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Frio extremo e risco de ‘geada negra’ podem causar prejuízos na agricultura do Paraná

Desde esta segunda-feira (23), a meteorologia alertava que esta terça-feira (24) pode ser o dia mais frio do ano no Paraná, com previsão de geadas em várias partes do Estado. Poderia haver até mesmo a ocorrência da “geada negra”, um dos grandes medos para a agricultura.

A expectativa de formação de geada nesta terça é mais intensa no Sudoeste e Oeste paranaenses. Lá, os ventos terão intensidade fraca, o que favorece a formação do fenômeno. No Centro-Sul há a possibilidade de formação de geada negra localizada.

“Este fenômeno é conhecido pelo congelamento da seiva das plantas, ou seja, o congelamento interno, somado ao frio intenso e aos ventos que sopram de moderada a forte intensidade, e também à baixa umidade relativa do ar. Ele provoca um aspecto escuro, de necrose das plantas, levando à morte das culturas”, detalha Furlan.

No Sudoeste, Oeste, faixa Norte e Noroeste, há possibilidade para a formação de geada branca (geada característica), de fraca a moderada intensidade.

Grande Curitiba

Na Região Metropolitana de Curitiba também há possibilidade de gerada, principalmente em região de baixadas. Mas, como os ventos serão moderados, o risco é um pouco menor em comparação à quarta-feira, onde a possibilidade para a geada de moderada a forte intensidade é muito mais abrangente.

Para amanhã há previsão de geada forte no Centro-Sul e Sudoeste (regiões de São Mateus do Sul e União da Vitória).

As temperaturas ainda seguem baixas, com 0°C na maioria dos municípios, mas com registros negativos mais de forma pontual, especialmente nas regiões de Pato Branco, Palmas, General Carneiro, Guarapuava, Palotina, Assis Chateaubriand e Cascavel.

Além das lavouras, a produção de hortifrutis também se preocupa com o frio extremo nos próximos dias, sobretudo as culturas de folhas.

O frio intenso pode causar prejuízos em diversas explorações agrícolas, como hortaliças, tomate, milho, café, pastagens e frutíferas tropicais.

Alerta

Para ajudar os produtores paranaenses, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) desenvolvem o Alerta Geada, que avisa sobre os eventos climáticos mais severos no inverno.

O Alerta Geada também é uma ferramenta que auxilia os produtores e hoje atende diversas atividades agropecuárias – avicultura, suinocultura, horticultura e silvicultura, por exemplo. Ele ainda beneficia outros setores da economia, como turismo, comércio, mercado financeiro e construção civil.

Geada negra dizimou cafezais do Paraná

Há 50 anos, a geada negra dizimou os cafezais do Paraná. Foi em 1975, causando a maior crise da história da agropecuária do Paraná. No dia 18 de julho de 1975, o solo de boa parte do território paranaense amanheceu coberto por uma espessa camada de gelo provocada pela geada negra.

A produção do Norte, Norte Pioneiro e Noroeste do Estado praticamente acabou com o fenômeno. Isso provocou um impacto econômico sem precedentes no Paraná, além de ter iniciado um grande êxodo do campo para as cidades.

Cidades como Londrina, então conhecida como Capital Mundial do Café, viram a economia definhar, marcando o fim da monocultura na região, embora ao longo dos anos a cultura tenha voltado a ser importante para a região.

As condições para a formação deste fenómeno ocorrem quando o ar é extremamente frio e também extremamente seco e o vento tem uma intensidade de moderada a forte.

O fenômeno meteorológico da baixa temperatura cobriu quase todo o território paranaense naquele ano, inclusive em Curitiba, que registrou a última grande nevasca na cidade.

Na Capital, desde aquele ano não voltou a nevar com tanta intensidade. Em julho e em agosto de 2013 até houve registro de neve e chuva congelada, mas sem criar um cenário nevado. Em agosto de 2020 também foi confirmada neve na Capital, mas de forma quase imperceptível.

Para a ocorrência de neve é necessário que as nuvens se encontrem em temperatura inferior a 0ºC. Isso faz com o vapor de água se condense na forma de cristais de gelo.

Fonte e Foto: Bem Paraná

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