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Nova estimativa da Conab para safra de grãos 2024/25 é de 322,53 milhões de toneladas

A segunda estimativa para a safra de grãos em 2024/25 indica um volume de produção de 322,53 milhões de toneladas, aumento de 8,2% se comparado com o resultado obtido no último ciclo, o que representa cerca de 24,6 milhões de toneladas a mais a serem colhidas. O crescimento reflete uma estimativa de elevação na área plantada e uma expectativa de recuperação na produtividade média das lavouras no país. No geral, os agricultores deverão semear ao longo deste ciclo 81,4 milhões de hectares, ante os 79,9 milhões de hectares cultivados em 2023/24, como mostra o 2º Levantamento de Grãos da Safra 2024/25, divulgado nesta quinta-feira (14) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a produtividade deve atingir 3.962 quilos por hectares, aumento de 6,3% quando comparada à temporada passada.

De acordo com a estimativa da Conab, o maior crescimento é esperado para a área semeada de arroz, que deve passar de 1,6 milhão de hectares em 2023/24 para 1,77 milhão de hectares no atual ciclo. A semeadura já teve início nas principais regiões produtoras e chega a 65% da área, conforme publicado no Progresso de Safra desta semana. Com uma produtividade estimada em 6.814 quilos por hectare, a produção deve ficar acima de 12 milhões de toneladas.

Para o feijão também é esperada uma recuperação de 3,6% na área cultivada da primeira safra da cultura, estimada em 892,3 mil hectares. Com isso, a produção no primeiro ciclo da leguminosa está prevista em 991,6 mil toneladas. Somando as três safras do grão, a expectativa é de uma safra em torno de 3,3 milhões de toneladas, 1,8% acima do volume obtido em 2023/24.

Para a soja, as projeções levam para um aumento na área plantada em torno de 2,6%, chegando a 47,36 milhões de hectares destinados à cultura, e recuperação nas produtividades médias das lavouras de 9,6%. Esse cenário aponta para uma produção estimada em 166,14 milhões de toneladas. As condições climáticas, nesse período inicial, vêm favorecendo as atividades de preparo do solo e a semeadura, que já atinge 66,1%, acima do percentual semeado na última safra no mesmo período.

No caso do milho, a área deve permanecer estável em torno de 21 milhões de hectares. Com estimativa de recuperação nas produtividades, a safra total deve chegar a 119,8 milhões de toneladas. No primeiro ciclo de plantio do cereal, as operações de preparo de solo e semeadura vêm se intensificado, favorecidas pelas boas condições climáticas nas principais regiões produtoras, com o plantio já concluído em 48,7% da área. Nesta primeira safra, é esperado que os produtores destinem 3,77 milhões de hectares para a cultura e a produção fique em torno de 22,8 milhões de toneladas.

As culturas de inverno começam a entrar nos estágios finais, com a colheita do principal cereal, que é o trigo, respondendo a 79,4% da área semeada. A previsão atual aponta para uma produção de 8,11 milhões de toneladas para o grão, volume estável quando comparado com o ciclo anterior. A redução em relação às primeiras estimativas é ocasionada, principalmente, pelo comportamento climático desfavorável, sobretudo no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Mercado

Os preços internos da soja registraram alta em outubro de 2024, impulsionados pela valorização do dólar e pela demanda aquecida. Com o dólar elevado e prêmios de porto positivos, as exportações de soja em grão mantiveram-se em níveis elevados, totalizando 94,2 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2024. Esse cenário levou a Conab a revisar a estimativa de exportação para a safra 2023/24, que passou de 92,43 milhões para 98 milhões de toneladas, um aumento de 5,56 milhões de toneladas.

Já no mercado de feijão, o carioca atravessa período de entressafra, com abastecimento dependente da safra do sudoeste de São Paulo. A colheita está acelerada, mas o excesso de chuvas em novembro afetou a qualidade. Com a chegada da nova safra, espera-se um mercado estável, já que a intensificação da colheita em dezembro coincide com um período de menor consumo. Para o feijão preto, a oferta deve aumentar nas próximas semanas com a colheita paranaense, mas a demanda permanece fraca devido à baixa qualidade e à grande diferença de preço em relação ao feijão carioca.

Para o trigo, as chuvas persistentes no Sul do país têm dificultado a colheita e, para minimizar as perdas, a colheita foi intensificada nos intervalos em que as precipitações cessaram.

As informações completas sobre o 2° Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 e as condições de mercado destes produtos podem ser conferidos no Portal da Conab.
https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos

Fonte: Conab Foto: Divulgação

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Área semeada e bom clima mantêm expectativa de safra recorde para o feijão no Paraná

Os produtores do Paraná não reduziram suas apostas no cultivo de feijão, apesar das quedas recentes que trouxeram o valor da saca de feijão-preto para os níveis atuais, em torno de R$ 240,00. As informações são do Boletim de Conjuntura Agropecuária relativo à semana 8 a 13 de novembro. O documento é elaborado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Desde setembro, quando a cotação era aproximadamente R$ 320,00 pela saca de 60 kg, têm sido registradas sucessivas baixas nos preços. Contrariando essa tendência, a expectativa para o levantamento de safra no Paraná, que será divulgado em 28 de novembro, é de uma revisão da área semeada em mais alguns milhares de hectares, o que pode fazer desta a maior área dedicada à cultura nos últimos cinco anos, superando os 143,6 mil hectares estimados para esta safra em outubro.

Nesta semana, o plantio de feijão chegou a 97% da área estimada. De acordo com o agrônomo Carlos Hugo Godinho, é possível afirmar que quase metade da semeadura ocorreu enquanto os produtores observavam a queda das cotações com certa resignação. Por outro lado, as atuais condições climáticas alimentam uma expectativa positiva em relação à produtividade, mantendo o ânimo no campo e a esperança de que as lavouras possam ser rentáveis neste ciclo.
Os custos totais da cultura foram estimados pelo Deral em agosto em cerca de R$ 184,00 por saca. Assim, caso os preços e as condições climáticas favoráveis se mantenham, os produtores podem passar a ver o feijão como uma alternativa viável ao cultivo de soja nos próximos anos.

Trigo

Restam apenas 2% da área de trigo a ser colhida no Estado, o que corresponde a aproximadamente 25 mil hectares dos 1,15 milhão de hectares plantados em 2024. A produção deve alcançar 2,3 milhões de toneladas ao término das operações, representando uma queda de 36% em relação às 3,8 milhões de toneladas colhidas em 2023.

Suínos e bovinos

O boletim também analisa dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de exportação do Agrostat/MAPA.

O período de julho a setembro de 2024 representou o melhor trimestre da história para a produção e exportação de carne suína no Brasil, desde o início da série histórica em 1997. No terceiro trimestre de 2024, a produção de carne suína atingiu aproximadamente 1,4 milhão de toneladas, registrando um aumento de 2% (27 mil toneladas) quando comparado ao mesmo período de 2023.

Já o abate de bovinos no Brasil atingiu números 14,8% maiores do que o registrado no mesmo período de 2023, contrastando com a forte alta no preço da arroba iniciada em meados de setembro.

Fonte: AEN Foto: Divulgação

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1º WORKLAS APASEM

A Apasem irá promover nos dias 3, 4 e 5 de dezembro de 2024 o 1º WORKLAS APASEM. Entre os palestrantes, a Fundadora e CEO da Image Pesquisas, engenheira agrônoma e doutora em Agronomia, Haynna Abud, também especialista em Análise de Imagens de Sementes.

Há mais de 14 anos, ela atua na realização de pesquisas, ensaios técnicos, treinamentos e consultorias na área de tecnologia e produção de sementes.
Em parceria com a Abla Import desenvolveu o Agro-X, equipamento de raios X em sementes.

Inscrições aqui.

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Negociações da soja brasileira estão em alta

Segundo o boletim informativo do Cepea, as negociações com soja no Brasil permanecem aquecidas, em função da forte demanda das indústrias esmagadoras locais. A intensa movimentação elevou os prêmios de exportação da oleaginosa, e assim facilitou a crescente competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.

Os Pesquisadores do Cepea ainda destacam que, embora os preços internos estejam em alta, a valorização foi limitada por alguns fatores. Como o progresso na semeadura da safra 2024/25 na América do Sul, a proximidade do término da colheita no Hemisfério Norte e a recente desvalorização do dólar em relação ao real, que torna os produtos brasileiros relativamente mais caros para o mercado externo.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou quue, a semeadura da soja no Brasil já atingiu 53,3% da área total prevista, até o dia 3 de novembro, um avanço significativo em comparação aos 48,4% registrados no mesmo período do ano passado. Esse ritmo acelerado de plantio reflete as condições climáticas favoráveis e a busca dos produtores por aproveitar janelas ideais de cultivo, o que pode ter impactos diretos na produtividade e no preço futuro da soja brasileira.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: Divulgação

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Mercado do Café Registra Alta com Impactos da Eleição Americana e Flutuação do Dólar

Os preços do café apresentaram um avanço significativo na última semana, com alta nas bolsas internacionais de arábica, em Nova York, e de robusta, em Londres, refletindo no mercado físico brasileiro. De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, o impacto da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos causou uma agitação no mercado financeiro global, influenciando tanto o valor do dólar quanto as commodities. O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a outras moedas fortes, como o euro, chegou a operar acima dos 105 pontos, antes de se estabilizar em torno de 104,5 pontos.

Enquanto o dólar se enfraquecia em relação ao real, devido à expectativa de um pacote de corte de gastos do governo Lula, esse movimento acabou impulsionando os preços do café, que no dia 7 de novembro voltaram a se aproximar dos 260 centavos por libra-peso em Nova York. “A queda do dólar frente ao real foi o gatilho para a alta nos preços, especialmente na quinta-feira (07), quando o café começou a flertar com os 260 centavos”, afirmou Barabach. No entanto, o especialista alerta que os mercados financeiros ainda estão se ajustando aos efeitos das eleições nos EUA e à recente decisão do Federal Reserve (Fed) de reduzir a taxa de juros norte-americana em 0,25 ponto percentual.

A volatilidade no mercado de café também foi acentuada pelo vencimento das opções de contratos de dezembro/24, previsto para sexta-feira, 8 de novembro. Esse fator, aliado à rolagem de contratos próximos à data de entrega física, programada para 20 de novembro, contribuiu para as flutuações nos preços.
Apesar das altas observadas, Barabach indica que a consistência desses ganhos é incerta. “Os aumentos são sustentados pela turbulência financeira, mas com um fôlego limitado, ocorrendo também em um momento de transição entre contratos na bolsa, o que é um movimento temporário”, analisa o consultor.

A atenção agora se volta para a safra brasileira de 2025. O clima no cinturão cafeeiro tem se mostrado mais favorável, com chuvas mais frequentes, o que traz um otimismo moderado quanto à próxima colheita. No entanto, persistem as incertezas sobre o impacto das perdas no potencial produtivo devido ao longo período de seca em 2024, que afetou estados como Minas Gerais e São Paulo.

No fechamento da semana, entre os dias 31 de outubro e 7 de novembro, o contrato de março de 2025 em Nova York teve uma alta de 5,8%, passando de 245,50 para 259,75 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, o contrato de janeiro de 2025 do robusta subiu 2,7%. O mercado físico brasileiro também reagiu positivamente às altas nas bolsas internacionais, embora a queda do dólar tenha limitado os ganhos. Entre os últimos sete dias, o preço do café arábica no sul de Minas Gerais subiu de R$ 1.530,00 para R$ 1.600,00 a saca (alta de 4,6%), enquanto o café conilon tipo 7 no Espírito Santo passou de R$ 1.425,00 para R$ 1.490,00 a saca (alta de 4,6%).

Barabach observa que, apesar da melhora nas condições climáticas, ainda existem dúvidas sobre o impacto das perdas na safra de 2025. “A impressão é de que a base comparativa será a safra colhida este ano. Enquanto o mercado de arábica segue cauteloso, no caso do conilon/robusta há uma expectativa de que a safra do próximo ano seja superior à deste ano”, conclui. O especialista alerta ainda que a volatilidade do mercado tem dificultado as negociações, afastando compradores e vendedores e criando um ambiente de incerteza para os negócios.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação

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Milho deve se manter em alta nas próximas semanas

Conforme dados divulgados pelo boletim informativo do Cepea, os preços domésticos do milho estão em uma tendência de alta no início do mês de novembro. O cenário é impulsionado pela forte demanda interna, já que muitos consumidores buscam recompor seus estoques, o que contribui para a valorização do cereal no mercado brasileiro. A expectativa é de que essa situação permaneça nas próximas semanas, considerando a necessidade de reposição de estoques por parte de compradores.

Os vendedores por sua vez, estão adotando uuma postura de maior cautela nas negociações, priorizando o trabalho no campo e o avanço da semeadura da safra de verão. Ainda conforme o Cepea, essa estratégia permite que os produtores aguardem condições mais favoráveis de comercialização e evitem vendas precipitadas, especialmente em um cenário de alta demanda. O plantio da safra de verão está ocorrendo em boas condições climáticas, o que reduz as preocupações com possíveis atrasos para a segunda safra de milho em 2025, que precisa ser plantada dentro de uma janela ideal para garantir melhores resultados produtivos.

Conforme informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 3 de novembro, cerca de 42,1% da área destinada ao milho na safra de verão já havia sido semeada no Brasil, representando um avanço de 5,3 pontos percentuais em relação à semana anterior e 1,9 pontos percentuais acima do índice registrado no mesmo período de 2023.

Fonte: Agrolink Aline Merladete Foto: Divulgação

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Doze produtos obtiveram bônus do PGPAF em novembro

De acordo com a lista dos produtos que contam com o bônus de desconto no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), divulgada no último dia 8, no Diário Oficial da União, doze obtiveram bônus em novembro. Destes, apenas a cebola não constava na lista de bonificação do mês anterior. O percentual de desconto dos produtos incluídos no Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF) é calculado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Entre os produtos que permanecerão com bônus em novembro estão: açaí (AC), banana (CE, PE, SE), cana-de-açúcar (ES, RJ, SP), castanha de caju (PI, RN), erva-mate (SC), feijão caupi (TO, MT), manga (BA), mel de abelha (PI, RN, SE, MG, SP, PR, RS, SC, MS), raiz de mandioca (ES), tomate (BA, PI, SE, RJ) e trigo (RS, SC, DF, MS).

Já os produtos que passarão a receber bônus neste mês são: banana (GO), castanha de caju (CE, MA, PE), cebola (BA), feijão caupi (AP), mel de abelha (PB), raiz de mandioca (AL) e trigo (PR). Na lista dos produtos que deixarão de receber bônus estão: borracha natural (ES) cana-de-açúcar (BA), cará/inhame (AM, ES), feijão caupi (MA), mel de abelha (AL), milho (MA), raiz de mandioca (SP) e tomate (CE, ES, MG, MT).

A portaria com os valores do bônus mensal é divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Nesta edição, o benefício entra em vigência a partir do dia 10 de novembro, com validade até 9 de dezembro. Confira a lista na Portaria SAF-MDA n.º 210/2024 que indica os preços de garantia dos produtos e os percentuais de bônus nos estados contemplados.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

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1º WorkLas ocorre em Londrina de 3 a 5 de dezembro e está com inscrições abertas

A Apasem promove de 3 a 5 de dezembro o 1º WORKLAS Apasem, evento inédito e voltado aos profissionais que atuam direta e indiretamente junto aos Laboratórios de Análises de Sementes no Brasil. O encontro ocorre na cidade de Londrina e contará com a participação de grandes nomes do setor sementeiro brasileiro.

Durante os três dias de debates serão discutidos temas como: ‘Confiabilidade da Amostragem na Análise de Sementes’, com destaque para Amostragem de Lotes, Revalidação, Reembalagem e Documentos e Embalagens. Segue ainda com o tema ‘Reflexos do Campo nos Laboratórios de Sementes’; ‘Análise de Sementes Forrageiras’; ‘Mistura de Sementes MIX’, ‘Credenciamento de Laboratório de Sementes’; ‘ISO 17.025 – Não Conformidades, Riscos e Oportunidades de Melhoria’; e ‘Novas Ferramentas para Análise de Sementes’.

Serviço:

Inscrições podem ser feitas aqui.

Associados Apasem têm 25% de desconto nas inscrições. Basta solicitar o ‘voucher de desconto’ por meio do e-mail comunicacao@apasem.com.br

O evento realizado no Aurora Shopping na cidade de Londrina de 3 a 5 de dezembro.

Alerta Ferrugem é retomado no Paraná

Pesquisadores do Paraná usam Inteligência Artificial para combate da ferrugem da soja

O Centro de Inteligência Artificial no Agro (CIA-Agro), que reúne pesquisadores de várias instituições paranaenses focadas no desenvolvimento de tecnologias para o campo, está trabalhando com a aplicação de IA na agricultura, especificamente no monitoramento e combate à ferrugem da soja, dentro do Alerta Ferrugem. A ferrugem da soja (ou asiática, seu continente de origem) é uma doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e que ataca as folhas da planta. É a principal doença da soja e já causou significativas perdas de safra no passado.

O NAPI CIA-Agro é formado por várias instituições, como Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), IDR-Paraná, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Fundação ABC, e está dentro dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação da Fundação Araucária e Governo do Estado.
Ele atua em iniciativas de monitoramento automatizado de pragas e doenças, controle de insumos e otimização do uso de água e fertilizantes. Essas tecnologias oferecem suporte ao produtor na tomada de decisões rápidas e assertivas, reduzindo desperdícios e maximizando a produtividade.
Em relação à ferrugem, as entidades estão unidas para monitorar mais de 200 coletores espalhados pelas plantações de soja. É uma área que começa em Assis (SP), passa por Londrina e Campo Mourão, chega a Cascavel, e vai para Pato Branco e Guarapuava.

Os coletores são “armadilhas” montadas sobre as plantas que, com o vento, capturam o fungo. E se antes era preciso que o pesquisador fosse na armadilha in loco para ver o resultado e depois analisar com a ajuda de um microscópio, com a IA ele pode monitorar a presença (ou não) dos esporos sem sair do laboratório, pois a tecnologia permite identificar automaticamente os esporos coletados. O IDR-PR implantou a rede de armadilhas.

De acordo com o professor Marcelo Giovanetti Canteri, do Departamento de Agronomia da UEL, a ferrugem é uma praga em seu sentido pleno. “Mesmo com todas as medidas de combate, como o vazio sanitário anual, a pesquisa em torno do controle biológico e o desenvolvimento de espécies de soja mais resistentes, ela volta todo ano e exige a aplicação de fungicidas”, diz. Em média, anualmente, é preciso usar os produtos em uma área de 40 milhões de hectares.

O coordenador estadual do projeto de Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, Edivan Possamai, destaca que o Paraná, por meio do IDR-PR, foi pioneiro na organização de uma rede de coletores de esporos da ferrugem-asiática, especialmente nos últimos oito anos. São, em média, 160 coletores anualmente instalados e auxiliando os agricultores na tomada de decisão. “Com este trabalho, é possível reduzir em 35% as aplicações de fungicidas, com menos custos para o produtor e menos impacto ambiental”, afirma.

O projeto objetiva reduzir os custos para os produtores a partir do monitoramento mais eficaz, porque outros fatores também interferem e sobre eles é possível agir. Três aspectos devem ser levados em conta: a planta, o clima e o próprio fungo. O CIA-Agro está automatizando a observação dos três fatores, antecipando a chegada de dados e assegurando decisões mais rápidas.

Os testes de monitoramento da safra 2023/2024 analisaram dois dos três aspectos: o clima e o patógeno (fungo). Para a próxima safra (24/25), entra o monitoramento do plantio. O professor Marcelo observa que, com o tempo, o fungo vem aumentando sua resistência aos fungicidas, daí a necessidade premente de desenvolver tecnologia de combate à praga. Novos fungicidas também são criados, mas o uso da IA pode indicar o melhor momento para usá-los, e até se compensa fazê-lo ou o quanto, dependendo das características de cada região.

Os dados climáticos são um componente importante da pesquisa. Antes levavam até duas semanas para serem determinados, e agora ficam disponíveis em dois dias. Isso faz funcionar melhor, por exemplo, o alerta virtualmente emitido pelo Consórcio Antiferrugem da Embrapa, que disponibiliza informações sobre a dispersão da ferrugem em todo o País.

Cada região tem seus índices pluviométricos e de umidade e é observada singularmente. Pato Branco e Guarapuava, por exemplo, são conhecidas pelo clima úmido e plantio tardio. E o tempo do plantio também conta: se for feito no tarde, o fungo chega com a planta menos desenvolvida, aumentando o risco de prejuízo, ou seja, aumentando a necessidade de aplicação de fungicida, o que significa mais gastos.

Apesar de ser um projeto de pesquisa, há ações de extensão, uma vez que envolve diretamente produtores rurais. A Embrapa e o IDR atuam neste aspecto. Fora isso, o projeto tem sido disseminado através de publicações, participações em eventos científicos e redes sociais. Já foram publicados trabalhos em periódicos da área de Agronomia e apresentados em eventos da Computação. O CIA-Agro já promoveu dois workshops sobre o uso de IA na agricultura e o terceiro será nos dias 04 e 05 de dezembro de 2024, em Londrina, PR.

Evento

Em 27 de novembro, a Adapar vai promover um fórum técnico para definição dos períodos de Vazio Sanitário e do calendário de semeadura da soja para o Paraná na safra 2025/26. Esta proposição e discussão com os setores produtivos visa estabelecer as datas a serem encaminhadas ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para que a análise seja realizada em harmonia com as demais Unidades de Federação.

“Essas medidas legislativas são importantes para o Manejo da Ferrugem Asiática da Soja, pois, uma vez adotadas, são o princípio para a redução da pressão de inóculos da doença. Além disso, a janela de semeadura mais restrita pode proporcionar uma menor aplicação de fungicidas para o controle da ferrugem, que possibilita uma menor pressão nos ativos utilizados para o manejo da doença à campo”, explica o chefe da divisão de Vigilância e Prevenção de Pragas em Cultivos Agrícolas e Florestais da Adapar, Marcílio Araújo.

Fonte: AEN Foto: IDR-Paraná

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Impactos da Volta de Trump no Agronegócio Brasileiro

Com a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, obtendo 277 delegados no colégio eleitoral até a manhã de sua confirmação, o agronegócio brasileiro pode enfrentar novas dinâmicas no comércio global. Em sua candidatura, Trump, que tem JD Vance como vice-presidente, promete implementar políticas de corte de impostos, controle da inflação, recuperação da indústria e um endurecimento das relações comerciais com a China e nas questões de imigração. Essas propostas têm o potencial de impactar diretamente o comércio internacional, especialmente no setor agrícola, afetando as relações comerciais com a China.

Durante seu primeiro mandato, em 2018, Trump iniciou uma guerra comercial com a China, impondo tarifas sobre produtos chineses, como eletrônicos da Huawei. Em retaliação, a China aplicou tarifas sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos, incluindo soja, milho e trigo. Este cenário acabou beneficiando o Brasil, que se tornou o principal fornecedor de produtos agrícolas para a China, com um aumento expressivo nas exportações de soja, milho, carne de frango, celulose, açúcar e café. Contudo, a possível reintrodução de tarifas pelos EUA pode afetar negativamente esse comércio. De acordo com um relatório da National Corn Growers Association (NCGA) e da American Soybean Association (ASA), a volta dessas tarifas representaria prejuízos de bilhões de dólares para os produtores americanos.

Entre 2018 e 2019, as perdas nas exportações agrícolas dos EUA para a China superaram US$ 27 bilhões, com 95% desse montante devido às tarifas chinesas. Se a China voltar a aplicar tarifas sobre os produtos agrícolas dos EUA, as perdas poderão ser ainda maiores, impactando diretamente a soja e o milho, o que exigiria que o Brasil ampliasse suas exportações para atender à demanda chinesa. Isso, por sua vez, pressionaria o setor agrícola brasileiro. Em relação ao agronegócio, Trump afirmou que o setor será tratado da mesma forma que outros, sem intervenções diretas, mas com a reformulação do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o que poderia limitar políticas agrícolas vigentes.

Na última segunda-feira, a TF Agroeconômica analisou os possíveis impactos da vitória de Trump sobre os preços da soja. A resistência técnica nos preços da soja para janeiro de 2025, que se mantém na faixa de US$ 980, pode ser alterada caso Trump reinicie a guerra comercial. Nessa hipótese, os preços em Chicago poderiam cair, enquanto no Brasil os preços da soja poderiam subir. Se não houver novas tarifas, a tendência é que os preços globais recuem.
Adicionalmente, uma possível deportação em massa de imigrantes nos EUA geraria incertezas, especialmente em estados como a Califórnia, que dependem da mão de obra estrangeira para a produção agrícola. Embora essa medida seja complexa e difícil de ser implementada rapidamente, ela pode prejudicar a produção agrícola nos Estados Unidos, afetando toda a cadeia produtiva.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio