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Safra de algodão 23/24: produção brasileira elevada apesar de desafios com clima e pragas

Os dados oficiais da Conab apontam que, até esta segunda-feira (09), a safra de algodão 2023/24 está 95,6% colhida no Brasil. Com os trabalhos em sua reta final, a avaliação da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) é de que a produção pode configurar recorde histórico, mais em função do aumento de área do que pela produtividade.

“Foi um ano interessante. Foi prejudicial para a soja que antecede 70% da safra de algodão e isso fez uma janela de plantio mais curta em janeiro, então não favoreceu tanto o algodão. Estávamos torcendo por boas chuvas no final do ciclo, o que fez com que tivéssemos boas produtividades. Vamos ter uma produtividade boa, mas não excelente como foi 2023, é uma safra boa mas não excepcional, mas por causa do aumento de área neste ano vamos bater recorde de produção”, diz Alexandre Schenkel, Presidente da Abrapa.

Exemplo deste cenário é o estado do Mato Grosso, principal produtor de algodão do Brasil. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), houve aumento de 21,57% na área semeada na safra 23/24 em relação ao plantio de 22/23. Já a produtividade registrada ficou 6,42% menor no atual ciclo. Sendo assim, a produção final do Mato Grosso deve ficar em 6,39 milhões de toneladas de algodão em caroço, 13,9% superior ao ciclo 22/23.

O saldo é parecido também em Goiás, onde apesar das dificuldades, a produção final vem sendo registrada acima do esperado. “Foi um ano atípico, tivemos problemas climáticos no início do estabelecimento da cultura, tivemos problemas com pragas, mosca-branca foi um alvo bastante forte na soja e depois no algodão e o bicudo sempre presente. Foi um ano desafiador para o produtor, mas o balanço é positivo, a maioria das regiões e dos produtores com quem a gente conversou está atingindo produção maior do que o esperado”, diz Carlos Alberto Moresco, Vice-presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa).

“O que chamou mais a atenção foram infestações altas de bicudo em praticamente todas as regiões produtoras, mas tivemos também problema com mosca-branca que na cultura da soja já foi um problema bem maior do que nas quatro safras anteriores, problema de tripes também com uma população na soja e ofertando também no algodão e lagartas mais na região da Bahia do que no Mato Grosso”, relata a Pesquisadora da Fundação MT, Lúcia Vivan.

“O bicudo sempre foi a principal praga do algodoeiro, mas temos que ficar cada vez mais atentos porque foi um desafio muito grande nesse ano demandando muitas aplicações para o controle. Também a mancha-alvo teve um ataque muito severo porque tivemos um período de chuvas muito grande no mês de abril que prejudicou as lavouras do Mato Grosso e aumento a tensão para manchas foliares”, acrescenta Schenkel.

Quem também destaca esse aumento nos casos de mancha-alvo nos algodoeiros é Guilherme Hungueria, Gerente de Campanhas para Milho e Algodão da Bayer. “Essa safra foi bastante atípica para o produtor de algodão, especialmente no Mato Grosso onde houve condições climáticas inesperadas. Somado a isso, a gente viu um comportamento diferente de uma doença que é conhecida do produtor que é a mancha-alvo. Nesse sentido, a gente trabalhou fortemente para identificar o que vem acontecendo com essa doença, trabalhamos nos laboratórios juntamente com outros pesquisadores. O produtor enfrentou uma janela de plantio diferente, situações climáticas diferentes e esse é um fungo necrotrófico, que tem comportamento de permanecer nos restos das culturas, são diversos fatores que podem ter contribuído”.

A pesquisadora explica que as condições climáticas desta temporada acabaram sendo mais favoráveis ao desenvolvimento das pragas. “Isso se deu em virtude do período mais seco e da dificuldade de destruição da soqueira, que manteve algumas plantas na cultura da soja. Tivemos também uma janela de plantio maior com relação à outras safras até pela dificuldade de plantio da soja em período correto, então muitas áreas que eram de segunda safra de algodão passaram a ser primeira safra. Então na cultura da soja já tivemos uma infestação muito maior e isso acaba passando para a cultura do algodão”, diz Vivan.

Fonte: Notícias Agrícolas/Guilherme Dorigatti Foto: Wenderson Araujo 

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Exportação de milho registra queda de 28,7% em setembro de 2024 em comparação com o ano anterior

A exportação de milho brasileiro segue em ritmo inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta segunda-feira (09). O volume de milho não moído (exceto milho doce) exportado até o momento em setembro de 2024 totalizou 1.558.126,7 toneladas, o que corresponde a apenas 17,8% do total embarcado no mesmo mês de 2023, quando foram exportadas 8.746.381,3 toneladas.

A média diária de embarques nos primeiros cinco dias úteis de setembro de 2024 foi de 311.625,3 toneladas, o que representa uma queda de 28,7% em relação à média diária de setembro do ano anterior, que foi de 437.319,1 toneladas.

Roberto Carlos Rafael, analista da Germinar Corretora, observa que, para o Brasil atingir a meta de 40 milhões de toneladas exportadas, volume ainda considerado modesto para reduzir os estoques internos, seriam necessárias 26 milhões de toneladas a serem embarcadas entre setembro e janeiro. “Precisaríamos exportar cerca de 5,5 milhões de toneladas por mês. Esse volume é totalmente viável, desde que o produtor esteja disposto a vender. O que observamos neste momento é que o produtor não está satisfeito com os preços e adota a estratégia de postergar as vendas”, analisa Rafael.

Em termos de faturamento, o Brasil arrecadou até o momento em setembro um total de US$ 303,626 milhões, comparado a US$ 1,993 bilhão arrecadado ao longo de todo o mês de setembro de 2023. Isso resulta em uma média diária de US$ 60,725 milhões, uma redução de 39,1% em comparação aos US$ 99,685 milhões diários registrados no mesmo período do ano anterior.

O preço médio da tonelada de milho brasileiro também apresentou retração, caindo 14,5%, de US$ 227,90 em setembro de 2023 para US$ 194,90 na primeira semana de setembro de 2024.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio

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Plantio de Milho de Verão Avança no Centro-Sul com SC e PR se Unindo ao RS

O plantio da primeira safra de milho 2024/25, conhecido como milho de verão, atingiu 8% da área estimada no Centro-Sul do Brasil até a última quinta-feira (29). O levantamento, realizado pela AgRural, revela que esse percentual representa um avanço em relação aos 4% registrados na semana anterior, embora ainda esteja abaixo dos 13% observados no mesmo período do ano passado.

Além do Rio Grande do Sul, tradicional precursor na semeadura, Santa Catarina e Paraná também iniciaram o plantio. No entanto, o progresso foi limitado devido à umidade irregular e às temperaturas mínimas extremamente baixas registradas no início da semana passada.

Apesar da formação de geadas em algumas áreas, não foram constatados danos significativos, uma vez que a maioria das lavouras ainda não havia emergido, preservando assim o potencial produtivo das plantações.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio

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VBP 2023: confira as cidades campeãs de 22 culturas do agronegócio paranaense

O esforço na identificação e no fortalecimento das culturas agropecuárias mais apropriadas ao cultivo e mais rentáveis em cada município pode garantir, além de maior volume de alimentos, mais recursos para investimento. São elas que normalmente elevam o Valor Bruto da Produção (VBP), que tem peso de 8% na formação da cota-parte do ICMS para a constituição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o principal repassador de recursos para muitos dos municípios brasileiros.

O relatório final relativo à 2023, elaborado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), foi publicado no final de agosto. Além de mostrar que 35 municípios do Paraná têm Valor Bruto da Produção Agropecuária superior a R$ 1 bilhão, o documento mostra os êxitos e potenciais de cada cidade em cada cadeia produtiva. A Agência Estadual de Notícias separou os líderes e vice-líderes de 22 culturas no Paraná.

O município de Toledo, no Oeste, detém o maior VBP individual do Estado – cerca de R$ 4,6 bilhões – e lidera duas das cadeias mais importantes da pecuária, além do milho de segunda safra. Ele é primeiro em suínos para corte, com R$ 1,3 bilhão de VBP e 1,9 milhão de toneladas, seguido de Santa Helena (R$ 560,9 milhões/798 mil toneladas de carne) e Missal (R$ 481,7 milhões/604,7 mil toneladas), todos na mesma região.

Também está na liderança em produção de frango, com R$ 917,6 milhões para 66,3 mil toneladas de carne. A seguir aparece Assis Chateaubriand, também no Oeste, com R$ 795 milhões para 52,5 mil toneladas, e Cianorte, no Noroeste, que produziu 49,3 mil toneladas e teve VBP de R$ 768,8 milhões.

Em milho, Toledo colheu 520 mil toneladas com rendimento financeiro de R$ 406 milhões na segunda safra, que é a mais produtiva no Paraná. O segundo lugar ficou com Assis Chateaubriand (R$ 385,3 milhões e 493,5 mil toneladas). Já o milho de primeira safra deu destaque a Guarapuava, com R$ 199,5 milhões e 212 mil toneladas, e Castro, com R$ 158 milhões e 168 mil toneladas.

Guarapuava é líder também em batata tanto de primeira safra (69,6 mil toneladas para R$ 172,5 milhões) quanto na segunda safra (60,2 mil toneladas/R$ 113,5 milhões). Mudam os segundos lugares. Enquanto na primeira é ocupado por Contenda, com 53,6 mil toneladas e R$ 133 milhões, na segunda prevalece Pinhão, com 52,4 mil toneladas e R$ 98,8 milhões.

A primeira safra de feijão preenche mais os campos do Centro-Sul, com Irati à frente, colhendo 20,7 mil toneladas em 2023, que renderam R$ 104,6 milhões. É seguido de Prudentópolis (15,2 mil toneladas/R$ 76,8 milhões). Na segunda safra o destaque ficou para Vitorino, no Sudoeste, que colheu 18,9 mil toneladas e teve VBP de R$ 69,4 milhões, e Pato Branco, com 17,1 mil toneladas e R$ 62,8 de rendimento financeiro.

Na soja, principal cultura do Estado, o maior produtor foi Cascavel, no Oeste, com 451,6 mil toneladas e R$ 986 milhões de VBP, seguido por Tibagi (407,4 mil toneladas/R$ 889,4 milhões) e Guarapuava (318,3 mil toneladas/R$ 695 milhões).

Leite, cevada e trigo

A região dos Campos Gerais tem no leite uma das produções mais conhecidas. Castro é o líder, com 468,6 milhões de litros no ano passado e R$ 1,2 bilhão de VBP. É seguido de Carambeí (271,7 milhões de litros/R$ 693 milhões) e Arapoti (115,2 milhões de litros/R$ 293,8 milhões).

Na cevada a liderança foi de Guarapuava, no Centro-Sul, com 44,4 mil toneladas e R$ 59,9 milhões em rendimento monetário. Mas a segunda colocação ficou com Tibagi (24,9 mil toneladas/R$ 33,7 milhões), dos Campos Gerais.

No trigo, outro cereal de grande produção no Paraná, Tibagi novamente aparece como segundo, com colheita de 92,5 mil toneladas no ano passado e rendimento financeiro de R$ 94,4 milhões. Vem atrás de Cascavel, que colheu 94,1 mil toneladas e teve VBP de R$ 96,1 milhões, e à frente de Luiziana, no Centro-Oeste, com 77,5 mil toneladas e R$ 79,1 milhões.

Noroeste

Os municípios do Noroeste do Estado são os maiores produtores de boi gordo para corte, liderando as seis primeiras colocações. O destaque ficou com Umuarama em 2023, com 50,9 toneladas, refletindo em VBP de R$ 253,6 milhões, e Alto Paraíso, com 27,6 toneladas e R$ 126,8 milhões.

A laranja também frutifica bastante na região, que abriga os sete maiores produtores. Paranavaí manteve a dianteira, com 184 mil toneladas e rendimento financeiro de R$ 189,1 milhões. Alto Paraná ocupou a segunda posição, com 95 mil toneladas e R$ 97,6 milhões em Valor Bruto.

A cana-de-açúcar tem igualmente espaço no Noroeste, com Colorado em destaque, produzindo 1,2 milhão de toneladas, o que rendeu R$ 147,7 milhões. A segunda colocação deslocou-se para o Norte Pioneiro, aparecendo o município de Jacarezinho, com 1,1 milhão de toneladas e R$ 135,1 milhões. Mas a partir da terceira até a oitava colocação retornou o Noroeste: Paranavaí, Santo Inácio, Tapejara, Cianorte, Paranacity e Rondon.

A sericicultura também ganhou projeção na região, destacando-se Nova Esperança (138,8 toneladas de casulos e R$ 4,1 milhões), seguido de Diamante do Sul (83,3 toneladas e R$ 2,5 milhões). O Norte-Pioneiro continua sendo local privilegiado para a produção de café. Carlópolis é o líder, com 9 mil toneladas e R$ 117,8 milhões, seguido de Pinhalão (4 mil toneladas/R$ 53 milhões) e Ibaiti (2,9 mil toneladas/R$ 37,9 milhões).

Morango e mate

O morango também é cultura forte no Norte Pioneiro, com liderança de Jaboti, que produziu 4,4 mil toneladas em 2023, rendendo R$ 69,7 milhões. Mas a fruta igualmente faz sucesso entre produtores da Região Metropolitana de Curitiba, onde se sobressaem São José dos Pinhais (4 mil toneladas/R$ 63,4 milhões) e Araucária (3,8 mil toneladas/R$ 60,8 milhões).

Entre os principais produtos do Estado, a erva-mate domina no Sul, com Cruz Machado (140 mil toneladas/R$ 215,1 milhões), São Mateus do Sul (125 mil toneladas/R$ 192 milhões) e Bituruna (81 mil toneladas/R$ 124,4 milhões) protagonizando no ano passado.

Tilápia

O Oeste detém a primazia em produção de tilápia, principal espécie de peixe no Paraná. Nova Aurora liderou em 2023, com 19,5 mil toneladas e R$ 179,4 milhões em VBP, seguido de Palotina (15,2 mil toneladas/R$ 139,8 milhões) e Assis Chateaubriand (14,6 mil toneladas/R$ 134,5 milhões).

Papel e Celulose

A produção de papel e celulose é mais concentrada na região dos Campos Gerais, com destaque para Telêmaco Borba, que retirou 1,7 milhão de metros cúbicos no ano passado, com R$ 177,2 milhões em Valor Bruto, e Ortigueira, que produziu 1,3 milhão de metros cúbicos, rendendo R$ 136,7 milhões. Mas o terceiro lugar ficou com General Carneiro, no Sul, com 1 milhão de metros cúbicos e R$ 106,2 milhões em VBP.

Ovos

Os ovos de consumo são produzidos em grande escala em várias regiões do Estado. No ano passado a liderança ficou com Arapongas, no Norte, com 35,7 milhões de dúzias e R$ 173,5 milhões de rendimento. O segundo lugar foi de Santo Antônio do Sudoeste, produzindo 17,9 milhões de dúzias e R$ 87,2 milhões em VBP, enquanto Cruzeiro do Sul, no Noroeste, ficou em terceiro, com 16,5 milhões de dúzias e valor de R$ 80,3 milhões.

Confira a classificação por cultura:

Produção de suínos

1º – Toledo

2º – Santa Helena

Produção de aves

1º – Toledo

2º – Assis Chateaubriand

Milho – segunda safra

1º – Toledo

2° – Assis Chateaubriand

Milho – primeira safra

1º – Guarapuava

2º – Castro

Batata – primeira safra

1º – Guarapuava

2º – Contenda

Batata – segunda safra

1º – Guarapuava

2º – Pinhão

Feijão – primeira safra

1º – Irati

2º – Prudentópolis

Feijão – segunda safra

1º – Vitorino

2º – Pato Branco

Leite

1º – Castro

2º – Carambeí

Cevada

1º – Guarapuava

2º – Tibagi

Soja

1° – Cascavel

2º – Tibagi

Trigo

1º – Cascavel

2º – Tibagi

Produção bovina

1º – Umuarama

2º – Alto Paraíso

Laranja

1º – Paranavaí

2º – Alto Paraná

Cana-de-açúcar

1º – Colorado

2º – Jacarezinho

Sericicultura

1º – Nova Esperança

2º – Diamante do Sul

Café

1º – Carlópolis

2º – Pinhalão

Morango

1º – Jaboti

2º – São José dos Pinhais

Erva-mate

1º – Cruz Machado

2º – São Mateus do Sul

Tilápia

1º – Nova Aurora

2º – Palotina

Papel e celulose

1º – Telêmaco Borba

2º – Ortigueira

Ovos

1º – Arapongas

2º – Santo Antônio do Sudoeste

Fonte: AEN Foto: Gilson Abreu

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Exportações do agro crescem em volume, mas faturamento em dólar cai

As exportações de produtos do agronegócio brasileiro mantiveram um bom ritmo ao longo de 2024, com aumento de 4,5% no volume exportado entre janeiro e junho. No entanto, o faturamento em dólar apresentou uma ligeira queda, devido à combinação de uma redução de 5% nos preços médios pagos em dólar e o aumento na quantidade exportada. Esses dados foram divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do sistema Siscomex.

No primeiro semestre do ano, as exportações brasileiras do setor agropecuário totalizaram US$ 82 bilhões, uma pequena retração em relação ao mesmo período de 2023. Produtos como algodão, açúcar, café, carne bovina in natura e farelo de soja impulsionaram o crescimento em termos de volume exportado. O algodão, por exemplo, registrou aumento de 228% no volume exportado, enquanto o café teve um crescimento de 52%. Porém, a redução da produção de soja no país e a queda constante nos preços em dólar apresentam desafios significativos para o setor no decorrer do ano.

A China permanece como o principal destino das exportações brasileiras, absorvendo cerca de um terço das vendas do agronegócio. Além disso, mercados como Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Índia aumentaram suas importações de produtos brasileiros.

Para o segundo semestre de 2024, o cenário se apresenta desafiador. A menor colheita de soja pode limitar o crescimento das exportações desse produto, dificultando a superação dos recordes de faturamento alcançados em 2023. Apesar disso, a demanda por produtos como algodão, açúcar e carne bovina in natura deve continuar crescendo, ajudando a manter o volume exportado em alta. A desvalorização do real frente ao dólar tem contribuído para manter a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, mas a queda nos preços externos ainda pesa sobre os resultados financeiros do setor.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: Governo Federal

Soja - colheita. Fotos:Jaelson Lucas / Arquivo AEN

Deral prevê crescimento da safra paranaense de soja, milho, feijão e batata em 2024/25

A primeira Previsão Subjetiva para a safra paranaense 2024/25, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), aponta para recuperação de produção em soja, milho e feijão, principais culturas do período. A produção de batata também cresce. No entanto, o trigo da safra 2023/24, que começou a ser colhido, terá redução.

Na soja, a previsão inicial é que sejam plantados 5,8 milhões de hectares, o que representa aumento de 0,5% sobre os pouco mais de 5,7 milhões de hectares do ciclo anterior. No entanto, a produção pode alcançar 22,3 milhões de toneladas, com substancial acréscimo de 20% sobre as 18,5 milhões de toneladas da última colheita.

A área plantada na primeira safra representa mais de 90% do plantio entre os principais grãos produzidos no Paraná. “A soja é o principal item da agricultura paranaense e em geral tem ótimo retorno ao longo do tempo”, explicou o técnico Edmar Gervásio, analista da cultura no Deral. O plantio estará liberado em 10 de setembro, quando termina o vazio sanitário da ferrugem asiática.

Milho

Para o milho primeira safra, as estimativas iniciais da safra 2024/25 apontam para 2,7 milhões de toneladas, ligeiramente superior às 2,5 milhões de toneladas do período 23/24. Há projeção de área 9,6% menor, ocupando 267,7 mil hectares, o que seria a menor da história. No ciclo anterior, a primeira safra teve 296 mil hectares.

Em 2010 a primeira safra já chegou a cobrir 900 mil hectares paranaenses, com redução de cerca de 70% agora. “A safra de milho de verão é hoje uma safra de nicho e os produtores são em geral especializados e com altas produtividades”, disse Gervásio. “Essencialmente esta redução está ligada à migração para soja, produto que tem maior liquidez e potencialmente maior lucratividade”.

Feijão

O feijão de primeira safra paranaense, depois de muitos anos com perda de área, tende a ter um aumento de 22%, passando de 107,8 mil hectares em 2023/24 para 131,2 mil hectares agora. “É o incremento mais importante pelo menos dos últimos 10 anos, quando vinha sistematicamente perdendo área para a soja”, disse o agrônomo Carlo Hugo Godinho.

Segundo ele, os produtores têm agora uma nova opção de venda, que é a exportação de feijão preto. “Isso fez com que os preços se mantivessem mais estáveis e atrativos”, disse. A previsão é de aumento de 57% na produção da primeira safra, passando de 160 mil toneladas em 2023 para 251 mil toneladas na nova safra.

Batata

Os plantios da batata de primeira safra 24/25 começaram. Até agora foram semeados 14% da área, o que corresponde a 2,2 mil hectares dos 15,8 mil estimados. “Uma média de 18% seria normal para este período, no entanto o tempo seco predominante desacelerou a ação”, afirmou o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Deral. O plantio deve se estender até novembro, quando começa a colheita.

A expectativa é que o campo responda com 478,2 mil toneladas de batatas, cerca de 22% superior às 392,2 mil toneladas extraídas no mesmo período de 2023.

Em julho os produtores foram remunerados em R$ 94,33 pela saca de 25 quilos, 19,5% menor que os R$ 117,14 de junho. Na Ceasa Curitiba, a saca da batata comum ficou em R$ 120,00, valor estável em relação a junho. Já no varejo os preços tiveram queda de 15,2%, saindo de R$ 10,22 o quilo em junho para R$ 8,67 em julho.

Trigo e Cevada

O trigo da safra 2023/24, que começou a ser colhido no Paraná, tende a alcançar 3,1 milhões de toneladas, redução de 14% em relação às 3,6 milhões de toneladas do ano passado e de 17% sobre o potencial da safra (3,8 milhões de toneladas). “A seca tem sido o maior problema no Norte do Paraná, onde se concentram as lavouras colhidas até agora”, afirmou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura.

Ele salientou que, apesar de essa ser a maior preocupação, também há perdas relacionadas às geadas. O levantamento de quanto isso vai impactar no resultado final ainda não está completo, o que será possível assim que a colheita evoluir nas áreas mais afetadas. Até agora foram colhidos pouco mais de 70 mil dos 1,1 milhão de hectares.

A cevada foi menos impactada pelo clima e deve render 331,5 mil toneladas. “Apesar de problemas pontuais, este número está dentro do intervalo de produção da cultura”, explicou Godinho. Se confirmado, será 19% superior às 278 mil toneladas do ano passado. “A seca tem sido menos crítica no Sul do Paraná e o ciclo mais longo da cultura evitou que a maior parte estivesse em fases suscetíveis a perdas durante as geadas”.

Boletim

O Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 23 a 29 de agosto, também divulgado nesta quinta-feira, comenta as primeiras estimativas de safra e traz dados sobre outras culturas agropecuárias do Estado. Sobre o couro bovino, destaca que o Paraná foi o quarto maior produtor no Brasil, com 788.658 peças, atrás de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Os suínos de corte atingiram um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 8,5 bilhões em 2023, acréscimo de 2% sobre os R$ 8,3 bilhões do ano anterior. A suinocultura de corte está predominantemente concentrada nas regiões Oeste e Centro-Oriental do Paraná, onde estão os maiores frigoríficos. Toledo é o principal produtor, com VBP de R$ 1,4 bilhão.

O documento do Deral destaca ainda a celebração do Dia do Avicultor em 28 de agosto. A atividade engloba a produção de carne e de ovos. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023 o Brasil produziu 14,8 milhões de toneladas de carne de frango, com exportação de 5,1 milhões de toneladas e consumo per capita de 45,1 quilos. Do total, cerca de 65% abastecem o mercado interno e o restante vai para exportação.

A estimativa da ABPA é que a produção cresça 1,8% em 2024, chegando a 15,1 milhões de toneladas. O Paraná, maior produtor e exportador de carne de frango do país, produziu 4,6 milhões de toneladas, com exportação de 2 milhões de toneladas. Estima-se que o setor gere mais de 4 milhões de empregos e que 1 milhão estejam no Estado.

Fonte: AEN Foto: Jaelson Lucas / Arquivo AEN

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Brasil deve colher 169,9 milhões de toneladas de soja, mas margens continuam apertadas

O Brasil se prepara para colher uma safra recorde em 2024/25, com uma estimativa de 169,9 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 12% em relação ao ciclo anterior, segundo dados divulgados na estimativa Céleres® da safra de grãos 2024/25. Apesar desse desempenho, o cenário não é de total otimismo para os produtores.

A área plantada também deve apresentar um ligeiro aumento de 1,6%, totalizando 46,2 milhões de hectares, o que representa um acréscimo de 700 mil hectares em comparação à safra passada. No entanto, o crescimento da área plantada é mais modesto do que nos anos anteriores, refletindo expectativas de margens operacionais positivas, porém, abaixo da média da última década.

A Céleres® projeta uma margem operacional média de R$ 1.349 por hectare, o que equivale a 21% sobre a receita bruta. Este número, embora superior à margem de R$ 1.062/ha (17% sobre a receita bruta) observada na safra anterior, ainda enfrenta desafios significativos. A estimativa não considera despesas com arrendamento, finanças e depreciação, fatores que podem pressionar ainda mais a rentabilidade dos produtores, especialmente aqueles que dependem de arrendamentos, cujas margens líquidas podem ficar próximas de zero.

O aumento da produtividade, impulsionado pela recuperação das condições climáticas pós-El Niño, é um dos principais fatores que sustentam as margens, apesar da queda nos preços internos e externos. No entanto, o cenário de preços internacionais em declínio e as margens apertadas exigem maior eficiência na gestão e seleção de insumos, além da necessidade de aproveitar as oportunidades de mercado decorrentes da desvalorização do Real.

A demanda global por soja, principal produto agrícola do país, deve se manter firme, mesmo diante da desaceleração econômica na China. O Brasil deve continuar liderando o fornecimento global, com uma expectativa de exportação de 107 milhões de toneladas, 5% a mais que o recorde registrado em 2022. No mercado interno, a demanda por esmagamento de soja deve crescer 3,3%, alcançando 55 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento do uso de óleo de soja para biodiesel. Apesar da forte demanda, espera-se um aumento dos estoques internos, reforçando a continuidade do ciclo de baixa para os preços da soja no mercado interno durante 2025. Em regiões mais distantes dos portos, como a BR-163 em Mato Grosso, os preços já devem começar o ano abaixo de R$ 100 por saca, refletindo o cenário desafiador que os produtores enfrentarão na safra 2024/25.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: Pixabay

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Robusta Supera Arábica e Registra Novo Recorde Histórico

No último dia 30 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, fechou acima do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, marcando um feito histórico. Pela segunda vez, o preço do robusta ultrapassou o do arábica, refletindo uma escalada expressiva de 16,73% em agosto, atingindo R$ 1.483,95 por saca de 60 kg, um novo recorde real desde o início da série histórica do Cepea em novembro de 2001. Esse valor foi ajustado pelo IGP-DI de julho de 2024.

Em comparação, o indicador do arábica fechou o mês a R$ 1.448,24 por saca, acumulando alta de 2,3% no período. A diferença entre os preços das duas variedades alcançou 35,71 reais por saca, com o robusta à frente.

Até então, o robusta só havia superado o arábica entre outubro de 2016 e janeiro de 2017, com a maior diferença de preços, de 20 reais, registrada em 3 de janeiro de 2017. Dessa vez, o robusta estabeleceu uma vantagem ainda maior, destacando sua valorização histórica.

Pesquisadores do Cepea apontam que, assim como no período de 2016-2017, o mercado de robusta enfrenta atualmente desafios de oferta, tanto no Brasil quanto na Ásia. Desde o último trimestre de 2023, o Cepea vem observando um movimento contínuo de alta no preço do robusta, que atingiu recordes reais em março de 2024 e vem superando essas marcas com frequência, especialmente nas últimas semanas.

Fonte e Foto: Portal do Agronegócio

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Produção de soja no Brasil em 2024/25 deve crescer 12%, afirma consultoria

O Brasil está a caminho de colher uma safra recorde de soja em 2024/25, com a produção projetada em 167,09 milhões de toneladas, segundo estimativas divulgadas nesta terça-feira (27) pela Datagro, em evento realizado em Cuiabá, Mato Grosso.

Esse volume representa um crescimento de 11,8% em relação à safra anterior, impulsionado principalmente por um aumento de 9,6% na produtividade, que deve atingir 3.554 kg por hectare (59,2 sacas).

Além disso, a área plantada está prevista em expansão de 1,8%, totalizando 47 milhões de hectares. “É o 18º ano consecutivo de crescimento da área, o que mostra a importância da cultura”, disse o economista e líder de conteúdo da consultoria, Flávio França Júnior.

Segundo França Júnior, o cenário da próxima safra será mais animador no aspecto climático. “Tudo aponta para um La Niña de intensidade moderada ou fraca, muito diferente do El Niño que prejudicou as lavouras na safra passada”, afirmou.

No entanto, pelo lado econômico, as previsões não são tão otimistas, de acordo com o analista. “O mercado passa agora por um processo de acomodação, com estoques globais mais elevados e uma safra recorde nos Estados Unidos.”

França Júnior destacou que o mercado de commodities teve um boom de preços entre 2020 e 2022, impulsionado por uma “tempestade perfeita” de problemas climáticos e geopolíticos. Contudo, com a normalização da oferta e o aumento da produção em várias regiões do mundo, os preços começaram a recuar.

Para a safra 2024/25 de soja, a previsão é de preços estabilizados, com leve queda nos custos de produção, entre 5% e 10%, o que pode garantir uma renda maior para os produtores que conseguirem otimizar a produtividade.

“O mercado de futuros em Chicago deve continuar pressionado por causa do quadro superavitário global, o que pode limitar altas nos preços”, informou.

Fonte: Estadão Conteúdo Foto: Mauro Osaki

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Governo sanciona lei que permite privatização da Ferroeste

O Governo do Paraná sancionou nesta quarta-feira, 28 a lei que permite o início dos estudos da privatização da Estrada de Ferro do Paraná Oeste, conhecida como Ferroeste. A empresa administra um trecho de 248 quilômetros entre Guarapuava e Cascavel, ligando a região central ao oeste paranaense. Atualmente, a participação estatal na estrada é de 99,6%, o restante pertence a 46 empresas nacionais, três estrangeiras e seis pessoas físicas. Segundo o governo, o objetivo da privatização da Ferroeste é potencializar os investimentos no modal ferroviário, promover redução de custos logísticos para o setor produtivo e apoiar a expansão das cooperativas e da produção agropecuária do Paraná. Foram incorporadas à lei (22.129/2024) a exigência da continuidade da exploração do trecho existente e a inclusão de um artigo sobre o cumprimento dos atuais contratos de cessão de uso do Terminal Ferroviário de Cascavel. O Estado também defende que os ganhos passam pela potencial redução do consumo de combustível fóssil, acidentes em rodovias e interferência política. Atualmente, um dos principais ativos da Ferroeste é a concessão da ferrovia entre Guarapuava e Dourados (Mato Grosso do Sul) por 60 anos.

O trecho nunca foi construído, mas o processo de privatização vai deixar essa possibilidade para o novo controlador. Outro recurso é um estudo de viabilidade técnica da ampliação do Terminal no Oeste. Ele foi feito pela Paraná Projetos e entregue neste ano. Agora, o Governo vai contratar um estudo para apontar o melhor modelo de processo de privatização da Ferroeste, que deve ser concretizado em um leilão na B3, em São Paulo. Todo esse processo deve durar um ano e seis meses.

A Estrada de Ferro do Paraná Oeste foi criada com foco no transporte de grãos agrícolas e insumos para plantio em 1988. Por decreto, assumiu a concessão para construção e exploração de ferrovia. Posteriormente, ela foi transformada em sociedade de economia mista. Desde que foi criada, existe a intenção de construir a ferrovia ligando o Paraná ao Mato Grosso do Sul, mas até o momento, a implantação desse projeto não aconteceu por ausência de investimento.

Fonte: BandNews Foto: Alessandro Vieira/AEN