Depois de alcançar a marca de 10 milhões de mudas de espécies nativas distribuídas desde 2019, o programa Paraná Mais Verde tem novos planos para 2025. O principal deles é dar início ao processo de modernização e renovação das estruturas dos 19 viveiros e dois laboratórios de sementes responsáveis por abastecer o projeto, garantindo a restauração do maciço verde do Estado – cerca de 29% do território paranaense é composto por florestas, com predominância do bioma Mata Atlântica.
O investimento estimado é de R$ 35 milhões, com recursos oriundos da compensação pelo acidente ambiental causado pela Petrobras em 2000 em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, liberados neste ano pela Justiça Federal.
Outro objetivo é a expansão dos arboretos, espaços exclusivos para a proteção da diversidade arbórea, possibilitando que os visitantes aprendam sobre os diferentes usos da floresta, bem como sua interação com o meio ambiente. Serão quatro pontos a mais até o fim do ano que vem, totalizando nove jardins. O Paraná Mais Verde é coordenado pelo Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
“Essas mudas vão para todo o Estado, muitas delas com a função de recuperar matas ciliares. Hoje, o Paraná tem aproximadamente 30% de cobertura com florestas nativas e estamos trabalhamos para aumentar ainda mais esse número, de preferência com muitos pés de pinheiro”, afirmou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.
O projeto de reestruturação dos viveiros florestais e laboratórios de sementes administrados pelo IAT tem como objetivo principal o aprimoramento do arcabouço de produção de mudas do Estado, buscando como metas a ampliação da área de coleta e da diversidade de sementes; o aumento na produção anual e no fornecimento de mudas; e a redução do consumo de água e energia nos espaços, entre outras ações.
As melhorias virão para acompanhar a crescente demanda por mudas no Paraná. A estimativa do Instituto é que a distribuição de mudas no ano que vem será maior do que o total deste ano, que foi de 2 milhões de plantas até outubro.
“Ao melhorar essas estruturas, consequentemente propiciaremos um incremento na produção de mudas e fornecimento delas para a população. Tudo isso para cumprir os objetivos do Paraná Mais Verde de despertar a consciência ambiental e aliar desenvolvimento ambiental, econômico, e social”, explicou a bióloga do IAT, Roberta Gibertoni.
Além de reformas nas estruturas, o pacote inclui a aquisição de equipamentos para coleta, beneficiamento e transporte das sementes, sistemas de monitoramento para os perímetros dos viveiros, refrigeradores, painéis solares, estufas agrícolas e automatização dos sistemas de irrigação. A previsão é que a reestruturação completa seja finalizada até 2027.
Arboreto
Junto às reformas nos viveiros, o Paraná Mais Verde planeja inaugurar quatro novos arboretos no Estado em 2025, nos viveiros de mudas do Instituto em Pato Branco, no Sudoeste, e Umuarama, no Noroeste; e em duas Unidades de Conservação estaduais (UCs) ainda a definir.
Os arboretos são locais abertos ao público, destinado à educação ambiental, pesquisa e fins recreativos, como uma sala de aula ao ar livre, onde pode ser transmitido o conhecimento técnico sobre espécies florestais. As visitas precisam ser marcadas previamente.
Atualmente, o IAT possui cinco desses espaços em operação, nos viveiros de mudas de Curitiba, Jacarezinho, Campo Mourão e Ivaiporã, e no Parque Estadual do Palmito, em Paranaguá.
Viveiros
Os viveiros administrados pelo Instituto Água e Terra estão localizados em São José dos Pinhais, Engenheiro Beltrão, Salgado Filho, Cascavel, Cornélio Procópio, Guarapuava, Fernandes Pinheiro, Ivaiporã, Jacarezinho, Morretes, Ibiporã, Mandaguari, Pato Branco, Tibagi, Pitanga, Paranavaí, Toledo, Umuarama e Paulo Frontin. Já os laboratórios de sementes ficam em São José dos Pinhais e em Engenheiro Beltrão.
Paraná mais verde
O programa incentiva o plantio de mudas de espécies nativas do Paraná como forma de aliar o desenvolvimento ambiental, econômico e social, bem como incentivar a população a plantar árvores, seja em área urbana ou rural, para colaborar no equilíbrio do clima. As mudas são plantadas em áreas que precisam ser recuperadas ou melhor arborizadas.
São seis linhas de ação: Revitaliza Viveiros, Viveiros Socioambientais, Incentivo a Espécies Ameaçadas de Extinção, Datas Comemorativas, Parques Urbanos e Poliniza Paraná.
Fonte: AEN Foto: Denis Ferreira Netto