Os preços seguem caindo. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, os compradores estão bem abastecidos, buscando apenas negócios de ocasião. Já os produtores, focados na safra de verão, não têm interesse em vender nos atuais patamares.
Essa tem sido a dinâmica do mercado desde o início do ano. A tendência é de que persista até meados de março, uma vez que a intensificação da colheita de verão deve encarecer os fretes até lá. Fretes, estes, que devem ser dominados por soja e milho.
Além da safra recorde, outro ponto que contribui com a desvalorização do trigo no momento é redução da paridade de exportação. O dólar segue acumulando queda frente ao real na comparação com o fim do ano passado, ainda que tenha subido expressivamente nesses primeiros dias de fevereiro. A retração da moeda norte-americana barateia a importação do grão e desestimula a exportação. Assim, há uma retenção de oferta nos portos, o que pressiona para baixo os preços.
No mercado internacional, os contratos do trigo negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago seguem em queda no acumulado parcial de 2023, pressionados, em grande parte pela ampla oferta na Rússia. Incertezas quanto ao corredor de grãos no Mar Negro e à safra de inverno dos Estados Unidos são alguns dos fatores que limitaram a derrocada das cotações até o momento.
Exportações brasileiras
Dados divulgados nesta semana pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) previram que o Brasil deve embarcar 368,057 mil toneladas de trigo em fevereiro. Na semana passada, encerrada no dia 4, foram embarcadas 223,577 mil toneladas. Para esta semana, que encerra no dia 11 de fevereiro, são previstas 192,7 mil toneladas.
Em fevereiro do ano passado, os embarques somaram 925,264 mil toneladas. No acumulado de janeiro a fevereiro de 2023, os embarques são estimados 1,133 milhão de toneladas. No mesmo período do ano passado, foram embarcados 1,621 milhão de toneladas.
Fonte: Agência SAFRAS Foto: Divulgação
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