set189781

Pilares para a sustentabilidade da soja brasileira

O DNA da agricultura brasileira é a ciência e a inovação. A Embrapa Soja tem seu histórico pautado na entrega de soluções para os sistemas de produção em que a soja está inserida. Respaldada por ampla rede interinstitucional de parcerias, tornou-se referência mundial na geração de tecnologias para a cultura da soja em regiões tropicais. Entre suas contribuições, destacam-se a inoculação da soja com bactérias fixadoras de nitrogênio; as técnicas de manejo, a fertilização e a conservação do solo; o manejo integrado de insetos-praga, doenças e plantas daninhas e o desenvolvimento de cultivares de soja para as principais regiões brasileiras, o que possibilitou a expansão da cultura para áreas não tradicionais de cultivo.

Em uma visão de futuro, a Embrapa Soja concentra seus trabalhos em eixos temáticos com foco em pilares para a sustentabilidade da soja brasileira e para geração e disponibilização de tecnologias relevantes para incrementar sua competitividade.

Os projetos são voltados ao aumento da produtividade com racionalização de custos, permitindo a obtenção de renda adequada ao produtor, segurança alimentar e benefícios sociais. Aliado a isso, as novas tecnologias precisam contribuir na conservação dos recursos ambientais e mitigação da emissão de gases causadores do efeito estufa.

Nesse contexto, a Embrapa Soja, juntamente com seus parceiros, está preparada para atuar fortemente nos eixos de bioinsumos, tecnologias digitais, melhoramento genético com uso de ferramentas modernas e no programa Soja Baixo Carbono (SBC), que visa certificar processos de produção de soja que emitam menor quantidade de gases de efeito estufa por tonelada de grão produzida. Os avanços em ciência, desenvolvimento e inovação, fundamentais para o agronegócio brasileiro, necessitam de ajustes constantes, norteados por uma visão de futuro.

Fonte: Embrapa Soja Foto: Divulgação

set189861

Paraná alcança novo recorde nos portos

A movimentação portuária no Estado do Paraná atingiu um novo patamar recorde. Em 2022, 58.399.285 toneladas de cargas foram carregadas e descarregadas pelos terminais paranaenses, uma alta de 1,53%. A marca histórica supera o maior registro anterior, que era de 2021: 57.519.879 toneladas.

“Fechamos mais um ano com movimentação histórica nos portos de Paranaguá e Antonina, graças ao empenho de todos os trabalhadores e aos esforços dos terminais e operadores portuários com o objetivo de manter a eficiência e produtividade”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Segundo ele, se comparada à movimentação de 2019, quando foi iniciado o trabalho desta gestão, o salto é ainda maior: 9,6%. Naquele ano a movimentação atingiu 53.203.775 toneladas de carga. Em 2020 foram 57.339.307 toneladas.

2022 – O maior volume maior está nos produtos exportados pelos portos de Paranaguá e Antonina. Em 2022, o embarque de carga rumo ao Exterior somou 35.535.711 toneladas de cargas, 9,31% a mais que em 2021, com 32.508.471 toneladas.

O número de atracações também foi superior – 2.539 recepções a embarcações em 2022. São 75 a mais que em 2021.

Os produtos mais exportados pelos portos paranaenses foram soja, farelo de soja, açúcar, milho, frango, óleos vegetais, madeira, celulose, combustíveis, papel e carne bovina.

Entre esses, com exceção da soja, celulose e combustíveis, todos os demais apresentaram alta. As mais significativas ocorreram nos embarques de milho (+535,5%), carne bovina (+113,1%), óleos vegetais, principalmente óleo de soja (+30,8%), papel (+26%) e madeira (+14,8%).

Apesar de ter registrado queda, soja é o principal produto exportado pelos portos do Paraná. No ano passado, foram embarcadas 10.012.450 toneladas. Em 2021, 13.208.676 toneladas. A queda (-24,1%) é reflexo do comportamento da oleaginosa no campo, onde a seca comprometeu o resultado da colheita.

Importações

Entre as importações do ano, com um volume de 19.932.513 toneladas, houve queda em 2022, comparado com o ano anterior (-10,6%). Em 2021, o desembraque de cargas nos portos paranaenses totalizou 22.308.089 toneladas.

“O impacto negativo no volume de cargas importadas pelos terminais paranaenses veio dos fertilizantes, seguindo o movimento de queda observado na movimentação geral do produto no país”, explica o diretor-presidente.

Pelos portos do Paraná, em 2022, foram importadas 10.075.277 toneladas de adubos, 15,6% a menos que em 2021, com 11.948.004 tonelada

Segundo dados do ComexStat (governo federal), em geral, no País, a importação de adubos caiu de 41.572.778 toneladas em 2021 para 38.202.010 toneladas em 2022, uma redução de 8,1%. “Durante o passado todo o mercado dos adubos se comportou de uma maneira bem diferente, comparado com os anos anteriores”, comenta Garcia.

Em 2022, houve foi uma antecipação na importação dos adubos, principalmente nos meses de janeiro, fevereiro, março e maio. “Foi um fenômeno ligado ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Os preços dos fertilizantes subiram, o que fez com que os produtores usassem menos o insumo, visando economizar”, completa o executivo.

Balanço recente de movimentação:

2022 – 58.399.285

2021 – 57.519.879

2020 – 57.339.307

2019 – 53.203.775

Fonte: Suinocultura Industrial Foto: Pixabay

set190085

Algodão/Cepea: Com retomada gradual de agentes, preço se mantém firme

Agentes do mercado de algodão em pluma vêm retomando as atividades de forma gradual; no entanto, a liquidez ainda está baixa neste início de ano. Segundo pesquisadores do Cepea, nos últimos dias, enquanto compradores seguiram observando o andamento do mercado e ajustando os planejamentos para 2023, vendedores, por sua vez, até sinalizaram interesse nas negociações, disponibilizando um volume maior de lotes, mas a preços firmes. Quanto aos preços, avançaram nos últimos dias, influenciados pelos aumentos na Bolsa de Nova York (ICE Futures), devido ao enfraquecimento do dólar e à valorização do petróleo, o que também pode elevar a liquidez interna.

Fonte: Cepea

set189618

Manejo de nematoides ganha importante aliado no inverno

Estudos promissores mostram que a cultura do trigo pode ser um valioso parceiro do produtor para mitigar as perdas econômicas causadas pelos nematoides, que chegam a 36 bilhões de reais anuais em importantes culturas

A Sociedade Brasileira de Nematologia estima que, somente na cultura da soja, os nematoides causam prejuízos de 16 bilhões de reais ao ano. Quando olhamos também para importantes culturas no país além da soja, como o feijão, a cana-de-açúcar, entre outras, o impacto financeiro chega à ordem de 36 bilhões anuais. Com valores tão expressivos, é seguro afirmar que o combate a esses parasitas é um dos maiores desafios da agricultura brasileira. Para reduzir as perdas causadas pelos nematoides, diversas medidas de controle integradas têm sido adotadas. Dentre elas, está o uso de cultivares de soja resistentes, uso de nematicidas e rotação de culturas com espécies não hospedeiras ou má hospedeiras. Porém, essas ações têm seu principal foco de controle durante a safra de verão. Para garantir um manejo ainda mais adequado no combate a essas pragas, as culturas de inverno ganham relevância nesse papel. Dentre elas, o trigo surge como um aliado do produtor e une duas frentes: a redução populacional dos nematoides e a rentabilidade econômica da propriedade no inverno.

Segundo a doutora em nematologia e professora associada da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Claudia Arieira, dentre as principais espécies que infectam a soja, estão o nematoide das galhas (Meloidogyne javanica e M. incognita), o nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), o nematoide do cisto (Heterodera glycines) e o nematoide reniforme (Rotylenchulus reniformis). Desses, os dois primeiros ganham destaque como os mais importantes em âmbito nacional.

Os sintomas primários dessas pragas são observados no sistema radicular, com algumas variações entre as espécies. “O nematoide das galhas causa engrossamento das raízes, formando galhas de número e tamanhos variados. Já os sintomas do nematoide das lesões são raízes menos volumosas e pouco desenvolvidas. Devido à junção de muitas infecções necróticas, pode haver o escurecimento completo do sistema radicular”, menciona o fitopatologista da Biotrigo, Paulo Kuhnem. Nas lavouras, os sintomas de ambos os nematoides são normalmente observados em reboleiras, com plantas amareladas e menos desenvolvidas.

O manejo integrado de nematoides

Conforme Paulo, é importante entender que a erradicação desses organismos é uma tarefa extremamente difícil e que medidas isoladas não conseguem controlar satisfatoriamente os nematoides. Uma das principais ações a serem tomadas nesse manejo é o uso de cultivares resistentes à espécie-alvo de nematoide. Nessas variedades, é utilizado o fator de reprodução (FR) para caracterizar o nível de resistência de uma cultivar aos nematoides, que é o resultado da população final da espécie dividido pela população inicial em contato com as raízes após um determinado período. “Valores de FR abaixo de um significam que a população final é menor, não houve reprodução e a cultivar é considerada resistente. Valores de FR entre um e dois são considerados de baixa capacidade de reprodução e a cultivar é tida como moderadamente resistente. Já uma cultivar com FR acima de dois é considerada moderadamente suscetível ou suscetível”, diz Paulo.

O trigo dentro desse contexto: benefícios e resultados de pesquisa

De acordo com o fitopatologista, os primeiros estudos utilizando o trigo foram no manejo de nematoide das galhas. Resultados de pesquisa de instituições especializadas demonstram a viabilidade da cultura em integrar este manejo. No entanto, variações na reação de cultivares nesses estudos indicam a necessidade de se conhecer o FR de cada genótipo para cada espécie de nematoide, bem como a realização de testes em diferentes regiões para abranger uma maior variabilidade das populações de nematoides.

Em ensaio conjunto realizado pela Biotrigo e o Centro Universitário Integrado em Campo Mourão (PR), no ano de 2018, que avaliou o efeito de diferentes sistemas de manejo, como o milho segunda safra e o trigo, constatou-se que o milho, em termos gerais, aumenta significativamente a população inicial. No ensaio, o híbrido avaliado apresentou FR = 8,1. Já o trigo obteve FR = 0,43. “Isso demonstra que o uso de cultivares de trigo, de forma geral, reduz efetivamente a população desses nematoides no campo”, indica Paulo.

Pesquisas realizadas em 2021 pelos nematologistas da UEM mostraram que algumas cultivares de trigo tiveram fatores de reprodução baixos para uma das espécies do nematoide das galhas, o M. javanica, e para o nematoide das lesões. “Se tratando de M. javanica, TBIO Audaz, TBIO Sonic, TBIO Sossego e TBIO Toruk apresentaram FR 0,46; 0,09; 0,37 e 0,46, respectivamente. No tratamento testemunha com uma cultivar de soja suscetível, o FR foi de 22,54.
Olhando para o P. brachyurus, essas mesmas cultivares tiveram FR iguais a 0,66; 0,23; 0,31 e 0,57, nessa ordem. A soja testemunha teve FR 7,93″, pontua Claudia. A pesquisadora ainda registra que, em 2022, foram feitos novos testes com outras cultivares. “Em relação à M. javanica, TBIO Blanc, TBIO Convicto, TBIO Sagaz (componente do mix XBIO Fusão) e TBIO Trunfo apresentaram FR 0,10; 0,33; 0,19 e 0,45, respectivamente. No tratamento testemunha, o valor foi de 22,37.

Já para M. incognita, essas mesmas variedades tiveram valores de FR equivalentes a 0,98; 1,63; 0,35 e 1,36, nessa ordem. O controle na soja contou com o valor de 21,30″, acrescenta. De acordo com Paulo, as cultivares TBIO Calibre, TBIO Ponteiro e TBIO Duque apresentaram, para as duas espécies de nematoides das galhas, um FR médio de 0,98; 0,67 e 0,34, respectivamente.

Esses resultados, para Claudia, indicam que as cultivares de trigo em questão não se comportam como bons hospedeiros das espécies de nematoides se comparados a uma planta suscetível. “Esses materiais podem compor o sistema de manejo integrado com o intuito de reduzir ou não aumentar o nível populacional de nematoide em uma determinada área”, avalia.

Além de oferecer já comprovados benefícios ao sistema produtivo, melhorar a gestão administrativa da propriedade e entregar renda durante o período do inverno, tão carente de opções, fica claro que a cultura do trigo se coloca como uma ferramenta promissora no manejo integrado de nematoides, devido aos baixos fatores de reprodução vistos em diversos genótipos.

Fonte: Biotrigo Foto: Divulgação Biotrigo/Ricardo Maia

set189367

Chuvas seguem na faixa central do Brasil

Segundo alerta agroclimático da Rural Clima, modelos analisam chuvas em quase toda faixa central e norte do Brasil. O dia de hoje e esta semana serão marcados por chuvas em boa parte das regiões produtoras da área.

De acordo com o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, no Mato Grosso, as precipitações podem atrapalhar a colheita e tratos culturais, além do posterior plantio, principalmente o do algodão. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo também são atingidos e podem ter chuvas torrenciais.

Os corredores de umidade se encontram no centro-norte do país, e o tempo aberto aguarda praticamente toda a metade sul do país. Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, boa parte de São Paulo (com exceção da faixa litorânea, que faz frio) e região Sul devem ter calor.

A partir do dia 11, na semana que vem, as chuvas retornam ao Rio Grande do Sul. As precipitações também devem atingir o Paraguai. “O produtor tem que ficar de olho, pois pode ser um fim de semana um pouco mais chuvoso no Sul”, disse Marco.

Na semana que vem, como um todo, a umidade que se concentra na faixa centro-norte desce um pouco, atingindo a região Sul. Paraná deve ser o destaque, onde deve chover bastante. A Argentina, por sua vez, começa a ter esperança para maiores volumes de precipitações, ainda que muito irregulares.

Os corredores de umidade de janeiro devem continuar todos voltados para a faixa central do Brasil. Apesar disso, entre o final do mês e início de fevereiro, estas chuvas voltam a migrar principalmente para o Sul, Uruguai e Argentina. “Paraguai segue chovendo muito bem”, completa Marco.

Janeiro tem previsões de chuvas na parte norte do Rio Grande do Sul, com os maiores volumes do país seguindo concentrados na faixa central, Sudeste, Centro-Oeste, bem como boa parte do Matopiba e Pará.

Segundo o agrometeorologista, quando se analisa o mês de fevereiro, é bem parecido, mas com chuvas um pouco mais compartilhadas. Março se mostra chuvoso também, mas com um pouco menos de volume na metade sul.

Em abril, as chuvas devem se concentrar no Sul do Brasil, e o restante do país deve manter um tempo consideravelmente aberto durante este período. Por fim, Marco finaliza destacando que fevereiro ainda será um mês muito chuvoso em partes do Centro-Oeste, Sudeste e quase todo o Matopiba, com poucas chuvas no interior nordestino.

Sobre a temperatura do mar, Marco explica sobre o período de mudança. “A tendência é que o oceano pacífico se aqueça. Porém, isso deve acontecer mais para meados de outono do que, propriamente dito por muitos, em abril e maio”, explicou.

No Paraguai, o padrão deve seguir no mês de janeiro, com ao menos uma frente fria por semana passando no país, trazendo chuvas. “Estas precipitações por vezes são irregulares e por vezes mais intensas, mas fato é que o Paraguai dificilmente terá um longo período de estiagem nos próximos 60 dias”, finalizou Marco.

Fonte: Agência Safras Foto: Divulgação

set189418

Semente certificada e os benefícios às lavouras de arroz

A semente é o principal insumo de qualquer lavoura e na produção de arroz (Oryza sativa), seja no cultivo irrigado ou sequeiro, não é diferente, porque é por meio dela, que toda a tecnologia genética chega ao campo.

Neste sentido, uma semente de qualidade deve apresentar bons atributos genéticos, fisicos, sanitários e fisiológicos. Entre eles, destacam-se o alto vigor, capacidade germinativa, integridade física e a pureza, garantindo melhores condições de estabelecimento inicial, uniformidade de estande, desenvolvimento e produtividade às áreas.

Por isso, uma boa opção ao produtor rural é o uso de sementes certificadas a cada safra, aumentando assim, a eficiência dos cultivos, por meio da redução da competição com plantas invasoras, menores índices de doenças e melhores respostas às aplicações de defensivos.

Fonte: Agrolink/Joélen Cavinatto/ com revisão de Aline Merladete Foto: Divulgação

set189584

Retorno do El Niño pode favorecer a próxima safra de verão no Centro-Sul do BR, afirma Lazinski

Após três safras seguidas sob a influência do fenômeno climático La Niña – 2020/2021; 2021/2022 e 2022/2023 –, é esperado o retorno do El Niño, a partir do outono. De acordo com o meteorologista Luiz Renato Lazinski, essa é uma boa notícia para os produtores rurais do Centro-Sul do Brasil. “O El Niño deve chegar no início da próxima safra de verão por aqui, favorecendo a implantação e o desenvolvimento das lavouras, devido ao volume de chuvas. Por outro lado, poderá afetar o trigo e outras culturas de inverno, causando problemas, como a incidência de doenças, e prejudicar a colheita, por conta da alta umidade”, afirmou. Ainda de acordo com ele, nos próximos meses, as temperaturas devem ficar entre a média e ligeiramente acima da média, a quantidade de chuvas deve voltar gradativamente ao normal e a probabilidade de ocorrer geadas precoces ou tardias são muito pequenas, com exceção nas áreas acima de 1.000 a 1.200 metros de altitude. Esse cenário é projetado para o Centro-Sul do país.

Prognóstico

Lazinski apresentou um prognóstico climático para 2023 Durante evento promovido virtualmente pelo Sistema Ocepar, com aproximadamente 200 participantes, entre profissionais da área técnica e executivos das cooperativas do Paraná, além de representantes das cooperativas de Santa Catarina, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Associação dos Engenheiros Agrônomos, seguradoras e universidades. O encontro também foi prestigiado pelo secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara.
Abertura – O coordenador do Ramo Agropecuário da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e presidente da Cooperativa Bom Jesus, Luiz Roberto Baggio, e o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, fizeram a abertura do evento.

Episódios

Durante sua explanação, Lazinski afirmou que os episódios verificados atualmente são característicos do La Niña, como temperaturas abaixo do normal e chuvas irregulares e mal distribuídas. Ele mostrou os acumulados de chuva e a variação da temperatura no Paraná e no Brasil, registrados nos últimos meses, e as tendências para os próximos períodos. A seca, que normalmente acomete a região Sul do Brasil em períodos de La Niña, agora está impactando fortemente o Rio Grande do Sul e a Argentina, mas a situação deve melhorar nos próximos meses, com a volta da chuva no estado gaúcho e no país vizinho, a partir de fevereiro. “No Paraná, deve chover bem nos próximos 45 dias”, disse o meteorologista. Também foram apresentados dados relativos aos Estados Unidos que, segundo ele, enfrentaram problemas com a chegada antecipada do frio em algumas regiões, mas não tiveram grandes obstáculos na largada da safra.

Perda de intensidade

Ainda de acordo com Lazinski, o La Niña deve começar a perder intensidade a partir de março, mas continuará influenciando o clima, passando para um período de neutralidade climática entre os meses de abril e maio. A partir de junho, inicia-se a configuração do El Niño.

Pacífico

Apesar de haver diversos indicadores que interferem no clima, Lazinski explicou que o La Niña e o El Niño são fenômenos importantes pois ocorrem no maior Oceano do mundo, o Pacífico, trazendo consequências de grandes dimensões. O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico, principalmente nas zonas equatoriais. Já o La Niña pelo resfriamento. Assim, por ter uma grande predominância, qualquer alteração na temperatura das águas do Oceano Pacífico acaba causando mudanças significativas em relação vários fatores, como ventos, umidade e evaporação, por exemplo, que acabam trazendo reflexos nas condições climáticas.

Safra

As safras brasileira e paranaense de grãos também estiveram em pauta durante o encontro promovido pelo Sistema Ocepar nessa quinta-feira. O coordenador de Desenvolvimento Técnico da Ocepar, Sílvio Krinski, destacou que, na safra 2022/23, o país deve alcançar a produção de 312,2 milhões de toneladas, 15% ou 40,8 milhões de toneladas superior à obtida em 2021/22, de acordo com o último levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Os fatores que estão contribuindo para este resultado são o aumento de 3,3% na área plantada e de 11,3% na produtividade, caracterizando esse cenário espetacular de produção. Dependendo do clima, temos tudo para ter uma boa safra”, afirmou Krinski.

Principais culturas e VBP – Entre as principais culturas da safra brasileira estão a soja, que deve chegar a 153,5 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 22,2% em relação à safra anterior; o milho deve alcançar o volume de 125,8 milhões de toneladas, um incremento de 11,2% na produção, e o trigo deve render 9,5 milhões de toneladas, o que representa 24,4% a mais se comparado a ciclo 2021/2022. Em relação ao Valor Bruto da Produção Agropecuária, a expectativa é de que, em 2023, atinja R$ 1,2 trilhão, montante 6% superior ao do ano passado. Em 2022, o VPB deve ficar em R$ 1,1 trilhão, sedo que as lavouras contribuem com 68,6% desse total e a pecuária com 31,4%, segundo dados do Ministério da Agricultura.

Paraná

O analista de Desenvolvimento Técnico da Ocepar da área de Mercado, Salatiel Turra, discorreu sobre a safra paranaense de grãos, enfatizando a produção de soja, milho e trigo no Estado, com base em dados do Departamento de Economia Rural da Seab. Ele mostrou a evolução das últimas safras. O milho primeira safra deve chegar a 3,7 milhões de toneladas na safra 2022/23, ante a 2,9 milhões de toneladas da safra anterior. Já o milho segunda safra deve render 15,4 milhões de toneladas na safra 2022/23, contra 13,3 milhões de toneladas da safra 2021/22. A produção estimada de soja é de 21,4 milhões de toneladas na safra 2022/23, diante das 12,3 milhões de toneladas da safra anterior. E devem ser colhidas no Paraná 3,8 milhões de toneladas de trigo na safra 2022/23, sendo a safra 2021/22 deve fechar com 3,2 milhões de toneladas. Ainda em relação a essas três culturas, o analista da Ocepar mostrou dados relativos à área estimada, produção e produtividade, segmentados por região, comparando as duas últimas safras.

Preços

Outro ponto ressaltado por Turra foi em relação aos preços pagos aos produtores paranaenses. “Eles estão recebendo mais pela produção de grãos. Em contraposição, houve aumento nos custos da produção, resultante de adversidades econômicas e conflitos internacionais, como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que elevaram o preço dos fertilizantes. Esse cenário resultou num maior volume de recursos, mas com redução da margem de lucro”, afirmou. “Nesse cenário, destaca-se o papel fundamental das cooperativas, de orientar os produtores a investir no momento certo, para que eles obtenham renda cada vez mais garantida”, acrescentou.

Dias e Campo e Campanha

No evento promovido pelo Sistema Ocepar houve ainda a participação do analista de Desenvolvimento Técnico da área de Mercado, Leonardo Silvestri Szymczak, que apresentou o calendário de Dias de Campo que as cooperativas do Paraná irão promover nos próximos meses, visando difundir as novidades tecnológicas aos cooperados, em conjunto com institutos de pesquisa, entre outras entidades parceiras. Ele também falou sobre a Campanha de Marketing que terá início em breve, numa parceria com cooperativas, Embrapa, IDR-PR, Adapar e Faep, com objetivo de informar os produtores rurais sobre as boas práticas agronômicas recomendadas para cada fase do cultivo das lavouras de milho, para prevenir os problemas causados pela infestação da cigarrinha-do-milho.

Fonte: Sistema Ocepar Foto: Divulgação

set188953

Milho segue travado no Sul

No estado do Rio Grande do Sul, o mercado de milho segue travado, apenas compras eventuais de pequenas granjas, segundo informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “Colheita de verão segue muito localizada no que se chama de “calha do Rio Uruguai”, portanto ainda incipiente. Preço para janeiro (posto indústrias) começam a ser indicados: R$ 93,00 Missões e Celeiro, R$ 94,00 região de Passo Fundo, R$ 95,00 região de Lajeado. Porto chegou a indicar em um melhor momento R$ 100,00 sobre rodas, para uma entrega em fevereiro e pagamento final de março”, comenta.

Em Santa Catarina pequenos granjeiros consomem milho local e grandes consumidores buscam no C-O. “Com isto, os grandes compradores do estado, continuam buscando milho fora do estado, principalmente no Centro-Oeste e no Paraná e agora também de olho no milho gaúcho, o que for mais em conta no momento. No mercado local os vendedores falam em R$ 95/saca FOB. Os compradores estão tentando trazer o mercado para trás, diante do grande estoque ainda disponível. Muitos até estão estudando trocar a fórmula da ração para colocar trigo também, que neste ano, terá uma produção maior”, completa.

No Paraná, no entanto, a exportação volta a atacar. “No oeste pequenas granjas levaram volumes de 300 a 500 tons a R$ 83,00, um total de umas 3 mil toneladas. Ofertas de vendedores a R$ 86/saca nos Campos Gerais e em Guarapuava, sem compradores; R$ 84 no Norte Pioneiro do estado e R$ 83/saca no norte novo, também sem compradores. Novamente na exportação hoje rodaram mais 7.000 toneladas, dentre as que pudemos ver, com duas cooperativas dos Campos Gerais saindo com 2K e 3K, respectivamente, ao preço de R$ 86,00 FOB Carambei e Castro, e 2 mil a R$ 85,50, em Guarapuava. E na ferrovia rodou milho a R$ 80 CIF, 1000 toneladas, 30 dias de pagamento”, conclui.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

set18902

Apesar do clima, agropecuária do Paraná manteve alto rendimento em 2022

As condições climáticas adversas em momentos decisivos da safra 2021/2022 foram motivo de preocupação para os produtores paranaenses. Na primeira safra, as principais culturas dos grãos tiveram quebras representativas. Porém, a recuperação do feijão e do milho na segunda safra, o bom desempenho das proteínas animais e os preços garantiram altos rendimentos do setor agropecuário como um todo no ano passado.

Tendência

Diante desse cenário, a tendência, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, é que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) 2022 ao menos mantenha os resultados positivos do ano anterior. Em 2021, o Paraná atingiu o recorde de R$ 180,4 bilhões.

Desafiador

O ano de 2022 foi desafiador para os produtores paranaenses, principalmente devido ao clima, que prejudicou a produção agrícola e gerou aumento nos custos de produção. No caso da soja, por causa da estiagem, o Deral estima que houve perda de 38% na produção, reduzindo em aproximadamente R$ 15 bilhões o faturamento do grão entre 2021 e 2022.

Feijão

A redução na produção nesse período também foi registrada na primeira safra de feijão (-25%) e milho (-5%). “Embora tenham sofrido com as intempéries climáticas, esses dois produtos conseguiram se recuperar na segunda safra e compensaram as perdas”, explica a economista do Deral, Larissa Nahirny.

Recorde

Por outro lado, de acordo com as estimativas do Departamento, em 2022 o feijão conseguiu atingir um recorde de produção para a segunda safra, com um volume de 561,5 mil toneladas, praticamente o dobro do produzido em 2021, ano em que a cultura foi prejudicada pelo clima. Já o milho segunda safra, que atingiu um volume estimado em 6,2 milhões de toneladas em 2021, chegou a 13,3 milhões de toneladas em 2022.

Pecuária

A pecuária continuou crescendo no Paraná em 2022. A produção de suínos tem um incremento estimado em 8%, e o frango de corte, 2%. O setor leiteiro, que assim como os grãos enfrentou dificuldades ao longo do ano, começou a retomar o equilíbrio, e tem uma variação de preços projetada em 25% entre 2021 e 2022.

Crescimento

De maneira geral, as proteínas animais cresceram 4% na produção, comparativamente a 2021. Com isso, para 2022 estima-se um crescimento de 5% no VBP desse setor, podendo chegar a R$ 49,2 bilhões.

Avaliação

Na avaliação do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, apesar das dificuldades com a pandemia, da crise hídrica e do desequilíbrio entre preço e custo de produção, o ano encerrou com boas perspectivas. Ele destaca que o agro representa 36% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná.

Certificações

“Nós estamos começando a colher os frutos das nossas certificações como área livre de febre aftosa sem vacinação e zona independente de peste suína, que abriram mercados para o Paraná. Vimos o crescimento nos investimentos em novas plantas agroindustriais, frigoríficos que estão sendo instalados, novas plantas em funcionamento”, diz. (Agência Estadual de Notícias)

Fonte: Sistema Ocepar Foto: Gilson Abreu / AEN