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Anvisa regulamenta avaliação de risco ocupacional e de exposição a agrotóxicos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou no último dia 25 de novembro texto que versa sobre a avaliação de risco ocupacional e de exposição a defensivos químicos no Brasil. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 998, de 21 de novembro de 2025, segue o que determina o Nova Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 14.785/2023) e define, de forma inédita, regras para avaliar o risco dos agroquímicos aos envolvidos no uso de defensivos químicos, como trabalhadores, operadores, residentes e transeuntes (pessoas que circulam em regiões de produção agrícola). A CropLife Brasil, associação que representa a pesquisa e desenvolvimento (P&D) em insumos agrícolas, celebra o marco que traz parâmetros técnicos e científicos claros à indústria e olhar atento a segurança humana. 

“É importante lembrar que esse tema sempre foi um pleito da indústria. Sempre reforçamos que fosse realizada avaliação de toda segurança, seja de perigo do produto, como também do perigo de exposição durante a utilização das tecnologias, pensando na segurança dos trabalhadores do campo. A nova lei veio para modernizar e obrigar a avaliação do sistema de segurança com um olhar mais amplo. Agora com essa publicação, a Anvisa traz maior transparência e previsibilidade para toda a sociedade, nos dizendo como serão avaliados cientificamente os cenários de uso, alinhados com as melhores práticas regulatórias e científicas internacionais. É um avanço inquestionável para a indústria e para a sociedade”, analisou o diretor de Defensivos Químicos da CropLife Brasil, Arthur Gomes.

“A Anvisa tem trabalhado o fortalecimento de seu papel como agência de saúde e reguladora do processo de rastreabilidade de agrotóxicos, sempre tendo como norte a missão institucional de proteção e de intervenção nos riscos. (…) A nova resolução estabelece critérios para avaliação do risco ocupacional. É uma norma que vem para revolucionar a segurança no campo”, declarou gerente de Monitoramento e Avaliação do Risco, Adriana Torres de Souza, sobre o tema.

A regulação brasileira tratava, até então – em maior detalhamento, do risco para consumidores, através da avaliação na dieta e a segurança dos alimentos. Com a nova resolução, os processos de segurança dos produtos químicos usados na lavoura são expandidos e passam a detalhar também a exposição a pessoas que atuam com as pulverizações ou estão em locais próximos do uso. “Importante reforçar que estes estudos e avaliações ocupacionais já eram realizados pelas empresas que pesquisam e desenvolvem estes produtos, só que agora há aprimoramento, maior clareza e profundidade técnica no processo de análise da exposição”, considerou o especialista em Assuntos Regulatórios de Defensivos Químicos da CLB, Rafael Cordioli.

A CropLife Brasil destaca ainda que, para além dos critérios à indústria e maior segurança aos trabalhadores rurais e comunidades, a nova resolução estimula o uso correto e seguro das tecnologias na lavoura e corrobora com as boas práticas agrícolas, tema de campanha permanente da CLB.

Mudanças previstas

Segundo a Anvisa, as novas diretrizes estabelecidas para que empresas e órgãos avaliem se o uso de agrotóxico é seguro, são:

Avaliação obrigatória do risco não-dietético, que considera trabalhadores, operadores, residentes e transeuntes, tanto para novos registros quanto para alterações em produtos já aprovados.

Definição de parâmetros técnicos unificados, como níveis aceitáveis de exposição e critérios para medir a absorção cutânea, o contato com folhas tratadas, a área aplicada e o tipo de aplicação.

Utilização do Daroc, um dossiê em que as empresas devem demonstrar, de forma transparente, que o uso proposto é seguro.

Uso obrigatório da calculadora nacional avaliAR, ferramenta que padroniza cálculos de exposição com base em dados brasileiros e internacionais.

Medidas de redução dos riscos mais realistas, como equipamentos de proteção individual (EPIs) e controles de segurança ajustados à necessidade real, evitando exigências excessivas ou insuficientes.

Transição escalonada garantindo adaptação gradual dos produtos registrados e para novos registros.

A RDC entrará em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.

Fonte: CropLife

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Controle químico da cigarrinha-do-milho

Considerada uma das principais se não a principal praga da atualidade do milho, a cigarrinha-do-milho, espécies Dalbulus maidis e Leptodelphax maculigera, é vetor dos microrganismos causadores dos enfezamentos do milho, responsáveis por reduzir expressivamente a produtividade da cultura. De acordo com Sabato; Barros; Oliveira (2016), os danos em decorrência dos enfezamentos na cultura do milho podem ser superiores a 70%, resultando entre outros sintomas, na redução do tamanho das espigas, impactando diretamente a produtividade da lavoura.

Ainda que estratégias integradas de manejo possam ser utilizadas para reduzir a disseminação dos enfezamentos, o controle químico dos vetores (cigarrinhas) é o método mais eficaz e utilizado comercialmente para o manejo dos enfezamentos em lavouras comerciais. No entanto, como a praga apresenta um curto ciclo de vida, a reinfestação das áreas de cultivo é comum durante o período crítico, tonando necessária a reaplicação dos inseticidas para um controle mais efetivo.

O ciclo de ovo a adulto tem duração entre 15 dias a 27 dias, dependendo da temperatura e umidade do ambiente. Os adultos apresentam longevidade de 51 dias a 77 dias e cada fêmea pode ovipositar de 400 a 600 ovos (Ávila et al., 2022). O curto ciclo de vida da praga atrelado a sua elevada prolificidade, dificulta o controle efetivo da cigarrinha-do-milho durante o período crítico de ocorrência na cultura (figura 2).

Diferentemente de outras pragas, ainda não há nível de ação pré-estabelecido para o controle da cigarrinha-do-milho, uma vez que a capacidade da praga em transmitir os enfezamentos está relacionada a presença de cigarrinhas infectadas com os molicutes transmissores dos enfezamentos, e não com a densidade populacional da praga. Com isso em vista, e considerando os danos devastadores ocasionados pelos enfezamentos, a presença da cigarrinha-do-milho durante a fase crítica de ocorrência no milho, já justifica o controle químico da praga.

Monitoramento e controle químico 

Visando o máximo de eficiência no controle da cigarrinha-do-milho, além do posicionamento correto dos inseticidas durante o momento crítico à ocorrência da praga, é fundamental dar preferência por inseticidas com maior eficiência no controle da cigarrinha. Para tanto, é necessário adotar um monitoramento frequente das áreas de cultivo visando identificar a presença da cigarrinha-do-milho no início da infestação e conhecer a suscetibilidade da praga a inseticidas.

O monitoramento da cigarrinha-do-milho é realizado, especialmente durante a fase crítica (VE – V5), com o uso de armadilhas adesivas que capturam os insetos alados e com a identificação visual dos insetos. Essas armadilhas devem ser instaladas ainda antes da semeadura e permanecer ativas durante todo o período crítico da cultura. A recomendação é posicioná-las a cerca de 50 metros da borda da lavoura e a uma altura de 20 a 30 centímetros acima do dossel do milho (figura 3). As cartelas adesivas devem ser substituídas semanalmente ou, preferencialmente, a cada três dias (Coleagro).

Definida a necessidade de realizar uma intervenção química para o controle da cigarrinha-do-milho, é importante atentar para a escolha do inseticida, dando preferência por inseticidas com maior nível de controle, respeitando o intervalo entre aplicações de 5 a 7 dias. Conforme observado por Machado et al. (2024), há diferença de suscetibilidade da cigarrinha-do-milho a inseticidas, sendo que, a maioria das populações da cigarrinha apresentam alta suscetibilidade ao metomil, carbosulfan e acefato, e suscetibilidade reduzida à bifentrina, acetamiprido e imidacloprido.

Sobretudo, para uma manejo eficiente e eficaz da cigarrinha-do-milho, é fundamental rotacionar inseticidas no programa de controlo, visando reduzir a seleção de indivíduos resistentes, conservando assim a eficiência dos inseticidas disponíveis no mercado. Como alternativa para isso, pode-se utilizar inseticidas que atuam de forma distinta no organismo da cigarrinha, mas que ainda assim proporcionam bons resultados de controle, como o Fiera®.

O Fiera® é um inseticida fisiológico (Buprofezina), seletivo e regulador de crescimento de insetos, que atua principalmente no controle de ninfas da cigarrinha-do-milho. Resultados de pesquisa tem demonstrado efeito significativo da Buprofezina no controle das cigarrinhas, além da  influência da molécula na fertilidade da praga, reduzindo a quantidade e a viabilidade dos ovos depositados (Sipcam Nichino, s. d.).

Logo, para um controle químico eficiente e para uma manejo da resistência sustentável, é fundamental adotar um programa diversificado de controle, com inseticidas de diferentes mecanismo de ação, dando preferencia para moléculas com maior performance no controle da cigarrinha-do-milho. Sobretudo, além do controle químico, é essencial adotar estratégias integradas (figura 6) que reduzam a incidência da cigarrinha-do-milho, diminuindo a pressão sobre o controle químico.

Fonte: Mais Soja Foto: Divulgação

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Debate sobre impactos da Inovação 5.0 nas cooperativas será dia 5 de dezembro

A Inovação 5.0 será o tema central do Fórum de Tendências que o Sistema Ocepar promove, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Paraná (Sescoop/PR), dia 5 de dezembro, no Centro de Realidade Estendida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba. “O objetivo do evento é promover debates e reflexões sobre os impactos da Inovação 5.0 em nossas cooperativas, por meio da apresentação de palestras e cases”, explica a coordenadora de Desenvolvimento Profissional do Sescoop/PR, Ketllyn Zipperer Mali.

A programação é destinada a empregados das cooperativas do Paraná, gestores, profissionais de RH e Inovação e demais interessados no assunto. As inscrições devem ser feitas até o dia 28 de novembro, por meio do Agente de Desenvolvimento Humano da cooperativa. As vagas são limitadas.

Palestras

A abertura ocorre às 9h e, na sequência, o vice-presidente do Biopark Educação, Paulo Roberto Cordeiro Rocha, ministra a palestra “Construindo o amanhã: inovação, tecnologia e futuros possíveis”. Já Edna Melink, executiva RHBP de Operações e Qualidade Brasil na Volkswagen, irá falar sobre “Care to Dare – Liderança em tempos de IA?”.

O consultor em IA, Inovação e Tecnologia em Gestão de Pessoas, Marcelo Nobrega, tratará das questões “People analytics voltado para modelos preditivos de contratação e Soft Skils no ambiente de trabalho – como relacionar com tecnologia”. A última palestra do evento vai abordar o tema “Desbloqueando o potencial de inteligência no globo”, com o diretor de estratégia corporativa e arquitetura da empresa Globo, Carlos Octávio Queiroz.

Painel

Depois, será realizado um painel, com a participação do gerente de Desenvolvimento Humano do Sescoop/PR, Leandro Macioski, que vai mostrar como a entidade está trabalhando a inovação e a transformação digital com olhar para o futuro. Cris Alessi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), vai falar sobre Inovação 5.0, com enfoque em pessoas e inovação. Sidarta Ruthes, do Observatório da Indústria do Sistema Fiep, vai discorrer sobre o projeto “Profissionais do Futuro+Coop”, e a especialista em Estratégia Corporativa, Inovação e Transformação Digital da Agrária, Alessandra Branco, irá apresentar o case da cooperativa, tratando de Inovação 5.0, com foco em pessoas e cultura organizacional.

Informações

Mais informações sobre o Fórum podem ser obtidas com Maria Reis, pelo e-mail: maria.reis@sistemaocepar.coop.br.

Fonte: Sistema Ocepar Foto: Divulgação

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Plantio de Soja: Precisão hoje para produtividade e lucratividade amanhã

O plantio é o momento mais decisivo de toda a safra, pois é nessa etapa que se define o potencial produtivo da lavoura. Após a passada da plantadeira, não é possível acrescentar produtividade, apenas evitar perdas com pragas, doenças e estresses ambientais. Por isso, caprichar no plantio faz toda a diferença para o sucesso da safra.

A base da produtividade começa no estabelecimento da lavoura. A escolha da genética certa, adequada ao ambiente de produção e aliada ao uso de sementes de alta qualidade, é o primeiro passo. Ferramentas de agricultura de precisão contribuem para definir a taxa de semeadura ideal e garantir um estande correto de plantas. Esses fatores influenciam diretamente nos resultados da colheita.

Outro ponto essencial é respeitar a época de plantio e as condições de umidade do solo. Antecipar ou atrasar a semeadura pode comprometer o potencial da soja e reduzir a janela ideal para culturas subsequentes, como milho e algodão safrinha.

Nesse contexto, tecnologias que integram dados agronômicos e ambientais têm ganhado espaço no apoio à tomada de decisão. Uma dessas ferramentas é o Índice de Precisão Credenz (IPC), desenvolvido com base em extensas séries históricas de dados sobre cultivares e ambientes de produção. O IPC recomenda a população ideal de plantas para cada circustância, considerando variáveis como época de plantio, localização e espaçamento entre linhas, o que contribui para um estande mais uniforme e eficiente.

Essa tecnologia tem sido aplicada especialmente em cultivares da marca de sementes Credenz, que vêm sendo avaliadas em diferentes regiões do país com foco em desempenho agronômico e adaptabilidade. Elas passam por processos rigorosos de seleção e produção regionalizada, com rastreabilidade completa, o que garante consistência em vigor, germinação e segurança no estabelecimento da lavoura.

O tratamento de sementes também é um componente estratégico nesse processo. A combinação de fungicidas e inseticidas seletivos com soluções biológicas amplia a proteção contra pragas, nematoides e doenças de solo, favorecendo a emergência e o desenvolvimento de um sistema radicular mais profundo e eficiente na absorção de água e nutrientes.

Esse conjunto de práticas – escolha da cultivar, uso de ferramentas de precisão, manejo adequado e tratamento de sementes – contribui para o melhor aproveitamento do potencial genético da soja. Plantar com precisão é investir na sustentabilidade e na rentabilidade da lavoura. O cuidado no estabelecimento hoje é o que garante produtividade amanhã.

Fonte: Notícias Agrícolas/Sergio Abud Foto: Divulgação

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Dezembro: Como será o clima no Brasil?

previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica variabilidade em relação à chuva no Brasil durante o mês de dezembro de 2025. Em grande parte da Região Sul, as estimativas indicam chuva abaixo da média (tom em amarelo na Figura 1a). De outro modo, em diferentes áreas das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste, são previstos volumes acima da média (tom em azul no mapa da Figura 1a).

Em relação à Região Norte, são previstos volumes de chuva até 50 mm acima da média histórica em grande parte do centro-sul e centro-norte do Amazonas, centro-sul de Tocantins, maior parte do Pará e praticamente todo o Amapá. Nas áreas mencionadas do Tocantins e Amapá, são previstos volumes até 150 mm acima da média do período. Por outro lado, são previstos volumes abaixo da média climatológica em quase todo o Acre, oeste do Amazonas e centro-sul do Pará. Nas demais áreas da região, o prognóstico indica valores próximos à média climatológica de dezembro.

Para a Região Nordeste, prevê-se chuva acima da média histórica de dezembro em praticamente todos os estados da Bahia e Piauí, enquanto o restante da região deve apresentar volumes de chuva próximos à média climatológica do período. De outro modo, chuva abaixo da média histórica é prevista apenas para áreas isoladas do norte do Maranhão.

Em relação à Região Centro-Oeste, são previstos volumes de chuva acima da média em praticamente todo o estado de Goiás, bem como no oeste do Mato Grosso e leste do Mato Grosso do Sul. Por outro lado, prevê-se chuva abaixo da média na porção central do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul.

Para a Região Sudeste são previstos volumes acima da média em praticamente todos os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, bem como grande parte de São Paulo. De outra maneira, prevê-se chuva próxima à média em praticamente todo o estado do Espírito Santo.

Para a Região Sul, são previstos acumulados abaixo da média histórica em praticamente toda a região. Prevê-se chuva abaixo da média para todo o estado do Rio Grande do Sul (com volumes até 75 mm abaixo da média no oeste do estado), bem como na maior parte de Santa Catarina e oeste do Paraná.

Temperatura

A previsão indica que as temperaturas devem ficar acima da média em quase todo o país (tons em laranja e vermelho no mapa da Figura 1b). Para a Região Norte, são previstas temperaturas até 1,5 °C acima da média, especialmente no sudeste do Pará, na divisa com o Tocantins, onde as temperaturas podem variar entre 25 °C e 32,5 °C. Algumas partes da Região Norte, como o Amapá, o oeste do Amazonas e o noroeste do Pará, indicam desvios dentro da média ou negativos, de até -0,4 °C.

Na Região Nordeste, a previsão é de temperaturas acima da média em todos os estados, principalmente no sul do Piauí, onde os desvios podem chegar a 1 °C acima da média e os valores podem ultrapassar 27 °C. Mesmo em áreas próximas ao litoral, as temperaturas devem ser elevadas, oscilando entre 25,0 °C e 27,0 °C. Em grande parte do Rio Grande do Norte, norte da Paraíba e norte do Piauí, a previsão indica temperaturas dentro da média.

Na Região Centro-Oeste, devem prevalecer temperaturas médias acima da climatologia do mês, com maiores elevações no norte e leste de Mato Grosso, assim como na porção central de Mato Grosso do Sul, onde os desvios podem chegar a 1,5 °C.

Para a Região Sudeste, as temperaturas médias podem ficar acima de 20 °C, com menores valores ocorrendo principalmente em áreas do leste de Minas Gerais e temperaturas mais elevadas previstas para a parte oeste de São Paulo, norte de Minas Gerais e todo o estado do Espírito Santo, com desvios de até 1 °C nessas regiões.

Na Região Sul, podem ocorrer temperaturas dentro da média na região centro-oeste do Paraná, na divisa com Santa Catarina, na faixa litorânea de Santa Catarina e no sul do Rio Grande do Sul. Já na região central de Santa Catarina e em grande parte do Paraná, os desvios de temperatura podem ficar até 1 °C acima da média, com valores superiores a 18 °C.

Possíveis impactos nas culturas agrícolas

Na Região Norte, o prognóstico climático do INMET para dezembro de 2025 indica elevação das temperaturas do ar em grande parte do território, acompanhada de precipitações abaixo da normalidade no sudoeste e nordeste do Pará, no oeste e centro do Amazonas e no oeste do Acre. Essas condições podem aumentar o risco de déficit hídrico, afetando principalmente as culturas permanentes, como o cacau, açaí e a fruticultura tropical. A limitação de umidade no solo pode reduzir a taxa de frutificação, o tamanho e o peso dos frutos, além de comprometer a qualidade das amêndoas de cacau, especialmente em áreas já suscetíveis ao estresse térmico. Por outro lado, no centro-norte do Amapá, no extremo norte e sul do Amazonas, no Baixo Amazonas e no sudeste do Pará, a previsão de chuvas acima da média tende a favorecer o desenvolvimento vegetativo e a reposição hídrica, criando condições propícias ao crescimento das culturas e a recuperação das pastagens.

Na Região Nordeste, a previsão de chuvas acima da média, associada a temperaturas mais elevadas em grande parte da região, tende a favorecer os cultivos em desenvolvimento no mês de dezembro, especialmente feijão, milho e a fruticultura irrigada. Para as lavouras de feijão e milho em fase de enchimento de grãos, o aumento das chuvas deve assegurar adequado suprimento hídrico, contribuindo para maior uniformidade dos grãos e redução de perdas por estresse térmico.

Na Região Centro-Oeste, a previsão de chuvas e temperaturas acima da média na maior parte da região tende a favorecer o avanço do desenvolvimento das culturas de soja e milho da primeira safra que se encontram em fase vegetativa, avançando para florescimento nas áreas semeadas mais cedo. Entretanto, em áreas com volume de chuvas abaixo da média, sobretudo no norte de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul, pode haver períodos curtos de restrição hídrica, aumentando o risco de estresse hídrico nas fases iniciais do ciclo, especialmente para lavouras implantadas tardiamente. Além disso, a combinação de temperaturas elevadas e alta umidade, típica do período, pode intensificar a pressão de pragas e doenças foliares.

Na Região Sudeste, a previsão indica chuvas acima da média, associadas a temperaturas superiores à média, o que tende a favorecer a semeadura e o estabelecimento inicial dos cultivos de verão, como soja, milho e feijão, sobretudo nas áreas com maior disponibilidade hídrica. Esse cenário contribui para a adequada reposição da umidade do solo, condição essencial para culturas perenes como café e cana-de-açúcar.

Na Região Sul, a previsão de chuvas abaixo da média em grande parte do território, associada ao aumento das temperaturas, especialmente no centro-norte do Paraná, tende a favorecer o estágio final de desenvolvimento das culturas de inverno, bem como operações de colheita. A menor umidade reduz a incidência de doenças fúngicas, enquanto as temperaturas mais elevadas aceleram a maturação dos cultivos de verão.

O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.

Fonte: MAPA

De 280 dias do ano até agora, Curitiba registrou chuva em 114. Foto: José Fernando Ogura/SECOM

Novembro é marcado por três tornados e chuva acima da média no Paraná

O balanço dos dados consolidados das estações meteorológicas do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) em novembro de 2025 aponta que, na maior parte do Estado, as temperaturas ficaram dentro ou abaixo da média histórica para o período. Já o volume acumulado de chuvas ficou dentro ou acima da média para o mês em quase todo o Paraná. O mês foi marcado pela passagem de três tornados e por tempestades típicas de primavera, com muita ocorrência de granizo.

A temperatura média no mês passado ficou dentro a ligeiramente abaixo da média, com destaque para arredores de Antonina, Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo, que tiveram a temperatura média em novembro entre 1,1°C e 1,2°C abaixo da média. Em Joaquim Távora, Ibaiti e Telêmaco Borba, e também na região ao redor de Guaíra, Assis Chateaubriand, Cascavel e Foz do Iguaçu, as mínimas ficaram entre 1°C e 1,5°C abaixo da média histórica para o mês. No resto do Estado, ficaram dentro da média.

Já as temperaturas máximas ficaram abaixo da média em 1°C a 2°C no Litoral e em praticamente todo o Oeste e Noroeste, com exceção de Guaíra, Altônia e Foz do Iguaçu, que tiveram as máximas dentro da média histórica para o mês de novembro. Cândido de Abreu teve a média das temperaturas máximas de 30,8°C em novembro, acima da média histórica para o mês, que é de 29,5°C. No restante do Estado, as máximas se mantiveram dentro da média.

A última semana do mês teve temperaturas acima dos 35°C em várias cidades por, pelo menos, quatro dias seguidos, o que elevou o resultado final da média de temperaturas máximas em novembro de 2025.

Chuva

Apenas nove das 41 estações meteorológicas do Simepar com mais de seis anos de operação tiveram volume de chuvas abaixo da média histórica para novembro: são as duas estações de Antonina, a de Fazenda Rio Grande, de Francisco Beltrão, Palmas, Paranaguá, Guaraqueçaba e União da Vitória.

O volume de chuvas em novembro de 2025 foi acima da média histórica para o mês no restante do Estado, com destaque para Apucarana, Campo Mourão, Cândido de Abreu, Cianorte, Cornélio Procópio, Guaratuba, Londrina, Santa Helena e Ubiratã, onde o volume ultrapassou a média em mais de 100 mm. Em Cianorte, Santa Helena e Campo Mourão, a média de chuvas de todo o mês já foi superada nos dois primeiros dias.

Foram muitas as tempestades ao longo do mês acompanhadas de raios, rajadas de vento acima de 50 km/h e precipitação de granizo em várias cidades. “A primavera é uma estação característica de tempestades, mas a Oscilação Antártica na sua fase negativa também favoreceu para que os sistemas frontais fossem mais frequentes sobre o Sul do país em novembro”, explica Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.

Em Guaratuba, 108,8 mm de chuva foram registrados em apenas um dia, no domingo, 21 de novembro. Cornélio Procópio contabilizou o volume de chuvas mais alto da série histórica, ou seja, desde a instalação da estação meteorológica no município, em 2018. Em Apucarana, Cândido de Abreu, Campo Mourão, Cianorte, Guaratuba, Lapa, Londrina e Santa Helena, foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2015. No caso de Campo Mourão e Cianorte, que tiveram novas estações meteorológicas instaladas em 2017 e 2016, respectivamente, é o volume mais alto da série histórica.

Em Cerro Azul, foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2020 e em Palotina, o maior acumulado desde 2017. Em Pinhão e em Telêmaco Borba foi o maior acumulado desde 2019.

Tornados

A ocorrência mais grave do mês foi no dia 7. O ramo frio de um ciclone extratropical formado sobre o Sul do Brasil favoreceu o desenvolvimento de nuvens de tempestade de forte intensidade sobre o Paraná. Algumas dessas nuvens, imersas em um ambiente de elevada instabilidade termodinâmica, intensificaram-se ainda mais, evoluindo para a categoria de supercélulas, com características de rotação em torno de seu eixo vertical. O cisalhamento vertical intenso do vento e o transporte de ar quente e úmido foram cruciais para a evolução das tempestades.

Duas dessas supercélulas foram responsáveis pela ocorrência de três tornados em municípios das regiões Sudoeste e Centro-Sul do Paraná. A primeira supercélula gerou o Tornado 1, que passou por Quedas do Iguaçu em categoria F1, por Espigão Alto do Iguaçu (F1), Nova Laranjeiras (F1), Rio Bonito do Iguaçu em categoria F4, Porto Barreiro (F3), Laranjeiras do Sul (F3), por Virmond (F2), e por Cantagalo em categoria F1.

O Tornado 1 percorreu aproximadamente 75 km, com uma área de impacto estimada em 12.426 hectares. Sua largura variou de 750 metros em Quedas do Iguaçu para 3.250 metros na região de maior intensidade, em Rio Bonito do Iguaçu, que foi arrasada pelo fenômeno, com 90% das edificações afetadas, muitas completamente destruídas.

Esta mesma supercélula também gerou o Tornado 2, que passou por Candói em categoria F2 e pelo Distrito de Entre Rios, em Guarapuava, em categoria F4. A supercélula percorreu aproximadamente 270 km de distância, com velocidade média de deslocamento de cerca de 80 km/h. O Tornado 2 percorreu cerca de 44 km, com uma área de impacto estimada em 2.301 hectares. Apresentou larguras mais homogêneas, variando entre 500 metros e 1.160 metros.

Paraná registra menor emissão de gases de efeito estufa em 15 anos

Uma segunda supercélula percorreu aproximadamente 230 km de distância, com velocidade média de deslocamento de cerca de 85 km/h, e gerou o Tornado 3, que passou sobre Turvo em categoria F2. Ele teve o percurso mais curto, com 12 km de extensão e uma área de impacto de 570 hectares. Sua largura variou entre 400 metros e 675 metros, com uma média estimada de 525 metros.

O laudo técnico emitido pela equipe de meteorologia e de geointeligência do Simepar, após duas semanas de trabalho ininterrupto, incluindo entrevistas nos municípios, sobrevoos nas áreas atingidas e análise de imagens e dados de satélite e radares, traz a conclusão que este evento pode ser considerado um dos maiores desta categoria no Paraná nos últimos 30 anos, levando em conta os aspectos relacionados à quantidade de tornados no mesmo evento, pessoas atingidas e destruição em diversos níveis observada nas suas trajetórias.

Confira estações meteorológicas com mais de seis anos de operação que ultrapassaram a média de chuvas para novembro:

Estação / média histórica para novembro / quanto choveu em novembro de 2025

Altônia: 139,6 mm / 209,6 mm

Apucarana: 161,2 mm / 275,8 mm

Capanema: 150,1 mm / 212,4 mm

Campo Mourão: 146 mm / 302 mm

Cândido de Abreu: 130,1 mm / 303,8 mm

Cascavel: 176,6 mm / 184,2 mm

Cerro Azul: 106,8 mm / 154,2 mm

Cianorte: 114,9 mm / 275,8 mm

Cornélio Procópio: 139,3 mm / 282,8 mm

Curitiba: 122,4 mm / 164,2 mm

Distrito de Entre Rios, em Guarapuava: 142,6 mm / 142,4 mm (considerado dentro da média)

Irati: 102,4 mm / 113,2 mm

Foz do Iguaçu: 150,2 mm / 172,4 mm

Guaíra: 153,1 mm / 229,8 mm

Guarapuava: 134,1 mm / 179,4 mm

Guaratuba: 218,8 mm / 334,4 mm

Jaguariaiva: 157,7 mm / 212,2 mm

Lapa: 110,1 mm / 177,8 mm

Laranjeiras do Sul: 140,3 mm / 145,6 mm

Loanda: 77,5 mm / 92,2 mm

Londrina: 154,6 mm / 271,22 mm

Maringá: 126 mm / 181,6 mm

Distrito de Horizonte, em Palmas: 103,7 mm / 123,2 mm

Palotina: 142,2 mm / 187,6 mm

Paranavaí: 136,2 mm / 145,2 mm

Pinhão: 149,7 mm / 180,4 mm

Santa Helena: 156 mm / 311,8 mm

Santo Antônio da Platina: 132,8 mm / 203 mm

São Miguel do Iguaçu: 170,4 mm / 204,4 mm

Telêmaco Borba: 136,2 mm / 149 mm

Toledo: 168,4 mm / 194 mm

Ubiratã: 115,4 mm / 204,4 mm

Mais de seis anos de operação que tiveram volume de chuvas abaixo da média para novembro:

Antonina: 224,8 mm / 120 mm

APPA Antonina: 165,2 mm / 110 mm

Fazenda Rio Grande: 151,3 mm / 144,2 mm

Francisco Beltrão: 166,9 mm / 158,6 mm

Palmas: 156,7 mm / 102,4 mm

Paranaguá: 124,1 mm / 116 mm

Ponta Grossa: 117,3 mm / 103,6 mm

Guaraqueçaba: 215,9 mm / 157,6 mm

União da Vitória: 140,1 mm / 82,6 mm.

Fonte e Foto: AEN

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Milho: Semeadura alcança 65,9% das áreas projetadas para a safra

Em MG, o clima mais quente tem aumentado a pressão da cigarrinha nas lavouras. No RS, a falta de precipitações significativas, em quase todo o estado, e a ocorrências de ventos constantes e altas temperatura, provoca sintomas de deficit hídrico em algumas regiões. Na BA, o plantio avança rapidamente.

No PR, o tempo mais seco no estado permitiu a realização dos tratos culturais. Em SC, o plantio se aproxima da finalização e a redução das chuvas favoreceu o desenvolvimento da cultura. No MA e PI, o plantio foi iniciado. Em GO, a semeadura está na reta final nas regiões Leste e Norte.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

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Trigo/Cepea: Agentes brasileiros estão de olho na safra argentina

Agentes colaboradores do Cepea estão atentos ao andamento da colheita de trigo na Argentina – vale lembrar que o país vizinho é o maior fornecedor do cereal ao Brasil. Dados divulgados em 27 de novembro pela Bolsa de Cereales indicam que, com 33,9% da área colhida, a produção argentina foi revisada para cima, para 25,5 milhões de toneladas. Esse volume supera em 1,5 milhão a estimativa anterior, além de ser um novo recorde, ultrapassando o até então maior volume, de 22,4 milhões de toneladas, registrado na temporada 2021/22.

Quanto aos preços no Brasil, caíram em novembro. De acordo com pesquisadores do Cepea, além do cenário de safra volumosa na Argentina, a desvalorização do dólar frente ao Real reforçou o movimento de queda nos preços do trigo no mercado brasileiro. Em novembro, a média mensal no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.044,82/t, recuo de 8,2% frente a outubro/25, de 17,1% em relação a novembro/24 e a menor desde fevereiro/18 – todas as comparações são em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). No Paraná, a média foi de R$ 1.196,69/t em novembro, com baixa mensal de 1,6% e anual de 15,9% e a menor desde outubro/23.

Fonte: Cepea Foto: Divulgação

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Deputados aprovam em primeiro turno mudança de custas judiciais no Paraná

Os deputados estaduais aprovaram em primeiro turno a proposta de mudança de custas judiciais no Paraná. A votação foi realizada em sessão ordinária nesta segunda-feira (1).

Foram 28 votos favoráveis e nove contrários ao projeto, de autoria do Tribunal de Justiça do Paraná.

Segundo o TJ-PR, a legislação encontra-se defasada neste aspecto. Ainda na justificativa, o projeto consolida a cobrança das taxas no ajuizamento da ação, antes de uma sentença judicial.

As custas judiciais são as chamadas taxas de pagamento durante processos para cobrir os valores dos serviços prestados pelo Poder Judiciário, que devem sofrer reajustes. Elas se diferenciam das custas extrajudiciais, que são taxas cobradas pelos cartórios para a prestação de outros serviços, como reconhecimento de firma e emissão de certidões.

A proposta altera a Lei 6.149, de 1970, com a criação de critérios para cobranças ao Tribunal de Justiça, às unidades judiciárias e os oficiais de Justiça, por exemplo.

Apesar do encaminhamento em primeiro turno, emendas devem ser apresentadas em segundo turno para posterior análise na Comissão de Constituição e Justiça.

Antes da sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) havia falado sobre o assunto. Na visão de Ratinho, é necessária a modernização da lei neste sentido, apesar de a proposta não ser de autoria do Executivo estadual.

Antes da votação, as bancadas de oposição, do MDB e do PDT encaminharam aos demais parlamentares o voto contrário. Durante o anúncio, o deputado estadual Requião Filho (PDT) teve uma breve discussão com o presidente da Alep, deputado Alexandre Curi (PSD), sob a alegação de que a proposta pode enfraquecer o Legislativo.

Proposta vai para votação em segundo turno

Com a aprovação em primeiro turno, a proposta vai para uma votação em segundo turno, que confirma o estabelecimento de novos critérios de valores de custas judiciais. No segundo turno, emendas devem ser apresentadas para uma nova apreciação da Comissão de Constituição e Justiça e retorno ao plenário.

Ouça

Fonte: CBN/Johan Gaissler

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Dezembro: quais impactos do clima no campo?

A previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta variação nos volumes de chuva no Brasil em dezembro de 2025. Para grande parte da Região Sul, o órgão indica chuva abaixo da média, enquanto diferentes áreas das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste devem registrar volumes acima do padrão histórico.

Na Região Norte, o Inmet prevê volumes de até 50 mm acima da média histórica no centro-sul e centro-norte do Amazonas, no centro-sul de Tocantins, na maior parte do Pará e em praticamente todo o Amapá. O instituto destaca que, no Tocantins e no Amapá, “são previstos volumes até 150 mm acima da média do período”. Em áreas do Acre, oeste do Amazonas e centro-sul do Pará, as chuvas devem ficar abaixo do esperado. Para as demais localidades, o prognóstico aponta volumes próximos da média de dezembro.

Na Região Nordeste, o instituto prevê chuva acima da média na Bahia e no Piauí. Para o restante da região, a projeção é de precipitação dentro da média histórica do mês. Segundo o Inmet, “chuva abaixo da média histórica é prevista apenas para áreas isoladas do norte do Maranhão”.

Na Região Centro-Oeste, o Inmet indica precipitação acima da média em quase todo o estado de Goiás, no oeste do Mato Grosso e no leste do Mato Grosso do Sul. A projeção aponta chuva abaixo da média no centro do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do Sul.

Para a Região Sudeste, a previsão aponta volumes acima da média em Minas Gerais, Rio de Janeiro e grande parte de São Paulo. O Inmet afirma ainda que, no Espírito Santo, a tendência é de chuvas próximas da média histórica do período.

Na Região Sul, a projeção indica acumulados abaixo da média histórica em praticamente todo o território. O Inmet prevê déficit de até 75 mm no oeste do Rio Grande do Sul e redução das chuvas na maior parte de Santa Catarina e no oeste do Paraná.

O instituto também projeta temperaturas acima da média em quase todo o país. Na Região Norte, o Inmet estima desvios positivos de até 1,5 °C, especialmente no sudeste do Pará, onde as temperaturas podem variar entre 25 °C e 32,5 °C. Em áreas como o Amapá, o oeste do Amazonas e o noroeste do Pará, os valores devem permanecer dentro da média ou ligeiramente abaixo.

Na Região Nordeste, as temperaturas devem ficar acima da média, com destaque para o sul do Piauí, onde o desvio pode alcançar 1 °C. Em áreas próximas ao litoral, os valores devem variar entre 25,0 °C e 27,0 °C. Em parte do Rio Grande do Norte, norte da Paraíba e norte do Piauí, o Inmet prevê temperaturas dentro da climatologia do mês.

Na Região Centro-Oeste, devem prevalecer temperaturas médias acima da climatologia, com maiores elevações no norte e leste do Mato Grosso, e no centro do Mato Grosso do Sul. Os desvios podem chegar a 1,5 °C nessas áreas.

Na Região Sudeste, as temperaturas médias podem superar 20 °C, com menores valores no leste de Minas Gerais e maiores elevações no oeste de São Paulo, norte de Minas e Espírito Santo, com desvios de até 1 °C.

Na Região Sul, o Inmet projeta temperaturas dentro da média no centro-oeste do Paraná, na faixa litorânea de Santa Catarina e no sul do Rio Grande do Sul. Nesse período, valores até 1 °C acima da média podem ocorrer no centro de Santa Catarina e em grande parte do Paraná.

Na Região Norte, o Inmet afirma que as temperaturas elevadas, combinadas com precipitações abaixo da média no sudoeste e nordeste do Pará, oeste e centro do Amazonas e oeste do Acre, podem aumentar o risco de déficit hídrico. Segundo o órgão, “a limitação de umidade no solo pode reduzir a taxa de frutificação, o tamanho e o peso dos frutos, além de comprometer a qualidade das amêndoas de cacau”. Já no centro-norte do Amapá, no extremo norte e sul do Amazonas, no Baixo Amazonas e no sudeste do Pará, o excedente de chuva tende a favorecer o desenvolvimento vegetativo e a reposição hídrica.

Na Região Nordeste, a previsão de chuva acima da média associada a temperaturas elevadas tende a favorecer cultivos em desenvolvimento no mês de dezembro, como feijão, milho e fruticultura irrigada. De acordo com o Inmet, “o aumento das chuvas deve assegurar adequado suprimento hídrico”, contribuindo para uniformidade dos grãos e redução de perdas por estresse térmico.

Na Região Centro-Oeste, a combinação de chuvas e temperaturas acima da média tende a favorecer o desenvolvimento de soja e milho da primeira safra, que avançam do estágio vegetativo para o florescimento nas áreas semeadas mais cedo. Porém, o instituto alerta que “em áreas com volume de chuvas abaixo da média, pode haver períodos curtos de restrição hídrica”, especialmente no norte de Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul. O Inmet acrescenta que o cenário pode intensificar a pressão de pragas e doenças foliares.

Na Região Sudeste, o instituto indica que a previsão de chuvas acima da média e temperaturas mais altas tende a favorecer a semeadura e o desenvolvimento inicial de cultivos de verão, como soja, milho e feijão, além de beneficiar culturas perenes como café e cana-de-açúcar devido à reposição de umidade no solo.

Na Região Sul, a previsão de chuvas abaixo da média, associada à elevação das temperaturas, favorece a fase final de desenvolvimento das culturas de inverno e as operações de colheita. O Inmet destaca que a menor umidade reduz a incidência de doenças fúngicas, enquanto as temperaturas mais altas aceleram a maturação dos cultivos de verão.

Fonte e Foto: Agrolink