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Triticale e trigo: IDR-Paraná vai apresentar novas cultivares de inverno em Londrina

A apresentação de duas novas cultivares — IPR Goitacá, de triticale, e BRS Coleiro, de trigo — é a principal atração do Dia de Campo sobre Cultivos de Inverno programado para sexta-feira (9), a partir das 8h, na sede do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), em Londrina. O encontro é dirigido a técnicos, produtores e estudantes de ciências agrárias, que podem se inscrever diretamente no local.

A programação também prevê a troca de informações sobre oportunidades e desafios na safra de inverno, com ênfase na qualidade do produto e sua valorização pelo mercado e, ainda, discussões técnicas sobre o controle de plantas daninhas e o uso de redutores de crescimento nessas culturas.

Triticale – O triticale é um cereal que resulta do cruzamento entre o trigo e o centeio. O triticale IPR Goitacá tem alto potencial produtivo, tendo alcançado perto de 6,5 toneladas por hectare nos ensaios experimentais. É uma cultivar de ciclo médio e chega à colheita em cerca de 120 dias. As plantas de IPR Goitacá têm porte médio e ótima tolerância ao acamamento.

Apresenta ainda boa sanidade, resistência ao oídio e à bacteriose e tem resistência moderada à ferrugem da folha e às manchas foliares. É moderadamente suscetível à ferrugem linear.

Em relação à espiga, IPR Goitacá é moderadamente suscetível à giberela e à brusone. Como é suscetível ao vírus do nanismo amarelo da cevada (VNAC), recomenda-se o tratamento de sementes e monitoramento da população de pulgões para decidir sobre a necessidade de aplicar inseticidas na lavoura.

O triticale é utilizado na indústria de alimentos integrais (confere crocância a pães e biscoitos e substitui aditivos químicos para essa finalidade) e como alternativa ao milho em silagem e rações para alimentação animal. Também é boa opção para cobertura do solo, diversificação de culturas e produção de palhada no sistema de plantio direto.

Trigo – A cultivar de trigo BRS Coleiro, desenvolvida pela Embrapa, tem porte médio e alcançou nos ensaios experimentais produtividade de quase 7 toneladas por hectare.

O ciclo médio para espigamento (64 dias) e precoce para maturação fisiológica (111 dias) são características que atraem os produtores, por proporcionar melhor disponibilidade de janela de semeadura e planejamento para a safra de soja.

Com relação à sanidade, apresenta boa tolerância ao acamamento e ao crestamento, sendo resistente ao oídio e moderadamente resistente à giberela e às manchas foliares.

BRS Coleiro tem grãos do tipo extraduro e qualidade tecnológica da classe melhorador, com alta força de glúten e farinha de boa estabilidade. Isso indica que os grãos podem ser usados na produção de massas, na fabricação de pão industrial, pão francês e, ainda, em misturas com farinhas mais fracas.

Indicação – Tanto o triticale IPR Goitacá como o trigo BRS Coleiro são indicados para cultivo nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Sementes das novas cultivares estarão à disposição das empresas multiplicadoras já para a safra 2025.

O dia de campo de cereais de inverno é uma realização do IDR-Paraná, Embrapa e Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária, entidade formada por produtores de sementes que atua no fomento à experimentação agrícola.

Serviço:

Dia de Campo sobre Cultivos de Inverno

Data: 9 de agosto, sexta-feira

Horário: 8 h

Local: sede do IDR-Paraná em Londrina (rodovia Celso Garcia Cid, km 375 – saída para Curitiba)

Inscrições: no local

Fonte: AEN Foto: IDR Paraná

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Mapa cancelou 177 registros de agrotóxicos em 2023

O registro de produto é a porta para o acesso ao mercado. O registro de um produto técnico e seu produto formulado podem demandar 10 anos ou mais, com um custo que pode ultrapassar US$ 100 mil, mais as taxas anuais de manutenção.  

Em 2023, o Ministério da Agricultura aprovou 555 registros de agrotóxicos, somando 2.737 aprovações nos últimos 5 anos. Isso tem refletido diretamente no mercado com o aumento da competição, com maior número de players, redução dos preços e maior prazo para pagamento (para os importadores).  Se por um lado as empresas reclamam por mais produtos, no mesmo ano o MAPA cancelou 177 registros, ou seja, quase um terço do número de registros aprovados. Foram cancelados 48 registros de produtos técnicos e 129 de formulados. Dentre esses, 89 foram por solicitação das próprias empresas detentoras dos registros.

Dos registros cancelados, destaque para os produtos à base de carbendazim (22), piraclostrobina (15), fipronil (9) e mancozebe (8). Com o banimento do carbendazim pela Anvisa, a maioria das empresas titulares desses registros requereu os seus cancelamentos. Outrossim, ainda consta no Agrofit do MAPA 21 registros à base desse ingrediente ativo. Produtos à base do fipronil apresentaram o segundo maior número de cancelamentos, os quais, muito provavelmente, foram motivados pela proibição pelo Ibama da aplicação foliar, o principal mercado.

Quase ¼ dos cancelamentos, 43, foi de registros aprovados entre 2019 e 2023 (24,29%). Ou seja, esses produtos não ficaram nem 5 anos no mercado. Desses, 16,38% foram aprovados após o início de 2021, sendo que 2021 e 2022 foram os anos com maior número de registros aprovados que resultaram em cancelamentos no ano de 2023. Importante ressaltar que a maioria dos registros cancelados foram de produtos equivalentes, de acordo com o “Relatório: Registros Cancelados (2023)” elaborado pela AllierBrasil.

Você pode conferir a lista completa clicando aqui.

Em relação aos pleitos de registros cancelados, ou seja, processos de registros ainda não concluídos, de acordo com o MAPA foram cancelados 85 processos, dentre os quais 17 indeferimentos, de 33 produtos técnicos e 52 formulados. Em relação aos “cancelamentos”, é frequente que as empresas registrantes solicitem o cancelamento do pleito antes do processo ser indeferido, para que não seja publicado como tal.

O número de cancelamentos de registros tende a ser muito maior. Isso porque, de acordo com o Art. 35 da Lei dos Agrotóxicos “Emitido o registro para o agrotóxico, …, o titular do registro terá até 2 (dois) anos para iniciar a produção e a comercialização do produto, sob pena de cancelamento do registro concedido”. A aprovação de um registro pode demorar 10 anos ou mais, e, ironicamente, o registro será sumariamente cancelado se não for comercializado em 2 anos. 

Foram cancelados 48 registros de produtos técnicos e 129 de formulados

Fonte e Foto: Agrolink – Leonardo Gottems

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Café: Ainda de olho no frio, arábica tem leves altas nesta 5ª

O mercado futuro do café arábica abriu as negociações desta quinta-feira (8) com leves altas para os preços em Nova York e também em Londres para o tipo robusta. O mercado continua monitorando a massa de ar frio, que pode derrubar as temperaturas e eleva o risco de geada em áreas de café do Brasil. A condição climática deu suporte aos preços nos últimos dias.

Por volta das 08h48 (horário de Brasília), setembro/24 tinha alta de 70 pontos, negociado por 247,50 cents/lbp, dezembro/24 tinha alta de 80 pontos, valendo 242,80 cents/lbp, março/25 tinha alta de 55 pontos, cotado por 239,25 cents/lbp e maio/25 tinha alta de 50 pontos, valendo 236,50 cents/lbp.

Na Bolsa de Londres, o tipo robusta tinha alta de US$ 44 por tonelada, valendo US$ 4327, janeiro/25 tinha valorização de US$ 41 por tonelada, negociado por US$ 4172, março/25 tinha alta de US$ 28 por tonelada, cotado por US$ 4024 e maio/25 tinha valorização de US$ 20 por tonelada, valendo US$ 3908.

Uma recuperação nos estoques de café da ICE de níveis historicamente baixos é negativa para os preços. Os estoques de café robusta monitorados pela ICE em 25 de julho subiram para uma alta de 1 ano de 6.521 lotes, acima da baixa recorde de 1.958 lotes registrada em fevereiro de 2024. Além disso, os estoques de café arábica monitorados pela ICE subiram para uma alta de 1 ano e meio em 25 de junho de 842.434 sacas, acima da baixa de 24 anos de 224.066 sacas registrada em novembro de 2023.

Fonte e Foto: Notícias Agrícolas/Virgínia Alves

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O Legado deixado por Rubens Buschmann ao setor de sementes

O setor sementeiro paranaense bem como o brasileiro iniciou o mês de agosto com a triste notícia da partida de um dos entusiastas do agronegócio no Brasil. No último domingo, 04/08, Rubens Carlos Buschmann, faleceu em Curitiba aos 95 anos.

Rubens deixou um extenso legado, principalmente ao setor de sementes do Estado do Paraná. Ativamente participou da fundação da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas – APASEM. Sendo que foi o primeiro presidente (em gestão provisória) e posteriormente assumiu os cargos em duas outras gestões – estando sempre na ativa na primeira década de vida da Associação.

Neste período consolidou a associação, que hoje 52 anos depois é referência no Brasil por ter voz e defender as necessidades do produtor de sementes pelo Paraná e pelo Brasil.

Um dos pioneiros no incentivo a utilização de semente certificada e no desenvolvimento do setor deixa um legado imensurável. Em um dos trechos do Livro 50 Anos Apasem, Sempre a Melhor Semente relata: “Na época a semente era um negócio empírico, rudimentar, a gente tinha que convencer o agricultor, explicar as vantagens.”  Os desafios do setor continuam, mas as suas contribuições permanecem e demonstram que estamos no caminho certo!

A Apasem lamenta sua partida e agradece imensamente a dedicação de Rubens ao setor.  Aos familiares e amigos expressa a Associação, seus sinceros sentimentos.

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Alta produtividade da soja inclui qualidade da semente

A compra de sementes de soja é crucial para o potencial produtivo e deve considerar a capacidade de germinação, vigor, sanidade e pureza. Sementes de alta qualidade germinam melhor e têm menos risco de doenças. É essencial alinhar essas qualidades com o preparo do solo e práticas agrícolas, segundo Rafael Toscano, Gerente Sr de Sementes na ORÍGEO.

“A semente de soja é um embrião revestido por um fino tegumento, o que a torna extremamente sensível. Existem diversos fatores que influenciam a perda de qualidade. Até o manuseio incorreto pode acarretar rupturas superficiais e destruição dos tecidos vegetais, comprometendo a qualidade física, fisiológica e sanitária, por isso a importância do cuidado no manuseio e armazenamento adequado na fazenda”, ressalta Toscano.

Ao comprar sementes, o agricultor deve verificar a qualidade, incluindo a sanitária, com o auxílio de laboratórios especializados. A ORÍGEO, em parceria com a Seedcorp I HO, oferece sementes de alta produtividade através das cultivares Ellas Genética. Estas variedades, como Luiza IPRO e Manu IPRO, têm alta tecnologia e desempenho comprovado, adaptadas ao Cerrado e com excelente performance na última safra, destacando-se pela produtividade e sanidade.

“São variedades com excelente performance comprovada em diversos ensaios, conferindo produtividade e sanidade, e totalmente adaptadas ao Cerrado, além de alto teto produtivo. Elas mostraram excelentes resultados de campo na última safra, o que é de extrema importância para os agricultores”, finaliza o gerente Rafael Toscano.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Pixabay

Colombo, 22 de maio de 2024 - Sistema de captura da energia solar com placas fotovoltaicas em propriedade rural em Colombo.

Transformação no campo com a energia renovável

O Paraná é um dos grandes produtores agrícolas do Brasil e o principal produtor de proteína animal do País, e agora caminha a passos largos para tornar essa produção cada vez mais sustentável. Um dos pilares diz respeito à energia renovável, incentivando a geração própria no meio rural a partir de fontes sustentáveis, em especial solar e biomassa.

Com esse objetivo em mente, o Governo do Estado criou em 2021 o programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), que apoia a instalação de unidades de geração distribuída em propriedades rurais paranaenses e, junto ao Banco do Agricultor Paranaense, permite que o produtor invista nesses sistemas com juros reduzidos. O programa é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

A série de reportagens “Paraná, Energia Verde que Renova o Campo”, produzida pela Agência Estadual de Notícias (AEN) e que será publicada a partir da semana que vem, às terças-feiras, mostra como esse trabalho está se refletindo na ponta, com histórias de produtores e cooperativas agroindustriais que viram um avanço na produção e no lucro de suas propriedades ao aderir à geração própria de energia renovável.    

“As atividades produtivas rurais passaram a ser cada vez mais eletrointensivas, com os processos como a avicultura, suinocultura, piscicultura, pecuária leiteira e as agroindústrias se tornando cada vez mais dependentes do uso de energia”, explica Herlon Almeida, coordenador de Energias Renováveis no IDR-Paraná.

“Além de tornar essa produção mais sustentável, que é um selo importante para um estado como o Paraná, que fornece alimentos para o Brasil e o mundo, a geração de energia nas propriedades rurais também reduz o custo de produção, tornando os produtos paranaenses mais competitivos”, complementa.

Com o RenovaPR, o Paraná deu um salto na geração distribuída no campo. Das 34.483 usinas fotovoltaicas ou de biogás instaladas no Estado desde 2009, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 28.348 unidades foram implantadas entre agosto de 2021 e julho de 2024, no período de vigência do programa.

Com isso, o Paraná, se tornou e segundo maior estado em potência instalada na área rural, com 753 MW, e o terceiro com o maior número de unidades geradoras próprias no meio rural, atrás apenas de Minas Gerais (43.691), que tem uma área quase três vezes maior que a do Paraná, e do Rio Grande do Sul (44.752), que também é mais extenso que o Estado.

Banco do agricultor

Um dos incentivos do programa é o subsídio à taxa de juros no financiamento feito pelo agricultor para a instalação dos equipamentos, através do Banco do Agricultor Paranaense, programa do Governo do Estado, operacionalizado pela Fomento Paraná. Desde 2021, 8.122 produtores rurais contaram com apoio do programa para levar energia renovável às suas propriedades, com repasse de R$ 231 milhões do Governo do Estado para subvenção dos juros. Juntos, esses projetos representam R$ 1,4 bilhão em investimentos.

“Nosso objetivo com o RenovaPR é estimular a geração distribuída no campo, e estão aí os números que mostram que o negócio andou”, destaca Almeida. “O instrumento que utilizamos é a equalização da taxa de juros. O Estado assume parte ou integralidade dos juros, apoiando tanto os agricultores familiares, que têm os juros totalmente subsidiados pelo Estado, como os médios e grandes produtores, que passam a pagar apenas parte da taxa. Para um produtor médio, que pagaria 8,5% de taxa de juros, o Estado banca 5% e ele vai pagar 3,5%”.

Na avaliação do coordenador, a alta adesão à energia renovável no campo demonstra o sucesso do programa, com os produtores não apenas buscando o incentivo do Estado, como fazendo os projetos por conta própria. “É um investimento que vale a pena ser feito, porque em pouco tempo o sistema se paga com as economias que gera na propriedade. E a redução na conta de energia derruba os custos da produção, o que torna os produtos paranaenses mais competitivos lá fora”, salienta.

Biogás

Com grande adesão à energia solar, o Governo do Estado quer agora incentivar a produção de biogás e biometano na área rural. E o potencial é imenso. O Paraná é o maior produtor de aves e o segundo de suínos do Brasil. O Estado abateu 2,1 bilhões de frangos em 2023. Em suínos, foram 12,1 milhões de unidades produzidas no ano passado. São os dejetos desses animais, junto aos resíduos vegetais da agroindústria, que servem de matéria-prima para a obtenção desses insumos.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná já lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. A região produziu, em 2023, 873 milhões de metros cúbicos normal (Nm³) de biogás, sendo que o Paraná contribuiu com 53% desse volume, com 461 milhões de Nm³.

A transformação de dejetos em energia resolve uma série de questões, principalmente ambientais. “O sistema de esterqueira e outros mecanismos são frágeis no cuidado com o dejeto animal. Quando não tratado corretamente, ele emite metano na atmosfera, que é muito mais poluente que o gás carbônico e contribui, e muito, com o agravamento das mudanças climáticas”, explica Almeida. “Outro problema é que muitas vezes o material que não passou por todo o ciclo de decomposição contamina rios e lençóis freáticos, além de desequilibrar os nutrientes do solo”.

As plantas de biogás ainda trazem benefícios econômicos para o produtor. O biogás é uma fonte de energia elétrica e também pode substituir o gás de cozinha, por exemplo. Além disso, ele pode ser refinado para se transformar em biometano, um combustível semelhante ao gás natural veicular (GNV) que pode ser usado em automóveis e veículos de trabalho, como caminhões e tratores. E o digestato, material sólido resultante desse processo, é utilizado como biofertilizante, uma alternativa mais sustentável para melhorar o solo.

Junto ao subsídio do RenovaPR, que inclusive é maior para projetos de biogás, o Governo do Estado trabalha em outras frentes para ampliar a produção do insumo. O Estado reduziu a alíquota de ICMS dos produtos que envolvem a cadeia de biogás, além de permitir que cooperativas e empresas utilizem o crédito de ICMS de exportação para a implantação de plantas para a produção do insumo.

Rede de distribuição

Além das iniciativas tributárias, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) também fez o mapeamento das regiões com potencial para produção de biometano, por meio de chamadas de ofertas públicas específicas. Recentemente, a Compagas apresentou um plano de investimento de R$ 505 milhões para os próximos cinco anos, que incluem a inserção do biometano na rede de gás canalizado e o desenvolvimento de corredores sustentáveis com abastecimento do biocombustível, em conjunto com o gás natural.

A expectativa é chegar a 15% da participação do biometano no volume de distribuição da empresa até 2026. “O gás natural continua sendo uma fonte importante, mas a inclusão do biometano traz uma pegada mais sustentável para atender as demandas ambientais”, afirma o presidente da Compagas, Rafael Lamastra. “O Paraná lidera o potencial produtivo de biogás no Sul do País. Precisamos aproveitar esse potencial na geração de biometano como mais uma alternativa para a descarbonização da matriz energética”.

Hidrogênio renovável

E o avanço na cadeia de biogás e biometano é o cerne de um projeto maior do Paraná, que pretende se tornar a principal referência em hidrogênio renovável (H2) no Brasil. Chamado de combustível do futuro, o insumo faz parte de um esforço na transição energética de vários países, podendo substituir os combustíveis fósseis na indústria e no transporte.

“O Paraná foi precursor da transição energética, com 98% da nossa matriz vinda de fontes renováveis. Agora estamos com todas as cartas do baralho para também liderar o processo de produção de hidrogênio renovável, que em cinco ou 10 anos se tornará uma commodity importante no mercado mundial”, explica o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva.

A pasta coordena a preparação da cadeia do setor no Estado. No ano passado, a Secretaria do Planejamento lançou o Plano de Hidrogênio do Paraná, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mapeia o cenário do H2 no Estado para desenvolver medidas voltadas ao licenciamento, financiamento e desoneração dessa cadeia.

“Mapeamos todas as rotas de produção e demanda, fizemos uma chamada para conectar os grandes players e já temos investidores planejando instalar plantas de hidrogênio no Estado, que tem todas as condições de liderar esse processo”, destaca o secretário. “Estamos chamando esse processo de transição energética 2.0. Queremos limpar o meio ambiente para transformar dejetos em energia, reduzindo a pegada de carbono de forma duplicada”.

Para ser considerado renovável, a extração do hidrogênio precisa ser feita utilizando fontes de energia renováveis. Ele pode ser captado a partir da água, fazendo um processo de eletrólise, que consome uma grande quantidade de energia. Estados do Nordeste, que também apostam no insumo com foco na exportação ao mercado europeu, utilizam a geração solar ou eólica nesse processo.

Já no Paraná, a ideia é fazer a captação diretamente do biogás e do biometano, que são ricos nessas moléculas. “É um insumo muito mais barato, porque incentivamos os produtores a gerar energia com os dejetos animais. Ele pode utilizar o biometano como combustível ou ainda refinar para separar a molécula para gerar hidrogênio”, explica Silva. “Por isso estamos fomentando essa cadeia para produzir em escala, para quando a tecnologia do hidrogênio estiver madura, já termos um mercado competitivo no Estado”.

Fonte: AEN Foto: Roberto Dziura

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A Evolução do Café no Paraná: De Líder Nacional a Produtor Especializado

O Paraná, um dia o maior produtor de café do Brasil, testemunhou mudanças drásticas em sua posição no mercado. Conforme dados do Boletim Conjuntural do Café, do Departamento de Economia Rural (DERAL), o estado alcançou o auge da produção cafeeira nacional em 1960, superando São Paulo. No ápice, em 1962, o Paraná foi responsável por 64% da produção de café no país. Contudo, uma geada devastadora em julho de 1975 interrompeu essa trajetória, destruindo os cafezais e reduzindo a produção estadual a zero em 1976.

Mesmo após essa catástrofe, o Paraná ainda manteve uma participação significativa na produção nacional, chegando a 20% no final dos anos 1980. Porém, com o passar das décadas, essa participação foi gradualmente diminuindo: menos de 10% nos anos 1990, menos de 5% nos anos 2000 e menos de 3% na década de 2010. Atualmente, a produção é estimada em 675 mil sacas (40,5 mil toneladas), cultivadas em uma área de 25,3 mil hectares, representando apenas 1% da produção nacional. Esse número é significativamente menor que os 21 milhões de sacas produzidas nos anos 1960. O valor bruto de produção (VBP) do café no Paraná gerou R$ 562,9 milhões em 2023, apenas 0,3% da renda estadual. A principal região produtora é o Norte Pioneiro, com destaque para o município de Carlópolis, responsável por 22% da produção estadual, conforme o VBP de 2023.

A safra atual foi favorecida por florações uniformes, o que facilitou a colheita. Contudo, o clima seco desde maio resultou em grãos menores, afetando a produtividade e a conversão de café em coco para café beneficiado. Por outro lado, os preços mais altos nesta safra têm compensado parcialmente a queda na produtividade, o que pode manter a área plantada na próxima safra.

No primeiro semestre de 2024, as exportações de café verde do Paraná totalizaram 12,5 mil toneladas, superando as 5,8 mil toneladas exportadas em todo o ano de 2023. Porém, o forte das exportações é o café solúvel, com 34,3 mil toneladas exportadas em 2023, mantendo um ritmo consistente em 2024. A industrialização do café no estado também inclui importações de café verde, que complementam a produção local. No total, os produtos do café geraram uma receita de US$ 333,4 milhões para o estado no ano passado.

Frente às incertezas do mercado de commodities, especialmente para pequenas propriedades, os produtores paranaenses estão explorando alternativas como a produção de cafés de maior qualidade. Segundo a Câmara Setorial do Café do Paraná, os cafés especiais representam entre 10% e 30% do volume produzido, dependendo das condições da safra. A Câmara, que promove o Concurso Café Qualidade Paraná, atualmente em sua 22ª edição, incentiva a constante melhoria do café paranaense. Além disso, o estado oferece assistência técnica através do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), com iniciativas como o projeto “Mulheres do Café”, que visa agregar valor à produção através da venda direta ao consumidor. Outras estratégias, como a verticalização da produção e o turismo rural, também são adotadas para aumentar a rentabilidade. Com essas iniciativas, os cafés do Paraná buscam se destacar, uma vez que a produção em larga escala dificilmente será retomada no estado.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio

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Quanto se perde em produtividade de milho por pH do solo?

Os solos no Brasil são naturalmente ácidos devido aos processos de formação e à prática prolongada de cultivo de grãos. Mesmo após a correção do solo, a reacidificação pode ocorrer devido a fatores como lixiviação, exportação de nutrientes, uso de adubos nitrogenados e fixação de nitrogênio. Esse processo de acidificação faz com que cátions essenciais como cálcio (Ca), magnésio (Mg), sódio (Na) e potássio (K) nos colóides do solo sejam substituídos por cátions ácidos, como alumínio (Al³⁺), ferro (Fe³⁺), manganês (Mn²⁺) e íons de hidrogênio (H⁺).

Alguns desses elementos podem ser tóxicos para as plantas, com a toxidez por alumínio sendo a mais comum em solos com pH abaixo de 5,5. A principal consequência da toxidez por alumínio é o dano às raízes, o que pode limitar fisicamente a absorção de nutrientes.

Os impactos da acidez do solo na produtividade do milho são mais significativos quando o pH é inferior a 5,5. Portanto, a correção da acidez para essa cultura é recomendada quando o pH em água na camada de 0 a 20 cm está abaixo desse nível. No entanto, na prática agrícola moderna, que favorece o mínimo revolvimento do solo, a aplicação de calcário é geralmente feita a lanço.

Esse método cria uma correção gradual ao longo do tempo e das safras. Caso o pH das camadas superficiais esteja na faixa de 5,5, pode ser que as camadas mais profundas (20 a 40 cm) ainda apresentem alumínio tóxico, o que pode restringir o crescimento das raízes. Por isso, é essencial realizar análises de solo frequentes e adotar estratégias de aplicação de calcário para assegurar que o pH se mantenha em níveis adequados e sem a presença de alumínio prejudicial.

Uma análise da relação entre o pH do solo e a produtividade foi realizada com dados de 285 lavouras de milho, situadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e acompanhadas pela Equipe Field Crops da Emater/RS–Ascar e EPAGRI durante as safras de 2017/18 a 2021/22. Foi observado que a produtividade atinge um platô em áreas com pH variando entre 5,5 e 6,5. Entretanto, a cada redução de 0,1 unidade no pH abaixo de 5,5, a produtividade de grãos de milho reduz em 560 kg por hectare ou 9,3 sacas por hectare (Figura 1).

A calagem, ou correção, é o manejo mais eficiente para reduzir a concentração de elementos tóxicos no solo, como o alumínio (Al) e o manganês (Mn), que prejudicam o desenvolvimento das raízes e das plantas, resultando em menor produtividade. A aplicação de calcário (CaCO₃ ou MgCO₃) eleva o pH do solo para uma faixa ideal, entre 5,5 e 7, diminuindo a acidez e neutralizando o alumínio tóxico.

Além de melhorar a acidez do solo, o calcário fornece cálcio, magnésio e micronutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Portanto, a calagem não apenas melhora as condições de crescimento ao reduzir a toxicidade e a acidez, mas também contribui para a fertilidade do solo, promovendo aumentos significativos na produtividade das culturas. Essa prática é, portanto, fundamental para a sustentabilidade e eficiência da produção agrícola, garantindo um ambiente mais saudável e produtivo para as plantas.

Fonte: Equipe Mais Soja Foto: Divulgação

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Nota de Pesar

A Direção da Apasem recebe com pesar a notícia do falecimento de Rubens Carlos Buschmann, ex-presidente da Associação e que muito contribuiu para o desenvolvimento do setor sementeiro paranaense com sua firme atuação. A informação foi divulgada na tarde de domingo, pela Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) e também da Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná) onde também foi presidente. Em nota conjunta,  as entidades lamentam a partida de Rubens, aos 95 anos de idade.

“Rubens foi um grande líder e deu enorme contribuição ao movimento associativista empresarial”, diz o texto.

Buchmann se notabilizou inicialmente como proprietário da Sementes Padrão, que tinha em sociedade com Ruy Pigatto e Romeu Morais da Silva. Em 1978, ainda morando em Cascavel, fundou em Chapadão do Sul (MS) a Fazenda Padrão, que comandava até os dias atuais.

“O setor de sementes paranaense perde um de seus grandes nomes. Rubens deixa um grande legado, que com certeza,  influencia positivamente a atual e as novas gerações que atuam no setor”,  afirmam membros da diretoria da Apasem.

Velório –  De acordo com o site O Correio News, Rubens Carlos Buschmann será velado nesta segunda (5), a partir das 8h, na Sala Diamond da Capela Vaticano, na Capital paranaense.

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5º Show Rural Coopavel de Inverno ganha mais quatro pavilhões de 400 metros quadrados

Uma nova estrutura física vai ser incorporada às atrações da quinta edição do Show Rural Coopavel de Inverno, agendada para 27 a 29 de agosto, em Cascavel, no Oeste do Paraná. Com 42 empresas expositoras, o evento se consolida como o maior palco brasileiro para a apresentação de novidades para o trigo e para as culturas indicadas para os meses de baixas temperaturas.

O novo ambiente é composto por quatro pavilhões de 400 metros quadrados cada. Eles recebem novo layout com destaque para a ampla fachada nas cores branco e vermelho. O pavilhão 1 vai abrigar indústrias do portfólio da Coopavel, como Sementes Coopavel, Rações Coopavel, Nutriagro, Coopclean, Biocoop, além da Credicoopavel, a Cooperativa de Crédito Rural da cooperativa.

Além de ambientes físicos para a apresentação e demonstração de soluções e produtos desenvolvidos para potencializar resultados principalmente do trigo, as indústrias da Coopavel terão parcelas para apresentar resultados na prática. Técnicos especializados vão recepcionar visitantes, repassar detalhes das tecnologias apresentadas e esclarecer dúvidas, observa o coordenador geral do Show Rural Coopavel, Rogério Rizzardi.

Faturamento das Cooperativas Agropecuárias caiu em 2023

As empresas que estarão no 5º Show Rural de Inverno, serão: Adama, Basf, Bayer, Bionat, Biotrigo, Biotrop, Corteva, FMC, Ihara, OR Sementes, Sumitomo, Raix, Syngenta, IDR-PR, Embrapa, DMS Tortuga, Cargil/Nutron, Agroceres, Alltech, Laboratório Prado, Parque Tecnológico Itaipu, Sebrae, Agromobility, Alltech, Cargill e Sumitomo (essas três também no Espaço Impulso), ADS Drones, Coopersystem, Eemovel, Fienile, Radek Systems, Tecexpert, Grupo PPG Educação, Claro, Magnólia, Vitrine Agroecológica, Nutriagro, Biocoop, CoopClean, Sementes Coopavel, Fertilizantes Coopavel e Rações Coopavel.

A abertura dos portões aos visitantes, diariamente, ocorrerá às 8h30. O acesso ao parque e ao estacionamento serão gratuitos. O evento vai receber caravanas de produtores rurais de vários municípios do Paraná, principalmente da área de cobertura da Coopavel no Oeste e Sudoeste do Estado.

Fonte: Agrimídia Foto: Assesseria Coopavel