De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2022 teria caído 1,5% para 778 Mt (516,6 Mt base beneficiado) contra 790 Mt em 2021. A queda se deve principalmente às más condições climáticas no sul da Ásia, em particular no Paquistão, onde estima-se que a safra tenha diminuído em 25%. Na China, a produção caiu 2%, assim como no Vietnã. Em contraste, a produção tailandesa melhorou em 4%.
Nos Estados Unidos, a produção caiu mais 16% como resultado de uma nova redução das áreas arrozeiras. No Mercosul, a produção caiu 11% voltando ao seu nível de 2019. Na África subsaariana, a produção de arroz foi novamente perturbada pela falta de insumos e pelas inundações. Entretanto, a produção em 2022/20233 poderia melhorar, especialmente na África Ocidental. Em 2023, a produção mundial pode cair novamente em 1,5%. A redução afetaria os principais países produtores da Ásia, assim como o Hemisfério Ocidental e a União Europeia.
Comércio e estoques mundiais
Em 2022, o comércio mundial de arroz teria aumentado em 7% para 55,8 Mt. Esta estimativa foi divulgada após a relaxamento nas restrições à exportação da Índia. Entretanto, os efeitos da menor produção mundial em 2022 deveriam impactar o comércio mundial em 2023, diminuindo em 5,6% para 52,7 Mt. Na Ásia, as necessidades de importação permaneceriam estáveis, enquanto na África subsaariana, as importações teriam aumentado 6% em 2022, principalmente devido ao recrudescimento das importações da Nigéria e da Costa do Marfim. As importações também devem aumentar nas Américas, bem como na União Europeia. Do lado dos exportadores, as vendas indianas atingiram um novo recorde para 22,3 Mt, já 4% a mais do que o recorde do ano anterior.
A Índia consolida sua liderança com 40% das exportações mundiais. Enquanto isso, a Tailândia recuperou seu segundo lugar mundial, à frente do Vietnã, graças à forte atividade no mercado externo no final de 2022. Estima-se que os estoques mundiais de arroz terminando no final de 2022 tenham aumentado em 1% para 196,0 Mt contra 194,1 Mt em 2021. Estes representam 38% das necessidades de consumo mundial e permanecem acima da média dos últimos cinco anos. A queda de 2% dos estoques chineses foi parcialmente compensada pelo aumento das reservas indianas de 16% em 2022.
Entretanto, as reservas chinesas permanecem abundantes, equivalentes a 70% do consumo interno e 50% dos estoques mundiais. Nos principais países exportadores, os estoques aumentaram em 15% em 2022 para 60 Mt, já 30% dos estoques mundiais. Em 2023, espera-se que os estoques mundiais diminuam para 194,4 Mt devido à queda anunciada da produção mundial em 2022/2023.
Fonte: Infoarroz Foto: Divulgação