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Projeto muda cálculo dos preços mínimos de produtos agrícolas

O Projeto de Lei 1284/19 determina que os preços mínimos de produtos agrícolas serão definidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em valores não inferiores ao custo operacional de produção. O texto, já aprovado pelo Senado, está agora em análise na Câmara dos Deputados.

Esse custo operacional será obtido mediante a soma dos custos de produção com o custo da depreciação anual de máquinas, equipamentos e benfeitorias, segundo critérios definidos pela Receita Federal.

O texto altera o Decreto-Lei 79/66. A redação atual determina que os preços mínimos são definidos pelo CMN considerando os diversos fatores que influenciam as cotações dos produtos agrícolas nos mercados interno e externo e, também, com base nos custos de produção.

Segundo o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), autor da proposta, o objetivo da mudança é incorporar melhor os custos de produção, em especial a depreciação de máquinas e equipamentos usados. “O mérito é atingir, principalmente, a agricultura familiar”, argumentou Heinze ao defender as alterações.

Tramitação

O projeto será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem – Ralph Machado

Edição – Natalia Doederlein

Com informações da Agência Senado

Fonte e Foto: Agência Câmara de Notícias

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Nova Ferroeste e Moegão vão ampliar fluxo de mercadorias do Mato Grosso do Sul a Paranaguá

O volume crescente de grãos descarregados pelo Mato Grosso do Sul no Porto de Paranaguá fez do estado do Centro-Oeste do País o segundo maior usuário desta estrutura portuária, atrás apenas do Paraná. A previsão é que o volume aumente ainda mais quando forem implantados os projetos estratégicos do Governo do Paraná para aprimorar a logística para transporte e desembarque de mercadorias no porto.

Um deles é a Nova Ferroeste, linha férrea que ligará o município de Maracaju (MS) diretamente a Paranaguá. O outro é o Moegão, estrutura que será implantada no Porto de Paranaguá exclusiva para receber produtos que chegam por ferrovia. Entre janeiro e julho deste ano o porto paranaense registrou aumento de 32% na movimentação – alta puxada principalmente pela soja em grão, seguida pelo farelo de soja e milho. No período, foram embarcadas 4.062.168 toneladas de cargas, acima das 3.075.651 toneladas movimentadas no mesmo período no ano anterior.

“O Governo de Mato Grosso do Sul é parceiro do Governo do Paraná na viabilização da Nova Ferroeste. Essa ferrovia vai nos ajudar a chegar ao Porto de Paranaguá com maior eficiência, velocidade e capacidade de carga muito superior do que hoje, dando mais competitividade aos nossos produtos”, destaca o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck.

Para o coordenador do Plano Estadual Ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, o Porto de Paranaguá é peça fundamental nas exportações de Mato Grosso do Sul. “O que falta para o Porto de Paranaguá ser o principal porto para o Mato Grosso do Sul é ter uma boa cadeia logística. Isso vai acontecer com a construção da Nova Ferroeste e do Moegão. Isso fará a conexão entre a ferrovia e porto, que já é o mais eficiente do país”, avalia o coordenador.

A Nova Ferroeste vai ligar por trilhos Maracaju e Paranaguá e terá ainda dois ramais: Cascavel – Foz do Iguaçu e Cascavel – Chapecó (SC). Ao todo, a malha ferroviária somará 1.567 quilômetros, uma alternativa para a atual hegemonia do modal rodoviário. Já o Moegão é uma grande área de descarga férrea (grãos e farelos) no porto, sem a necessidade de desmembramento das composições. A obra vai conectar os 11 terminais que integram o Corredor Leste de Exportação, com um ganho de 63% na capacidade de descarga.

Juntos, os dois projetos oferecem uma modalidade de transporte de cargas mais econômica, eficaz e menos poluente, aumentado a atratividade do Porto de Paranaguá. “Teremos dois modais importantes em termos de eficiência: a Nova Ferroeste e o porto. Eles precisam conversar e isso acontece a partir do Moegão. A capacidade de descarga será muito maior e mais rápida, será possível descarregar simultaneamente três composições de 60 vagões”, destaca Fagundes.

Logística atual

Hoje, o transporte de grãos vindos do MS é feito pelo modal rodoviário. No primeiro semestre deste ano, 36.257 caminhões vindos daquele estado descarregaram em Paranaguá. A exportação, até julho deste ano, chegou a 14.521.306 toneladas. Desse total, 28% embarcaram por Paranaguá com destino à China, Coreia do Sul e Bangladesh.

“É importante reforçar que o Porto de Paranaguá, por sua capacidade, infraestrutura e eficiência, consegue atender diversos tipos de segmento e tipos de mercadoria”, destaca o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. “O que torna o porto muito mais atrativo para cargas de outros estados”.

Competitividade

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, o valor do frete para transporte de insumos e da produção é determinante para a competitividade no mercado. O Litoral do Paraná é porta de saída de itens como grãos, celulose e proteína animal, que por vezes percorrem mais de mil quilômetros até embarcar nos navios com destino ao Exterior.

O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) do projeto da Nova Ferroeste aponta que a partir de 350 quilômetros o modal ferroviário é mais favorável em relação ao modal rodoviário. Esta é a distância de cerca de 85% das cargas que acessam o Portos do Paraná, boa parte vinda de Mato Grosso do Sul.

Oeste

Luiz Henrique Fagundes lembra que na Região Oeste do Paraná a demanda por uma malha ferroviária maior e mais eficiente também é real e urgente, em especial para o transporte de proteína animal. Hoje, o único trecho existente da Ferroeste liga Cascavel, no Oeste, a Guarapuava, no Centro-Sul. Com 248 km de extensão, a linha se conecta à Malha Sul em Guarapuava e desce até o Litoral.

Ele acrescenta que atualmente, um contêiner refrigerado com proteína animal originário da Região Oeste pode levar até cinco dias para percorrer o trajeto entre Cascavel e Paranaguá. A diferença no valor do frete em relação ao modal rodoviário justifica a escolha. O trecho entre Cascavel e Paranaguá de caminhão sai por R$ 5.800 enquanto o frete de trem para o mesmo trecho custa R$ 4.500.

De acordo com o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), em 2022 a Cotriguaçu (responsável pelo transporte das cooperativas Copacol, C.Vale, Lar e Coopavel) enviou por trem 45.752 contêineres de 20 pés de comprimento, uma média de 3.812 ao mês. Neste ano, até agosto, já foram destinados 32.742 contêineres, vindos da Cotriguaçu, com média mensal de 4.094, o que indica tendência de 2023 ultrapassar o volume do ano passado.

O gerente de Logística do TCP, Giovanni Guidolim, explica que atualmente 70% do volume operado na ferrovia é relacionado ao mercado de carnes e congelados. “Observamos um crescimento constante no número de contêineres refrigerados movimentados neste modal”, diz Guidolim. “O Oeste do Paraná é o grande polo exportador do agronegócio paranaense.

Hoje só 20% da carga para exportação chegam ao porto por ferrovia. Deste total, apenas 10% têm origem no Oeste. Existe uma grande demanda reprimida na região. A Cotriguaçu é o principal exemplo, vai muito mais carga pelo modal rodoviário, pagando um frete muito mais caro porque a ferrovia não tem capacidade de escoar”, diz o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes.

Fonte: AEN Foto: Claudio Neves

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Por meio de dados, bioinformática auxilia na produtividade da agricultura

Com mais de 70 pesquisadores, entre eles, 20 doutores, que atuam no estudo dos solos, contribuindo para entender a nutrição e a fertilidade da terra, o Centro de Inovação da Superbac possui uma das mais modernas biofábricas da América Latina, localizada em Mandaguari, no Noroeste do Paraná, com objetivo de auxiliar o campo por meio da bioinformática.

Desde 1995, a empresa trabalha na substituição dos processos por soluções mais sustentáveis por meio da biotecnologia. A bioinformática é uma área da ciência que é relativamente nova na área da indústria. A principal função é integrar dados biológicos com dados de computação.

Um dos setores mais impactados com os produtos, pesquisas e pela bioinformática é a área agrícola. A empresa tem amostras de solo, iodo, água subterrânea [para biorremediação], tanques de piscicultura, biodigestores e raízes de plantas. Com isso, os pesquisadores analisam os dados, como os de solo, e verificam o que pode ser melhorado para uma produção mais eficiente.

A compreensão do solo e dos microrganismos fazem com que o agricultor possa ter produções sem perdas. “A ideia é entender a interação dos microrganismos e a composição dos solos para melhorar o desenvolvimento de produtos e colaborar na tomada de decisão para o manejo. Quando o agricultor conhece melhor esse componente do solo, pode pensar em uma estratégia diferente na hora de manejar o solo”, destaca Leonardo Alves, doutor em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp e um dos responsáveis pelas pesquisas do Centro de Inovação da Superbac.

Fonte: Gazeta do Povo Foto: Divulgação

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Preço da soja em alta no Brasil

Na última semana, houve elevação nos preços da soja no mercado interno brasileiro. De acordo com analistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a valorização é resultado da crescente demanda tanto no mercado doméstico quanto no mercado internacional. Além disso, condições climáticas adversas estão desempenhando um papel importante nesse cenário.

A crescente demanda por farelo de soja, tanto no Brasil como no exterior, tem sido um dos principais motores por trás do aumento dos preços. As indústrias esmagadoras brasileiras estão atentas a esse aumento na procura, o que está gerando pressão positiva sobre os preços da soja. A soja desempenha um papel fundamental na produção de farelo de soja, um componente essencial na alimentação animal e na indústria de alimentos processados. Portanto, a procura por farelo de soja está impulsionando a demanda pela soja em grão, elevando seus preços no mercado interno. Impacto das Irregularidades Climáticas:

Ainda segundo informações do Cepea, as condições climáticas irregulares também estão contribuindo para o cenário de preços em alta. No Sul e Sudeste do Brasil, os sojicultores estão enfrentando um excesso de umidade em algumas áreas, o que dificulta o andamento das atividades de campo, incluindo o plantio e a colheita. Essas condições climáticas desfavoráveis podem afetar negativamente a produtividade da safra de soja, criando preocupações sobre a oferta no mercado.

Já no Centro-Oeste do país, os agricultores estão preocupados com as altas temperaturas e os baixos índices pluviométricos. Essas condições climáticas também podem impactar negativamente a produção de soja na região, gerando preocupações adicionais sobre o abastecimento do mercado interno.

É importante lembrar que, a valorização dos preços da soja no mercado interno brasileiro é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a crescente demanda por farelo de soja e as condições climáticas adversas que afetam as principais regiões produtoras. A tendência deve continuar sendo monitorada de perto, já que as flutuações nos preços da soja têm um impacto significativo na economia agrícola e no mercado de commodities.

Fonte: Agrolink Foto: Divulgação

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Receita agrícola deve crescer 4,5% em 2024, para R$ 1,02 trilhão, prevê consultoria

A receita agrícola brasileira deve crescer 4,5% no ano que vem, para R$ 1,02 trilhão, projeta a consultoria MacroSector. “Em 2024, os preços internacionais das commodities (em dólar) devem crescer 3% em relação a 2023, em função da expansão da liquidez global”, informou a consultoria em relatório divulgado nesta segunda-feira, 23.

O desempenho do setor tende a ser puxado pelo crescimento da receita agrícola de grãos, que deve passar de R$ 614,6 bilhões em 2023 para R$ 634,5 bilhões em 2024, enquanto a produção tende a recuar de 320,9 milhões de toneladas para 311,1 milhões de toneladas.

Já a receita agrícola de lavouras permanentes deve subir de R$ 224,6 bilhões para R$ 244,9 bilhões, estima a MacroSector. Para este ano, a consultoria elevou sua estimativa de R$ 938,8 bilhões para R$ 973,3 bilhões, receita 1,5% inferior à registrada em 2022.

PIB

A MacroSector estima crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2024, para R$ 11,425 trilhões, frente a um avanço de 3% este ano, para R$ 10,739 trilhões.

“A economia local tende a apresentar fraco desempenho, pois os investimentos ainda devem continuar travados”, observou a MacroSector sobre o desempenho da economia nacional. O PIB da agropecuária deve crescer 12% até o fim deste ano e 4% no próximo.

Fonte: Canal Rural

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Brasil exporta 17,9% mais milho por dia em outubro/23 do que o registrado em outubro/22

Ao longo de três semanas do mês de outubro, o Brasil embarcou 5.893.406,8 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, de acordo com o mais recente reporte da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso já representa 86,85% do total exportado em outubro de 2022 (6.785.069,5 toneladas).        

Com isso, a média diária de embarques nestes 14 primeiros dias úteis ficou em 420.957,6 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa elevação de 17,9% com relação as 357.108,9 do décimo mês de 2022.            

A reta final de 2023 deve ser de suporte para os preços do milho no mercado brasileiro, com sustentação vinda da forte demanda internacional pelo milho brasileiro, como destacou ao Notícias Agrícolas o Analista de Mercado da Grão Direto, Ruan Sene. 

Com exportações que somam 34 milhões de toneladas entre janeiro e setembro, e já chegaram a mais 4 milhões em outubro, a expectativa é finalizar a temporada entre as 50 milhões estimadas pela Conab e as 57 milhões projetadas pelo USDA.

Em termos financeiros, o Brasil já arrecadou um total de US$ 1,332 bilhão no período, contra US$ 1,9,08 bilhão de todo outubro do ano passado. O que na média diária, deixa o atual mês com queda de 5,3% ficando com US$ 95,175 milhões por dia útil contra US$ 100,454 milhões no último mês de outubro.                      

Já o preço por tonelada obtido caiu 19,6% no período, saindo dos US$ 281,30 no ano passado para US$ 226,10 no mês.

Fonte: Notícias Agrícolas Foto: Divulgação

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Conhecimento agropecuário e integração são destaques na Winter Show em Guarapuava

A busca incessante pelo conhecimento e pela integração entre fornecedores, produtores e consumidores foi destacada nesta terça-feira (17) na abertura da Winter Show, evento promovido pela Cooperativa Agrária, em Entre Rios, no município de Guarapuava, no Centro-Sul do Estado. O evento completa 20 anos tendo como objetivo a difusão de tecnologias e pesquisas sobre culturas de inverno, particularmente trigo e cevada.

A Agrária, em parceria com a empresa alemã Ireks, está investindo R$ 500 milhões para produzir malte especial. A nova indústria será levantada ao lado de outra maltaria da Agrária, com previsão de iniciar a operação em 2026. Os maltes especiais são importados hoje para abastecer o mercado nacional. A previsão é gerar cerca de 400 empregos diretos e indiretos.

“Precisaremos de mais cereais de inverno”, destacou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Esta região de Entre Rios é diferente, onde se faz uma das melhores agriculturas do Brasil, fruto de investimento em ciência, em conhecimento, em inovação”.

Segundo ele, muito disso se deve aos 20 anos do evento da Winter Show. “É um ambiente para bem decidir a produção, para aprender um pouco todo dia sobre fazer mais e melhor com menos”, afirmou Ortigara.

O presidente da Agrária, Adam Stemmer, salientou que o evento foi criado com base em dois princípios: ter cunho técnico e ligar cadeia de fornecedores, produtores e clientes. “Esses princípios continuam vivos e sendo cumpridos”, reforçou. De acordo com ele, a própria cooperativa também se move nesse sentido. “Todas as indústrias têm contrato de longo prazo com os clientes, o que possibilita novos negócios”, disse.

Cultura de inverno

Historicamente o Paraná é grande produtor de culturas de inverno. Na safra passada foram produzidas 334,6 mil toneladas de cevada em 84,6 mil hectares. Na nova safra, a previsão é de 396,6 mil toneladas em 87,1 mil hectares.

O trigo ocupou 1,2 milhão de hectares na safra 2021/22 com produção de 3,5 milhões de toneladas. No ciclo que está sendo colhido agora, a estimativa neste momento é de 4,1 milhões de toneladas. As aveias branca e preta devem render 520 mil toneladas, enquanto canola, centeio e triticale somam 46,5 mil toneladas.

Evento

O Winter Show 2023 é promovido pela Agrária e pela Fundação Agrária Pesquisa Agropecuária (Fapa). Entre os dias 17 e 19 de outubro, o público terá contato com dezenas de expositores que oferecerão soluções para o agronegócio, além de palestras e cursos.

Fonte e Foto: AEN

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Preços do arroz no Brasil: firmeza no mercado

O mercado interno de arroz no Brasil continua a demonstrar estabilidade, conforme revelam os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A manutenção dos preços é impulsionada por diversas variáveis, incluindo as paridades de exportação e importação, que ganharam destaque recentemente devido à variação da taxa de câmbio.

De acordo com boletim do Cepea, além disso, a previsão de estoques de passagem reduzidos mantém a sustentação nos preços domésticos. Segundo informações divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a relação estoque final sobre o consumo deve atingir 16,6% em dezembro de 2023. Se essa projeção se confirmar, será a menor relação em sete anos, remontando à safra 2015/16. Além disso, as perspectivas para a oferta e demanda em 2024 indicam uma recuperação modesta nos estoques de passagem, atingindo 18,1%.

Perspectivas de preços e sazonalidade

A manutenção dos preços do arroz no próximo ano-safra permanece como tendência, uma vez que as projeções apontam para uma limitada recuperação dos estoques. No entanto, os agentes do mercado devem estar atentos à sazonalidade de preços, que pode influenciar as cotações ao longo do ano. As flutuações sazonais podem resultar em variações nos preços, sendo importante acompanhar esses movimentos para tomar decisões informadas no mercado.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: Divulgação

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Cotações do trigo voltam a reagir

As cotações de trigo no mercado de lotes brasileiro mostraram uma notável reviravolta após uma série de quedas, como indicam os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No período compreendido entre 6 a 13 de outubro, as cotações experimentaram um crescimento significativo, com aumento de 6,14% em São Paulo, 2,52% no Paraná e 1,85% no Rio Grande do Sul, mantendo-se estáveis em Santa Catarina, que é um importante centro de negociações entre empresas no setor de trigo. Enquanto as cotações mostram resiliência, o cenário na colheita de trigo também está evoluindo.

Os principais estados produtores do Brasil, Rio Grande do Sul e Paraná, estão gradualmente intensificando os trabalhos de colheita. No entanto, as chuvas continuam sendo um fator de preocupação para os triticultores.

As estimativas recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam para uma redução na produtividade e, consequentemente, na produção de trigo no país. A nova safra de trigo no Brasil, atualmente em processo de colheita, é projetada em aproximadamente 10,46 milhões de toneladas. Isso representa uma queda de 3,3% em comparação com o relatório de setembro e 0,9% abaixo do recorde estabelecido na temporada passada.

Fonte: Agrolink/Aline Merladete Foto: Divulgação

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Brasil desvia cargas de grãos para Santos por seca nos rios amazônicos, diz Anec

Exportadores de grãos que veem algum risco de atraso para seus embarques antes previstos para os portos do Norte do Brasil estão desviando algumas cargas para terminais ao Sul/Sudeste, especialmente para Santos, principal canal de escoamento de soja e milho do país, disse o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, à Reuters.

Segundo ele, não se trata de um movimento amplo. O dirigente da Anec, que representa gigantes do setor como ADM, Bunge, Cargill, Cofco, entre outras, não citou quais empresas estariam desviando cargas do Norte para o porto do Sudeste. Os volumes envolvidos também não foram estimados.

Mendes disse ainda que a seca nos rios amazônicos, que tem limitado os volumes transportados em barcaças até os portos de exportação do Arco Norte, não impactará as exportações brasileiras este ano, já que há alternativas como o porto de Santos, onde cerca de 70% da carga de grãos chega por ferrovia.

“Aqueles recordes de exportação no ano permanecem, isso é uma mera troca (de porto). A companhia vê que ela poderia correr um risco transportando pelo Norte, ela pega e desvia o navio para Santos, parece que é mais Santos que está acontecendo”, disse Mendes, por telefone.

“Não é uma coisa que o setor inteiro (esteja) desviando. Aqueles que acham que estão em algum local que pode ter sido afetado, e que possa correr algum risco, eles desviam”, acrescentou.

Os comentários foram feitos após a Reuters questionar a Anec sobre uma redução na expectativa de exportação de soja e milho do Brasil em outubro. Na véspera, a associação reduziu em cerca de 900 mil toneladas a previsão de embarques dos dois grãos para o mês, em relação à projeção da semana anterior.

Neste momento do ano, o Brasil exporta maiores volumes de milho, enquanto grande parte da soja já foi escoada.

“É coisa pequena (o que está sendo desviado). E que não vai afetar os nossos volumes anuais previstos”, disse ele, lembrando que os ajustes semanais nas previsões da Anec sobre exportações são “normais”, e muitas vezes estão relacionados a chuvas que interrompem os embarques.

Recentemente, choveu bastante no Sul e Sudeste do Brasil.

“Agora está havendo mudança por precaução, negócio é negócio, naquilo que está dando para alterar. E normalmente é Santos… se analisar o milho, ao longo dos anos, Santos é o maior exportador… o pessoal da ferrovia dá segurança”, destacou.

Procurada, a Rumo, que opera a ferrovia que dá acesso a Santos, disse que não faz avaliações pontuais do mercado, apresentando dados apenas nas divulgações de resultados trimestrais.

Arco Norte e China

Os portos do Arco Norte, que têm sofrido com a seca e baixa navegabilidade dos seus principais rios neste ano, vêm ganhando fatia nos embarques nos últimos anos, sendo vitais para que as exportações brasileiras ampliem sua competitividade no cenário mundial.

De janeiro a agosto, 44% das exportações de milho do Brasil saíram por Barcarena (PA), Itaqui (MA), Itacoatiara (AM) ou Santarém (PA), de acordo com dados da estatal Conab.

No período, o Porto de Santos concentrou 31% dos embarques do milho do Brasil, que este ano deve ultrapassar os Estados Unidos como o maior fornecedor global a despeito de a produção brasileira ser cerca de um terço da norte-americana, com impulso da demanda da China.

Das 34 milhões de toneladas de milho que o Brasil exportou de janeiro a setembro, volume de 7,9 milhões de toneladas teve como destino a China, que no primeiro ano após um acordo entre os dois países em 2022 já é o maior cliente do cereal brasileiro.

Mendes disse que a Anec mantém as projeções de exportações recordes do Brasil em 2023, em 99 milhões de toneladas para a soja, e entre 52 milhões e 53 milhões para o milho.

Mas disse que os traders consideram que o Brasil pode exportar volumes ainda maiores de milho em 2023.

“Se me perguntar quanto acho hoje, o número é 56 (milhões de toneladas para o milho)”, disse, lembrando que agentes do mercado já falam também em 100 milhões de toneladas de exportação da soja neste ano.

Tais volumes representam um salto em relação a 2022, quando o Brasil exportou 77,8 milhões de toneladas de soja, após uma seca reduzir a produção no Sul, e 44,7 milhões de toneladas de milho, segundo a Anec.

Fonte: Reuters Foto: Divulgação