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IDR-Paraná abre inscrições para curso de classificação e degustação de café

O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) abre nesta quarta-feira (15) as inscrições para o curso “Classificação Física e Degustação de Café Beneficiado Grão Cru”. São oferecidas 20 vagas, e os participantes que alcançarem aproveitamento poderão se habilitar no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o exercício profissional da atividade.

As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição. O curso tem 160 horas e é inteiramente presencial, com aulas teóricas e práticas no Centro de Pesquisa em Qualidade do Café do IDR-Paraná, em Londrina, em quatro módulos, programados para o período que vai de 2 de fevereiro a 6 de março de 2026.

A grade temática contempla a legislação que regula a atividade no Brasil, análise física — atributos de grãos crus, como defeitos, peneira e cor — e, também avaliação sensorial (degustação) de corpo, aroma, sabor e balanço da bebida.

Inscrições

Podem participar profissionais de ciências agrárias e áreas correlatas, com formação a partir do nível médio. O valor da inscrição é de R$ 8 mil.

Junto com os documentos pessoais e a comprovação de formação profissional, é obrigatório apresentar o certificado de conclusão do curso “Conhecimentos Gerais de Classificação Vegetal”, disponível on-line, e gratuitamente, na plataforma da Enagro (Escola Nacional de Gestão Agropecuária), ligada ao Mapa, que pode ser acessada AQUI.

Mais informações e inscrições pelo WhatsApp (43) 3376-2364, até o dia 10 de janeiro.

Realização

O curso “Classificação Física e Degustação de Café Beneficiado Grão Cru” é uma realização do IDR-Paraná, em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro).

Serviço:

Curso “Classificação Física e Degustação de Café Beneficiado Grão Cru”

Local: IDR-Paraná – Centro de Pesquisa em Qualidade do Café, situado na Rodovia Celso Garcia Cid, km 375, em Londrina – PR

Inscrições/informações: de 15/10 a 10/1/2026, pelo WhatsApp (43) 3376-2364

Aulas: 2 a 7/2, 9 a 13/2, 23 a 27/2 e 2 a 6/3 de 2026

Fonte: AEN Foto: IDR-PR

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Paraná tem terceira maior alta do País na previsão da safra de setembro, aponta IBGE

O Paraná teve a terceira maior alta na estimativa de produção da safra em setembro, com variação absoluta de 122 mil toneladas em relação ao mês de agosto. As outras grandes variações ocorreram no Mato Grosso (258 mil toneladas), Tocantins (186 mil toneladas), Rondônia (86 mil toneladas), Goiás (69 mil toneladas) e Sergipe (48 mil toneladas). As principais quedas foram observadas na Bahia (-43 325 t), Ceará (-39 757 t), Maranhão (-37 141 t) e Rio Grande do Sul (-28 785 t).

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14/10) dentro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

O Paraná é o segundo maior produtor de grãos do Brasil, com participação de 13,5%, atrás apenas de Mato Grosso, que tem 32,4%. Goiás (11,3%), Rio Grande do Sul (9,4%), Mato Grosso do Sul (7,4%) e Minas Gerais (5,5%) completam a relação dos principais produtores. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada em setembro para 2025 deve totalizar 341,9 milhões de toneladas (sendo 46 milhões de toneladas no Paraná), 16,8% maior do que a obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas), e 0,2% acima da informada em agosto.

Entre os destaques da evolução no Estado em relação de agosto estão feijão, cevada e milho. O Paraná é o segundo maior produtor brasileiro de milho 2ª safra, participando com 15,5% do total. A produção deve alcançar 17,4 milhões de toneladas, crescimentos de 0,2% em relação a agosto e de 38,3% em relação ao ano anterior.

O Paraná também é o maior produtor nacional de feijão, prevendo uma produção de 841,0 mil toneladas ou 27,3% de participação, seguido por Minas Gerais com 474,2 mil toneladas ou 15,4% de participação e Goiás com 373,6 mil toneladas ou 12,1 % de participação. O feijão representa 0,9% de toda a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, ocupando 3,3% do total de área cultivada, aproximadamente 2,7 milhões de hectares.

Em relação à cevada, o Paraná deve produzir 449,4 mil toneladas, crescimentos de 2,2% em relação a agosto e de 56,5% em relação a 2024, devendo participar com 79,3% na safra brasileira em 2025. O Rio Grande do Sul aparece na sequência com uma produção de 95,0 mil toneladas, declínio de 12,9% em relação ao volume produzido em 2024. A produção gaúcha deve representar 16,8% do total da cevada produzida.

Em nível nacional, em relação a agosto, houve aumentos nas estimativas da produção do tomate (4,3% ou 189 710 t), do café canephora (4,2% ou 49 513 t), do algodão herbáceo-em caroço  (3,7% ou 351 683 t), do feijão 2ª safra (3,2% ou 40 096 t), da cevada (1,7% ou 9 600 t), da mandioca (1,2% ou 253 320 t), do trigo (1,0% ou 76 602 t), do feijão 3ª safra (0,8% ou 6 565 t), do milho 2ª safra (0,3% ou 352 880 t), do milho 1ª safra (0,2% ou 61 573 t), do sorgo (0,1% ou 4 717 t), do arroz (0,0% ou 2 151 t), entre outros.

Dados do Deral

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, que também mede a evolução da produção a partir de dados mais completos e personalizados, o Paraná deve colher 46,3 milhões de toneladas de grãos ao final da safra 2024/2025, um recorde para o Estado. A previsão do Departamento fica bem acima da safra de grãos de 23/24 (38,48 milhões de toneladas) e supera o recorde da safra 22/23 (45,48 milhões de toneladas).

De acordo com o Deral, o Paraná colheu 21 milhões de toneladas de soja no último ciclo. A produção recorde de milho (20,4 milhões toneladas) e feijão (841 mil toneladas) também colaborou para o patamar histórico desta safra. O Estado ainda colheu 136 mil toneladas de arroz e 44,9 mil toneladas de café na safra 24/25.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu

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Paraná movimenta mais de 55,3 milhões de toneladas de cargas e tem um aumento de 6,2% em 2025

A movimentação de cargas dentro da Portos do Paraná soma mais de 55,3 milhões e cresce 6,2% em comparação aos três primeiros trimestres de 2024, quando foram registradas 52,1 milhões de toneladas. A expectativa é que a empresa bata o próprio recorde com mais de 70 milhões de toneladas movimentadas até dezembro deste ano.

Na avaliação geral, os granéis sólidos lideram as movimentações com 61,5% seguidos de carga geral, com 25,4% e granéis líquidos com 13,1%.

Segundo o Governo do Estado, a quantidade maior de cargas reflete na chegada de navios aos portos do Paraná. Foram mais de 2.124 atracações realizadas entre janeiro e setembro de 2025, número superior ao total registrado ao longo de 2024, que somou 2.068 atracações.

Produtos que mais tiveram aumento

De acordo com o poder público, o milho é a matéria-prima básica que mais cresceu em volume e porcentagem nos portos paranaenses, tendo uma alta de 356%. No acumulado de janeiro a setembro, os embarques do produto aumentaram 284% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo mais de 2,9 milhões de toneladas contra 756 mil toneladas, representando cerca de US$ 582 milhões em FOB (valor do produto no ponto de embarque), e tendo como principal destino os países do Oriente Médio.

A combinação de fatores que envolvem a alta produtividade brasileira e os embates tarifários internacionais promovidos pelos Estados Unidos ampliaram a competitividade do grão produzido no Brasil.

Outra matéria-prima que cresceu neste período foi o farelo de soja, que chegou à marca de mais de 5 milhões de toneladas, 13% a mais do que no ano passado (4,5 milhões de toneladas). Os cinco principais destinos de farelo foram os Países Baixos, França, Espanha, Coreia do Sul e Alemanha, representando mais de um quarto da movimentação nacional, registrando cerca de US$ 1,6 bilhão em FOB.

O frango congelado também operou em grande volume, movimentando 44% da exportação nacional de carne de frango, o que representa 1,5 milhão de toneladas e US$ 2,7 bilhões de FOB. Os três principais destinos do produto foram África do Sul, México e Emirados Árabes.

O envio de óleos vegetais também registrou alta de 45% em setembro e, no acumulado do ano, janeiro até setembro, soma crescimento de 49% nas exportações. A celulose teve um aumento de 72% no mês e acumula, até o momento, crescimento de 28% no envio para outros países.

Importações

Na importação, o maior volume é de fertilizantes, com mais de 1 milhão de toneladas desembarcadas em setembro, seguido do trigo com quase 270 mil toneladas, tendo uma alta de 132%, diante das mais de 28 mil toneladas importadas em setembro de 2024.

Setembro também foi marcado pelo aumento de 46% na importação de derivados de petróleo, sendo o primeiro mês de 2025 que a Portos do Paraná contabiliza um acréscimo de 3% sobre o acumulado em relação aos granéis líquidos.

Fonte: CBN, com informações da AEN Foto: Divulgação

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Primeiro levantamento da Conab aponta para uma colheita de 354,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26

O primeiro levantamento para a safra de grãos 2025/26 indica mais um ciclo de crescimento na agricultura brasileira. De acordo com a pesquisa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a primeira estimativa indica uma produção total de 354,7 milhões de toneladas de grãos para a nova safra, volume 0,8% superior ao obtido em 2024/25, e um crescimento na área a ser semeada de 3,3% em relação ao ciclo anterior, sendo estimada em 84,4 milhões de hectares na temporada 2025/26. Os dados estão no 1º Levantamento de safra do novo ano agrícola, divulgado nesta terça-feira (14) pela estatal.

Neste novo ciclo, há uma expectativa de crescimento de 3,6% na área semeada para soja se comparada com 2024/25, estimada em 49,1 milhões de hectares. Com isso, a Conab estima uma colheita de 177,6 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente à colheita de 171,5 milhões de toneladas da temporada anterior. As precipitações ocorridas em setembro nos estados do Centro-Sul do país permitiram o início do plantio com 11,1% da área já semeada, índice ligeiramente superior ao ocorrido até o mesmo momento do ciclo passado, Nos maiores estados produtores de soja do país, Mato Grosso e Paraná, nos primeiros 10 dias de outubro, registravam 18,9% e 31%, respectivamente, da área semeada.

Assim como a soja, é esperada uma maior área plantada para o milho em 2025/26, podendo chegar a 22,7 milhões de hectares, com uma expectativa de produção de 138,6 milhões de toneladas somadas as 3 safras do grão. Apenas na primeira safra do cereal, a Companhia prevê um incremento na área semeada em torno de 6,1%, com estimativa de colher 25,6 milhões de toneladas, crescimento de 2,8% em relação à safra passada. No Rio Grande do Sul, onde a semeadura tem início a partir do final de agosto, em 11 de outubro, já havia 83% da área semeada, 84% no Paraná e 72% em Santa Catarina. Já no Centro-Oeste e nos demais estados, o plantio ainda não foi iniciado.

Já para o arroz, a primeira estimativa para o ciclo 2025/26 indica uma redução de 5,6% na área a ser semeada, projetada em 1,66 milhão de hectares, sendo que na área irrigada a queda está prevista em 3,7% e na de sequeiro a diminuição pode chegar a 12,5%. Com a menor área destinada à cultura, a produção de arroz pode chegar a 11,5 milhões de toneladas. Na região Sul, principal produtora do grão, os produtores intensificam os trabalhos de preparo do solo e do plantio.

No caso do feijão, por ser uma cultura de ciclo curto, a tendência é que a safra 2025/26 mantenha-se próxima da estabilidade. Somada as três safras da leguminosa, a produção está estimada em 3 milhões de toneladas. A área da primeira safra do grão deverá ter redução de 7,5% em comparação com o primeiro ciclo da temporada 2024/25, totalizando uma previsão de plantio em 840,4 mil hectares. A semeadura foi iniciada na região Sudeste do país, com 100% da área semeada em São Paulo, e em andamento nos demais estados da região. Na Bahia, terceiro maior produtor da leguminosa, e nos demais estados, o plantio ainda não foi iniciado.

Culturas de inverno

Com cerca de 40% das lavouras de trigo colhidas, a previsão aponta para uma produção em 2025 de 7,7 milhões de toneladas, 2,4% abaixo da safra 2024. Principal produto dentre as culturas de inverno, a redução prevista para a colheita decorre, principalmente, da retração de 19,9% na área cultivada, motivada por condições menos favoráveis ao cultivo no momento de decisão da implantação da atual safra.

Mercado

As primeiras projeções da Conab para a safra 2025/26 apontam um incremento nas exportações de milho. Enquanto os embarques do grão do ciclo 2024/25 estão estimados em 40 milhões de toneladas, para a nova temporada a Conab prevê uma comercialização de 46,5 milhões de toneladas. Também é esperado um incremento no consumo interno, que passa de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pela maior demanda de milho para produção de etanol. Ainda assim, a estimativa é que os estoques de passagem ao final da safra 2025/26 permaneçam próximos da estabilidade.

Para a soja, a previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos e o aumento da procura global, aliados à expansão da produção brasileira, permitem prever um crescimento nas exportações brasileiras. Assim, o país deve manter-se, mais uma vez, como o maior exportador mundial da oleaginosa, podendo ultrapassar as 112,11 milhões de toneladas exportadas. Além disso, a previsão de aumento na mistura de biodiesel ao diesel e a crescente procura por proteína vegetal indicam que o volume de esmagamento de soja poderá atingir 59,56 milhões de toneladas em 2026.

No caso do arroz, mesmo com a redução na área semeada, há expectativa de manutenção de boa oferta do grão no mercado interno. Diante deste cenário, o país deverá ampliar o volume exportado do grão, alcançando 2,1 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente a uma estimativa de embarque de 1,6 milhão de toneladas na safra 2024/25. Já as importações e o consumo no mercado doméstico deverão permanecer estáveis, em torno de 1,4 milhão de toneladas e 11 milhões de toneladas respectivamente. Com isso, para a safra 2025/26, a expectativa é de leve redução de 11,4% nos estoques de passagem, estimados em 1,82 milhão de toneladas em fevereiro de 2027, embora ainda em patamar elevado.

As informações completas sobre o 1° Levantamento da Safra de Grãos 2025/26 e as condições de mercado destes produtos podem ser conferidas no Portal da Conab.

Fonte: Conab

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Robô usa luz para diagnóstico precoce de doença em algodão e soja

Um sistema robótico independente, que opera à noite, batizado de LumiBot, é capaz de gerar dados que permitem a construção de modelos para fazer o diagnóstico precoce de nematóides em plantas de algodão e soja antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio ( Comdeagro ), de Mato Grosso, o LumiBot emite luz ultravioleta-visível sobre as plantas e analisa a fluorescência capturada nas imagens das folhas, com câmeras científicas.

A cotonicultura e a sojicultura têm enorme relevância econômica para o País, com previsão de recorde de safra no período 2025/26, com 4,09 milhões de toneladas de pluma e 177,67 milhões de toneladas de grãos de soja, segunda estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ). No entanto, as duas culturas enfrentam a ameaça da parasita microscópica de 0,3 a 3 milímetros de comprimento.

Taxas de acerto acima de 80%

O robô é um protótipo, mas já registra resultados promissores no diagnóstico de infecção por nematoides em experimentos realizados em casa de vegetação, com cerca de sete mil imagens coletadas em três anos de pesquisa.

“Conseguimos gerar dados e modelos com taxas de acerto acima de 80%, além de diferenciar as doenças do estresse hídrico”, conta a pesquisadora Débora Milori , coordenadora do estudo e do Laboratório Nacional de Agrofotônica ( Lanaf ).

A próxima etapa do estudo será o desenvolvimento de um equipamento para operação em campo, como, por exemplo, adaptar o aparelho óptico em um veículo agrícola do tipo pulverização gafanhoto ou veículo rover.

Apresentação do robô durante o Siagro

O LumiBot será apresentado no Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária ( Siagro ), que será realizado de 14 a 16 de outubro, no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão ( Lanapre ), localizado no Campo Experimental em Automação Agropecuária, da  Embrapa Instrumentação , em São Carlos (SP).

Menos químicos na lavoura

De acordo com a pesquisadora, o método convencional de controle de nematoides baseia-se na aplicação de nenematicidas aplicados no solo ou nas sementes, antes do plantio. Esses produtos estão diminuindo a população de nematóides próximos às raízes. Entretanto, essa aplicação tem custo elevado, pode causar impacto ambiental e eficácia variável dependendo das condições do solo. Outras estratégias de controle são através do controle biológico, rotação de culturas e desenvolvimento de cultivares resistentes.

“Uma alternativa mais eficiente e econômica seria o monitoramento da área plantada, com a aplicação de estratégias de controle apenas nas regiões eventualmente infestadas. No entanto, ainda não existem equipamentos comerciais capazes de detectar precocemente a presença da doença nas plantas. Nesse contexto, o uso de técnicas fotônicas surge como uma solução promissora”, declara o coordenador do estudo.

Para o consultor da Comdeagro, Sérgio Dutra, o diagnóstico precoce de doenças é fundamental para que os agricultores possam agir rapidamente e de forma localizada. “Com isso, evita-se o uso excessivo de produtos químicos defensivos e a redução do impacto ambiental, um avanço importante para a agricultura de precisão no Brasil. É possível ainda melhorar a qualidade da fibra e garantir maior rentabilidade para o produtor”, garante o especialista.

Como funciona a tecnologia para detecção de doenças

O LumiBot leva embarcado a técnica fotônica de Imagem de Fluorescência Induzida por LED (diodo emissor de luz). A LIFI, na sigla em inglês, é uma técnica não destrutiva que permite uma aquisição rápida de dados de processos fisiológicos da planta por meio de uma imagem. “A imagem obtida resultado da condução das folhas com luz ultravioleta-visível, que induz compostos moleculares, como a clorofila e alguns metabólitos secundários, a emitirem luz por meio do processo de fluorescência”, explica Milori.

O robô coleta os dados, que são processados ​​por algoritmos treinados para verificação de padrões em imagens, a partir dos quais são construídos modelos associados a doenças específicas.

A captura das imagens, realizada em apenas sete segundos e de forma simultânea à iluminação, ocorre em ambiente escuro para evitar a atividade fotossintética da planta e eliminar interferências de outras fontes de luz no sinal de fluorescência registrado pelas câmeras.

O robô se desloca por meio de trilhos presos no piso entre as fileiras dos pés de algodão, avaliando as folhas com um feixe de luz de alta intensidade. De acordo com Débora Milori, a técnica indica diferentes tipos de estresse biótico (fungos, bactérias e vírus) ou abióticos, como deficiências nutricionais e falta de água, por exemplo.

“As imagens captadas pela câmera em cada posição da amostra são gravadas em um dispositivo externo (SSD) portátil, onde ficam armazenadas e disponíveis para análise. Cada amostra recebe uma identificação única, explicada o pós-doutorando Tiago Santiago.

Ele é responsável pela análise de dados, das imagens e pelo treinamento de modelos de aprendizado de máquina. A equipe é composta por estudantes de diferentes áreas do conhecimento e por atuações distintas dentro do projeto.

Vinícius Rufino é graduando em engenharia física e atua na instrumentação e análise de dados, Julieth Onofre, doutora em Física, cuida da área da instrumentação óptica, Gabriel Lupetti, graduando em biotecnologia e responsável pelo acompanhamento do desenvolvimento dos nematoides, a inoculação e processamento das espécies vegetais, Kaique Pereira, biólogo responsável pela manutenção das plantas, a inoculação e concentração de nematoides.

Prova de conceito

O LumiBot tem o suporte da Embrapii Itech-Agro (Integração de Tecnologias Habilitadoras no Agronegócio) da Embrapa Instrumentação, que busca desenvolver o protótipo do equipamento para minimizar custos e alavancar a cadeia produtiva da soja e do algodão. A Embrapii é uma organização social que conecta empresas e instituições de pesquisa para desenvolver inovações, como o LumiBot.

O projeto envolve o desenvolvimento de uma prova de conceito para diagnóstico precoce de doenças com técnicas fotônicas em sistemas produtivos de algodão, em parceria com a Comdeagro.

O projeto físico e de automação foi desenhado em parceria entre a Embrapa Instrumentação e a empresa Equitron Automação, de São Carlos (SP), sob medida para o funcionamento na casa de vegetação.

A fotônica é um ramo da física que estuda aplicações de luz, sua geração, manipulação e detecção. As técnicas são largamente aplicadas em várias áreas pela sua sensibilidade, precisão e alto potencial de portabilidade.

Os nematoides

Nematoides são vermes microscópicos abundantes no solo, água doce e salgada e muitas vezes são parasitas de animais, insetos e também de plantas, segundo a Embrapa. Eles atacam as raízes, trazendo a absorção de água e nutrientes, o que resulta em redução do crescimento da planta e perdas de produtividade.

O experimento para diagnóstico da praga está sendo prolongado com 400 plantas em vasos em casa de vegetação, separados em quatro grupos de 100 – controle, estresse hídrico, inoculadas com o nematoide Aphelenchoides besseyi, e inoculadas com o nematóide Rotylenchulus reniformis, espécies mais comuns encontradas nas lavouras.

Segundo Kaique Pereira, o nematoide  Rotylenchulus reniformis  causa o comprometimento das plantas, reduzindo os rendimentos da plantação, sendo frequente em regiões tropicais e subtropicais do país, enquanto o Aphelenchoides besseyi é responsável pelos sintomas de pressa verde, retenção foliar e deformações de tecidos da planta, comuns em ambientes quentes e úmidos, fatores essenciais para seu desenvolvimento.

“Os nematóides são um problema muito sério no cultivo do algodão e resultam em muitas perdas para os agricultores, principalmente para o Estado do Mato Grosso”, diz Sérgio Dutra, consultor da Comdeagro.

O pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Rafael Galbieri, diz que não se sabe ao certo quanto a produtividade está sendo perdida na função dos nematóides em Mato Grosso.

“O fato é que existem localidades onde há perdas expressivas e outras onde o problema é menor. Há relatos de perdas de 50% a 60% em casos extremos, com média de até 10% a 12% em determinadas regiões. Estima-se uma perda anual superior a 4 bilhões de reais na cultura do algodoeiro em função de problemas relacionados a nematoides. Existem vários exemplos de áreas de produção que são inviáveis ​​pela infestação dessas parasitas”, relata o doutor em agricultura tropical.

Com a soja não é diferente. O prejuízo é de R$ 27,7 bilhões, de acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), Syngenta e consultoria Agroconsult.

“Geralmente, as perdas mais expressivas associadas aos nematóides são observadas em culturas como soja e algodão. No entanto, já é possível constatar que esses patógenos afetaram a produtividade de praticamente todas as culturas agrícolas do País, muitas vezes de forma ainda mais acentuada do que nas grandes culturas”, afirma a presidente da SBN, Andressa Cristina Zamboni Machado.

Segundo ela, o Brasil abriga diversas espécies de nematóides altamente prejudiciais, disseminadas amplamente por todas as regiões agrícolas e responsáveis ​​por extensas perdas econômicas no agronegócio. “Entretanto, esses organismos nem sempre são corretamente revelados ou gerenciados, o que agrava ainda mais seus efeitos sobre a produção”, conta.

Fonte: Embrapa Soja Foto: Wilson Aiello

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Trigo começa semana de forma lenta

O mercado brasileiro de trigo começou a semana em ritmo lento e com preços pressionados, especialmente no Rio Grande do Sul e Paraná, segundo informações da TF Agroeconômica. As recentes chuvas e a desvalorização do dólar contribuíram para a retração dos negócios, enquanto os moinhos seguem cautelosos e parte das regiões inicia a retomada da colheita.

No Rio Grande do Sul, o cenário é de “ressaca” após as precipitações do fim de semana, que variaram entre 3 mm e 60 mm, sem grandes impactos sobre as lavouras. O domingo e a segunda-feira foram marcados por sol e ventos, permitindo que a colheita fosse retomada em algumas áreas. No entanto, o mercado ficou praticamente parado devido à queda do dólar. As indicações de exportação estão em R$ 1.180,00 por tonelada para entrega em novembro, enquanto os vendedores pedem R$ 1.200,00 com pagamento antecipado. Os moinhos seguem fora do mercado, e os volumes destinados à exportação e moagem no estado somam cerca de 220 mil toneladas, bem abaixo das 330 mil registradas no ano anterior. Nos preços internos, as cotações seguem em leve baixa, com R$ 60,00 a saca nas Missões e R$ 62,00 em Panambi.

Em Santa Catarina, a colheita avança lentamente nas lavouras mais precoces, mas ainda sem movimento significativo de vendas. Alguns produtores pedem R$ 1.250,00 FOB pelo trigo novo, valor semelhante ao que moinhos estão dispostos a pagar CIF, o que tem travado os negócios. O último registro foi um pequeno lote de trigo branqueador do Cerrado, a R$ 1.600 CIF. Os preços da saca recuaram para R$ 64,00 em Canoinhas e Xanxerê, mantiveram-se em R$ 62,00 em Chapecó e caíram para R$ 70,50 em Joaçaba.

No Paraná, o avanço da colheita vem melhorando o abastecimento dos moinhos, que encontram trigo novo a preços mais competitivos. As ofertas giram entre R$ 1.220 e R$ 1.280 por tonelada, dependendo da região. Já o trigo importado, especialmente o paraguaio e o argentino, mantém preços firmes entre US$ 230 e US$ 269 por tonelada, mas a recente valorização do real (+2,38%) encareceu as importações. Os preços pagos aos produtores paranaenses recuaram 2,52% na semana, para uma média de R$ 64,94 por saca, ampliando o prejuízo para quase 13%, dado o custo de produção estimado pelo Deral em R$ 74,63.

Fonte: Agrolink Foto: Pixabay

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Trigo: Média do cereal importado é a menor desde nov/20

Dados da Secex analisados pelo Cepea mostram que, em setembro, o preço do trigo importado pelo Brasil foi o menor desde novembro de 2020. A média foi de US$ 230,09/tonelada, o equivalente a R$ 1.235,12/t, considerando-se o câmbio de R$ 5,368 no mês. No mesmo período, a média do cereal no Rio Grande do Sul, segundo levantamento do Centro de Pesquisas, foi de R$ 1.259,39/t, o que indica maior competitividade do produto importado em relação ao brasileiro.

O Brasil importou 568,98 mil toneladas de trigo em setembro, acumulando 5,249 milhões de toneladas na parcial do ano, o maior volume para o período desde 2007, ainda conforme números da Secex analisados pelo Cepea. Diante de um mercado internacional cada vez mais competitivo, pesquisadores apontam que as negociações envolvendo o trigo nacional estão lentas e os valores, pressionados.

Fonte: Cepea Foto: Divulgação

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Iniciativa conecta tecnologia e crédito para agricultores

Uma nova iniciativa chega para apoiar pequenos produtores rurais com foco em gestão, crédito e sustentabilidade. A Serasa Experian, em parceria com o Sebrae, lança o Impulsiona Agro, programa piloto voltado ao Oeste de Santa Catarina, região estratégica para o agronegócio. Com investimento de R$ 1 milhão, a iniciativa oferece diagnóstico individual, plano de ação e consultorias especializadas para acelerar a profissionalização e a adoção de práticas ESG.

O programa propõe um acompanhamento completo, incluindo organização financeira, otimização de custos, acesso a crédito, práticas ambientais e sociais, além de workshops de marketing e vendas. Cada produtor passa por um raio-x do negócio, garantindo que o plano de ação seja personalizado e efetivo para suas necessidades.

Além das consultorias, os participantes terão acesso a feiras regionais e à orientação de especialistas em agronegócio da Serasa Experian. O objetivo é fortalecer a competitividade, melhorar a reputação dos negócios e ampliar oportunidades de mercado, integrando tecnologia, dados e inovação ao dia a dia do campo.

De acordo com a entidade, o Impulsiona Agro reforça o compromisso da datatech em gerar impacto social escalável, estimulando o empreendedorismo rural, promovendo renda, empregos e sustentabilidade no setor. A expectativa é que o programa sirva de modelo para futuras ações voltadas ao desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

“O Impulsiona Agro é um passo fundamental na nossa agenda de impacto social. Ao direcionar nossos esforços também para transformação no campo, com maior profissionalização de pequenos produtores e o embarque de práticas sustentáveis, estamos contribuindo para o aumento de renda, da geração de empregos e por um futuro melhor nesta cadeia produtiva que é uma das maiores e mais essenciais para nosso país”, comenta Paulo Gustavo Gomes, head de sustentabilidade da Serasa Experian.

Fonte: Agrolink/Leonardo Gottems Foto: Pixabay

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Exportação de soja do Brasil bate recorde anual já em outubro com demanda chinesa, diz Anec

A exportação de soja do Brasil deverá somar 102,2 milhões de toneladas de janeiro a outubro, superando os volumes registrados ao longo do ano completo de 2024 e 2023, quando o país marcou seu recorde anual, em meio a elevadas compras da China, apontou nesta quarta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Em todo o ano passado, quando a safra de soja quebrou por problemas climáticos, as exportações brasileiras atingiram 97,3 milhões de toneladas. O recorde anterior de embarques da oleaginosa do Brasil, maior produtor e exportador global, havia sido registrado em 2023, com 101,3 milhões de toneladas, segundo a Anec.

Além de ter colhido uma safra recorde de soja este ano, acima de 170 milhões de toneladas, o Brasil contou com uma demanda adicional da China, que não tem negociado com os Estados Unidos por conta da “guerra” tarifária. Os EUA são rivais dos brasileiros no mercado da oleaginosa.

“A China continua sendo o principal destino e impulsiona os embarques brasileiros: em setembro, importou 6,5 milhões de toneladas, o que representa 93% do total, mantendo uma participação historicamente elevada…”, disse a Anec.

Fiando-se principalmente no Brasil para garantir a oferta, na média de 2025 a China registrou uma participação de 79,9% nas exportações totais de soja do Brasil, ante uma média de 2021 a 2024 de 74%, segundo dados da Anec. Em 2024, a fatia chinesa foi de 76%.

As projeções para o ano foram divulgadas no primeiro relatório mensal de embarques para outubro. Neste mês, a Anec projeta embarques de 7,12 milhões de toneladas, quase 2,7 milhões de toneladas acima do registrado em igual mês do ano passado.

Para o ano, a Anec projeta 110 milhões de toneladas exportadas de soja, segundo relatório.

“Entre novembro e dezembro, outras 8 milhões de toneladas devem ser exportadas, confirmando a estimativa anual de 110 milhões de toneladas”, disse a associação.

Já os embarques de milho foram vistos em 6,0 milhões de toneladas neste mês, cerca de 380 mil toneladas superior ao volume registrado um ano antes. No ano até outubro, as exportações estão estimadas em 30 milhões de toneladas –o Brasil tem figurado como o segundo exportador global do cereal, atrás dos EUA.

Para o farelo de soja, as exportações brasileiras foram estimadas pela Anec em 1,92 milhão de toneladas, abaixo das 2,46 milhões de toneladas de outubro do ano passado. No ano, os embarques até o final deste mês deverão superar 19 milhões de toneladas, segundo a Anec.

Fonte: Reuters/Roberto Samora Foto: Divulgação