Lupion 03

Um paranaense em defesa do agronegócio brasileiro

Por Everson Mizga

No começo de 2023, o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), assumiu a presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (bancada ruralista), posto o qual deve permanecer até 2025. Filho e neto de família com tradição na política Estadual e Federal, o parlamentar tem a missão de defender as necessidades do segmento agropecuário de todo o pais. “Presidir essa frente, a bancada ruralista, é uma honra e uma responsabilidade muito grande, por causa dos parlamentares de valor que o fizeram esse trabalho antes de mim”, declarou Lupion nesta entrevista exclusiva concedida a Revista Apasem, frisando ainda que a condução nestes primeiros meses tem sido a de resolver os problemas dos produtores rurais de maneira técnica, com dados, sem deixar a ideologia influenciar. “Isso é difícil, já que a imensa maioria da frente é de oposição ao atual governo, assim como eu. Mas na hora de tratarmos dos problemas do agro,  nossa atuação é pautada pela técnica, sempre de olho no que pode melhorar a vida de quem vive e trabalha no campo”.

Porém o parlamentar, que somente neste ano já apresentou 147 propostas legislativas de sua autoria e 113 votações nominais em plenário, tem jogo de cintura e é conhecido por ter pulso firme nas decisões que afetam o setor. A experiência na vida política e seu trabalho em defesa do agro o credenciaram como o nome mais preparado para tal função. Em sua trajetória  política, foi eleito deputado estadual pelo Paraná em 2010 e 2104. Em 2018 a população o escolheu como representante Federal. Ainda na  Assembleia Legislativa do Paraná atuou como  presidente da Comissão da Agricultura e  vice-presidente das Comissões de Segurança Pública e Meio Ambiente, além de ter sido membro da Comissão de Constituição e Justiça.

Antes de alçar voos na política, seguindo os passos de seu pai e avós, porém, Pedro Lupion buscou base na formação para poder contribuir com a sociedade por meio do legislativo. É graduado em Comunicação Social com ênfase em Publicidade, sendo mestre em Ciências Políticas nas universidades Francisco de Vittoria e Rey Juan Carlos, na Espanha.  É especialista em Comunicação Política e Campanhas Eleitorais, com pós-graduação pela Georgetown University, instituição católica do Distrito de Columbia, nos Estados Unidos. Também se especializou  em Administração Pública e Governança com pós-graduação pela George Washington University (EUA).  Abaixo, confira na integra a entrevista que o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion, Concedeu a Revista Apasem.

Revista Apasem –  Qual é  papel da Frente Parlamentar do Agronegócio no Congresso Nacional? Como o senhor vem conduzindo esse grupo e qual legado pretende deixar para o setor neste período em que representa um segmento essencial para a economia brasileira?

Deputa Federal – Pedro Lupion – A Frente Parlamentar da Agropecuária reúne cerca de 350 deputados e senadores unicamente para fazer a defesa dos produtores rurais brasileiros e de suas necessidades. Presidir essa frente, a bancada ruralista, é uma honra e uma responsabilidade muito grande, por causa dos parlamentares de valor que o fizeram antes de mim: Ronaldo Caiado, hoje governador de Goiás, a ex-ministra e hoje senadora Tereza Cristina, o meu pai Abelardo Lupion e tantos outros que estiveram nessa posição. Nossa condução tem sido a de resolver os problemas dos produtores rurais de maneira técnica, com dados, sem deixar a ideologia influenciar. Isso é difícil, já que a imensa maioria da frente é de oposição ao atual governo, assim como eu. Mas na hora de tratarmos dos problemas do agro,  nossa atuação é pautada pela técnica, sempre de olho no que pode melhorar a vida de quem vive e trabalha no campo.

R.A –  Antes do sr. Assumir o cargo de presidente, já tinha uma atuação muito forte junto a bancada do Agronegócio e da própria Frente. Quais as conquistas para o setor que a FPA pode comemorar? Quais os resultados colhidos hoje, por exemplo, com a aprovação do novo Marco Temporal, Regulação de uso de Defensivos e ou a modernização da lei de Biossegurança?

D.F.P.L – Todos esses projetos citados ainda estão em discussão ou tramitação no Congresso, principalmente no Senado, onde a atuação da ex-ministra Tereza Cristina e do nosso vice-presidente Zequinha Marinho, tem ajudado a melhorar o diálogo com os senadores. Essa melhor atuação no Senado ajudou a fazer o Marco Temporal já ser aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, e levaram o projeto dos defensivos agrícolas a começar a andar na Casa. Sobre as conquistas para o setor, eu citaria as duas Leis do Agro, textos de minha autoria, que aprovamos no governo Jair Bolsonaro, e que ajudaram a desburocratizar o acesso ao crédito rural pelos produtores. Também tivemos uma vitória importante na Reforma Tributária, onde conseguimos salvar o setor. Ao percebermos que o texto passaria de qualquer jeito, atuamos para evitar perdas. Conseguimos conquistas para o cooperativismo, ao colocarmos o ato cooperativo na Constituição, evitamos tributação de insumos para o agronegócio, como defensivos agrícolas, aviões e máquinas, entre outras vitórias.

R.A –  Na sua visão, quais as principais necessidades que o agronegócio possui hoje no Brasil?

D.F.P.L – Essa questão do Marco Temporal é, talvez, a mais grave que tivemos nos últimos anos. Veja, se o Marco não for reconhecido, cidadãos de cidades como Guaíra e Terra Rôxa, no Paraná, por exemplo,  podem ser desapropriados de suas casas por algum laudo que aponte que aquela área era área indígena. Isso causaria uma insegurança jurídica tremenda no país. É ferir de morte o direito de propriedade. Por isso, nosso objetivo é aprovar o projeto do Marco Temporal no Senado, enquanto ficamos de olho em como votarão os ministros do STF nesse julgamento.

R.A –  A pirataria de sementes é uma das preocupações hoje no setor sementeiro. Muitas campanhas vêm sendo realizadas, na intenção de conscientizar o setor de que, uma boa lavoura começa com semente de qualidade. Como evitar que as sementes piratas ganhem espaço no agronegócio brasileiro?

D.F.P.L – É o barato que pode sair caro. Vai comprar a semente por um preço menor, mas pode sofrer um prejuízo enorme. A compra de uma semente pirata vai levar não só aquele produtor a perder qualidade, mas aumentar o gasto com pesticidas e até afetar a imagem de todos os produtores da região, se a informação circular. Além disso, elas são comercializadas de maneira informal, o que dificulta a fiscalização. Acredito que o caminho possa ser fortalecer os órgãos de controle, a defesa agropecuária principalmente, além de conscientizar os produtores rurais sobre os riscos de usar tais sementes. De como esse barato pode custar muito caro mais na frente.

Olho 01 – “Na hora de tratarmos dos problemas do agro,  nossa atuação é pautada pela técnica, sempre de olho no que pode melhorar a vida de quem vive e trabalha no campo”.

Olho 02 – “A compra de uma semente pirata vai levar não só aquele produtor a perder qualidade, mas aumentar o gasto com pesticidas e até afetar a imagem de todos os produtores da região, se a informação circular” Olho 03 – “Se o Marco não for reconhecido, cidadãos de cidades como Guaíra e Terra Rôxa, no Paraná, por exemplo,  podem ser desapropriados de suas casas por algum laudo que aponte que aquela área era área indígena”.

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