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Inscrições abertas para o treinamento ‘Amostrador de sementes’

A APASEM está com inscrições abertas para o treinamento ‘Amostrador de Sementes’, voltado à profissionais das áreas de laboratórios e sementes. Ministrado pelo instrutor Dr. Jonas Farias Pinto, o treinamento será realizado em Ponta Grossa, nos dias 5 e 6 de maio.

O investimento no curso é de R$ 1.500,00. Ele foi desenvolvido para atender às demandas de um mercado que busca cada vez mais qualidade, segurança e eficiência nos processos laboratoriais e na cadeia de sementes. Além de ser essencial para profissionais que desejam atuar na coleta de amostras de sementes com qualidade e segurança, atendendo às exigências regulatórias e técnicas.

1) Atributos da Qualidade das Sementes sobre qualidade de sementes
✓ Noções básicas

2) Noções de Beneficiamento e Armazenamento
✓ Visão geral das etapas do beneficiamento

3) Programa Nacional de Sementes
✓ Principais aspectos legais que regem a produção, comercialização e uso de sementes no Brasil
✓ Os procedimentos legais que regem a amostragem

4) Amostragem de Sementes
✓ Objetivo e finalidade da amostragem
✓ Tipos de amostras
✓ Intensidade de amostragem
✓ Condições para amostragem
✓ Equipamentos de amostragem
✓ Procedimentos de homogeneização da amostra
✓ Documentos para a remessa da amostra

5) Prática de amostragem de sementes
✓ Amostragem em sacarias
✓ Amostragem em big-bags

6) Prática de Homogeneização e redução da amostra
sementes

SDA disponibiliza nova versão das Regras para Análise de Sementes

A Secretaria de Defesa Agropecuária disponibilizou as novas Regras de Análises de Sementes (RAS). As RAS correspondem aos métodos oficiais de análise que devem ser utilizados na avaliação final da qualidade física e fisiológica dos lotes de sementes produzidos no Brasil. É a referência técnica a ser seguida pelos laboratórios credenciados nas análises para emissão dos Boletins de Análise de Sementes, cujos resultados serão utilizados pelos produtores na elaboração dos Certificados ou Termos de Conformidade dos lotes a serem comercializados. Por esse motivo, a padronização desses métodos é muito importante para permitir a comparação dos resultados e resguardar o usuário de sementes de eventuais prejuízos.

A versão anterior das RAS havia sido publicada em 2009 e o setor sementeiro reivindicava a sua revisão havia alguns anos em virtude da evolução e da modernização da produção de sementes nesse período. Diante disso, em 2024, a Coordenação-Geral de Laboratório Agropecuários, área responsável pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária, decidiu iniciar a revisão das RAS em 2 etapas: a primeira, apenas com a participação dos Laboratórios Oficiais de Análise de Sementes Supervisores (LASOs Supervisores), e a segunda, por meio de uma consulta pública dirigida à Comissões de Sementes e Mudas do texto revisado pelos LASOs Supervisores.

As Comissões de Sementes e Mudas (CSMs) enviaram cerca de 700 contribuições com correções ou aprimoramentos da proposta de revisão das RAS. O índice de aprovação delas foi em torno de 80%, dado que demonstra que o texto final da nova versão das RAS atenderá a maioria das demandas e dos interesses do setor sementeiro, em especial os laboratórios de análise de sementes.

Os capítulos da revisão das RAS que receberam a maioria das contribuições das CSMs foram os de “Amostragem”, “Análise de Pureza”, “Teste de Germinação”, “Análise de Sementes Revestidas” e “Análise de Sementes de Espécies Florestais”. A maioria dessas sugestões se referia ao aprimoramento do texto para facilitar o entendimento dos leitores ou pedidos de inclusão de imagens para ilustrar os processos e os métodos descritos na proposta.

Também foi mantido o alinhamento das RAS com as Regras Internacionais de Análise de Sementes da ISTA (International Seed Testing Association) e da AOSA (Association of Official Seed Analysts), respeitando, porém, as peculiaridades da nossa agricultura tropical e da legislação de sementes.
Para o coordenador-geral de Laboratório Agropecuários, Fabrício Pedrotti, a revisão das RAS irá atender a maior parte das expectativas do setor sementeiro. “Na prática, do ponto de vista metodológico, muito pouco irá mudar na rotina dos laboratórios credenciados. O que essa revisão fez foi deixar mais claros alguns tópicos das RAS que sempre causavam dúvidas nos laboratórios, o que, no nosso entendimento, é um ponto positivo da revisão”, destacou Pedrotti.

Fonte: e Foto Mapa

sementes

Pirataria de sementes gera prejuízos de R$ 10 bilhões ao ano no Brasil

Estudo mostra que fim da prática poderia gerar receitas anuais de R$ 2,5 bilhões aos agricultores

A pirataria de sementes traz prejuízos anuais de R$ 10 bilhões ao agronegócio nacional, conforme estudo divulgado nesta quarta-feira (2) pela Croplife Brasil e Céleres Consultoria. Além disso, com a prática, o país tende a perder cerca de R$ 1 bilhão em arrecadação de impostos nos próximos dez anos.
O documento mostrou, também, que 11% de toda a soja plantada no país tem sementes sem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como origem. A área é equivalente às lavouras de todo o Mato Grosso do Sul, o quinto estado brasileiro em produção.

Segundo a pesquisa, o fim da pirataria de sementes de soja geraria receitas anuais de R$ 2,5 bilhões aos agricultores, R$ 4 bilhões ao setor de produção de sementes, bem como R$ 1,2 bilhão para a agroindústria de farelo e óleo de soja e R$ 1,5 bilhão nas exportações do setor.

De acordo com o CEO da Céleres, Anderson Galvão, as estimativas da pesquisa tiveram como base a demanda teórica do insumo necessário para a semeadura dos 46 milhões de hectares de soja no país (safra 2023/24), ou seja, levantou-se a quantidade que as empresas credenciadas efetivamente comercializam somadas às projeções de salvamento declaradas e constatou-se o montante fruto de pirataria.

Perdas de produtividade

Variedades ilegais não passam por etapas de controle técnico e não têm garantia de qualidade, conforme apontam estudos de vigor e germinação conduzidos pela Embrapa.

“No médio e longo prazos, o agricultor está abrindo mão de potencial de produtividade [se usar sementes piratas]. Nos últimos 25 anos, a produtividade da soja cresceu cerca de 1 hectare ao ano, crescimento que vem, principalmente, de melhorias e desenvolvimento genético. Então o agricultor que usa sementes salvas ou piratas de menor qualidade está perdendo produtividade ao longo dos anos”, contextualiza Galvão.

Os responsáveis pela pesquisa enfatizam que a Lei de Proteção de Cultivares incentiva investimentos no melhoramento genético, um processo complexo que pode levar até 10 anos para ser concluído.

“Quanto mais segurança jurídica nós temos, maior a possibilidade de novas variedades vindas continuamente ao mercado e, no final das contas, quem se beneficia é o produtor, porque tem produtos cada vez mais produtivos, pensados para as suas regiões e que, no final das contas, vão trazer benefícios à nossa agricultura e ao nosso país”, destaca o diretor-presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão.

Fonte: Canal Rural Foto: Freepik

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Relatório de Atividades 2024 | Apasem protagoniza encontro inédito sobre Análise de Sementes

O 1º WorkLas Apasem reuniu mais de 300 profissionais durante três dias de evento na cidade de Londrina, Norte do Paraná
A importância da análise de sementes para o desenvolvimento do agronegócio como um todo foi o centro de um debate promovido pela Apasem no final de 2024. O encontro reuniu, em Londrina – no Norte do Paraná, mais de 300 pessoas, que, ao longo de três dias, exploraram todas as novidades deste importante elo do segmento sementeiro: a análise laboratorial das sementes. Na abertura do evento, estiveram presentes os presidentes da Abrates (Fernando Henning), da Abrasem (Paulo Pinto) e da Apasem (Luiz Meneghel Neto – vice-presidente).

Participaram, a convite da Associação, grandes nomes e especialistas do setor de análise de sementes no Brasil. “Temos uma grande expertise de mais de 50 anos na análise de sementes por meio de nossos laboratórios, e isso nos credencia a encabeçar eventos dessa natureza. Foi um momento rico, em que inúmeros profissionais se reuniram em torno desse assunto e discutiram desde técnicas hoje ativas até as tendências previstas para os próximos anos”, afirma o diretor executivo da Apasem, Jhony Moller.

O evento, que levou o nome de ‘1º WorkLas Apasem’, foi 100% desenvolvido pelas equipes da Associação. Entre os participantes, estiveram, responsáveis técnicos, analistas de sementes, autônomos, auxiliares, estudantes e palestrantes, além de profissionais ligados a empresas do ramo de laboratórios.

Segundo a direção da Apasem, o tema ‘Análise de Sementes’ sempre é abordado em diferentes eventos do setor, mas nunca como protagonista. “Vimos essa necessidade e oportunidade, e assim nasceu o 1º WorkLas Apasem. Quem participou avaliou positivamente a iniciativa, de acordo com os levantamentos internos de pesquisa de satisfação”, destaca Moller.

Ao propor este evento para o setor, a Apasem levou em consideração muitas das carências vividas por profissionais dentro dos próprios laboratórios. “Como a Associação frequentemente participa de eventos por todo o Brasil e os colaboradores dos LAS interagem com inúmeros profissionais ligados à área, percebemos essa necessidade e enxergamos a oportunidade de encampar esse desafio”, explica o diretor executivo.

O evento trouxe em sua essência assuntos em alta, além da troca de experiências entre os participantes. A projeção da Apasem é realizar esse encontro a cada dois anos, com o intuito de contribuir para que o setor tenha a pauta da ‘Análise de Sementes’ sempre muito bem atualizada.

Acesse o Relatório de Atividades 2024 na íntegra

Fonte: Relatório de Atividades Apasem 2024

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Relatório de Atividades Apasem | A força dos LAS Apasem em 2024

A cada ano que passa, os laboratórios de análise de sementes da Apasem avançam em suas atividades e aumentam o número de análises realizadas. Referência no setor sementeiro, as unidades localizadas em Toledo e Ponta Grossa receberam 18.075 amostras em 2024, contra 13.598 registradas em 2023. Esse aumento expressivo deve continuar na mesma tendência em 2025.

O resultado não é por acaso. A gestão dessas estruturas é realizada com responsabilidade e profissionalismo pela Apasem. “Se alcançamos essa credibilidade é porque temos um portfólio que o cliente reconhece, entendendo o valor entregue à semente quando solicita os serviços de nossos LAS”, explica o diretor executivo da Apasem, Jhony Moller.

Acesse o Relatório de Atividades 2024 na íntegra

Fonte: Relatório de Atividades Apasem 2024

IAT - O Instituto Água e Terra possui  Viveiros de produção de mudas florestais nativas, distribuídos por todo o estado e produzindo mudas de mais de 80 espécies florestais nativas do Paraná.

Revista Apasem | As oportunidades e desafios do setor de mudas

Lacunas na legislação vigente são apontadas por especialistas como gargalos em diferentes segmentos. Apesar disso, produtores seguem empenhados para atender às demandas

Diferentes vertentes da produção de mudas no Paraná – e no país como um todo – enfrentaram mudanças depois da pandemia de Covid-19. As principais estão em hábitos de alimentação e de lazer nos últimos tempos, além da priorização de reformas e adequação de espaços que movimentam o setor desde então. Dentro de cada característica particular, os produtores se planejam para aproveitar oportunidades e explorar potenciais, mas ainda precisam enfrentar gargalos a serem vencidos.

O diretor administrativo da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – seção Curitiba –, Hugo Vidal, salienta a importância, no atual contexto, de esclarecimentos sobre legislação. De acordo com ele, existem duas normas que legislam sobre o setor, incluindo a Instrução Normativa 42, de 2019, do Ministério da Agricultura e Abastecimento. Além disso, a Portaria nº 616/2023, publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) impacta diretamente o setor. Esta, mais recente, ainda gera dúvidas, de acordo com ele.

A nova legislação prevê o cumprimento de uma série de anexos e documentações, conforme a cultura, para a solicitação das mudas para instalação de viveiros. “Este é o principal ponto de dúvidas: onde entra o responsável técnico neste processo e até onde vai a responsabilidade do produtor”, destaca Vidal.

A legislação também é apontada por Mariana Barreto, secretária-executiva da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM), como um ponto importante para ser observado. A instituição tem como foco os mercados de mudas de hortaliças, flores, plantas ornamentais e sementes. “No caso do segmento de mudas de plantas ornamentais, um dos desafios é atender à legislação de produção e comercialização, pois é uma legislação generalista, e esse é um setor com muitas particularidades, com características específicas conforme as espécies”, esclarece. A articulação é para a promoção de normas específicas, que atendam mais de perto a quem produz.

No caso dos produtores de grama, o desafio maior está na informalidade do setor. São 29 empresas paranaenses formalizadas e cadastradas no Sistema Renasem. Mas estima-se que existam muitas mais, o que afeta diretamente a competitividade do mercado. O diretor-presidente da instituição Grama Legal, Luiz Negrello, conta que as empresas do setor precisam cumprir uma série de normas, mas essas exigências não aparecem, necessariamente, nos editais de licitações públicas. Prefeituras, governos, secretarias e departamentos nestas esferas são as principais contratantes, além de construtoras e concessionárias de rodovias. “Isto é contrassenso”, enfatiza.

Negrello e a coordenadora executiva da Grama Legal, Livia Sancinetti, destacam que planejamento é a palavra-chave para os produtores. Isso vale para lidar com as características do clima perante a produção da grama, o enfrentamento de condições climáticas adversas nesse contexto, as dificuldades em assistência técnica especializada, a falta de linhas de crédito direcionadas e a pouca disponibilidade de produtos específicos para a rotina de atividades.

“Temos apenas seis produtos registrados especificamente para a nossa produção. Houve ampliação nas possibilidades de aplicação por parte das grameiras de outros insumos, a partir da extensão da bula, o que nos ajuda”, indica Lívia. “Mas também dependemos de compras que são realizadas diretamente com cooperativas. E os objetivos delas são diferentes dos nossos. Por isso, precisamos redobrar o planejamento sobre quando realizar essas compras e quando fazer isso”, cita Negrello.Potenciais

Hortaliças, flores e plantas ornamentais

Segundo a ABCSEM, esses três segmentos apresentam potenciais de mercado, ainda se beneficiando de uma consequência da pandemia de Covid-19. O isolamento e as mudanças de comportamento motivaram reformas e obras, além dos cultivos de hortaliças e de plantas medicinais em pequenos espaços e no ambiente doméstico. A busca por uma alimentação mais saudável também motiva os consumidores e, consequentemente, aquece as demandas para os produtores de mudas.

Grama

A perspectiva de novos investimentos em rodovias, em todo o país, chama atenção dos produtores de grama. A legislação atual prevê a plantação em uma determinada faixa nas margens das estradas por exemplo. Uma maior movimentação na construção civil, assim como em obras públicas, também é vista com otimismo.

Produções em pequenos espaços

Regiões populosas, como a de Curitiba e municípios no entorno, já não têm mais disponibilidade de grandes áreas para a agricultura. Por isso, a produção de mudas, com auxílio de viveiros, torna-se alternativa para investimentos de maior impacto na economia dessas localidades. Hugo Vidal, da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná – seção Curitiba –, enfatiza também que há maior visão para a compra de mudas de viveiros legalizados, o que vem gerando benefícios para o setor.

Fonte: Joyce Carvalho/Edição 2024 Foto: Albari Rosa

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Com risco de crédito e juros elevados, produtor precisa ter cautela na safra 2025/26

O cenário político-econômico brasileiro tem gerado grande preocupação, principalmente no campo. Em meio a este cenário de incertezas, o governo anunciou, na última semana, duas importantes decisões. A primeira foi na quarta-feira (19) quando o Comitê Política Monetária do Banco Central do Brasil divulgou a elevação da taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, atingindo o maior patamar desde 2016. A medida, segundo as autoridades, visa conter a inflação persistente, o ambiente externo desafiador e incertezas quanto à política fiscal.

Já no dia seguinte, na quinta-feira (20), após atraso de mais de três meses, finalmente houve a aprovação do Orçamento do Governo Federal para 2025, no total de R$ 5,8 trilhões. “O cenário que se desenha até aqui é de elevação da taxa básica de juros e o acesso ao crédito se torna cada vez mais difícil, principalmente para pequenos e médios produtores que dependem de financiamentos para custear a safra”, destacou, Enilson Nogueira, especialista de Mercado de Grãos na Céleres consultoria.

O acesso ao crédito, conforme explica ele, será ainda mais difícil, não somente pela instabilidade econômica do mercado, mas também por conta do aumento da inadimplência e dos pedidos de Recuperação Judicial (RJ). De acordo com levantamento do Serasa, o último dado público do terceiro trimestre de 2024, apontou que houve um aumento em relação ao segundo trimestre de inadimplência no setor. “O produtor que estava endividado no fim de 2024 acabou estendendo essa dívida para 2025. Diante desses riscos, as instituições bancárias que financiam a cadeia estão cautelosas exigindo mais garantias”, destacou, Vinícius Paiva, especialista de fusões e aquisições – M & A da Céleres.

Recuperação

Olhando para o copo ‘meio cheio’, alguns fatores indicam que o risco de RJ deve começar a diminuir a médio prazo. O primeiro fator que aponta essa tendência é a safra recorde de grãos que se desenha. Segundo Nogueira, para a soja a colheita está estimada em 170 milhões de toneladas, o que indica uma recomposição dos problemas e produtividade do ano passado e isso traz oportunidades de exportação e de consumo interno. “Estimamos um acréscimo de cerca de 17 milhões de toneladas em relação à temporada passada, contudo, é importante lembrar dos desafios de logística e armazenamento”, pontua.

Alternativas

Diante do atual cenário de mais burocracia ao crédito, uma alternativa aos produtores é o Barter. Bastante difundida no campo, a modalidade de negociação consiste na troca de insumos pela produção, é uma prática muito comum entre os agricultores, distribuidores e revendas agrícolas principalmente aos que não querem despender grande parte do capital na compra de insumos. De acordo com Paiva, essa modalidade tem sido uma saída nestes momentos de instabilidade do mercado. “O Barter gera um pouco mais de segurança para quem está financiando o agro diante deste cenário de alto risco, ou seja, é algo que pode ser interessante para toda a cadeia”, reforça especialista de M & A.

Precificação

A projeção de grandes colheitas no Brasil e na América do Sul na safra 2024/25 indicam estoques globais cheios e um cenário externo mais de pressão sobre as cotações. Nesse contexto, a taxa de câmbio será crucial para sustentar as margens do produtor, brasileiro.

De acordo com o profissional de Mercado de Grãos na Céleres Consultoria, embora o dólar esteja na casa dos R$ 5,70 oscilando pouco para cima, o produtor tem se beneficiado em comparação ao ano passado. “A moeda americana está proporcionando de R$ 15 a R$ 20 a mais por saca de soja balanceando o CBOT negativo com prêmio um pouco mais forte”, afirmou.

Ainda segundo ele, o produtor pagou seu custo de produção com o dólar mais próximo de R$ 5 do que de R$ 6, e a partir do momento que tem oportunidade de vender na casa de R$ 5,70 por exemplo, é considerado um cenário positivo de construção de margens. “Com uma safra recorde, o agricultor brasileiro tem ainda o grão para usar como moeda de troca e fazer pagamentos e isso é positivo para a cadeia como um todo”, completa Nogueira.

Já no mercado de milho ainda há uma indefinição quanto à safra de inverno. Boa parte dos produtores conseguiram plantar e aproveitar a janela, mas o clima ainda é um desafio e há certa incerteza quanto à oferta. Entretanto, a perspectiva é de um cenário mais firme do que no da soja, pois no mercado externo os preços estão melhores e a demanda interna, seja para usina de etanol de milho ou pelas processadoras para produção de alimento animal, têm limitado os estoques. “Por todos esses elementos, analisando a demanda e oferta, vemos o mercado de milho mais firme”, detalha o especialista de Mercado de Grãos.

Dicas para 2025 e 2026

Segundo os profissionais da Céleres, diante do cenário apresentado, onde há ainda muitas indefinições, a recomendação aos produtores é para adotar uma posição mais conservadora com muitas análises de custos e riscos. Há uma tendência de que o agro a partir de 2026 entre e uma fase de estabilização, mas até lá, é preciso ainda atenção, principalmente diante dos fatores climáticos pontuais que podem ocorrer. Portanto, algumas dicas podem ajudar:

Atenção com o caixa – Utilizar crédito de terceiros apenas em caso de necessidade;

Despesas – Todos os gastos precisam estar sob forte controle dentro dos custos;

Cautela quanto a novos projetos – Todo grande investimento seja em estrutura ou máquinas precisa ser muito bem planejado;

Diversificação de fontes de créditos – Buscar diferentes alternativas de financiamento para não ficar dependente apenas de uma fonte bancária;

Mercado externo – Olhar dólar como alavanca de construção de margem;

Visão 360º – O produtor deve ter atenção com toda a gestão focando na eficiência técnica e econômica.

Fonte: Céleres Consultoria Foto: Divulgação

Wheat seeds pouring out of hand representing good yields and successful harvest.

Revista Apasem | Análise de sementes torna-se cada vez mais fundamental

Bons resultados na agricultura dependem de dados confiáveis sobre as sementes – por onde tudo começa

Deter informações sobre determinado processo ou produto pode fazer uma enorme diferença para alcançar o resultado almejado. Os dados podem auxiliar na elaboração de planejamentos, incentivar ações e até mesmo fornecer uma nova visão para corrigir alguma rota. Na produção de sementes não é diferente: conhecer mais sobre o próprio produto pode indicar uma boa tomada de decisão, conferir a boa qualidade do lote e ainda pautar novas rotas visando melhorias para as próximas safras.

Tudo isso é possível a partir de uma boa análise de sementes, que é fundamental para embasar as empresas produtoras e o mercado do agronegócio como um todo. Saber os detalhes do produto adquirido também traz mais segurança no campo. A avaliação é obrigatória para a obtenção de certificados, mas já deixou o patamar de um mero cumprimento de um dever. Possuir esses dados pode se tornar um diferencial.

A supervisora de qualidade da Nuseed, Maracelia Palma, enfatiza como a análise de sementes é fundamental. A empresa de atuação global, com escritório em Curitiba (PR), conta com a parceria de laboratórios certificados pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) em diferentes regiões do Brasil para obter informações sobre os lotes de sementes de sorgo (o principal produto da Nuseed), canola, girassol, milheto, azevém e outras forrageiras.

Os testes são aplicados nas sementes logo após a colheita, beneficiamento, no lote já finalizado, armazenagem e depois dos tratamentos. A análise também contempla a fase pré-envio dos produtos aos clientes. O Laboratório de Análise de Sementes (LAS) da Apasem é um dos que fazem parte da rede de serviços acessada pela Nuseed.

“Com as análises, conseguimos obter as informações que vão influenciar no desempenho dessa cultura no campo. Uma informação isolada não é suficiente. Precisamos sempre de um conjunto de informações para conseguir ter uma tomada de decisão. Então, as informações sobre germinação, vigor, tetrazólio, viabilidade, peso e tamanho das sementes, presença de patógenos, impurezas, contaminantes… esse conjunto de dados nos dá a certeza da qualidade das sementes”, conta.

A empresa que possui esse relatório consegue fazer a classificação de lotes a partir da qualidade e decidir se coloca determinado lote no mercado. Com as informações geradas pela análise de sementes, ainda é possível realizar ajustes, recomendações e orientações para a conservação, uso e manejo desses produtos e ainda planejar as próximas safras.

“Se levarmos em consideração o que o Ministério da Agricultura exige para as culturas que a Nuseed trabalha, as análises ficariam focadas em germinação e pureza, mas o nosso cliente exige muito mais do que isso. Ele quer saber mais sobre o vigor, peso – para ajustar o plantio dele”, destaca Maracelia.

Exigência do mercado e mudanças climáticas pautam evolução e acentuam importância dos laboratórios

A secretaria executiva da Associação Nacional de Produtores de Sementes Forrageiras (Anprosem), Sandra Ferreira, reforça que a importância da análise de sementes cresceu a partir do momento em que também aumentou a consciência do consumidor final sobre os produtos que compra, assim como a dos produtores, que querem conhecer mais sobre as sementes que estão sendo colocadas no campo e qual resultado isso pode gerar em um processo tão complexo. Um reflexo disso foi a abertura de laboratórios e um maior número de pedidos de credenciamento perante o MAPA nos últimos anos.

“O setor evoluiu também nos últimos anos em função da demanda para testagem de vigor das sementes. Isso, tempos atrás, era muito falado em soja. Hoje, já se quer saber sobre vigor de tudo que se produz, devido às alterações climáticas e diferentes tipos de solo que existem no Brasil. Então, é importante saber, sim, como está esse vigor, como está essa semente, para verificar se pode ser semeada em áreas que apresentam mais dificuldades em relação às condições climáticas mais interessantes”, esclarece.

Entretanto, o comportamento do mercado vem mudando para o conhecimento e controle de qualidade de todo o processo. “Quem produz semente também vem buscando mais capacitação e treinamento para si e para a sua equipe para fazer os controles de qualidade dentro do seu sistema de produção. E tudo isso passa pelas análises, incluindo as de sementes. É por meio disso que existem as validações. O Laboratório de Análise de Sementes é o coração das empresas”, opina.

A consultora em análise de sementes Maria Fátima Zorato chama a atenção para como os bons laboratórios vêm ganhando cada vez mais importância, ao relembrar o desempenho da safra 2023/2024 e os desafios que chegam junto com as mudanças climáticas. Esse contexto requer ainda mais informações e conhecimento para enfrentar as dificuldades e garantir bons resultados.

“Temos muito trabalho em genética para entregar produtividade. Já temos um novo patamar em relação a isso e ela traz respostas. Considero, hoje, que um dos grandes desafios, para nós, é dominar essa resposta da genética de elevadíssima produtividade e mitigar as inconstâncias das condições climáticas. Isto acontece por meio de boas práticas, tanto em campo quanto em laboratório”, aponta.

Ela recorda que as sementes são os maiores ativos dos produtores, que desejam conhecer cada vez mais sobre o produto e como ele pode reagir a novos parâmetros e diagnósticos, como aconteceu na última safra. Esse é um movimento paralelo à maior adesão de tecnologia no campo e em todo o sistema produtivo, assim como de soluções mais sustentáveis. “Com uma maior exigência, nós, da linha de frente da qualidade, também ficamos com uma responsabilidade gigante quando falamos na qualidade de sementes. Além da questão financeira, está em jogo o nome da empresa. Não tenho dúvidas de que a qualidade da semente está muito envolvida com o laboratório e como ele pode mostrar todo esse contexto”, observa a especialista, destacando a importância de observar as análises de sementes como um todo, e não focando em apenas um tipo de critério.

No entendimento de Zorato, são importantíssimos os quatro pilares de fisiologia, sanidade, genética e físico para efetivamente pensar em qualidade de sementes. De acordo com ela, é preciso escapar da “cilada” de levar em consideração apenas os dados fisiológicos, deixando os outros atributos de lado.

A responsabilidade do laboratório e de seus profissionais também é apontar os indicadores desses critérios, realizando uma prestação de serviços que reforça a importância da informação gerada pela análise de sementes. “Se o laboratório é um verificador de qualidade, é preciso fazer mais do que o usual, pensando mais em valor agregado”, opina a consultora. No final das contas, a qualidade se dá pelo conjunto de indicadores e pela confiança e capacidade de todo o sistema produtivo, incluindo os laboratórios especializados.

Evolução e tecnologia

A adoção da Inteligência Artificial, que impacta tanto o mundo atualmente e promete ser uma revolução comparada ao surgimento da internet, afetaria a análise de sementes de que forma? E como isso ressaltaria a sua importância perante uma agricultura cada vez mais tecnológica?

Sandra Ferreira, da Anprosem, sinaliza que a evolução tecnológica na avaliação de sementes tem como foco a análise por imagens. Ela acredita que, daqui a cinco a seis anos, será possível fazer isso sem a necessidade de destruir a semente. Ao mesmo tempo, os laboratórios que apresentarem mais capacidade técnica, contribuindo para um maior acompanhamento, também ganharão destaque nesse processo.

“A gente ainda busca muita mão de obra e isso é essencial em um laboratório. É primordial investir mais nesses técnicos e compor boas equipes.

Mesmo com adoção de novas tecnologias, nada vai substituir o fator humano. Hoje, na análise de sementes, esse já é um indicador importantíssimo nesse processo e isso não será diferente. Até porque é o técnico que vai preparar a semente para colocar dentro de um equipamento, por exemplo. Também será o técnico que poderá fazer uma avaliação se aqueles dados estão corretos ou não. Os profissionais precisarão ser bem mais treinados”, considera.

A consultora Maria de Fátima Zorato também aponta que a Inteligência Artificial e outras ferramentas poderão ser adotadas na análise de sementes, mas o desempenho humano continuará sendo fundamental para os resultados e a aplicação dessas informações em todas as etapas da agricultura.

“Pesquisadores estão apontando, enfaticamente, que ninguém vai deixar de fazer um único teste em laboratório. A Inteligência Artificial será realmente complementar ao que o técnico está fazendo. Representantes de muitos laboratórios que eu conheço não querem nem ouvir falar de Inteligência Artificial, porque acham que isso vai acarretar perda de emprego. Mas isso não é verdade. Será o contrário: as ferramentas vêm para nos validar. Por isso, vejo com bons olhos e espero que traga muitos impactos positivos”, comenta.

As especialistas mostraram a importância da capacitação – e isso não deve ser deixado apenas para quando determinadas tecnologias se tornarem efetivamente realidade. Torna-se essencial olhar cada vez mais para a equipe dos laboratórios de análise de sementes. Eles possuem papel fundamental para garantir o poder da informação e a qualidade do que se semeia no campo.

Quem deseja entrar e atuar nesta área precisa estar alinhado com as capacitações exigidas pela legislação vigente. O responsável técnico de um laboratório de análise de sementes deve ter a formação de engenheiro agrônomo, além de cursos que o Ministério da Agricultura determina, como o ISO 17025 e a própria capacitação em análise de sementes. “A Apasem, inclusive, fornece esses treinamentos”, conta Saionara Maria Tesser, responsável técnica pelo Laboratório de Análise de Sementes da Apasem em Toledo, no oeste paranaense. “É preciso gostar da rotina de laboratório e entender de fisiologia de sementes. Esses são critérios importantes para um responsável técnico”, complementa. Também há treinamentos específicos para analistas, incluindo reciclagens, que devem ser feitas a cada cinco anos. Esses treinamentos também são ofertados pela Apasem. “O analista deve ter, no mínimo, três anos de prática para ter uma boa base para atuação”, sinaliza.

Substrato de areia: técnica que ajuda a identificar qualidade de sementes e sua germinação

Os testes com substrato de areia estão sendo cada vez mais requisitados. Este tipo de análise mostra como determinado lote de semente pode se comportar em uma fase essencial de todo o processo, que é a germinação. A procura reflete o movimento do mercado em aprimorar a informação sobre as amostras de sementes e, consequentemente, sobre os lotes que serão comercializados e como isso vai gerar resultados no campo.

A responsável técnica pelo LAS da Apasem em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, Juliana Veiga, explica que esse teste apresenta o potencial fisiológico do lote de sementes e qual percentual vai germinar. “Essa análise pode ser feita em substrato papel ou substrato areia, considerado um dos melhores substratos, o que confere vantagem. Em caso de dúvidas, como alguma fitotoxicidade ou um ataque de patógenos, é a areia que vai fornecer o melhor resultado, pois ali simula uma condição mais parecida com a do campo, muito melhor do que o substrato de papel. Entretanto, há desvantagens, como ocupar mais espaço nos laboratórios e também demanda mais tempo”, afirma.

De acordo com ela, esse tipo de análise começou a ser bastante divulgado a partir do ano de 2004, quando apareceram casos de doenças fúngicas na soja e houve uma boa resposta com o teste utilizando o substrato de areia. A técnica pode ser aplicada para qualquer tipo de semente. Atualmente, o substrato de areia é bastante usado em sementes de soja, de milho e de outras grandes culturas, além de sementes tratadas com produtos industriais.

Fonte: Revista Apasem/Joyce Carvalho

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 Inscrições abertas para o X Congresso Brasileiro de Soja – CBSOJA 2025

As inscrições do segundo lote se encerram em 31 de março, e esta é a melhor chance de assegurar sua vaga no maior fórum técnico-científico sobre a cultura da soja.

O evento reunirá especialistas, pesquisadores e profissionais do setor para compartilhar as mais recentes inovações, desafios e oportunidades da cadeia produtiva da soja. Não fique de fora!

Garanta sua participação agora mesmo!

📅 Prazo final para o 2º lote: 31/03

Fonte: Congresso Brasileiro de Soja