Diretores da SAA e da Abrasem avaliam resultados e destacam avanços em inovação, sustentabilidade e legislação
O Congresso de Sementes das Américas, realizado entre 29 de setembro e 1º de outubro em Foz do Iguaçu, consolidou-se como o maior já organizado pela Seed Association of the Americas (SAA), em parceria com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). O encontro reuniu aproximadamente 500 especialistas de 18 países, entre pesquisadores, produtores, reguladores e representantes da academia, unindo setores público e privado em um formato considerado inédito.
O modelo inovador integrou, em uma mesma semana, sessões plenárias, painéis acadêmicos, encontros regulatórios, rodadas de negócios, exposição de startups e apresentações de pesquisas científicas. Para o diretor-executivo da SAA, Diego Risso, essa combinação foi o ponto alto do evento. “O Congresso foi um sucesso pela qualidade dos participantes, pelo nível de liderança presente e pela diversidade de atividades propostas”, destacou.
Durante dois dias e meio de plenárias, os debates abordaram temas de última geração em biotecnologia, edição gênica, tratamento de sementes, fitossanidade e tendências regulatórias. Paralelamente, empresas e instituições tiveram a oportunidade de apresentar tecnologias, buscar novos germoplasmas, fechar contratos de multiplicação de sementes e dialogar diretamente com governos sobre marcos regulatórios.
Segundo Risso, o grande diferencial foi reunir, em um só lugar, todos os elos da cadeia de valor das sementes. “Queríamos posicionar a inovação no centro do debate, mas sempre considerando o acesso dos agricultores. Se há pesquisa e investimento, mas a regulação não acompanha, o produto nunca chegará ao campo”, afirmou.
Ele também destacou a importância de conectar consumidores, agricultores, centros de pesquisa e empresas. “Precisamos de uma cadeia integrada, em que a sociedade demanda alimentos mais saudáveis e sustentáveis, enquanto os produtores têm acesso às tecnologias que podem entregar isso”, explicou.
A sustentabilidade foi outro ponto central. “O setor de sementes é um negócio de longo prazo. Não podemos produzir tecnologias que não sejam seguras e sustentáveis. Sustentabilidade não é apenas ambiental, mas também econômica e social. Cada elo da cadeia precisa estar alinhado com esses princípios”, ressaltou Risso.
Resultados refletem em ganhos para agricultores e sociedade
O presidente-executivo da Abrasem, Ronaldo Troncha, reforçou que o evento deixa um legado para o setor. “Foi um evento histórico, reunindo academia, reguladores e produtores, e deixará um legado para o setor de sementes. Tudo o que foi discutido aqui vai se refletir em ganhos concretos para o setor e para a sociedade como um todo”, afirmou.
Troncha destacou ainda a forte presença da equipe do Ministério da Agricultura e Pecuária, incluindo o Secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, que representou o ministro Carlos Fávaro. Entre os temas de maior impacto, ele citou o avanço na atualização da Lei de Proteção de Cultivares, de 1997.
Após meses de debates coordenados pelo Instituto Pensar Agropecuário (IPA), foi aprovado um texto de consenso na Comissão de Agricultura da Câmara (CAPADR), que amplia prazos de proteção de cultivares de 15 para até 25 anos, reforça o pagamento de royalties e criminaliza a pirataria de sementes em esferas penal, civil e administrativa. “O grande avanço é dar fôlego à pesquisa e ao desenvolvimento, garantindo retorno aos investimentos feitos no país”, destacou Troncha.
Ele lembrou ainda que os pequenos produtores continuarão amparados na legislação, mas o combate à semente ilegal será fortalecido, estimulando inovação e competitividade. Segundo ele, os reflexos chegarão também à sociedade. “A atualização da lei deve contribuir para maior produtividade agrícola, recuperação de áreas degradadas e aumento da produção, impactando positivamente os preços internos e a capacidade do Brasil de abastecer o mundo”, avaliou.
Troncha encerrou reforçando o papel do produtor brasileiro na preservação ambiental. “Nenhuma propriedade rural pode ter menos de 20% de área de reserva legal, chegando a 80% na Amazônia. Isso significa que cerca de 66% do território nacional está preservado, um benefício que toda a população mundial recebe graças ao esforço dos produtores”, concluiu.
O Brasil se destaca globalmente na produção e comercialização de sementes, movimentando um mercado de 6,2 bilhões de dólares anualmente. O país ocupa uma posição estratégica, sendo um dos maiores produtores mundiais e o principal mercado de sementes da América Latina. “A liderança impulsiona a exportação de tecnologias genéticas e garante a base para a alta produtividade do agronegócio nacional, consolidando a relevância do setor para a economia e a segurança alimentar global”, reforça Ronaldo Troncha.
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Fonte e Foto: Assessoria de Imprensa Abrasem Paraná
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