na conta de energia derruba os custos da produção, o que torna os produtos paranaenses mais competitivos lá fora”, salienta.

Biogás

Com grande adesão à energia solar, o Governo do Estado quer agora incentivar a produção de biogás e biometano na área rural. E o potencial é imenso. O Paraná é o maior produtor de aves e o segundo de suínos do Brasil. O Estado abateu 2,1 bilhões de frangos em 2023. Em suínos, foram 12,1 milhões de unidades produzidas no ano passado. São os dejetos desses animais, junto aos resíduos vegetais da agroindústria, que servem de matéria-prima para a obtenção desses insumos.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná já lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. A região produziu, em 2023, 873 milhões de metros cúbicos normal (Nm³) de biogás, sendo que o Paraná contribuiu com 53% desse volume, com 461 milhões de Nm³.

A transformação de dejetos em energia resolve uma série de questões, principalmente ambientais. “O sistema de esterqueira e outros mecanismos são frágeis no cuidado com o dejeto animal. Quando não tratado corretamente, ele emite metano na atmosfera, que é muito mais poluente que o gás carbônico e contribui, e muito, com o agravamento das mudanças climáticas”, explica Almeida. “Outro problema é que muitas vezes o material que não passou por todo o ciclo de decomposição contamina rios e lençóis freáticos, além de desequilibrar os nutrientes do solo”.

As plantas de biogás ainda trazem benefícios econômicos para o produtor. O biogás é uma fonte de energia elétrica e também pode substituir o gás de cozinha, por exemplo. Além disso, ele pode ser refinado para se transformar em biometano, um combustível semelhante ao gás natural veicular (GNV) que pode ser usado em automóveis e veículos de trabalho, como caminhões e tratores. E o digestato, material sólido resultante desse processo, é utilizado como biofertilizante, uma alternativa mais sustentável para melhorar o solo.

Junto ao subsídio do RenovaPR, que inclusive é maior para projetos de biogás, o Governo do Estado trabalha em outras frentes para ampliar a produção do insumo. O Estado reduziu a alíquota de ICMS dos produtos que envolvem a cadeia de biogás, além de permitir que cooperativas e empresas utilizem o crédito de ICMS de exportação para a implantação de plantas para a produção do insumo.

Rede de distribuição

Além das iniciativas tributárias, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) também fez o mapeamento das regiões com potencial para produção de biometano, por meio de chamadas de ofertas públicas específicas. Recentemente, a Compagas apresentou um plano de investimento de R$ 505 milhões para os próximos cinco anos, que incluem a inserção do biometano na rede de gás canalizado e o desenvolvimento de corredores sustentáveis com abastecimento do biocombustível, em conjunto com o gás natural.

A expectativa é chegar a 15% da participação do biometano no volume de distribuição da empresa até 2026. “O gás natural continua sendo uma fonte importante, mas a inclusão do biometano traz uma pegada mais sustentável para atender as demandas ambientais”, afirma o presidente da Compagas, Rafael Lamastra. “O Paraná lidera o potencial produtivo de biogás no Sul do País. Precisamos aproveitar esse potencial na geração de biometano como mais uma alternativa para a descarbonização da matriz energética”.

Hidrogênio renovável

E o avanço na cadeia de biogás e biometano é o cerne de um projeto maior do Paraná, que pretende se tornar a principal referência em hidrogênio renovável (H2) no Brasil. Chamado de combustível do futuro, o insumo faz parte de um esforço na transição energética de vários países, podendo substituir os combustíveis fósseis na indústria e no transporte.

“O Paraná foi precursor da transição energética, com 98% da nossa matriz vinda de fontes renováveis. Agora estamos com todas as cartas do baralho para também liderar o processo de produção de hidrogênio renovável, que em cinco ou 10 anos se tornará uma commodity importante no mercado mundial”, explica o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva.

A pasta coordena a preparação da cadeia do setor no Estado. No ano passado, a Secretaria do Planejamento lançou o Plano de Hidrogênio do Paraná, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mapeia o cenário do H2 no Estado para desenvolver medidas voltadas ao licenciamento, financiamento e desoneração dessa cadeia.

“Mapeamos todas as rotas de produção e demanda, fizemos uma chamada para conectar os grandes players e já temos investidores planejando instalar plantas de hidrogênio no Estado, que tem todas as condições de liderar esse processo”, destaca o secretário. “Estamos chamando esse processo de transição energética 2.0. Queremos limpar o meio ambiente para transformar dejetos em energia, reduzindo a pegada de carbono de forma duplicada”.

Para ser considerado renovável, a extração do hidrogênio precisa ser feita utilizando fontes de energia renováveis. Ele pode ser captado a partir da água, fazendo um processo de eletrólise, que consome uma grande quantidade de energia. Estados do Nordeste, que também apostam no insumo com foco na exportação ao mercado europeu, utilizam a geração solar ou eólica nesse processo.

Já no Paraná, a ideia é fazer a captação diretamente do biogás e do biometano, que são ricos nessas moléculas. “É um insumo muito mais barato, porque incentivamos os produtores a gerar energia com os dejetos animais. Ele pode utilizar o biometano como combustível ou ainda refinar para separar a molécula para gerar hidrogênio”, explica Silva. “Por isso estamos fomentando essa cadeia para produzir em escala, para quando a tecnologia do hidrogênio estiver madura, já termos um mercado competitivo no Estado”.

Fonte: AEN Foto: Roberto Dziura