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Milho fechou em baixa pela sétima sessão consecutiva

Fechamentos do dia 2/8: A cotação para setembro23, referência para a nossa safra de inverno, fechou em baixa de -1,76 % ou $ -8,75 cents/bushel a $ 488,25. A cotação de dezembro23, a principal data negociada nos EUA, fechou em baixa de -1,33 % ou $ -6,75 cents/bushel a $ 500,50.

Causas da baixa: O milho negociado em Chicago fechou em baixa pela sétima sessão consecutiva. Os fatores baixistas se mantém e continuam exercendo uma pressão sobre o cereal. O clima mais favorável para as lavouras no cinturão do milho/soja nos EUA, o avanço da grande safra brasileira e a adesão do produtor argentino ao programa de incentivo a exportação não dão espaço para uma recuperação das cotações do milho. A produção de etanol nos EUA ficou abaixo da expectativa do mercado, o que colaborou para a queda. Novos ataques aos portos ucranianos no Rio Danúbio não surtiram o mesmo efeito que na semana passada e o mercado parece ter precificado essa etapa do conflito.

Fonte: Mais Soja via T&F Agroeconômica Foto: Divulgação

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Campo Mourão recebe a Jornada Estadual de Treinamentos de Responsáveis Técnicos nesta semana

A série de encontros denominada ‘Jornada Estadual de Treinamentos de Responsáveis Técnicos’, que já percorreu  diferentes regiões do Paraná, será encerrada nesta terça-feira (1) e quarta-feira (2), em Campo Mourão. O encontro acontece no Anfiteatro da Cooperativa COAMO – Anexo ao Entreposto novo de Campo Mourão.

A iniciativa é do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o apoio da Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem). O objetivo é levar informações sobre a atualização da Legislação Nacional de Sementes e Mudas.

Evento 05 – Campo Mourão

1 de agosto, das 14h às 18h.

2 de agosto, das 8h às 17h.

Local – Campo Mourão.

Anfiteatro da Cooperativa COAMO – Anexo ao Entreposto novo de Campo Mourão.

Mais

Decreto nº 10.586/2020 – Novo regulamento da Lei nº 10.711/2003 – 2,0 horas

Portaria MAPA nº 501/2022 – RENASEM – 1,5 horas

Portaria MAPA nº 538/2022 – Normas Gerais de sementes – 6,0 horas

SIGEF – Inscrição de campos de sementes no MAPA- 1,5 horas

Lei nº 14.515/2022 – Lei do Autocontrole e da Harmonização dos Procedimentos da Legislação Agropecuária – Interface com a Legislação de Sementes e Mudas – 0,5 horas

Peticionamento eletrônico intercorrente no sistema SEI – Envio de Relatórios ao MAPA- 0,5 horas

Serviço: Mais informações: (41) 3019-2084.

Foto: Leonardo Frederico Sguarezi

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Colheita da safrinha avança para 54,7% no Brasil, mas segue bem atrás do ano passado, aponta Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu acompanhamento semanal das lavouras brasileiras e atualizou o estágio de desenvolvimento das lavouras de milho de primeira e de segunda safra no Brasil.                     

Olhando para a safra de verão, os técnicos da Conab apontam que 99,1% do total já foi colhido, com destaque para Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (100%), Piauí (96%) e Maranhão (94%). Na semana passada a colheita da primeira safra estava em 98,5% e era 99,4% no mesmo período da safra anterior.           

Já para a segunda safra brasileira, a companhia indica que a colheita saltou dos 47,9% de lavouras já retiradas do campo na semana passada, para 54,7% do total. No mesmo período do ano passado, as atividades já estavam com 71,1%.       

Os estados mais adiantados são Tocantins (85%), Mato Grosso (83,7%), Piauí (64%), Maranhão (57%), Goiás (47%), Minas Gerais (35%), Mato Grosso do Sul (17%), Paraná (15%) e São Paulo (5%). 

Até o momento, o restante das lavouras de milho se divide com 39,6% já em maturação e os 5,8% restantes em enchimento de grãos.  

Fonte: Notícias Agrícolas Foto: Divulgação

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Mudança no tempo na primeira semana de agosto

Ao longo da primeira semana de agosto, o grande destaque do tempo segue com as temperaturas muito acima da média histórica. Essas temperaturas, quase sempre, serão acompanhadas de baixíssimos índices de umidade – combinação que vem reduzindo a disponibilidade de umidade no solo.

Contudo, as projeções indicam mudanças no tempo na entrada da próxima semana. Essa mudança, vem na forma de uma frente fria com intensidade suficiente para quebrar o padrão de bloqueio e avançar sobre áreas do sudeste e centro-oeste.

Pontualmente – se as projeções se confirmarem – as chuvas nesta primeira semana de agosto, podem superar a média do que seria esperado para o mês inteiro em algumas áreas do centro-oeste – considerando que a média de chuva para o mês é muito baixa.

De maneira geral, essas chuvas serão positivas para as lavouras, principalmente para o trigo na região Sul, o qual a semeadura de 2023 está praticamente finalizada e as lavouras estão majoritariamente em desenvolvimento vegetativo. Na região centro-oeste, as chuvas podem interromper as atividades de colheita do milho e algodão, mas beneficiará as lavouras mais tardias, além de reduzir o estresse térmico.

Sul

Praticamente durante todo o período desta semana, o tempo será seco e quente. A mudança vem a partir da próxima segunda-feira (07) com a formação e avanço de uma nova frente fria, que deve trazer volumes expressivos em um curto período de tempo. Esses volumes são muito positivos para as lavouras de trigo que estão em emergência e desenvolvimento vegetativo. Até mesmo as operações de colheita sofrerão pouco ou nenhum impacto em relação a essas chuvas previstas. Não há previsão de frio intenso e nem ocorrência de geadas no decorrer deste período.

Fonte: Agrolink

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Seminários vão debater resultados de 10 anos do manejo integrado de pragas e doenças

O IDR-Paraná, a Embrapa e a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) iniciam no próximo dia 8 (terça-feira) uma série de seminários em todo o Estado para discutir com agricultores a produção de grãos sustentáveis. Serão apresentados os resultados obtidos pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Manejo Integrado de Doenças (MID) nas últimas dez safras no Paraná.

Entre os ganhos imediatos dessa tecnologia estão a redução do uso de inseticidas e fungicidas, menor exposição dos agricultores a esses produtos, queda nos custos de produção e a promoção de uma agricultura mais biológica. O primeiro seminário será em Pato Branco, no Sudoeste, e se destina a agricultores já assistidos pelos profissionais do Instituto, lideranças e a quem ainda não conhece o MIP e MID.

De acordo com Edivan José Possamai, coordenador estadual do programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, os extensionistas acompanharam 1.639 produtores que adotaram o MIP nas últimas dez safras. Foi possível observar uma redução média de 53% das aplicações de inseticidas.

“Os produtores acompanhados fizeram 1,7 aplicação, enquanto os não adotadores chegaram a 3,6 aplicações. Além disso, houve um atraso, em média, de 27 dias para realização da primeira aplicação de inseticida pelos produtores assistidos”, explicou. A rentabilidade desses agricultores também apresentou um aumento médio de duas sacas por hectare, em virtude da diminuição dos custos.

Na safra 2022/2023 o ganho foi ainda maior. Nas 165 lavouras acompanhadas, o número de aplicações de inseticidas caiu de três para uma, durante todo o ciclo da lavoura. Outro aspecto relevante foi que 40% das lavouras não aplicaram inseticidas nas culturas. Nos cultivos onde o produto foi aplicado, a operação foi realizada, em média, 25 dias depois dos produtores que não aplicaram o MIP.

Mais rentabilidade

A ferrugem asiática é a principal doença que ataca a soja no Estado, podendo causar sérios prejuízos para o produtor. Não bastasse esse dano, o uso de fungicidas em grande quantidade pode comprometer a lucratividade das lavouras. Para fazer frente a esse desafio, os extensionistas incentivam a implantação do Manejo Integrado de Doenças (MID), que vem comprovando ser uma tecnologia eficiente para controlar a ferrugem.

Nas últimas sete safras, 1.315 lavouras foram acompanhadas pelos extensionistas. “Em média o número de aplicações de fungicidas reduziu de 2,6 para 1,6 (38%), quando se compara quem adotou o MID e quem não usou essa tecnologia”, explicou Possamai. A rentabilidade aumentou 1,5 saca/ha, em média, já que o custo de produção diminuiu.

A aplicação de fungicida também foi feita mais tarde, 17 dias depois dos agricultores que não adotaram o MID. Na safra 2022/2023, esse adiamento da aplicação de fungicida caiu um pouco, 16 dias. No entanto, as 165 lavouras que adotaram a tecnologia reduziram de 3,5 para 2,2 aplicações de inseticidas (37%), em média.

Em uma pequena parcela das lavouras, 4%, os produtores sequer usaram fungicidas para combater a ferrugem. Isso foi possível graças ao monitoramento dos plantios e ao uso de coletores de esporos. Esses equipamentos foram distribuídos nas regiões das propriedades assistidas para identificar a presença de esporos, os agentes que causam a ferrugem. Os produtores foram orientados a usar os fungicidas somente quando as condições climáticas, combinadas com a presença de esporos, favorecessem o desenvolvimento da doença, eliminando o uso desnecessário do insumo.

Seminários

Esses resultados serão mostrados aos produtores nos seminários regionais que acontecerão nos seguintes municípios: Pato Branco (dia 08), Cascavel (dia 09), Campo Mourão (dia 15), Cianorte (dia 16), Londrina (dia 24), Tibagi (dia 29) e Cornélio Procópio (dia 30). Os encontros começam sempre às 8h e vão até as 12h30.

Além dos resultados dos dez anos do Programa Grãos Sustentáveis MIP/MID, os extensionistas ainda vão debater os resultados do uso da coinoculação em soja, o manejo do solo e rotação de culturas, a importância das boas práticas agrícolas, a integração lavoura-pecuária-floresta, a recuperação de pastagens degradadas e a apresentação dos resultados preliminares da qualidade e conservação do solo, obtidos nos estudos da Rede Paranaense de Agropesquisa. Informações e inscrições nos escritórios do IDR-Paraná de cada região.

Fonte: AEN

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Mercado brasileiro de milho deve manter ritmo lento nas negociações

O mercado brasileiro de milho deve ter uma terça-feira de preços inalterados. O ritmo dos negócios deve seguir lento, diante de compradores e vendedores ainda adotando postura comedida. No cenário internacional, a Bolsa de Mercadorias de Chicago opera em queda. O dólar, por sua vez, registra alta expressiva frente ao real.

O mercado brasileiro de milho apresentou preços pouco alterados no começo da semana. O ritmo de negócios seguiu lento nas principais praças de comercialização. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, as cotações estiveram sob pressão nesta segunda-feira (31).

No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 60,00/63,00 a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 58,00/62,00 a saca.

No Paraná, a cotação ficou em R$ 52,00/54,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 54,00/60,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 58,00/61,00 a saca.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 62,00/64,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 47,00/50,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 42,00/R$ 47,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 43,00/45,00 a saca em Rondonópolis.

Chicago

* Os contratos com entrega em setembro de 2023 operam com baixa de 1,75 centavo, ou 0,34%, cotados a US$ 5,02 1/4 por bushel.

* O mercado mantém o tom negativo das últimas cinco sessões, quando pesaram, principalmente, as expectativas de um clima mais frio e úmido no Meio-Oeste dos Estados Unidos em agosto. As cotações foram pressionadas pela baixa do petróleo em Nova York e pela força expressiva do dólar frente a outras moedas correntes. Por outro lado, os contratos mais distantes recebem suporte das condições das lavouras norte-americanas um pouco piores do que esperado.

* O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as condições das lavouras americanas de milho. Segundo o USDA, até 30 de julho, 55% estavam entre boas e excelentes condições (o mercado esperava 56%), 30% em situação regular e 15% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os números eram de 57%, 30% e 13%, respectivamente.

* Ontem (31), os contratos de milho com entrega em setembro fecharam a US$ 5,04 por bushel, baixa de 17,00 centavos de dólar, ou 3,26%, em relação ao fechamento anterior. A posição dezembro fechou a sessão a US$ 5,13 por bushel, recuo de 17,25 centavos de dólar, ou 3,25%.

Câmbio

* O dólar comercial registra alta de 0,97% a R$ 4,7749. O Dollar Index registra valorização de 0,56% a 102,42 pontos.

Indicadores financeiros

* As principais bolsas da Ásia fecharam em alta. Xangai, feriado. Japão, + 0,92%.

* As principais bolsas na Europa operam com índices fracos. Paris. -0,85%. Frankfurt. -1,08%. Londres. -0,35%.

* O petróleo opera em alta. Setembro do WTI em NY: US$ 81,09 o barril (-0,86%).

Agenda

– Dados sobre as lavouras do Paraná – Deral, na parte da manhã.

– O Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Turismo divulga, às 15h, a balança de julho.

—–Quarta-feira (2/8)

– Japão: A ata da reunião dos dias 15 e 16 de junho será publicada na noite anterior pelo BOJ.

– A multinacional de alimentos holandesa Bunge publica o balanço do segundo trimestre de 2023.

– EUA: A posição dos estoques de petróleo até sexta-feira da semana passada será publicada às 11h30 pelo Departamento de Energia (DoE).

– Definição da taxa Selic, juro básico da economia brasileira – Copom, após 18h30.

—–Quinta-feira (3/8)

– O relatório mensal de índice de preços ao consumidor será publicado pela OCDE.

– Alemanha: O resultado da balança comercial de junho será publicado às 3h pelo Destatis.

– Eurozona: O índice de preços ao produtor de junho será publicado às 6h pela Eurostat.

– Reino Unido: A decisão de política monetária será publicada às 8h pelo Banco da Inglaterra.

– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30.

– Dados sobre o desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.

—Sexta-feira (4/8)

– EUA: O número de empregos criados ou perdidos pela economia (payroll) e a taxa de desemprego referentes a julho serão publicados às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.

– O Imea divulga relatório sobre a evolução das lavouras no Mato Grosso.

Fonte: Pedro Carneiro / Agência SAFRAS

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Dados do mercado de trigo são apresentados durante Fórum Nacional em Guarapuava

Membros do setor agrícola especializados nas culturas de inverno estiveram juntos, nesta quarta-feira (26), na 71ª Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, para avaliar o desenvolvimento do mercado e da produção de cultivos como aveia, centeio, triticale, entre outros. Na ocasião, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentou dados atualizados sobre a conjuntura do trigo, com informações e análises de mercado do cereal.

A Câmara Setorial é um evento da cadeia produtiva feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que tem a participação da Conab e de outros entes públicos, além de produtores e indústrias do setor. Neste ano, a reunião foi incluída na programação da 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale do Fórum Nacional de Trigo 2023, que acontece até esta quinta-feira (27), em Guarapuava, no Paraná.

A apresentação da Conab tratou-se de uma consultoria realizada pela estatal, que trouxe análises sobre o panorama nacional e internacional do mercado de trigo e os números do último levantamento de safra. “Além da conjuntura, também foram mostrados os novos preços mínimos do trigo, publicados na portaria do MDA, que passaram a vigorar a partir de 1/7/2023”, explica a analista de mercado, Flávia Starling, que representa a Companhia no evento. “Após a exposição, houve um espaço para debates, onde cada agente dos estados produtores apontou a situação regional e avaliou a relação com os dados apontados”.

A reunião da Câmara Setorial é realizada com representantes específicos do setor e aberta ao público. O evento abordou ainda temas como o levantamento e acompanhamento de safra das culturas de inverno e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural e a Gestão de Riscos nas Cooperativas, apresentados por membros da Câmara Setorial e da Secretaria de Política Agrícola (SPA/Mapa).

Fonte: Conab Foto: Divulgação

No Fórum Nacional de Trigo, governo estadual defende ciência e inovação para avanço do agro

No Fórum Nacional de Trigo, Paraná defende uso da ciência e inovação no agronegócio

A ciência e a inovação podem elevar a presença do agro brasileiro no mercado mundial. A afirmação foi feita pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, na abertura do Fórum Nacional de Trigo e 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (16ª RCBPTT), na noite do último dia 25, no distrito de Entre Rios, em Guarapuava.

O encontro no Centro de Eventos da Cooperativa Agrária debateu temas como a qualidade do trigo brasileiro comparada à de países vizinhos e a contribuição da triticultura no cenário da agropecuária brasileira.

Ortigara defendeu que o Brasil evoluiu significativamente na capacidade de produzir alimentos e fibras, e que grande parte desse resultado se explica pelo conhecimento aplicado. “Somos um país com presença forte em cerca de 40 cadeias no mundo. Temos a possibilidade concreta de continuar nos desenvolvendo, de tornar o principal negócio do Brasil gigante no comércio mundial, com políticas agrícolas e pegada firme na ciência e na inovação”, disse.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ciclo 2022/2023 deve somar 317,6 milhões de toneladas de grãos no Brasil, maior volume já produzido. Ortigara destacou que, daqui a 10 safras, a produção pode atingir 390 milhões de toneladas. “Estamos ganhando em produtividade e existe espaço para o crescimento do trigo”, afirmou.

A produção recorde de trigo no País, de 10,6 milhões de toneladas, colaborou para a redução das importações do cereal. No primeiro semestre de 2023, o Brasil importou 2,1 milhões de toneladas, 35% menos do que as 3,2 milhões de toneladas importadas no primeiro semestre de 2022, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária analisados no Boletim Agropecuário do Departamento de Economia Rural (Deral).

O Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de trigo no primeiro semestre, terceiro maior volume já comercializado nesse período. “O que foi feito nos últimos anos sinaliza que nós, além de conquistarmos a tão sonhada autossuficiência, também podemos ser jogadores no mercado mundial”, completou o secretário.

Juntos, o Paraná e o Rio Grande do Sul produzem 90% do trigo brasileiro. No ciclo 2022/2023, o Paraná pode ter produção recorde. Segundo o Deral, a safra de trigo no Estado está estimada em 4,6 milhões de toneladas, 30% mais que na safra passada.

Lançamento

 No mesmo evento, foi lançada a Biotrigo Weiss, primeira variedade de trigo desenvolvida no Brasil para fabricação de malte, parceria entre a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária e a Biotrigo Genética. A cultivar atende requisitos da indústria cervejeira, como alta produtividade, baixa suscetibilidade a acamamento e doenças, baixa proteína e bom potencial germinativo.

A produção do cereal em escala suficiente para atender à demanda da indústria deve se concretizar em 2025. Atualmente, para produzir malte de trigo no Brasil é preciso importar matéria-prima, especialmente da Argentina.

Evento

A programação da 16ª RCBPTT apresenta trabalhos recentes de pesquisa desenvolvidos por instituições públicas e privadas para aprimoramento dos sistemas de produção de trigo e triticale no País. “Louvamos o esforço da pesquisa, da Embrapa, do IDR-Paraná, e também a ciência feita pelas empresas privadas no desenvolvimento de produtos e condições de todo tipo para o principal negócio do Brasil”, disse Ortigara.

Fonte: AEN Foto: SEAB-PR

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Produção nacional de trigo concentra 90% da colheita em dois estados

O atual ciclo do trigo em desenvolvimento nas lavouras do Brasil deve somar uma produção de 11,3 milhões de toneladas, segundo estimativa das principais consultorias agrícolas nacionais. Somente os dois maiores produtores – Rio Grande do Sul e Paraná – esperam colher 90% desta produção estimada.

Assim, o país se aproxima da autossuficiência no cultivo e calcula que, em no máximo cinco anos, possa plantar o suficiente para abastecer o mercado interno e exportar em larga escala. A previsão é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Anualmente o consumo brasileiro fica em torno de 11,5 milhões de toneladas e 12 milhões de toneladas/ano segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e nas últimas décadas a produção interna não superava as seis milhões de toneladas, exigindo grandes importações, sobretudo da Argentina, Estados Unidos e Leste Europeu.

Se a produção esperada pelas consultorias neste ano se confirmarem, o Brasil vai superar o recorde passado de cerca de 10 milhões de toneladas, conforme registro da Conab, a maior colheita da história degundo a companhia. A mesma Conab calcula para as lavouras atuais 10,5 milhões/ton. Dados atualizados do Rio Grande do Sul e Paraná revelam que somente os dois estados vão colher mais de 10 milhões de toneladas.

O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, espera safra de 5,7 milhões de toneladas conforme estimativa da Câmara Técnica do Trigo. O Paraná, segundo maior produtor, espera produção histórica de 4,5 milhões de toneladas, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento.

A expectativa agora é pelas condições climáticas que podem interferir no desenvolvimento das lavouras que só começam a ser colhidas a partir de setembro.

Fonte: Gazeta do Povo/ Juliet Manfrin Foto: Gilson Abreu/AEN

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Tecnologia minimiza impacto de mudanças climáticas na agricultura

Os produtores rurais estão apostando cada vez mais na tecnologia para mitigar os efeitos adversos causados pelas mudanças climáticas nas lavouras. Estudos conduzidos por entidades do setor e instituições acadêmicas podem beneficiar agricultores e consumidores.

Isso porque a agricultura é especialmente vulnerável a eventos extremos, tais como períodos prolongados de chuva, estiagem e temperaturas muito altas ou baixas. Mas 44% dos brasileiros, segundo pesquisa recente do Ipec, não relacionam a alta dos preços de alimentos ao clima. Naturalmente, há outras razões, como custo do frete, sazonalidade da produção e combustíveis. Mas não é mais possível negar que certos itens sofrem bastante com a forte oscilação de fatores naturais.

Nos últimos 12 meses, por exemplo, o mamão, o maracujá, o morango e todos os tubérculos subiram quase 40%, bem acima da inflação oficial (IPCA). Nesses casos, o clima foi determinante.  As chamadas quebras de safra prejudicam o fornecimento desses gêneros alimentícios, gerando desequilíbrio de valores quando comparados a outros produtos.

Na tentativa de equacionar esses problemas, cientistas brasileiros desenvolvem novas gerações de plantas, no Laboratório de Meio Ambiente da Embrapa, em Jaguariúna (SP). Uma bactéria extraída do mandacaru, espécie típica do semiárido nordestino, já é aplicada com sucesso em plantações de milho. Sob condições de seca, esse agente produz substâncias que hidratam a raiz, fazendo-a crescer mais à procura de nutrientes e água, suportando por mais tempo a estiagem. Apenas 4 ml de líquido contendo a bactéria são misturados a um 1 Kg de sementes. A descoberta é resultado de doze anos de pesquisa.

A nova tecnologia já foi registrada no Ministério da Agricultura para, além do milho, ser usada na soja. Também já foram feitos testes em culturas de cana de açúcar e café. Todos esses produtos são seguros e abrem novos horizontes de pesquisa para enfrentar as mudanças no clima. Extraídos da própria natureza, não trazem risco à saúde humana e já minimizam, sobretudo, os efeitos da seca em várias regiões do País.

Giampaolo Pellegrino*, pesquisador da Embrapa, conversou com a SNA sobre esses novos paradigmas, ressaltando que certas culturas tendem a migrar para regiões mais moderadas em termos de temperatura, para fugir dos extremos de frio e calor. Além desse movimento, há a questão do desequilíbrio trazido por eventos esporádicos, como secas ou enchentes, que impactam gravemente a produção. Para ele, a abordagem deve acompanhar as vertentes de mitigação, isto é, reduzir os efeitos inerentes à própria atividade agrícola, como as emissões de carbono; e de adaptação, ou seja, adequar os métodos e técnicas às situações ligadas ao aumento médio da temperatura global e sua repercussão.

Nesse sentido, ele salienta que o melhor controle dos recursos hídricos é fundamental, pois a disponibilidade de água tende a cair em muitos dos cenários de oscilação climática. Pellegrino destaca também o Plano ABC da Embrapa, que busca justamente fomentar as práticas sustentáveis como estratégias de recuperação de pastagens e tratamento de dejetos animais. Adotadas em larga escala, possuem grande potencial de mitigação de emissão de gases geradores do efeito estufa.

Pellegrino aponta o sistema de plantio direto, e a fixação biológica de nitrogênio como bons exemplos em que o manejo e o aprimoramento genético caminham juntos, uma vez que a matéria orgânica é preservada sem o revolvimento do solo, enquanto as raízes não precisam de tanto fertilizante, já que as substâncias são inoculadas nas raízes.

Por fim, Pellegrino lembra que todo esse conjunto visa também aumentar a competitividade do setor, além de cumprir as metas assumidas pelo Estado Brasileiro em acordos internacionais. Ele explica, também, a Integração – Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF), uma forma de diversificação e intensificação da produção, com aumento de renda, manejo mais qualificado e eficiente, maior sustentabilidade e adaptação do sistema produtivo. Com efeito, há menos emissões e um balanceamento mais equilibrado de carbono.

*Giampaolo Queiroz Pellegrino é pesquisador da Embrapa Agricultura Digital na área de Mudanças Climáticas Globais e coordenador do Portfólio de Pesquisa em Mudanças Climáticas da Embrapa. É engenheiro florestal pela USP, com mestrado em agronomia, também pela USP, e doutorado em Engenharia Agrícola pela Unicamp. Sua experiência tem ênfase em Agrometeorologia, atuando principalmente nos temas mudanças climáticas globais e seus impactos na agricultura; análise de tendências; modelagem ambiental e simulação de cenários.

Fonte: Mais Soja via Marcelo Sá/Equipe SNA Foto: Divulgação