set195239

Em conjunto com entidades do setor, Paraná apresenta sugestões para o Plano Safra 2023/24

A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em conjunto com a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (Fetaep) e Organização das Cooperativas (Ocepar), encaminhou nesta segunda-feira (27) documento para o Ministério da Agricultura , com o objetivo de contribuir para a elaboração do Plano Safra 2023/24. A proposta é que sejam liberados R$ 400,3 bilhões para todo o País. No período 2022/23, foram R$ 340,8 bilhões.

A contribuição paranaense, com propostas que envolvem, entre outros itens, investimentos, custeio e comercialização, ocorre todos os anos. “A agropecuária paranaense é uma das mais representativas do Brasil e altamente respeitada também no Exterior. Diante disso, temos a responsabilidade de propor, com propriedade, conhecimento das coisas do campo e participação dos agricultores, o que consideramos mais adequado e justo para o momento”, disse o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara.

“A nossa proposta é agressiva, visando manter e aperfeiçoar a política agrícola. Temos interesse total na continuidade do esforço de crescimento que todo o setor agropecuário brasileiro e, particularmente, paranaense tem se empenhado. Queremos ser cada vez mais competitivos, com vistas ao bem-estar do País e dos nossos agricultores”, acrescentou Ortigara.

O documento apresenta em detalhes o que as entidades representantes dos produtores paranaenses acreditam que seja adequado para promover o reequilíbrio de recursos destinados a custeio, investimentos e comercialização. O objetivo é que cada uma das linhas do Plano Safra 2023/24 não tenha os recursos precocemente esgotados, o que forçaria os produtores rurais, particularmente os familiares, a aplicarem verbas próprias, comprometendo suas rendas e a oferta de alimentos.

Com o intuito de preservar a capacidade de os produtores honrarem todos os compromissos, diante da alta expressiva dos custos de produção, o documento propõe redução em torno de 9% das taxas de juros praticadas no atual ciclo. Também é solicitada a não indexação das taxas a nenhum programa de crédito rural.

“A formulação da política de crédito rural deve prezar pela continuidade de subvencionar atividades, produtores e empreendimentos que gerem externalidades positivas para a sociedade. Dentre essas prioridades, é válido citar o crédito rural para pequenos produtores, em especial da agricultura familiar, e o crédito para investimentos (médios e grandes produtores rurais) que fomentem a adoção de tecnologias, boas práticas agropecuárias e desenvolvimento sustentável, impactando positivamente na imagem da agropecuária no Brasil e no Exterior”, diz o documento.

Algumas propostas

O documento propõe, entre outros itens, que os R$ 400,3 bilhões sejam divididos em R$ 292 bilhões para custeio e comercialização da safra brasileira, dos quais R$ 37 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 45 bilhões para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e R$ 210 bilhões para os demais produtores.

Também é pedida elevação dos limites para custeio das atividades de avicultura, suinocultura e piscicultura, exploradas sob regime de integração, que não sejam classificadas como cooperativa de produção agropecuária, de R$ 240 mil para R$ 300 mil. Consta ainda a proposta de alterar o prazo máximo para reembolso dos créditos de custeio, de 6 meses para 1 ano no financiamento para aquisição de bovinos e bubalinos para engorda em regime de confinamento.

No caso do Pronaf, a proposta é aumentar o volume de recursos destinados ao Custeio e Comercialização dos atuais R$ 21,74 bilhões para R$ 37 bilhões. Para investimentos, propõe-se aumentar de R$ 17,6 bilhões para R$ 30 bilhões e em financiamento, de R$ 250 mil para R$ 300 mil.

No caso do Pronamp, ainda é sugerido aumento de R$ 2,4 milhões para R$ 3 milhões na renda bruta anual de enquadramento, além da elevação de R$ 1,5 milhão para R$ 1,8 milhão no limite de crédito de custeio por beneficiário.

O documento destaca que o setor agropecuário paranaense entende como prioritários alguns programas, como construção e reforma de armazéns (PCA), estruturas de irrigação (Proirriga), inovações tecnológicas (Inovagro) e o Programa ABC+. “Especialmente para esses programas, o setor pleiteia maior volume de recursos, a taxas pré-fixadas, prazos para reembolso superiores aos demais programas e taxas de juros menores”, salienta.

A proposta das entidades que representam os agricultores paranaenses é que o Plano Safra 2023/24 tenha R$ 2,5 bilhões no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, com cronograma de liberação oportuna dos recursos, de acordo com o calendário agrícola. No caso do Proagro, que o limite seja ampliado de R$ 335 mil para R$ 500 mil por produtor e por safra. Além disso, propõem que a cobertura seja dada a partir da data de plantio até o término da colheita.

Clima

As propostas paranaenses em relação à melhoria do meio ambiente incluem, entre outras, aumento de R$ 6,1 bilhões para R$ 7,5 bilhões no montante de recursos e de R$ 5 milhões para R$ 6,5 milhões no limite de crédito do Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC).

O documento apresenta, ainda, propostas para o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns, no Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) e Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova-Rural e Industrial), Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (Procap Agro).

Fonte: AEN Foto: Ari Dias

set195364

Brasil perde R$ 2,5 bi por ano com uso de sementes falsas

O uso de sementes clandestinas é um dos principais problemas que afeta a agricultura em todo o Brasil. Por ano, a perda estimada é de R$ 2,5 bilhões. No Paraná, o prejuízo chega a R$ 500 milhões anuais. Os dados são da Associação Brasileira de Produtores de Sementes (Abrasem) e da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes (Apasem).

Os prejuízos são calculados computando os royalties que deixam de ser pagos pela propriedade intelectual aos desenvolvedores de sementes, aos impostos que deixam de ser arrecadados com a comercialização do material e aos prejuízos nas lavouras decorrentes do uso de sementes falsas.

“Quando um agricultor compra uma semente legal, certificada, ele tem garantia, tem acesso ao crédito e ao seguro rural e pode ser ressarcido por eventuais perdas. Já quando compra uma semente pirata, não tem nada disso, é vendida sem nota fiscal e sem nenhuma garantia. A venda é clandestina e o prejuízo é certo”, alerta o diretor executivo da Apasem, Jhony Moller.

Ele explica que a semente para ser produzida precisa seguir normativas do Ministério da Agricultura, que estabelecem, por exemplo, percentual de germinação mínimo de 80% e questões fitossanitárias que asseguram se tratar de um material sadio, livre de pragas e doenças. O material passa por uma série de testes em laboratório para só depois ser certificado.

“Sementes piratas podem custar até menos da metade do preço da legalizada, mas não há nenhuma garantia de germinação. A produtividade da lavoura certamente será menor, sem contar na disseminação de pragas e doenças não apenas na propriedade que está usando o produto falso, como nas lavouras dos vizinhos, já que a semente pirata não passa por nenhum controle sanitário”, alerta Moller.

O diretor executivo da Apasem acrescenta ainda que uma lavoura plantada com semente falsa é menos resistente a pragas, a doenças e a adversidades climáticas, o que acaba demandando o uso de quantidades maiores de inseticidas, pesticidas e fungicidas, por exemplo, encarecendo o custo de produção, além do risco de quebra na safra.

Soja e feijão são lavouras mais visadas

De acordo com dados da Apasem, no Paraná, o uso de sementes falsas acontece em todos os tipos de lavouras, mas a maior incidência é na soja e no feijão. Estima-se que de toda a área plantada com soja no Paraná que é de quase ou 6 milhões de hectares 35% deste montante seja de sementes falsas.

“Não dá pra dizer que, no caso do feijão, é tudo semente pirata. Uma parte importante é, sim, semente clandestina. Mas parte também é semente própria que o agricultor reserva na propriedade para plantar a nova safra, o que é comum nessa lavoura e não se caracteriza como crime. A diferença é que no caso de usar semente própria também não há garantia de um bom rendimento, já que o material não passa por todo o controle”, esclarece Moller.

Rio Grande do Sul é o campeão em uso de sementes clandestinas

De acordo com dados da Abrasem, o estado campeão em uso de sementes falsas é o Rio Grande do Sul, onde apenas em 49% da área cultivada com soja são usadas sementes legais. Nos 51% restantes, as sementes plantadas são clandestinas. Nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso a pirataria ocorre em menor grau.

“Acreditamos que isso se deve à força-tarefa que desenvolvemos todos os anos, com campanha de conscientização junto aos agricultores”, destaca o diretor executivo da Apasem. Mesmo assim, o índice de sementes clandestinas na lavoura paranaense de soja, que é de 35%, ainda é considerado alto. “Precisamos baixar isso e não deixar passar de 5%”, defende.

Legislação aperta o cerco contra a pirataria

A legislação contra a produção, comércio, transporte e uso de sementes clandestinas está mais rigorosa esse ano. Uma nova portaria, 538, do Ministério da Agricultura, entra em vigor em 1º de março com novas regras para uso de sementes em todo o Brasil.

Segundo o diretor da Apasem, a lei anterior previa penalidades para quem produz e comercializa sementes falsas. Com a mudança na legislação, quem compra e planta esse insumo também poderá ser responsabilizado. “Uma das modificações, trazida na nova portaria, está justamente na punição de quem usa ou comercializa semente pirata”, destaca Moller.

Quem for flagrado poderá responder a processo administrativo nas esferas federal ou estadual. Fica, também, sujeito à apreensão do produto irregular e ao pagamento de multas que podem chegar a até 250% do valor comercial desse produto.

Há também sanções judiciais. O infrator poderá ter que reparar danos causados a empresas obtentoras de material genético, se ficar caracterizado o comércio ou uso irregular de sementes protegidas pela Lei de Proteção de Cultivares. Estará sujeito, ainda, a ações movidas por empresas detentoras de biotecnologia, no caso do uso não autorizado de sementes transgênicas e que são protegidos pela Lei de Patentes.

Para alertar os agricultores sobre os riscos financeiros e legais do uso de sementes clandestinas, a Apasem lançou a campanha “Não conte com a Sorte! Produzir, Comercializar, Transportar e Utilizar semente Pirata é Crime”. A campanha foi lançada dentro do Show Rural, em Cascavel, um dos maiores eventos do agronegócio do país.

Fonte: Gazata do Povo/Elvira Fantin Foto: Divulgação

set194537

Agronegócio é destaque em fusões e aquisições

Depois de atingir números recordes em 2021, as operações de fusão e aquisição de empresas brasileiras caíram 12% no ano passado, totalizando em todo o país,1728 negócios de 43 setores da economia.

No Paraná, a queda no número de fusões e aquisições de empresas foi de 52%, com o registro de 60 transações, de acordo com dados da pesquisa realizada pela consultoria KPMG.

Agora, quando analisamos por setor, entre os destaques está o agronegócio, com 117 operações de fusões e aquisições ao longo do ano passado. Esse resultado é mais que o dobro das transações contabilizadas em 2021 e o triplo das anunciadas em 2020.

Na avaliação da sócia de agronegócio da KPMG no Brasil, Giovana Araújo, esse desempenho indica que a atividade de fusões e aquisições no setor continuou aquecida nos últimos três anos, porém ainda está muito aquém do seu potencial. E aí vale ressaltar que, conceitualmente, o agronegócio integra uma cadeia de valor que gira em torno da produção agropecuária e de insumos, que vai além das atividades ‘depois da porteira’, que são a agroindústria e o agrosserviço.

Aliás, o levantamento mostrou que o grande destaque da atividade de fusões e aquisições no setor do agronegócio ficou com as empresas do elo de agrosserviços, responsáveis por 76% das transações. Desse montante, cerca de 80% dos negócios envolveram empresas de tecnologias. Isso comprova um indicador do crescente apetite por soluções tecnológicas e de inovação, além de novos modelos de negócios.

Os negócios envolvendo fusões e aquisições tiveram mais a predominância de empresas brasileiras ou estrangeiras?

A pesquisa apontou a predominância das chamadas transações domésticas, ou seja, realizadas por empresas brasileiras e em território nacional. Das 117 negociações do agronegócio contabilizadas em 2022, 75% envolveram empresas de capital brasileiro adquirindo, também de brasileiros, capital de companhias estabelecidas no Brasil. Outros 24% foram de empresas estrangeiras que compraram de brasileiros, capital de empresas estabelecidas no Brasil. E somente 1% foi de empresa brasileira que adquiriu de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior.

Para este ano, embora ainda haja muita indefinição em relação ao comportamento da economia, a expectativa é positiva em relação aos negócios envolvendo a fusão e aquisição de empresas.

Ouça a coluna em áudio

Fonte: Band News Foto: Shutterstock

set194670

Receita Federal anuncia mudanças para o Imposto de Renda 2023; entrega começa no dia 15 de março

A Receita Federal anunciou, na segunda-feira (27) mudanças para o Imposto de Renda 2023. No Paraná são mais de 2 milhões de paranaenses aptos. A entrega começa no dia 15 de março e vai até 31 de maio. Devem declarar quem teve renda tributável maior que R$ 28.559,70 em 2022.

Dentre as mudanças, o contribuinte que informar no formulário pré-preenchido que deseja receber a restituição por Pix terá prioridade na Receita Federal.

A Receita Federal também deve priorizar o recebimento para: idosos com idade igual ou superior aos 80 anos; idosos com idade igual ou superior a 60 anos, deficientes e portadores de moléstia grave; contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.
Contribuinte poderá autorizar outro CPF para fazer a declaração, usando dados pré-preenchidos. Há necessidade de ter conta gov.br com nível outro ou prata.

Além disso é obrigatória a declaração para pessoas que receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil e também para quem obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeitos à incidência do imposto, como explica o auditor-fiscal José Carlos da Fonseca, responsável pelo programa do Imposto de Renda 2023.

Está insento de declaração se a soma da venda de ações foi menor que R$ 20 mil. Em 2022, foram 2.377.623 declarações entregues no Paraná.

Ouça

Fonte: CBN Foto: Divulgação

set194789

Campanha orientará produtores para evitar a cigarrinha-do-milho

Uma campanha lançada nesta segunda-feira (27) vai orientar produtores rurais sobre práticas no manejo de lavoura para impedir a proliferação da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), preocupação crescente no campo. O inseto é vetor de doenças que podem reduzir em mais de 70% a produção de grãos em cultivares suscetíveis.

A iniciativa “Paraná contra a cigarrinha-do-milho” é uma parceria entre o Sistema Ocepar, Sistema Faep/Senar-PR, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Diversas peças educativas produzidas com apoio da cooperativa Cocamar serão divulgadas em redes sociais, e-mail e aplicativos de mensagens, com informações práticas que ajudem a mitigar os efeitos da cigarrinha-do-milho.

Cooperativas e entidades também vão desenvolver ações junto aos produtores e cooperados. A campanha reforça pontos de prevenção e manejo como a eliminação do milho voluntário (tiguera); o uso de híbridos de maior tolerância; e o controle de qualidade da colheita.
Neste ano, a Adapar já reuniu técnicos para discutir o tema e tem uma agenda de atividades para contribuir com a campanha, especialmente com orientações sobre o milho tiguera e medidas de controle.

O IDR-Paraná mantém um trabalho de monitoramento e de pesquisa sobre os efeitos da cigarrinha-do-milho no Estado. Desde 2022, o Instituto avalia a suscetibilidade dos híbridos mais cultivados no Paraná, trabalho conduzido em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo e as cooperativas Coamo, Cocamar, Copacol e Integrada. Os experimentos serão repetidos e resultados mais robustos deverão ser publicados neste ano.

Para 2023 está previsto o início de novos estudos por intermédio da Rede AgroPesquisa (Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada), com foco no entendimento da cigarrinha e na avaliação da tolerância das cultivares à praga.

Ciclo e controle

Não há controle curativo para as doenças do complexo de enfezamento. Por isso, é fundamental escolher cultivares tolerantes à cigarrinha, usar sementes tratadas e adotar ações preventivas culturais integradas com aplicações de inseticidas químicos e biológicos.
A cigarrinha se contamina ao sugar a seiva de plantas infectadas e transmite as bactérias e o vírus quando migra para se alimentar novamente em lavouras sadias. O inseto voa em um raio de 30 quilômetros, mas também é transportado por correntes de ar e pode alcançar distâncias maiores.

Os sintomas são manchas vermelhas ou amarelas nas bordas das folhas ou em formato de riscas e desenvolvimento reduzido da lavoura. Eles aparecem na fase de pendoamento e formação de grãos. Mas o produtor deve estar atento, porque a contaminação ocorre muito antes, até cerca de 35 dias após a emergência das plantas.

Os especialistas denominam a moléstia de “complexo do enfezamento” porque seu ciclo envolve um inseto, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), as bactérias fitoplasma (Candidatus Phytoplasma asteris) e espiroplasma (Spiroplasma kunkelii), também conhecidas como molicutes, e, ainda, o chamado vírus da risca (Maize Rayado Fino Virus).

Cartilha

A cartilha “Manejo da cigarrinha e enfezamentos na cultura do milho” traz orientações práticas que ajudam agricultores a identificar e controlar o inseto. A publicação também tem fotos que demonstram os sintomas causados pelas doenças transmitidas pela cigarrinha.

Fonte: AEN Foto: Jaelson Lucas / AEN

set19488

Adapar divulga plano de ação para monitorar planta daninha exótica

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) elaborou um Plano de Ação com o objetivo de especificar as atividades e prazos de implementação para o monitoramento do Amaranthus palmeri, planta daninha exótica de caruru, de crescimento rápido e extremamente agressiva. O trabalho prevê a união de esforços com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Embrapa Soja.

Não há registro da praga em solo paranaense, mas já foi observada em plantações de vários municípios de Mato Grosso, desde 2015, e, mais recentemente, em Aral Moreira e Naviraí, no Mato Grosso do Sul, o último próximo à divisa com o Paraná. Relatos indicam que uma planta pode produzir de 100 mil a 1 milhão de sementes. Portanto, com alto potencial de disseminação nos campos de produção agrícola.

“Trata-se de uma espécie com grande capacidade competitiva, que pode levar a perdas significativas de produtividade”, afirma o coordenador do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Cultivos Agrícolas e Florestais da Adapar, Marcílio Martins Araújo. Nas áreas com ocorrência, pode reduzir a produtividade de soja, milho e algodão em valores de 80% a 90%.

Segundo ele, a A. palmeri tem a capacidade de cruzar com outras espécies do gênero Amaranthus, transferindo genes de resistência a herbicidas. “O controle ineficiente pode até mesmo inviabilizar a colheita, aumentando o uso de herbicidas e os custos de produção, com potencial de causar grandes prejuízos para a agricultura paranaense”, alerta.

Metas

Informações constantes do Documento 384 – Caracterização e manejo de Amaranthus palmeri, da Embrapa Soja, apontam que as sementes de A. palmeri podem ser disseminadas, principalmente, por quedas naturais, canais de irrigação, máquinas e equipamentos agrícolas, compostos para adubação e esterco animal, além de pássaros e mamíferos.

As aves podem consumir proporcionalmente grandes quantidades de sementes dessa espécie e apresentam alto potencial para sua disseminação. Já foi registrada dispersão de caruru-palmeri por pombinhas (rolinhas) a mais de 200 quilômetros de distância. Ainda segundo o documento, as sementes não possuem estruturas de adaptação específica à dispersão pelo vento.

O Plano de Ação da Adapar visa reduzir as chances de a praga se desenvolver no Estado e, no caso de ocorrência, ter pré-definido todos os passos do monitoramento e erradicação. Estão previstas diversas metas, entre as quais capacitação de servidores para atuar no monitoramento, realização de análises para definir rotas e áreas com maior risco de introdução da praga no Estado, realização de levantamento de detecção, emissão de alerta aos Postos de Fiscalização do Trânsito Agropecuário para reforçar o controle do trânsito de máquinas e implementos agrícolas, além de capacitação de profissionais da assistência técnica sobre os riscos e ameaças relacionados à A. palmeri.

“É preciso destacar que os produtores rurais também têm papel fundamental nos trabalhos de prevenção da praga”, salienta Juliano Farinazzio Galhardo, coordenador de Sanidade Vegetal na Adapar. “As máquinas e implementos agrícolas devem passar por limpeza completa, sem apresentar solo ou restos de cultura aderidos, para que possam ser transportados de uma propriedade para outra, reduzindo assim o risco de disseminação da praga”.

Comunicação

Além disso, o produtor deve realizar monitoramento na propriedade e, em caso de suspeita de ocorrência de carurus de difícil controle e com disseminação nos campos agrícolas, comunicar imediatamente a Adapar, para que possam ser adotadas as medidas de contenção, supressão ou erradicação do foco, conforme o caso.
O Documento 384, da Embrapa Soja, fornece dados que possibilitam a identificação da praga. “Quanto mais rápida a detecção, menor será a disseminação para outras áreas”, reforça Galhardo. Os casos de suspeita devem ser comunicados por meio do portal da Adapar na Internet, no banner Notificação de Ocorrência Fitossanitária, ou na Unidade Regional de Sanidade Agropecuária (URS), da Adapar, mais próxima do estabelecimento rural.

Fonte e Foto: AEN/Adapar

set194135

Paraná deve ter safra recorde de soja

Depois de um tombo histórico na Safra 2021/22, os produtores rurais do Paraná se preparam para retomar o fôlego na corrida pela produtividade nos grãos. Até então, apesar do alongamento do ciclo por conta de temperaturas mais baixas que o normal no início do plantio e alguns problemas localizados, o Estado deve colher uma safra de soja recorde, batendo as 20,7 milhões de toneladas do ciclo 2019/20. Dados foram apurados e divulgados pela equipe da revista Boletim Informativo, para constatar como está o andamento da temporada 2022/23. A equipe promoveu o Giro da Safra por cinco regiões do Estado. A viagem ocorreu entre os dias 6 e 10 de fevereiro, passando pelas regiões de Guarapuava, Cascavel, Campo Mourão, Maringá e Tibagi.

As máquinas devem tirar do campo mais de 21 milhões de toneladas de soja, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), nove milhões a mais em relação ao último ciclo, quando a produção mal passou das 12 milhões de toneladas. Por isso, com praticamente tudo jogando a favor das lavouras, há uma sensação de otimismo no campo. “Depois de temporadas com perdas severas, essa safra tem tudo para ser cheia, permitindo que o produtor volte a se capitalizar. E sabemos que quando o campo vai bem, a economia dos municípios do Paraná vai bem também”, afirma Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Na região de Guarapuava, onde o produtor Rodrigo Schneider cultiva 850 hectares, nos municípios de Pitanga, Candói e Foz do Jordão, que tem a peculiaridade de ser mais fria e não plantar milho segunda safra. Schneider realizou o plantio de forma escalonada, o que vai resultar em colheitas em diferentes épocas (do fim de fevereiro até o começo de abril). “O plantio no período intermediário de 20 de outubro a 5 de novembro é o que temos de melhor. Nas nossas áreas, temos lavouras que devem dar de 50 até 70 sacas por hectare”, compartilha.

O produtor destaca que o clima tem ajudado, tanto em relação à chuva quanto aos períodos de sol firme para dar segurança nas aplicações de defensivos. Ainda assim, alguns problemas preocupam os agricultores da região, como a ferrugem asiática, o mofo branco e ervas daninhas resistentes a herbicidas. “Esperamos uma safra de 80% de aproveitamento para mais. Ainda preocupa a soja que teve plantio mais tarde, pois temos receio de uma epidemia de algum tipo de doença em fim de ciclo. Essa soja está tratada, mas temos medo dos fungicidas com baixo nível de controle”, ressalta Schneider.

Susto com estiagem no Oeste

Na região Oeste, as perspectivas também seguem positivas, com relatos da possibilidade de colher, em média, 70 sacas por hectare. Isso mesmo com o susto de uma estiagem, que deve provocar perdas em algumas áreas. Com temperaturas mais quentes, os produtores dessa parte do Estado apostam na segunda safra de milho. Por isso, o plantio da soja precisa ocorrer mais cedo e de forma rápida, como aconteceu na propriedade da família de Renato Archile Martini, que dedicou 340 hectares à oleaginosa. Ao todo, foram gastas apenas 50 horas para semear a área.

“Nós tivemos um susto entre 12 de dezembro e 2 de janeiro, período no qual ficamos sem chuva. Depois disso, voltou a chover normalmente e a soja se recuperou. A soja é uma planta mais tinhosa, ela aguenta o desaforo até um certo ponto”, detalha Martini. “Tivemos um tempo mais frio que a média. O normal seria já estarmos colhendo, mas houve um atraso de 12 dias no ciclo pelas temperaturas mais baixas esse ano”, completa o produtor rural, que prevê semear 300 hectares de milho safrinha após a colheita da soja.

Na mesma região, Agassiz Linhares Neto semeou, em apenas três dias, 340 hectares de soja. Assim como todos os produtores ouvidos pela reportagem, a maior preocupação desse ciclo é com os custos de produção. Nas contas de Neto, houve um aumento de R$ 2 mil por hectare para a compra de fertilizantes. Com diesel, a média de gastos dobrou. “Nós estamos com uma sensação de retomada após um período muito ruim”, compartilha Linhares.

Chuva na hora certa

O produtor Cleber Veroneze Filho, de Maringá, mostra, com entusiasmo, os seus 490 hectares de soja. A empolgação decorre da expectativa de uma das melhores lavouras que já conduziu, graças à colaboração do clima. Veroneze plantou dentro de uma boa janela para entrar com milho safrinha na sequência em 75% da área. “O único percalço é que em algumas áreas plantadas mais tarde, a soja acamou um pouco, mas acredito que não vá afetar a produtividade. Estamos esperando em torno de 75 a 80 sacas por hectare”, projeta o agricultor.

Em Itambé, município vizinho, o produtor Gilmar Cumani também celebra a boa distribuição de chuvas nesse ano e o bom controle de pragas e doenças, com a possibilidade de aplicações nos momentos certos. Nos seus 320 hectares, a média deve ficar próxima das 70 sacas por hectare. “Na nossa região, tivemos frustrações em três das quatro últimas safras. Acabamos gastando nossas reservas e ficando descapitalizados. Esperamos que a boa colheita se confirme para podermos respirar um pouco”, diagnostica Cumani.

Tibagi é reconhecida pelas suas belezas naturais como uma parada obrigatória no itinerário turístico do Paraná. A pouco mais de um quilômetro da entrada do famoso Cânion Guartelá, na propriedade de Fredy Nicolaas Biersteker, a soja está digna de um cartão postal. Seus 300 hectares receberam chuva na hora certa e devem resultar, em média, em 70 sacas por hectare. O ponto de atenção corresponde aos custos de produção.

“Nesse ano temos que produzir em torno de quatro sacas a mais para pagar os insumos, principalmente em decorrência das altas do dólar e a queda do preço da soja em relação ao ciclo anterior. O lado bom é que teremos uma safra cheia, o que ajuda a compensar a relação de troca”, pontua o produtor, também dono de um restaurante voltado a turistas.

O vizinho de Fredy, Guilherme Frederico de Geus Filho, plantou 950 hectares com soja e, com as boas condições de clima, espera colher 75 sacas por hectare. Essa produtividade será alcançada mesmo com um certo atraso no plantio por conta da pouca chuva e temperaturas mais frias, que alongaram o ciclo. A família de Geus conta com uma estrutura para armazenar a própria safra, o que deve fazer a diferença esse ano. “As previsões são de uma safra gigantesca no Brasil e América do Sul. Então o produtor precisa ficar de olho na hora de vender”, orienta.

Mais soja, menos milho

O milho verão no Paraná vem perdendo espaço para a soja ciclo após ciclo, mas ainda assim representa um volume significativo de grãos para o abastecimento da agroindústria, em especial a produção de ração animal. Em 2022/23, devem entrar nos armazéns em torno de 3,7 milhões de toneladas do grão. De modo geral, os produtores que dedicam área ao milho verão usam o cultivo como rotação de cultura. No Paraná, 380 mil hectares foram dedicados ao cereal e quase 6 milhões à soja.

O produtor Fredy Nicolaas Biersteker, de Tibagi, por exemplo, dedicou 80 hectares de milho verão e 300 hectares para a soja. Na lavoura do cereal, Biersteker está esperando colher 200 sacas por hectare, já que o tempo favoreceu o andamento da lavoura.
Outro exemplo de cultivo de milho verão é do produtor Henrique Salonski, de Campo Mourão, que dedicou 290 hectares ao milho e 1,2 mil hectares à soja. O andamento do milharal também segue positivo, com expectativa de colher algo próximo à produtividade de Biersteker.

Coamo prevê bater 100 milhões de sacas

Em Campo Mourão, a estiagem do Oeste não ocorreu e a expectativa de produção é de safra cheia. A região é sede da maior cooperativa da América Latina, a Coamo, que prevê, neste ciclo, colher 100 milhões de sacas de soja. O bom resultado vem após um tombo de 48%, ou seja, a colheita de 52 milhões de sacas de soja na temporada passada. Toda essa produção de 2022/23 deve gerar um problema de armazenagem (não apenas na região, mas em todo o Estado), já que ainda há muito grão dos últimos ciclos estocados, devido às incertezas que ocorreram em função da troca de governo. “A promessa é de uma ótima safra. Depois da quebra, vai ser bom ter uma safra cheia para o produtor se recuperar e se capitalizar”, diz o presidente da Coamo, Aroldo Gallassini.

No município campo-mourense, o produtor rural Henrique Luiz Salonski semeou 1,2 mil hectares com soja. Seu grande trunfo é ter capacidade própria para armazenar 180 mil sacas de grãos. Assim, além de vender produto como associado da Coamo, ele consegue comercializar grãos também diretamente para os exportadores. Já houve contratos nos quais Salonski obteve ganhos de mais de R$ 10 por saca acima do preço praticado no balcão. “Agora, estamos na fase de esvaziar os silos para colocar a safra nova. Ainda temos um pouco de trigo e soja guardados do ciclo passado”, revela Salonski.

Fonte: Agrolink/Seane Lennon, com informações da FAEP Foto: Divulgação

set194281

Exportações de milho atingem recorde de 6,17 milhões de toneladas, aponta Boletim Logístico da Conab

As vendas internacionais de milho em janeiro deste ano atingiram o recorde de 6,17 milhões de toneladas, um volume 126% maior do que o mesmo período do ano passado, quando o país exportou 2,73 milhões do cereal. A maior movimentação alcançada no mês de janeiro até então tinha sido registrada em 2016, quando o país enviou 4,4 milhões de toneladas para o mercado mundial. As análises constam na edição de fevereiro do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na última sexta-feira (17).

De acordo com o estudo, a firme demanda teve como principal origem os importadores da China, que abriram seus mercados para o cereal brasileiro no final de 2022, sendo destino de aproximadamente 1,16 milhão de toneladas do milho nacional no ano passado, com a maior parte embarcada em dezembro de 2022, representando 18% do total exportado no último mês do exercício passado. Esse desempenho ocorreu também em virtude da boa safra de inverno no país, que ampliou a disponibilidade do cereal para embarque.

Por outro lado, o gráfico de evolução das exportações aponta que os embarques de soja atingiram apenas 840 mil toneladas no início deste ano, contra 2,45 milhões em igual período de 2022, representando uma queda de 66%. Segundo o boletim, isso seria o reflexo do menor ritmo observado na comercialização interna desde a temporada anterior, além das quebras ocorridas nas safras sul-americanas em 2022/2023 e a manutenção da forte demanda internacional, que provocaram redução nos estoques mundiais da oleaginosa e deram suporte para a continuidade de alta nas cotações.

“A crescente produção agropecuária e o aumento na geração de excedentes exportáveis pelo Brasil revelam cada vez mais a necessidade de prioridade absoluta para a questão da infraestrutura nacional”, avalia o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “É necessário um olhar mais atento para a solução dos desembaraços que reduzam a burocracia e estimulem a diversificação dos investimentos – sejam públicos ou privados – em segmentos como armazéns, rodovias, ferrovias e, especialmente, nos portos, onde os esforços deveriam priorizar o aumento de desempenho daqueles situados no Arco Norte, com uma matriz que avança a cada ano para o centro do país. Isso sem desconsiderar as instalações tradicionais localizados no Sul do país, que também necessitam de ações sistematizadas, relacionadas à administração dos problemas de dragagens no curto prazo e promoção da competitividade entre os produtos, permitindo a redução dos custos logísticos em toda a cadeia que reflita no aumento da competição entre os usuários”.

Frete

As análises do Boletim Logístico mostram que no estado de Mato Grosso os preços dos fretes rodoviários permaneceram estáveis durante o período de entressafra. No entanto, a partir de dezembro de 2022, começaram a apresentar reações devido ao início da colheita da soja e das entregas de insumos para o plantio do milho e algodão, principalmente fertilizantes e sementes. Durante o mês, os preços foram reajustados com expressividade. No estado de Mato Grosso do Sul, os preços observados nas diversas rotas acompanhadas também registraram elevação neste mês. Segundo relatos dos agentes transportadores, as movimentações de milho e farelo em rotas domésticas tiveram incrementos acentuados em relação aos quantitativos tradicionalmente transportados.

Em Goiás, as principais demandas por fretes concentraram-se no entorno da região de Rio Verde, que tiveram como destino os portos de Santos-SP e Guarujá-SP, e ainda terminais de Uberaba-MG. Já no Distrito Federal, os preços praticados em janeiro começam a mostrar sinais de recuperação depois de um longo período de depreciação, impulsionados, principalmente, pela alta no valor do diesel, além da expectativa de intensificação da colheita de soja prevista para os próximos 20 dias e do início da realização de contratos pelas transportadoras.

No estado do Paraná, milho e soja foram responsáveis pelos aumentos observados nos valores dos fretes no estado. As duas culturas apresentam situações parecidas: com a chegada da safra 2022/23, há necessidade de se esvaziar os armazéns que ainda apresentam estoques do ciclo 2021/22 para comercializar. No caso da Bahia, os fretes em janeiro de 2023 apresentaram tendências de aumento, face à forte demanda de cargas transportadas, notadamente no extremo oeste baiano, onde os registros foram mais frequentes, atribuídos ao início da colheita de grãos.

As análises mostram ainda que, em Minas Gerais, o mercado de fretes apresentou números expressivos nas diversas rotas acompanhadas pela Conab. A situação se agravou pelo excesso de chuvas, com a ocorrência de atoleiros nas estradas vicinais e a morosidade nas cargas/descargas nos armazéns, que contribuíram para o aperto do quadro operacional. Já no Piauí, as operações de frete praticamente seguiram como o ocorrido nos meses anteriores, com as empresas relatando pequeno aumento na procura devido à finalização do plantio de soja e milho, e pela retomada das operações de comercialização de grãos. Por fim, as análises em Tocantins mostram que em janeiro de 2023 os valores dos fretes permaneceram estáveis em relação ao mês anterior, mas que o cenário tende a mudar em fevereiro com o início da colheita de soja e retirada da produção do campo, com destino aos armazéns e ao processamento.

O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que contém dados coletados nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí e Tocantins, e no Distrito Federal. O estudo mostra aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a análise completa do Boletim Logístico – Fevereiro/2023, disponível no site da Companhia.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

set194363

Mercado de soja deve manter ritmo lento e preços sob pressão

O mercado brasileiro de soja deve iniciar a sessão com preços sob pressão e com poucos negócios. Chicago se mantém no território negativo, realizando lucros. O dólar comercial iniciou o dia em baixa. O cenário não motiva os produtores, que seguem centrados nas lavouras.

O mercado teve mais um dia parado na volta do feriado de Carnaval. Os preços oscilaram de estáveis a mais baixos. Mesmo com o patamar elevado de Chicago, os prêmios mais baixos puxaram as cotações internas. O dólar teve pouco impacto no movimento.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos seguiu em R$ 171,00. Na região das Missões, a cotação estabilizou em R$ 170,00. No Porto de Rio Grande, o preço permaneceu em R$ 177,00.

Em Cascavel, no Paraná, o preço se manteve em R$ 167,00. No porto de Paranaguá (PR), a saca ficou inalterada em R$ 173,00.
Em Rondonópolis (MT), a saca caiu de R$ 159,00 para R$ 154,00. Em Dourados (MS), a cotação recuou de R$ 156,00 para R$ 155,00. Em Rio Verde (GO), a saca seguiu em R$ 152,00.

Chicago

* Os contratos da soja com vencimento em março operam com baixa de 0,29% a US$ 15,35 por bushel.

* Traders esperam o resultado do Fórum Anual do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que inicia hoje e divulga as primeiras estimativas para a área e safra de soja do país em 2023. O evento vai até amanhã.

Prêmios

* Os prêmios da soja recuaram nos portos brasileiros no início de semana. A queda reflete a expectativa de melhora na comercialização doméstica, com o avanço da colheita.

* Os prêmios de exportação da soja estavam em -20 a -10 sobre Chicago no final da quarta no Porto de Paranaguá, para fevereiro. Para março, o prêmio era de -10 a -4. Para abril de 2023, o prêmio estava em -5 a zero pontos, conforme dados de SAFRAS & Mercado.

* O preço FOB (flat price) para março ficou entre US$ 560,20 e US$ 562,50 a tonelada na quarta-feira. No dia anterior, a cotação oscilou entre R$ 557,10 e R$ 559,30.

Câmbio

* O dólar comercial opera com baixa de 0,42%, cotado a R$ 5,146.

Indicadores

* As principais bolsas da Ásia fecharam em baixa. Xangai, -0,11%; Tóquio, feriado.

* As principais bolsas na Europa operam mistas. Paris, +0,79%; Frankfurt, +0,52%; Londres, -0,36%.

* O petróleo registra ganhos. O WTI para março sobe 1,02% para R$ 74,72 o barril.

Agenda

– Dados sobre as lavouras do Paraná – Deral, na parte da manhã.

– EUA: A segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre será publicada às 10h30 pelo Departamento do Comércio.

– EUA: A posição dos estoques de petróleo até sexta-feira da semana passada será publicada às 13h pelo Departamento de Energia (DoE).

– O Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços divulga dados parciais da balança comercial de fevereiro, às 15h.

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Dados das lavouras no Rio Grande do Sul – Emater, na parte da tarde.

– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.

– Resultado financeiro do Minerva.

—–Sexta-feira (24/02)

– Japão: A leitura do índice de preços ao consumidor de janeiro será publicada na noite anterior pelo departamento de estatísticas.

– Alemanha: A leitura revisada do Produto Interno Bruto (PIB) de quarto trimestre de 2022 será publicada às 4h pelo Destatis.

– O IBGE divulga, às 9h, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro.

– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 10h30.

– O Imea divulga relatório sobre a evolução das lavouras no Mato Grosso.

Fonte: Agência SAFRAS Foto: Divulgação

set194462

Segundo maior produtor de soja, Paraná responde por 14% da safra brasileira

O Paraná é o segundo maior produtor de soja no País, com previsão de colher 20,7 milhões de toneladas na atual safra. Isso representa 14% da produção nacional que, por sua vez, responde por quase 40% do que é produzido da oleaginosa no mundo.

A análise faz parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 10 a 16 de fevereiro. O documento é preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

A expectativa para a atual safra é que sejam produzidos 383 milhões de toneladas de soja no mundo. Como principal produtor, o Brasil deve contribuir com 152,8 milhões de toneladas. Os Estados Unidos ocupam a segunda colocação, com 116 milhões de toneladas, seguidos da Argentina, com 40 milhões de toneladas. Os três países são responsáveis por mais de 80% da oleaginosa produzida no mundo.

Além de liderar a corrida produtiva, o Brasil é também o maior exportador. Para este ano, o volume do produto enviado ao exterior deve ultrapassar 90 milhões de toneladas.

A produção paranaense, projetada até agora em 20,7 milhões de toneladas, já começou a ser colhida. Nesta semana, houve um avanço nos trabalhos. Estima-se que aproximadamente 7% da área de 5,7 milhões de hectares já foi colhida, o que equivale a 287 mil hectares.

Milho e Soja

Na última semana, mais de 210 mil hectares de terras foram semeados com milho no Paraná. Isso representa 12% dos 2,6 milhões de hectares esperados. As condições de campo até agora são favoráveis, o que deve ajudar na evolução do plantio.

O boletim registra ainda que, prestes a completar um ano, a guerra na Ucrânia tem provocado grande volatilidade nos preços internacionais do trigo. Tanto a produção na região do conflito quanto os desdobramentos dos acordos de exportação de grãos devem continuar a impactar os preços em 2023.

Feijão e Hortícolas

A colheita da primeira safra de feijão alcançou cerca de 86%. As condições climáticas estão favorecendo o trabalho e o produto obtido é de excelente qualidade, ainda que as lavouras implantadas no início da safra não tenham a produtividade desejada.

O documento produzido no Deral apresenta, ainda, análise sobre a movimentação financeira de cinco produtos nas Centrais de Abastecimento do Estado do Paraná (Ceasa/PR) durante 2022: cebola, laranja, manga, alho nacional e abacaxi. Juntos, representam 18,4% dos volumes comercializados e 16,6% do equivalente monetário naquele ano.

Aves e Bovinocultura

Os primeiros resultados da pesquisa trimestral de abate de animais, realizada pelo IBGE, mostra que foram abatidas 1,56 bilhão de cabeças de frangos no Brasil no quarto trimestre de 2022, aumento de 2,1% em relação ao trimestre equivalente de 2021.

Sobre a bovinocultura de corte, o registro é de que, no Paraná, o valor médio de negociação da arroba está em torno de R$ 269,85, valor que tem mostrado estável, ainda que abaixo do registrado há um ano, quando a arroba estava cotada a R$ 313,00.

Mel e ovos

Em 2022, as empresas nacionais exportaram 36.886 toneladas de mel in natura, com faturamento de US$ 137,9 milhões. O Paraná é o quarto colocado, com 4.466 toneladas e faturamento de US$ 16,7 milhões. As informações divulgadas no Agrostat Brasil, em relação à exportação do produto, são analisadas no Boletim de Conjuntura Agropecuária.

Os dados preliminares da Estatística da Produção Pecuária, do IBGE, apontam que a produção de ovos de galinha ultrapassou 1 bilhão de dúzias no quarto trimestre de 2022, um aumento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu/AEN