set205328

Governo ajusta distribuição de limites equalizáveis do Plano Safra 2022/2023

O Ministério da Fazenda publicou nessa quarta-feira (24/05) a Portaria Nº 446, para ajustar a distribuição de Limites Equalizáveis no Plano Safra 2022/2023. O ato altera a Portaria Nº 6.454, de 19 de julho 2022, que autorizou o pagamento de equalização de taxas de juros em financiamentos rurais concedidos no âmbito do Plano Safra 2022/2023, que se encerra em 30 de junho deste ano.

Bancos contemplados – Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa foram os bancos contemplados pelo ajuste dos limites definidos nessa quarta-feira.

Reforço – O governo federal destinou mais R$ 200 milhões para reforçar o Plano Safra 2022/2023, que ainda está em vigor. Segundo a portaria do Ministério do Planejamento e Orçamento publicada no dia 11 de maio, serão alocados R$ 89,1 milhões para operações de custeio agropecuário e R$ 110,8 milhões para investimentos.

Equalização – Os recursos suplementares deverão permitir a equalização de cerca de R$ 7,429 bilhões para aplicação em programas de financiamento do Moderfrota, irrigação e demais investimentos e custeio no âmbito do Pronamp. (Mapa).

Fonte e foto – Sistema Ocepar

set204780

Mercado reduz previsão da inflação de 6,03% para 5,8%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 6,03% para 5,8% este ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (22), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em abril, influenciado pelo aumento dos preços de remédios, o IPCA ficou em 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 1,02% para 1,2%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,3%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.

A previsão para a cotação do dólar está em R$ 5,15 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,20.

Fonte: Agência Brasil Foto: Divulgação

set204831

Paraná deve colher 3,1 milhões de toneladas de mandioca em 2023

A produção de mandioca paranaense na safra 2022/23 deve ter aumento de 15%, alcançando 3,1 milhões de toneladas. A estimativa faz parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária, preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), referente à semana de 12 a 18 de maio.

Além da produção, a área plantada foi ampliada em 11%, passando de 123 mil hectares para 136 mil hectares. No período 2021/22, a produção paranaense de mandioca tinha sido de 2,7 milhões de toneladas, uma queda de 10% em relação ao ciclo anterior.

As condições climáticas têm sido favoráveis ao trabalho de colheita. No campo, os produtores já retiraram a mandioca de 30% da área e obtiveram 964 mil toneladas, o que representa produtividade média de 24,9 mil quilos por hectare.

Com maior oferta na atual safra, os preços começam a apresentar acentuada redução depois da alta até fevereiro, quando a tonelada da raiz chegou a R$ 1.112,00. Na metade de maio foi comercializada, em média, por R$ 783,00, queda de 30% em período curto de tempo.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Divulgação

set204927

ABRASS realiza visita cortesia ao senador relator do Projeto de Lei n. 947/22

O presidente da ABRASS, Gladir Tomazelli acompanhado do superintendente Executivo, Osli Barreto, representando o setor de multiplicação de sementes de soja esteve ao gabinete do senador Angelo Coronel (PSD/BA) para fazer um agradecimento especial pelo brilhante parecer favorável ao PL 947/22 na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

O Projeto de autoria do deputado Sérgio Souza (MDB/PR) foi aprovado na CAE com a relatoria do senador.

Na oportunidade o presidente da associação destacou para o senador a importância do PL 947 que regulamenta a dedutibilidade de royalties sobre tecnologia de sementes, garantindo a segurança jurídica para os multiplicadores de sementes de soja.

Fonte e Foto: Abrass

set204626

AgroBrasília inicia nesta terça-feira

A AgroBrasília é uma feira de tecnologia e negócios voltada para empreendedores rurais de diversos portes e segmentos. Realizada pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (COOPA-DF), ela serve como vitrine de novas tecnologias para o agronegócio e tem um cenário de referência em debates, palestras, cursos sobre diversos temas relacionados ao próprio setor produtivo. A entrada do evento é gratuita e inicia nesta terça-feira (23) e se estende até sábado (27).

Em um espaço de 500 mil m², a feira vai reunir parte do ecossistema de inovação e trazer muita informação sobre diversas ferramentas desenvolvidas e em desenvolvimento para aplicação no agronegócio. Com 520 expositores, a expectativa da organização é superar os negócios da última edição, que chegou a R$ 4,6 bilhões em faturamento.

Novas tecnologias para a agricultura digital e de precisão serão o destaque do Pavilhão de Inovação que a AgroBrasília organiza em 2023. Na Feira, que ocorre de 23 a 27 de maio, o espaço vai reunir parte do ecossistema de inovação e trazer muita informação sobre diversas ferramentas desenvolvidas e em desenvolvimento para aplicação no agronegócio.

O presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), José Guilherme Brenner, fala que a iniciativa visa atender à constante demanda por inovação dos produtores da região de abrangência da AgroBrasília. “No Cerrado se desenvolve atividade agropecuária de intensa tecnificação e o produtor tem um perfil muito dinâmico. Entendemos ainda que a evolução tecnológica, que depende de inovação, é o fator que irá garantir mais produtividade e sustentabilidade para o agro, com alimentos mais saudáveis e acessíveis para a população e mais renda para o produtor”.

Dez startups participam do pavilhão. Cinco delas são do CNA Hub, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, e outras têm projetos vinculados à Universidade de Brasília. A maioria está sediada no Distrito Federal e uma em São Paulo. As agtechs atuam nas áreas de fertilização, adubação, IoT (Internet das Coisas), conectividade e mobilidade. “Esperamos que passem pelo espaço produtores rurais, as atuais e as futuras gerações, empreendedores do setor, estudantes”, afirma o gestor de Startup e TIC do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal (Sebrae/DF), Johann Bischof. Além da instituição, o Instituto Eldorado é parceiro da Feira na organização do pavilhão.

A entrada do evento é gratuita

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

set204253

Trigo tem menor relação estoque-demanda global desde 2014/15

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou suas estimativas de oferta e demanda agrícola mundial para 2023/24, prevendo um ano turbulento para a indústria global de trigo. As perspectivas gerais indicam uma interação interessante de aumento da produção em um cenário de menor oferta, comércio, consumo e estoques finais em comparação com o ano anterior.

A produção global de trigo deve atingir um recorde de 789,8 milhões de toneladas, um aumento modesto de 1,5 milhão de toneladas em relação a 2022/23. Esse aumento é atribuído principalmente a safras maiores na Argentina, Canadá, China, União Européia e Índia, que conseguiram contrabalançar quedas notáveis na Austrália, Rússia, Ucrânia e Cazaquistão.

Espera-se que a Argentina assuma a liderança no aumento da produção à medida que o país se recupera de uma seca devastadora, enquanto o Canadá deve colher colheitas quase recordes devido à expansão das áreas de plantio. A UE também antecipa um aumento da produção, graças às chuvas acima da média que beneficiam quase todos os países membros, com exceção de Espanha e Portugal.

No entanto, nem todos os produtores de trigo compartilham essa previsão otimista. A Austrália, após três safras recordes consecutivas, está se preparando para uma queda substancial na produção devido ao retorno dos rendimentos aos níveis médios. Simultaneamente, a Rússia prevê rendimentos menores e áreas reduzidas em relação ao recorde do ano passado, enquanto a produção da Ucrânia deve cair 21%, principalmente devido ao conflito em andamento com a Rússia.https://www.agrolink.com.br/agrotempo?utm_source=agrolink-detalhe-noticia&utm_medium=detalhe-noticia&utm_campaign=links-internos

Pelo lado do consumo, espera-se uma queda de 3,0 milhões de toneladas, caindo para 791,7 milhões de toneladas. O principal fator por trás disso é a redução do uso de ração e resíduo de trigo, já que maiores suprimentos de grãos para ração em 2023/24 tornam o trigo menos competitivo. Os países mais afetados por essa redução são Ucrânia, Índia, Rússia e China.

O comércio global de trigo também deve sofrer uma queda, com uma queda prevista de 5,5 milhões de toneladas a partir de 2022/23, elevando o total para 209,7 milhões de toneladas. Prevê-se que a Rússia mantenha sua posição como o maior exportador, seguida pela UE, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Argentina. No entanto, espera-se que as reduções nas exportações da Austrália, Índia e Ucrânia superem os aumentos da Argentina, UE e Rússia.

Olhando para os estoques de final de ano, o USDA prevê uma queda de 1,9 milhão de toneladas para 264,3 milhões. Isso representaria a menor relação estoque-uso global desde 2014/15, uma tendência preocupante para o mercado global de trigo. O mais impressionante é que mais da metade desses estoques globais devem ser mantidos na China.

Enquanto a produção de trigo continua a crescer, os desafios potenciais de menor consumo, comércio e estoques destacam um ano complexo pela frente para a indústria global de trigo. Equilibrar esses fatores contrastantes será crucial para manter a estabilidade no mercado mundial de trigo em 2023/24.
Boletim elaborado pela equipe Agrotempo*

Fonte: Agrolink/Seane Lennon Foto: Divulgação

set204362

Exportações paranaenses apresentam crescimento em 2023

As exportações paranaenses em abril cresceram 7% em relação a abril do ano passado, somando US$ 2,1 bilhões, segundo informações fornecidas pela Secretaria de Comércio Exterior, do Governo Federal (Secex). Os dados foram confirmados pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) nesta terça-feira (16).

No acumulado do ano, o total de mercadorias e serviços vendidos no mercado externo já cresceu 11%, totalizando US$ 7,3 bilhões em receitas cambiais. Este é o melhor desempenho para abril na série histórica, que começou a ser divulgada em 1997. O resultado do quadrimestre também é o melhor em 26 anos. Com esta performance, o Paraná figura como o quarto estado no ranking nacional do mês, representando 7,7% de tudo que o Brasil vendeu para fora. No Sul, responde por 45% das vendas internacionais, sendo o maior exportador da região.

O valor das importações do mês caiu 16% em relação ao mesmo mês do ano anterior, com US$ 1,5 bilhão adquiridos. Em relação ao acumulado do ano, há uma mesma tendência de queda. Até abril, o valor total das compras de mercadorias e serviços realizadas pelo Paraná retraíram 7%, somando US$ 6 bilhões. O estado é o quarto maior importador nacional, mas o segundo da região Sul, ficando atrás de Santa Catarina, com 32% do total comprado de fora.

Com isso, o saldo da balança comercial do Paraná em abril ficou em US$ 636 milhões. No ano, o superávit chega a US$ 1,3 bilhão.
Quase 74% das vendas externas paranaenses do mês estão concentradas em cinco grupos de produto: soja (41%), carnes (16%), material de transporte (8%), madeira (5%) e produtos químicos (3%). Já entre os mais comprados pelo Paraná em abril, 77% correspondem a cinco itens: produtos químicos (28%), petróleo (17%), material de transporte (15%), mecânica (11%) e materiais elétricos e eletrônicos (6%).

No ano, soja também lidera as vendas externas, seguida por carnes, material de transporte, cereais, madeira e mecânica. Os mais comprados são produtos químicos, petróleo, material de transporte, mecânica e materiais elétricos e eletrônicos.

Fonte e Foto: CBN, Com informações da Fiep

set204452

Tecnologia que otimiza uso de máquinas agrícolas reduz custos no campo e se aplica a estradas

A ideia de ajudar o agricultor a produzir mais alimentos com menos custos rendeu frutos a uma startup de Curitiba focada em tecnologia para o agronegócio. A empresa criou uma solução que usa internet das coisas (IoT) para fazer um raio-x de máquinas agrícolas e gerenciar as necessidades de manutenção dos equipamentos. Os resultados alcançados no campo foram tão promissores que a tecnologia passou a ser aplicada a caminhões e usada para otimizar a manutenção de estradas rurais.

O dispositivo desenvolvido pela IoTAG, empresa que nasceu em 2018 na capital paranaense, tem patente brasileira e alcança mais de mil unidades em funcionamento, inclusive internacionalmente. Um equipamento eletrônico que é acoplado ao conector de energia da colheitadeira ou trator, por exemplo, e que envia informações via internet com os dados do maquinário para um software. “Focamos em dados de manutenção da máquina, alarmes, se precisa revisão, consumo de combustível, entre outros”, explica o CEO da startup, Jorge Leal.

Com os dados em mãos, o gerenciamento das manutenções fica mais fácil. E máquinas bem mantidas significam menos custos. “Você passa a descobrir a saúde da máquina antes que ela quebre”, afirma Leal. Usando técnicas de inteligência artificial, o monitoramento é feito a partir da coleta de um grande volume de dados das máquinas, que são transformados em informações palpáveis para os gestores. “O dono das máquinas consegue ver num simples gráfico o quanto ele está perdendo ou ganhando em dinheiro”.

O objetivo é fornecer a informação precisa sobre o equipamento para obter o melhor desempenho. E desempenho, neste caso, vai de acordo com a expectativa de cada produtor, que pode ser economia de combustível, maior produção ou ganho de tempo com as máquinas agrícolas. “A ideia é maximizar o desempenho conforme o objetivo”, especifica o CEO.

Algumas empresas buscam a solução por conta das políticas ESG (da sigla em inglês Environmental, Social and Governance, relativa às políticas de sustentabilidade e governança das corporações), quase sempre demandadas por relatórios de emissões de carbono para investidores. “Quando se consome menos combustível fóssil para a operação agrícola, diminui a pegada de carbono. E quem vê isso na prática consegue mensurar os resultados.”

Solução brasileira para o agro mundial

Além do Brasil, os equipamentos da IoTAG são usados em países como Estados Unidos, Chile, Argentina e a empresa também começa a fornecer para a Europa. “O agro brasileiro é considerado referência mundial em tecnologia e muitos países vêm buscar no Brasil soluções como essa”, conta Jorge Leal.

A instalação dos equipamentos, segundo os desenvolvedores, dá retorno do investimento em seis meses. E o monitoramento segue com uma mensalidade, sendo o cliente um assinante do software que permite a gestão das informações. A solução é única no mundo e atende principalmente a grandes players do agronegócio.

Entre eles, a Raízen, maior produtora brasileira de etanol e responsável por gerenciar uma das maiores operações agrícolas do mundo, com cerca de 1,3 milhão de hectares de terra cultivada. A IoTAG foi escolhida para participar de um programa de inovação aberta da companhia e responder ao desafio de aprimorar o desempenho da frota agrícola nas plantações. Junto com a Case IH, marca da CNH Industrial de maquinário para o campo, as empresas desenvolveram um projeto-piloto testando o equipamento em 46 tratores utilizados nas plantações de cana-de-açúcar da empresa no interior de São Paulo.

O sistema captava as informações dos veículos em tempo real e antecipava as necessidades de reparos das máquinas. “A IoTAG aumentou em 91% o ganho de assertividade no diagnóstico de falhas dos componentes monitorados. O tempo de parada de cada trator foi reduzido de 2h12min para 12 minutos”, explica o gerente de Manutenção Automotiva da Raízen, Gabriel Borges – referindo-se ao tempo gasto com diagnósticos e reparos por falhas decorrentes nos componentes monitorados.

O resultado ampliou o uso da tecnologia e, hoje, a Raízen utiliza o sistema de telemetria em 200 máquinas agrícolas em bioparques dos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. “Com mais informações em tempo real, é possível identificar, por exemplo, se algum equipamento apresenta anomalia no consumo de combustível”, acrescenta Borges.

A ideia é disseminar o sistema entre mais empresas e produtores rurais. Ricardo Campo, coordenador de inovação digital da Raízen e gestor do Pulse, hub de inovação aberta da empresa, conta que a IoTAG é uma das 58 startups que se tornaram parceiras no desenvolvimento de soluções para os negócios. “Esse movimento vem produzindo cases em diferentes áreas, propondo soluções inovadoras para controle avançado de operação em caldeira, pulverização e imageamento por drone, gestão de créditos de geração distribuída e imageamento de plantio por meio de drones, para detecção de falhas de plantio, entre outras.” Um claro sinal de que a tecnologia quase sempre ajuda a dar passos além do planejado.

Do campo para estradas não pavimentadas

No caso da IoTAG, o desempenho nas lavouras acabou virando oportunidade para estender o uso do sistema a outras frentes. Em 2021, também por meio de um programa de inovação aberta, a IoTAG foi escolhida pela multinacional sueca LOTS Group para testar os equipamentos em parte da frota de caminhões da empresa. A companhia atua com operações logísticas para setores do agronegócio, mineração, rodoviário e florestal.

“Nossa principal necessidade era ter uma melhor gestão da manutenção de estradas não pavimentadas das nossas operações. Precisávamos ter mais conhecimento sobre os trechos críticos para programar as manutenções necessárias e otimizar as horas de trabalho do maquinário”, conta o gerente de Operações da filial latino-americana da empresa, Juliano Basseto. “Embora na época (a IoTAG) ainda não contemplasse uma solução focada em estradas, a plataforma para maquinário conectado apresentava bastante sinergia com o que buscávamos”, lembra.

A tecnologia foi testada durante seis meses na operação de transporte de cana-de-açúcar da empresa em Sandovalina, interior de São Paulo. Com resultados validados, a solução se estendeu para outras operações e hoje é utilizada em 5 rotas de transporte de cana e madeira, com previsão de expansão para mais duas operações ainda neste mês de maio.

Funciona da seguinte maneira: um sensor instalado nos caminhões coleta e processa informações da telemetria do veículo para identificar a condição da via. Ao identificar anomalias por meio de vibração do equipamento, são enviados alertas para a torre de controle da operação, a depender do grau de severidade.

“Os trechos pré-mapeados são classificados a partir do índice de incidência de anomalias, que contempla a severidade das anomalias vezes a frequência em que o trajeto é percorrido”, explica Luiz Guilherme Ferreira, responsável pelo desenvolvimento da IoTAG na LOTS Group. “Assim, o profissional responsável pela manutenção das estradas prioriza os trechos a serem reparados e programa a execução dos serviços”, complementa.

Os resultados, segundo Ferreira, foram redução nas horas de manutenção com trabalho de máquinas, diminuição do tempo de ciclo de viagem dos caminhões e redução de consumo de combustível. “Além da diminuição em 19% do custo de manutenção de vias e otimização do fluxo de transporte das operações”, contabiliza.

O gerente de Operações, Juliano Basseto, acrescenta que a tecnologia vem permitindo também otimizar as condições das vias trafegadas, mapear pontos críticos, identificar preventivamente trechos passíveis de manutenção e educar o perfil de condução dos veículos em função da condição da via. “Com frentes de carregamento simultâneas em trajetos diferentes, nem sempre elegemos corretamente o trecho prioritário para manutenção, mas com o mapa de anomalias podemos ver os pontos críticos a priorizar. Além disso, o controle das horas de trabalho permite gerenciar os custos da manutenção de forma eficiente”, detalha.

O próximo passo é incluir uma função no sistema que permitirá gerir a performance dos motoristas em tempo real. Para Jorge Legal, da IoTAG, o caminho pela frente é promissor, já que a condição das estradas afeta a manutenção dos veículos. E veículos bem mantidos são, consequentemente, menos onerosos.

Questionado se a tecnologia poderia ser usada também no segmento rodoviário, Leal explica que sim, porém já existem soluções de mercado em âmbito global dedicadas à manutenção de estradas asfaltadas – o que tornaria o sistema pouco competitivo.

“O nosso diferencial é usar o algoritmo para entender o comportamento de qualquer veículo que roda sobre o chão. E as estradas sem asfalto, ainda bastante comuns no Brasil, quase não têm gestão que garanta manutenção adequada.” Um horizonte de milhares de quilômetros em potencial.

Fonte e Foto: Gazeta do Povo/Ligia Martoni

set204597

STF julga constitucionalidade de lei que proíbe pulverização aérea de defensivos

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar nesta semana o julgamento de ação de inconstitucionalidade de lei do Ceará que proíbe pulverização aérea de defensivos no estado. A ação é da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que alega violação à livre iniciativa e aos objetivos da política agrícola. No STF, o julgamento, que já conta com dois votos favoráveis à constitucionalidade da Lei Estadual nº 16.820/19, deve ser concluído entre 19 e 26 de maio.

Devido à retomada do julgamento, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, realizou na última segunda-feira (15) audiência pública para debater os efeitos da pulverização aérea de agrotóxicos. O requerimento para realizar o debate foi feito pelo presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT). O encontro contou com a participação de cientistas, pesquisadores, lideranças comunitárias e representantes do Ministério Público.

“Não é um julgamento sobre uma lei do Ceará, é um julgamento sobre o Brasil”, afirmou o deputado estadual Renato Roseno (Psol), autor da lei cearense. Ele e outros participantes da audiência defenderam que os estados têm competência para legislar sobre a matéria, tendo em vista a Lei nº 7.802/89, conhecida como Lei dos Agrotóxicos. Também foi levantado o problema da deriva, que corresponde ao volume da substância pulverizada que não atinge o alvo pretendido.

Luiz Claudio Meirelles, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), defendeu a manutenção da lei estadual nº 16.820/19. De acordo com nota técnica emitida pela instituição, a pulverização aérea foi proibida na União Europeia justamente devido ao seu potencial de “prejudicar significativamente a saúde humana e o ambiente, nomeadamente devido ao arrastamento da pulverização”. Meirelles lembrou ainda o posicionamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) contra as práticas de uso de agrotóxicos no Brasil, ressaltando seus riscos à saúde.
Impactos na saúde

Além de câncer, problemas respiratórios, deformação fetal, puberdade precoce, doenças neurológicas e suicídio estão entre as consequências da intoxicação por agrotóxicos citadas durante a audiência. Maria Juliana Moura Corrêa, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, entregou à comissão uma nota técnica. Nela, o Ministério da Saúde recomenda que as políticas dos diversos setores estejam alinhadas à prevenção de riscos à saúde da população. “Estudos constataram que a deriva decorrente da aplicação aérea de agrotóxicos já alcançou uma distância de 32 km da área alvo. Dessa forma, ao atingir o meio ambiente, pode também contaminar mananciais de abastecimento de água para consumo humano, assim como lavouras e rebanhos vizinhos”, destaca o texto.

Outra preocupação dos participantes foi o avanço na tramitação do Projeto de Lei nº 1.459/2022, apelidado de Pacote do Veneno, que pode facilitar a liberação e a circulação de defensivos agrícolas. Segundo Juliana Santorum, representante da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela vida, 720 mil toneladas de ingredientes ativos de agrotóxicos foram comercializadas no Brasil em 2021 e esse número pode aumentar. “Não existe possibilidade de usar o agrotóxico de forma segura, isso é um mito”, afirmou Leomar Daroncho, procurador do Trabalho e membro do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos do Ministério Público do Trabalho. Os participantes também disseram que o país não conta com uma rede de laboratórios capaz de monitorar a totalidade das substâncias autorizadas. Portanto, não seria possível medir a exposição das pessoas a essas moléculas.

Impactos na economia

Pedro Luiz Gonçalves Serafim da Silva, subprocurador-geral do Trabalho, afirmou que a lei cearense que proíbe a pulverização aérea é um exemplo para o Brasil. Para ele, os agrotóxicos são um problema não apenas do campo e podem impactar a relação do país com parceiros internacionais. Silva destacou a assimetria entre o Hemisfério Sul e o Hemisfério Norte no que diz respeito ao tema, podendo levar o Brasil a sofrer futuros embargos. Para exemplificar, ele citou a pesquisa de Larissa Mies Bombardi, da Universidade de São Paulo. O levantamento aponta que a legislação brasileira permite 5 mil vezes mais resíduo de glifosato na água potável que a União Europeia: enquanto aqui são tolerados 500 µg/litro, os países da UE limitam esse resíduo a 0,1µg/litro. O glifosato é o agrotóxico mais vendido no Brasil e testes de laboratório com essa substância levaram ratos ao desenvolvimento de tumores, à morte precoce, além de outros efeitos.

O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sintag), Gabriel Colle, defendeu o uso da tecnologia aérea na agricultura, mas disse que é preciso apurar responsabilidades.

Segundo ele, o setor é regulado, envolve cerca de 200 empresas e emprega aproximadamente 5 mil pessoas. Colle sustenta que a aviação é responsável por menos de 10% da aplicação de agrotóxicos e que os casos de deriva que atingem comunidades e outras áreas vulneráveis são exceções.

Mais atingidos

Para Adelar Cupsinski, representante da Fian Brasil, trabalhadores rurais, assentados, quilombolas e indígenas seriam os grupos mais afetados pela pulverização aérea de agrotóxicos. “Onde há conflito pela posse da terra, muitas vezes se utilizam os agrotóxicos contra essas comunidades. O [povo] Guarani Kaiowá é um exemplo”, afirmou. Já o procurador do Ministério Público Federal, Marco Antônio Delfino de Almeida, argumentou que o uso indiscriminado de agrotóxicos evidencia o racismo ambiental, isto é, o efeito desproporcional de impactos ambientais sobre populações mais frágeis.

O produtor agroecológico José Carlos, vítima de pulverização aérea em Nova Santa Rita (RS) entre 2020 e 2021, participou remotamente da audiência. Ele relatou as dificuldades enfrentadas após a deriva do veneno que atingiu casas, aquíferos, pastagens, lavouras, pomares e vegetação nativa. De acordo com ele, os pequenos agricultores que tiveram suas terras contaminadas não puderam vender seus produtos durante dois meses, comprometendo a subsistência das famílias.

Erileide Domingues, professora e líder da comunidade Guyraroká, no Mato Grosso do Sul, se referiu à aplicação aérea como “pulverização de ódio”. Domingues disse que a produção de mandioca, de arroz e de outros alimentos foi comprometida após a aldeia sofrer pulverização irregular de agrotóxicos em 2018, fazendo com que a comunidade se tornasse mais dependente de assistência governamental. “Não tem como dizer que veneno dá vida”, afirmou.

Enquanto aguardam conclusão do julgamento pelo STF, participantes celebraram o voto da ministra Cármen Lúcia, relatora da ação. Para ela, os estados não contrariam a Constituição quando editam “normas mais protetivas à saúde e ao meio ambiente quanto à utilização de agrotóxicos”. O voto foi seguido pelo ministro Edson Facchin. O terceiro a votar será Gilmar Mendes.

Fonte e Foto: Canal Rural e Agência Brasil

set203742

Avança Café lança edição 5.0 na Expocafé

O programa Avança Café lançará a sua quinta edição e será uma das atrações da Expocafé, considerada a maior feira da cafeicultura nacional, que acontece no campo experimental da Epamig em Três Pontas (MG) no período de 17 a 19 de maio (quarta a sexta-feira). O Avança Café ficará no estande produtor inovador e vai reunir propostas de soluções para a cafeicultura por meio de uma breve competição (Coffeethon) de ideias inovadoras para o setor. O programa vai participar nos três dias da feira, sendo que no dia 18 terá uma atividade das

14h às 17h, com a seguinte programação:

14h – 14h30: Conversa sobre o Consórcio Pesquisa Café – Embrapa.

14h30 – 15h: Breve apresentação do programa Avança Café e Lançamento da edição 5.0.

15h – 16h: Cofeethon Pocket: tire sua ideia do papel.

O Coffeethon é um hackathon pocket, uma maratona de ideias, em formato reduzido, para iniciar os participantes na atividade de ideação, a fim de estimular a participação no Programa Avança Café. A ideia do Coffeethon Pocket é ser uma atividade “mão na massa”, onde os participantes serão estimulados a solucionarem, por meio de tecnologias inovadoras, problemas reais de mercado. Para isso serão utilizadas ferramentas de modelagem de negócios. O Programa Avança Café é um programa de pré-aceleração de startups promovido pela Embrapa Café e Consórcio Pesquisa Café, realizado pelo TecnoParq da Universidade Federal de Viçosa e o LavrasTec da Universidade Federal de Lavras.

Como participar:

Para participar do Coffethon Pocket a inscrição é gratuita e poderá ser realizada até o dia 17 maio, de forma online, pelo link.

Fonte: Embrapa