Soja.   Curitiba, 26/06/2019 -  Foto: Geraldo Bubniak/ANPr

Colheita atípica em janeiro no Paraná levou a aumento de 282% nas exportações de soja

A acelerada colheita de soja em janeiro deste ano, o que não é comum para o período, levou a um aumento expressivo no volume de produtos do complexo soja exportado pelo Paraná, impulsionando um recorde nesse segmento na história para o mês. No primeiro mês deste ano saíram do Estado 1,2 milhão de toneladas de produtos desse complexo, volume 282% superior às 326,5 mil toneladas de janeiro de 2023. Os números estão na Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha o comércio exterior de produtos agropecuários.

No entanto, em valores, o percentual não foi tão expressivo, tendo em vista a queda do preço no mercado internacional: foram US$ 215,7 milhões obtidos em janeiro do ano passado e US$ 542,2 milhões neste ano (151,3%).

Dentro do complexo, a soja em grão lidera os volumes, com 853,5 mil toneladas, contra 84,8 mil toneladas de 2023. Com uma média de US$ 505 a tonelada neste ano, o volume financeiro alcançou US$ 542,2 milhões. Em janeiro do ano passado o valor médio da tonelada foi de US$ 595, com faturamento total de US$ 215,7 milhões.

O segundo colocado neste ano foi o farelo de soja, com 365 mil toneladas vendidas e arrecadação de US$ 183 milhões (US$ 501 a tonelada). Em janeiro de 2023 tinham sido 191 mil toneladas a um custo de US$ 100,8 milhões (US$ 528 a tonelada). Também foram vendidas 29,3 mil toneladas de óleo de soja a US$ 28,8 milhões (US$ 980 a tonelada), contra 50,7 mil toneladas em 2023, com faturamento de US$ 64,2 milhões (US$ 1.266 a tonelada).

“Esse grande volume de exportação do complexo se deve basicamente à colheita antecipada deste ano”, ponderou o analista de soja do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Edmar Gervásio. Em janeiro deste ano 12% dos 5,7 milhões de hectares já estavam colhidos. Em 2023 a colheita começou em fevereiro.

Milho e Carnes

No caso do milho e seus subprodutos, houve uma redução tanto no volume quanto no valor resultante da exportação. Foram 491,8 mil toneladas enviadas ao Exterior em janeiro do ano passado e 416,2 mil toneladas neste último mês. As divisas reduziram de US$ 142,7 milhões para US$ 94,8 milhões. O preço de cada tonelada também caiu: de US$ 290 em 2023 para US$ 228.

“Normalmente a prioridade para exportação em grãos é da soja, o que explica em parte essa redução no milho, mas, sobretudo no Paraná, esse cereal é muito usado para alimentação de frango, suínos e tilápia, o que contribui para a evolução na produção e exportação de proteína animal”, salientou Gervásio.

No complexo das carnes, os números do Agrostat apontam que o Paraná enviou ao Exterior 182,6 mil toneladas no primeiro mês de 2024, com faturamento de US$ 305,3 milhões (US$ 1.672 a tonelada). No mesmo período de 2023 foram exportadas 174,4 mil toneladas e arrecadados US$ 332,5 milhões (US$ 1.905 a tonelada).

O destaque paranaense ficou na carne de frango, da qual é líder nacional em produção e exportação. Em janeiro foram exportadas 166 mil toneladas, com a entrada de US$ 269,2 milhões. No ano anterior tinham sido 159,7 mil toneladas com US$ 299,7 milhões.

O volume exportado de carne suína foi quase o mesmo comparativamente a janeiro de 2023, saltando de 10,2 mil toneladas para 10,7 mil toneladas. Em valores retrocedeu de US$ 22,5 milhões para US$ 22 milhões, fruto da menor valorização no mercado global.

Nos pescados, o Estado exportou 478 toneladas em janeiro deste ano, contra 483 toneladas no mesmo mês de 2023, redução de 1%. No entanto, o valor monetário arrecadado foi 73,4% superior, saindo de US$ 1,2 milhão para US$ 2 milhões. Nesse segmento, a tilápia lidera com 472 mil toneladas exportadas.

Outros

Entre os outros produtos que fazem parte da pauta de exportação paranaense cabe destacar o complexo sucroalcooleiro. Ele teve um bom crescimento, tanto em volume, passando de 166,3 mil toneladas para 188 mil toneladas (13%), quanto em faturamento, que passou de US$ 73 milhões para US$ 108 milhões (48%).

A exportação de frutas também foi expressiva. Enquanto no primeiro mês de 2023 foram 660 toneladas, agora foram 964,3 toneladas (+46%), com salto de US$ 574,3 mil para US$ 885,8 mil (+54%).

Já a exportação do café aumentou 23,4%. Em janeiro de 2023 foram exportadas 3,3 mil toneladas e em 2024, 4 milhões. Com o preço em queda, o volume de recursos também caiu, passando de US$ 28,6 milhões (US$ 8.678 a tonelada) para US$ 27,3 milhões (R$ 6.719 a tonelada).

Fonte: AEN Foto: Geraldo Bubniak/AEN

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Custos em alta: Imea alerta para desafios na safra de milho 2024/25

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou um relatório que traz atualizações relevantes sobre a próxima safra de milho no estado. O levantamento destaca um aumento de 5,55% nos custos de produção do milho de alta tecnologia para a safra 2024/25, em comparação com a temporada anterior, alcançando R$ 3.466,67 por hectare.

Essa elevação nos custos foi influenciada por atualizações nos painéis modais de custo de produção, incorporando mudanças tecnológicas e no manejo, incluindo a adição de aplicações com adjuvantes. Além disso, o preço da semente de milho teve um aumento significativo de 19,26%, contribuindo para o aumento geral dos custos.

O Custo Operacional Efetivo (COE) foi estimado em R$ 4.871,42/ha, representando um acréscimo de 8,74% em relação ao ciclo anterior. Isso resulta em um ponto de equilíbrio (PE) 8,74% maior para cobrir o COE na safra 2024/25 em comparação com o ciclo 2023/24.

Os técnicos do Imea apontam que, para que o produtor consiga cobrir o COE, colhendo 103,86 sacas por hectare (referência da safra anterior), é necessário comercializar o milho a pelo menos R$ 46,90 por saca. No entanto, o relatório destaca um “cenário desafiador para o produtor”, já que a média do preço disponível na semana está abaixo de R$ 40,00 por saca no Mato Grosso.

Fonte: Portal do Agronegócio Foto: Divulgação

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CNA lança plataforma de denúncia anônima contra invasão de terras

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou, na quarta (21), um canal de denúncia anônima para os produtores rurais denunciarem casos de invasões de propriedade.

A plataforma foi anunciada durante reunião da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da CNA, que reuniu representantes das Federações de Agricultura e Pecuária dos Estados.

De acordo com o presidente da comissão e do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, o objetivo da plataforma é estabelecer um canal direto com o produtor e qualificar o monitoramento de invasões de terras que já é feito pela CNA, federações e sindicatos.

“Não existe invasão legítima, legalizada ou permitida. Invasão de terra é crime. Portanto, a CNA defende a garantia do direito de propriedade, pois é a base para o produtor rural brasileiro trabalhar com tranquilidade e segurança jurídica”, disse Bertoni.

No formulário, o denunciante tem a opção de inserir o nome, e-mail, telefone, área do imóvel invadido e informações adicionais (endereço, ponto de referência). Caso a denúncia seja anônima, as informações exigidas são o nome da fazenda invadida, município e estado, qual movimento ou grupo que invadiu e a data do ocorrido.

Para fazer uma denúncia anônima de invasão de propriedade rural, clique no link http://cnabrasil.org.br/invasaodeterras e preencha as informações sobre o imóvel invadido.

Além do lançamento da plataforma, os integrantes da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da CNA discutiram o plano de ação do colegiado para 2024 com os desafios e soluções das demandas do setor.

O assessor técnico José Henrique Pereira apresentou os principais temas que estarão na pauta da comissão em 2024 são: regularização fundiária; garantia do direito de propriedade e segurança no campo; retificação de títulos em faixa de fronteira; reforma agrária; demarcação de territórios quilombolas e de terras indígenas; integração cadastral/tributação e demarcação de terrenos marginais e de marinha.

As ações no STF sobre as questões relativas à Lei 14.701/2023, que estabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, também foram debatidas no encontro. O diretor jurídico da CNA, Rudy Ferraz, explicou que a entidade defende a aplicabilidade da Lei do marco temporal para garantir a segurança jurídica no campo e a produção de alimentos do país.

Fonte e Foto: CNA

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Técnicos da Conab estão em campo para pesquisa do 6º Levantamento da Safra de Grãos 2023/24

Técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciaram nesta semana as pesquisas para o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2023/24. O trabalho contempla todos os estados e os dados coletados ajudarão a compor o Boletim a ser divulgado pela estatal no próximo dia 12 de março.

A pesquisa está sendo realizada em todo o país e segue até o dia 24 de fevereiro. Ao todo, são 16 culturas monitoradas pela Companhia. Durante os trabalhos, serão aplicados questionários junto a cooperativas, produtores e representantes de órgãos públicos e privados, além da visita in loco e de acompanhamento de imagens de satélites para indicar variáveis como área, produtividade, desenvolvimento das lavouras a fim de apresentar um panorama da atual safra de grãos. A expectativa é encontrar em campo as lavouras de primeira safra em fase final de cultivo, bem como a colheita, e também a semeadura das lavouras de segunda safra.

De acordo com o último levantamento, divulgado no dia 8 deste mês, a produção brasileira está estimada em 299,8 milhões de toneladas, volume 6,3% inferior ao obtido na safra passada, o que representa 20,1 milhões de toneladas. O comportamento climático nas principais regiões produtoras, sobretudo para soja e milho primeira safra, vem afetando negativamente as lavouras, desde o plantio. O atraso no plantio da soja possivelmente impactará no plantio da segunda safra de milho.

Confira aqui as informações do último Boletim de Safra de Grãos divulgado pela Companhia.

Fonte: Conab Foto: Divulgação

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Safras reduz previsão de exportação de soja do Brasil em 2024

A exportação de soja do Brasil em 2024 deve alcançar 94 milhões de toneladas, disse nesta segunda-feira a Safras & Mercado, reduzindo sua previsão frente às 95 milhões de toneladas estimadas em janeiro.

Se confirmado, o número ficaria abaixo das 101,86 milhões de toneladas exportadas em 2023, em número também revisado ante as 95 milhões de toneladas indicadas em janeiro, apontou a consultoria.

Já para o esmagamento de soja, as estimativas são de 54,3 milhões de toneladas em 2024 e de 53,5 milhões de toneladas em 2023, com uma elevação de 1% entre uma temporada e outra. Não houve alteração na previsão na comparação com janeiro.

Em comunicado separado, a Safras disse que a colheita de soja brasileira da temporada 2023/24 alcançou 29,4% da área até 16 de fevereiro, contra 21,6% apurados na semana anterior.

“Os trabalhos estão mais adiantados se comparados com o mesmo período do ano passado, 20,9% – e também superam a média dos últimos cinco anos, de 24,4%”.

Fonte e Foto: Reuters

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Exportações do agronegócio alcançam US$ 11,72 bilhões

O Brasil bateu recorde de US$ 11,72 bilhões em exportações do agronegócio em janeiro, conforme divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Os dados representam um salto de 14,8% em relação ao ano anterior, equivalente a um incremento de US$ 1,51 bilhão em comparação a janeiro de 2023.

A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do MAPA atribui esse recorde ao aumento do volume exportado, com os grãos apresentando um crescimento de 19,7% e o açúcar, um impressionante aumento de 58,1%. Apesar disso, o índice de preço dos produtos exportados registrou uma queda de 5,8% em comparação a janeiro de 2023.

As exportações de soja em grãos atingiram um marco sem precedentes, totalizando US$ 2,50 bilhões em janeiro de 2024. Esse desempenho excepcional foi impulsionado pelo volume robusto exportado, que aumentou em 240,0% em comparação a janeiro de 2023, alcançando 2,85 milhões de toneladas. A China liderou as importações, adquirindo US$ 1,00 bilhão, o que representa 69% do valor exportado.

O complexo sucroalcooleiro destacou-se como o segundo principal setor exportador do agronegócio brasileiro em janeiro de 2024, registrando um aumento de exportação de US$ 1,84 bilhão (+69,9%). O volume exportado de açúcar atingiu uma marca recorde de 3,2 milhões de toneladas, resultando em vendas externas no valor de US$ 1,69 bilhão (+88,6%). A Índia liderou as importações de açúcar brasileiro, totalizando US$ 157,24 milhões.

Entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 168 bilhões, representando um crescimento de 4,8% em comparação aos doze meses anteriores (US$ 160,29 bilhões). Destacam-se a soja em grãos e as carnes como os principais impulsionadores desse desempenho positivo ao longo do ano.

Fonte e Foto: Agrolink

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Portos do Paraná batem recordes de movimentação: o aumento foi puxado pela exportação de soja e açúcar

Mais de 65 milhões de toneladas foram movimentadas no ano passado pelos Portos do Paraná. O número é o maior já alcançado na história da instituição, fundada em 1935.

O recorde foi puxado pelo aumento de exportação de soja (47%) e açúcar (27%), se comparadas ao ano de 2022. Na importação o crescimento foi de 1%, com mais 22 milhões de toneladas, sendo considerado o maior canal de importação de fertilizantes do Brasil, em 2023, representou 25% da movimentação nacional. O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, relata que o crescimento é um conjunto de forças.

A expectativa para o ano de 2024 é um crescimento ainda maior. Para suprir esta demanda, será construído o Moegão, obra orçada em R$ 592 milhões, e que consiste na implantação de um sistema exclusivo de descarga ferroviária de grãos e farelos.

Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a obra com 80% financiada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento, deixará o Porto muito mais eficiente, com um ganho será de 63% na capacidade de desembarque de cargas.

Segundo o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, o projeto vai reduzir o custo e aumentar a eficiência da agricultura brasileira.

Além do crescimento de movimentação, o ano passado registrou um crescimento na geração de empregos. Em 2023, mais de 600 pessoas realizaram treinamentos de integração, representando um crescimento de 24,5% em comparação a 2022.

Ouça

Fonte: BandNews, Lucas Marconsoni Foto: Claudio Neves/AEN

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Segunda safra além do milho: produtores buscam alternativas de cultivo em 2024

O mais recente relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a segunda safra de 2024 terá plantio de 15,879 milhões de hectare de milho. Caso confirmado, este patamar seria 7,5% menor do que os 17,179 milhões de hectares registrados em 2023.

“A redução na área cultivada é devida às baixas cotações do cereal e atraso do plantio da soja, o que reduzirá a janela ideal de cultivo, além do temor dos agricultores sobre uma possível redução das precipitações a partir de abril”, explica a Conab.

Diante desta redução, uma parte dos produtores brasileiros devem abandonar a tradicional dobradinha soja/milho e apostar no cultivo de culturas alternativas nesta segunda safra de 2024. Entre as principais opções estão sorgo, gergelim, algodão, trigo, girassol e até o arroz.

“Tem culturas secundárias trazendo um aumento mais expressivo para o sorgo, embora historicamente seja pequeno, tem expectativa de área plantada maior em um cenário capitaneado pelo risco climático apertando a janela de plantio em algumas regiões. Temos culturas secundárias como o gergelim que entra em algum momento em algumas regiões, temos o trigo que fica mais para a região Sul. Então temos um mix de alternativas que o produtor pode estar de olho sim”, relata Stefan Podsclan, Consultor de Grãos e Projetos na Agrifatto.

“Uma parte do que já foi plantado migrou para o algodão, que avançou na área que era de milho em 2023. Agora para quem ainda vai plantar, o milho pode se estender até o final de fevereiro e depois surgem como alternativas o sorgo, o feijão e até o arroz, as opções estão muito variadas nessa segunda safra. Culturas como feijão e arroz tem expectativa de mais rentabilidade do que o milho, já no caso do sorgo é mais uma questão de janela de plantio”, avalia o Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. 

Sorgo

Analista da Embrapa Milho e Sorgo e Coordenador do Movimento + Sorgo, Frederico Botelho, aponta o sorgo como a principal alternativa de cultivo na segunda safra brasileira, com área que vem crescendo constantemente nos últimos anos, especialmente na parte Central do país.

“Nós batemos na tecla não da substituição, mas da utilização de cada cultura em sua janela de cultivo ideal. O produtor precisa se atentar ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para se posicionar da melhor maneira. Entre a segunda quinzena de fevereiro e meados de março muitas regiões já têm restrição ao milho, mas a janela ainda é oportuna para o sorgo”, explica Botelho.

Para o Mato Grosso, a Conab aponta que há aumento na procura por culturas alternativas e proporcionado elevação nas projeções de área de culturas como sorgo. “Representa uma opção bastante interessante no sentido de que apresenta maior resistência ao clima seco, característica que deve se sobressair em 2024, dado os atrasos nos ciclos que têm ocorrido. O sorgo também exerce papel parecido ao do milho na alimentação animal. Nesse contexto, sua área projetada já ultrapassa os 100 mil hectares, marca não registrada há muitos anos no estado”.

A Companhia também projeta elevação no cultivo em estados como Bahia e Piauí. “Na Bahia espera-se o crescimento do cultivo em relação à safra passada por conta da expansão agrícola e da redução do cultivo do milho, oportunizando o fim da estação chuvosa num cultivo de baixo custo. Por se tratar de cultura mais rústica que o milho e, consequentemente, mais resistente ao déficit hídrico, o sorgo tem apresentado uma área de cultivo crescente no Piauí”, aponta a Conab.

Diante do cenário de atraso na safra de soja e encurtamento da janela para o milho em muitas regiões brasileiras, Botelho aposta em um crescimento no cultivo de sorgo em 2024 apoiado nas principais características da cultura.

“O sorgo vem sendo cada ano mais observado pelos produtores pois tem uma janela de plantio maior e mais tolerância aos stress hídrico. Além disso, tem um mercado com demanda crescente com as indústrias de etanol de cereais e de rações expandindo o mercado”, relata o analista de Embrapa.

O cultivo do sorgo também traz características positivas do lado agronômico. “Quanto mais dentro da janela maior é o retorno. O sorgo também não tem problemas com a cigarrinha do milho, deixa boa condição de palhada pós-colheita e no momento da dessecação da soja pré-plantio já que tem a possibilidade da rebrota. Além disso o sistema radicular da planta é maior do que o do milho e deixa matéria orgânica também no subsolo. Por fim, os custos de produção do sorgo ficam em torno de 50% dos do milho, enquanto a comercialização gira entre 80 e 85% do preço do milho”, diz Botelho.

Gergelim

Outra cultura que pode se beneficiar desta redução de plantio do milho é o gergelim. Os dados oficiais da Conab indicam que “o quadro de encurtamento da janela de plantio para o milho, na segunda safra, com consequente elevação dos riscos climáticos associados a essa cultura, tem movimentado a procura por culturas alternativas e proporcionado elevação nas projeções de área de culturas como o gergelim”.

O município de Canarana no Mato Grosso é a principal região produtora de gergelim do Brasil, e por lá a expectativa é de novo aumento no cultivo, ganhando a disputa por áreas de segunda safra com o milho. 

“Muito pouco plantio de milho na nossa região. Tenho falado com muitos produtores e a grande maioria deve plantar gergelim. O milho está sendo deixado de lado em função de preço e da própria janela que foi pouca no início”, diz Arlindo Cancian produtor rural em Canarana/MT.

Cancian destaca que a região, que é considerada capital nacional do gergelim, conta com a presença de empresas que compram o produto, limpam, etiquetam e já exportam diretamente, o que facilita a comercialização e rentabilidade dos produtores. Os primeiros negócios para esta safra giraram entre R$ 5,50 e R$ 6,00 o quilo e agora estão na casa de R$ 4,00.

O produtor também comenta que a cultura do gergelim não deixa tanta massa orgânica no solo quanto o milho, mas tem um enraizamento muito bom. Já do lado do manejo, existem algumas variedades que demandam algumas adequações especiais, mas a cultivar mais produzida na região tem manejo mais simples. 

Algodão

Para o algodão, A Conab estima que 1,877 milhão de hectares serão cultivados no Brasil neste ciclo 2023/24. Isso representa um salto de 12,8% com relação ao registrado na temporada passada 2022/23, quando foram semeados 1,663 milhões de hectare.

Somente o Mato Grosso, principal produtor nacional, deve semear entre 1,3 e 1,4 milhões de hectares, com um crescimento de cultivo estimado em cerca de 10% pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

“A cultura do algodão foi a menos impactada pensando em preços, olhando em relação à soja e milho. Esse ano vimos produtores migrando da própria primeira safra que acabou não conseguindo cultivar com soja e indo direto para a cultura do algodão e também como segunda safra, como opção mais rentável em comparação ao milho”, aponta o Superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer.

Trigo

Opção de cultivo especialmente na região Sul, o trigo começa 2024 em desvantagem na comparação com o trigo e não deve ser a escolha de muitos produtores nesta safra.

No Paraná, principal estado onde é possível fazer essa troca, a expectativa do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná é que a área de trigo fique, no máximo, no mesmo tamanho do registrado em 2023.

“Nesse ano a janela já estava mais favorável ao milho e com o encurtamento do ciclo da soja ela ficou ainda mais favorável. Isso não favorece o trigo nesse primeiro momento. Além disso, a rentabilidade do milho pode estar ruim, mas a do trigo também está ruim e deve ser na mesma toada. Então, aumento de área possivelmente não vai ter devido justamente a rentabilidade, além da janela de plantio. Deve ficar, no máximo, no mesmo tamanho do ano passado”, diz Carlos Hugo Godinho – Engenheiro Agrônomo do Deral.

Essa relação de rentabilidade mais favorável ao milho ante ao trigo também é destacada pelo Consultor em Gerenciamento de Riscos da StoneX, Jonathan Pinheiro, que aponta tendência de redução de área do trigo no Sul, mas a possibilidade de ganho de áreas em outras regiões. 

“Para próxima safra, que será plantada ao longo dos próximos meses, nós da StoneX vemos uma redução de área no Sul do Brasil, mas possibilidade de incremento no Sudeste e Centro-Oeste, regiões do cerrado. As rentabilidades baixas da última temporada são somente um dos fatores que desestimulam o produtor atualmente. No último triênio, tivemos boas rentabilidades do trigo, que levou muitos produtores a investir na cultura, mas na última temporada, com uma quebra representativa, e sem aumento proporcional dos preços, temos as baixas rentabilidades e um grande desestímulo neste período próximo ao início da semeadura”, pontua.

Olhando para estados como Goiás e São Paulo, o consultor ressalta um cenário um pouco mais positivo ao trigo. “Nas demais regiões do país não houve a quebra de safra que foi visto no sul. Isso proporcionou um trigo de qualidade, com preços competitivos e boa demanda pela indústria moageira doméstica. Vimos inclusive trigo de Goiás indo para o Paraná, entre outros estados que forneceram parte de sua produção para a região Nordeste, que é uma grande consumidora. Essas regiões estão com produtores otimistas em, ao menos, manter a área e inclusive estão com interesse de exportar. Apesar disso, o avanço da colheita adiantado de soja no país, deixa mais confortável a janela de plantio do milho safrinha, e pelo que estamos recebendo de informações, com rentabilidades sim melhores, poderá limitar o crescimento da área de trigo”, diz Pinheiro.

Girassol

De acordo com o último relatório da Conab, a conjuntura não tem sido favorável para o cultivo do girassol em Mato Grosso. 

“Mesmo com a desvalorização de seu principal concorrente, o milho, o produtor não se anima a semear o girassol, e o preço pago ao produtor não é suficiente para tanto. Estima-se que apenas 8,5 mil hectares sejam alocados à cultura”, dizem os técnicos da Conab.

Já em Goiás, principal estado produtor do girassol no Brasil, a perspectiva é de aumento no cultivo nesta segunda safra de 2024, justamente se aproveitando de espaços deixados pelo milho.

“A expectativa é uma redução na área plantada com milho safrinha. No ano passado plantamos 1,7 milhão de hectares, esse ano por todos esses problemas de atraso no plantio (da soja), necessidade de replantio, a gente vai ter uma redução na nossa área plantada na casa dos 5% ou mais. O estado de Goiás já é o principal produtor de girassol do país e temos a estimativa de que pode crescer muito a área no estado”, aponta Leonardo Machado, Assessor Técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

Arroz

Mais comum em áreas irrigadas cultivadas na safra de verão na região Sul, até mesmo o arroz tem surgido como alternativa ao milho nesta segunda safra. Os dados oficiais da Conab reportam que 1,575 milhões de hectares serão cultivados com arroz nesta safra 2023/24. Na comparação com os 1,479 milhões contabilizados em 2022/23, o aumento deve ser de 6,5%.

“Há estimativa de aumento de área a ser cultivada, tanto do arroz irrigado quanto do sequeiro, comparado com a safra passada, principalmente devido à expectativa com a melhoria dos preços praticados no mercado do cereal”, diz a Conab.

No município de Torixoréu na região Sudeste do Mato Grosso, o consultor agrícola Jacson Tortelli comandou o plantio de áreas de arroz ao invés do milho segunda safra. De acordo com o consultor, a escolha de substituição se deu de olho na viabilidade econômica e menor risco para o arroz ante ao milho nesta safra.

“Temos que procurar levar ao produtor opções que vão trazer lucratividade final”, diz Tortelli.

Fonte: Notícias Agrícolas/Guilherme Dorigatti

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Concessionárias já preparam estradas no Paraná para o retorno da cobrança do pedágio

Quem viajou para o litoral do Paraná durante o feriado de Carnaval e passou pela BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), pôde perceber que o retorno da cobrança de tarifas para trafegar em rodovias paranaenses está próximo. É que a pintura da antiga praça de pedágio na Grande Curitiba, desativada desde o final de novembro de 2021, foi renovada, dando cara nova ao local.

Desde a assinatura dos novos contratos de concessão, em solenidade realizada em Brasília (DF) no último dia 30 de janeiro, as concessionárias que venceram os leilões rodoviários dos lotes 1 e 2 realizam os preparativos antes de retomar a cobrança do pedágio.

Esses preparativos envolvem situações como: deixar as praças de pedágio prontas e os sistemas de cobrança operacionais; deixar o asfalto em boas condições; tapar buracos; recuperar toda sinalização; fazer roçada do mato e serviços em bueiros; e garantir a oferta de serviços de assistência, como guincho, mecânico e ambulância.

Feitas todas essas melhorias, as empresas ainda precisam chamar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que fará uma vistoria e depois dirá se as rodovias já estão ou não em condições para as cobranças serem retomadas. Havendo uma sinalização positiva, as concessionárias ainda terão um período de 10 dias para fazer uma ampla divulgação sobre o retorno do pedágio, indicando a data de retomada das cobranças.

Na quarta-feira (14), Fernando Milléo, gerente de operações da EPR Litoral Pioneiro (que administrará rodovias do Norte Pioneiro ao Litoral do Paraná), apontou a previsão de que a cobrança do pedágio seja retomada ainda em março deste ano. A informação foi confirmada pelo Bem Paraná, que apurou também que a volta dos pedágios provavelmente ocorreria na segunda quinzena do mês.

A concessionária, inclusive, informou também ontem que vai conceder três descontos a usuários de rodovias. O primeiro deles é a isenção de pagamento para motocicletas nas sete praças que vão compor o trecho sob sua administração.

Além disso, também haverá um Desconto Básico de Tarifa (DBT), que concede 5% de desconto para os usuários que fizeram o pagamento por serviços automáticos, sem parar nas cabines (utilizando o sistema de cobrança eletrônica AVI/TAG); e o Desconto para Usuários Frequentes (DUF), que oferecerá descontos progressivos para usuários frequentes — ou seja, quanto mais se passa pelo pedágio num mesmo mês, menor vai ficando a tarifa.

Assim, o Carnaval foi o último feriado com o Anel de Integração sem a atuação de uma concessionária.

Bases: Onde ficarão os novos pedágios

O consórcio Via Araucária será responsável por administrar o Lote 1 de concessões, com uma extensão de 473 quilômetros que envolve trechos das BR-277, BR-373, BR-376 e BR-476, além das PR-418, PR-423 e PR-427. Serão cinco praças de pedágio nessas estradas, localizadas em Balsa Nova-São Luiz do Purunã (BR-277), Lapa (BR-476), Porto Amazonas (BR-277), Imbituva (BR-373) e Irati (BR-277).

Já o Lote 2 de rodovias fica com o grupo EPR Litoral Pioneiro, que administrará mais de 600 quilômetros de estradas entre a BR-153, BR-277, BR-369 e PR-092, PR-151, PR-230, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855. Haverão outras sete praças de pedágio, localizadas em São José dos Pinhais (BR-277), Carambeí (PR-151), Jaguariaíva (PR-151), Sengés (PR-151), Quatiguá (PR-092), Jacarezinho (BR-153) e Jacarezinho (BR-369).

Novas concessões à vista

Dos seis lotes do novo pedágio do Paraná, apenas dois foram leiloados, por enquanto. A expectativa, conforme já anunciado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, é que ainda ao longo de 2024 ainda sejam feitas novas concessões rodoviárias, que abrangem os lotes 3 e 6. O lote 3 inclui trechos das BRs-369, 373, 376 e das PRs-170, 232, 445 e 090, enquanto o lote 6 engloba as BRs-163 e 277 e as PRs-158, 180, 182, 280 e 483.

Fonte: Bem Paraná, Mario Akira e Rodolfo Luis Kowalski Foto: Divulgação

Carambeí, 31 de agosto de 2023 - PR 151, entre Ponta Grossa e Sengés, no trecho em Carambeí.

Concessionária que vai assumir rodovia no Paraná anuncia pedágio com desconto progressivo; veja como funcionará

A EPR Litoral Pioneiro, concessionária que vai administrar 605 quilômetros de rodovias entre o Litoral, Campos Gerais e Norte do Paraná, anuncia a chegada de um programa que vai conceder três descontos a usuários de rodovias: Desconto Básico de Tarifa (DBT), o Desconto para Usuários Frequentes (DUF) e isenção de pagamento para motocicletas nas sete praças que vão compor o trecho sob sua administração. A iniciativa é pautada nos termos de Contrato de Concessão, assinado com a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) no último dia 30 de janeiro.

O programa de desconto tem algumas regras as quais os usuários de rodovias precisam estar atentos. Para ter acesso, por exemplo, é preciso que o motorista tenha em seu carro um sistema de cobrança eletrônica AVI/TAG.

Desconto para Usuários Frequentes (DUF)

Adicionalmente ao DBT, a concessionária também disponibiliza o Desconto para Usuários Frequentes (DUF), que a partir da segunda passagem pelo mesmo sentido, dentro do mesmo mês, já iniciam descontos progressivos até a 30ª passagem. A partir da 30ª passagem, dentro do mesmo mês, o valor da tarifa cobrada permanece com o desconto da trigésima passagem.

Os descontos são distintos em cada uma das praças, contudo bem vantajosos. Na praça de Jacarezinho I – no Norte do Estado, por exemplo, a segunda passagem no mês, além do desconto de 5% do DBT, é acrescido um desconto de 12,4%, e, ao chegar a trigésima passagem, o motorista já computará um desconto na tarifa de 98%, que é o teto para esta praça.

Importante mencionar que com 30 passagens no mesmo sentido, dentro do mesmo mês, o beneficiário do DUF na praça de jacarezinho terá um desconto médio de 75% no somatório das tarifas.

Em São José dos Pinhais, o desconto alcança 56% na média mensal considerando 30 passagens no mesmo sentido dentro do mesmo mês.

“É algo que vai beneficiar os motoristas que utilizam frequentemente as rodovias e já é um dos diferenciais que os usuários poderão usufruir com a nova administração das estradas entre Litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro”, diz Fernando Millléo, Gerente de Operações da EPR Litoral Pioneiro.

Como funciona

O primeiro ponto a se considerar é que para ter acesso aos descontos os usuários precisam instalar o sistema de cobrança eletrônica AVI/TAG em seu veículo. É a partir deste dispositivo que todos os registros de passagem serão computados e consequentemente os descontos serão automaticamente aplicados para o pagamento da fatura enviada pela operadora do TAG instalado no veículo.

O Desconto Básico de Tarifa (DBT) será concedido a todos os usuários e o Desconto para Usuários Frequentes (DUF) aos veículos de passeios. (O DUF começa a contar a partir da segunda passagem pela praça de pedágio, no mesmo sentido da rodovia e dentro do mesmo mês de calendário.

A redução progressiva do DUF ocorre até a trigésima passagem no mês, conforme percentual fixo de redução em relação à tarifa cobrada na passagem anterior, até atingir a tarifa mínima determinada para aquela Praça de Pedágio, dentro do mesmo mês de calendário.

Ao atingir a trigésima passagem no mês, a tarifa mínima será cobrada em todas as passagens adicionais até o final do respectivo mês calendário.

O que são veículos de passeio?

Conforme previsto em contrato de concessão, os veículos de passeio são aqueles que compõem as categorias 1, 3 e 5 que representam respectivamente:

automóvel, caminhonete e furgão

automóvel e caminhonete com semirreboque

automóvel e caminhonete com reboque

Fonte: Bem Paraná Foto: Roberto Dziura