Visite o estande da Apasem no CBSOJA 2025

Hoje se encerra um dos maiores eventos voltado ao mercado da soja no Brasil – o 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja.  O encontro ocorre  em Campinas (SP) até o fim da tarde desta quinta-feira (24).  Para quem estiver circulando na feira, fica o convite para visitar o estande da Apasem – número 96 ao lado do auditório.

Durante esses dias de exposição,   a Apasem tem mostrado todo o trabalho que realiza junto o setor sementeiro paranaense bem como as atividades dos seus laboratórios de análise de sementes que têm mais de 50 anos de atuação.  Esse também foi um momento de muita interatividade com o publico que visitou o espaço.

Em uma ação interativa e descontraída, a Apasem desafiou o público a  adivinhar quantas sementes havia em um frasco de ensaio exposto em seu estande. Muitos entraram na brincadeira. Ganharia o desafio quem mais se aproximasse do número.

Thiago Novatski (foto) foi quem levou o brinde ofertado. Ele apostou que o recipiente teria 8377 sementes … o que ficou próximo dos 8454 que realmente compunham. Desta forma o participante leva um belo kit churrasco composto  por tabua e faca personalizados da Apasem.

News

A News Apasem desta quinta-feira está especial, com matérias específicas sobre o CBSOJA 2025. Acompanhe a cobertura que os jornalistas da equipe de Comunicação da Embrapa Soja têm realizado.

Relação com a China é tema da conferência que abre a programação do CBSoja nesta quinta-feira

“O que esperar da relação com a China na agricultura?” é o tema da conferência que abre a programação desta quinta-feira (24) do Congresso Brasileiro de Soja 2025 (CBSoja) e do Mercosoja 2025, evento realizado de 21 a 24 de julho, em Campinas (SP). A conferência será às 9h e contará com a palestra de Leticia Frazão Alexandre Leme, representante do Ministério das Relações Exteriores, e Larissa Wachholz, da Vallya Agro. 

Outros três painéis simultâneos também compõem a programação na parta da manhã. No salão principal o tema será: “Quebramento de hastes, podridão de grãos e cancro da haste – Estamos falando da mesma coisa?”, moderado pelo pesquisador da Embrapa Soja, Maurício Meyer. O painel vai abordar temas como alteração vascular do câmbio e o quebramento de hastes, podridão de grãos e cancro da haste e complexo Diaporthe.

Na sala 1 o tema será “Controle de pragas da soja”, moderado pelo pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia. Na oportunidade serão realizadas duas palestras: Tecnologias novas e tradicionais para o controle de Bemisia tabaci, com o também pesquisador da Embrapa Soja,  Edson Hirose, e Soja Bt e a dinâmica de Lepidópteros praga no Brasil, com  Renato Horikoshi da Bayer.

Encerrando as atividades no período da manhã, na sala 2 ocorrerá o painel “Mecanização e ferramentas digitais”, moderado pelo pesquisador da Embrapa Soja,  Júlio Cézar Franchini. O painel vai ter a palestra Monitoramento da área e produção por ferramentas digitais, com Jéssica de Lucena Marinho Costalonga, da Jacto, e Mecanização Inteligente, com  Rouverson Pereira da Silva da Unesp Jaboticabal.

O painel internacional Soybean2035: A decadal vision for soybean biotechnology dá início a programação no período da tarde, na arena de inovação e mercado, a partir das 14h. O painel vai debater os próximos dez anos das ferramentas biotecnológicas na soja, será conduzido pelo chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, e contará com palestra de representantes de instituições da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Mãos à obra –  Também à tarde haverá sessões paralelas de mini-wokshops denominados Mãos à Obra, atividade que irá propor discussões práticas sobre problemas cotidianos das lavouras de soja. O primeiro workshop vai abordar a Fertilidade do solo e adubação, com os pesquisadores da Embrapa Soja César de Castro e  Fábio Álvares de Oliveira. Outro tema será Manejo de nematoides, com as palestras de Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni (Fatec – Pompéia), Jose Mauro da Cunha Castro (Embrapa Soja) e Lais Fontana (Grower – Conhecimento Agronômico).

O terceiro mini-workshop vai tratar de Plantas daninhas, com Edson Andrade Júnior (Instituto Matogrossense do Algodão), Fernando S. Adegas (Embrapa Soja) e  Mário Antonio Bianchi (CCGL – Cooperativa Central Gaúcha Ltda). Outro tema serão os Bioinsumos, tendo como palestrantes  Marco Antonio Nogueira (Embrapa Soja) e  Flávio Medeiros (Universidade Federal de Lavras). Finalizando a programação, o assunto abordado será Impedimentos ao desenvolvimento radicular, com Henrique Debiasi (Embrapa Soja), Júlio Cézar Franchini (Embrapa Soja),  Moacir Tuzzin de Moraes (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e Maurício Meyer (Embrapa Soja). A sessão de encerramento da sétima edição do Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja será às 18h. 

Texto Lebna Landgraf e Graziella Galinari 
Foto – Embrapa Soja

CBSOJA aborda os desafios do melhoramento de plantas para tolerância à seca

O desenvolvimento de plantas com tolerância à seca é uma das estratégias para adaptação às mudanças do clima. Porém, o trabalho dos melhoristas não é fácil para se obter cultivares com essas características. Os desafios desse processo foram abordados durante o painel “Respostas fisiológicas e melhoramento para tolerância à seca”, realizado no 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja. O evento está ocorrendo em Campinas (SP).

Abrindo o painel, o professor da Universidade Federal de Pelotas Gustavo Maia Souza mostrou a complexidade dos mecanismos fisiológicos das plantas para enfrentar a seca. O entendimento desses mecanismos é a base de um trabalho de melhoramento genético buscando plantas tolerantes ao estresse hídrico, seja via edição gênica, transgenia ou seleção via fenotipagem.

Gustavo mostrou que a fotossíntese é sempre inibida em condições de estresse, o que causa efeitos nas plantas. Quando leva á chamada fase de exaustão, os danos podem ser desde perda de produtividade à morte. Contam nesse processo não só a intensidade do estresse, mas também a duração e reincidência dos eventos.

Além disso, um fator não ocorre de forma isolada e acaba levando a outro em um efeito cascata, tornando mais difícil o entendimento e intervenção. Por exemplo, o aumento da incidência solar leva ao aumento de temperatura, que aumenta a evapotranspiração, reduzindo a água disponível para a planta. Ao mesmo tempo o aquecimento das células vegetais leva à necessidade de troca de calor via abertura de estômatos, causando a perda de água…

“É uma situação antagônica em que a planta fica. Se ela transpira, perde água. Se fecha os estômatos, absorve menos CO2, o que limita a fotossíntese, e aumenta a concentração de oxigênio nas células, causando uma série de oxidações prejudiciais a ela”, explicou.

Um complexo sistema de sensores nas células e de conexões elétricas faz com que a regulação da planta seja feita de forma sistêmica. Outros mecanismos ainda pouco conhecidos envolvem uma “memória” da planta, que aprende a se comportar em caso de repetição de uma situação de estresse. E essa aprendizagem pode ser passada entre gerações e entre plantas.

Há ainda diferença entre a reação de cada planta à adversidade. Alexandre Garcia, da Bioceres Crop Solutions, exemplificou falando em “plantas otimistas”, que são aquelas que direcionam a energia para o sistema reprodutivo esperando que o período de escassez hídrica seja curto, e as “plantas pessimistas”, que são aquelas que reduzem a atividade vegetativa como forma de economia de recursos. O entendimento dos genes que levam a cada comportamento é importante no processo de edição gênica. De acordo com ele não é interessante que uma planta supere um estresse hídrico mantendo um bom porte vegetativo se ela não for produtiva, por exemplo.

Além de toda a complexidade fisiológica, há ainda outros fatores que dificultam o desenvolvimento de plantas tolerantes à seca. Para se chegar a uma cultivar é preciso ter testes de campo e a reprodução de efeitos de seca em ambiente não controlado é difícil. Ao mesmo tempo, testes em

Até mesmo em pesquisas de fenotipagem, ou seja, de avaliação das características observáveis das plantas, a simulação de diferentes gradientes de chuva com uso de irrigação não é fácil. Mesmo que se controle o volume de água, na irrigação, há outros fatores externos que interferem. Na Embrapa Cerrados sensores vem sendo utilizados tanto em equipamento móvel no chão quanto em drone para auxiliar nas pesquisas. O pesquisador Walter Ribeiro Junior apresentou alguns dos estudos feitos com soja, trigo, milho, café, entre outras culturas. Esse trabalho ajuda a selecionar materiais mais tolerantes ao estresse hídrico e que possam ser utilizados em combinação com técnicas de edição gênica e transgenia.

De acordo com os participantes do painel, não há uma solução única e a redução dos riscos de perdas por estresse hídrico passa pela integração de diferentes técnicas de melhoramento genético, disponibilidade de bom germoplasma e adoção de boas práticas agropecuárias que aumentam a infiltração e minimizam a perda de água no solo.

“O problema do aquecimento global está aí e só tende a aumentar. Não é algo fácil de se solucionar, mas qualquer ganho já é relevante”, resumiu a moderadora do painel e pesquisadora da Embrapa Soja, Liliane Henning.

Percepção de valor

Outro desafio apontado no painel foi a precificação e percepção de valor de cultivares tolerantes à seca por parte do agricultor. Alexandre Garcia ressaltou que em situação de estresse hídrico sempre haverá perdas, não sendo possível manter o teto produtivo.

“O gene de tolerância pode ser ativado ou não. Se chover bem na safra, ele não fará diferença. Se houver seca, ele pode funcionar bem ou a seca pode ser tão forte que ele não resolva. Como não temos como prever a chuva, o produtor pode não perceber o valor desta ferramenta”, afirmou.

Congresso de Soja

O 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja é promovido pela Embrapa Soja e vai até esta quinta-feira, no Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). Esse é o maior fórum técnico-científico do complexo da soja, reunindo cerca de 2 mil participantes de todos os setores da cadeia produtiva. Ao longo de quatro dias, a programação conta com seis conferências, 15 painéis e apresentação de 321 trabalhos científicos em forma de pôster.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)
Foto – Embrapa Soja

Informação é chave para o agro enfrentar críticas, alerta especialista

A necessidade de gerar e disponibilizar dados sobre a agropecuária brasileira, especialmente em relação à sustentabilidade da produção, tem sido enfatizada nas discussões do 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja, que acontece nesta semana em Campinas, SP. Na conferência de abertura da programação desta quarta-feira (23), o professor Edivaldo Domingues Velini, da Unesp/Botucatu, apresentou informações sobre os aspectos sustentáveis do setor rural.

Do ponto de vista econômico, a agropecuária exporta mais do que importa, mantendo positiva não só a balança comercial do segmento, mas também a do País. Um gráfico com série histórica desde 1988, exibido pelo palestrante, mostra que a balança comercial brasileira tem se mantido quase sempre positiva. No entanto, ao se excluir o setor agropecuário da equação, ela se torna negativa a partir dos anos 2000.

A produção do campo também desempenha papel decisivo na matriz energética brasileira. A biomassa representa 32,56% da energia consumida no Brasil. O biodiesel fornece mais energia do que os sistemas solares, e o volume gerado seria suficiente para abastecer todo o Uruguai, afirmou o professor. A matriz energética brasileira é 49% renovável, muito acima da média mundial, de 14%. “Mas o Brasil, sem biomassa, seria igual ao restante do mundo”, alertou Velini.

Crítica comum ao agronegócio nacional, o volume de agrotóxicos utilizados no Brasil precisa ser analisado em perspectiva, defendeu o palestrante. “É um país complexo, que pratica agricultura intensivamente, em áreas extensas, e muitas comparações não fazem sentido”, pontuou. A agricultura brasileira lidera o ranking em valor absoluto de compras de defensivos, mas cai para a 7ª e 14ª posições quando se considera o valor por hectare e por tonelada de produto, respectivamente. No caso dos herbicidas, o Brasil também lidera em volume total consumido, mas fica abaixo da média mundial quando se analisam os índices por área cultivada e por produção obtida.

Velini ponderou que mesmo esses indicadores não são os mais adequados. Ele defende o uso de índices que avaliem a segurança da aplicação para trabalhadores, consumidores e o meio ambiente, como o Environmental Impact Quotient (EIQ). Considerando esse indicador, a segurança tem aumentado nos cultivos de açúcar, cana-de-açúcar, milho e soja, destacou o professor.

Apesar de ter apresentado diversos dados, Velini ressaltou a carência de informações com séries históricas acessíveis sobre a agropecuária brasileira. “Levem a sério os bancos de dados. Precisamos ter informações, e elas precisam ser acessíveis”, enfatizou. Segundo ele, os dados são peça-chave para enfrentar um dos principais desafios do agro: a comunicação com a sociedade.

O professor também chamou atenção para as oportunidades perdidas pelo País devido ao baixo investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Não consigo imaginar onde estaríamos se, em vez de 20 bilhões, estivéssemos investindo 200 bilhões de reais em pesquisa”, afirmou. “O que o Brasil precisa no curto prazo? Séries de dados e associações para inovação em pesquisa.” No longo prazo, ele acredita que o aumento dos investimentos passa por uma mudança mais profunda no direcionamento dos recursos públicos.

CBSoja
O 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja é promovido pela Embrapa Soja e ocorre até quinta-feira, dia 21, no Expo Dom Pedro, em Campinas. O evento conta com quatro conferências e 15 painéis, somando mais de 50 palestras de especialistas brasileiros e estrangeiros. Além disso, são apresentados 321 trabalhos técnico-científicos em nove sessões temáticas e cinco debates sobre temas práticos relacionados ao dia a dia das lavouras.

Vivian Chies ((MTb 42.643/SP))
 Foto – Embrapa Soja

Rede de pesquisa apresenta resultados sobre controle de doenças da soja

Os resultados obtidos nos ensaios de controle de doenças da soja na safra 2024/2025 foram apresentados nesta quarta-feira durante o 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja. Os dados são fruto de um trabalho em rede com a participação de instituições de pesquisa e universidades, públicas e privadas, e empresas do setor agropecuário.

Iniciada há mais de 20 anos, essa rede realiza anualmente ensaios em diferentes regiões do país para avaliar a eficiência do controle das principais doenças da cultura da soja. Para cada doença são estabelecidos protocolos específicos, no qual são usados produtos disponíveis no mercado e novas formulações que serão lançadas pelas empresas.

Os resultados divulgados a cada safra ajudam a orientar consultores e agricultores na tomada de decisão para o planejamento fitossanitário, levando em consideração não só a eficiência do controle da doença alvo, mas também a rotação de moléculas para se evitar problemas de resistência. A resistência também é um dos itens avaliados pelos pesquisadores.

Durante o CB Soja, em um painel moderado pelo pesquisador da Embrapa Soja Maurício Meyer, pesquisadores sintetizaram os resultados da última safra para as principais doenças. Todos os resultados também estão disponíveis em forma de circulares técnicas, que podem ser conferidas no site da Embrapa (links abaixo) ou na página www.fitossanidadetropical.org.br.

Dados sobre doenças de fim de ciclo foram apresentados por Carlos Utiamada, da Fornarolli Ciência Agrícola. Ele também apresentou resultados de ensaios realizados com a antecipação da primeira aplicação, fazendo-a em 30 dias após a emergência, cinco dias antes que os 35 dias normalmente utilizados.

A pesquisadora da Embrapa Soja Cláudia Godoy falou sobre a ferrugem asiática, apresentando resultados de ensaios com produtos registrados, com produtos em desenvolvimento e ainda avaliação de monitoramento de resistência.

Coube à Luana Belufi, da Fundação Rio Verde, apresentar os resultados dos ensaios relacionados à mancha alvo. Já Hércules Campos, da Universidade Rio Verde, falou sobre o mofo branco. O professor da Universidade Federal de Lavras Flavio Medeiros fechou o painel com os resultados da rede de ensaios com uso de biológicos. Esta foi a terceira safra em que os produtos biológicos foram testados para doenças foliares. Entre os tratamentos avaliados estão combinações de biológicos com químicos e uso somente de biológicos.

Nesta quinta-feira, último dia do congresso, um painel abordará quebramento de hastes, podridão de grãos e cancro da haste. Os resultados da rede de ensaios para estes problemas também serão apresentados durante a discussão.

Confira abaixo as circulares técnicas com os resultados apresentados durante o congresso:

CT 213 – Eficácia de fungicidas para o controle da mancha-alvo, Corynespora cassiicola, na cultura da soja, na safra 2024/2025: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos

CT 214 – Experimentos cooperativos de aplicações de fungicidas aos 30 dias após a emergência da cultura da soja: safras 2024/2025

CT 215 – Eficiência de fungicidas para o controle das doenças de final de ciclo da soja, na safra 2024/2025: Resultados sumarizados dos ensaios cooperativos

CT 217 – Avaliação da associação de fungicidas químicos e biológicos no controle de doenças foliares da soja, safra 2024/2025: resultados sumarizados da rede de experimentos cooperativos

CT 218 – Eficiência de fungicidas para controle de mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) em soja, na safra 2024/2025: resultados sumarizados dos experimentos cooperativos

CT 219 – Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2024/2025: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos

CB Soja

O 10º Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja é promovido pela Embrapa Soja e está sendo realizado de 21 a 24 de julho no Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). Este é o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja e reúne cerca de 2 mil participantes entre pesquisadores, acadêmicos, consultores, agricultores e empresas ligadas ao complexo da soja.

A programação conta com mais de 50 palestras distribuídas em seis conferências e 15 painéis. Há ainda a apresentação de 321 trabalhos científicos em forma de pôster, a exposição de mais de 50 empresas na Arena de Inovação e Mercado e cinco espaços de discussão sobre problemas práticos do dia-a-dia das lavouras.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)
Embrapa Soja

Histórico da soja no Mercosul é relembrado por protagonistas do desenvolvimento da cultura

Os 100 anos da cultura da soja no Brasil são o tema da 10ª edição do Congresso Brasileiro de Soja (CB Soja) e Mercosoja, evento que teve início na noite desta segunda-feira, em Campinas (SP). A conferência de abertura expandiu a abordagem para o Mercosul e contou com a participação de especialistas que foram protagonistas do desenvolvimento genético da soja no Brasil e na Argentina nos últimos 50 anos.

O jornalista do Canal Rural Giovani Ferreira moderou um bate-papo em que participaram Romeu Kiihl, ex-pesquisador da Embrapa e atualmente na MGS Melhoramento Genético e Sementes, considerado o pai da soja tropical; Tuneo Sediyama, professor da Universidade Federal de Viçosa e uma das referências no melhoramento genético da cultura; além de Rodolfo Luis Rossi, da Associação da Cadeia da Soja da Argentina (AC Soja) e Gerardo Bartolomé, sócio-fundador e ex-presidente do Grupo Dom Mário (GDM).

Romeu Kiihl trouxe uma linha do tempo da cultura da soja no Brasil, desde os primeiros testes feitos na Bahia e em São Paulo, ainda no fim do século XIX. Quando começaram os plantios comerciais, no Rio Grande do Sul, em 1924, as cultivares utilizadas eram trazidas dos Estados Unidos e não adaptadas às condições edafoclimáticas brasileiras.

O pesquisador relembrou nomes de protagonistas nos primórdios da seleção e melhoramento genético da cultura, participantes de uma rede nacional de ensaios de soja.

“A história do melhoramento genético da soja no Brasil se divide em três fases. Uma antes da criação da Embrapa Soja, em 1975, outra após a criação da Embrapa Soja e uma terceira com a lei de proteção de cultivares”, afirmou Kiihl.

Com o entendimento do mecanismo de período juvenil longo, foi possível adaptar as cultivares de soja para regiões de baixa latitude. Com isso, a cultura antes restrita á região Sul do Brasil passou a ser viável em todo o Cerrado brasileiro.

O professor Tuneo Sediyama elencou os fatores que contribuíram para o sucesso da soja no Brasil, sendo a maior parte deles resultado do desenvolvimento científico. Além do avanço no melhoramento genético, avanços no sistema de produção, na correção e manejo do solo, na nutrição de plantas foram alguns dos pontos destacados.

Mesmo com o grande salto de produtividade nestes 100 anos, Sediyama ponderou que o potencial de evolução ainda é muito grande e deve continuar crescendo no que chamou de terceira evolução da soja. Para ela a primeira evolução foi a introdução no país, a segunda a tropicalização e a terceira é o que chama de introgressão genética, com o uso de novas técnicas que vão agilizar o melhoramento genético.

Iniciativa privada alavancou a soja na Argentina

Enquanto no Brasil o arranque inicial da cultura da soja se deu com base na pesquisa desenvolvida em instituições públicas como universidades, Ministério da Agricultura e Embrapa, na Argentina esse papel coube á iniciativa privada.

“Não quero dizer que seja melhor ou pior e sim que é diferente”, afirmou Rodolfo Rossi.

Empresas como o Grupo Dom Mário trabalharam no desenvolvimento de cultivares locais tendo como base materiais genéticos oriundos dos Estados Unidos.

Um diferencial do país vizinho foi a opção pela industrialização da soja. Com isso o país se tornou líder em exportação de farelo e óleo de soja. Outra característica que marcou a trajetória da soja argentina foi o pioneirismo do país na regulamentação e liberação de plantas transgênicas, ainda em 1996, mesmo ano que os Estados Unidos fizeram e antes da liberação na Europa.

Assim como no Brasil, o melhoramento genético argentino resultou no aumento dos grupos de cultivares mais precoces, mostraram Rodolfo Rossi e Gerardo Bartolomé. Batolomé também destacou a busca por materiais cada vez mais produtivos, não só para os agricultores argentinos, mas também para os brasileiros, onde a GDM também atua há 25 anos.  

Futuro da soja

Ao fim da conferência, o mediador perguntou aos conferencistas sobre o futuro da soja no Mercosul. Todos falaram sobre o potencial de evolução trazido pelo uso de novas ferramentas de edição gênica. Representantes de uma geração anterior, depositam nos jovens melhoristas a expectativa de chegarem a cultivares cada vez mais produtivas e que tornem o sistema produtivo mais eficiente e sustentável.

Com seus mais de 50 anos de experiência com melhoramento genético de soja, Romeu Kiihl, fez questão de deixar um recado para os novos profissionais:

“Acredito que o futuro é promissor porque os jovens melhoristas têm ferramentas interessantíssimas. Mas gosto de lembrar aos jovens que a tela do computador não é tudo. A soja cresce no campo”, alertou.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)
Embrapa Soja

Visite o estande da Apasem no Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central dos eventos será os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã

A Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (APASEM) espera sua visita  no estande da Associação montado na feira que ocorre durante a X edição do Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025, que segue nesta terça-feira e  vai até 24 de julho, no Centro de Exposições e Convenções Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). O espaço da Apasem está localizado ao lado do auditório, com a numeração 96.

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central dos eventos será os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã. Considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, a expectativa da comissão organizadora da CBSoja e Mercosoja é reunir cerca de 2 mil participantes de diferentes segmentos.

A agenda técnica é composta de temas referentes aos últimos avanços da ciência para a cultura da soja, assim como contribuições relevantes sobre temas que trazem impacto no cotidiano da cadeia produtiva, são processos e práticas ou inovações. “Construímos uma programação com foco em temas que enfatizem a agregação de valor e o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, pautada em tecnologia e inovação”, ressalta o presidente da CBSoja, Fernando Henning, pesquisador da Embrapa Soja.

A programação técnica contará com quatro conferências e 15 painéis em que serão realizadas mais de 50 palestras com especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja. “Priorizamos quatro palestras dedicadas aos desafios logísticos do Mercosul, assim como questões referentes à biotecnologia e à propriedade intelectual na região”, detalha Henning.

Outra inovação na programação do CBSoja será a realização do Mãos à Obra, um espaço dedicado ao debate de questões práticas em cinco grandes temas: Fertilidade do solo e adubação, Manejo de nematoides, Plantas concretas, Bioinsumos e Impedimentos ao desenvolvimento radicular. Também haverá um workshop internacional Soybean2035: Uma visão decadal para a biotecnologia da soja, cujo objetivo é debater os próximos 10 anos das ferramentas biotecnológicas na soja, com palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Sessão pôster

A comissão organizadora aprovou 328 trabalhos técnico-científicos que serão distribuídos em nove sessões temáticas: 1) Ecologia, Fisiologia e Práticas Culturais, 2) Entomologia, 3) Fitopatologia, 4) Genética, Melhoramento e Biotecnologia, 5) Nutrição Vegetal, Fertilidade e Biologia dos Solos, 6) Plantas Daninhas, 7) Pós-Colheita e Segurança Alimentar, 8) Tecnologia de Sementes e 9) Transferência de Tecnologia, Economia Rural e Socioeconomia. Os trabalhos serão apresentados em sessão apresentada, cujos autores serão apresentados para esclarecimento de dúvidas, no horário definido na programação.

Serviço:

CBSoja e do Mercosoja 2025

De 21 a 24 de julho – Campinas SP

Visite o Estande da Apasem – Ao lado do Auditório – número 96

Informações sobre o evento www.cbsoja.com.br.

Confira programação do Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2025

Começou nesta segunda-feira, 21 de julho, o  X Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025

Começou nesta segunda-feira, 21 de julho, o  X Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025, no Centro de Exposições Dom Pedro, em Campinas, (SP), com a presença da presidente Silvia Massruhá, da Embrapa, do presidente do Conselho de Administração da Embrapa,  Carlos Ernesto Augustin, representante do Ministro da Agricultura e Pecuária, entre outras autoridades, de Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, e do presidente do CBSoja, Fernando Henning.

Na sequência ocorreu a conferência sobre a ‘Soja no Mercosul, um século depois’. Para debater a evolução da soja nos países da América do Sul foram convidados o pesquisador Romeu Afonso de Souza Kiihl, da área de melhoramento genético, da MGS Melhoramento Genético e Sementes; o professor Tuneo Sediyama, da Universidade Federal de Viçosa; Rodolfo Luis Rossi, ex-Gerente Global Investigación Soja en Nidera e Gerardo Bartolomé, do Grupo Dom Mário. O debate será conduzido pelo jornalista Giovani Ferreira.

Programação técnica

Amanhã, 22 de julho, a partir das 8h30, o evento terá início com a conferência A geopolítica da cultura da soja, a ser ministrada por Guilherme Bastos, da Fundação Getúlio Vargas, seguida de três painéis técnicos simultâneos, entre 10h30 às 12h30. Um deles discutirá a soja no âmbito da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). Na oportunidade serão realizadas três palestras: O Brasil como potência agrícola e ambiental; Demanda por produtos à base de soja com certificação de produção com baixas emissões de GEE; e agricultura regenerativa e Descarbonização da cadeia da soja da originação ao produto final. Este bloco será moderado pela chefe adjunta de Transferência de Tecnologias da Embrapa Soja, Carina Gomes Rufino.

Haverá ainda o painel abordando a soja em sistemas de produção irrigados. Neste debate serão realizadas duas palestras: Outorga de uso da água e sustentabilidade ambiental e Automação em sistemas irrigados de produção de grãos.   A moderação será de  Fernando Campos Mendonça, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Simultaneamente, haverá o painel Qualidade da semente e o sucesso da cultura da soja, moderado pelo pesquisador da Embrapa Soja, Francisco Krzyzanowsky. Serão realizadas quatro palestras durante o painel, propondo discussões sobre o Controle de qualidade da semente; Produção de sementes de alta qualidade; Melhoramento para a qualidade de sementes; e Qualidade da semente e a produtividade da lavoura de soja. 

A programação no período da tarde, das 14h às 16h, também terá três painéis simultâneos.  Um deles irá tratar do Zoneamento Agrícola de Risco Climático –  Zarc Níveis de Manejo (NM). As palestras irão tratar dos Impactos das mudanças climáticas sobre a produção agrícola; Zarc NM: princípios metodológicos e aplicações; e Políticas de gestão do risco: Zarc NM. O pesquisador da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, será o moderador deste debate.

Outro destaque da programação irá abordar os desafios da Tecnologia de aplicação aérea. No painel, serão realizadas três palestras: Legislação aplicável às aplicações aéreas; Aviões, drones de pulverização e o mercado agrícola; e Uso de Drones Agrícolas – da pesquisa à prática. A moderação será do pesquisador da Embrapa Soja, Fernando Adegas. 

Ainda está previsto o painel que discutirá a Soja como matéria-prima para produção de biocombustíveis. O encontro contará com quatro palestras: Situação atual e perspectivas de uso da soja na produção de biodiesel; Situação atual e perspectivas de uso da soja na produção de SAF; Implicações do uso da soja em biocombustíveis nas mudanças diretas e indiretas do uso da terra; e Aspectos econômicos e comerciais no uso de soja para biocombustíveis. A moderação será da Priscila Sabaini, da  Embrapa Meio Ambiente

Das 16h às 17h, na Arena de inovação, estão previstas duas palestras. A primeira com o tema Inovação e Mercado – Onde tudo se conecta. Em seguida, haverá a palestra Inteligência Artificial e Imagens Espectrais para Avaliação de Sementes e Grãos.

Para encerrar as discussões desta terça-feira, o destaque será o debate sobre os Desafios logísticos para a exportação da soja no Mercosul. No encontro, serão abordadas as dificuldades encontradas pelos países exportadores de soja na América Latina: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.  Estão previstas duas palestras: Hidrovias como estruturas logísticas no Mercosul e Estado atual da infraestrutura de armazenamento de grãos no Brasil. A atividade será moderada pelo pesquisador da Embrapa Soja, Marcelo Alvares de Oliveira. 

Texto e imagem – Embrapa Soja

Mercosoja 2025 debate logística e sementes no Mercosul

Programação destaca exportação de soja, uso de hidrovias e impactos do mercado

Os desafios da produção e da exportação da soja do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) terão um espaço de destaque na programação do X CBSoja e do Mercosoja 2025, a serem realizados de 21 a 24 de julho, em Campinas (SP). Serão privilegiados debates referentes à logística e a questões sobre propriedade intelectual e biotecnologia, cujo objetivo é apresentar o impacto do mercado informal de sementes: não obedece os critérios pré-estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Na terça-feira, 22 de julho, das 17h às 18h30, ocorrerá o painel “Desafios logísticos para a exportação de soja no Mercosul” discutindo as dificuldades de exportação dos países produtores de soja no Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Na oportunidade, haverá a palestra sobre hidrovias como estruturas logísticas no Mercosul, a ser ministrada pelo presidente da Associação Argentina da Cadeia da Soja – ACSoja, Luis Zubizarreta. Também está prevista uma discussão sobre o estado atual da infraestrutura de armazenamento de grãos no Brasil, tema a ser apresentado pelo técnico da cooperativa Coamo Edenilson Oliveira, e representante da Associação Brasileira de Pós-Colheita. O painel será moderada pelo pesquisador da Embrapa Soja, Marcelo Alvares de Oliveira.

De acordo com pesquisador Fernando Henning (na foto), presidente do CBSoja, a proposta é apresentar um panorama sobre os desafios da logística de transporte de cargas no Brasil, enfatizando o que vem sendo feito, em termos de melhoria nos portos, assim como implementação dos corredores de exportação, via estruturação de ferrovias. “O painel também abordará o planejamento da iniciativa privada sobre o transporte por hidrovias para escoar a soja, interligando principalmente com as rodovias, o que torna o transporte mais competitivo do que é praticando atualmente”, explica.

Henning diz ainda que haverá debate sobre os investimentos realizados em logística para utilizar a bacia do Prata – como hidrovia – pelos produtores da Argentina, Paraguai e Uruguai. “Na Argentina, por exemplo, estão automatizando os processos, agregando novas tecnologias para reduzir a interferência humana no descarregamento e transbordo de cargas, por exemplo”, comenta Henning.

Biotecnologia e propriedade intelectual no Mercosul  

O outro tema sobre o Mercosul será debatido no painel “Biotecnologia e propriedade intelectual no Mercosul”, na quarta-feira, 23 de julho, das 17h às 18h, com moderação do chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno. Nesse painel, haverá uma palestra sobre inovações em Biotecnologia e a Propriedade Intelectual como Pilar Estratégico, a ser ministrada por Vivian Nascimento, da Bayer e ainda a discussão sobre tecnologias moleculares e de imagens para proteção da propriedade intelectual em soja, ministrada por Mariano Bulos, da The + Company.

De acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), no Brasil, o percentual de taxa de utilização de sementes certificadas é de cerca de 70% safra por safra, portanto, 30% são sementes guardadas pelo produtor para usar na safra subsequente (semente salva) ou semente pirata: produzidas sem os critérios exigidos pelo Mapa. Na visão de Henning, esses 30% de sementes representam um impacto financeiro no setor, assim como pode apresentar risco fitossanitário. “Ao se utilizar uma semente não certificada, pode-se introduzir uma nova praga, uma nova doença na lavoura, por exemplo. Por outro lado, há a questão econômica. A Crop Life levantou que os 30% de sementes não comercializadas representam cerca de 10 bilhões de reais que deixam de ser movimentados e, consequentemente, reduzem os investimentos em pesquisa para a geração de novas cultivares, por exemplo”, reflete Henning.

Para esta edição comemorativa dos 50 anos da Embrapa Soja, o tema central do CBSoja e do Mercosoja 2025 será os 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã. Considerado o maior fórum técnico-científico da cadeia produtiva da soja na América do Sul, a expectativa da comissão organizadora é reunir cerca de 2 mil participantes de diferentes segmentos.

A programação técnica contará com 4 conferências e 15 painéis em que serão realizadas mais de 50 palestras com especialistas nacionais e internacionais de vários segmentos ligados ao complexo soja. A comissão organizadora aprovou 328 trabalhos técnico-científicos que serão apresentados na sessão pôster. Também haverá destaque para os desafios da produção de soja no Mercosul e um workshop internacional Soybean2035: A decadal vision for soybean biotechnology, cujo objetivo é debater os próximos 10 anos das ferramentas biotecnológicas na soja, com palestrantes da China, Estados Unidos, Canadá e Brasil.

Revista Cultivar – Lebna Landgraf –  Foto: Gabriella Mendes

MAPA estabelece novas regras para o Programa Nacional de Combate ao Greening na citricultura

O Ministério da Agricultura e Pecuária atualizou o marco regulatório nacional para o combate ao greening (HLB), uma das doenças mais severas da citricultura

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) atualizou o marco regulatório nacional para o combate ao greening (HLB), uma das doenças mais severas da citricultura. A nova Portaria SDA/MAPA nº 1.326, publicada em 4 de julho de 2025, institui o Programa Nacional de Prevenção e Controle do Huanglongbing ou Greening (PNCHLB), que redefine as diretrizes para monitoramento, controle e erradicação da doença em todo o território nacional.

As principais alterações referem-se à definição dos critérios para a eliminação das plantas afetadas, que agora será determinado por cada órgão estadual de defesa sanitária vegetal. Esses órgãos terão o prazo de 120 dias para apresentar ao MAPA um plano de ação. Com isso, termina a eliminação facultativa de plantas cítricas afetadas com nove anos ou mais, independentemente da incidência da doença nos diferentes estados. A mudança também permite a adoção de regras mais rigorosas em áreas com menor incidência da doença, uma medida especialmente relevante para sua contenção.  

O programa estabelece a classificação dos estados entre áreas com e sem ocorrência da doença, com responsabilidades distintas para cada cenário. Entre as exigências estão o monitoramento contínuo dos pomares, a erradicação de plantas afetadas, o controle do inseto vetor, restrições ao trânsito de mudas e frutos, além da obrigatoriedade de viveiros telados e da entrega de relatórios semestrais pelos produtores.

Para manter a classificação de “área sem ocorrência”, os estados deverão realizar levantamentos fitossanitários anuais e manter atualizado o cadastro georreferenciado das propriedades produtoras de laranja, limão e tangerina. Além disso, será necessário realizar o monitoramento do psilídeo Diaphorina citri em áreas de risco. Nos estados com a ocorrência confirmada do greening, o monitoramento do inseto vetor será obrigatório tanto nos municípios com registros da doença quanto nos municípios vizinhos.

Outro ponto de destaque, com grande impacto para a cadeia produtiva de citros, é que a produção de mudas e borbulhas deverá, obrigatoriamente, ocorrer em ambientes protegidos por tela antiafídica com malha máxima de 0,87 x 0,30 mm, padrão já adotado no estado de São Paulo. A exigência passa a valer para todos os estados.

A norma também estabelece a remoção obrigatória de murta ou dama-da-noite (Murraya paniculata) com a presença do inseto vetor nas proximidades de pomares comerciais. Além disso, fica proibido o transporte dessa planta, ou de partes dela, de regiões com ocorrência do greening para outras onde a doença já tenha sido detectada.

Para o pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau, as novas diretrizes são fundamentais para reforçar o controle do greening e viabilizam ações fitossanitárias regionais mais eficazes. “As novas regras estabelecidas pelo MAPA representam um avanço importante no combate ao greening no Brasil. Os órgãos de defesa estaduais ganham mais autonomia para definir critérios de erradicação. Assim, ao permitir a adoção de medidas mais rigorosas e adaptadas às realidades locais, a portaria fortalece a capacidade de resposta dos estados e do setor produtivo”, destaca.

O pesquisador também reforça a importância da parceria com outras instituições para o combate da doença. “O envolvimento coordenado entre governo, produtores e pesquisadores é essencial para reduzir o impacto do greening na citricultura e garantir a sustentabilidade da atividade no país”, afirma.

A portaria, elaborada com a contribuição dos órgãos de defesa estaduais e do Fundecitrus, revoga a Portaria SDA/MAPA nº 317, de 21 de maio de 2021, e reforça a articulação entre o MAPA, os estados e o setor produtivo, com o objetivo de coordenar e fortalecer as ações de defesa vegetal diante do avanço do greening no país.

Saiba mais sobre as novas diretrizes no Diário Oficial da União: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-sda/mapa-n-1.326-de-4-de-julho-de-2025-640269613

Texto e foto – Fundecitrus