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Estado vice-líder na produção de soja pode perder 650 mil hectares

Sob a justificativa de adotar nova estratégias de manejo da ferrugem asiática na produção de soja, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, no mês passado, a Portaria 840 que adota um novo período limitado de 100 dias corridos para a semeadura em todos os estados produtores de soja.

No Paraná, segundo maior produtor do grão do Brasil com 22,5 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2022/2023 (cerca de 14,5% da produção nacional que foi de 154,6 milhões de toneladas), o calendário não foi bem recebido e segue repleto de críticas. O Ministério justifica que seguiu uma recomendação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), “com o propósito de se evitar epidemias severas da doença durante a safra”.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, afirmou à Gazeta do Povo que tanto o poder público estadual, por meio da secretaria, quanto representantes do setor produtivo estão reivindicando ao Mapa para que o calendário antigo, de 140, seja retomado na produção de soja.

“Se esse prazo publicado agora não mudar, uma parcela importante do Estado, pegando toda a região sudoeste e parte do sul, não poderá plantar soja, porque a Portaria prevê 40 dias a menos no ciclo de semeadura. Nessas regiões, tradicionalmente, se planta mais tarde”, critica.

Na prática, o Paraná perderia a janela de cultivo para 650 mil hectares de onde saem uma produção de soja regional de 2,7 milhões de toneladas. “Plantar até pode, mas vai ficar fora do zoneamento, sem custeio, sem cobertura de seguro, um risco a mais ao produtor. No Paraná já adotamos o vazio sanitário como medida preventiva à ferrugem que vai de 15 de julho a 15 de setembro. Nós já estamos fazendo nossa parte para a prevenção”, completa o secretário.

O vazio sanitário não é adotado por todos os estados produtores, mas no Paraná, Ortigara estipula 90 dias em que os sojicultores não podem plantar ou manter plantas voluntárias em nenhuma das áreas, sob risco de punições que vão desde multas até a interdição de áreas para o cultivo.

Fonte: Gazeta do Povo/Juliet Manfrin Foto: Gilson Abreu

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