No Dia Internacional da Mulher Rural, 15 de outubro, a Forbes faz uma homenagem àquelas que se dedicam a longos anos de estudos, em busca de seus doutorados, cujas consequências levam ao avanço da produção de alimentos, fibras e bioenergia. A data foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1995.
O número de mulheres com doutorado tem crescido no Brasil. Os dados mais recentes da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), mostram que em seis anos, entre 2013 e 2019, houve um crescimento anual de 61% no número de doutoras no país. No total, as mulheres passaram de 8.315 para 13.419, superando os homens, que foram de 7.336 para 11.013, no mesmo período.
No agro, as mulheres doutoras não estão apenas na academia – universidades e faculdades – ou nas instituições representativas, como é o caso da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), um dos maiores redutos de talentos femininos na pesquisa. Cada vez mais, as empresas do agronegócio buscam por mulheres com esse título para integrarem seus quadros em funções de alta gestão ou que sinalizam para lá.
Essas mulheres doutoras representam uma nova geração no campo, altamente especializada, como mostra a lista das 100 mulheres doutoras preparada pela Forbes. O doutorado, também conhecido como Ph.D. (Doctor of Philosophy), é o mais alto grau acadêmico que uma pessoa pode obter em uma determinada área do conhecimento. O pós-doutorado é considerado um aperfeiçoamento. Confira as 10 primeiras e lista completa aqui.
1 – Adriana Lúcia da Silva, do IBGC e Agtech Garage
A engenheira agrícola Adriana Lúcia da Silva é doutora em agronomia desde 2006. Em janeiro deste ano, ela tornou-se coordenadora do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) para o interior paulista, a partir de Piracicaba. Neste município em 2016, Adriana também foi cofundadora do Agtech Garage, hub de inovação, sendo membro do conselho até os dias atuais.
2 – Andréia Mara Rotta de Oliveira, pesquisadora
Formada em ciências biológicas, Andréia Mara Rotta de Oliveira é doutora em fitotecnia, técnica de estudo das plantas, desde 2001, com pós-doutorado em microbiologia agrícola. Nos dias atuais, ela é coordenadora da área de pesquisa em olivicultura do departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, órgão do governo do Rio Grande do Sul, estado que é o maior produtor de azeite do país.
3 -Adrielle Ferrinho, da Minerva Foods
A zootecnista Adrielle Ferrinho é doutora em ciências, qualidade e produtividade animal desde 2020. Seus estudos foram sobre a expressão de genes, envolvendo aspectos de animais da raça nelore e também os cruzamentos com a galiza rubia gallega, de origem na Galícia. Atualmente, ela é a especialista em pesquisa e desenvolvimento na Minerva Foods, em Barretos (SP).
4- Alexandra Pavan Novello, do Centro de Tecnologia Canavieira
A bióloga Alexandra Pavan Novello é doutora em microbiologia agrícola desde 2015, com estudos sobre fermentação, prospecção e formulação de biológicos. Atualmente, ela faz parte da equipe do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), em Piracicaba (SP), onde responde pela linha de pesquisa de microrganismos destinados à formulação de bioinsumos.
5 – Aline Rezende Rodrigues, do Laticínios Buritis
A médica veterinária Aline Rezende Rodrigues é doutora em doenças parasitárias com foco na reprodução animal desde 2005. Ela também é sócia do Laticínios Buritis, localizado no Vale dos Buritis, noroeste de Minas Gerais. Desde a fundação, Ana é a diretora de qualidade da empresa, tornando-se uma reconhecida especialista na indústria do queijo.
6 – Aline Sampaio Aranha, do Sítio Paraíso
A zootecnista Aline Sampaio Aranha tornou-se doutora em 2019, com foco em produção animal, composição corporal, nutrição de ruminantes em confinamento e pastagem. Já passou por vários grupos de estudo e também na gerência de rebanhos. Desde 2020, é ela que comanda o gado leiteiro do Sítio Paraíso, em Iperó (SP).
7 – Ana Carolina Rodrigues, da Elanco
A médica veterinária Ana Carolina Rodrigues é doutora em zootecnia desde 2008, com sua tese defendida na Clínica do Leite, na Esalq/USP. Em 2011, ela se tornou pós-doutora na Universidade de Wisconsin, em Madison, nos EUA. Atualmente, é pesquisadora da equipe sênior na Elanco, com foco na área de gado leiteiro e de corte, e também suínos e aves.
8 – Ana Elisa Alvim Dias Montagner, da Embrapa Amapá
A atual chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Amapá, Ana Elisa Alvim Dias Montagner, é doutora em zootecnia desde 2004. Em 2008, ela tornou-se pesquisadora da instituição que hoje está à frente. Uma de suas principais teses e estudos são em sistemas agrossilvipastoris e manejo bubalino em áreas inundáveis, onde está o principal manejo da espécie no estado.
9 – Ana Karina Dias Salman, da Embrapa Rondônia
Ana Salman é doutora em zootecnia desde 2003. Sua tese foi sobre expressão gênica em bovinos super precoces. Salman está na Embrapa desde 2005 e hoje é a responsável pelo Núcleo de Produção Animal da unidade de Rondônia, em Porto Velho, atua em diversos projetos de ILPF (integração lavoura-pecuária- floresta) na Amazônia, além de professora na pós-graduação da UNIR (Universidade Federal de Rondônia).
10 – Ana Paula Contador Packer, da Embrapa Meio Ambiente
A engenheira agrônoma Ana Packer tornou-se doutora em 2000, em química analítica, além de possuir mais cinco pós-doutorados, dos quais um no Canadá. Na Embrapa desde 2010, em junho deste ano ela assumiu a chefia geral da unidade Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP). E neste mês, Ana Paula tornou-se membro da Academia Brasileira de Ciências Agronômicas.