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Valor da Produção Agropecuária é previsto em R$ 1,249 trilhão para 2023

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2023 está estimado em R$ 1,249 trilhão, valor 5 % maior do que o obtido no ano passado. O resultado é o maior de uma série com início há 34 anos.

O VBP é calculado com base nas informações de safras de fevereiro, divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor das lavouras está previsto em R$ 887,7 bilhões (crescimento de 8,9%) e a pecuária, 361,9 bilhões (retração de 3,4%).

Preços acima da média de anos anteriores e expectativas de boa safra em 2023 trazem contribuição positiva para um grupo amplo de lavouras, com destaque para laranja, cana-de-açúcar, milho e soja. Milho e soja representam 62,0% do VBP das lavouras, e têm participação decisiva nesses resultados. Sua influência também tem sido importante na produtividade de grãos que está sendo prevista com acréscimo de 10%.

No caso do café, algodão e trigo, o comportamento dos preços e os níveis de produção obtidos reduziram o faturamento desse importante grupo de produtos.

A pecuária, que vem passando o terceiro ano com taxas de crescimento negativas, ainda passa por ajustes originados durante a Pandemia do Covid-19, e por redução dos preços internos. Isso tem trazido contrações no VBP de carne bovina e de frango, especialmente.

Os resultados favoráveis principalmente de soja e milho têm contribuído para os ganhos não apenas nos principais estados produtores como os do Centro Oeste e Sul, mas também em vários estados do Nordeste e Norte que também se beneficiam de bons períodos de chuvas.

Fonte: Mapa – Ministério da Agricultura e Pecuária Foto: Divulgação

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IBGE reduz previsão de safra para este ano

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (9) uma nova previsão para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas para este ano. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) realizado em fevereiro deste ano estimou uma produção de 298 milhões de toneladas este ano.

A previsão é 1,3% menor (ou 3,9 milhões de toneladas a menos) do que aquela estimada na pesquisa anterior, de janeiro. A redução deve-se principalmente à estiagem provocada pela La Niña, no Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de grãos do país, de acordo com o IBGE. Apesar disso, a safra deste ano deve ser 13,3% superior (34,9 milhões de toneladas a mais) à observada no ano passado.

O recuo de janeiro para fevereiro deve-se principalmente à redução das previsões nas safras de soja (-1,7% em relação a janeiro), arroz (-2,5%), milho 1ª safra (-2,5%) e milho 2ª safra (-0,4%).

Mesmo com os ajustes na previsão, esperam-se aumentos, em relação a 2022, nas safras de soja (21,3%), milho (10,2%) e algodão herbáceo (1,4%). “A safra [de 298 milhões de toneladas] é recorde na série histórica do IBGE. As produções de soja e de milho também são recorde na série histórica”, afirma o pesquisador do instituto, Carlos Barradas.

Por outro lado, são esperadas quedas nas safras de lavouras como o arroz (-6%) e o trigo (-13,8%).
Em relação a área colhida, o IBGE estima crescimentos, em relação ao ano passado, nos cultivos de soja (4,8%), milho (4,1%) e algodão herbáceo (1,2%). São esperadas quedas nas áreas a serem colhidas nas lavouras de arroz (-5,8%) e de trigo (-2,8%).

Fonte e Foto: Agência Brasil

set196597

Melhores sementes para melhor produtividade

Durante a safra de 2021/22 o Brasil registrou a maior produção de trigo da história, com 7,7 milhões de toneladas do cereal. Números que são considerados importantes, mas a produção poderia ter sido ainda melhor, não fosse a falta de chuvas em alguns estados da região Sul. No Paraná, por exemplo, foram quase dois meses de seca, o que sem dúvidas acarretou prejuízos para os produtores.

Diante disso o planejamento do plantio com destaque para escolha da semente acaba sendo um fator primordial para garantir resultados positivos.

A escolha da cultivar que mais se encaixa às necessidades da propriedade precisa levar em consideração a situação climática e de solo. Existe uma infinidade de sementes que resistem bem à escassez de água. Com ajuda técnica escolha cultivares de trigo com ciclo superprecoce, que apresentam alto potencial produtivo, que sejam de rápido desenvolvimento inicial.

O mercado possui ofertas de qualidade. Separamos para você uma espécie indicada pela Embrapa, A cultivar de Trigo BRS Belajoia que é uma cultivar de ciclo precoce, indicado para as condições de plantio nos estados RS e SC, que apresenta o melhor pacote fitossanitário dispovivel no mercado. O tipo de semente é indicado também porque proporciona redução de custos no controle de doenças. Com resistência, por exemplo ao oídio e ao vírus do mosaico do trigo; além tolerância ao complexo de manchas, ferrugem da folha, septoriose e vírus do nanismo amarelo da cevada.

Segundo a Embrapa, a semente possui características diferenciadas de tipo de planta de porte baixo, tem total tolerância ao acamamento e excelente perfilhamento.

Fonte: Agrolink/Mônica Vieira, com revisão de Aline Merladete Foto: Divulgação

set195812

Cotações do café oscilam no Brasil

As cotações domésticas do café arábica oscilaram ao longo da última semana, mas as baixas predominaram. Segundo dados do Cepea, os valores foram influenciados por movimentos externos e pela retração de agentes do spot nacional. Já para a robusta, produtores seguram seus estoques, enquanto compradores se mantêm retraídos.

Conforme divulgado pelo Cepea. esse cenário, atrelado a notícias indicando crescimento na oferta de robusta no Vietnã, pressionou as cotações da variedade no Brasil. De acordo com colaboradores do Cepea, os produtores seguem atentos ao clima no campo. Mesmo que a chuva tenha se reduzido em algumas regiões, as previsões apontam novas precipitações nos próximos dias para São Paulo e Minas Gerais.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

set195922

Brasil caminha para liderar exportações de milho em 2023

A Embrapa apresentou durante a 43ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo, do Ministério da Agricultura e Pecuária, análise sobre genética e genômica de milho e inovações tecnológicas para o mercado de sementes do cereal. De acordo com Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, “os temas demonstraram, pelos dados e considerações apresentadas, os desafios e as contribuições da ciência com propósito, associada ao empreendedorismo de utilidade, perpassando o marco legal vigente e perspectivas”. “Basicamente, buscou-se analisar a integração da ciência e tecnologia para os arranjos produtivos e a dinâmica do mercado, pautado em ciência, dados e evidências”, disse.

Por parte da Embrapa, foram analisados os dados sobre as cultivares de milho registradas no Brasil, por background genético e inserções biotecnológicas, indicando as empresas obtentoras e/ou mantenedoras desses materiais, além de enfoques atualizados sobre o levantamento de cultivares para a safra 2022/2023 e o evento transgênico BTMAX. A reunião, realizada no último dia 7 de março, foi conduzida pelo empresário agrícola e presidente da Câmara Setorial, Sérgio Luiz Bortolozo, que reconheceu a importância da Embrapa no desenvolvimento do agronegócio no País. “A Embrapa tem feito um trabalho heroico. Todas as vezes que solicitamos uma missão à instituição, ela nos atende com eficácia. Hoje, temos tecnologia tropical e condições para sermos ainda mais competitivos”, disse.

“Quando ouvimos expectativas de mais produção e mais produtividade, de forma sustentável, enxergamos como um forte compromisso com a ciência brasileira”, enfatizou Frederico Durães, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo. Segundo Durães, 95 empresas – sendo 12 públicas e 83 privadas – requereram registro de 6.600 cultivares de milho, “com background e características diferentes, no pós Lei de Proteção de Cultivares (LPC Nº 9.456/97)”. “É um mercado competitivo, concentrado e significativamente de interesse para os segmentos da cadeia de valor do milho brasileiro, incluindo o produtor e a agricultura tropical”, enfatizou o chefe-geral. “Esta é uma temática que requer uma atenção dedicada de políticas públicas. Porquanto, observam-se exemplos de empresas obtentoras que estão contribuindo e podem ampliar sua parcela de participação tecnológica e nos novos contextos de expansão do Brasil na agenda de oferta de alimentos de qualidade e de segurança alimentar mundial”, enfatizou.

Segundo o pesquisador Emerson Borghi, da Embrapa Milho e Sorgo, 98 novas cultivares de milho – sendo 70 de ciclo precoce e 25 superprecoces – foram disponibilizadas pelas empresas de sementes para a safra 2022/2023, “evidenciando a importância da segunda safra”. Dessas 98 novas cultivares, 78 materiais estão posicionados para produtores de alto nível tecnológico. “Novos eventos transgênicos são lançados a cada ano no Brasil, demonstrando que as empresas estão buscando soluções como resistência às principais lagartas que atacam a cultura do milho, cultivares com tolerância ao déficit hídrico e tolerância às doenças, visando assim proporcionar maiores índices de produtividades para os agricultores, relatou.

Milho transgênico totalmente desenvolvido no Brasil

O evento transgênico de milho BTMAX, que apresenta alta eficácia contra a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), considerada a principal praga da cultura do milho, e a broca-da-cana (Diatraea saccharalis), foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Newton Portilho Carneiro, líder do projeto desenvolvido em parceria com a Helix, empresa do grupo Agroceres. O BTMAX é um produto tecnológico resultante de uma parceria público-privada 100% nacional entre as duas empresas, cujo evento técnico-científico (EH913) foi aprovado por unanimidade pela CTNBio em junho de 2022. “Atualmente três empresas multinacionais concentram genes para o controle da lagarta-do-cartucho. Com o BTMAX, Embrapa e Helix, duas empresas nacionais, entram definitivamente no seleto rol de empresas de conhecimento disruptivo para sementes de milho”, disse. “Este é um caso diferenciado, de integração da ciência, da tecnologia e das práticas de mercado, que interessa ao Brasil, e que tem forte capacidade de inclusão socioprodutiva e de produtividade com sustentabilidade”, completou Frederico Durães.

Para Urbano Ribeiral Júnior, diretor financeiro do grupo Agroceres, o diferencial do BTMAX é o uso da própria biodiversidade brasileira para controlar pragas desse mesmo ecossistema. “O BTMAX está entre as melhores tecnologias existentes hoje no mercado, nascida do solo brasileiro, e resultado de uma parceria público-privada genuinamente nacional”, destacou. O processo de regulamentação da tecnologia já foi iniciado em outros países. Ainda segundo Ribeiral, o objetivo é disponibilizar a tecnologia ao agricultor brasileiro o mais rápido possível.

Projeções de safra e exportações

Allan Silveira dos Santos, superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, apresentou as perspectivas da primeira e da segunda safra de milho 2022/2023. Segundo ele, a safra de verão do cereal deve ter incremento de produção de 5,7% em relação ao último ciclo, com aumento de produtividade de 9,5% e redução de 0,4% em área. A segunda safra acompanha a mesma eficiência produtiva, com aumento de 6,6% em produtividade e incremento de 10,6% na produção. “Em relação à oferta, temos perspectiva de boa produção no Brasil e recuperação da produção nos Estados Unidos. A Argentina já apresenta perdas consolidadas e a Ucrânia apresenta produção bem abaixo do potencial. Sobre a demanda, o consumo se mantém firme no Brasil e apresenta estimativa de queda no mundo em função dos preços altos. Entretanto, a demanda pelo milho brasileiro deve se manter alta devido à baixa disponibilidade do produto no mercado internacional”, prevê.

O engenheiro agrônomo Wallas Ferreira, da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), apresentou um panorama das exportações de milho no período 2022/2023. De acordo com ele, o Brasil poderá ocupar a posição de líder mundial nas exportações do cereal em 2023, ultrapassando os Estados Unidos, atingindo a marca de 50 milhões de toneladas destinadas ao mercado externo. A estimativa do Departamento de Agricultura do país americano é de 48,897 milhões de toneladas exportadas, com queda também na produção neste ano: 349 milhões de toneladas contra 383 milhões de toneladas em 2022.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, enfatizou a necessidade de o Brasil produzir mais milho, atendendo todas as cadeias produtivas, que devem trabalhar de forma conjunta para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. “O Brasil precisa e tem condições de produzir mais milho, tanto na primeira quanto na segunda safra, para os mercados mundial e doméstico”, disse. Visão similar foi externada pelo presidente-executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco. A expectativa é que o Brasil produza seis bilhões de litros de etanol de milho na safra 2023/2024, com aumento de 36,7% em relação ao último período produtivo. Atualmente, o setor de bioetanol de milho consome aproximadamente 14 milhões de toneladas do cereal e a meta para 2030, segundo ele, é de chegar a cerca de 26 milhões de toneladas.

A próxima reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo será no dia 22 de junho deste ano. Acompanhe a agenda.

Fonte: Embrapa Foto: Divulgação

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“Desastre”, dizem transportadores de cargas sobre interdição da BR-277

A interdição da BR-277 em pleno período de pico do escoamento da safra foi classificada como um “desastre” pela Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná). A rodovia foi completamente bloqueada nesta quarta-feira (8), no sentido Paranaguá, após o surgimento de uma fenda no km 33, em Morretes, no litoral.

Geólogos do DNIT condenaram o trecho após avaliar que o afundamento do pavimento é irrecuperável. Portanto, a BR-277 permanecerá interditada até a reconstrução completa do local. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), um desvio operacional será instalado no trecho. Por um período indeterminado, na região do km 33, as pistas sentidos Curitiba serão transformadas em mão dupla, atendendo provisoriamente as duas direções de fluxo. Em um primeiro momento, caminhões não serão permitidos.

A orientação inicial é que veículos pesados façam o desvio pela BR-376 e atravessem a Baía de Guaratuba pelo ferry-boat. Dessa forma, eles devem seguir até Matinhos e usar a PR-508 para retornar à BR-277 e acessarem o Porto de Paranaguá. O problema é que as balsas têm uma limitação de 26 toneladas, muito abaixo do que transportam os caminhões carregados com grãos.
Para o presidente da Fetranspar, Sérgio Luiz Malucelli, o desvio é inconcebível.

O representante das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná está em Brasília, onde se reúne com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para debater a situação das rodovias paranaenses. Na avaliação de Malucelli, as estradas federais e estaduais que compunham o Anel de Integração estão abandonadas desde o fim dos antigos contratos de concessão, que venceram em novembro de 2021.

Segundo o Ministério dos Transportes, o pico do escoamento da safra 2022/2023 é esperado entre os meses de março e abril. O relatório mensal do Deral (Departamento de Economia Rural), referente ao mês de fevereiro, aponta que o Paraná se prepara para colher “uma das maiores, senão a maior, safra de soja da história”.

A produção estimada se aproxima de 21 milhões de toneladas. Além disso, a colheita da primeira safra do feijão já está 95% concluída e os produtores avançam com o plantio da segunda safra do milho.
Em nota, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) informou que realiza um trabalho de sinalização para poder abrir o desvio por uma das faixas da BR-277 que, originalmente, opera no sentido Curitiba.
O DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) informou que disponibilizou equipe de Operação de Tráfego Rodoviário e que aguarda mais informações do DNIT, que é o responsável pela BR-277.

Ouça

Fonte: BandNews/Angelo Sfair Foto: Divulgação

set196140

Exportações do Paraná aumentam 9% no primeiro bimestre de 2023

As exportações do Paraná cresceram 9% no acumulado de janeiro e fevereiro em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), publicado nesta quarta-feira (8). No primeiro bimestre deste ano o estado vendeu mais de três bilhões de dólares para o exterior.

Nestes dois meses, dos cinco produtos mais exportados pelo Paraná, quatro tiveram aumento nas vendas. A carne de frango, com aumento de 21%, o farelo de soja, com crescimento de 50% e cereais e óleo de soja bruto, cada um que tiveram mais que o triplo de vendas em comparação com 2022.

Entre os produtos industrializados, quatro tiveram aumentos expressivos nas exportações. Foram os automóveis, as máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração, veículos de carga e autopeças.

O Paraná exportou para 190 países em janeiro e fevereiro. A lista dos maiores compradores do Estado no bimestre é liderada, nesta ordem, pela China, Estados Unidos, Argentina, Japão, México, Chile, Holanda, Colômbia, Índia e Paraguai.

A China segue isolada como maior importador do Paraná, com mais de trezentos e onze milhões dólares em compras. Na segunda posição está os Estados Unidos e atrás dele a Argentina.

Fonte: CBN Foto: Divulgação

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Atualização da Legislação de Sementes

A atualização sobre a Legislação de Sementes é realizada pela Apasem e Fundação Pró-Sementes, com apoio institucional da Abrasem. O curso acontecerá em Londrina, nos dias 29 e 30 de março e será ministrado pelo Dr. Jonas Farias Pinto, Gerente de Certificação da Fundação Pró-Sementes. Inscreva-se.

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O que esperar do mercado da soja?

O clima volta a ser o fator mais acompanhado pelo mercado agora que se aproxima da safra norte-americana. As chances de ocorrer o evento El Niño no mês de junho, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), é de 55%, e o El Niño traz condições mais secas e quentes para os Estados Unidos. Para o Brasil, o evento traz temperaturas mais amenas durante o inverno, uma redução drástica das chuvas no nordeste, e um aumento significativo de chuvas no sul.

Conforne a análise do especialista Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, pelo cenário desenhado em relação à exportação de farelo de soja, espera-se que esse derivado da oleaginosa siga se sustentando em alta, e por consequência dificultando fortes quedas no preço do grão de soja. Com isso, a expectativa é de um mercado trabalhando nos mesmos patamares atuais.

Também haverá a divulgação do relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE) na próxima quarta-feira. O relatório possivelmente irá trazer mais uma queda na expectativa de produção argentina, provocada pelas instabilidades climáticas e uma possível redução de expectativa de produção brasileira. Para a moeda norte-americana, o cenário esperado é de alta volatilidade até a divulgação do relatório Payroll (taxa de empregos não agrícolas nos EUA) que será divulgado na próxima sexta-feira (10/03). Questões internas do Brasil tendem a trazer valorização na moeda americana, mas o mercado segue atento a qualquer fator que possa reverter essa tendência de alta.

Diante desses fatores, há uma expectativa de que a soja brasileira tenha uma semana com tendência de alta nas cotações, prevalecendo a alta do dólar e a redução de oferta da Argentina.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Boletim do IDR-Paraná mostra situação das lavouras após excesso de chuvas em fevereiro

Fevereiro de 2023 foi marcado por muita chuva em todo o Paraná, com média estadual de precipitação de 256,4 mm, sendo que a média histórica é 167,7 mm no mês, informa o Boletim Agrometeorológico do Instituto de Desenvolvimento Rural-Iapar-Emater (IDR-PR), divulgado nesta segunda-feira (06). Dados do Setor de Agrometeorologia do Instituto mostram que a precipitação registrada em Guaíra chegou a 460,6 mm. Somente em locais pontuais no Estado, como em Curitiba e Paranaguá, as chuvas ficaram abaixo da média histórica. As temperaturas, consequentemente, foram mais amenas.

As culturas agrícolas tiveram um bom desenvolvimento, exceto nas regiões Oeste e Sudoeste, onde se registrou muito calor e precipitações escassas e irregulares. Na soja, de uma forma geral, a persistência e ininterrupção de chuvas longo do mês impediram que fossem realizados tratos culturais como controle fitossanitário e colheita em muitas áreas do Estado. A colheita do milho primeira safra foi bastante lenta devido às chuvas contínuas. Já o milho da segunda safra teve condição de germinação excelente. As chuvas contínuas prejudicaram as colheitas de algumas frutas, como a uva e laranja.

As regiões Oeste, Norte e Noroeste do Paraná destacaram-se com quantitativos de chuva muito acima da média histórica. Isso ocorreu devido às intensas e constantes atuações da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e Sistemas de Baixa Pressão que se formam no Paraguai e Argentina ao longo do mês. Tais sistemas ingressam e avançam pelo Paraná pelas regiões Oeste, Noroeste e Norte.

Além do alto quantitativo pluviométrico no Estado, observou-se chuvas constantes ao longo do mês. Em Paranaguá, por exemplo, foram apenas dois dias sem chuva. O máximo de dias sem chuva ocorreu em Foz do Iguaçu (16 dias). Em média, o Paraná ficou apenas nove dias sem registrar precipitação, o que corresponde a 19 dias com chuva.

Temperatura

Em decorrência das chuvas constantes e abundantes, as temperaturas de fevereiro foram bastante amenas, especialmente as máximas, com valores abaixo das médias em todo o Estado. Em Paranavaí, por exemplo, a média histórica da temperatura máxima do segundo mês do ano é 31,9°C e em fevereiro de 2023 registrou 29°C, ficando 2,9°C abaixo do esperado para o mês. Na média, a temperatura máxima do mês de fevereiro no Paraná foi 28,2°C, enquanto que a média histórica é 30°C.
Quanto às temperaturas mínimas, na grande maioria dos munícipios registrou-se valores abaixo da normal climatológica. Em Foz do Iguaçu a média da mínima registrada em fevereiro foi 19,1°C, permanecendo 2,4°C abaixo do esperado, que é 21,5°C. Na média, a temperatura mínima do mês de fevereiro no Paraná foi 18,1°C, enquanto que a média histórica é 19,1°C, permanecendo 1°C abaixo da normal climatológica.

Confira os efeitos do clima de fevereiro sobre as principais culturas:

SOJA – As chuvas no início do mês favoreceram a cultura, no entanto a persistência e ininterrupção das precipitações ao longo do mês impediu que fossem realizados tratos culturais como controle fitossanitário e colheita em muitas áreas do Estado. Assim, algumas lavouras poderão ter redução no potencial produtivo e qualidade dos grãos. Porém, no final do mês a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) classificou as lavouras do Paraná com 85% apresentando boas condições de desenvolvimento, 12% média e 3% ruim. Até o final do mês tinha sido colhida 17% da safra do Estado.

MILHO 1ª SAFRA – A colheita do milho primeira safra foi bastante lenta devido às chuvas contínuas. De acordo com a SEAB, estima-se que 83% apresentaram boas condições de desenvolvimento, 16% média e 1% ruim. Até o final do mês havia sido colhida 26% da safra do Paraná.

MILHO 2ª SAFRA – Deu-se continuidade na semeadura do milho segunda safra e, de maneira geral, as condições de germinação e desenvolvimento inicial da cultura foram excelentes. No entanto, o avanço da semeadura foi muito lento devido às chuvas contínuas. Grande parte dos produtores não conseguiu realizar o plantio, mesmo porque as chuvas impediram a colheita da soja. No final do mês 26% da safra do Paraná tinha sido semeada.

FEIJÃO 1ª SAFRA – Até o final do mês 95% da safra do Paraná haviam sido colhidos. De acordo com a SEAB, 69% das áreas cultivadas com feijão 1ª safra estavam em boa condição e 31% em condição média. Assim, a grande maioria dos grãos apresentaram boa qualidade e produtividade, com destaque para as lavouras mais tardias, implantadas a partir da segunda quinzena de outubro, devido à ocorrência de um clima mais propício à cultura do feijão.

FEIJÃO 2ª SAFRA – Houve prosseguimento na semeadura do feijão 2ª safra e até o final de fevereiro, 70% da cultura foi semeada no Paraná, segundo a SEAB. A germinação e o desenvolvimento vegetativo foram excelentes devido às precipitações abundantes.

FRUTICULTURA – As chuvas contínuas prejudicaram as colheitas de algumas frutas, como a uva e laranja.

CAFÉ – Os cafeeiros em geral apresentaram bom desenvolvimento e foram beneficiados pelas condições climáticas. Durante o mês de fevereiro a grande maioria estava na fase de frutificação.

OLERÍCOLAS – As hortaliças folhosas cultivadas em céu aberto sofreram com o excesso de chuva registrado em fevereiro.

PASTAGENS – As chuvas abundantes favoreceram as pastagens, as quais apresentaram um excelente desenvolvimento vegetativo.
MANANCIAIS HÍDRICOS – Os rios, represas e córregos registraram níveis acima da normalidade.

Fonte: AEN Foto: IDR Paraná