O Grupo Potencial investirá 2 bilhões de reais (US$ 392,9 milhões) para construir uma usina de etanol de milho na Lapa, no estado do Paraná, como parte de um plano para desenvolver o maior complexo de biocombustíveis do mundo, disse o vice-presidente Carlos Eduardo Hammerschmidt.
O grupo já está em estágios avançados de construção de uma unidade de esmagamento de soja no local, cuja conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2026.
A planta fornecerá matéria-prima para a fábrica de biodiesel em expansão da Potencial, disse Hammerschmidt em uma entrevista à Reuters na segunda-feira, enquanto os planos futuros incluem a construção de uma instalação de combustível de aviação sustentável (SAF).
“Nosso objetivo é construir o maior complexo de biocombustíveis do mundo”, disse Hammerschmidt, coproprietário da empresa familiar.
A usina de etanol de milho consumirá 1,2 milhão de toneladas de milho por ano, o equivalente a 6% da produção do Paraná. O estado, segundo maior produtor de milho do Brasil, tem previsão de colheita recorde de 20 milhões de toneladas na safra 2024/25.
A construção da usina de etanol está programada para começar em 2026, usando fundos próprios da empresa, e pode ser concluída no final de 2027, disse Hammerschmidt.
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Após a conclusão da expansão da planta de biodiesel, até o final de 2026, a Potencial aumentará sua capacidade de produção anual de 900 milhões de litros para 1,62 bilhão de litros, acrescentou Hammerschmidt.
A esmagadora de soja na Lapa terá capacidade para processar 1,2 milhão de toneladas por ano, disse ele.
O investimento na usina de etanol faz parte de uma estratégia mais ampla que inclui a construção de dois gasodutos — um para etanol e outro para biodiesel — conectando a cidade vizinha de Araucária ao complexo da Lapa, com potencial para atender outras cidades.
A empresa espera investir 200 milhões de reais nos gasodutos, disse Hammerschmidt.
“Entregaremos biodiesel e etanol diretamente aos centros de distribuição de combustível”, disse Hammerschmidt, observando a proximidade do complexo a uma refinaria de petróleo no Paraná, de propriedade da gigante estatal de energia, Petrobras PETR4.SA.
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Fonte: Reuters/Reportagem de Roberto Samora; Texto de Oliver Griffin; Edição de Daniel Wallis) Foto: Divulgação
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