O Paraná recebe, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, a 10ª edição do Seed Congress of the Americas, promovido pela Seed Association of the Americas (SAA), em parceria com a Abrasem. O Estado tem papel estratégico na produção de sementes
O Paraná será o centro das atenções do setor de sementes em 2025. Entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, a cidade de Foz do Iguaçu sedia o Congresso de Sementes das Américas – 10º Seed Congress of the Americas, evento que reunirá representantes da América do Norte, Central e do Sul, além de participantes da Europa e da Ásia. O encontro é promovido pela Seed Association of the Americas (SAA), em parceria com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem).
Com o tema “Promovendo o Negócio de Sementes nas Américas”, o Congresso contempla uma rica programação voltada para a troca de informações, apresentação de cases e inovação. São sessões plenárias e espaço dedicado a painéis especializados sobre os principais temas atualmente para o setor de sementes, como regulamentações, tecnologias, comércio e sustentabilidade. A expectativa é reunir produtores de sementes, instituições ligadas ao setor e ao agronegócio como um todo, pesquisadores, integrantes de equipes técnicas, representantes governamentais e estudantes, entre outros.
Complementando o conhecimento técnico, haverá ainda feira comercial e mesas-redondas de negócios. A organização estima que 55% dos participantes do 10º Congresso de Sementes das Américas sejam brasileiros e 45%, estrangeiros, vindos especialmente de países do Mercosul e dos Estados Unidos. Também estão confirmados representantes da Colômbia, Equador, Canadá e Chile.
Com isso, o conhecimento de iniciativas e experiências em outros países será estimulado, favorecendo a adoção de novidades em cada uma das regiões dos participantes do Congresso, visando à evolução do segmento como um todo.
“É de extrema importância o Brasil receber um evento internacional, um dos mais importantes no mundo do segmento da cadeia do negócio de sementes. Para nós, a vinda da SAA para o Brasil, com o 10º Congresso de Sementes das Américas, significa uma oportunidade única de tratarmos de assuntos como planejamento, marco regulatório, novas tecnologias e inovação, com exemplo de todo o mundo, na área e nos negócios do setor sementeiro”, analisa Paulo Pinto, presidente do Conselho de Administração da Abrasem e vice-presidente da Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas (Apasem).
Ainda de acordo com ele, um evento internacional desse porte representa uma chance relevante de mostrar a pujança do agronegócio brasileiro e o destaque do país no cenário global, especialmente a forma como o Brasil transformou a agricultura tropical em uma potência moderna, que alimenta boa parte de todo o mundo.
Programação: edição gênica como um dos principais temas
Em entrevista à Revista da Apasem, Diego Risso, diretor-executivo da SAA, afirmou que a maior parte da programação do Congresso está voltada às demandas e oportunidades das Américas. Entretanto, o encontro também trará análises sobre o mercado global, com destaque para a Europa, um dos principais destinos de exportação de sementes da região. “Isso é importante porque o continente europeu é um mercado de exportação muito relevante para nós. Queremos compreender todo o sistema regulatório de lá para poder cumprir suas normas e, assim, exportar”, disse.
Diego Risso revela que os temas do Congresso deste ano estão fortemente ligados ao negócio de sementes. Isso inclui biotecnologia e tratamentos associados, fazendo parte de um pacote tecnológico com várias camadas, todas voltadas para gerar resultados para o produtor de sementes e, consequentemente, para o agronegócio como um todo.
Dentro desse contexto, a edição gênica aparece como destaque. “Essa é uma área na qual a América Latina, especialmente o Mercosul, é líder mundial em termos de marcos regulatórios já aprovados e funcionando.
Empresas e instituições de pesquisa, como a Embrapa e universidades, já podem apresentar aos órgãos competentes variedades vegetais editadas geneticamente e, no curto prazo, muitos produtores da região terão acesso a essas tecnologias.
No Congresso, vamos tratar não só das regras e normas, mas também das tecnologias, seus benefícios e os rumos da pesquisa”, aponta.
Paralelamente, grupos de trabalho discutirão temas como tratamento de sementes, propriedade intelectual, biotecnologia, fitossanidade e regulação. Por sinal, o presidente executivo da Abrasem, Ronaldo Troncha, salienta a conquista da organização do evento em reunir, de maneira anexa ao Congresso, os representantes de Ministérios da Agricultura dos países do Mercosul e das Américas. O objetivo é discutir legislação relacionada às sementes, como um todo.
O 10º Seed Congress of the Americas será o espaço para uma reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) com representantes de diferentes países, focando nessa área. Esta será a oportunidade para buscar avanços na legislação relacionada às sementes, o que abrange produção e comercialização, assim como a adoção de novas tecnologias e a consolidação de outras evoluções para o segmento. “A questão da edição gênica e a modernização do sistema como um todo é de fundamental importância para todos nós”, lembra Troncha.
Paulo Pinto ainda comenta que o Congresso vai permitir acesso a essas informações, debates sobre marcos regulatórios e avanço de tecnologias como a edição genética, o que deve favorecer um alinhamento global a respeito desse tema e garantir mais segurança para o negócio como um todo. “São muitas tecnologias novas que estão vindo e é preciso estarmos atentos para acompanhar todo esse desenvolvimento, que tem, inclusive, um grande destaque por parte do Brasil”, analisa.
Revista Apasem/Joyce Carvalho
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